sexta-feira, 25 de março de 2011

GUEST POST: VIOLÊNCIA SEXUAL E FALTA DE EMPATIA

Uma leitora de SP que prefere se manter anônima me enviou um email. Eu pedi autorização para transformá-lo em guest post, e ela aceitou. Volto a falar lá embaixo.

Terça-feira foi a cerimônia de colação de grau da minha faculdade, organizada num local completamente fora de mão para qualquer um que não vá de carro. Para qualquer outra pessoa que vá de transporte público, o único caminho possível é descer numa estação de trem e andar mais 20 minutos a pé até o local.
Como eu não conhecia nada naquela região, mas já tinha uma noção de que aquelas redondezas poderiam ser perigosas, me preveni: entrei no Google Maps pra decorar o caminho que tivesse a melhor relação de rapidez e segurança e saí de casa num horário onde ainda conseguiria chegar antes de anoitecer.
A questão é que não dei muita sorte, peguei um trânsito monstruoso por causa de um acidente no corredor de ônibus e acabei chegando na estação de trem mais próxima do local quase às 19h, dando de cara com uma rua completamente escura e deserta. Nessas horas acho que já bate um medo em qualquer pessoa, e comigo não foi diferente: apertei o passo e saí em disparada pelo caminho que já havia decorado, sempre olhando por cima dos ombros para ver se não estava sendo seguida e suspirando de alívio a cada pessoa que cruzava por mim e passava direto, sem mexer comigo ou tentar fazer alguma coisa.
Olha Lola, acho que mesmo se eu tivesse chegado sã e salva, a experiência já teria sido ruim o suficiente. Eu só cruzei com homens, afinal é muito provável que nenhuma mulher que more ou conheça aquela região se aventure por ali, e as que só passaram por lá uma vez - como eu - não voltem nunca mais. E cada homem que cruzava o meu caminho virava uma ameaça em potencial na minha cabeça. Acho que toda mulher que já teve que caminhar por um lugar sem iluminação e deserto de noite sabe exatamente do que estou falando. Eu estava aterrorizada.
Eis que de repente dou mais uma olhadinha para trás e vejo um cara logo atrás de mim, surgido de não sei onde. Bateu um pânico, eu apertei ainda mais o passo, mas não deu outra, o cara foi mais rápido, agarrou o meu braço e me puxou para perto dele. Não sei dizer se ele estava armado ou não, sei que ele encostou algo que eu julguei parecido com uma arma na minha cintura, mas até aí, com o meu conhecimento completamente limitado de armas de fogo, podia ser até um pedaço de cabo de vassoura ou uma arma de mentira.
Lola, eu já fui assaltada antes, mas essa foi a primeira vez que um agressor me agarrou daquele jeito. Preciso dizer que eu gelei?
O cara começou com um papinho de "Olha pra frente, olha pra frente, não olha pra mim não, anda com calma aí que eu acabei de fugir da delegacia, tem uma viatura atrás de mim e se eles me verem sozinho vão me pegar". Eu só assenti com a cabeça enquanto ele segurava meu braço com força e me fazia andar colada nele, como se nós fossemos um casal de namorados.
Essa tortura durou uns 5 ou 10 minutos, não sei mensurar exatamente. Enquanto a gente caminhava ele ficou me perguntando meu nome, onde eu morava, de onde eu estava vindo, para onde eu estava indo... Eu enrolei e inventei a maior parte das respostas. De vez em quando ele dava um puxão no meu braço e duas vezes eu virei por reflexo para olhá-lo. Na primeira vez ele se alterou e ficou repetindo pra mim só olhar pra frente; na segunda vez ele deu um tapa e apertou a minha bunda enquanto me chamava de vagabunda e piranha e mandava eu olhar pra frente "senão as coisas iriam acabar mal pra mim". Eu nunca me senti tão mal e humilhada em toda a minha vida e nessa hora comecei a pensar que a qualquer momento ele iria me jogar num beco e me estuprar. Fiquei tentando segurar o choro com medo dele ficar com raiva e resolver "acabar logo com aquilo", ou com medo dele ser um sádico filho da p*ta com algum fetiche em ver mulher chorando. Eu tentava desesperadamente achar alguma saída praquela solução, mas a rua estava deserta, não havia nenhum comércio, nenhum lugar onde pedir socorro.
Quando nós estávamos a uns 200 metros de um posto de gasolina bem iluminado, ele me fez diminuir o passo e me prensou num poste comigo de costas e foi me encoxando enquanto me segurava pelos pulsos. Nessa hora eu comecei a pensar "já era", comecei a tentar me soltar e a chorar, tentei gritar mas a voz falhou completamente, me senti miserável, com o coração saindo pela boca. Ele ficou me xingando, me mandou ficar quieta, soltou meus pulsos e mandou eu abrir a bolsa e dar o celular, abrir a carteira e dar o dinheiro que eu tinha. Não sei se alguma coisa fez o cara mudar de idéia, ou se a intenção desde o começo era só me aterrorizar enquanto ele se divertia com isso, mas ele me liberou e me mandou continuar andando sem olhar pra trás.
Eu não tenho nem palavras pra descrever o medo, o pânico, a sensação de terror e impotência. Fui andando cada vez mais rápido até que saí correndo que nem uma louca, e três quarteirões depois já estava no local da cerimônia de colação. Acho que o choque me fez fazer as coisas no automático, vestir a beca, tirar as fotos... Só quando finalmente encontrei alguns colegas de sala (todos homens) e um deles perguntou se eu estava bem é que consegui dizer "fui assaltada". Isso mesmo, eu disse que fui assaltada, e não que um completo estranho se aproveitou de mim E me assaltou. Não sei porquê mas não tive coragem, estava me sentindo suja, horrível, miserável e muito mal comigo mesma por um estranho ter se aproveitado de mim daquele jeito.
E as reações foram muito diferentes do conforto que eu esperava e precisava naquele momento:
"Não foi nada de mais."
"Acontece com qualquer um."
"Ah, mas aqui é perigoso mesmo."
"Tá vendo, ficou dando bobeira."
"Você devia ter tomado mais cuidado."
"Você devia ter feito outro caminho."
"Você devia ter pego um taxi da estação até aqui."
"Ah, mas você é mulher."
De repente toda a culpa do acontecimento virou minha. É muito mais fácil colocar a culpa na vítima, não é? É muito fácil cruzar os braços, vender sistemas de alarmes, câmeras de segurança, cercas elétricas, dizer que o mundo é "assim mesmo" e falar que quem tem a casa invadida é porque não se preveniu o suficiente.
Imagino que se eu tivesse dito que o cara me deu um tapa na bunda e me encoxou, provavelmente iriam perguntar o que eu estava vestindo
E dizer que "acontece com qualquer um" é a pior falácia de todas. Todas as minhas amigas, sem exceção, já foram assaltadas mais de uma vez ou já sofrerem algum tipo de violência na rua. Em contrapartida eu nunca vi NENHUM amigo homem sofrer o mesmo tipo de violência. Não que homens não sejam assaltados ou não sofram violência, mas é muito mais fácil pra algum mal-intecionado abordar uma mulher sozinha que já morre de medo o tempo inteiro de sofrer alguma violência sexual, do que um cara que ele não sabe se vai querer ou não meter a porrada nele. Parece que as pessoas são míopes e não conseguem exergar o óbvio.
Eu não sei quem inventou a frase "todo o cuidado é pouco", mas a verdade é que pra nós mulheres todo o cuidado NUNCA vai ser o suficiente. Me revoltam essas pessoas que ficam querendo jogar a culpa na vítima ou que insistem no "poderia acontecer com qualquer um". Como é difícil fazer as pessoas verem além do senso comum e se empatizarem... Parece que só quem é mulher consegue se solidarizar e empatizar de verdade (e olhe lá!).
Depois dessas pérolas não tive coragem de contar pra mais ninguém toda a história, mesmo pras únicas pessoas que se mostraram verdadeiramente solidárias e não apontaram o dedo na minha cara: uma garota da minha sala que era da minha turma e os meus pais e parentes que estavam na colação.
Só no dia seguinte, depois de absorver melhor o fato, é que consegui contar essa história inteira pras minhas duas melhores amigas, que me entenderam e me apoiaram, e sinceramente, acho que só conseguiram fazer isso porque são mulheres e sabem o terror que é a ameaça de sofrer alguma violência sexual.
Desculpe o texto longo, Lola, mas eu precisava mesmo desabafar.

Agora sou eu (Lola). Fiquei indignada com este relato. Homens, só porque vocês têm o privilégio de não passarem por isso não quer dizer que não devem acreditar na gente quando dizemos: a ameaça de violência sexual está sempre presente na vida das mulheres. Sempre. Ainda mais numa rua deserta e escura. Como disse a leitora, homens também são assaltados e sofrem violência, mas ela raramente é sexual. Enquanto que pra mulher a violência raramente não é sexual. Dá pra entender a diferença? Dá pra se colocar no nosso lugar? Li uma vez, já faz tempo, que é uma tática de alguns assaltantes incluírem algum componente de violência sexual quando fazem de mulheres suas vítimas. Desta forma a vítima se sente envergonhada ou culpada e não dará queixa. Sim, vivemos numa sociedade em que uma mulher que foi estuprada ou abusada sexualmente é vista como suspeita, quando não automaticamente culpada pela violência que sofreu. Além do mais, uma vítima que passa pelo que passou a leitora sentirá um grande alívio por não ter sido estuprada. Ficará com a sensação de que poderia ter sido muito pior, e assim não denuncia. Vivemos num mundo feito inteirinho para que não denunciemos quem nos agride. Mas o que me choca mais é a falta de empatia. Uma mulher ser abordada à noite é sempre traumático. E o pior é que se a leitora tivesse contado tudo que aconteceu pros seus colegas eles falariam exatamente a mesma coisa: “Você devia ter tomado mais cuidado”. A culpa é nossa. Quem mandou nascer mulher?

178 comentários:

Lord Insanus disse...

PORQUE POR MAIS QUE A LOLA DIGA QUE O FEMINISMO NÃO É SER CONTRA OS HOMENS EU VEJO EM CADA POST DELA A FRASE ESTAMPADA: "O MAL DO MUNDO SÃO OS HOMENS".

Denise Akemi disse...

o mal do mundo não são os homens, mas a mentalidade masculina machista que ainda predomina!

Gabriele disse...

Lord Insanus, não vejo a Lola condenando homens, e sim a "educação" machista vigente, que torna coisas inaceitáveis aceitáveis, que ameniza e banaliza as injustiças e violências contra a mulher e tentam ridicularizar movimentos como o feminismo. Tente ler com mais atenção e reflita de forma mais crítica e aprofundada.

Pentacúspide disse...

Pois, secundo-te, Insanus. Prova disso neste post:
...Só quando finalmente encontrei alguns colegas de sala (todos homens)...

...E o pior é que se a leitora tivesse contado tudo que aconteceu pros seus colegas eles falariam exatamente a mesma coisa: “Você devia ter tomado mais cuidado”. A culpa é nossa. Quem mandou nascer mulher?...


Entretanto, não indo por aí, por que raio acham que a violência sexual é pior do que outras espécies de violência? É claro que as mulheres são mais propensas a serem violadas... ah, não vou voltar a isto.

Lamento o que aconteceu à leitora, mas não por eu ser homem e por ter sido feito por homem, mas porque é um acto violento. E nem estou a tentar minimizar o trauma que sofeu, mas eu já fui por duas vezes assaltado e tenho um corte debaixo do olho que me lembra sempre disso (quase que me deixavam zarolho), e, pasmem-se (e aprendam), na segunda vez aconteceu porque uma rapariga me pediu para ajudá-la com algo e fui ter com ela, sem saber que ela era apenas o isco, pois na minha terra nunca ouvira falar de mulheres que assaltam. E quando contei lá em casa o que me tinha acontecido, também ouvi: mas tu não sabes que aquela rua é perigosa?
Mas dizer que não havia empatia nessa fala seria mentir, pois a empatia manifesta-se na voz.

Não pretendo promover uma guerra do sexo, apenas dizer que a violência magoa e muito, pois passei meses lembrando daquele momento e mudando os acontecimentos na minha mente. A rua escura e isolada é perigosa para todos, enquanto nós, homens, nos preocupamos mais com a nossa integridade física, vocês acrescentam a isso a integridade sexual, mas se formos violentados, ambos sofremos.

Lord Insanus disse...

ENGRAÇADO, ENTÃO PORQUE NÃO VEJO NOTÍCIAS COMO ESTA AQUI NESTE HUMILDE BLOG:

http://www.saiunojornal.com.br/video-funkeira-mae-loura-veronica-costa-tortura-marido-m.html


O pai do empresário Márcio Costa, o aposentado Felicíssimo Costa, disse, no início da tarde desta quarta-feira, que a sua família está “horrorizada” com o estado de saúde do empresário. Márcio está sendo atendido no Hospital Pasteur, no Méier. O empresário acusa a mulher, a funkeira Verônica Costa, de tortura e tentativa de homicídio.

De acordo com Felícissimo, o filho está com queimaduras de terceiro grau pelo corpo. Os ferimentos teriam sido causados pelo irmão, a irmã, o cunhado e o padrasto da funkeira, além da própria Verônica. Ele conta que o empresário ficou quase 22h sendo torturado.

- Estamos horrorizados pelo grau de brutalidade dela e da família dela. Nunca vi uma coisa dessas – disse.

Felicíssimo conta ainda que Verônica chegou a ligar para o celular dele, na noite desta terça-feira, para lhe oferecer uma casa em troca do silêncio da família.

- Ela disse que já estava comprando uma casa pra mim e pediu que eu não fosse até a polícia – contou.

A funkeira Verônica Costa ainda não foi localizada.

Niemi Hyyrynen disse...

E não é só na calada da noite não que acontece essas coisas!

Na luz do dia tb e em ruas movimentadas.

Faz um mês ja que eu estava subindo o viaduto Maria Paula indo em direção a Sé e um morador de rua veio do nada, me pegou pelo cabelo e me prensou contra a grade gritando para eu passar a bolsa e se eu não fizesse isso ele ia me jogar do viaduto! Ele ia me matar!

Eu comecei a chorar pedindo pra ele não fazer isso, um monte de gente ficou olhando a cena e não fizeram nada! Ninguem ligou pra policia, nada.

No fim o FDP saiu saltitando gritando "é pegadinha, é pegadinha", pulou o canteiro e saiu correndo pela rua dando risada.

aposto que ele fez isso comigo só pq sou mulher ¬¬ queria ver se ele faria uma "pegadinha" dessas com um marmanjo.

Shiryu de Dragão disse...

Lola, me desculpe...
Mas a autora do texto é tao bobinha, tao inocentinha.... parece uma criancinha mimada!
Se eu for numa savana africana a pé e for atacado por um leao, a culpa é do leão?
Pelo amor de god, ne? Vcs tem que saber diferenciar o perigo do risco. O perigo do estupro sempre vai existir mas a vitima pode diminui-lo o risco dele acontecer.
Ela sabia que a rua era perigosa, entao pq nao rachou a conta do taxi com alguns amigos.... E ainda vem botar a culpa em todos os homens!
Me admira saber que vcs nao sao lesbicas.
Entao q vcs nao elegem bons politicos para acabar com essa bandidagem? Ou alguem é estuprada em Viena ou Genebra ou Sidney?

Niemi Hyyrynen disse...

Ah e ainda tive que ouvir de um senhor que veio me "socorrer"depois que o cara tinha ido embora.

-Mas tb pq vc veio andando pela beirada?Na proxima vê se caminha mais pra cá (para o meio).

¬¬

Niemi Hyyrynen disse...

Nossa Shiruy cala a boca!!!

Bem que vc poderia ir para uma savana na africa e ser atropelado por um monte de rinoceronte.

Essa sua falacia é tão mesquinha! Será que nós mulheres não temos direito de ir e vir não? Já pensou no absurdo que é, termos que nos preocupar com horários de andar na rua?

Ja viu algum homem com medo de andar numa rua as 19hrs? Pq será?

Que dizer então que vc acha bonito que uma mulher tenha que ficar gastando dinheiro com taxi para "diminuir riscos", daqui vai ter algum idiota igual vc vir me dizer que nem de taxi se deve andar, afinal é culpa da mulher ser aventurar a pegar um, vai que o homem coitado é um estuprador...ó dó.

Vê se vc se enxerga moleque!

Caroline J. disse...

Ou seja, um homem atacar sexualmente uma mulher q tá andando sozinha na rua é tipo um leão na savana, entenderam? O risco é seu. A culpa não é do leão, é tipo, natural, né. Leões fazem isso mesmo, é instinto. Igual homens. Não tem como evitar, eles vão atacar e estuprar as mulheres mesmo. Cabe às mulheres então viver com medo, se cuidarem, se resguardarem, não poderem andar na rua em paz, não terem o direito de ir e vir em segurança. Se algo acontecer, a culpa é delas, pq pô, sair sozinha na rua... tá pedindo, né?!

Ah, e é culpa dos políticos! Po, a gente não vota nos políticos certos, aí os homens continuam fazendo essas coisas!

O avatar desses machinhos palhaços aí é de desenho japonês, olha q coincidência... será q são amiguinhos?

Lord Insanus disse...

E porque nós homens não temos o direito de andar em lugares escuros sem sermos assaltados por outros homens?

Caroline J. disse...

Uma moça no twitter até fez um ótimo comentário: se for assim, seguindo essa linha de raciocínio, então deveríamos manter os homens presos em jaulas, ou longe da civilização. =)

Caroline J. disse...

Lord Insanus, qtos anos vc tem, 12?

Gabriele disse...

Realmente, o mundo é violento com todos. No entanto, a carga sobre a vítima mulher acaba sendo maior, pelo risco da violência sexual - e, apesar de ser também violência e causar sofrimento, a sexualidade envolve questões ainda mais íntimas e complexas. Não estou querendo comparar desgraça, mas é que esse É um elemento diferenciador.
Ao jogar grande parte da culpa sobre as vítimas, independente de ser homem ou mulher, ajudamos a "naturalizar" a criminalidade, como andar na savana de leões. É "inevitável". Parece que simplesmente se conformar vale mais a pena do que se esforçar para mudar a realidade, mesmo que em pequenas atitudes.
E, Lord Insanus, quem disse que os homens não tem o direito de andar em lugares escuros sem serem assaltados por outros homens?

Lord Insanus disse...

Olha que primores de argumentos, percebam a profundidade do raciocínio da moça:

"O avatar desses machinhos palhaços aí é de desenho japonês, olha q coincidência... será q são amiguinhos?"

Realmente eu tenho pinto pequeno, se isso te deixa mais feliz.

"Lord Insanus, qtos anos vc tem, 12?"


Talvez!

Thiago Pinheiro disse...

Acho que as lembranças sobre as condições de riscos assumidas e falas que tentam minimizar o ocorrido não são necessariamente demonstrações de que as pessoas não tenham empatia com uma vítima. Lembro-me de uma estória que me contaram de um adolescente que sob o domínio de um meliante teria cruzado por vários colegas e por mais que o medo tomasse sua face ninguém sequer desconfiou que acontecia qualquer coisa de errado.

Lord Anderson disse...

Os comentarios do Shiryu e do Insanus são bem sintomaticos num post cujo titulo fala justamente da falta de empatia...


E Insanuns vc marcou bem.

HOMENS atacados por OUTROS HOMENS...

Seguindo a logica que vc usou com a Lola, vc tb esta dizendo que os homens são o mal do mundo.

E só p/ completar, pq reclamar com feministas sobre ataque causados por homens???

Lord Insanus disse...

Perdão Thiago, ser assaltado E COM A POSSIBILIDADE DE SER MORTO É MENOS CRUEL QUE SER ESTUPRADO SÓ PELO FATO DE VOCÊ SER HOMEM? EXIJO O DIREITO DE ANDAR EM LUGARES ESCUROS SEM SER ASSALTADO E POSSIVELMENTE MORTO POR OUTROS HOMENS.

Caroline J. disse...

Lord Insanus, seus argumentos e raciocínios tbm não ficam mto atrás dos meus não ;)

Lord Insanus disse...

"Lord Insanus"

Nunca disse que sou o inteligente ou coreto em tudo. Apenas estou tentando expor que todos corremos riscos ao andar em lugares perigosos, sejam homens ou mulheres.

Admin disse...

Fico compadecido com essas historias.

Não sei como tem homens que não entendem, não tentam imaginar um mundo virtualmente mais perigoso, (digo no sentido de tentar simular a experiencia do outro, sendo que não tem a possibilidade de vive-la, ja que o risco é bem REAL e CONSTANTE).

Eu fico horrorisado msm, sei que o maximo que posso fazer é conversar sobre o assunto e tentar criar uma consciencia em outras pessoas.

A mulher deveria ser sentir segura para caminhar por qualquer via em qualquer hora, e não sei como tem homens que não enxergam algo tao obvio.

Uma vez desci da lotação a caminho de casa, onde o unico caminho é passar por uma vielinha, comigo desceu uma moça muito linda msm, eu fiquei meio embasbacado por ela..rs mas eu não a fiquei encarando, imaginei que ela tava morrendo de medo, dava pra perceber, no fim da viela virei a esquerda (o caminho era à direita) e ela seguiu na frente virando a direita, fiz um caminho mais comprido para ela se sentir aliviada, não fez mal nenhum pra mim e acho que muito bem pra ela...

MAs tem gente sem noção msm, outra vez por essa mesma viela um rapaz estava com uma arma na mão!

Eu subia mais uma moça, o cara gritou pra gente não ter medo pq ele não ia fazer nada...(sei, claro).

Foi muito sorte ele não nos ter assaltado. Mas foi assustador de verdade.

Lord Insanus disse...

"Lord Anderson"

Se você leu esta notícia:

O pai do empresário Márcio Costa, o aposentado Felicíssimo Costa, disse, no início da tarde desta quarta-feira, que a sua família está “horrorizada” com o estado de saúde do empresário. Márcio está sendo atendido no Hospital Pasteur, no Méier. O empresário acusa a mulher, a funkeira Verônica Costa, de tortura e tentativa de homicídio.

De acordo com Felícissimo, o filho está com queimaduras de terceiro grau pelo corpo. Os ferimentos teriam sido causados pelo irmão, a irmã, o cunhado e o padrasto da funkeira, além da própria Verônica. Ele conta que o empresário ficou quase 22h sendo torturado.

- Estamos horrorizados pelo grau de brutalidade dela e da família dela. Nunca vi uma coisa dessas – disse.

Felicíssimo conta ainda que Verônica chegou a ligar para o celular dele, na noite desta terça-feira, para lhe oferecer uma casa em troca do silêncio da família.

- Ela disse que já estava comprando uma casa pra mim e pediu que eu não fosse até a polícia – contou.

A funkeira Verônica Costa ainda não foi localizada.


EM QUE UM HOMEM FOI VÍTIMA DE VIOLÊNCIA POR UMA MULHER E ASSECLAS VOCÊ ENTENDERÁ MUITO BEM QUE EXISTEM MÁS PESSOAS E A MOÇA FOI VÍTIMA DE VIOLÊNCIA NÃO PORQUE OS AGRESSORES ERAM HOMENS MAS PORQUE ERAM MÁ PESSOAS E MÁS PESSOAS EXISTEM AOS MONTES E NOS DOIS SEXOS.

Lord Insanus disse...

"A mulher deveria ser sentir segura para caminhar por qualquer via em qualquer hora"

E OS HOMENS NÃO?

Caroline J. disse...

Lord Insanus, todos corremos risco. Só q o risco corrido pelas mulheres é diferente do dos homens.

Lord Insanus disse...

Enfim o que critico neste blog é o simples fato de a mulher aparecer sempre como vítima seja de preconceito, violência e etc. e o homem aparecer sempre como o agressor o ser humano imperfeito e personificação do mal.

Lord Anderson disse...

Sim, verdade.

Existem pessoas crueis em ambos os generos, ninguem nunca negou isso nesse blog.

Mas a violencia sexual é algo praticamente restrito a mulheres e aos homosexuais.

E outra, vc viu que um dos temas do post foi justamente sobre a falta de empatia que muitos tem pelas mulheres vitimas?

quantas vezes, quando acontece um estupro, a vitima ainda tem que ouvir que ela provocou, que a roupa era curta demais, etc...

muitos homens acham o estupro algo "normal" e a mulher é que tem que ter o trabalho de cuidar.

e veja que vc citou um caso.

comparece com as noticias só dessa semana de ataques de homens contra mulheres.

O caso do estudante que esfaqueou uma moça pq ela não o aceitou como namorado

ou o sujeito que tentou enforcar a ex dentro do elevador.

e muitos, muitos outros,

vc não acha que essa diferença de proporção não diz nada?

Lord Insanus disse...

Carol, você valoriza a vida? Todos corremos risco de morrer em um asalto ou em um ato violento, você está dizendo que um homem corre menos risco(se for isso me explique o porque), ou que a vida de um homem é menos importante?

Thiago Pinheiro disse...

Eu não comparei um simples assalto de um rapaz ao medo que as mulheres tem em ser violentadas. Apenas expus um exemplo sobre a empatia. Alguém que eu conheça passaria por mim temendo a vida sem que eu desconfie? Foi essa a minha inquietação. É claro que há uma questão de gênero sobre os medos no espaço urbano. Não sou insensível a isto.

Gabriele disse...

Lord Insanus, é óbvio que existem más pessoas praticando coisas ruins independente do gênero.
Mas a cultura é algo que pode aumentar o número de pessoas ruins no mundo. E isso inclui a cultura machista. É como a clássica história do nazismo: várias pessoas boas foram sendo moldadas e manipuladas pela cultura nazista até chegarem ao ponto de se tornar verdadeiros monstros, pois passaram por uma "naturalização" da violência e do preconceito.
Os altos índices de violência sexual no Brasil tem muita influência da cultura machista. Você não acha válido refletir sobre isso?
Ninguém aqui está dizendo que o homem não sofre violência. Mas olhe o nome do post: VIOLÊNCIA SEXUAL E FALTA DE EMPATIA. O que está sendo discutido não é a violência em geral, e sim uma violência específica, que ainda é forte no Brasil e envolve muitas questões culturais.

Lord Insanus disse...

"Eu não comparei um simples assalto de um rapaz"

Tá Thiago eu utilizei o termo assalto, mas pense comigo uma vítima de assalto não corre nenhum risco de ser morta se não for o que me garante isso? O MESMO NÃO É UM ATO VIOLENTO QUANTO QUALQUER OUTRO?

Lord Insanus disse...

Gabriele, então esteato criminoso foi fruto da "cultura machista"? com base em que você afirma isso? Todos os machistas são criminosos que saem por aí assaltando pessoas?

Lord Anderson disse...

Insanuns, serio

vc leu o titulo do post?

pq, sem ofensas, mas parece que vc não esta discutindo o mesmo tema.

ou simplesmente tem uma ideia fixa e não quer refletir sobre ela.

Lord Insanus disse...

a frase do dia "a violência sexual é culpa da cultura machista" é, todos os machistas são estupradores. Meu avô que viveu em uma "sociedade machista" também era?

Anônimo disse...

Olá, sou a autora do relato.

Lendo os posts do Lord Insanus e do Shiryuu a única conclusão que consigo chegar é: ou eles não leram o post, ou tem sérias dificuldades com interpretação de texto...

Não confundam empatia no sentido de se PREOCUPAR com a pessoa com a empatia de tentar ao menos ENTENDER a situação que a pessoa vivenciou.

Dois desses meus colegas considero bons amigos e sei que eles se preocuparam, mas ainda assim assumiram que a culpa do ocorrido foi minha e diminuiram o fato.

Aliás, uma coisa que eu não entendo, ao mesmo tempo que "o mundo é assim mesmo" e "isso acontece com todo mundo", a culpa continua sendo minha porque "eu sou mulher" e por isso "preciso tomar mais cuidado que o normal". Contraditório, no mínimo.

PS: Obrigada aqueles que entenderem a apoiaram, mais tarde vou responder os comentários com mais calma.

Lord Anderson disse...

Perai insanus.

serio que vc não acha que a violencia sexual tem a ver com cultura machista???

tem a ver com o que então?

e outra, inverta a sua pergunta

"todos os estupradores são machistas"?

ai a resposta é um grande SIM.

ou vc discorda?

Lord Insanus disse...

Lord Anderson,

Como tenho meu ponto de vista e VOCÊ TEM O SEU, QUE ALIÁS EU RESPEITO AO CONTRÁRIO DE MUITAS PESSOAS NESTE BLOG QUE NÃO RESPEITAM O MEU (INCLUSIVE A AUTORA DO MESMO), acho que ninguém vai conseguir convencer ninguém e por isso vou almoçar. E depois estudar, minha quota de conversas infrutíferas por hoje acabou. Bom almoço e bom final de dia para você e para todos deste blog.

Gabriele disse...

Lord Insanus:
Claro que não e em momento algum eu escrevi isso. Eu teria de expor uma série de conceitos de psicologia social aqui para esclarecer plenamente o que quero dizer com meu comentário. Mas não tenho tempo pra isso, então vou tentar resumir:
as expressões de violência de uma sociedade sofrem influência sociocultural. Se o agressor da moça chama ela de "vagabunda", isso não saiu do nada. No entanto, não se pode dizer que o ser humano é movido apenas por cultura (apesar dela ser importante) e mesmo a cultura da nossa sociedade não é homogênea. Não se pode ignorar as variáveis individuais nem os diferentes graus que o machismo ocupa em diferentes ambientes. Mas algumas culturas estimulam o aparecimento de agressores com determinados tipos de manifestação violenta, e o machismo é uma delas.

Niemi Hyyrynen disse...

Sempre assim quando vêem que seus argumento não valem uma moeda furada dizem "não adianta nada levar isso aqui adiante"

Boa batida em retirada Lord Retardado!

Daní Montper disse...

O Shiryu de CDZ, se existisse, morreria de vergonha por alguém usar sua imagem para escrever tantas asneiras - ou mandaria um 'cólera do dragão' para limpar o nome...

Voltando ao que interessa, fico sensibilizada com casos de violência, mesmo um simples furto, não gosto de ouvir "deu mole" e coisas piores, acho absurdo jogarem a culpa na vítima - quando, por exemplo, alguém é assaltado em um local perigoso e todos falam "mas não sabe que lá é perigoso?, quem mandou andar com relógio/celular/etc lá?" Ou seja, você não pode usufruir de seus bens quando, como e onde quiser, pois, se for assaltado a culpa será sua. Até em delegacia ouvimos pérolas quando somos assaltados.
No caso da violência sexual, acho que não existe humilhação pior, ainda mais quando você sabe que será julgada por ter sido vítima desse tipo de violência.

Sobre empatia, tem gente que não a tem nem pelos familiares, que dirá com desconhecidos, e isso é algo de profunda tristeza para mim - tudo vira piada ao invés de haver indignação.

No mais, acho que a convidada escritora deveria procurar ajuda psicológica, pois é bem provável que tenha episódios de ansiedade e pânico ao andar pelas ruas. Sério, procure ajuda e não deixe que te façam sentir-se culpada. Tens a minha solidariedade. Abs.

Jac disse...

Impressionante como os homens que estão comentando aqui NÃO QUEREM ENTENDER.

Um diz que estamos aqui falando mal de HOMENS (de forma geral).

Aí outro diz que é nossa culpa por sair de casa e ir numa savana, porque homens são tão irracionais quanto um leão.

Sério, Lord Insanus, quem mais ofendeu os HOMENS aqui foi outro homem.

E vou repetir o que todo mundo falou aqui, mulheres e homens podem ser assaltados? Sim.

Supondo que mulheres são mais frágeis, elas tem mais chances de assalto? Sim.

Mas a questão é que não é "só" o assalto. Um bandido que tenta assaltar um homem não fica se esfregando nele. Não aperta a bunda dele. Não estupra ele.

E com relação a matéria da funkeira que torturou um homem, é o que a Lola já escreveu em outro post. Homens sofrem violência? Sim, mas isso não é um problema social (ou seja, a sociedade não incentiva isso - são casos muito isolados). Quantas, QUANTAS, QUANTAS mulheres não sofreram violencia domestica? Minha mãe já sofreu e eu presenciei quando criança ainda.

Será que você nunca ouviu falar de mulheres que são mantidas em cativeiro para "fins sexuais"? E sobre mulheres que foram torturadas?

Se quiser sair um pouco do seu mundinho de homem, que tal ler a história de Junko Furuta (http://mrdiggs.wordpress.com/2010/02/14/o-assassinato-de-junko-furuta/) e se por no lugar dela???

Isso pq é uma história com grande repercussão, mas existem tantas outras não-contadas, não-denunciadas e que nunca vão endossar os números oficiais de violencia contra a mulher (como a da minha mãe).

É tão deprimente ver um post reclamando sobre essa culpa que jogam nas mulheres qdo sofrem uma violencia como essa e surgem seres com a CARA DE PAU de ainda botar a culpa na vítima (só faltou perguntar se ela não tava de saia curta e decote).

Ps. Acho interessante ressaltar que o local era horrível para quem não vai com carro. Reparem aí que também há um preconceito de classe. Será que quem tinha seu carrinho (provalmente ganhado dos pais - ja que era uma turma de formandos) estava preocupado se o local era seguro, se tinha meios de transporte publicos para chegar? Ou só se preocuparam se tinha lugar para estacionar o carro?

Jac disse...

Vi agora o novos comentários do Insano. Vou tentar deixar mais claro:

Chances de ser assaltado:
(X)Homens
(X)Mulheres

Chances de ser morto:
(X)Homens
(X)Mulheres

Chances de ser estuprado:
( )Homens
(X)Mulheres

Será que um homem desconhecido enfiando seu pênis dentro de você de forma violenta e contra sua vontade é algo tão simples e corriqueiro para você que nem merece mínima consideração?

(Sim, o comentário foi meio homofóbico, mas não é a intenção)

anachan disse...

Assim, de boa. Essa falta de empatia com os outros eu vejo que é geral no mundo, não se restringe apenas as mulheres. As frases que ela ouviu, HORRIVELMENTE INSENSIVEIS, SIM, já presenciei serem ditas tanto para homens quanto para mulheres em diferentes situações de VIOLÊNCIA GERAL. Reduzir a dor do outro é MAL HUMANO, não mal de gênero.
Por outro lado, seria LINDO se esse discurso do direito de ir e vir e o escambau fosse válido, mas no nosso Brasil, no mundo no geral, não é. Esse mundo é violento, cheio de ameaças a cada esquina,e podemos minimizar os riscos, mas não mudar o mundo do dia pra noite. Enquanto for assim, HOMENS e MULHERES estão sujeitos as mais terríveis situações.
Então, em vez de ficar discutindo quem 'merece mais atenção quanto a violência' e que tipo de violência é mais ou menos terrível, porque não tentamos nos melhorar enquanto SER HUMANO, já que homens e mulheres são apenas dois lados da mesma moeda, com fronteiras cada vez mais sutis, inclusive?
Creio que a falta de empatia nesse caso é o pior agravante. Ninguém espera que um mal elemento fugido da cadeia vá ser gentil, mas pessoas educadas, instruídas e a princípio 'amigas', censurando uma vítima ao invés de conforta-la, não são melhores do que o próprio agressor, talvez pior, já que também entram a hipocrisia e o cinismo na equação.
E agora uma opinião pessoal, eu sou mulher, mas acredito que o feminimismo muitas vezes peca na FALTA DE EMPATIA com os homens também. Se eu fosse homem, me sentiria meio mal também lendo algo que desse a entender que o sofrimento feminimo é pior do que o masculino. Não acho que o post passe isso, mas em alguns leitores, vi isso acontecendo - o que é grave, pois, também, de certa forma, utilizar o sofrimento de alguém para levantar uma bandeira ideológica também pode ser muita FALTA DE EMPATIA, pois não senti nenhum viés político no desabafo sincero da moça; também não o senti na Lola que o postou, mas é possível de acontecer.

Thiago Pinheiro disse...

Ainda para continuar sobre o porquê dos alertas e comentários sobre riscos não serem meramente falta de empatia e em grande medida fruto do que poderia ser visto como uma verdadeira cultura do medo que assistimos. Somos todos cobrados para para que sejamos proativos para nos proteger. Eu já perdi a conta de vezes que alguém me instruiu como me movimentar pela cidade para que o pior não aconteça. Agora me permitam provocar. Uma comentou haver um preconceito de classe por se marcar em uma localidade que as pessoas deveriam ter carro para chegar lá? Ora o preconceito de classe não é atribuir ao local o estigma de intransitável?

Jac disse...

Ana-chan, o que o post quer dizer é que a culpa dessa violencia é do MACHISMO. Machismo não tem gênero.

Por exemplo no caso do po-ia de mulher comentando da roupa da outra? Poderiam ser mulheres comentando que ela devia ter mais cuidado. Mas no caso, as mulheres que ouviram o relato foram um pouco mais solidárias pq sabem que elas estão vulneráveis a esse risco também (assim como aqui nos comentários a maioria das mulheres apoiaram a moça, já a maioria dos homens veio distorcer as cosias - exceção do Lord Anderson que entendeu o sentido do post!!!)

Ana-chan, o mundo é violento sim! Mas é MAIS violento se você for mulher, negro, homossexual.

Jéssica disse...

ana-chan,

perseguição + medo + assalto + chance de morte + pequena chance de atentado sexual = O sofrimento que os homens passam

perseguição + medo + assalto + chance de morte + certeza de atentado sexual + chance de estupro + probabilidade mais alta de tudo isso acontecer porque mulher é um alvo preferido = O sofrimento que uma mulher passa

Desculpe minha sinceridade, mas o sofrimento de uma mulher na situação de "rua escura e deserta" é sim maior que o do homem, porque há mais fatores envolvidos.

Já passei pela situação de querer igualar todos os problemas que homens e mulheres têm tentando ser mais justa. Mas percebi que é besteira, porque a violência e a chance de violência que uma mulher sofre é simplesmente maior.

Jéssica disse...

Acrescentando: Não só mulheres, como negros, homossexuais e qualquer um que visivelmente esteja fora do padrão da sociedade.

Acho isso bastante óbvio, mas acho bom deixar claro para que não se fique perdendo tempo com "guerrinha de sexos".

Jac disse...

Thiago Pinheiro

"Uma comentou haver um preconceito de classe por se marcar em uma localidade que as pessoas deveriam ter carro para chegar lá? Ora o preconceito de classe não é atribuir ao local o estigma de intransitável?"

Com licença, quem falou aqui em local intransitável? Só você. Veja a descrição no post "local completamente fora de mão para qualquer um que não vá de carro".

Em algum momento a autora comentou algo como "bairro pobre"? "Perto da favela"? É VOCÊ quem está assumindo isso.

E o local não é "intransitável" (você deve ter pensado no conceito de "difícil acesso") porque só se chega de carro lá, mas por não haver meio eficiente de transporte público perto do local (ela precisaria caminhar mais 20min do ponto mais perto).

Anyway, seu comentário é tão mal elaborado que fica até difícil replicar.

Pentacúspide disse...

Jac,

o mundo não é mais violento se você for negro; please, nunca mais digas isso. contextualiza: diz a Europa, o Brasil, o Ocidente, mas não o mundo. Na minha terra ninguém é agredido por ser negro, porque estamos na África.

E, por favor, alguém me explique, como é que se demonstra empatia? Aceitar que as mulheres têm mais possibilidades de serem violadas é demonstrar empatia ou é simplesmente confirmar um facto?

Dizer que os homens são os problemas dos mundo por serem todos machistas é mostrar empatia?

Aliás quem seria mais empática à vítima, aquele que lhe diz: "nunca mais vá por aí que é perigoso", ou aquele que lhe diz, "tens o direito de ir por ali, vá"?

Bem o assunto já transcende a vítima, o que está aqui, como não quis dizer a Ana-chan (algum parentesco com jackie chan), é um motivo para defender ideologias.

Pelo que estou a entender o crime sexual é o pior que pode acontecer a uma pessoa. Ser violado, ter o sexo de outra pessoa dentro dele ou dela sem a sua vontade, é o máximo dos máximos das formas de violência. E ainda dizem que esse conceito de sobrevalorização de sexo é também fruto da mentalidade machista. A sério, definam-se.

Para quem me queira perguntar se eu prefiria ser simplesmente agredido ou ser violado, para assim mostrar que o pior é a violação, eu respondo já: nem um nem outro.

Mulher tem direito de andar onde quer que seja. É claro que sim, mas apesar disso mulher (leiam homens também) não deve (não confundir com não pode) andar em ruas que até mesmo os polícias evitam. Mulher deve andar sem ser incomodado. Todos devem. Mas o mundo não é perfeito.

Alguém por favor me ensina qual é a melhor maneira de chorar sobre o leite derramado. E a vítima do post me desculpe mas nenhuma das pessoas lhe perguntou sequer se fora magoada? Por mais machista, chauvinista e misógino que o homem seja ele se preocupa com a mulher perto dele.

Thiago Pinheiro disse...

Não foi no relato dela que colhi o comentário. Eu me solidarizo com ela pelo que sofreu.
Escrevestes Jac "Ps. Acho interessante ressaltar que o local era horrível para quem não vai com carro. Reparem aí que também há um preconceito de classe. Será que quem tinha seu carrinho (provalmente ganhado dos pais - ja que era uma turma de formandos) estava preocupado se o local era seguro, se tinha meios de transporte publicos para chegar? Ou só se preocuparam se tinha lugar para estacionar o carro?"
O que escrevi anteriormente lhe pareceu ininteligível? Fostes tu a falar em preconceito de classe.

Pentacúspide disse...

Como é que vocês reagiriam se fossem as primeiras a encontrar a vítima? E não se esqueçam que ela teve vergonha de contar aos outros o que passou e só disse que fora assaltada (uma coisa muito comum no Brasil, pelo que tenho lido).

Sandro disse...

É impressionante, a Lola tá perdendo a mão mesmo. A mulher dá mole de caminhar sozinha num lugar perigoso e escuro porque quis economizar uma micharia de táxi. Aí foi assaltada e a culpa é do machismo porque o bandido passou a mão na bunda dela.
Meu anjo, se você vive numa cidade violenta, tem que ficar esperta por que é assim: Deu mole, perdeu. E neste caso você deu foi muita sorte por não ter sido comida.
Espero que tenha aprendido a lição e dá próxima vez pegue um táxi.

anachan disse...

Existem milhões de coisas que podem acontecer numa rua escura e deserta,sexual ou não, seja você homem ou mulher, como o caso do moço do comentário mais acima que quase perdeu um olho. Apenas uma mulher pode entender o horror de um estupro, mas também só um homem pode entender a desgraça que seria ter o membro cortado fora, por exemplo.E isso também vai influenciar quando colocamos na balança quando falamos se tal tipo de violência é pior ou melhor - as mulheres pensam na violência sexual, os homens na violência física e nos seus órgãos reprodutores.
Também vejo isso é como uma questão de empatia, é complicado ser empático com uma situação que vc jamais passaria, mesmo as pessoas que 'tentam se colocar no lugar do outro'. Não é fácil ter tato pra isso.
Respondendo a sua pergunta, Pentacúspide, provavelmente passaria algo pela minha cabeça também algo como 'putz, mas também passar num lugar desse nesse horário', não como se a culpa fosse dela, mas a situação em si era propícia. Mas não falaria isso pra ela, provavelmente só diria algo como 'ah que horror' e perguntaria se tinham levado documento. E caso ela apenas falasse que foi assaltada, provavelmente diria que 'pelo menos ele só roubou, não fez mais nada', o que poderia ser horrível, mas eu não poderia adivinhar, não é?
Algumas vezes as pessoas formulam mal as frases também, e um comentário com a intenção de ressaltar a situação em si - noite, rua escura, Brasil - acaba se tornando em acusação de culpa da vítima, que já está fragilizada.

Jac disse...

Pentacúspide

"Na minha terra ninguém é agredido por ser negro, porque estamos na África."
-Nossa, que maravilha é a África! Não há preconceito racial aí? Ufa, ainda bem porque eu pensei que toda aquela história de apartheid na África do Sul fosse de verdade. Que bobagem minha!


"Alguém me explique, como é que se demonstra empatia?"
-Perguntando "ele tentou te violentar?" (já que a autora não contou sobre isso), "você quer ajuda para fazer um BO?" ou simplesmente comentando algo que não diga indiretamente que a culpa foi dela por ter passado alí (vcs leram no começo do post o quanto ela pensou num caminho e horário mais seguro?)

"Aliás quem seria mais empática à vítima, aquele que lhe diz: "nunca mais vá por aí que é perigoso", ou aquele que lhe diz, "tens o direito de ir por ali, vá"?"
-Seria mais empática a pessoa que entedesse a situação da vítima e tentasse ajudar. Mas não dando conselhos de forma que faça parecer que ela foi DESCUIDADA.

"Ser violado, ter o sexo de outra pessoa dentro dele ou dela sem a sua vontade, é o máximo dos máximos das formas de violência."
-Quem falou aqui que isso é a pior das violências? Ninguém! A questão não é comparar violências, e sim perceber que há violencias quase exclusivas contra a mulher. E perceber o quando a sociedade é cega para elas.

"Para quem me queira perguntar se eu prefiria ser simplesmente agredido ou ser violado, para assim mostrar que o pior é a violação, eu respondo já: nem um nem outro."
-Ah, obrigada pela obviedade. Mas você preferia ser "assaltado" ou "assaltado E (enfase no E) violado"?

"a vítima do post me desculpe mas nenhuma das pessoas lhe perguntou sequer se fora magoada? "
-Não, ninguém perguntou se ela foi "magoada" porque a resposta é óbvia demais. Ela te pareceu "não magoada" no post?


Thiago Pinheiro

"O que escrevi anteriormente lhe pareceu ininteligível? Fostes tu a falar em preconceito de classe. "
-Só me pareceu sem lógica. Eu também não tinha me referido ao local como "intransitável". Se quiser que eu lhe explique porque eu considero a escolha do local como uma demosntaração de preconceito de classe, me pergunte explicando seu raciocínio a partir do que eu disse.


ana-chan

"Apenas uma mulher pode entender o horror de um estupro, mas também só um homem pode entender a desgraça que seria ter o membro cortado fora, por exemplo"
Se por "o mebmbro" você quis dizer pênis, para pra pensar se você já ouviu falar num assalto seguido de castramento. Sério, para pra pensar!!!!!!
Se por "o membro" você se referir a hitória do olho, me diga se mulheres não tem olhos também para serem arrancados?
Me diga uma violencia que homens sejam capaz de sofrer que mulheres não na situação de assalto??????? E não me venha com castramento se não tiver uma notícia de assalto com castramento (lembrando que mulheres são castradas por questões sociais/religiosas em diversos países)

PedroYukari @snoopy_xxy disse...

Esse pensamento conformista que algumas pessoas têm com a violência no nosso mundo me irrita bastante. Parece que, para algumas pessoas a vítima sempre tem um pouco ou toda a culpa, principalmente mulheres ou homossexuais, aliás, tudo que é ou tem relação com o feminino é julgado de maneira cruel.

Outra coisa: Eu particulamente fico triste de ver trolls como o Lord Insanus e o Shiryu usando avatares de animes. Eu amo animes e mangás e não sou patético como essas duas criaturas não. Sério, esses dois são duas escórias da humanidade.Mais Nojentos que água de chorume...

Carina Prates disse...

Pessoas com a má-fé desse Sandro e desse Lord Insanus me enojam profundamente.

Carina Prates disse...

Sério gente, a moça foi assediada, quase foi estuprada, passou por uma puta situação de pânico, um puta trauma. Precisa ficar explicando? pqp, morram!

Carina Prates disse...

O mundo não precisa de mais estupradores e nem de vermes malditos que ficam justificando suas ações. Façam algo útil pela humanidade: se matem, por favor.

Pentacúspide disse...

Eu entendo-te muito bem, Ana-chan. E se calhar por empatia queriam dizer tacto (bem ainda não me acostumei ao acordo ortográfico).

Há um filme, Irreversível, com Monica Beluchi, que me publicitaram através de um vídeo que mostra uma cena de violação, (razão porque até hoje não tive estômago para ver o filme todo), não há como não sentir o terror dela, o seu sofrimento e tudo (pelo menos empaticamente), mas não pude deixar de dizer: por que ela não correu logo que ouviu os gritos da outra, porque continuou a avançar? Dizer-lhe isso logo depois, eu sei, é super-falta de tacto e insensibilidade, o que me leva a outro filme, Baise Moi, onde uma jovem conta ao irmão que foi violado e este lhe culpa a ela, e ela reagiu matando-o.

Bem, nem sei mesmo o que quero dizer com estas ilustrações.

anachan disse...

Jac, eu to falando numa boa, não fique revoltada. E se você reparar no meu post, vai ver que a questão do olho foi citada justamente pra falar sobre as coisas ruins que podem acontecer SEJA VOCÊ HOMEM OU MULHER.E não usei o exemplo do pênis para um assalto mesmo, mas justamente pra diferentes tipos de violência que podem sofrer homens ou mulheres, na questão da violação do corpo. Talvez isso não tenha ficado claro no post.

E também tenho uma pergunta pra você e pras mulheres da dicussão, já focando novamente na situação: vocês pegariam o táxi ou não? Eu sei que eu sim, com certeza, ou no mínimo tentaria que alguém me acompanhasse.

Jac disse...

Sim, ana-chan, eu entendi que vc quer dizer que assalto é uma situação de violencia que todas as pessoas podem sofrer, idependente de sexo.

Mas o que eu estou tentando te mostrar é que mulheres sofrem MAIS violencia. É o que eu tinha comentado antes:

Chances de ser assaltado:
(X)Homens
(X)Mulheres

Chances de ser morto:
(X)Homens
(X)Mulheres

Chances de ter um olhos arrancado:
(X)Homens
(X)Mulheres


Chances de ser esfaqueado:
(X)Homens
(X)Mulheres

Chances de ser estuprado:
( )Homens
(X)Mulheres

E veja que senbdo estuprada uma mulher pode pegar uma DST e engravidar. (Nota: dificilmente o estuprador vai sair em desvantagem em questões de DST aqui)

Niemi Hyyrynen disse...

Chances de ser assaltado:
(X)Homens
(X)Mulheres

Chances de ser morto:
(X)Homens
(X)Mulheres

Chances de ter um olhos arrancado:
(X)Homens
(X)Mulheres


Chances de ser esfaqueado:
(X)Homens
(X)Mulheres

Chances de ser estuprado:
( )Homens
(X)Mulheres

Chances de levar a culpa por ter sofrido um ato de violencia:

(x) Homens
(XXXXXXXXXXXX) Mulheres

Pentacúspide disse...

Jac,
como hoje estou de folga e com paciência, vou fazer taligual tu, responder ponto por ponto.

JAC
-Nossa, que maravilha é a África! Não há preconceito racial aí? Ufa, ainda bem porque eu pensei que toda aquela história de apartheid na África do Sul fosse de verdade. Que bobagem minha!

MIM
Toma atenção, África de Sul é um país e não um continente. África de Sul foi tomado por brancos dos pretos tal e qual a América foi dos índios. E áfrica costuma ser dividida em branca e negra, sendo branca a áfrica do norte, mais árabe, e negra o resto, inclusive África do Sul.

JAC
-Perguntando "ele tentou te violentar?" (já que a autora não contou sobre isso), "você quer ajuda para fazer um BO?" ou simplesmente comentando algo que não diga indiretamente que a culpa foi dela por ter passado alí (vcs leram no começo do post o quanto ela pensou num caminho e horário mais seguro?)

MIM
Jac, não sei ao certo, mas por que raio tinham que perguntar logo se foi violentada? E se quiseres saber, nem todos os assaltantes são violadores. E, experimenta perguntar em conversas ocasionais a outras mulheres se algumas vez foram violadas e regista a reacção (é claro que aquela ocasião podia ser propícia para a pergunta, e eu não quero fazer-me de advogado de ninguém, aliás se os meus amigos reagissem tão frios e literal como foi descrito eu deixava de ser amigo deles) e vais saber como pode ser embaraçoso.


JAC,
-Seria mais empática a pessoa que entedesse a situação da vítima e tentasse ajudar. Mas não dando conselhos de forma que faça parecer que ela foi DESCUIDADA.

MIM,
Concordo; mas por respeito à vítima do posto não digo mais nada.


JAC
A questão não é comparar violências, e sim perceber que há violencias quase exclusivas contra a mulher. E perceber o quando a sociedade é cega para elas.

MIM
Se as cadeias estão cheias de violadores, como consegues dizer que a sociedade é cega. A sociedade acima de tudo gosta é de punir.


JAC
Não, ninguém perguntou se ela foi "magoada" porque a resposta é óbvia demais. Ela te pareceu "não magoada" no post?

MIM
Na verdade não te entendi aqui, mas, outra vez, toma atenção: Queres dizer que a empatia não é perguntar o óbvio. A empatia não é eu perguntar ao meu sobrinho quando ele se magoa e está a chorar de dor se a sua ferida dói? A vítima acabou de dizer que tinha dois amigos ali. E caso não saibas os homens, machistas ou não, protegem as suas mulheres (pelo menos dos outros).

Pentacúspide disse...

E parem com essa merda de chance de ser "estrupada", é esse o vosso argumento último?

Nunca ouviram falar de casos de pedofilia em que a mãe força os filhos a ter sexo com outros?
É claro que não é PÉNIS da mãe que deixa marca, mas não vão dizer que ela não é também violadora.

Só as mulheres podem ser estrupadas (usualmente), mas não só elas são, e nem só os homens são estrupadores.

Anônimo disse...

Para aqueles que insistem em me acusar, dizer que eu "dei bobeira" e etc.

Algum de vocês por acaso leu a parte onde eu digo que não conhecia a região e nem o local? Eu DEDUZI que o local era perigoso, exatamente para me prevenir de algum acontecimento infeliz.

Alguém leu a parte em que eu pesquisei o caminho que parecia mais fácil, rápido e seguro?

Alguém leu a parte onde eu saí de casa com antecedência justamente para chegar antes de anoitecer?

Alguém leu a parte onde por um acontecimento excepcional e totalmente fora de controle (o acidente no meio do caminho) eu levei muito mais tempo para chegar na estação do que previra? (Foram mais de duas horas).

Alguém leu a parte onde eu digo que cheguei por volta das 19h e e não as 2 da manhã, como muitos de vocês fazem parecer? As 19h, em qualquer lugar normal ainda existe movimentação de pessoas voltando do trabalho para a casa, mas nem ao menos isso tinha naquele local, e eu ia adivinhar como?

(continua)

Pentacúspide disse...

JAC
E veja que senbdo estuprada uma mulher pode pegar uma DST e engravidar. (Nota: dificilmente o estuprador vai sair em desvantagem em questões de DST aqui)


isso quer dizer o quê? que só os homens têm DST? Que todos os violadores têm DST? Que todos os violadores não usam preservativo e têm DST?

Anônimo disse...

(continuação)

Não, não tinha NINGUÉM para me acompanhar. E não, não tinha ponto de taxi perto da estação e infelizmente eu não ando com número de central de taxi dentro da bolsa porque normalmente não saio a noite (balada e etc) então DIFICILMENTE uso esse tipo de serviço. Mas oh meu Deus, como eu sou uma garota má por isso! Uma boa mulher prevenida precisa SEMPRE andar com o número da central de taxi na bolsa, mesmo que ela não use esse serviço, e pelo menos 30 reais para conseguir pagar a corrida!

Como eu disse por email pra Lola, antes mesmo dela postar meu relato: é TRISTE ser a vítima e ainda ter que ficar se justificando.

Parem de me acusar e xinguem o filho da mãe que fez isso comigo pra variar.

---

E para aqueles que entenderam e me deram palavras de apoio e solidariedade, obrigada mais uma vez.

Pili disse...

ooh, pentacúspide. Acorda aí:

"por que raio acham que a violência sexual é pior do que outras espécies de violência?"

Pensa primeiro a violência sexual sozinha. Pensou? Somente ela já envolve de uma só vez todas as formas de violências contra alguém: é moral, física, psicológica, etc... (espiritual, né, vou lembrando)
Mas não é só isso,
a vítima tem que lidar com TUDO ao mesmo tempo. É a violência sexual e mais a humilhação, roubo, ameaças, espancamento, seqüestro, e muitas vezes morte.
Ainda não acabou.
Tem também a naturalização do crime. Tipo o que a gente tá vendo aí nos comentários!!!
Ora, numa sociedade que condena quem não se resguardou do leão-humano ao invés de condenar o agente, fica difícil reprimir o crime a ponto de prevenir a sua repetição. Aliás, vira quase um destino a ser vivido.
E a quem coube viver esse destino, hein?
Vê, até agora eu falei das conseqüências dessa barbaridade sem dirigir a nenhum gênero, tentando mostrar o horror que é fazer isso com qualquer pessoa que seja.
Mas sabemos que a maioria das vitimas de violência sexual é composta por mulheres.
Mulheres, tão somente.
Não mulheres safadas demais, nem mulheres bonitas demais, não... apenas por serem mulheres elas são o alvo mais freqüente. Mulheres de todo jeito que existe.
Ainda tá pouco pra você?
Então imagina a moça que por sorte escapa viva de um estupro.
É, é aleatório mesmo. Não é porque ela'soube lidar' com o que aconteceu, não é porque reagiu (ou deixou de reagir) assim ou assado. É por sorte.
Imaginou?
Pois bem, além de pensar se essa droga vai gerar um filho dentro dela, de ir examinar que tipo de doença ela pode ter contraído, de batalhar muuuito na justiça pra pelo menos evitar que a mesma coisa continue acontecendo com outras pessoas, e de levar pro resto da vida esse desgosto, supõe que ela também vá conversar com alguém sobre isso.
Imaginou?
Agora imagina que os ouvintes respondam com isso aí que vc falou: "aaah, mas porque que isso que te aconteceu é pior que outras espécies de violência?"
... (putz, *respira muito fundo*)
e aí?
vc consegue refletir sobre a tua própria pergunta agora?

Pili disse...

inferno, cheguei atrasada.

bom, shiryu, tua vez:

"Enfim o que critico neste blog é o simples fato de a mulher aparecer sempre como vítima seja de preconceito, violência e etc. e o homem aparecer sempre como o agressor o ser humano imperfeito e personificação do mal."

Tá.
E o que a Lola e tantos outros aqui criticam é o fato de a mulher SER muito mais vítima.
Não gostou?
Reclama, que nem a gente tá reclamando.
Mas não reclama da gente não, reclama das estruturas que reforçam isso.

Bruno S disse...

Nada como a ativa participação dos Trolls de estimação da Lola para agitar o debate na caixa de comentários de um post com um relato triste.

Deixo aqui minha solidariedade da duas vezes vítima. Sofre a violência e depois a culpabilização de nossa sociedade.

anachan disse...

h-b,

É exatamente isso, eu até cortei uma parte de um post anterior porque o assunto tinha mudado, mas discordo totalmente que haja alguma minima parcela de culpa sua nisso. Não é como se você estivesse de microsaia rebolando até o chão em um baile funk no meio da galera, estava simplesmente voltando pra casa e inclusive sabendo que a rua era perigosa, o que deixa a gente naquela tensão a cada passo. Eu não sei se é o caso, mas se teve algo nas minhas colocações que você se sentiu acusada, não foi essa a intenção. Como frisei antes, palavras são ardilosas, pela internet mais ainda, onde a entonação e expressão facial inexiste.Pode parecer fácil dizer simplesmente 'ah ela que não se cuidou', mas muitas vezes a gente toma cuidado até demais e as coisas acontecem do mesmo jeito; minha melhor amiga foi pro hospital porque um idiota cruzou a preferencial no trânsito, então mesmo ela estando 100% na lei, aconteceu uma fatalidade. Alguém vai dizer 'ah vc devia ter tomado mais cuidado'? Com certeza isso aconteceu, sempre tem alguém com empatia zero pra dizer isso (assim como alguns homens dessa discussão, sem o menor tato pra comentar um assunto, além de estarem protegidos pelo anonimato virtual).
Dificilmente eu entro em discussões de blog assim, mas seu caso me deu muita vontade de pronunciar, pois é uma situação bem comum, mas não é sempre que pode ser discutida assim. De resto, fique bem, certamente vai sair mais forte de tudo isso.

Pentacúspide disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Pentacúspide disse...

Pili,

leste os comentários antes do meu para entender o que aí quis perguntar? leste? e leste quando disse nao ser a favor de qualquer tipo de violência? leste? agora entendes o que eu perguntei? não? ok, eu perguntei se a violência sexual é mesmo a pior que existe ou se é a "sociedade machista" que diz que ela é, razão por que as mulheres têm vegonha de confessar que foram "fodidas" por estranho, mesmo sem consentimento e não apresentam queixa. Há vários outros tipos de injúrias e humilhações violentas que as pessoas sofrem mas são minimizadas porque não tem a ver com sexo. Viste o caso de Casey Heynes, seria apenas mais um video para mostrar uma humiliação que não ofenderia a maioria por não ser sexual, achas que aquilo nao machuca o espirito, o corpo, a psique, e ate mesmo a sexualidade? E viste como ele foi tranformado em heroi por mostrar-se violemtamente a altura (eu realmenete estou com ele, apesar de dizer-me contra violencia, há sempre excepções), mas lembras-te do caso Columbine, que é o mais famoso? Pois, quando entra os dois maiores tabus, a morte e sexo, a violência toma ares extremo, mas é mesmo?

Ana Paula disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Pentacúspide, garotinho, me diz uma coisa, quantos aninhos você tem? Em que mundo paralelo você vive?

Porque ignorando as milhares de besteira que você disse, só o fato de você supor que um estuprador ou um sujeito intencionado ao estupro vai utilizar um preservativo já mostra que o seu grau de maturidade é muito pequeno.

A África do Sul é realmente um lugar extremamente pacato e sem violência racial mesmo. Milícias? Nem pensar... por favooor! Até os ingleses desaconselham a fazer safari e turismo por lá devido ao grande número de desaparecimentos de cidadãos ingleses em visitas. Isso não é fofoquinha de jornal, tenho amigos ingleses e foi deles a história, pois um pretendia fazer tal viagem.

Por que fugir do assunto do texto tão bem escrito da Lola para falar tanta besteira? Por favor, tenham ao menos o respeito pela vítima. Pensem que podia ser a mãe ou irmã de vocês.

Att

Caroline J. disse...

Para a autora do post,

Sinto mto que oq vc passou continue sendo alvo de falta de empatia e até de acusações de muitos comentadores aqui.

Eu desisti de ler e participar da discussão, mas como vi q vc também está respondendo as babaquices, só queria vir aqui e deixar meu apoio a vc. Eles podem não entender, mas mtas e mtos de nós entendemos e estamos com vc. Me sinto muito mal, revoltada, enojada, vendo a mentalidade de muitos aqui em relaçao ao q vc passou e q mtas passam. Espero que não absorva pra vc nada disso.

Um beijo.

Pentacúspide disse...

Tarja,
como disse antes, estou hoje com paciência e tempo de sobra e sem um bom livro para ler, infelizmente. E, era para te ignorar, mas por misericórdia faço-te uma explicação, visto que insististe mais neste assunto:

Eu falei que sou de África e isso não quer dizer que sou de África de Sul. Ou seja, na minha terra somos todos pretos, uns mais claros, outros mais, alguns mesmo brancos, mas ninguém é discriminado por isso.

E quando citei África de Sul e toda aquela merda de pretos e brancos foi para alguém como tu perceber o porquê de conflitos raciais ali (pelo menos em termos de cor). E vou mais além, há conflitos raciais em outras áfricas que não a de Sul, mas não porque as pessoas são de outra cor, mas porque são de outras tribos. Expliquei-me bem desta vez, suponho.

E, hey, sabes o que significa argumentum ad misercordiam? Não o uses aqui, que não faz sentido e estás a gastar a tua falácia. Estamos a discutir problemas e não a julgar a vítima (e leia vítima mesmo, não ré). Aliás como eu disse, também já fui um deste género (sem tentativa de estupro, é claro)e sei o que se sofre andando meses desconfiado da própria sombra e de qualquer barulho repentino.

lenalua disse...

Quem passou por algo parecido dá vontade de chorar ao ler alguns comentários aqui, muita falta de sensibilidade. O mais chato é o primeiro comentário que ignora todo o pesadelo vivenciado pela autora do post e tá mais preocupado repetir a bobagem que feminismo é contra os homens(!!!), é de esconder o rosto entre as mãos e pedir paciência.

e sério qual é dessas pessoas continuarem a vir aqui se discordam tanto do blog da lola?

*h-b-teste, eu sinto muito pelo que aconteceu com você de verdade, já passei por coisas parecidas e não tenho coragem de contar a outras pessoas (a não ser minha mãe) pelo mesmo motivo do post, falta de empatia (tanto por homens quanto mulheres).

e espero que os comentários não vire uma guerrinha de qual gênero sofre mais, é falta de tato com a autora do post.

Anônimo disse...

Pentacúspide

Meu querido, você não responde para iluminar-me em minha ignorância. Sabe o motivo de suas respostas? Você precisa de atenção, pois esse é o único motivo pra falar as milhares de coisas que tinham do meu comentário pra cima em uma publicação sobre um tema tão sério.

Se você já sofreu com isso, pense um pouco, ok?

Incusive, peço desculpas a autora, eu fui escrever texto da convidada da Lola e acabei deixando somente o "da Lola". Admiro muito a sua coragem de contar a história.

Fernanda disse...

Se tem algo que me enoja no Brasil eh essa sociopatia coletiva que impera em nossa sociedade, onde as vitimas sao sempre as culpadas. Na concepcao absurda dessa sociedade doente, errada eh a mulher que anda sozinha a noite (e nao o assaltante/estuprador), racista eh o negro que levanta a questao do racismo(afinal de contas pra que ficar armando rolinho com discussoes sem graca, ja que somos uma "democracia racial"?), errada eh a Geisy Arruda por ter usado o vestido pink(e nao os trogloditas machinhos da Uniban), anarquistas sao os ciclistas de Porto Alegre que deveriam ter pedido a policia permissao pra fazerem a passeata (e nao o motorista doido que passou por cima deles), e por ai vao se os exemplos.
O que ha de errado com essa sociedade? De onde esta vindo essa coisa absurda de nao ligar mais para o sofrimento alheio? Moro na Inglaterra, e por mais que aqui as coisas sejam longe de perfeitas tambem, ainda noto na sociedade inglesa um bom senso, uma vontade coletiva de fazer a coisa certa, de questionar, de discernir o certo do errado.
Adoraria voltar pro Brasil, mas tenho medo...Nao da violencia, inflacao, etc...Tenho medo de uma sociedade que esta cada vez mais ficando fundamentalista e conservadora em suas opinoes.
Mas ai leio os blogs progressistas e meu coracao se enche de esperanca :-) Ainda da pra lutar, nao da galera?
Esse eh o meu ideal, ao voltar prai...
Beijos, Fernanda

samya disse...

A violência que a garota sofreu é realmente absurda e sou completamente de acordo que isso seja fruto de uma sociedade machista onde a mulher vale sempre muito menos que o homem.
Mas sim alguns comentarios soam completamente sem nexo.
A começar pela pessoa que coloca Africa como sendo um so pais. Vi isso tantas vezes, e essa ignorância é tão cansativa. Estamos falando de um 54 ou 53 paises? Eu nunca sei, So sei que são mais de 50 realidades diferentes, é obvio que quando o teu unico parâmetro é a Africa do Sul, um pais extremamente violente contra mulheres você perde a razão, colocar todo mundo no mesmo balaio, é tão racista... E sim, muitas vezes os comentarios aqui puxam pelos cabelos, como dizem os franceses. ME faz lembrar de um post, onde a garota, diz, depois de comentar um comercial: eu não o assisti mas sou completamente de acordo com o seu ponto de vista. Como assim? Entao você engole tudo o que te apresentam? Vivemos em um pais extremamente violeto, violento contra mulheres, contra as mal chamadas minorias, contra crianças e sim, não se pode dar mole. Eu vivo numa cidade que é o fim do mundo, mas não me arrisco em bairros periféricos depois que escurece e não porque compactuo com a violência, longe de la, e sim porque evito riscos reais.

Carina Prates disse...

Pentacúspide, seu verme cínico, você seria capaz de se imaginar sendo estuprado e tendo a cara-de-pau de relativizar a violência que é um estupro? Para de mentir num assunto sério desses pra chamar atenção, para com essas suas relativizações cínicas por saber que dificilmente vc será vítima de um estupro. Vai se tratar. Eu não acredito que existem seres humanos como você, tomara que o fim do mundo não tarde.

Esses comentários ilustram muito bem a falta de empatia dos HOMENS para com as mulheres sim. Podem me chamar de odiadora de homens mas, lendo esses comentários,é nítido o ódio e o desprezo que vcs HOMENS tem contra as mulheres.
Com as suas afirmações, vocês é que se queimam e se mostram como vilões, não é preciso nenhuma feminista apontar isso, é visível pra qualquer um.

Carina Prates disse...

E antes que venha me chamar de mal-comida, histérica e odiadora de homens e o escambau: xingo mesmo, VAI RELATIVIZAR O ESTUPRO NA CASA DO CARALHO!

Jac disse...

"Toma atenção, África de Sul é um país e não um continente. África de Sul foi tomado por brancos dos pretos tal e qual a América foi dos índios. E áfrica costuma ser dividida em branca e negra, sendo branca a áfrica do norte, mais árabe, e negra o resto, inclusive África do Sul."

Hahahaha SAbia que você ia falar isso. Não foi justo VOCÊ que me falou pra contextualizar? Você me falou que na ÁFRICA não tem preconceito racial. Eu citei a África do Sul que até onde me consta é PARTE da ÁFRICA. Se há preconceito em parte da África você não pode dizer não há preconceito na África.

E até parece que não há preconceito racial na África mesmo! E as guerras étnicas que assolaram certos países da África? E se por "preconceito racial" você quer dizer "preconceito com gente de pele diferente", me conte mais sobre situação dos albinos na África. Oras, se você é da África devia estar mais consciente do que acontece no seu continente!

"Jac, não sei ao certo, mas por que raio tinham que perguntar logo se foi violentada? E"
-Porque é esse o principal risco que uma mulher corre ao ser abordada numa rua escura por um homem.

"Se as cadeias estão cheias de violadores, como consegues dizer que a sociedade é cega. A sociedade acima de tudo gosta é de punir."
-Que bom que todos os bandidos estão presos. Por isso não há mais assaltos, estupros e assassinatos no mundo.

" Queres dizer que a empatia não é perguntar o óbvio. A empatia não é eu perguntar ao meu sobrinho quando ele se magoa e está a chorar de dor se a sua ferida dói?"
-Imagine uma pessoa realmente acidentada, sangrando, com risco de vida. Você vai perguntar se ela tá sentindo dor? Não é ÓBVIO que ela está sentindo dor? Não deu pra perceber que a autora ficou magoada?



"Só as mulheres podem ser estrupadas (usualmente), mas não só elas são, e nem só os homens são estrupadores."
-Há exceções para tudo. Mas você sinceramente acha que é o mesmo número de homens vitimas de estupro do que de mulheres estupradas? A diferença é MUITO, MUITO grande e ela existe devido ao machismo (que faz crer que mulheres estão aqui para satisfazer homens e são propiedades deles)


Ana-chan, não quero implicar com você, mas logo se vê que você é meio nova no feminismo (se é que eu posso te chamar de feminista).

"Não é como se você estivesse de microsaia rebolando até o chão em um baile funk no meio da galera, estava simplesmente voltando pra casa (...)"

Não diga uma coisa dessas. Sério. Isso é botar a culpa na vítima indiretamente. Do tipo "então se a mulher estiver de decote, ela quer ser estuprada? então se ela estiver num baile funk rebolando é justificavel o estupro? afinal, quem mandou ela ir na savana e reclamar de ser comida pelos leões?"

Eu sei que você é uma pessoa bem intencionada, mas mais cuidado com suas palavras =)

---

E me perdoe h-b-teste se eu estou te ofendendo de alguma forma em insistir em discutir com certas pessoas aqui.

Sandro disse...

O que faltou neste dia não foi passeata de feminista e nem queima de sutien em praça pública. O que faltou foi policiamento e bom senso da nossa amiga que se aventurou sozinha num lugar perigoso e desconhecido.
Mas veja bem, se no dia da colação de grau, ela não tinha nem 30 reais pra pegar um taxi, então eu fiquei com pena foi do vagabundo que deve ter ficado decepcionado.

Anônimo disse...

Jac e Ana, não me senti acusada ou ofendida com os seus comentários, fiquem tranquilas.

---

Acho que o que muita gente não entende, não entendeu e se recusa a entender é que a violência contra a mulher na grande maioria das vezes vem acompanhada ou subentendida por violência sexual.

Sempre tive muita dificuldade em tentar explicar e fazer entender para colegas, amigos e parentes homens que o terror de quando estamos andando sozinhas na rua não é só o medo de ser assaltada ou agredida, mas TAMBÉM de ser violentada, e que nesse sentido (assim como em outros) é sim um privilégio ser homem.

(continua)

Anônimo disse...

(continuação)

Como eu disse no próprio post homens também sofrem violência e assaltos são sim aterrorizantes para ambos os sexos, não nego isso de maneira nenhuma, principalmente se o agressor está armado, seja com uma arma de fogo ou com uma faca... Mas qualquer especialista em segurança afirma que eles procuram a vítima que pareça mais vulnerável e desatenta. Além disso, quem tem mais chances de sofrer também uma violência sexual? Alguém tem alguma dúvida de que são as mulheres? Nós nunca sabemos quando um homem se aproxima, se ele quer apenas nos assaltar, apenas nos estuprar, ou no pior caso, ambos.

E sim, sempre existe o risco de agressão física ou morte para ambos os sexos, mas qualquer manial de segurança pessoal diz para a vítima não reagir porque o assaltante normalmente só quer subtrair bens, se a vítima não reage é muito provável que ela saia sem qualquer ferimento.

(continua)

Anônimo disse...

(continuação)

E eu sou contra violência contra qualquer gênero, raça, cor, opção sexual e assim por diante, mas principalmente sou contra a banalização da violência, esse pensamento de que "as coisas são assim mesmo" e que a culpa é da vítima porque ela não se preveniu o suficiente. Esse tipo de pensamento apenas compactua com a violência sofrida pelas pessoas.

Queria muito poder viver num mundo onde eu pudesse sair de casa sem me preocupar com o caminho, horário, se é seguro ou não, sei que isso é uma realidade distante, mas é triste ver que as vezes é demais até mesmo cobrar uma postura de solidariedade e empatia das pessoas...

(desculpem os múltiplos comentários, mas por algum motivo o blogspot não está aceitando meus comentários muito grandes...)

samya disse...

h-b-teste, sinceramente nao penso que alguem possa sequer imaginar que a culpa seja da vitima, mas nos vivemos sim, num pais extremamente violento e onde temos que ter nao dois mas quatro olhos pra nos proteger. Nao da pra sair num lugar perigoso e dizer: quero um mundo onde isso nao exista. pois eh, esse mundo nao existe, a unica coisa a fazer eh realmente se proteger no sentido de nao dar mole mesmo. ainda que eu acredite que a gente vive em risco ate dentro de casa. Mas como se diz la no mato grosso de onde eu venho: nao se pode dar chance ao azar. Voce faria de novo esse mesmo caminho a noite e a pe?
Repito: moro numa cidade de menos de 20mil habitantes mas sei que existem zonas que nao posso entrar sozinha a noite, e nao vou, e se a grana nao alcance pra pagar umtaxi eu nao vou. Nao eh compactuar com a criminalidade, e aceitar os fatos, um pais onde avida humana vale pouco, a mulher vale menos ainda e eu nao vou dar chance ao azar.

Anônimo disse...

Samya, eu só disse que GOSTARIA de viver em mundo assim, não distorça minhas palavras. E por favor leia atentamente o meu post e principalmente leia os comentários que já fiz dizendo como me preveni antes de passar por aquele local...

E não, é ÓBVIO que eu não passaria por ali de novo e já alertei algumas amigas, pois o local onde foi a colação também é uma casa de shows e uma delas tem um show para assistir lá essa semana.

Sandro disse...

"Queria muito poder viver num mundo onde eu pudesse sair de casa sem me preocupar com o caminho, horário, se é seguro ou não"

E eu queria muito viver em um mundo em que chuvesse dinheiro e mulher pelada.

samya disse...

h-d-teste, eu li teu post e tambem os comentarios, e reintero o que disse, eu acho que o que te aconteceu eh desumano, e voce no minimo deveria se sentir a pessoa mais revoltada do mundo. Eu passei por uma situaçao parecida faz algum tempo e eh terrivel, mas acho que as pessoas que leram o teu post trouxeram toda a bagagem de posts anteriores, infelizmente.
Nao pense em nenhum momento que relativizo o que voce passou. E horrivel.
Viver em alguns lugares eh uma luta constante. Espero que tudo, pelo menos dentro de voce consiga entrar nos eixos, eu ficaria muito, mas muito revoltada com tudo, assim como ja fiquei.
Mas alguns comentarios sao tao violentos e tao estupidos quando os comentarios escritos por alguns misoginos.
E nao coloco acentos porque meu teclado eh um problema. Desculpe.

Anônimo disse...

Tudo bem Samya, obrigada pelo apoio e me desculpe por ter me exaltado, tá fácil perder a paciência aqui.

Sandro, seus comentários me divertem. Sonhar não paga imposto, não eu? Deixa ainda eu adivinhar, essas mulheres peladas também deveriam estarem prontas para atender todos os seus desejos de macho viril, acertei? Ou talvez nem isso, basta elas não terem vontade alguma pra você só se aproveitar delas.

Vai ser misógino assim no quinto dos infernos. Aproveita e já fica por lá mesmo.

Aline XD disse...

O mal do mundo não são os homens, o mal do mundo é o fato dos homens acharem que são "donos do mundo".


Fico pasma de ver pessoas CULPANDO a moça q sofreu esse ataque horroroso.Não é questão de opinião, o q aconteceu com ela foi horrível.

Homens e mulheres deveriam ter direito de ir onde quiserem a hora que quiserem.Alguns lugares são perigosos para qualquer um, mas com a mulher a situação é pior.

Por exemplo, se um cara tá andando na rua sozinho e á atacado, espancado e assaltado por um bando de bandidos a culpa é dele por estar ali?Por estar sozinho?Por não andar armado?

Claro que não!

Isso é VIOLÊNCIA, é CRIME!

Se acontecer a mesma coisa com uma mulher e ela ainda por cima for estuprada e culpa não é dela, é crime do mesmo jeito.

Uma experiência como o estupro é traumatizante, causa inúmeros trantornos na vida de uma pessoa, acontece estupro homossexual, acontece, mas percentualmente é mto menos recorrente.
Além disso, na maior parte das vezes o homem tem mais força física, além de mtas vezes portar uma arma, dessa forma a mulher fica duplamente em desvantagem.

A vida do homem vale tanto qto a vida da mulher.A situação aqui é como esperar q uma criança se defenda de um adulto, pedofilia é culpa da criança?Espancamento é culpa do agredido?

Claro que não!

Homens e mulheres deveriam tomar os mesmos cuidados e sofrerem as mesmas consequencias, o q ñ acontece.

Homens e mulheres devem evitar lugares perigosos, mas se algo acontecer não é culpa deles sofrerem violência, é culpa do agressor, q é um criminoso.

A moça q passou por isso disse q o agressor estava saindo da delegacia e estava sendo seguido pela polícia, o q indica q ñ era um "cidadão confiável", ela ñ diz q os homens são o mal do mundo, mas os criminosos são.

anachan disse...

oi h-b,

É isso que mais me preocupou do caso também, dessa banalização geral da violência, e também da falta de sensibilidade na hora de falar, como nosso amigo Sandro. Caaara,a menina foi agredida numa rua escura, você acha que vai ajudar em alguma coisa fazendo esse tipo de comentário insensível?Mas é assim mesmo, falta o filtro de 'pense se fosse com você' em muita gente, pra várias situações. Uma outra discussão sobre isso tive com uma amiga sobre animais (falando sobre a questão de empatia com dores alheias, apenas) quando alguém perde um cachorro e recebe a resposta 'ah, mas era só um cachorro, você tá exagerando'.
No geral, penso que: cara, não precisa chorar junto e tal, mas apenas leve em consideração o que dói no outro, mesmo que não doa em você.Acredito que é muito fácil pra um homem não se sensibilizar com o estupro de uma mulher porque ele não tem nenhuma, zero chances de passar por algo exatamente da mesma maneira, mesmo que também possa ser abusado de outras formas e etc, etc, etc.

oi Jac,
O exemplo foi meio extremo mesmo, mas já entra em uma outra opinião pessoal minha que, se a mulher se desvaloriza e se expõe feito um objeto, também não pode reclamar das consequências.Acredito que muitas mulheres compactuam com o machismo com esse tipo de atitude - não de roupas e acessórios em si, mas da atitude, muitas vezes ovacionada pela mídia, de que ser vagaba é legal. Daí a menina, as vezes até na inocência, vai querer pagar de gostosa que nem no clipe que ela viu na MTV, em um ambiente real e cheia de machos com os feromônios pulando.Daí dá tuuuudo errado. Mas isso realmente já é outro assunto, e não tem nada a ver com o que aconteceu nesse caso.
E só pra esclarecer não sou feminista nem pretendo ser =D

Jéssica disse...

"E só pra esclarecer não sou feminista nem pretendo ser =D"

Feminista NÃO É "mulher mal-amada que odeia todos os homens e os acha inferiores".

Feminista É "lutar pela igualdade de direitos e deveres para mulheres e homens, lutar para que ninguém seja discriminado, agredido ou tenha suas escolhas podadas por causa do seu sexo."

E geralmente, quem é feminista também é anti-homofóbico e anti-racista.

Então sinceramente não entendo o seu orgulho em ser contra isso.

Jéssica disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Jéssica disse...

"se a mulher se desvaloriza e se expõe feito um objeto, também não pode reclamar das consequências"

E acredito que ela nasceu assim, não? Desde criança, o sonho dela era ser um objeto sexual! Não é porque ela foi objetificada, humilhada e inferiorizada pela sociedade, que estilhaçou a auto-estima dela. Foi pura escolha pessoal!

E, por favor, me defina o que é uma mulher que se "desvaloriza". Afinal sempre achei que as pessoas deveriam ser valorizadas pelo ser humano que são.

E ela ainda não pode reclamar das consequências, ou seja, ela pode ser estuprada ou humilhada e tem a obrigação de ficar caladinha? Porque é mulher e se "desvalorizou" e, por tanto, mereceu? Culpa da vítima?

Talita disse...

Para a autora do post

Compreendo e me solidarizo com a violência que você sofreu. Você vai superar.

Falar sobre, desabafar, com certea vai ajudar.

Abraço, viu?


Para as/os comentaristas que estão tentando esclarecer a questão, parabéns pela paciência em argumentar.

Infelizmente não tenho. Vou fazer minhas as palavras da Niemi e desenhar, quem sabe ajude:

Chances de ser assaltado:
(X)Homens
(X)Mulheres

Chances de ser morto:
(X)Homens
(X)Mulheres

Chances de ter um olhos arrancado:
(X)Homens
(X)Mulheres


Chances de ser esfaqueado:
(X)Homens
(X)Mulheres

Chances de ser estuprado:
( )Homens
(X)Mulheres

Chances de levar a culpa por ter sofrido um ato de violencia:

(x) Homens
(XXXXXXXXXXXX) Mulheres

Jéssica disse...

ana-chan, esses dois trechos que eu respondi são pensamentos tipicamente machistas, que jogam as mulheres contra o feminismo, para não lutarem por seus direitos, que convencem que a mulher é inferior mesmo, e é culpada pelo mal que lhe acontece por ser mulher.

Pensamentos extremamente confortáveis para o machismo.

Por favor, analise melhor o que você falou...

Eduardo Marques disse...

Lola, ninguém duvida que estupro e intimidação são coisas ruins, mas colocar a culpa nos homens (ou insinuá-la) não ajuda muito, só arranha a sua credibilidade.

karina disse...

Peraí, então a moça passa por uma situação como essa, não encontra solidariedade alguma, tem seu depoimento publicado em um blog feminista e ainda precisa ler toda a m... que aparece nos comentários?

Como já disse em comentários relativos a outros posts, usamos esse espaço, que nem é nosso, é da Lola, como uma espécia de ilha de bom senso, lugar onde encontramos empatia, respaldo de idéias, onde a discussão não resvale pra nossa eterna culpa. E não concordo com tudo por aqui, não. Já tive altos embates quando o assunto eram as eleições presidenciais. Mas o machismo desse povo é de matar.

Putz tô na mesma sintonia que a Carina. Morram.

jonas_cg disse...

Mais de 100 comentários, não pude ler todos...mas aí vai minha opinião:

Eu que sou homem fico apavorado quando por algum motivo tenho que passar por um lugar mais perigoso, então imagina uma mulher? Esse medo é multiplicado por N vezes. Já não basta o medo de ter uma irmã, mãe, prima, amiga, conhecida passar por algo assim, imagina então SER a pessoa que sofre com o perigo de ser estuprada cada vez que sai na rua (ou muitas vezes dentro da própria casa).

As pessoas vão sempre inventar desculpas pra tentar culpar a vítima, como se a culpa fosse dela de exercer o direito de ir e vir. Lamentável.

E violência sexual é um crime de ódio, não tem nada a ver com sexo, e sim com poder, machismo, misoginia. Infelizmente a maioria dos homens dificilmente vão entender o medo de um estupro, mas ter empatia não custa nada né?

E tanto em outros tipos de crime, como o assalto, a mulher é sempre mais propensa a ser a vítima, por ser considerada "vulnerável". Culpa do machismo. Poxa gente, vamos ter mais consideração, estupro é uma das piores coisas que alguém pode passar, e viver com esse medo diariamente deve ser horrível.

Rafael Bemerguy disse...

Nessas horas me sinto envergonhado em ser homem e que se fosse um dos amigos dela falaria a mesma coisa. Ainda bem que tu publicaste esse post pois, sem dúvida, vai redefinir os meus conceitos e me tornar, não feminista, mas mais humano.

Jéssica disse...

Pensei agora...

A autora do post:
- considerou que o lugar era perigoso
- estudou o mapa do lugar, visando o melhor caminho
- buscou ir com HORAS de antecedência
- procurou meios de chegar mais perto com transporte público
- na rua perigosa, andou tomando cuidado

E vários comentaristas ainda tiveram a audácia de insinuar que a culpa era dela porque não pegou um táxi.

Eu me pergunto, se na lista de precauções estivesse "Me planejei para pegar um táxi, mas não ocnsegui um", qual seria a próxima acusação? Que ela deveria ter ido de avião? Alugado um carro só para ir lá?

Pentacúspide disse...

Como Samya já notou infelizmente os assuntos dos post anteriores foram arrastados para aqui, inclusive eu o fiz.

Não diminuo, nem pretendi fazê-lo, o pavor e o sofrimento da vítima. E se alguém se estranhar que eu diga que tive uma experiência má e ainda fale sobre isso de maneira leve é porque não sabe o que ser forte e superar. Eu tento não chorar sobre o leite derramado, o que faço é agir para não derramá-lo de novo.

H-b-teste disse que avisou os seus conhecidos sobre aquela rua, e não voltará a andar por ela (e por outras suspeitas, suponho), a isso eu chamo agir. Que os amigos dela não foram sensíveis aos problemas dela só demonstra que ela não teve sorte em ter bons amigos, e não que os homens são insensíveis, violadores e torcedores de actos de violação.

Alguém disse que ser homem é um privilégio. Mas claro que é, eu sou homem, sei que possuo vantagens, e não vou negar as minhas vantagens. Quem de vós gostaria de nascer na Somália criado num campo de concentração qualquer (que a média chama de campo de refugiados)? Quem sacrificaria os seus privilégios e trocaria de lugar com um desses desgraçados para sofrer no seu lugar? Duvido que haja alguém. Então o que podemos fazer com os nossos privilégios, se formos justos (o que dificilmente somos) é usá-lo para equilibrar a balança. Eu sou homem, com privilégios, sim, sou, e sinto-me um sortudo por não ser mulher. Com isso acabei de dizer que a sociedade é machista? Nunca o neguei.

Falando de violação, e puxando para cá o post anterior. Ignácio Noé desenhou uma banda desenhada onde um homem foi violado por uma mulher e ele ficou todo contente. Imagino que esse homem irá contar aos amigos todos como foi violado e se pudesse aparecer na TV contaria a todos e até daria escreveria um livro "10 DICAS PARA SER VIOLADO POR UMA MULHER". Mas uma mulher não faria isso, uma mulher, feminista ou não, fechava-se, chorava, não falava com ninguém, e se não procurasse ajuda psicológica lamentaria a vida toda. Ou então teria colhões para se expor com vítima infeliz e para dar forças a outras que passaram pelo mesmo. Com isso quero dizer, a maneira como os homens e as mulheres relacionam com o sexo é bem diferente. E estanha-me então que ontem defendessem que mulher pode andar com quem quisesse (o que não sou contra) e hoje andem a pontuar a diferença em questão de sexo. Eu sei que ninguém deve ser forçado a sexo; só quero dizer que provavelmente essa posição que defendem é também um conceito sexual machista.

Paro aqui, alguém há-de entender.

E, hey, para quem disse que gosto de dar nas vistas, quem não gosta?

Jéssica disse...

"Falando de violação, e puxando para cá o post anterior. Ignácio Noé desenhou uma banda desenhada onde um homem foi violado por uma mulher e ele ficou todo contente."

Não é a mesma situação, dificilmente um homem teria medo que a mulher poderia matá-lo, ou que ele poderia engravidar. Também não falariam que a culpa era dele e o humilhariam ainda mais, muitos dariam parabéns. Também não haveria toda a pressão social em cima dele, por ter "facilitado".

E duvido muito que um homem ficaria feliz em ser violado por uma mulher, digo isso porque já ouvi o seguinte relato, há vários anos atrás (desculpem, mas não lembro onde que aconteceu):
Em uma festa, uma mulher convida um homem jovem para beber com ela, e lhe dá um "Boa noite Cinderela".
Quando o homem acorda, está no apartamento da mulher, amarrado à cama.
Ele fica cerca de 1 semana preso lá, tomando viagra a força e transando contra sua vontade. Lembro de querem dito que o pênis dele chegou a ficar esfolado de tanta violência.

Algo me diz que esse homem não ficou nem um pouco feliz com a situação. (E, desculpem novamente, não lembro se foi ele que fugiu ou ela que o libertou)

Comparar uma charge (pelo que entendi) com a vida real, ainda mais tentando inverter a situação, sem mudar o contexto de sociedade machista, não dá para levar a sério.

Jamille disse...

Apesar de nunca ter passado por um terror deste,compreendo a autora do post. Ando sozinha na rua, mesmo ao luz do dia e com ela movimentada, com receio. Sempre homens invadem a minha paz e a de outras mulheres e só queremos andar por aí sem maiores preocupações. Mas esta liberdade de poder ir e vir sem temor nos é arrancada diariamente.

Triste, triste...

Logo logo vão argumentar que vamos ter que usar a burca, pois a culpa desses acontecimentos é a mulher.

Machismo é uma doença da sociedade.

Jáder disse...

Revoltante. Não tem nem o que discutir. Eu teria o maior prazer em passar a peixeira nos "documentos" do vagabundo que fez aquilo.

Andréia Freire disse...

Tô abismada com o nível dos comentários. PQP. É de ficar triste mesmo.

Autora do guest-post, espero que você fique bem e supere isso. Força. Vc pode contar com o apoio da gente, ao menos, o da Lola e das comentaristas feministas, e de alguns homens que foram solidários por aqui, embora sejam só uns 3 ou 4.

samya disse...

So jogando mais lenha na fogueira, vocês sabiam que aqui no sul da bahia eh comum o boa noite cinderela usado contra homens na maior parte turistas extrangeiros? Funciona mais ou menos assim, ele conhece a garota, tipico estereotipo brasileiro vendido para os gringos, ela convida ele pra um lugar mais tranquilo, em geral o quarto dele de hotel e depois de deixar o cara desmaiado la ela leva tudo o que encontra, dinheiro, cartao de credito, passaporte, joias e o que mais o infeliz tiver. Nao eh caso isolado, eh ate bem comum. Entao sim, existe violência contra homens também e nao, eu nao acredito que eles gostem, quem gosta de ver violada a propria intimidade alem do roubo dos bens materiais que é danado também?
Eu nao quero viver num mundo que tenho que policiar meus passos pra nao ser agredida. Tampouco quero viver num mundo onde mulheres ou homens que sejam, venham me dar liçoes de feminismo sem muito vivencia no mundo real. Eu sou feminista, me comporto com uma feminista mas nao menosprezo uma parte de mim que adora um salto ainda que aqui seja impossivel usa-lo, ruas de terra e paralelepipedo, acho que o que irrita tanto os homens em geral é ver um post assim, o qual eu posso compreender completamente o sofrimento da garota que nao foi violada fisicamente mas que viu a sua intimidade ser violada e ao mesmo tempo ver que nao existe realmente uma discussao, existe o de um lado: entendo a tua dor e somos todas vitimas sofredoras de um mundo cruel e do outro homens que nem sempre tem a mesma empatia. Pera ai, nem sempre as pessoas estao erradas porque elas nao vivenciam as experiencias como nos. Eu nao estou nem de longe de acordo 100% com ninguem e me da realmente pena esses comentarios que sao realmente pessoas gritando para elas proprias escutarem a sua voz. O Pentacuspide diz que mora na Africa,(qual pais, fiquei curiosa?) e quando ele fala da realidade que ele vive vem la alguem colocar o dedo no nariz dele e dizer: nao, tua realidade nao eh essa, eu sei porque vi na televisao. Que é isso? Ja nao se discute mais a violencia sofrida por essa garota, ja estamos aqui discutindo que todas as mulheres sao as pobres vitimas de um mundo cruel, e a realidade eh muito mais complexa do que essas generalizaçoes pobres.

Nuni disse...

Ignorando todos os comentários dos trolls imbecis...
Eu acredito que é justamente nessas horas que nós mulheres não podemos calar, não devemos ter vergonha ou sentir culpa por sofrer violência sexual. Temos que denunciar, dar parte na delegacia da mulher, etc. Entendo que a moça ficou muito aterrorizada, mas se tivesse chamado a polícia logo após o assalto, talvez o vagabundo estaria agora na cadeia.
Não vamos mais calar meninas, vamos denunciar mesmo, vamos falar sobre isso sem medo, até pra superar todo esse lixo machista e androcêntrico.

Alessandro disse...

A questão da falta de empatia é que a história não traz nenhum tipo de surpresa, mas sim o triste retrato da nossa realidade.

O bandido é um personagem quase invisível, como a chuva ou o vento - ele fez tudo o que esperávamos que fizesse, e que tantos e tantos fazem aí todos os dias.

Para que você possa andar um dia tranquila à noite, só podemos denunciar esses casos, protestar, cobrar dos nossos governantes.

Mas para que as pessoas reconheçam que você não é a culpada do ocorrido, aí já é uma mudança na sociedade que vai levar bastante tempo. Só posso contribuir dando o bom exemplo, participando das discussões, criando bem os meus filhos... O que mais?

lola aronovich disse...

Nossa! MUITO nojo e vergonha ao ler alguns comentários neste post. Mil desculpas, querida autora do post. Espero que vc encare esses comentários completamente sem noção, esses que ficam te jogando a culpa, como vindos de gente que não vale nada mesmo. Olha, cansei. Eu tento ser educadinha, tento não mandar pro inferno, mas não dá. Não tenho o menor respeito por gente como Pentascúspide, Lord Insanus, Dragão, Sandro e alguns outros. Seguinte: vcs não são respeitados aqui. SUMAM. Vcs talvez sejam respeitados em comunidades que pensam igualzinho a vcs, que não tenham empatia, que não tenham inteligência, que não tenham sensibilidade. Aqui não. Aqui não há a menor chance de eu, a dona do blog, passar a mão na cabecinha de vcs e dizer: “Ah, sim, vcs têm todo direito a opinião de vcs, eu respeito todas as opiniões, só tenho opinião diferente”. Nesta hora, depois de ler tantos comentários idiotas como os de vcs, eu quero mais é que vcs morram. Que vcs fiquem bem longe do meu blog e, aliás, da sociedade em geral. Espero que vcs busquem tratamento para aprenderem a conviver em sociedade. Sim, estou bufando. Já fiquei indignada ao ler o guest post. Ao ler esses comentários comprovando toda a psicopatia de gente sem empatia, fiquei ainda mais.


Fora todos os privilégios que esses machinhos sem noção já têm, eles esperam falar altas besteiras e serem respeitados pelo que falam. Não é assim que funciona. Eu não estou censurando idiotas como vcs, tanto que não deletei nenhum comentário. Vcs têm o direito de falarem suas idiotices. Mas direito de querer ser levado a sério, admirado, aplaudido, compreendido, enfim, respeitado pelas asneiras que falam? Não, não aqui. Aqui qualquer pessoa com um mínimo de inteligência considera vcs A ESCÓRIA. E tô pouco me lixando se vcs se sentem ofendidinhos, se ofendi vcs. Vcs ofendem a humanidade todo dia e ainda exigem respeito?! Devem estar brincando.

lola aronovich disse...

Ana-chan, não precisa nem dizer que não é feminista nem deseja ser. Nenhuma feminista diria que uma moça num baile funk merece ser estuprada, que é o que vc sugeriu aqui: “Não é como se você estivesse de microsaia rebolando até o chão em um baile funk no meio da galera”. Vc está querendo dizer que, caso uma moça de microsaia num baile funk rebolando até o chão for estuprada, ela mereceu? Horrível esse seu comentário sobre as consequências. Entenda: se uma mulher andar nua pela rua dando em cima de todos os homens e um deles transar com ela sem o seu consentimento, é estupro. Simples assim. O crime é do agressor, não da vítima.
Quanto a seus outros comentários, não é possível entendê-los. Num deles vc fala de castração. Ahn, vc está comparando a frequência com que um estupro acontece com alguém cortar o pênis de um homem? Sério?

Que idiota que vc é, Penta. Embora raríssimos, existem casos de homens estuprados por mulheres. E essas vítimas sentem-se tão mal, tão culpadas, tão impotentes, tão terrivelmente mal quanto as vítimas mulheres de estupros. Pela linguagem estúpida que vc usa, nota-se que vc acha que estupro e sexo é a mesma coisa (como vc disse: “uma mulher ser fodida” quando quis dizer “ser estuprada”). Estupro tem muito mais a ver com violência, com demonstração de poder, que com desejo sexual em si. Qualquer estudo psiquiátrico vai te dizer isso.

Estou pensando em reunir alguns comentários num post e respondê-los (e usar ótimas respostas que algumas leitoras/leitores já deram).

Andréia Freire disse...

Samya, peloamor, pensa no que tu tá dizendo. O Pentácúspide abriu a boca pra dizer que não há racismo na África. E errado é quem questionou isso? Por favor, né?

Ninguém tá competindo, isso não é guerra dos sexos. É claro que homens sofrem violência, mas o assunto é violência sexual, e esse tipo de violência os homens raramente sofrem. Não vi ninguém aqui dizer que homens não sofrem violência, ou que a violência que um homem sofre é menor por ele ser homem, ou que ela é irrelevante. Me desculpe, mas vc tá indo na onda dos ataques sem sentido dos trolls machistas. Apenas estamos tentando fazer essas pessoas entenderem que ALÉM do medo, assalto e risco de morte, que um homem possa sofrer, a mulher ainda sofre a humilhação, o abuso e a violência de cunho sexual. Um homem ao ser assaltado NÃO CORRE o risco de ser estuprado. Não é minimizar a violência que pode ocorrer a um homem, é apontar a DIFERENÇA de riscos que ambos correm. E que a mulher, no contexto de uma rua deserta corre o risco a mais do estupro e do escárnio sexista (ser chamada de vagabunda por ex pelo assaltante). Sério. Não tem como explicar isso de forma mais clara do que já foi feito, não por mim, mas pelos comentários anteriores.

Andréia Freire disse...

Ana-chan, seu exemplo do moça dançando funk foi muito infeliz. Então, você acha que dependendo da conduta da mulher o estupro é justificável? Na boa? Que coisa mais escrota!

Andréia Freire disse...

Ana-chan, gostaria de acrescentar uma coisa. Essa tua lógica é a mesma que faz as pessoas acusarem a própria vítima de violência sexual. As acusações e questionamentos são inúmeros e variáveis.

Que roupa você/ela tava vestindo?

Porque você aceitou a carona dele?

Porque você foi ao lugar x sozinha?

Porque você tava se saia curta e/ou decote?

Tem certeza que você não fez nada que desse a entender segundas intenções?

Porque você subiu até o apartamento dele?

Porque você deu mole pra ele?

Ah, mas você tava sorrindo.

Ah, mas você bebeu!

Ah, mas você eu vi você conversando com ele!

O que não ocorre a essas pessoas que mesmo entre ficantes/namorados/noivos/casados PODE OCORRER ESTUPRO. Que estupro pode acontecer com qualquer uma. Que uma mulher pode estar aos amassos nua na cama com um cara (ou com o namorado, um amigo, um caso e mesmo o marido), mas que se ela por algum motivo desistir ELE TEM QUE RESPEITAR. Forçar uma mulher a fazer sexo é estupro, seja em qual contexto for. Difícil? Então, não há nada que justifique um estupro, NADA. E é extremamente desumano e insensível da parte de vocês relativizar um crime como esse.

Pentacúspide disse...

Ok. Vamos partir a loiça.

Lola, prezo respeito de certas pessoas, mas não das quadradas, que vêm o mundo a preto e branco.
Quando eu disse "fodida" eu disse mesmo fodida e não estrupada. Agora deixo-te a tarefa de fazer janelas no teu quadrado para entenderes, e caso não conseguires avisa. É fácil fazer-se de besta quando não se sabe defender.

Andreia,
onde foi que eu disse que não há racismo na áfrica. cristo!, volta para escola, mulher. Eu disse que a ninguém é feito vida na minha terra por ser negro, e a minha terra não é áfrica de sal, mas fica na áfrica.

jessica,
charges, literaturas, cartoons, filmes não são ausentes de contexto. eu sou homem, convivo com homens e converso francamente com homens e conheço como boa parte dos homens pensam. Os homens gabam-se das suas conquistas sem medo se serem chamados de puta. As mulheres não.

Aproveita Lola para aprender. Quando eu disse "fodida", foi nesse sentido, a mulher violada sente-se fodida, e mulheres não gostam quando são fodidas, mas quando fazem amor. Homem estrupado por homem também não se queixa porque homem muito menos ainda quer se confessar fodido. Homem estrupado por mulher, tirando excepções, provavelmente irá apregoar o feito.
Eu quando tinha 12 até 13 e muitos meus amigos fomos violentados por uma vizinha nossa, mas íamos contar por quê, se aquilo era divertido e gostávamos e não sentíamos culpa. Agora transponha essa violência para uma menina e irás entender como nós encaramos o sexo de maneira difernte de voces.

E para aquela idiota lá em cima que disse que homens não usam perservativos quando violentam mulheres só vou dizer que tem que ler mais.

Pentacúspide disse...

E se ainda não sabem que violação sexual é assim chamada por que se faz sexo, por que continuam a falar disso?

Jessika disse...

Na verdade quem está fazendo guerra do sexos aqui não é a Lola, mas sim, os próprios homens. Violência todos podem sofrer, mas a mulher é o alvo principal da violência, isso é até provado estatisticamente. Certo que o post teve um foco feminista (já que o blog o é), mas a mensagem que a Lola quis nos mostrar e poucas pessoas enxergaram é que nós HOMENS, MULHERES: CIDADÃOS fechamos os olhos, mesmo sendo vítimas somos feitos culpados, fechamos os olhos para o problema. Se furo o pneu do carro por conta de um buraco na rua a culpa foi minha porque eu não desviei do buraco? Não! Eu cidadã pago impostos para ter as ruas em boas condições. Também pagamos impostos para termos segurança e educação gratuita e de boa qualidade para todos. Somos culpados quando nos colocamos a culpa e deixamos o problema para trás, violência é um problema de base, e não é deixando de andar em ruas escuras, nos trancando em casa, nos impondo um "toque de recolher" que vamos resolver isso.

Luiz disse...

Eu defendo que cada brasileiro tenha o direito de portar uma pistola Taurus .380 ACP de 19 tiros. Desta forma eu quero ver algum ladrão tentar invadir a sua casa. Tentar te assaltar na rua. Ele sempre vai pensar duas vezes pois corre o risco de levar chumbo. Estudo e moro na Alemanha e sempre que posso vou a Suíça onde cada cidadão, homem ou mulher, tem um fuzil em casa (O exercito suíço é miliciano). Não tem assalto. Sou homem e acho que vagabundos como o relatado no post só entendem a linguagem da bala. Meu avô, de 65 anos, sempre teve uma arma registrada na PF em casa e um dia tentaram roubar gado na fazenda dele. Com três tiros ele colocou os vagabundos pra correr. Nunca mais voltaram lá pra tentar roubar dele. Tipos assim são covarde. Pode crer.

Koppe disse...

Não posso ler todos os comentários por falta de tempo, mas li alguns, principalmente entre os primeiros, e tem algumas coisas que acho que não foram lembradas:

1) ninguém disse que homem não está sujeito a violência. Nós estamos sim, e sabemos que a cada vez que saímos de casa corremos o risco de não voltar.
2) as mulheres sabem disso, mesmo as feministas, e têm empatia por nós porque elas também correm o mesmo risco de assalto e morte.
3) MAS, o risco que elas sofrem é maior. Nossa cultura ensina aos homens desde muito cedo a reagir, a competir, a se impor, a não levar desaforo pra casa. E ensina às mulheres desde cedo exatamente o oposto. Então elas acabam sendo alvos preferenciais. Mesmo o ladrão mais imbecil vai preferir assaltar uma mulher do que um homem, porque a chance de o homem reagir é bem maior, mesmo que seja um homem fraco, medroso e que não goste de briga. Boa parte dos homens, senão a maioria, prefere chegar em casa todo quebrado por ter reagido a um assalto do que chegar em casa e relatar a humilhação de ter sido assaltado e ter agido passivamente e entregado o que o assaltante queria.
4) Vocês perceberam que sempre escrevemos O assaltante, assim no masculino? Por que será?
5) Então, sabendo que a mulher é vista como alvo mais fácil por todo mundo inclusive os assaltantes, ainda tem o fator da possibilidade de violência sexual. Que é preocupação quase exclusiva delas, porque, pelo menos até onde sei, não é algo muito comum homens sofrerem violência sexual durante assaltos. Então, a preocupação da mulher que já era maior que a dos homens bem antes - por elas serem vistas como alvos preferenciais dos assaltos - passa a ser imensa.
6) Então o que o post tenta desenhar é isso, que além de tudo isso (risco de assalto maior, perigo de violência sexual) elas ainda têm que ouvir gracinhas de machistas que não querem entender que o mundo é mais hostil a elas do que a nós, e que parte da culpa por isso é nossa, quando colaboramos ou mesmo nos omitimos diante de idéias e atitudes machistas, que ajudam a construir essa situação onde as mulheres ficam permanentemente em desvantagem. Talvez o mais simples exemplo disso seja o caso relatado no post: se todas as pessoas ficassem indignadas, passassem a cobrar do poder público mais segurança, mais policiamento, melhorias no transporte para que ninguém tenha que andar em lugares perigosos, melhorias na educação para que os jovens consigam progredir na vida e não virem assaltantes, ou mesmo cobrar da organização do evento que escolha lugares que não sejam perigosos e de difícil acesso... se cada vez que alguém soubesse de um caso assim tivesse toda essa mobilização, é provável que alguma coisa mudasse. Mas não, culpam a vítima, normalizam a situação de violência e indiretamente a desigualdade. É mais fácil agir assim, concordando com a maioria.

anachan disse...

Oi gente,
Tive que sair e fiquei sem internet, só voltei agora por isso sumi da discussão. Não vou responder tuuuudo que comentaram, mas eu meio que sabia que o exemplo do baile funk ia causar alguma reação, mesmo que não seja o assunto do post - mas já que meu nome foi citado novamente, vou tentar esclarecer:
Jéssica,
infelizmente sim é uma escolha de algumas mulheres se expor de forma vulgar, dando uma de Mulher Melancia e Mulher Pêra por aí, rebolando com roupas minúsculas e se expondo a situações de risco por conta própria.'ah, elas merecem ser estupradas' - claro que não, mas o ser humano tem muito de se mover por instinto, e nem precisa chegar na parte do estupro, uma mão boba já é o suficiente.Isso não é uma atitude de valorizar o ser humano que ela é, está entrando de cabeça no machismo que trata mulher como objeto cujo corpo pode ser usufruído.Ela aceita o jogo, entende meu ponto de vista?
Tem mulher safada nesse mundo, um monte,que gosta de provocar e depois banca a santinha.
E sobre o feminismo, no meu entender isso requer uma dose de engajamento, além de um pouco de conhecimento teórico, o que não tenho, então não vou me auto-proclamar. Mas não entendi onde você viu 'orgulho' nessa afirmação, foi apenas isso: uma afirmação.Sobre ser contra desigualdade, preconceito, homofobia, não precisa ser feminista pra ser tudo isso, não é?

anachan disse...

Lola,
me desculpe, mas me chamar de idiota e ficar toda brabinha só diminui meu respeito por você e pelas feministas em geral.
Claro que se rolar estupro é crime, nunca eu quis dizer q é justificavel, mas leiam bem o que eu disse no primeiro post, não é roupa, é ATITUDE. Duas mulheres podem estar com a roupa identica e uma ser totalmente vulgar e outra não.E atitudes vulgares atraem atos vulgares, como eu ja disse, nem precisa chegar no estupro, uma xavecada vulgar que seja.Não falo de culpa, mas de responsabilidade. Não é caso de uma guria que apenas esteja voltando pra casa, mas se ela levanta a blusa no meio da rua meia-noite pra um carro que passa, como já vi acontecer, faça-me o favor, né.
E eu expliquei anteriormente que a castração que exemplifiquei foi sobre ter empatia com algo que nunca vai acontecer com você, no caso a mulher ter noção do que é ter um pênis cortado fora. Nada a ver com situações de assalto, a Jac parece que entendeu bem isso.
Eu só quero discutir numa boa, sem trolagem, justamente por ter uma visão diferente.Apesar de que esse assunto já ultrapassou o escopo do tópico.

Jéssica disse...

ana-chan... releia minhas respostas a você com uma palavra bem clara na sua mente: IRONIA

Em especial, o que eu respondi sobre o baile funk. Ou você acha mesmo que eu escrevi aquilo com sentido literal...?

Sua frase sobre não ser feminista demonstrava orgulho, sim. Não tenho a menor dúvida quanto isso. Se não foi sua intenção, então você se expressou mal.

Jéssica disse...

ana-chan, é você que está perdendo respeito aqui, por tentar se justificar com argumentos machistas. E você nem está percebendo que está sendo machista, e nem parou para refletir sobre o que está falando.

"Não falo de culpa, mas de responsabilidade."
João é culpado por matar Maria.
João é o responsável por matar Maria.
Maria é culpada por ter sido estuprada por João.
Maria é a responsável por ter sido estuprada por João.

Entende? São sinônimos nesse contexto.

Elaine Cris disse...

Parei de ler os comentários antes da metade. Acho que nem o guest post me fez tão mal

Se fosse uma pessoa comentando sobre um assalto, uma tentativa de homicídio, nem apareciam por aqui, mas como é uma mulher contando a experiência de quase ter sido estuprada, chegar na faculdade inventando uma mentira porque não consegui nem falar sobre o que aconteceu e se assustando com a falta de empatia, principalmente a masculina, querem censurá-la.

A gente não pode reclamar de crimes que são cometidos na maioria das vezes por homens contra as mulheres (o que é diferente de dizer que todos os homens são estupradores) porque certos machinhos, bem inhos, ficam ofendidinhos, falam que é sexismo.

Ah, tô com a Lola. Quer saber do que mais? Vão se fuder.
Esses rapazes que apareceram aqui podem não ser estupradores, agressores, mas por não terem empatia, por enxergarem o próprio pinto antes de conseguir enxergar uma situação como a que a moça passou (parece tão difícil se imaginarem como uma mulher, por cinco minutos, passando pelo que essa moça passou) acabam sendo quase tão monstros quanto quem comete a violência.

Elaine Cris disse...

E ainda ficam reclamando que eles que são censurados ou não tem liberdade de expressão.

Toda vez que se quer falar sobre violência doméstica ou estupro, que na maioria das vezes são sim sofridos por mulheres, vem a turma do deixa disso, do colocar panos quentes.
Parem de achar que falar de um crime que é cometido por homens contra mulheres é falar mal de homens.
Se vocês não cometem esses crimes, não estão ao lado do agressor.
Mas se começam a querer jogar a culpa na vítima, se incomodar tanto que se fale de um crime em que vítimas geralmente são mulheres, arrumar mil justificativas de como ela poderia não ter passado por aquilo, no lugar de pensar apenas por um segundo "que coisa horrível que aconteceu com essa moça", ficam nojentos, chegam realmente próximos ao nível dos agressores, infelizmente.
Não ter empatia ou querer menosprezar a violência sofrida por alguém também é um tipo de violência.
Aprendam a serem humanos realmente, porque as vezes parece que não são.
E não falo de homens, mas de homens que não conseguem ter empatia por esse tipo de crime.

Carina Prates disse...

Cinismo. Puro e simples.

Elaine Cris disse...

aliás, empatia por quem sofre esse tipo de crime. Até eu fiquei estressada, imagino a dona do blog e a moça que escreveu o guest post.

Carina Prates disse...

A verdade é que não há argumentos para esse tipo de pessoa. Não é concebível a gente chegar ao ponto de ter que explicar pq o estupro é uma forma de violência terrível e desoladora. Esses homens sem escrúpulos que vieram comentar aqui não estão interessados em ter empatia, não estão interessados em saber o medo e o riscoda violência sexual, cuja maioria das vítimas são mulheres e meninas. Eles são sofistas, cínicos e sem caráter. Tentar argumentar com esses vermes é perda de tempo.

Andréia Freire disse...

Pentacúspide, que tal aqui "Na minha terra ninguém é agredido por ser negro, porque estamos na África."? Em todo lugar em que há racismo negros sofrem violência física e/ou verbal. Se você diz que nenhum negro sofre agressão por ser negro, então, bem, não há racismo, né? Volte pra escola você e deixe de ser cínico.

Andréia Freire disse...

ana-chan tenta justificar, mas fica mais feio ainda. Tsc, tsc.

Jackeline disse...

Eu prefiro não ler a discussão que está rolando por aqui (só vi uns comentários por cima), porque sei que vai só me fazer sentir mal.

Enfim, só queria comentar sobre o texto... eu sei bastante o que é esse medo constante (como a maioria das mulheres, infelizmente, é o que começo a perceber). Eu trabalho e estudo de noite, numa universidade super longe de casa. Preciso pegar 2 ônibus para voltar e levo uma hora e meia, duas horas. Sorte a minha é que eu tenho um amigo que mora perto de mim e volta junto, mas é claro que às vezes ele falta. Eu sei muito bem o que é andar por lugares escuros sozinha e suspirar de alívio a cada pessoa que passa por mim sem fazer nada. Eu tenho mesmo muita sorte de nada de sério ter acontecido até o momento. Mas já aconteceu de eu estar parada no ponto (que fica pertinho de casa) depois de descer do último ônibus, esperando meu irmão vir me buscar (têm ruas escuras perto da minha casa onde sempre dá pra achar algum bêbado ou um grupinho da maconha), e passar algum palhaço de carro, parar na minha frente e me "oferecer carona". Aham, claro. Mas ainda assim é muita sorte serem "apenas" ofertas, não algo forçado. :) Mas o medo permanece.

Letícia disse...

esses trolls me enojam. o pior é saber que o mundo está cheio deles e é POR ISSO que a sociedade tá nessa merda que tá.

porra, como é que pode alguém ler um relato desses e ainda zoar?

morgueta disse...

Se o mundo fosse tão malvado com os homens quanto com as mulheres, não nos seria indicado (EXIGIDO) sempre sair acompanhadas de um pra nos "proteger".

Pior que esses caras que reclamam que também são tão ameaçados quanto nós, provavelmente são os mesmos que culpam as mulheres por estarem sozinhas quando atacadas.

Michelle Silva Toti disse...

Quer saber? Quando saio sozinha de casa(sim, uma mulher tem o direito de sair sozinha, mesmo à noite) eu não tenho medo de ser assaltada, não ligo se levarem todo o dinheiro que eu tenho, se levarem meu carro, me levarem ao banco para sacar todo meu salário e até fazerem empréstimos no meu nome, todas estas possibilidades parecem mínimas para mim, quando comparadas a outra que me apavora:ser violentada sexualmente.

Carina Prates disse...

"Se o mundo fosse tão malvado com os homens quanto com as mulheres, não nos seria indicado (EXIGIDO) sempre sair acompanhadas de um pra nos 'proteger'."

Na mosca.

Gabriela disse...

Olha, Lola, francamente: sei que vc é super adepta da democraci aqui no seu blog, mas eu sugiro que você pense em bloquear participação de certos comentaristas aqui. Tudo bem que praticamente ninguém os leva a sério mais, mas o que ganhamos? O ridículo de ver as postagens deles compensam coisas super agressivas como a moça q escreveu o post ter q ler um babaca falando "bem feito, não tinha 30 conto pra pagar um táxi, tem mais é que se ferrar mesmo". Sério, se for pra ter um ambiente mais sadio aqui, nem ligo pra acusação de "falta de democracia".

No mais, nunca sofri uma violência desse tipo, mas senti empatia total pela história. Assim como a Jac, também senti um certo preconceito na atitude da turma em escolher um lugar inacessível pra quem não tivesse carro, bem um "caguei e andei pra vcs, eu tenho como chegar então todo mundo tem". Passei por isso no meu primeiro curso, metade da turma era riquinho e tinha essa atitude com a outra metade.

Eu sempre fui destemida em relação a andar à noite ou de madrugada na rua (era isso ou ficar trancada em casa). No geral nunca tive medo, mas vez ou outra batia um certo pânico, vindo de não sei onde... aí eu apertava o passo, torcia pra chegar rápido, pra não passar por ninguém na rua, já ficava de chave na mão um quarteirão antes... Sei bem que sensação é essa.

Rogério Santos disse...

Houve um aí (acho que foi o sujeito que se identifica como Shiryu) que perguntou se alguém é estuprada em Viena ou Sydney.

Cara, sério isso? Quer dizer que estupro é um crime que só acontece em países subdesenvolvidos? Nos países do dito primeiro mundo, não há estupros?

Você nunca ouviu falar do caso Josef Fritzl, um austríaco que prendeu a filha no porão de casa e a estuprou diariamente durante 24 anos? E que, em consequência desses estupros, teve sete filhos com a filha? Você nunca ouviu falar no caso Natascha Kampusch, que foi sequestrada por um vizinho e mantida em cativeiro dos 10 aos 18 anos?

Esses dois casos aconteceram na Áustria, cuja capital é a cidade de Viena.

Ao contrário do que você disse, maníacos sexuais não existem somente no Brasil, na África do Sul, na Índia, no México, na Bolívia, no Quênia...

a disse...

lola, sinceramente, minha admiração por você só aumenta. é preciso muito estômago para aguentar certos tipos de comentários que aparecem por aqui. de todo modo, esses comentários perversos, de gente desprovida do aparato espiritual responsável pelo senso de empatia. isso só prova uma coisa. não existe machismo, o que existe é falta de humanidade. o machismo é "só" uma das expressões dessa deficiência moral.

Sandro disse...

"Então sinceramente não entendo o seu orgulho em ser contra isso."

Puxa vida! Além de ser corintiano, tem que ter orgulho disso! Que maldade!

Anônimo disse...

AQUI não é lugar pra comentar isso, mas dá uma olhada, Lola, textos sobre a classe média.

http://www.implicante.org/artigos/classe-media-que-odeia-a-classe-media-parte-i/

http://classemediasofre.tumblr.com/page/4

Aqui Brasil com S disse...

Lendo o e-mail tive a sensação de estar na pele da moça, e posso dizer que ja passei por sensação semelhante, tanto que até hoje apesar de adorar lugares paradisíacos, muitas vezes desertos, sempre tenho um certo medo que possa surgir alguém, mesmo que esteja acompanhada,e que o lugar tenha segurança, fico imaginado o pior.
E se o pior acontece, vem alguém e pergunta... mas o que vc estava fazendo la ? Quer dizer que somos proibidos até mesmo de respirar ?
Quando assaltam uma mulher preferem viola-la, para que assim a vitima se sinta com vergonha, e o pior é que muitos conseguem, muitas mulheres ficam sem coragem de denunciar, sentem vergonha, e isso repercute para sempre.
Apesar de acreditar que todo o estuprador tenha sido uma vitima e precise de tratamento, nada justifica alguém roubar ou invadir e destruir sentimentos, resultando numa paranóia. Porque é assim que ficamos depois de uma experiência como esta.
Não vejo nada de feminismo, e sim uma covardia em relação as mulheres.Por incrível que pareça houve um caso por aqui. Um trem vindo da Espanha para Paris, tres brasileiros estupraram uma garota, pensaram que iam se safar se pegassem outro trem de Paris para outro pais,mas foram pegos e neste caso foi o simples prazer de estrupar.

LOla deixo aqui meus blogs

Http://aquibrasilcom-s.blogspot.com
Http://clicknewshere.blogspot.com

Anônimo disse...

"E, por favor, alguém me explique, como é que se demonstra empatia?"

É assim:
Quando um homem é violentado sexualmente, SEJA COMO FOR, uma "passadinha de mão" ou algo mais profundo, TODO MUNDO - homens E mulheres - fica sensibilizado com o fato e pensando em "como a sociedade é violenta e algo precisa ser feito pois não se pode nem mais andar nas ruas livremente." PRATICAMENTE NINGUÉM diz que a culpa foi dele por estar usando roupas provocativas ou andar em ruas perigosas às 19 horas.
Agora, quando uma MULHER é violentada sexualmente, e MUITAS VEZES, a coisa passa de uma "simples mão boba", QUASE NINGUÉM - homens E mulheres - se sensibilizam e pensam em como é difícil não poder sair de casa depois das 18. NINGUÉM! Saem culpando a mulher, com aquela história ridícula de que ela estava "vestida para ser estuprada", que ela sabe que é perigoso, que ela PEDIU! QUE ABSURDO! ELA PEDIU!
E isso qualquer um pode perceber. É muito evidente.
Demonstrar empatia é perceber que existe realmente uma grande diferença, no que se trata à violência, para com homens e mulheres, perceber que isso é culpa de uma cultura vigente, perceber que NÓS contribuímos para que as coisas continuem assim e procurar mudar o que for possível para melhorar a situação.
E NUNCA culpar a vítima. Você culparia seu pai se ele fosse abusado sexualmente? Você culparia seu filho? Você culpa crianças? Então por que você culpa uma mulher? Somos todos seres humanos e temos o direito de não ter nosso corpo violado como se fôssemos um objeto qualquer, e falo isso pra mulheres E HOMENS, de qualquer idade, cor, identidade sexual, classe social, país, etnia...

Um dado real e muito triste, no mínimo: existe uma média de um estupro por dia aqui em Belém, e não imagino se alguma atitude efetiva esteja sendo tomada. Quando soube disso entrei em pânico achando que meu dia de ser estuprada estava próximo.

"E não se esqueçam que ela teve vergonha de contar aos outros o que passou e só disse que fora assaltada"
Mas é claro! Além de ter seu corpo USADO PARA DIVERSÃO/PRAZER/QUALQUER COISA QUE SEJA por um desconhecido, inconscientemente, qualquer MULHER violentada sabe que será culpada por alguém, pode ser por um conhecido ou não.


Só existe uma forma desses homens saberem o que realmente é o machismo: SER MULHER.
Enquanto eles não se dispuserem a fazer um comparativo mínimo, nada vai mudar.
E vale acrescentar muitas mulheres aí também. Afinal, o machismo só é o que é porque também conta com o apoio das mulheres.

(E só existe uma forma de homens e mulheres saberem o que é o feminismo e a quê ele se propõe: ESTUDANDO. Sério, antes de sair jogando pedras, vamos ler sobre, né?)

Anônimo disse...

Uma coisa que eu reparei: a maioria aqui fala de violência sexual como um "ato sexual completo", digamos assim.
Não é só isso. Não é só o estuprador que tá na cadeia que viola o corpo de uma mulher.
Quantas mulheres, NUM ÔNIBUS lotado ou não, já não sentiram alguém passando a mão nelas? Eu já senti, e várias vezes. Agora, vão me dizer que é culpa minha porque ônibus é perigoso e eu sei que vão passar a mão em mim e eu devia andar de táxi todo dia (mas peraí, e se o taxista me levar pra um matagal e me estuprar, a culpa é minha também?).

O que me deixa mais abismada é a falta de respeito que as pessoas têm para com as mulheres. Somos vistas como simples objetos, que qualquer um pode passar a mão, falar um monte de coisas horríveis e nojentas na rua e ainda nos culpam por isso.

Não digo, de forma nenhuma, que mulheres não são violentas, não matam, não roubam, não abusam sexualmente, etc, etc. Fazem sim. Mas a diferença é que geralmente se faz a coisa certa a respeito: tomam-se providências ajustadas ao crime e quase nunca fica no ar a sensação de culpa da vítima (isso fica bem explícito na notícia que o Lord Insanus indicou).

Agora,imaginem quantas mulheres sofrem violência todos os dias, todas as horas e ninguém faz nada a respeito? Não falo só sobre violência sexual. E o "em briga de marido e mulher não se mete a colher?" E, ainda, toda a culpa que recai nela?

Vamos pensar a respeito, pessoal.

Anônimo disse...

Ah, na minha indignação para com alguns comentadores, esqueci de dizer para a autora do guest post que nem todas as pessoas do mundo são insensíveis assim, como você deve ter percebido. Sei que é difícil, mas ignore os trolls da vida, que são muitos, pois você tem a solidariedade de muitos outros aqui. E parabenizo a coragem de contar sua história. Toda mulher, como a Lola já publicou aqui, tem uma história de horror, e só nós sabemos como é difícil tocar nessas feridas.

Unknown disse...

Existem muitas mulheres machistas também, que contribuem para sua própria desgraça. O fato é que defender as mulheres não significa subjugar os homens, mas apenas mostrar que a ideologia machista está presente entre homens e mulheres e precisa ser combatida. As motivações da violênica contra um homem e contra a mulher não são as mesmas. A violência sexual contrauma mulher é a pior violência a que ela pode ser submetida.
Quantas vezes a gente lê no jornal notícias de homens que são vitimados por mulheres e de mulheres que são vitimadas por homens? É só olhar as estatíticas... Negar isso é dar continuidade à violênica. Existem muitos homens que se destacam por defenderem as mulheres, que diga-se, cresceram nessa mesma que ensina a valorização dos homens. No mesmo sentido quando se é contra o racismo, não sigficia que estajamos dizendo que os brancos são o mal do mundo, mas que apenas existem muitos brancos (e negros) que também o são... Não podemos compactuar com isso.

Unknown disse...

Ali no fim eu quis dizer que existem brancos e negros que são racistas, me expressei mal.

Giovana disse...

Lord Insanus, Pentacu e demais vermes: Eu nunca ouvi nenhuma história de homem estruprado durante assalto, embora deva ocorrer, raríssimamente. Se eu ouvisse, eu sentiria muita pena do homem e desejaria que o violentador fosse pra cadeira e que o violado tivesse apoio psicológico. Eu não diria "Ele foi descuidado". Assim como não diria isso sobre uma mulher. E outra: parem de ver filmes pornôs, suas mulas. Essa idéia de uma mulher estuprar um homem com o "sortudo" ficar imobilizado e ela fazendo sexo com ele pode parecer muito favorável, na mente doente de vocês. Mas se ela pegar algo grande e grosso e violá-lo até ele sangrar, cadê a delícia do homem sendo estuprado por uma mulher, mulas?

Anônimo disse...

Gente, fico chocada como ainda é difícil compreender um post tão CLARO como esse, e me lembro de todas as situações em que passei medo por aí, do quanto é péssimo se sentir fragilizada por todos ao redor, conviver com o estigma do ser vulnerável. Por isso que cada vez mais eu acredito que é preciso fortalecer as mulheres, ensiná-las a auto-defesa, não consigo acreditar que vamos conseguir mudar a mentalidade da maioria dos homens e sua profunda crueldade e desprezo com as nossas questões.Concordo que deveríamos ter o direito humano básico de ir e vir sem esse tipo de ameaça contra nossos corpos, e que não caberia a nós a obrigação de viver em alerta paranóico...mas infelizmente sinto a extrema necessidade de estar sempre pronta para o pior, de treinar minha força física todos os dias e dominar todas as técnicas que possam derrubar um agressor. Além de, é claro, estar em estado de atenção 100% do tempo nas ruas. É triste, doloroso, mas não podemos contar com a compaixão alheia...

Sandro disse...

"treinar minha força física todos os dias e dominar todas as técnicas que possam derrubar um agressor. Além de, é claro, estar em estado de atenção 100% do tempo nas ruas."

Enfim, o bom senso.
Não é o mimimi e nem as bufadas da Lola que vão proteger as mulheres ou quem quer que seja da violência urbana. É isso, o choque de realidade, a adaptação ao mundo real, onde há vagabundos que estão aí fora só esperando alguém dar mole para lhe tirar o que têm de valor, dinheiro ou sexo. Sim amiguinhas, a questão é essa, nua e crua: um malfeitor quer tomar o que uma vítima tem de valor e se esta vítima for mulher o sexo também entra na conta pois é algo valioso porque dá prazer. Simples assim. Quer vocês gostem ou não.
É duro? é cruel? é triste? É. Mas é a realidade e quando você passa numa rua perigosa e escura a noite e depois de te roubarem apenas passaram a mão na sua bunda, você saiu foi no lucro.
Da próxima vez, fique mais esperta porque esse seu papinho de google maps e sair mais cedo de casa não funcionou direito.

lola aronovich disse...

Sandro, vc ainda está vivo? Faça um favor à humanidade e morra.

Unknown disse...

Fiquei até arrepiada com o relato, não gosto nem de imaginar o HORROR da sensação de estar na iminência de um estupro.
E deixa falarem o que quiser. Só dá pra entender mesmo o horror de uma experiência dessas sendo mulher. Até alguém estuprar esses caras aí, eles vão continuar sem nem fazer ideia.

Lord Insanus disse...

"Lord Insanus, Pentacu e demais vermes"

Quando uma pessoa quer argumentar assim é porque ela tem razão!!!

rsrsrs

Lord Insanus disse...

O que acho mais engraçado é que eu que sou o troll. rsrsrs

vai entender.

Unknown disse...

Lola...
tem uma coisa que me irrita profundamente no seu blog: o fato de que você libera qualquer comentário... Acho importante que você comece a fazer mediação. Esses caras atrapalham a discussão. Não sei por que você publica esses comentários e fica remoendo ódio dentro de si!
Poxa... a gente já tem que engolir muito sapo nessa vida, é ligando a tv, andando na rua, ouvindo música, no trabalho... Assim não tem estômago que sobreviva!
É muito importante que possamos ter espaços em que nós mulheres compartilhamos nossas experiências e percebemos que as nossas pautas são legítimas. Se muitas de nós sentimos que a violência de gênero é um fato, então somos nós que temos que trazer isso à público e somos nós que vamos juntas lutar. Não acho que o caminho seja dialogar com os agressores (muitos dos comentários publicados no seu blog agridem a nós mulheres, não quero entrar num blog feminista pra ser agredida).
Quando você simplesmente ignora essas mensagens e não as publica, nós podemos continuar conversando - entre nós mulheres, que estamos reclamando da violência que NÓS sentimos e que pouco importa o que um homem machista acha ou deixa de achar.
Na minha vida procuro não me relacionar com homens assim. Todos os meus amigos respeitam a minha fala quando o assunto é o machismo...Assim como eu calo a boca para escutar o que colegas negr@s e/ou homossexuais passam...Só ouvindo de quem sofre as violências para compreender e perceber os preconceitos que existem dentro de nós... Não quero ouvir esses caras machistas por que o que eles dizem é a repetição do mesmo...O que eles dizem a gente já escuta o tempo todo...O raro é estar em espaços em que outras mulheres dizem que passam pelas mesmas situações que as nossas...espaços em que nos solidarizamos umas com as outras e em que nos fortalecemos...Já vi comentário de meninas dizendo o quanto o seu blog foi importante na percepção de que elas deveriam parar de abaixar a cabeça...É fundamental que nós mulheres possamos compartilhar essas questões independente do que o carinha machista acha ou deixa de achar...

Eu não estou dizendo que nesse blog só tem que entrar comentário de mulheres, mas acho que não deveria entrar comentários explicitamente machistas...
Nossa voz é legítima

Ághata disse...

Lord Insanus, Penta (pô, vou chamar só de Penta, tá?) e Shiryu...

Os crimes contra pessoas negras, mulheres, LGBTTT, entre outros, são classificados de Crimes de ódio. Por quê? Porque o que a motivação é a discriminação e ódio contra determinada minoria.

Vou dar um exemplo para facilitar a compreensão com dados verídicos.
O Brasil, nos últimos anos, conseguiu diminuir o índice de violência urbana - é o que apontam várias pesquisas.
Ou seja, o número de homicídios, sequestros, latrocínios, roubo e furtos caiu.
Blz? Mas, quando vamos olhar mais atentamente os dados, percebemos que embora a violência tenha diminuído de forma geral, ela continua a mesma para algumas pessoas.
O exemplo mais interessante é o índice de assassinatos. Ele - de acordo com as pesquisas - vem diminuindo faz um tempo. Temos menos pessoas sendo assassinadas.
Mas, quando observamos a média de mulheres e gays assassinados, por exemplo, vemos que o número continua o mesmo (isso quando não aumenta, como é o caso do índice de violência dos LGBTTT nos últimos tempos). Por quê? Porque a motivação destes crimes contra estas pessoas - às vezes, não sempre! - costuma ter motivação distinta de um homicídio comum. E quando eu digo comum, não quero diminuir a importância deste homicídio. Não, longe de mim.
Só estou dizendo que precisamos de estratégias distintas para resolver os homicídios com motivação de discriminação (ou 'ódio'). Senão, eles não diminuem.

Vamos falar sobre violência sexual?
Costuma ocorrer principalmente contra mulheres, certo? isso é fruto da discriminação sexual, que vê a mulher como objeto de desejo, disponível etc etc - presumo que vocês nunca tenham pensado em fazer algo assim e por isso podem não entender qual a relação. Aconselho que vocês leiam os depoimentos de estupradores. Vão ver que puro desejo sexual passou longe. O negócio é o prazer de submeter pela força.

Homens não sofrem violência sexual?
Sofrem. Mas, para isso, precisam estar numa posição em que sejam visto como 'menos machos', 'afeminados', quase como mulherzinhas, ou quando alguém quer submetê-los. É o que acontece com as travestis, os meninos (vítimas de pedófilos[?]), presidiários ou mesmo prisioneiros de guerra.

Ághata disse...

Sandro, é muita ingenuidade achar que o estupro das mulheres existe porque dá prazer ao homem.
Tente ter prazer transando com outra pessoa que está gritando, chorando, se debatendo e desesperada - ou está desacordada e inconsciente.

Já que você quer tocar no assunto, leia depoimentos de estupradores.

Estes mesmo estupradores que só atacam mulheres num instante se predispõe também a atacar homens se encontrarem motivos pra isso (é o caso de gays - você saberia me explicar por que tantos estupradores que se afirmam heteros e que odeiam homoafetividade e que matam gays os estupram antes? É puro desejo sexual também?).

Vale ainda lembrar que os índices de violência sexual variam absurdamente de regiões para regiões. Vale a pena estudar o fenômeno também.

Se fosse algo minimamente 'natural' não haveria tanta variação nas taxas. E tanto o homem quanto a mulheres seriam agressores sexuais na mesma medida - afinal, mulher tem tanto ou mais desejo sexual que o homem.

PS: Há várias mulheres que estupram homens, mas é algo em menor escala - por quê?

Menina disse...

Olá pessoal, vim aqui deixar minha solidariedade a autora do Post.
Eu já fui estuprada, dentro do meu local de trabalho e com uma roupa bem larga. Eu tinha 17 anos.
Vi um comentário onde o rapaz dizia que ele e alguns amigos foram violados por uma vizinha e gostavam e isso é por que vêem o sexo de maneira diferente. haha.
Querido, imagine a seguinte situação e se coloque no lugar do protagonista (me perdooem pelo que vou falar aqui, mas estou revoltada): Você, um garoto de 17 anos, é parado por alguém mais forte que você(se quiser trocar o personagem homem por uma mulher, pode trocar e coloque na mão dela um consolo), sejam na casa dessa pessoa ou em seu local de trabalho, ai essa pessoa segura o teu braço com tanta força que deixa marcas só de segurar, a pessoa lambe seu rosto, passa a mão em seu corpo e te alisa, sem nenhum tato RASGA sua blusa e arranca sua calça e fica passando a mão em seu orgão sexual. DEPOIS disso, essa pessoa morde seu pescoço e seu mamilo, te machucando e chegando a arrancar sangue, isso tudo segurando seus dois pulso com uma mão só e quando você pede por favor para parar leva um tapa e ouve: "fica quietinho que eu sei que você quer".
Ai, depois de te alisar, de te morder e de te machucar o cara te vira de costas, te apoia em uma mesa com violencia, a ponto de causar outros machucados. Te dá uns tapas na bunda e fala que "quando mais nervoso e agitado vc ficar pior vai ser", então começa a pior parte, sem lubrificação NENHUMA a pessoa começa a te penetrar, e a penetração anal dói muito, principalmente quando a pessoa não quer, está nervosa e sem lubrificação nenhuma.
Você se sente machucado, por dentro, como se fosse morrer de tanta dor e depois de se satisfazer a pessoa ainda tenta te dar uns beijos. No meu caso, além da penetração anal, sofri a penetração vaginal também, que doeu bem menos, físicamente falando.
Imagine que depois você olha para seu corpo e vê aquelas marcas e se sente um lixo, uma pessoa sem valor e que não merece respeito, por que mesmo pedindo pelo amor de Deus para que parassem de fazer aquilo com você, não pararam.
Depois disso, sofri um aborto espontâneo, fiquei por 2 aos fazendo controle para ter certeza que não tinha pego uma DST.
Eu sei que alguns homens não conseguem se colocar no lugar da mulher em caso de violência sexual, até por que, em sua maioria, não a sofrem da mesma maneira que nós.
EU me senti culpada, afinal, ele falou que eu queria, alguma coisa eu fiz pra ele pensar assim, não é?
Falando da Africa, se eu não me engano, já ouvi noticias que lá é o continente do estupro. Se eu não me engano, só em um país(dos tantos que lá existem) 150 mulheres são estupradas por dia. Alguns dos estupradores dizem que é pra curar o lesbianismo que está crescendo por lá. Chama isso de estupro corretivo. Em fevereiro desse ano, 160 mulheres foram estupradas por soldados no congo(outro país da africa). Não vou ficar citando um por um porque são muitos...

Isabel SFF disse...

Toda minha solidariedade à autora do post. É muito doloroso e revoltante perceber o quanto a violência urbana está naturalizada e que, não importa o que façamos para nos proteger, se o pior acontecer a culpa sempre recairá sobre nós. Especialmente, é claro, se a vítima for mulher e a violência tiver caráter sexual. Sempre haverá quem diga que provocamos. Aquela saia era muito curta, aquela blusa era muito decotada, quem mandou passar ali sozinha nessa hora da noite?

Eu vejo isso em meu próprio comportamento: quando quero voltar mais tarde da faculdade, seja porque tem alguma festa, quero sair com meus amigos ou qualquer outro motivo, acabo me planejando pra pegar um táxi do terminal rodoviário até minha casa, o que seria (em tese) mais seguro.

Isso é absurdo, mas eu não consigo deixar de ter medo de andar cerca de 10 minutos. E quem não tem dinheiro pra pegar o táxi? Como é que fica? Tranca-se em casa ou se expõe ao perigo torcendo pra que nada de mau aconteça?

Absurda a situação em que vivemos.

Thiago Pinheiro disse...

Menina muito triste essa história . Acho que às vezes nem é interessante relatar detalhes, pois alguns pervertidos são até capazes de gostar de tais histórias. Algumas pessoas não devem ser convidadas à imaginação sobre certas coisas. Enfim, desejo-te tudo de bom.

F. Maj disse...

Graças que só isso que aconteceu. É uma situação bastante complicada, mesmo. A culpa não foi dela. Mas eu também acho que ela deveria ter pego um táxi. A questão da segurança pública não é novidade pra ninguém, infelizmente.
Um "infelizmente" e "ela deveria ter pego um táxi" não é de ajuda nenhuma, eu compreendo, mas o que podemos fazer é utilizar da informação para ajudar as pessoas e, principalmente, as pessoas que pertencem à minorias (a nível de valorização do discurso) mostrando a elas o poder que elas têm ou podem vir a ter. O seu blog está de parabéns e tomara que ele, junto com o machismomata, sejam mais bem divulgados.

lola aronovich disse...

Ághata, muito boa a sua resposta. Obrigada a tod@s que responderam às besteiras e ofensas que os trolls disseram. Vou fazer um post sobre isso, com algumas das respostas.


Menina, é tão revoltante a sua história. A Menina já escreveu um guest post. Os trolls se comportaram um pouquinho melhor na ocasião, mas claro que sempre aparece um ou outro pra fazer piadinha ou culpar a vítima. Típico.

lola aronovich disse...

Bianca, entendo sua irritação. Como vc vê, eu também me irrito às vezes com essa trollagem idiota e sem noção, sem a menor empatia com o mundo. Mas, não sei, o meu blog não é exatamente um grupo de suporte. Nesses casos acho importante não ter qualquer interferência hostil. Mas não é o caso de um blog. Eu não quero ter o trabalho de moderar comentários. Isso atrasa muito os comentários publicados, porque eu não tenho tempo de checar o blog a toda hora. Por exemplo, na sexta, quando este post foi publicado, eu trabalhei o dia todo, não tive tempo nem pra almoçar. Só liguei o computador pela primeira vez no dia às 19 horas, quando voltei pra casa. E aí encontrei 99 comentários. Quer dizer, todos esses 99 comentários ficariam parados o dia todo se houvesse moderação. E aí a discussão não rende. Claro, isso eliminaria os trolls, mas também eliminaria bastante da solidariedade. E, não digo no caso deste post — em que os trolls foram odiosos e em grande número —, mas, em geral, eu acredito num certo valor educativo de ler um comentário estúpido. Acho que isso depõe contra a pessoa que escreve tal comentário, e isso fica patente pra maior parte das pessoas. E, como os trolls representam o senso comum, é bom também ver como pensa a mediocridade geral (não que a gente precise dos trolls pra saber). Mas é dose mesmo, concordo contigo, ser agredida nos comentários até de um blog feminista.

Anônimo disse...

Lola, li o relato da moça e dos comentaristas.

à moça do relato, minha solidariedade pq como mulher, tbm tenho minhas histórias de horror.

Aos comentaristas idiotas que acham que pimenta nos olhos alheios é refresco:
Espero sinceramente que um dia vcs sejam pegos e estuprados. Inclusive quem acha que basta ser "comportadinha", usar roupa "decente", que te ilude,achando que nunca vai acontecer com vc.
E espero ver pra poder rir muito.
Não, hoje sou cruel mesmo. Dane-se.

Tauana disse...

Não li todos os comentários, então não sei se vou estar repetindo coisas, mas tem algumas coisas que as vezes é bom ter em mente quando a gente acha que tá sendo seguida:
já ouvi dizer que se possível é bom virar e olhar bem na cara da pessoa e até falar alguma coisa, tipo perguntar as horas ou coisa assim, porque a possibilidade de atacarem é menor depois que vc olhou bem pro rosto deles.
outra coisa é fingir uma conversa de celular dizendo que tá chegando no ponto de encontro, de preferencia falar como se estivesse conversando com um homen, ou gritar o nome de um homem também. Palha ter que recorrer a isso, mas se acharem que tem algum homem conhecido por perto a possibilidade de atacarem é menor. tá, dá pra falar um monte de coisas sobre isso, mas vcs já sabem, né?
e outra coisa que parece que já salvou muita gente, caso seja colocada em um porta-malas, chute os faróis até sairem e acene pelo buraco. Pessoas de fora do carro vão ver, mas quem tá dirigindo não.
e por fim, spray de pimenta, arma de choque ou canivete daqueles que abrem rápido podem ser um item bacana de se ter na bolsa. Acho que na maior parte dos casos só a ameaça de usar essas coisas já pode ajudar um bocado.
é isso..

Gabriela disse...

Lola, acho que nem seria o caso de moderar os comentários (de ter que aprovar um por um). Mas certos perfis são trolls de carteirinha, só entram nos posts pra falar merda ou serem do contra (ou tudo junto), acho que tem um jeito de bloquear esses perfis especificamente.

Alessandro disse...

Classifico os estupradores na mesma categoria dos pedófilos: não estão buscando simplesmente uma relação, é algo mais perverso, que envolve um tipo de psicopatia doente e difícil de entender.

A diferença é que um relato de pedofilia choca a qualquer um (homens ou mulheres), enquanto no caso de estupro a nossa sociedade machista faz pouco caso, os homens se concentram no componente sexual, e não na violência cruel de um ataque desses - penso que deva ser uma das piores torturas que um ser-humano possa sofrer.

Anônimo disse...

Lola, já te agradeci por email, queria agradecer de novo, pois este espaço que você abre é muito importante... No mais acho importante mesmo a publicação desse post sobre os comentários, apesar de martelar várias coisas que já foram ditas aqui parece que as vezes temos que desenhar certas coisas...

Menina, relatos como os seus sempre me horrorizaram profundamente, não consigo nem imaginar a sua dor, mas te desejo toda a força do mundo.

Anônimo disse...

Pentacúspide, só pra refutar essa sua opinião distorcida de que garotos gostam de serem "abusados "e te fazer pensar um pouco: tenho um amigo que quando tinha 12 anos um dos tios dele o obrigou a fazer sexo com uma prostituta. E pasme, ele NÃO gostou e NÃO queria aquilo. Ele me disse que teve muita dificuldade e demorou muitos anos pra encarar a sexualidade de uma maneira saudável. E ele nunca teve coragem de contar isso para ninguém principalmente para os amigos homens dele. Não me falou os motivos mas posso claramente imaginar que era porque iriam tachá-lo de "gay" e "mulherzinha" por não ter gostado ou se aproveitado daquela situação. Só que isso além de estupro também foi pedofilia. Não nivele nem tente relativizar os traumas e a dor dos outros por causa de uma experiência sua.

Tauana disse...

ah, lembrei de uma música de uma compositora e cantora genial daqui do df que tem tudo a ver com esse post, especialmente a parte "a mulherada já sabe o cotidiano da rua: anoiteceu, sozinha cê não tá segura"
super aconselho todas as músicas, mas essa é a "testando"
http://www.myspace.com/ellenoleria

Thiago disse...

Bom post, Lola.

Reconheço que vir até o seu blog pra ler posts assim faz parte de um processo de reeducação. Porque a gente é criado pra ser muito, muito machista, homomfóbico...é uma merda, rs. Mas já introduzo um pouco do que aprendo aqui nas discussões com amigos.

Não sei o que se passa na cabeça dos que aparecem pra trollar aqui, mas cada idéia nova que absorvo aqui me faz sentir mais homem (numa acepção maior da palavra, não masculinista).

Abraço.

Juliana disse...

Sei que o post já está "antigo", mas não pude deixar de me manifestar.
É bom saber que não sou só eu quem me sinto assim. Apesar de ter passado por uma experiência imensamente menos traumática, e de ter tido amigos empáticos (e me refiro aqui a amigos homens), que passaram a me acompanhar no caminho para a casa da qual eu já estava de mudança depois do ocorrido, compartilho do medo constante da violência, especialmente da violência sexual.

raph disse...

Esse depoimento é realmente um bom resumo do que é ser mulher numa sociedade algo machista - no mínimo, mais angustiante do que ser homem.

Eu, por exemplo, como homem nascido e criado no Rio de Janeiro, já fui assaltado inúmeras vezes. Porém, a única vez em que fui assaltado em companhia de outras pessoas, foi de longe a mais assustadora e estressante...

Estávamos eu, minha esposa e minha cunhada numa cidade do interior de Minas, e fomos assaltados por 3 sujeitos. A sorte é que eles realmente só queriam dinheiro e celulares, pois se quisessem estupra-las, eu já havia me decidido: ou eu mato 3, ou eu morro.

Imagina então se fossem 3 mulheres, provavelmente nem essa possibilidade existiria.

Abs
raph

Anônimo disse...

Geeente! Não consegui ler todos os comentários! Logo depois de ler alguns já fiquei abismada! Moro em BH e mesmo durante o dia passo por situações muito desconfortáveis... Homens mexem comigo todos os dias! Sem exceção! Até mesmo enquanto espero o ônibus, num ponto ao lado da minha casa (pode ser de manhã, de tarde ou de noite), pelo menos uns três carros buzinam! É simplesmente ridículo! Parece algo automático nos homens, como escovar os dentes, tipo: olha uma mulher gostosa, vamos buzinar! Qual a intenção desse ato patético? Constranger? Não é possível que um homem acredite estar seduzindo uma mulher com buzinas, assovios e cantadas de meninos da quarta série, né?! Eu me sinto mal sempre que saio na rua! Sempre que escuto linda, gatinha, gostosa, delícia, loirinha, amor, psiu e afins! Sempre que um estrupício se esbarra em mim de propósito! Todos nós sabemos que nem todos os homens são assim, grosseiros e estúpidos, é claro! Eu namoro há quatro anos um cara ótimo! Mas é fato que o pensamento machista ainda domina a sociedade brasileira! Esses seres, independentemente da condição social, mtas vezes nos enxergam como pedaços de carne! Peitos e bundas! Podem até respeitar as mulheres que conhecem - mães, filhas, esposas, parentas, amigas, colegas, etc. Mas sempre que passam por uma desconhecida fazem um papelzinho bem tosco! E antes que coloquem a culpa em mim, posso esclarecer (para os machinhos de plantão) que moro num bairro bacana de BH e me visto formalmente, pois trabalho e estudo! Felizmente, nada pior aconteceu comigo, mas como mtas mulheres, sempre me sinto desconfortável andando sozinha na rua, a qualquer momento do dia! Rezando para na de ruim acontecer! Como acontece com milhares de mulheres!

Jéssica Karine disse...

Primeiramente vemos a covardia dos comentários feitos por algum boneco de anime que eu não sei o nome. Bem personagem de anime não são assaltados, então para me convencer, mostre a cara e me faça crer que não são mais um dos milhares de homens covardes que querem colocar como causa pra todos os problemas o instinto masculino ou a falta de cuidado. Minha mãe sempre fala que não devemos nos por em risco. Acontece que nós mulheres sempre nos sentiremos em risco, enquanto existirem homens que pensam que podem nos assediar, que podem estuprar, humilhar porque são homens, ou porque estamos de short curto e pedimos com isso pra ser estuprada. É muita hipocrisia desses imbecis vir falar que isso se comprar a uma savana. Imagino que talvez tenha irmã, ou mãe, ou namorada, agora imagine uma delas ser estuprada. Você vai chegar e falar que isso foi culpa delas, que podiam ter tomado mais cuidado, ou vestido roupas compridas. A violência está ai, pra todos, todos corremos riscos. Mais imagino que o medo dos homens ao serem assaltados seja a morte. Para algumas mulheres que foram estupradas a morte seria o mais digno no momento,todavia a maioria delas se reergueu, lutou e luta por mais respeito. Imagine então vocês homens, num futuro proximo, tendo que conviver com a ameaça de um psicopata que estupra homens, ou de muitos estupradores de homens. Veremos se ainda sim os comentários aqui serão os mesmos. Isso é bobagem, é bobagem discutir com gente assim. Meninas do blog, um conselho, temos que lutar pela nossa liberdade, porem temos que ir mais além. O mundo quer nos fazer crer que somos iguais, mais ainda ganhamos salarios menores, ainda corremos riscos de ser assediada no trabalho, na rua, em casa. A luta é por uma mentalidade apta a igualdade. O mal do mundo não são os homens, o mal do mundo são os imbecis como alguns aqui. Esse é o reflexo da educação que o país dá aos nossos, da estrutura familiar corrompida, da mentalidade machista predominante.

Renato Corrêa disse...

Se vc acha que a possobilidade de estupro é causada pelo machismo, então pense e aja como um homem.

Você e o sujeito provavelmente têm idéias opostas sobre os papéis que os homens e as mulheres tem na vida. Porovavelmente o sujeito é um covarde que se aproveita da força tua física inferior e do teu despreparo para lidar com esse tipo de situação. Uma discussão acerca da situação que as mulheres vivem no mundo, que elas não tem direito a andar sozinhas em uma rua escura, blablabla...

Para os homens insensíveis quanto a este temor feminino, sugiro que façam um pequeno exercício de imaginação: imagine você, homem, andando na rua e o Vitor Belfort, ou o Anderson Silva pulam atrás de ti e querem te comer. A proporção (força física, preparo)de um desses caras em relaçao ao homem médio é praticamente igual à um homem médio e uma mulher. Você sabe que, se não correr pra caralho ou der uma facada em cheio em um ógão vital, vc vira mulherzinha.

Enão, se as concepções do que bom ou mau são supostamente divergentes entre as partes e você, mulher, está numa rua escura e vem o imbecil na tua direção? BALA NA CARA DELE!

Não existe, ainda, artefato de controle mental civilizatório. Ningueḿ é obrigado a concordar com ninguém, nem ter as mesmas concepções do que certo ou ereado. Para isso existem as armas.

Simples, né?