terça-feira, 6 de setembro de 2022

CASAMENTO É SUBMISSÃO, PREGA ESPOSA DE BANANINHA

Já perceberam como a direita adora usar a palavra liberdade (em vão)? É grito da liberdade, marcha da família com Deus pela liberdade, liberdade acima de tudo (como se alguém fora eles estivesse ameaçando a liberdade)... 

Liberdade é, pelo menos na teoria, um conceito muito caro pra eles. Só que não se aplica às mulheres. Mulheres não são livres, ou melhor, são livres apenas para amar seu marido e seus filhos. Mas mulher tem que ser submissa. Porque Deus quis assim! E não é que ela é inferior! Ela só sabe o seu papel. 

Hoje mesmo pela manha, numa entrevista a Jovem Klan, a única jornalista que não parece ser uma reaça, Amanda Klein, perguntou a seu Jair sobre os imóveis comprados com dinheiro vivo pela família. Bolso respondeu "Você é casada com uma pessoa que vota em mim". O que ele quis dizer com isso? Que o senhor e mestre dela deveria dar um jeito nela (ao ser lembrado que a vida particular dela não estava em pauta, Bolso perguntou: "E a minha está?", esquecendo-se que é uma figura pública. Dizem até que é presidente!).

No sábado a nora de seu Jair participou de um evento em Novo Hamburgo, RS, chamado "Mulheres pela Vida e pela Família" (sem liberdade). Ao lado da terceira-dama Micheque e da ex-ministra Damares, Heloísa, esposa de Dudu Bananinha, discursou que "Casamento é submissão. Não se engane, nenhuma mulher é insubmissa, independente e livre". E, de lambuja, falou mal do feminismo, como toda mulher de direita deve fazer pra tentar ser aceita por misóginos bastante assumidos. 

Uma leitora que prefere ficar anônima mas que usa Matrix como apelido me enviou este texto:

"Casamento é submissão. Não se engane, nenhuma mulher é insubmissa, independente e livre".

Cara Heloísa, li na internet essa descrição que você fez sobre mulheres e casamento.

Na verdade fiquei uns 10 minutos lendo e relendo a sua explanação num discurso em Novo Hamburgo.

Enquanto mulher, casada, livre, autônoma e independente eu, realmente, me questionei se estou fazendo algo de errado no meu casamento que já dura 12 anos, três filhos (eram 4, uma faleceu há 2 anos), uma casa bem organizada, um marido trabalhador, eu professora do ensino fundamental, contas em dia, finais de semana de muita alegria e cada vez mais e mais amor entre nós (sexo em dia) e tudo isso apesar de todo o caos que o Exmo Presidente da República instalou em nosso país.

Então concluí que, se há algum "erro", certamente não está em nós mulheres mas sim nas escolhas que cada uma de nós faz.

Você escolheu ser submissa, dependente e encarcerada. Não estenda sua escolha a todas nós.

Existe vida dentro de uma união homem/mulher.

Vida LIVRE, AUTÔNOMA e INDEPENDENTE, apenas com amor, cumplicidade, lealdade, respeito e companheirismo.

Não use a sua vida moldada em parâmetros patriarcais ultrapassados, cruéis, imorais por natureza, que fazem da mulher um mero objeto para consumo.

Enfim, não cabe no século XXI, ano 2022, essa sua afirmação medieval e autocrática.

Guarde para você e suas admiradoras tais "opiniões", porque sua fala não é consenso sob hipótese nenhuma.

Ser livre, independente e autônoma é condição primordial para que possamos sobreviver ao patriarcado enquanto mulheres (casadas ou não) e ocupemos nossos lugares onde quer que desejarmos.

Sinto muitíssimo pela sua escolha decadente.

Aliviada por saber que existem milhares iguais a mim.

17 comentários:

Bia e Vinnicius disse...

Como sempre, excelente seu texto Lola, excelente leitura do que nós mulheres ainda passamos mesmo com toda força e garra que possuímos.
Porém continuaremos a nos pronunciar, mesmo com outras mulheres ( infelizmente) ainda se colocando num lugar de submissão perante os homens, enaltecendo o patriarcado, nosso inimigo número 1!
À luta, companheiras!

Anônimo disse...

A esposa é a parceira do marido. Submissa sim, mas nunca escrava. A mulher deve admirar a liderança do homem, são um time. Isso não é uma competição, é uma cooperação.

Anônimo disse...

A brutal realidade que boa parte do feminismo faz questão ignorar é que existem INÚMERAS mulheres que desejam no fundo de suas entranhas - e agora uso os termos do livro e série The Handmade's Tale - serem esposas de comandantes e tias Lídia - hmmmm especialmente tias Lídia.
Não só ignoram, mas justificam e diminuem a gravidade pois "tudo vítimas inocentes" e se você não concorda é nazista.

Acham que são só as bolsonaristas? Ahhh tolinhas!!! Queria muito que vocês conhecessem as ferrenhas esquerdo-lulistas da minha família. Perguntem à elas qual o papel das mulheres na sociedade. Perguntem o que elas acham de mulheres que não servem o marido como gado e que não reproduzem como gado.

Elas também sofrem violência? Lógico! E não é justificável em nenhum aspecto e tenho compaixão por elas, mesmo sendo o pior da podridão humana.
Isso as tornam menos parte do problema? Torna justificável ou amenizável o que elas fazem? Torna o impacto na vida de outras mulheres que estão tentando vencer no mundo dos homens menor?Não!!!!
Elas são parte fundamental do sistema e elas são numerosas e ávidas servidoras. É por isso que o avanço do status da mulher é tão lento. Vamos passar muitos e muitos séculos ainda servindo maridos, Lulas, Bolsonaros e produzindo pagador de dízimo/imposto/aposentadoria.

avasconsil disse...

Os destros (será que adestrar e destro são palavras cognatas? Se for combina: eles são adestrados mesmo) querem a liberdade pro mal. Querem liberdade pra ser preconceituosos e externalizarem todos os seus preconceitos, o que é uma liberdade pra fazer os outros sofrer, pois o preconceito causa muito sofrimento. E até violência, moral e física, como também guerras... Querem liberdade pra fazer justiça com as próprias mãos, por isso são tão armamentistas - talvez por isso o caso da Elize Matsunaga tenha causado tanta repulsa entre eles e elas, pois pra o marido morto foi um tiro que saiu pela culatra. Ele tinha uma coleção de armas em casa. E, pelo que tem no seriado da Netflix, apresentava o padrão de resgatar prostitutas da rua porque só queria mulheres bonitas e subordinadas a ele. Claro que matar é um crime hediondo. Mas o seriado me fez ver um lado da história que eu não conhecia, o lado dela. Achei verossímil a versão de que ele a humilhava frequentemente. E é humano odiar aquele ou aquela que humilha. E o ódio, todo mundo sabe, pode gerar violência - . Querem liberdade pra destruir a Amazônia, com a grilagem, que privatiza patrimônio público, e com garimpos ilegais. Liberdade pra ser xenófobos. Liberdade pra ser misóginos. Liberdade pra continuar destruindo o meio-ambiente. Enfim, querem liberdade pra piorar o mundo. Só que nisso pioram o mundo todo, não só o mundo deles. Afinal, ainda não é possível aos Elon Musk sair da Terra pra um paraíso artificial no espaço, legando às "ordinary people" toda a cagada que destros como ele, Trump e o excrementíssimo casado com a fundamentalista neopentescotal vêm fazendo por aqui. Já imaginou um mundo só de destros? Quando imagino, a coisa me parece uma visão do inferno.

Anônimo disse...

a) Lola sou sua fã amo seu blog .

b) Os bolsonaristas são hipócritas falam em defender a vida mas agridem mulheres progressistas grávidas porque discordam deles. Olha o que passaram Gabriela Priori Samia Bomfim e Taliria.

c) Uma mulher independente financeiramente e emocionalmente e sexualmente é uma ofensa aos conservadores. Olha a perseguição que a Anitta sofre.

d) Temos que eleger um governo progressista este ano ou o Conto de Aia vai se tornar real. E não basta eleger um presidente progressistas devemos eleger um congresso progressista para auxiliar o presidente vamos eleger deputados federais e senadores dos partidos PT Psol PC do B e Rede

Anônimo disse...

Devemos eleger mulheres progressistas para o campo legislativo. Para a Alerj temos boas candidatas Mônica Francisco Dani Monteiro Elika Takimoto Marina do MST Zeidan Rafaela Albegaria Coletivo das periferias Dani Balbi Renata Souza. Para a Alesp temos a bancada feminista e Mônica Seixas organizou o coletivo Pretas Chirley Pankara Ediane Maria Carina Vitral e o coletivo mulheres em todas as lutas e o coletivo mulheres por + direitos. Para o Congresso Nacional temos boas candidatas Samia Bomfim Erika Hilton Juliana Drummond Andrea Cassa e Jandira Feghali Carol Dartora Daiana dos Santos Fernanda Melchiona Maria do Rosário Taliria Thais Ferreira

Anônimo disse...

Vindo da Boneca inflável Bolsoshower deslumbrada com viagens, jóias, regalias, porém sempre será uma caipira estúpida e brega do interior do Rio Grande do Sul com complexo ridículo de superioridade por ter sobrenome de origem germânica, as palavras dela são para manterem as crentelhopatas evanjegues no curral, depois as mesmas se sujeitam ao matadouro com violências, abusos, humilhações resignadas, faz o mesmo a Micheque Bolsoshower. É urgente uma bancada progressista no congresso e senado, pois uma Vitória de Lula não o garantirá até o final do mandato, fiscalização e investigação em igrejas neopentecostais caça níqueis de pastores usurários é necessária também. Quer ser pastor (a)? Vá estudar teologia, tenha uma formação aí sim vai ser pastor (a) e pregar para quem quiser ouvir e não impor seu religiosismo. O que temos aí são religiosistas (religioso+vigarista ou religioso+oportunista) tipo $ila$ Maracutaia, Pedir Mai$ Cedo e por aí vai, além de tudo tem o racismo religioso que cometem contra religiões de origem africana. Ou uma bancada progressista ou o que restou do Brasil mudará de nome para TEOCRACIA CRENTELHOPATA DO EVANJEGUISTÃO.

avasconsil disse...

A História parece mais uma cebola do que uma linha do tempo. Na cebola uma camada está sobreposta à outra. Mas todas estão juntas, simultâneas. Na linha do tempo a fase posterior superou a outra, que teria ficado completamente pra trás, retiliniamente. Mas na realidade da vida, acontece a concomitância. Idade Média, Renascimento, Iluminismo, Modernidade, Pós-Modernidade, Pré-História, História, Pós-História, tudo está acontecendo ao mesmo tempo, em graus variados, aqui e acolá. A cebola ajuda a explicar melhor a realidade do que a linha. Viva a cebola!

Anônimo disse...

Caro(a) anonimuso(a) das 23:10

Aqui não tem coprófaga de misóginos não, caso você seja mulher e se sujeita a isso, problema seu, mas não queira impor esse tipo de imundice para outras mulheres.

Anônimo disse...

Fui ver o vídeo e o que ela falou não carrega todas essas conotações que estão no post...

avasconsil disse...

Ela fala com todas as letras que se o homem não maltratar a mulher, humilhar etc. e tal, e se esse homem é temente a Deus, a mulher deve ser submissa a ele. Porque afinal de contas toda mulher se submete a alguma coisa, nem que seja às leis de trânsito. Ela só faltou citar aquela frase da carta de Paulo de Tarso, de que as mulheres devem obediência aos homens, como os braços e as pernas à cabeça. Ele disse isso há quase 2000 anos, porque se a violência do homem contra a mulher ainda é grande hoje, imagina naquele tempo. Não fazia sentido a cabeça bater nos braços, nas pernas e na costela (de onde veio a mulher, né?) do mesmo corpo, num processo autodestrutivo. Na época Paulo foi até progressista. Mas durante esses anos todos muita coisa aconteceu. Outras coisas lindas que ela diz é que o Bananinha tá na política não porque ganha bom dinheiro com isso. Não só ele, como o papai dele também. Mas porque todo o clã encara a política como uma missão. Eles roubam que é uma beleza, enchem as burras de dinheiro faz é tempo, e ainda estão na política por altruísmo. Outra coisa que ela diz é que o Bananinha é inteligente. A gente vê claramente que o cara é um gênio... Da fala dela, a depender da sintonia da pessoa, não dá pra aproveitar nada. Mas se a sintonia for outra, dá pra aproveitar alguma coisa ou até tudo. Talvez a sintonia seja como orientação sexual. Não se escolhe. Ela se impõe à pessoa, mesmo às não praticantes do "pecado".

Anônimo disse...

O que aconteceu com o Dogolachan? Finalmente acabou?

Anônimo disse...

Avasconsil

Defensores da familícia Bolsoshower quando vêm aqui defecar pelos dedos é phoda, defendem o indefensável.

Anônimo disse...

Lola, o que vc acha da ordem dos Russos de retirarem as mulheres de algumas cidades, como Karkiv, onde os Ucranianos estão chegando? Eles acham que mulheres são inferiores aos homens, que mulheres não sabem se defender? Isso pra mim é machismo e misoginia. Não seria hora deles nos tratarem iguais? Nós também temos esse direito!!!

Anônimo disse...

Não vejo motivo para pânico... se Heloísa Bolsonaro conseguiu fazer 1% das mulheres cristãs serem de fato submissas no casamento, já foi um milagre.

Anônimo disse...

Querido... ela só disse que os dois estão "sob a mesma missão", que ela escolheu embarcar no projeto dele. Não é nada demais, bonito, até... s2

Anônimo disse...

Bonito para coprófaga de misóginos anônimo(a) das 22:10