segunda-feira, 20 de abril de 2009

COMERCIAL DA HAVAIANAS DÁ CHINELADA NAS MULHERES

Marcos Palmeira batucando. Veja o comercial aqui.

Mais um comercial ofensivo. Eu tinha visto uma vezinha só na TV, e agora a Leah pediu pra eu comentá-lo. Quando eu vi, nem me toquei que era propaganda de chinelo. Pensei que fosse de cerveja, porque tem todas aquelas besteiras de rodinha só com amigos e exclusão das mulheres. Acho que tem uma mulher do lado do Marcos Palmeira, mas ela mal aparece. Tem mais destaque uma moça de vestido atrás dele. Já diz muito que ela esteja de pé, fora do círculo. É essa a situação das mulheres nesses comerciais que não as têm como público-alvo. Mulher é só pra decorar ou pra que o protagonista (homem) possa reclamar dela (ainda mais se ela for esposa).
Enfim, aí aparece uma mulher totalmente fora dos padrões: de óculos, mais pra gordinha que pra magra, cabelo preso, ar professoral, longe das gostososas que a marca costuma usar. Ela surge pra interromper a festa dos homens e, do nada, diz que, com a crise, não há motivos pra ficar se divertindo e jogar conversa fora. Marcos diz “tristeza”, e um carinha emenda com o famoso samba “Tristeza... por favor vá embora...” (de Haroldo Lobo e Niltinho). Todos cantam, felizes, e a mulher se retira.
O comercial passaria em brancas nuvens se não fosse o contexto. Esse tipo de mulher não-gostosona de óculos não é nada comum na TV. Nem nos intervalos, nem na programação normal. Naquela campanha da beleza contagiante do Boticário, por exemplo, não havia nenhuma mulher parecida com ela. Porque, pelos padrões tradicionais, ela não é bonita. Então só vai aparecer pra encher o saco. O que ela fala é patético, lógico. Mesmo que a crise fosse tão terrível quanto o pessoal do “quanto pior melhor” quer fazer pintar, não seria o caso de amigos deixarem de se encontrar. E eu entendo e até concordo com a mensagem publicitária: não devemos ser pessimistas, vamos seguir vivendo, vai dar tudo certo (até porque toda e qualquer crise é péssima pro mercado, já que os consumidores diminuem o consumo). Mas me explica: por que colocar na TV fazendo papel de palhaça o tipo de moça que nunca aparece na TV? Por que não colocar uma das gostosonas? Ué, por que não colocar um homem de terno e gravata proferindo exatamente o mesmo discurso? Não pode colocar um executivo porque, quando o grupinho canta "Tristeza", não está mandando embora a crise, mas a mulher chata. Tristeza, substantivo feminino.
Não é exagero, não. Não é pegar no pé. É questão de pensar um pouco. Não sei se você lembra que, quando Silêncio dos Inocentes e Instinto Selvagem foram lançados no cinema, praticamente na mesma época (1991 e 92), houve vários protestos por parte da comunidade GLBT americana. Por quê? Porque o serial killer de Silêncio era um transsexual, e a vilã de Instinto era bissexual (aliás, praticamente todos os papéis femininos de Instinto são de bis ou lésbicas). Na ocasião, eu me recordo que achei aquelas manifestações ridículas. Ah, quer dizer que todo vilão tem que ser homem, branco, hétero? Fala sério! Para com isso!
O problema é que basta refletir alguns minutos sobre como gays, lésbicas, bissexuais e transsexuais foram retratados por Hollywood durante cem anos pra dar razão aos protestos. Não é como se essa minoria fosse sempre pintada positivamente e de repente, excepcionalmente, aparece um serial killer não-hétero. Se esse fosse o caso, duvido que alguém reclamaria. Mas existe um trocinho chamado contexto. E esse contexto mostra que os LGBT ora são vilões, ora motivo de chacota (como registra o excelente documentário The Celluloid Closet). Isso só começou a mudar um tiquinho dos anos 90 pra cá. E pode ter certeza que as manifestações tiveram influência para que mudanças acontecessem.
Raciocine comigo: se 99% dos heróis nos filmes são homens, brancos, héteros, os vilões também deveriam seguir a tendência, não? Se 99% das mulheres nos comerciais são decorativas e sem falas, é puramente ideológico colocar uma mulher que fala e não é bonita pra ser humilhada por um grupo. Ela é a típica mal-amada. Se fizesse sexo, não estaria reclamando por aí, né? Estaria era sambando atrás do Marcos, onde é seu lugar. E larga esses óculos, fia! Pruma mulher, ser vista é muito mais importante que poder ver, não sabia?
Opa, agora que fui notar, juro! Sabe de quem é a criação da peça? Da Almap/BBDO. A mesma agência do Boticário e do Doritos. Eles são consistentemente preconceituosos, é isso?
P.S.: Posso aproveitar pra dizer como o Marcos Palmeira me irrita? Não aguento seu sotaque ultra carioca. Ele parece estar fazendo um grande esforço toda vez que abre a boca.Tristeza...

106 comentários:

Alfredo disse...

Esse seu "sotaque ultra carioca" foi extremamente preconceituoso... como se a pessoa pudesse perdê-lo de uma hora pra outra.... Agora vc vem me criticar... ja que nesse blog as coisas são dois pesos e duas medidas... e se ele estivesse fazendo sotaque nordestino? vc falaria isso no texto tb?

Valéria Fernandes disse...

Perfeita a sua análise, Lola. Mas concordo com o Asnalfa, você escorregou ao falar do sotaque do Marcos Palmeira. Por mais irritante que possa ser o "sotaque exagerado" (carioca, paulistano, gaúcho, whatever), ele existe em qualquer lugar.

Alfredo disse...

Sobre a análise do óculos, eu acho perfeita. Teve aquela novela "Chocolate com pimenta" em que a associação dos óculos queriam processar a Globo pq a protagonista era um patinho feio que usava oculos fundo de garrafa, onde apos um banho de shopping e de salão, ela ficava sem oculos. A reporter do TV Fama perguntou se a portagonista (Mariana Ximenes) era bonita de oculos, e o cara disse lindissima... Mas soou tao falso... na minha opiniao o cara protegia a empresa de oculos sem se importar pra beleza da mulher, ou seja, ganância. eu amo oculos de grau, mas cada óculos tem formatos que so ficam bem em determinados rostos. por exemplo, rostos redondos e ovais devem preferir oculos mais "quadrados" pra deixar o rosto menos "redondo".

lola aronovich disse...

Asn, decidiu seguir os passos do seu ídolo e virar trololó agora? O Marcos Palmeira é um ator. Não estou criticando os cariocas pelo sotaque deles, estou criticando o Marcos. Porque é ruim prum ator ter um sotaque tão carregado desses. Atores precisam se transformar em outros seres, em personagens, e fica difícil o Marcos fazer qualquer personagem com aquele sotaque que não seja um carioca. Atores sabem imitar sotaques. Não estou pensando só na Meryl Streep, mas de todos os atores britânicos que vão parar em Hollywood. Mas o Marcos, eu nunca o ouvi com outro sotaque que não seja o ultra carioca. Fica muito limitado. Imagina ele fazendo um baiano. Imagina ele fazendo Shakespeare. Difícil, né?
Além do mais, falar do sotaque carioca não é como falar do sotaque nordestino (aliás, QUAL sotaque nordestino? Interessante como a gente já joga uns nove estados num bolo só). O sotaque carioca é o sotaque dominante, porque é esse que a Globo exporta como "natural" pra todo o país. Há dois pesos e duas medidas sim quando a gente fala do padrão dominante e de um padrão discriminado. Sabe? Um branco usar uma camiseta escrito "100% branco" não é a mesma coisa que um negro usar uma camiseta escrito "100% negro". Há toda a questão do privilégio.


Shoujofan, leia a resposta que eu dei pro projeto de trololó.

Alfredo disse...

Pq vc me odeia tanto assim Lola? pq essa agressividade?? o que eu fiz de errado? devo concordar tudo com vc?

Valéria Fernandes disse...

Lola,eu li, mas discordo. Sabe o que mais me irritava no Marcos Palmeira? A insistência em papéis rurais. Nestes ele sempre forçava o sotaque caipira e/ou nordestino genérico. O carioquês dele só se aplica quando em papéis cariocas. Eu continuo achando que foi um deslize seu. Delize pequeno. É importante? É. Desqualifica o texto e a análise? De forma alguma.

Valéria Fernandes disse...

Valeu a sugestão do documentário. Já estou baixando aqui.

Giovanni Gouveia disse...

Falar de "sotaque nordestino" é a mesma coisa de dizer que mineiro, paulista e fluminense têm o mesmo sotaque sudestino...

filipe disse...

essa mulher faz o papel de "mãe" ou de "tia chata" que sempre repreende o homem durante suas atividades ultra másculas. enfim, pelo que eu lembro, todos os comerciais das havaianas são meio [!] machistas.

e sim, é possível "perder" o sotaque de uma hora pra outra. tanto que quem tem sotaque "nordestino" ou "de caipira" e vai parar na globo tem que ir num fonoaudiólogo pra "se corrigir".

GUERRILHEIROS VIRTU@IS disse...

Comentamos separadamente xobre o mesmo comerciial, para comprovarmos que cada olhar e distinto e unico. Postei nos Guerrilheiros Virtu@is minha leitura do mesmo, em poucas palavras. Se quiser va la e veja.
Um abraço

Saroba

gabriela disse...

a propaganda mais machista do mundo eh aquela nova do fiat stilo.. um nojo, a mulher (prostitua) troca de carro de uma hora pra outra.. é mto riciulo..

Masegui disse...

Lolinha,

Você, como sempre, tem argumentos fortíssimos, difíceis de derrubar. Mas eu discordo um pouquinho. Quando eu vi o comercial nem me passou pela cabeça essas coisas que você aponta. Tá, tudo bem, pode dizer que eu estou do outro lado (por ser homem) e não sinta na pele essas coisas. Aceito. Mas às vezes eu penso que você tem uma visão aguçada demais. Pode ser ingenuidade minha, mas eu não vejo as coisas sempre dessa forma.

Veja bem, eu não sou tão otimista quanto aquele cara que cai do décimo andar e ao passar pelo quinto diz "até aqui tudo bem". Não, claro que não. Eu consigo perceber um pouco as coisas à minha volta, mesmo sendo um caipira sem cultura e sem estudos. Mas às vezes (repito) acho que olhar tudo com "olhos investigativos" não faz muito bem. Não sei se me fiz entender.

Beijão,

Mário Sérgio

Ana Rute disse...

masegui, acho que esses comerciais às vezes passam despercebidos justamente por explorar os estereótipos e senso comum da população.

"aliás, QUAL sotaque nordestino? Interessante como a gente já joga uns nove estados num bolo só."
é realmente incrível isso!
(aproveitando a deixa, acho que até já comentei aqui, um documentário que fiz com uns amigos vai ser exibido dia 30 de maio na tv cultura! mais perto venho avisar de novo. é sobre nordestinos que vieram morar em são paulo)

b disse...

Estereotipos e senso comum.... acho que ese é exatamente o ponto...

ISso vende... por incrível que pareça... programas d e TV e rádio dão muita audiência desde sempre com esses clichês....a relação entre casais, interesses masculinos e femininos.....
COncordo que seja ridículo, mas em uma sociedade capitalista, o importante são os lucros.. Nenhum comercial é feito com o objetivo de abrir a cabeça da população... são comerciais, feitos pra aumentar as vendas, criar necessidades falsas, dar lucros...

Duvido que as empresas fiquem maquinando: VAMOS OFENDER AS MULHERES...
Isso é paranóia....Há um esforço para manter o senso comum, pq isso vende.. e muito...

Bom exemplo disso é ver como todas as pessoas colocam queijo na ratoeira pra pegar ratos... quem disse que rato gosta de queijo?? Pior, alguns ainda esquentam um pouco, que é pra ele sentir o cheiro..Isso é senso comum... e uma mostra de como a televisão interfere na nossa vida (me refiro ao desenho tom & jerry)...
As pessoas são vazias e se identificam com esses comerciais, estereótipos..me lembro que quando adolescente, ngm queria ser o nerd...pq o cara que se esforça e estuda é sempre o babacão...e foi bvem difícil me livrar disto...

Outro exemplo? Futebol.. eu não gosto...não sei jogar.. nao entendo nada...canso de ouvor que não devo ser brasileiro por isso não gosto... ngm explica pq fica doente qdo o SP perde, ou qdo o Corinthians é rebaixado.. ngm sequer pensa de onde vem isso...é senso comum.. brasileiro tem que gostar de futebol..

Fico feliz que existam pessoas que consigam ver as entrelinhas e elucidar algumas pessoas...

mas confesso que alguns exageros são desnecessários.

"Tristeza, substantivo feminino. "

Este trecho foi desnecessário...é procurar defeitos que, talvez, não existam... posso estar sendo inocente... mas é preciso tomar cuidado... senão, passamos a procurar e apontar ou inventar) defeitos pra tudo que não gostamos, oq, na minha humilde opnião, faz cair em descrédito a opnião de uma pessoa tão firme em suas convicções...

Parabens pelo blog.

Ana disse...

Pô, mas a mulher é mal amada só pq não faz sexo? o.O

E o Palmeira era até um cara polititicamente correto...Q surpresa ruim.

Anônimo disse...

Grrr.... de novo, vai vir um monte de gente dizendo: "ah, não é machista não, porque quando eu vi, isso nem me passou pela cabeça".

Não bastou toda a discussão sobre o Doritos para sedimentar que não importa se vc percebeu de imediato ou não, a mensagem é sutil e está nas entrelinhas? (bem, para mim, não tem nada de sutil, né? Está super escancarado).

***

Eu não tinha visto este comercial ainda, Lola. Mas já achava os últimos comerciais de Havaianas bem machistas (aqueles em que um cara solta um "gostoooosa" para a Fernanda Tavares, aí o marido dela vem reclamar a propriedade sobre ela).

Como sempre, ótimas as suas observações, mas não sei se concordo com a parte em que vc diz "não dava para pôr as gostosas de sempre, não?". Porque, assim, o comercial continuaria sendo machista. Continuaria colocando a mulher como aquela que só enche o saco (no caso da gostosa, cairíamos naquela velha mensagem de que a mulher tem que calar a boca, só serve para mostrar o corpo mesmo).

Ao escolherem a gordinha em vez da gostosa, o que eles estão fazendo é cair numa outra mensagem machista, que é a que mulher feia tem de ser expulsa.

Mas, gostosa ou não gostosa, toda a concepção do comercial é extreamente machista. Acho que mudar a atriz não melhoraria o comercial.

Bjo!

Ollie disse...

Fz um comentário enorme explicando tudo o que penso sobre o assunto e depois desisti de publicá-lo, porque não dá para atacar os caras do comercial...

Gostaria de dizer "olha, o comercial é mentiroso e TODAS as mulheres são legais e não são chatas", porém, eu não consigo, porque, o pior nessa situação é que esse tipo de mulher chatinha, que entra em festa ou roda de samba para reclamar ou cortar o barato alheio, existe e é até muito comum. Eu mesma conheço várias.
:(

Ju Ribeiro disse...

lola, eu já tinha visto, mas esqueci de comentar aqui.
é, senti nojinho. mesmo nojo sinto com a nova campanha da cerveja cintra. joga no youtube, deve ter lá.

hahhahaha!!! engraçado que eu tb acho super irritante esse sotaque do marcos palmeira (eu gosto dele pelo engajamento dele com as causas ambientais). e olha que eu sou carioca, hein?!

Ana Cristina Moter Pereira disse...

quando assisti esse comercial, fiquei pasma, boquiaberta. Tentei não acreditar no absurdo que estava vendo! Mas não, o negócio tava ali mesmo e uma mulher com o meu tipo físico, o meu óculos estava sendo humilhada em "praça pública"! Nem preciso acrescentar que entendi direitinho a mensagem que eles quiseram passar... Pensei nas mesmas coisas que vocês, por que a "chata" não foi uma gostosona de bikini? PO DEIXA AS MULHERES SE SENTIREM BEM SENDO COMO SÃO! Po, o tal do chinelo não é pra "todo mundo usar"? Então! Essa propaganda me irritou mais que a do boticário, muito mais.

Flávio Amaral disse...

Ótima análise.

Quando vi o comercial até gosteida idéia de "não vamos deixar a crise nos abater". Mas achei muuita bobagem pôr gente marcando o ritmo com sandália - oi? - e tudo piorou quando apareceu a vilã.

O contraste entre as outras mulheres do ambiente é flagrante e - sabe o que visualizei na hora? - que a tal personagem era uma caricatura da ex-senadora Heloísa Helena, de quem quase sempre só reparam o duo jeans/camiseta e sua aura de 'cricri' (aspas, gente, aspas...)


Por fim, enxerguei um gratificante clarão de luz no post em seu comentário sobre o sotaque 'nordestino'. Qual sotaque? Sou pernambucano e mesmo aqui em um só Estado há modos de falar distintos entre quem é da zona metropolitana do Recife, quem é da zona da mata, quem é do agreste e quem é do sertão.

Grande abraço.

Patricia Daltro disse...

Lola, quanto tempo que não comento por aqui, rs. Alias, ando meio fora do universo blogueiro mesmo.
Não vi o comercial e se vi, não prestei atenção. Mas, vou ver se acho no You tube.

O que sei e concordo com você, é que mulheres gordas/cheinhas, de óculos e cabelos presos, sempre são o esteriótipo da chatas, pentelhas e que só servem para atrapalhar a diversão, normalmente são vilãs e/ou se prestam ao trabalho de ilustrar um antes e depois das mocinhas que um dia pretendem ser alguém.

Tem um comercial, acho que rexona teen, que mostra esse esteriótipo tendo a ousadia de brincar em máquinas de dançar em flipper, brincando de guerra de travesseiros e no final, vem a conclusão, que o aquelas cenas não era a praia delas, já que aquilo era destinado a jovens bonitas e descoladas.

Mudando de assunto, escrevi um post sobre casamento e jogos no meu blog, fruto de duas noticias lidas esse final-de-semana, uma falando sobre mulheres brasileiras que se convertem ao islamismo para arranjarem marido e outra sobre um jogo que estimula estupro e pedofilia.

Bom ver que você continua tão afiada quanto antes!

Ana Cristina Moter Pereira disse...

Ahh, o "pq não colocaram uma mulher de bikini ali" não foi pq isso iria atenuar a msg machista e sim pq é interessante, que quando é pra mulher ser retratada como intelectual, inteligente, culta, ela vai ser chata e fora do padrão gostosona da praia. Ou seja, de acordo com os padrões da tv ela é feia, insuportavel e errada.

Alfredo disse...

Lola.. mudando de asunto olha isso:

"Sugere que o Ministério das Relações Exteriores parabenize e apóie o Presidente dos Estados Unidos da América, George W. Bush, quanto à sua manifestação contrária ao casamento entre pessoas do mesmo sexo."

É uma proposicao la do congresso. Se quiser o link:
http://www.camara.gov.br/sileg/Prop_Detalhe.asp?id=175785

anália disse...

Oi, Lola!

Não vi a propaganda, mas pelos quadros que vc postou, a mulher parece mais uma sósia da supernanny (não sei se vc conhece o programa).
Bjs,
Anália

olhodopombo disse...

Lola, sinceramente eu DETESTO ver filmes, ou programas quaisquer que seja na TV com gente feia, seja homem seja mulher ou criança ou cachorros, etc........
So gosto de filmes com atores bonitos e atrizes mais bonitas ainda....
vale para coemrciais tambem,
afinal a
vida não passa de uma grande brincadeira....

Alfredo disse...

Nossa "Olho de pombo"... respeito sua opiniao, mas beleza nao é talento. Vc nao aprendeu nada com Susan Boyle e toda a discussao em cima da imagem dela nao??

luciana disse...

Lola, adoro sua escrita assertiva, direta. O comercial é misógeno, ponto. Pero... Lola...confesso que fiquei um tanto chocada com seu comentário sobre o sotaque de Marcos Palmeira. Não dá pra discutir um preconceito acirrando outro.

Helena disse...

Lola, nao tem muito haver com o post, mas vc viu isso aqui????


http://g1.globo.com/Noticias/PlanetaBizarro/0,,MUL1089645-6091,00.html


Abraçosss

Marcia disse...

É Lola...tb vi esse comercial e listei ele como "mais um comercial cretino que me faz desligar a Tv de raiva". Bom, além de todos os estereótipos que vc já mencionou ele tb se baseia naquele que mulher inteligente nunca pode ser a bonita ou a gostosona né? Não combina. Se ela for inteligente, engajada e tal não pode ser atraente fisicamente de jeito nenhum. Oras, eles poderia até ter colocado uma mulher mais "comum", uma que não fosse uma modelo como a samambaia decorativa que está atrás do Marcos Palmeira, não é? Mas não, pegaram uma mulher e fizeram uma transformação a la Betty a feia nela. Colocaram óculos, camisa comprida, um colete e prenderam o cabelo dela. Eu até achei que eles meio que quiseram deixar ela parecida com a Heloísa Helena, mas não sei... deve ser coisa da minha cabecinha revoltada! rs

Nessita! disse...

Olá, Lola! Quando vi essa propaganda pensei na hora: "óbvio que a mulher chata que atrapalha o pagode seria a gordinha baixinha de óculos, afinal se ela fosse gostosona, estaria na roda. Como se mulher bonita fosse burra ou mulher ligada na realidade tenha que ser feia. Não me espanta que seja da mesma agência, anda complicado pra eles, hein?

Não vou entrar na discussão dos sotaques, como gaúcha simplesmente odeio quaisquer tentativas de imitarem o sotaque daqui...

Lucia Freitas disse...

Já pro Conar: www.conar.org.br... a campanha do Doritos saiu do ar porque a galera reclamou. Não dá pra deixar passar batido.
Valeu, Lola, não tinha visto (a TV anda desligadona, graças!)
bj

Anônimo disse...

Sabe aquela propaganda que você sabe que tem algo errado nela mas não sabe dizer o que? Com Essa da Havaianas sempre foi assim... Lola adorei sua opinião e concordo com ela. Beijos

P.S - Lola, gostaria de saber sua opinião em dois assuntos, se um dia lhe inspirarem um post vou amar. Um deles é sobre a grande atriz July Garden (acho sua história incrível)e a outra é sobre aquele caso de incesto do Monstro austríaco Josef Fritzl.

Karime disse...

Lola, desta vez não concordo com você. Quando vi a propaganda nem pensei nisso, simplesmente achei engraçado. E não é porque estamos acostumados ao preconceio que não reparei, porque eu sempre reparo nessas coisas. É porque acho que não se pode ser assim tão radical!! Abraços! :)

Lila disse...

Será q só eu reparo o qto os artistas globais forçam o sotaque carioca?
Já repararam no sotaque da Angélica e a Luana Piovani, caríoquissimas não?
Só que as duas nasceram no interior de São Paulo. A Angélica nasceu em São Bernardo do Campo e a Luana Piovani em Jaboticabal.
Ok, podem argumentar q elas já moram há anos no Rj, mas pra mim fica nítida a forçação do sotaque.
Ah, é só um exemplo, não tenho nada contra as duas. Podem reparar q vão encontrar a mesma situação com váaaaarios artistas.

Srta.T disse...

Não vi a propaganda e também não gosto do Marcos Palmeira. Mas ele fez um personagem que era empregado em uma fazenda de cultivo de cacau que, salvo engano, ficava na Bahia. E tinha sotaque, imagino eu, baiano. Acho que o tal sotaque carioca foi usado pra passar a velha mensagem (estereotipada) de que o carioca é boa vida, malandrão, que fica em roda de samba e nunca se preocupa com assunto sério.

Concordo com a Marjorie: fosse bonita a tal moça que aparece interrompendo a diversão dos marmanjos, a mensagem mudaria pouco. Feia e chata, bonita e chata, o problema é que a mulher é chata.

Sobre sotaque nordestino: eu sinceramente não sei diferenciar um sotaque paraibano de um pernambucano. Aliás, nem meu namorado, que é filho de uma paraibana, sabe. Nunca conheci ninguém que soubesse, aliás. Por exemplo, quando falam em "sotaque caipira", eminentemente se referem ao sotaque de quem mora no interior de SP. Esquecem que os outros estados também tem seus "caipiras", e que eles necessariamente não falam como nós (sou caipira nascida e criada no interiorrrrrrrrrrrrr de SP!).

Milla disse...

Essas questões que Lola apontou só não passam pelas cabeças daqueles que não são atingidos pelos estereótipos, não é mesmo...?

Propaganda bastante bizarra, não ver quem não quer.

Milla disse...

"Sobre sotaque nordestino: eu sinceramente não sei diferenciar um sotaque paraibano de um pernambucano. Aliás, nem meu namorado, que é filho de uma paraibana, sabe."

Ele não deve ser o único.
Quando cheguei em Brasília as pessoas achavam que eu falava 'RÉcife', quando, é bem mais comum para as pessoas que nascem em Recife falarem em 'Ricife'.

O fato de você ou seu namorado ou várias pessoas não saberem diferenciar os diferentes sotaques que existem no nordeste não quer dizer que eles não existem - só que vocês são ignorantes.

Chaves disse...

Lola,
Comentar no seu blog é um problema: ou a pessoa concorda, batendo palminha e dizendo: "eu também sou/faço/penso assim!" ou ela é tratada de troll.
É uma arte discordar educadamente de uma pessoa. Creio que os ingleses são mestres nisso. I beg to differ... Por aqui, ao que parece, a maioria das discussões se resumem a pertidas de futebol: eu torço pra esse time, vc torce pro outro. Coisa mais aborrecida!
Quanto ao Marcos Palmeira, ele já fez um baiano, na novela Renascer, que era bem boazinha, por causa do diretor Luiz Fernando Carvalho. E fez um sotaque baiano decente. Nada mal pra um carioca carregado como ele, acho que podemos procurar no youtube pra tirar a dúvida.
Ou seja: você julgou mal um carioca por uma característica externa, seria como eu julgá-lo pelos seus cabelos. (hummm, talvez não, mas não me ocorre exemplo melhor agora. É como ser gordo, aparentemente você pode mudar essa característica, mas sabe que não é bem assim)
Da mesma forma, reclamo da maneira preconceituosa como você trata as pessoas que discordam da sua ideologia, e que você prontamente rotula como "direita". E pra você, toda pessoa que entre nesse balaio não presta, é maldosa, egoísta, e não liga para o futuro da humanidade. Isso é preconceito. E ofende. Só que quem lê as suas ofensas não pára pra ficar dizendo que se sentiu ofendido. Apenas vai embora e não volta mais. Assim você vai cultivando a sua platéia do "we! we! we!", que o Cummings ironiza. Pode ser divertido pra sua vaidade, mas não é produtivo.
A verdade é que as pessoas não podem ser rotuladas tão facilmente. Santiago foi escorraçado daqui por discordar, por dizer um monte de coisas desagradáveis, mas nada muito diferente do que você mesma faz com as pessoas que critica, como fez agora com o Marcos Palmeira. Ele tem sotaque? Você o detesta por causa disso?
Só porque ele é carioca? Se eu dissesse que odeio sotaque pernambucano, eu seria considerado desalmado, elitista e sei lá mais o que. Você reclama do sotaque de um carioca, e é cool? Sim, estou repetindo o que asnalfa disse, porque achei bem pertinente.
Por último, veja bem, estou quase certo que asnalfa e Santiago são a mesma pessoa. Não sei se alguém já levantou a pelota por aqui, mas a máscara de asnalfa já está caindo, pois o nível de comentários e erros de portugues vem se alterando com o tempo.
Quanto ao Santiago, lamento que ele tenha se ido, e espero que seja persistente o suficiente para voltar. Os comentários ficam muito melhores com ele pra provocar.
Eu não tenho saco pra fazer trolagem, senão eu também pegava no seu pé por causa dessas besteiras... só pra variar...
Suas críticas de cinema são divertidas, porém rasas. Você tem muita informação, referências, mas aproveita bem pouco do conteúdo que evidentemente possui. Acaba usando toda essa bagagem pra fazer enquetes bestas.
Se você vai considerar minha crítica mal-educada, eu lamento, mas não tenho arte suficiente para ser polido e dizer o que estou dizendo agora. Mas talvez você precise ouvir isso pra subir de nível, fazer melhor do que já faz.

Ollie disse...

Peraí, o que é que estou lendo aqui?
Já para o Conar???
Vamos retirar as propagandas das quais não gostamos do ar e etc.?
O.o
Ai, meus sais...
(Alguém me abraça? Tô com medo.)

Srta.T disse...

"O fato de você ou seu namorado ou várias pessoas não saberem diferenciar os diferentes sotaques que existem no nordeste não quer dizer que eles não existem - só que vocês são ignorantes."

Hum. Ainda não consegui identificar no meu comentário onde eu neguei a existência de sotaques diferentes no Nordeste. Desenha pra mim?

Aliás Milla, quando você se refere a mim e às demais pessoas que não conhecem as diferentes nuances de sotaques do Nordeste como "ignorantes", espero que entenda que ignorância não é sinônimo de preconceito, apenas de desconhecimento. Aliás, posso estender a pecha de "ignorante" aos que usam a expressão "sotaque caipira" também?

Srta.T disse...

Chavez, eu também tenho sérias desconfianças de que Asnalfa e Santiago dividem o mesmo RG ma vida real.

Lila disse...

Ai, vou dar meu pitaco.
Chaves, espero q o Santiago não volte mesmo, pq as ofensas dele não tem nada a ver com o pensamento diferente e sim com: "vc é gorda, feia, mal intencionada, é atéia e não tem filhos e portanto é desalmada e seca etc."
Sabe o tipo de pessoa q acha q pra calar um mulher basta chamá-la de gorda, feia e chata, repetindo esteriótipos do é socialmente esperado pra uma mulher?
Isso sim é q é insuportável, se ele discordasse como tantos outros por aqui, ok.
E Lola, a Lila do coment acima sou eu, é q comentei com outra conta.

Alfredo disse...

Eu nao sou o Santiago. Meu ip é de Goias e o do Santiago é do sudeste. Acredito que Minas Gerais ou Sao Paulo. Alem disso, parece que ele tem mais de 40 anos enquanto que eu tenho apenas 24 anos.

Bjos gente.

Valéria Fernandes disse...

The Celluloid Closet é ótimo, Lola. Obrigada por ter citado. Baixei, assisti e está no meu acervo.

lola aronovich disse...

AHHHHH! O que estou fazendo respondendo comentários?! Tenho umas 50 páginas pra escrever, 3 artigos diferentes, até o final do mês!


Gente, o Asnalfa não é o Santiago mesmo! No único dia que eu reparei no IP dos usuários (semana passada), ambos estavam online ao mesmo tempo (eles comentaram no mesmo momento). E, realmente, o Asn é do centro-oeste, e o Santiago é de SP. Mas, fora isso, quem acompanha os comentários pôde ver quando eles se enamoraram um pelo outro, ao notarem que tinham tanta coisa em comum (ódio do Lula, ódio do Lula, ódio do Lula, uma certa dificuldade em argumentar, e vontade imensa de chamar a atenção).

Quanto ao Marcos Palmeira, não acho que meu comentário foi preconceituoso. Eu não disse que detesto sotaque carioca ultra-carregado, só que não gosto disso nele, porque acho que é limitante como ator (tampouco gosto como este mesmo sotaque é imposto pela TV pro resto do país, mas isso é outra história e não está no post). Eu tinha esquecido que ele fez uma novela em que ele era baiano. Ou talvez eu nunca tenha visto essa novela. De todo modo, atores precisam saber imitar sotaques diferentes. Faz parte das exigências da profissão. E, quando eu vejo o Marcos, eu vejo um ator com sotaque tão forte que parece ser difícil de deixar de lado.
Sobre os sotaques do nordeste, eu não sou uma pessoa adequada pra identificar sotaques alheios. Eu reparo que a pessoa tem um sotaque diferente do meu, mas raramente consigo identificar de onde vem esse sotaque. Só acho estranho que a gente junte nove estados, numa região imensa, e chame tudo de “sotaque nordestino”. É como se alguém falasse de “sotaque sulista”. Não tem um só, e olha que aqui somos apenas 3 estados. O gaúcho fala de um jeito, o paranaense diz “leiTE quenTE”, o catarinense fala cantado, e mesmo o sotaque em Joinville não tem nada a ver com o dos “manezinhos da Ilha” em Floripa. Eu pessoalmente gosto de todos os sotaques. Acho-os fofinhos, dão um colorido e uma personalidade pra gente. Bom, talvez eu não goste tanto do carioca quanto dos outros, simplesmente porque é o padrão dominante, imposto. E talvez eu não goste tanto do sotaque do interior de SP por me lembrar de coisas desagradáveis como música sertaneja e rodeios. Sim, eu admito: tenho enorme preconceito contra música sertaneja e rodeios.

lola aronovich disse...

Mario e Kaká, não há dúvida que, dependendo de onde a gente tá, da nossa história de vida, dos nossos interesses, a gente verá as coisas diferentes. Algumas coisas que pra gente parecem totalmente “normais”, “naturais”, que a gente nem para pra questionar, são chocantes para outras pessoas. Por exemplo, a nossa realidade de vida é diferente da de uma pessoa com deficiência física, um cadeirante. A gente dificilmente vai notar se um local está equipado com rampa ou não, porque não é importante pro nosso dia a dia. Mas, na vida de um cadeirante, é fundamental. A gente, do alto do nosso privilégio (porque vivemos num mundo em que tudo é feito pra gente, não pros cadeirantes), nem repara. A mesma coisa com outras discriminações. Tem um monte de coisa racista que eu não noto por ser branca, coisas homofóbicas que não noto por ser hétero. Mas, quando falamos de discriminação contra mulheres ou gordas, por isso ser parte da minha realidade, eu noto. É uma outra perspectiva. Mas eu fico FELIZ quando um membro de outra minoria me abre os olhos praquele preconceito que eu nem havia notado. Nem sempre concordo, mas só parar pra pensar e ver as coisas de outra forma já é bom, pra mim.

lola aronovich disse...

Também acho, Thiago, que na maioria das vezes não existe uma conspiração pra ofender as mulheres (e as outras minorias). Quer dizer, alguns comerciais, acho que tem, sim, essa intenção (o do Fiat Stilo, por exemplo - não é possível que o publicitário não tenha pensado: “Putz, a gente tá dizendo que só homem vai poder comprar/dirigir esse carro, e que as mulheres são capazes de trocar de namorado apenas pelo carro que o cara tem. Alguma mulher pode se ofender”. De repente, esse insulto foi até intencional, já que a marca Fiat é bem vendida entre as mulheres, e os publicitários quiseram deixar claro que o Stilo era “carro de macho”, não “carro de mulherzinha”. Não podemos esquecer que um comercial demora um tempão pra ser feito. Não é de um dia pro outro. Acho que o pessoal sabe bem o que está fazendo. Mas, como as pessoas que bolam e executam aquele comercial fazem parte de uma cultura machista, homofóbica e racista, às vezes nem reparam que estão sendo machistas, homofóbicas e racistas. É algo natural pra elas. Não estou justificando - acho que pessoas que trabalham com cultura de massa deveriam ter a responsabilidade de questionar esses valores retrógrados. Mas, é como vc diz e já disse num outro comentário: o “senso comum” é vendido como algo único, criativo, quando no fundo é só a divulgação de um velho clichê preconceituoso.

lola aronovich disse...

Gabriela, é, essa propanda do Fiat Stilo é um nojo mesmo. Quer dizer que quem compra aquele carro ganha uma “maria gasolina” de presente? Espero que mulheres boicotem esse carro.


Marj, é, eu tinha esquecido desse outro comercial da Havaianas com a Fernanda Tavares. E olha que eu vi esse comercial ad nauseum durante o Oscar! Acho que, se tivessem colocado uma gostosona pra fazer o papel da “tia chata”, ainda seria um comercial machista, lógico. Mas o interessante é que isso não deve ter nem passado pela cabeça dos “criadores”. Porque mulher bonita em comercial mal fala! É simplesmente decorativa. Pra mim chama muito a atenção que uma rara mulher não-gostosa num comercial faça logo o papel de vilã.

lola aronovich disse...

Ollie, querida, só porque a gente conhece mulheres chatas (eu conheço homens chatos também) não quer dizer que o comercial tá certo, né? Pensa só: se a mensagem do comercial é contra a estagnação diante da crise, por que não ter um bonitão de terno e gravata dizendo a mesma coisa que a mulher? Bom, porque, como a propaganda é rápida, a gente precisa se posicionar automaticamente CONTRA o vilão. E aí é que está: simplesmente por apresentar uma mulher fora do padrão de beleza, o comercial já cria uma antipatia por ela. Ela nem precisaria abrir a boca.


Ju R, horrível esse comercial da Cintra. Nunca tinho visto. É típico, né? A gostososa entra muda e sai calada, enquanto todos os homens que a observam detalhadamente (mulher é pra isso mesmo) falam. Aí lá nos comentários do YouTube tem alguém dizendo: “Todas as mulheres brasileiras deveriam ser como essa loira”.

lola aronovich disse...

Anacris, parece um ataque pessoal, né? Mas nem é, é puro estereótipo. Só que, lógico, são estereótipos que atrapalham muito a gente.


Puxa, Flávio e Marcia, é verdade, e eu nem reparei: acho que rola um vibe Heloisa Helena na moça do comercial sim! Mas insinuar que uma política de esquerda é contra rodinha de samba por ser “séria demais” vende chinelo?

lola aronovich disse...

Fátima (Olho de Pombo), o que é feio e bonito é bem relativo. Eu gosto de diversidade. Não acho que as pessoas são clones. Eu gostaria de ver tipos físicos diferentes (que, pro padrão dominantes, são feios) na mídia. A vida é uma grande brincadeira pra mídia conseguir martelar um pensamento único na gente.


Helena, vi sim essa notícia. Será que é verdade?

lola aronovich disse...

Shoujofan, que bom que vc conseguiu baixar e ver The Celluloid Closet! É ótimo mesmo. Ainda preciso escrever um post sobre ele pra ver se motivo mais gente a ver o filme. É um documentário importante!


Prity, Judy Garland? Adoro ela, mas precisaria ler uma biografia, “Over the Rainbow”, que li faz tempo. Sobre o Monstro Austríaco, nem saberia o que dizer. É the horror, the horror. Falar sobre algo tão óbvio é desinteressante pra mim.

lola aronovich disse...

Chaves, nada a ver. Tem muita gente que discorda de mim por aqui, mas o faz educadamente. É só ler os comentários deste post. Tem quem diga que estou exagerando ao ver machismo nesse comercial, tem quem ache que minha observação sobre o Marcos Palmeira foi preconceituosa, tem quem diga que colocar uma gostososa no lugar da mulher chata seria tão machista quanto, e por aí vai. Se isso tudo é concordar comigo... Minha reação agressiva contra o Asnalfa é que às vezes ele dá uma de troll (geralmente ele é apenas muito, muito ignorante - e não é por ser de direita, mas por não pensar, não querer aprender). Por exemplo, no domingo, depois que a Leah me falou do comercial da Havaianas, o Asn já deixou um recado dizendo como gosta daquele comercial porque adora ver aquela mulher ser humilhada. Vejamos... Isso parece um comentário argumentativo ou um recado típico de trololó, feito só pra provocar (ainda mais num blog abertamente feminista)?
Acho estranho que vc, uma pessoa que nunca comentou aqui no blog (ou, se já comentou, foi poucas vezes), comece o comentário dizendo “Comentar no seu blog é um problema”. Tipo: how would you know? É estranho dizer que eu desqualifico qualquer crítica como “trollagem”, sendo que até agora eu digo que tive apenas DOIS trolls no meu blog (Santiago e João Neto; nem considero o Asn um troll). É uma simples questão matemática: quantos comentaristas passaram por aqui? Quantos discordaram de mim? Quantos eu chamei de trolls? Sua acusação não se sustenta. E também fico um pouquinho desconfiada de quem pede a volta do Santiago, como se os “argumentos” dele fizessem falta. Porque acho que ele VAI voltar, porque a vida dele deve ser muito vazia sem alguém pra atazanar. Só acho que ele vai voltar com outro nome. Por isso, não é pessoal, mas qualquer comentarista que apareça de repente já me criticando e lamentando a ausência desse gigante intelectual que é o Santiago, eu vou pensar: hmmm... será que este é seu novo nome?

Alfredo disse...

Nossa Lola.. eu nao gostei da mulher ser humilhada. Porem eu achei cômico na hora por haver um humor negro. Mas o comercial é machista mesmo.

lola aronovich disse...

Asn, seu comentário sobre o comercial (antes mesmo de eu publicar este post) foi:
"Morri de rir com esse comercial das havaianas...
auhuhauhaua nao estou conseguindo parar de babar de tanto rir!!!!
eles humilharam a mulher..."

Pareceu bem coisa de trololó, sim.

Anônimo disse...

Nossa, essa olho do pombo aí que acha que só 'coisas bonitas'deveriam ser mostradas, precisa excluir a foto dela do comentário para ser coerente.

GUERRILHEIROS VIRTU@IS disse...

O que quis salientar em meu comentario, em seu blog, Lola, e da diferença de leitura que fizemos. Enquanto eu vi uma clara referência aos anuncios catratofistas de nossa grande nidia, chamada de PIG pelo PHA, que ao meu ver o comercial quis fazer a referëncia, vc viu um costumeiro preconceito contra a mulher. Coisas da vida...
Abraços,
Saroba

Chaves disse...

Oi, Lola
Sim, eu ja comentei antes. E não sou o Santiago não. Mas como te falei, leio há tempos seu blog, mas sempre que vejo alguém com uma opinião parecida com aquilo que eu ia comentar, eu deixo de falar pra não ficar ocupando seu espaço, por ser desnecessário. Quero dizer, modo geral, quando eu acho que não há nada a acrescentar, eu prefiro não fazer coro. Falar muito não é o mesmo que ser relevante.
E tem vezes que sei que discutir é inútil, ainda mais porque o espaço é seu, então também me pergunto qual o sentido de ficar discutindo à toa. Não vale a pena simplesmente ficar falando, falando... A gente deve ocupar espaço com algo relevante.
Só estou parando pra falar tudo isso porque, apesar de eu discordar de um monte de coisas, seu blog é interessante, divertido e curioso, e por mais que eu me sinta rejeitado logo de início por não ter o perfil do seu leitor padrão, tenho curiosidade de ler opiniões diferentes das minhas - as suas e a do pessoal que comenta aqui. Isso é enriquecedor, percebe? Mesmo quando eu sinto indignação.
E falo do Santiago, porque já dei boas risadas com ele, e creio que ele, na maioria das vezes, apontou com bastante precisão questões que mereciam ser debatidas. E digo que ele é a mesma pessoa do asnalfa, porque os pontos que asnalfa comenta são justamente o exagero do Santiago. Enquanto um usa linguagem culta, ainda que incisivo, o outro se passa por moleque de 18 anos, problemático, e se permite falar bobagens e exageros, nitidamente provocativos. Mas o fundo das opiniões são as mesmas. Por exemplo, a crítica ao seu preconceito contra cariocas, no primeiro comment.
...
Você se expõe, escreve, emite opiniões. Quando elas são fracas, ou nao se sustentam, ou escondem preconceitos e eles são revelados, certamente isso é desagradável. Por mais "cabeça aberta" que você seja, por mais bem intencionada, você não é perfeita, e vai ser criticada. Ás vezes mais, às vezes menos, mas não é todo mundo que é capaz de perceber as contradições inerentes a um discurso. E nem todo mundo vai parar pra falar. Ou por achar que é inútil, como eu, ou por covardia mesmo.
Quando o chato do Santiago pára pra criticar você, ele está te fazendo um favor. Seria melhor fazer em particular, como na vida real? Pois sim. Mas aqui você fala em público, e em público será criticada. A opção foi sua.
Você por várias vezes foi ofensiva com pessoas nos seus textos. Você comete os mesmos erros de generalização e preconceito que critica nos outros de orientações ideológicas diversas. É claro que você receberá aplausos de gente que pensa como você.
99% de quem discorda simplesmente não perde tempo escrevendo. Na verdade, agora mesmo estou me questionando se esse comentário aqui vale a pena. Espero que valha o tempo gasto.
E repito: asnalfa = Santiago.

Alfredo disse...

Chaves, eu amei seu comentario!!!!
Me fale mais de vc: onde mora, idade, casado, cor, religiao, direita ou esquerda, escolaridade....
Santiago ta fazendo falta sim!! Mas creio que ele nao volta mais. Mas tenho certeza que ele está lendo o blog da Lolinha. Repito: EU NAO SOU O SANTIAGO. SOMOS PESSOAS DIFERENTES.

Chaves disse...

asnalfa, meu caro,
eu sou provavelmente tudo o que você odeia, e o tipo de gente a quem você deseja a morte, segundo comentários antigos seus.
Mas, será que isso faz diferença?
Quem eu sou e o que penso transparecem no meu texto, assim como você ou a Lola.
Os nossos erros nos revelam.

Dai disse...

Lola,

Adorei seu texto sobre o comercial.
Eu cheguei atrasada para variar, mas comento mesmo assim.

1) O comercial é tãaaaaao machista. Dos piores. E mais: acho que há um subtexto de antifeminismo nele. A moça tem o estereótipo de pessoa intelectualizada que expressa uma crítica social à sociedade, tinha que ter mesmo a função de corta barato na trama. E não é de hoje que nós feministas somos rotuladas como mal comidas ou cortadoras de barato na cultura de massa. Lembro de algumas charges sobre as sufragistas do século XIX que basicamente se apoiavam nisso. A feia faz passeata, a bonita vai ao salão de beleza. E nós sabemos qual das duas a sociedade enaltece. Qual o exemplo a ser seguido, em nome da preservação da humanidade e do status quo. Ilustra muito bem essa dicotomia a Susanita, de Quino, sempre um contraponto ao perfil mais crítico da Mafalda, afirmando uma identidade de mulher que se referencia na beleza e na maternidade, diferente da protagonista das tiras, que preferia ter cultura e discutir política em vez de escolher vestidos. Acho que há, lamentavelmente, um discurso dominante nessa geração que consome Doritos e Havaianas de que o politicamente correto é um grande corta barato.

E, se é assim, porque não utilizar como personagem central as grandes cortadoras de barato que são as feministas? Isto vem dando muito certo desde o século XIX. Essas mulheres frustradas, feias e que não sabem curtir a vida. O comercial, além de claramente machista, me parece uma exaltação à vida das amebas.

2) Sotaques. Eu sou potiguar, nasci no Rio Grande do Norte - que fica entre o Ceará e Pernambuco. Meu sotaque é muito diferente do sotaque dos meus vizinhos. Também é verdade que o carioquês - pelo menos no Nordeste - é o idioma padrão das emissoras de telejornalismo repetidoras da Globo (alguns estudantes fazem curso de locução que ensinam a pronúncia). Grande parte dos telejornais locais 'importam' seus apresentadores de estados do sudeste, para que não se evidencie o tom diverso dos nove estados nordestinos. Tudo em nome do padrão de "qualidade"? Sei... etnocentrismo, simples e objetivo.
Mas, acho que a maioria das pessoas compreende que ser nordestino é ser uma minoria cultural. Uma maioria invisível, na verdade, cuja identidade se dilui nas representações impostas pelo mainstream.
Acho, por exemplo, uma pena que a referência da maioria das pessoas sobre os nossos distintos sotaques sejam aqueles das novelas da Globo, carregadíssimos e misturadíssimos no liquidificar, uma caricatura na verdade, cheia de trejeitos e maneirismos que não retratam o modo como falamos no cotidiano.
Mas, o nosso país é grande mesmo. E penso que a ignorância sobre a diversidade abrigada em nosso extenso território é geral. "O Brazil não conhece o Brasil".

Quanto ao Marcos Palmeira, confesso que o sotaque dele nunca me incomodou, na verdade. Mas este comercial realmente foi uma bola fora. Ele poderia ter tido o cacife de dispensar essa bomba.
Abração!

Alfredo disse...

Chaves.. me interessa saber sim....vai me conta.. o que vc odeia e o quer vc ama...

Talita disse...

Oi Lola!!!
Acompanho diariamente o blog e adoro, porque me põe pra pensar.

Você é muito engraçada, criativa, e analisa o mundo de uma perspectiva diferente da que a gente geralmente vê por aí.

Bem, recebi por e-mail um anúncio de cerveja, logo que vi lembrei de você, e pensei que tinha que deixar o link aqui:

http://www.youtube.com/watch?v=Mv5U0W8FDDk

Achei o comercial muito bom, e achei ainda melhor por conseguirem fazer um anúncio engraçado, sem utilizar mulheres como objeto.

Foi criativo e ainda tirou uma onda com a indústria da publicidade. Um abração!!

Anônimo disse...

Olá!
Há tempos que não apareço por aqui e vim para dizer duas coisinhas. Primeira: gente, vocês acham chifre em cabeça de cavalo fácil, fácil, hein?! Caramba! Por que ver tanta coisa negativa em tão pouca imagem/texto? Vocês só veem coisas negativas? Só veem o lado sombrio? Que azedume! Que rancor! Segunda: Peço licença ao Chaves para assinar embaixo do texto dele. Gosto da Lola, mas preciso pedir licença ao Chaves para assinar embaixo do que ele diz, especialmente porque diz com muita propriedade e correção (o que admiro muito). João

Dai disse...

Ah, fui lá rever o post onde vc menciona o Celluliod Closet: excelente. E ainda pude ler os ótimos comentários da Suzana, Juliana e da Renata. Realmente, comentários são muito importantes num blog. Estas moças fazem falta. Já o Santiago - simpatizantes e afins - podiam ir mesmo comprar cigarros.
beijos, Lola.

b disse...

Eu discordo das pessoas que afirmam que homens não são alvo desse preconceito...

Sou motivo de chacota por querer trabalhar com crianças, já que essa é uma tafefa para mulheres...

Deixo de ser brasileiro por não gostar de futebol...

e pior ainda é preferir montar uma bela cozinha na minha casa (eu adoro cozinhar) do que ter um carro...

Em uma sociedade como a nossa, onde o homem é o machão e precisa afirmar isso o tempo todo, quem recusa se encaixar no padrão sofre o mesmo problema das mulheres...

Na minha opnião, a propaganda não cria estes conceitos, eles já existem.. o que a publicidade faz é ganhar dinheiro com eles, fazendo piada.... se as pessoas não se identificassem com estes conceitos, eles não fariam sucesso...
Por Isso, o que a lola falou, sobre isto ser natural pra quem faz este comercial tem sentido. E acho que é o ponto principal...mas o fato é que isso vende... as pessoas acham engraçadinho.. os mais dementes "babam de tanto rir" (sem referencia aos presentes...), e é aí que pecamos, pois acabamos perpetuando aquilo que tentamos combater....

Alguém pode achar lindo um comercial machista que riiculariza uma mulher, mas pode achar maravilhoso um comercial ridicularizando um homosexual, um pobre...(caco antibes - do programa sai de baixo - tornou padrão a frase "EU ODEIO POBRE")...

O que deve ser pensado é a nossa atitude em relação a isso... o que fazemos para mudar de fato?

Escrevi um texto sobre isso, do ponto de vista de um educador:

http://memoriaindividual.blogspot.com/2009/04/como-nossos-pais.html

lola aronovich disse...

Saroba dos Guerreiros, eu entendi o que vc quis dizer pelo comentário. Mas não pelo que está escrito no post. Desculpe, mas tá bem difícil de entender.


Anônimo, sobre a Olho de Pombo gostar de ver pessoas bonitas na mídia, só posso dizer que ela sem dúvida está bem servida. Não precisa mexer uma palha pra ser atendida.

lola aronovich disse...

Chaves, acho que vc se contradiz. Afinal, se não há discordância no meu blog, se todo mundo que entra aqui nos comentários entra pra dizer “We! We! We!”, como eu posso estar influenciando alguém? Afinal, todo mundo aqui já pensa exatamente como eu... Dessa forma, qual seria a intenção de um trololó como o Santiago vir aqui “provocar”? Acho que vc não tem um blog ou escreve semi-profissionalmente. Assim, não sabe como é chato alguém aparecer no seu espaço só pra te ofender, sem oferecer um argumento sequer. Pode até ser divertido pros outros. Pra mim, e pra várias leitoras que ele já insultou, não é (e sempre foram leitorAS, nunca leitorES. Coincidência, né?). Eu sei que estou longe de ser perfeita e estou aberta a críticas. Mas críticas no estilo Turma da Mônica (“você é boba, feia e chata”) são um tanto infantis. E são essas críticas que os trololós fazem. Tanto que, repito, até agora tive apenas 2 trolls no meu blog. E ambos faziam essas mesmas críticas (se bem que o João Neto era um pouquinho mais inteligente que o Santiago, o que, convenhamos, não representa muita coisa). Eu dispenso esse “favor” de ser criticada por gente que não tem o que dizer. Se tiver tempo, dê uma olhada nas dezenas (centenas?) de comentários que o Santiago deixou por aqui, e me diga em quais ele estava falando algo relevante. Boa sorte pra encontrar algum. Da minha parte, tenho mais o que fazer que ficar mostrando que trolls não prestam favor algum.


Asnalfa, diga que vc não pediu pra saber a COR do Chaves. Cor, Asn? Eu sei que vc NÃO é o Santiago, mas com esse seu racismo vcs parecem ter mais uma coisa em comum, além do ódio ao Lula e o desejo de chamar a atenção.

lola aronovich disse...

Dai, é mesmo, vc tem razão sobre o subtexto anti-feminista do comercial. Talvez por isso, pra alcançar esse objetivo, tenham colocado uma atriz parecida com a Heloisa Helena. Ah, eu adoro o Quino! Eu já apelidei algumas mulheres de “Susanitas” pelas costas (pra falar com o maridão, por exemplo). Sobre o sotaque: putz, sério que os repórteres daí do nordeste fazem curso pra ter atenuar o sotaque local e adotar o carioca? Bom, eu não conheço tanto o Nordeste quanto gostaria, e espero algum dia morar aí, mas uma coisa eu sei: quem conhece o Nordeste ama o Nordeste. É simples assim.
O Celluloid Closet é ótimo mesmo. E sim, sinto falta dos comentários dessas pessoas que vc citou (e de outras tb). Mas não posso fazer nada... Acho que é normal em todos os blogs comentaristas fiéis desaparecerem de vez em quando. É uma pena, mas normal.


Talita, obrigada, obrigada. E obrigada pelo link. Se bem que a senhorita me fez perder muitas horas do meu dia hoje pra escrever um post! Vou publicá-lo na terça que vem, ok?

lola aronovich disse...

João, vc está adotando o velho discurso preconceituoso de que feministas não têm humor. É isso que é dito quando a gente aponta o que vc chama de “chifre em cabeça de cavalo” e “lado sombrio”. Ao invés de dizer que estamos exagerando, que tal vc se perguntar: “Por que não percebi isso que, pra outras pessoas, está tão claro?”. É uma sugestão pra lidar com seu privilégio... e aprender.


Thiago, deixei um comentário no seu blog. Basicamente dizendo que o feminismo beneficia mulheres E homens, porque luta pra derrubar os preconceitos de gênero.

Lena Dib disse...

Lola, achei mto exagerada sua analise. A mensagem central da propaganda é "Take it easy" - seja uma pessoa leve e continue a se divertir e consumir com ou sem crise. O publicitário tem 30 segundos para passar uma mensagem, entao opta por senso comum. Queriam representar o feio, pq seria a representação da crise, do negativo, da tristeza. Por isso, nao apareceu uma bonitona pra atrapalhar o samba. Em toda propaganda o antagonico a mensagem é feio e muitas vezes é sim um homem feio, ou uma familia inteira feia, como na propaganda da Tigre, da Tinta Suvinil (casal na chuva pq nao usa tinta suvinil). Elas não é feminista ou machista. No máximo estao ofendendo os feios pro trata-los como chatos, burros, bobos, ou qualquer outra coisa, que faça divergencia ao que o consumidor do seu produto queira ser.

Chaves disse...

ok, Lola, não é legal ter alguém xingando. Você está absolutamente certa nesse ponto.
Só que eu vi post atrás de post você e AS comentaristas dizendo que este é um blog democrático, e no entanto, qualquer um que discorde com um pouco mais de veemência é convidado a se retirar, ou a ir comprar cigarros, como a moça fez aí em cima.
Porque comprar cigarros? Isso é coisa de direita? Note o preconceito embutido - um hábito condenável é atribuído a pessoas com opiniões igualmente condenáveis segundo o paradigma vigente neste blog.
Viu? podemos fazer leituras de todos os tipos, em todos os lugares.

Chaves disse...

A propósito, eu não disse que você está influenciando ninguém. Apenas gostaria de apontar a ilusão de que este é um local "democrático".
Aliás, democracia é algo que não existe.
Existe a imposição da vontade (idéias) da maioria, e quem discorda que se dane. De bico fechado, bem entendido.

Adriana disse...

Lola,
Sempre leio, mas nunca comento. Mas desta vez não pude ficar calada porque na primeira vez que vi o comercial fiquei pasma com a figura da "mulher-não-decorativa-clone-da-heloísa-helena" que é a chata corta-barato da história e logo pensei: "Bah, a Lola vai ter que falar sobre isso".
Esperei uns dias e bingo!
Tá na cara que eles (os caras que fizeram a propaganda - me recuso a acreditar que alguma mulher tenha participado disso) querem passar a ideia de que mulher que tem o que dizer é porque não tem um corpo pra mostrar. E que ela é triste por isso, mal-humorada. Porque se fosse bonita e feliz estaria dançando ao som da batida masculina e não dando lição de moral nos marmajos.

lola aronovich disse...

Lena, acho que sei como publicidade funciona. Eu fui redatora publicitária durante boa parte dos meus sete anos profissionais em SP, e fiz metade de uma faculdade na área. Mas saber como funciona não significa que temos que concordar com ela.


Ué, Chaves, o meu bloguinho é democrático no sentido que vc pode vir aqui e comentar o que quiser, inclusive coisas que pra mim soam bem ofensivas, como dizer que um troll que me insultava diariamente estava me fazendo um favor. E o fato do trololó poder ter vindo aqui durante um ano e 3 meses sem que eu jamais censurasse qualquer comentário dele já mostra um lado democrático que vc não vai encontrar em blogs de direita (pelo menos TODOS que eu conheço cortam comentários contrários). E, assim como vc tem o direito de dizer o que quiser, uma leitora minha tem o direito de mandar “simpatizantes de trolls” comprar cigarros (também não entendi bem a alusão, mas...).

lola aronovich disse...

Adriana, exato. É bem isso mesmo: a mulher do comercial só aparece pra cortar o barato dos caras (uma castradora típica) porque é feia. Se fosse bonita, estaria sambando atrás do Marcos Palmeira. É uma frustrada, por isso não tem senso de humor e quer acabar com a felicidade dos outros. Quantas vezes nós feministas já não ouvimos isso antes? É o mesmo discurso que usavam contra as sufragistas em 1900! Algumas coisas nunca mudam...

Ariadne disse...

Achei o comercial não só anti-feminista como anti-político. Qualquer um que discordar, que quiser falar de outra coisa, vai ser chato, feio e mal-humorado, disposto a impedir as pessoas de rirem e se divertirem. Ah, é pra mostrar alguém assim? Então precisa ser uma mulher, gorda e de óculos (eu também achei parecida com a HH). Quanto ao sotaque, olha, é difícil mesmo de conhecer a diversidade de sotaques de um país do tamanho do nosso. Alguém falou em um sotaque gaúcho, eu posso citar, no mínimo, uns quatro. Normalmente, o resto do país conhece só o da fronteira. A língua muda mais rápido do que a gente pode reconhecer. Mas eu entendo o que a Lola quer dizer, ator, em qualquer lugar do mundo, precisa ter uma certa flexibilidade para dar conta de como os personagens falam. Embora eu ache que nem sempre seja preciso mostrar o sotaque, cada personagem tem sua fala, que pode variar por vários fatores, época, idade, etc. Daí que a Globo costuma ser péssima dos dois jeitos, ou mostra um sotaque carregadíssimo e diluído ou fica aquele bando de gaúchos, nordestinos, mineiros, whatever, falando carioquês. Eu penso que mesmo o sotaque carioca ou paulista deva ser mais variado do que o mostrado na Globo. Eu acho que essa torre de Babel deve meio que confundir os atores, porque muitos ficam com um sotaque meio exagerado mesmo. Mas eu só acho que você acabou carregando um pouco na frase, Lola, daí deu a impressão de preconceito. Agora, se esse Chaves acha que ninguém discorda por aqui e é ouvido, não está lendo direito os comentários. Olha o do Doritos, quase ninguém concordou com a sua análise e a discussão foi bacana.
Ah, falar em propaganda horrível cheia de estereótipos, vocês viram as do Halls? Olhem só:

http://www.youtube.com/watch?v=_gWW3Ir1vhY
http://www.youtube.com/watch?v=ITX9_BSe0ys

olhodopombo disse...

Asnalfa,
e por que eu iria perder meu tempo vendo uma mulher horrorosa como esta?
quando quero aprender algo vou na "fonte certa"
Lola so vejo filme com atores BONITOS E BONS!OS FEIOS QUE ME PERDOEM MAS BELEZA EH fundamental aos meus olhos...

olhodopombo disse...

a coisa mais ridicula que existe nas novelas brasileiras eh o sudesteano imitando a voz dos nordestinos...nem por longe se parece....

Suzana Elvas disse...

Ollie;

Não precisa ficar com medinho - todos nós continuaremos a ter o DIREITO de reclamar se nos sentirmos ofendidos por alguma publicidade e o Conar continuará a avaliar e a auto-regulamentar a publicidade no país.

Dai disse...

Chaves,

Volto aqui só para elucidar: "comprar cigarros" é uma expressão bem popular - ao menos eu acreditava que fosse. As pessoas costumam se referir aos conhecidos/as que somem sem deixar recado dizendo que Fulano foi ali "comprar cigarros" e não voltou mais. Como ela existia MUITO antes das leis em questão às quais o trololó alude, creio que está claro que não há uma pertinência política em minha sugestão. Ok? Espero ter refrescado a sua memória.

Ah, sim, desejo muitíssimo que pessoas que nada tem a acrescentar e cuja única motivação é promover barracos inócuos sumam mesmo. Me apedreja, tá.

É muito fácil para um visitante de um blog se esconder sob a capa de um discurso de livre expressão democrática e chegar arrotando falsas gentilezas para disseminar preconceito de gênero contra quem sustenta opiniões diferentes das suas (detalhe que vc só atacou as mulheres, ainda que muitos homems tenham pronunciado sua adesão aos argumentos do post da Lola).

Lola, que leviandade essa guerrinha maniqueísta que estão querendo montar aqui. Direita X Esquerda, Homens X Mulheres. Quanta imaturidade, assim não dá para menos manter o nível de respeito e lucidez.

Eu acho que vc deveria resgatar a citação que trouxe do blog da Marjorie e deletar esses 'visitantes' que chegam armados e sem nenhum respeito querendo deixar a marca de sua caca no tapete da sala. Mas, enfim, eu sou bem mais radical.

Abraços e desculpa a afobação.

Dai

Alfredo disse...

Em nenhum momento o Chaves foi desrespeitoso ou agressivo.

Vitor Ferreira disse...

Kiko... digo, Chaves, eu conheço a Dai desde o tempo da Vaca Louca e ela sempre teve esse vício deplorável de ver novela. Ninguém é perfeito. Ir comprar cigarros é uma expressão de novela que significa dar o fora, vaza!
Novelas fazem isso. Quem não se lembra de "é o must", "não é brinquedo não" ou "chique, bem"?
Tanto Chiquinha, perdão, Chaves, que ela escrevia no blog dela que foi comprar cigarros quando sumia. E não faz parte do feitio dela tecer esse tipo de comentário. Até porque Nhonho, desculpa, Chaves, muita gente de esquerda fuma. Acho que até mais do que o pessoal direita. E pode ser um vício ruim, danoso, mas não causa mal as pessoas ao redor, como a discriminação e intolerância acatada, pregada e propagada pelos conservadores.

Saudações,

Prof. Girafales...
digo, Vitor!

Srta.T disse...

Lola, apesar de ser do interior, eu também tenho horror à música sertaneja, rodeios e afins. Imagine como eu me sentia deslocada morando no pólo dessas "manifestações culturais". E eu também não gosto do meu sotaque, mas porque acho que ele "dificulta" o entendimento. Ouvir pessoas falando com o "r" puxado na TV é ruim demais. Mas veja, eu não gosto, só que outras pessoas acham "fofinho", como você disse.

Eu tenho problema com gente que fala rápido. Pra não falar que é com "sotaque nordestino", digo que é com o sotaque de algum estado do Nordeste, não sei qual (porque entendo muito bem o que amigos do Ceará, Paraíba, etc, dizem). Enfim, as pessoas falam rápido, "comem" as palavras, e eu não entendo p**** nenhuma.

Concordo com o Chaves quando ele diz que não dá pra rotular as pessoas facilmente, e que discordar educadamente é uma arte. Entretanto, dá pra fazê-lo sim, é só se esforçar um pouco. E os comentários do Santiago, em sua maioria, eram ofensivos. Ofensas pessoais. Ele não perdeu 1 minuto tentando discordar elegantemente. Logo, pra quê gastar munição com ele? A Dai falou bem: se a intenção é provocar barraco somente, "x" vermelho no canto superior direito.

Posso sugerir um substituto à expressão "sair pra comprar cigarros"? "Sair pra comprar Coca-cola, levando casco de Pepsi".

Ah, vi ontem a propaganda do Fiat Stilo. É tenebrosa. Fazia tempo que eu não via um comercial de tamanho mau-gosto. Acho que esse deveria ser retirado do ar, sem demora.

Vanessa disse...

Lola,

Eu já tinha achado uma palhaçada desde a primeira vez que vi!

Deixe-me fazer uma colocação pessoal.
Jogo um RPG on line, no qual sou mega viciada.
Mudando de assunto, pero no mucho...Sou o típico de mulher que não ouve qualquer coisa, eu simplesmente não consigo. Por essa razão levei a fama de briguenta e encrenqueira.
Voltando ao assunto do jogo online...Bem, estava eu conversando no canal do chat-guild do jogo, e claro, discutindo com alguns marmanjos, quando recebi a seguinte frase na minha cara: 'Ei, seu marido não está dando no coro não?'

Fiquei putíiiiiissima. Mas falei tudo isso, pois me identiquei deveras com a 'mal comida' e reclamona do comercial.

Isso acontece o tempo todo!

Dai disse...

Srta T:

Acatadíssima a sugestão. De agora em diante vou falar que foram comprar coca-cola. Adorei. Só pra não deixar margem para interpretações ambíguas. Eu não sou fumante, convivo com muitos e cigarro nunca foi uma questão em minha vida, sabe. Como moro bem longe de São Paulo acho que não caiu a ficha o quanto essa discussão está pegando, no plano simbólico, para as pessoas. De qualquer forma, mesmo entendendo que o cigarro "faz mal" reconheço que sem ele a história do cinema seria bem menos interessante. Sempre deixando mais sedutores os personagens ;) Valeu.

Chaves disse...

Dai, desculpe-me, eu não fui cordial o bastante com você ao te tratar por "a moça". Ficou ruim mesmo, foi mal.
Usei a sua expressão como exemplo, pra ilustrar a idéia de que podemos fazer qualquer tipo de leitura, em qualquer coisa. Isso porque achei exagerada a leitura da Lola sobre o comercial.

Mas de algum modo, você repetiu a cena do comercial que é assunto do post: quem pensa diferente, é melhor não que não encha o saco. No comercial a moça foi "expulsa" sutilmente, quando ignoraram a sua voz.
Assim é a vida, e assim é a natureza. Damos um jeito de afastar tudo aquilo que nos desagrada.

No que respeita às questões de gênero, vocês não poderão em absoluto me acusar de fomentar qualquer rixa. Não devemos julgar pelas aparências.

Gosto daqui, e gosto de vocês. Gosto do nível dos comentários, gosto como os comentaristas fiéis se expõem. É como uma confraria.

Lola, acho que o Santiago fez muito feio quando te chamou de adjetivos. Isso realmente não se faz, e depõe contra o caráter dele.

E por outro lado, tenho que admitir que a minha birra tem sido menos contra você do que contra os comentaristas, que acho que fazem parte integrante deste blog. Ele não seria nem a metade tão interessante sem pessoas que aqui estão.

Apenas por isso vou continuar insistindo quanto ao uso apropriado do termo "democracia". O que vocês acham que é democracia? Existe algum meio de comunicação "democrático"?
O Clube da Luluzinha/do Bolinha é democrático?

:)

Agora, pra participar da discussão que interessa, que é sobre o anúncio, acredito que comerciais são por natureza estúpidos. Aliás, o marketing de produto existe para enganar pessoas. É uma ferramenta maliciosa, sem salvação.
Então, no caso das havaianas, é apenas mais um que reúne preconceitos, estereótipos, e principalmente, reforça e glamuriza a atitude irresponsável e inconsequente dos brasileiros em relação a questões que dizem respeito a todos.
Sinceramente, a atitude machista ali é o menos grave dos erros.

Enfim, Chaves é um dos meus sobrenomes de verdade, quanto a isso... fiquem à vontade pra me ridicularizar, porque ouço as mesmas piadas desde criancinha.

Chaves disse...

Em tempo: onde se lê "brasileiros", leia-se "maioria dos brasileiros".

Dai disse...

Caro Chaves,

Seu discurso de monge arrependido não me comove.

Primeiro, por que você já se desqualificou ao declarar suas saudades de um senhor que vinha até aqui distribuir ofensas e desqualificar as pessoas.

Segundo, por que o seu sentido de democracia me parece pessoal e intransferível. É como se cada pessoa tivesse a sua própria democracia de bolso. Um punhado de chavões e frases feitas que utilizam quando bem lhes convêm. E não se trata disso.

Democracia é o respeito à pluralidade, resguardando os direitos das minorias - temos uma Declaração Universal dos Direitos Humanos que afirma isto.

Cabe lembrar que minorias são justamente grupos de pouca representatividade política, a quem cabe, sim, assegurar a voz.
Os homems, brancos e heterossexuais nunca precisaram lutar para defender o seu direito de visibilidade política porque a constituição histórica da sociedade - para preservar a sua estrutura desigual - tratou de mantê-los no topo da pirâmide. Ou seja, o simples fato de, hoje, podermos discutir nossas idéias num blog feminista é um avanço democrático. Houve uma época em que sequer podíamos falar em público - e não há muito tempo.

Portanto, você não precisa vir aqui choramingar seu coitadismo, sentindo-se preterido por que sua opinião não é validada por quem assina e comenta neste blog.

Não pose de minoria, pois, nesta sociedade onde se acredita que o preconceito existe apenas por ser parte da "vida e da natureza" essa desculpa não cola.

Sim, este blog é feminista. Como qualquer outra comunidade virtual, as pessoas que se agregam a ele possuem afinidade com esta ideologia. Se quiser comentar sendo "respeitoso", cabe avaliar o tom ou, antes, refletir se não está mesmo dizendo alguma besteira.

Não é por que você é homem que irá chegar aqui cuspindo uma verdade categorica na qual acredita piamente (não o culpo, o mundo desenha isto para gente desde o berço) e todas as pessoas irão te aplaudir e se curvar.

Como mulher eu tive que conquistar a minha fala pública por meio da consistência dos meus argumentos - que são os mesmos, tanto aqui quanto num auditório lotado de pessoas de ambos os sexos, que podem não concordar e até debochar do que digo. Eu não posso mudar o pensamento das pessoas simplesmente por que acho que o minhas idéias são melhores. Nem por isso estou chorando minhas pitangas.

Realmente, você tocou num ponto crucial, a fala pública para as mulheres é um direito cujo ônus é doloroso. Eu percebo isto lendo o blog da Lola, vendo o quanto a vigilância política é forte sobre ela.

E percebo isso claramente também quando um leitor vem discordar do seu viés feminista e, imediatamente, pipocam mensagens de adesão dos coitadinhos que espreitam na moita.

Eu acho que discordar delicadamente, didaticamente e com respeito é uma arte. Mas é o que menos tenho presenciado neste espaço. E certamente não é uma habilidade sua.
Grata.

lola aronovich disse...

Eu ia dizer - aliás, não, VOU dizer - que gostei da sua resposta, Chaves, que achei bastante conciliadora. Mas, depois de ler a sua reposta à resposta dele, Dai, eu noto como meu gosto pela democracia e pela paz me faz uma Polyanna. Porque concordo com tudo que vc diz ao Chaves. Eu acho até graça quando um leitor como o João se retira, indignado, depois que eu tento responder delicadamente. Não quer dizer que eu tenha que concordar com o que alguém escreve, mas tento ser educada, porque não quero afastar ninguém. Pelo contrário, quero que as pessoas possam trocar ideias e, se possível, aprender alguma coisa - assim como eu aprendo muito nessa troca. Por isso que ter um blog é um milhão de vezes mais gratificante (e trabalhoso) que ter um site sem comentários, sem feedback. Mas aí eu sugiro pra um leitor que reflita sobre seus privilégios e o cara se retira revoltado. E a impressão que fica, pra mim, é que ele não pode admitir que uma mulher, esse bicho irracional e historicamente inferior, queira ensinar-lhe alguma coisa. E sinto um ar de superioridade (o tal patronizing, que não tem tradução pro português, mas que é o modus operanti como homens tratam as mulheres) da sua parte, Chaves, quando vc diz que o Santiago fazia um favor pra mim me “criticando” (ele estava me ofendendo!). Porque, no fundo, duvido que vc diria isso se ele não fosse homem. E sinto uma total falta de empatia sua ao dizer tal coisa. Ponha-se no meu lugar: eu tenho um blog. Dedico não sei quantas horas diárias ao blog, mas são MUITAS (se eu dedicasse a minha tese um décimo de tempo que dedico ao blog, ela estaria pronta há seis meses). Faço com o maior carinho, sem receber dinheiro em troca. Atualizo todo santo dia. Levo em consideração montes de sugestões das leitoras(es). Trato de responder os comentários (às vezes é impossível, falta tempo hábil). De todo modo, estou sempre aqui. Aí aparece um trololó como o Santiago me chamar de inútil, burra, idiota, pueril, péssima escritora, péssima entendedora da língua portuguesa e inglesa, gorda, feia e chata. Diariamente. E chama parte das minhas leitoras dos mesmos adjetivos. Ele nunca fala nada relacionado ao post em si. Ele cansa a maior parte das comentaristas. Tem quem deixe de comentar por causa dele. O cara não tem um blog, e repetir as asneiras que ele repete não exige esforço algum. E aí vc aparece pra dizer como o Santiago faz falta e como ele me fazia um favor. Eu respondo educadamente dizendo que não, não concordo em nada contigo, e um outro leitor se solidariza com vc, que se solidarizou com o troll. A Confraria dos Espadas, é isso? Quer dizer... E isso acontece bastante. Não é a primeira vez. E acho que seria fácil fazer o que o Santiago faz. É só escolher um blog cuja blogueira/o defende uma minoria, que tenha muitas comentaristas, que costume ela mesma responder os comentários, e mandar bala. Aí o sujeito se torna a estrela do blog em pouco tempo. Ele se realiza na vida. Porque não existe a menor chance de um cara desses ser realizado na vida real, só na virtual. E só como troll. Porque, se ele escrevesse um blog com as besteiras que ele diz, vc o leria?
Mas o que eu queria dizer é que estou gostando bastante da discussão aqui. Acho que está sendo respeitosa. Não acho MESMO que tenhamos que concordar - porque o que seria concordar? Dizer “Puxa, é mesmo, o feminismo não tem razão de ser, obrigada por iluminar o meu caminho”? - mas dá pra discutir civilizadamente, e por isso me orgulho tanto das pessoas que comentam aqui. Concordo plenamente, Chaves, que meu blog não teria metade da graça se não fossem os comentários. Mas aí vc se contraria novamente. Afinal, vc acha que, nos comentários, o pessoal só aparece pra jogar confete. Ué, se fosse assim, não estaríamos tendo essa discussão. Se fosse assim, vc não acharia interessante ler os comentários.
Bom, eu não posso continuar, porque realmente estou sem tempo nenhum. Preciso dar conta de tudo que tenho que fazer na vida real. Mas gostaria muito que vcs continuassem o debate. Um debate que não precisa da minha validação pra acontecer. Eu quero que cada post vire um fórum, que eu apenas proponha algumas ideias em linhas bem gerais, e o pessoal venha aqui pros comentários não pra falar comigo (se bem que eu leio SEMPRE e respondo quando posso), mas pra falar entre si. E que todo mundo faça isso com educação, trocando ideias, não ofensas. Talvez com dureza de vez em quando, como fez a Dai, mas ainda assim educada.

Anônimo disse...

Lola,
Sim, você verá contradições em minhas opiniões. Porque não sou espada. E não estou contra você.
Críticas, por piores que sejam, nos forçam a nos olhar. Algumas críticas do chato a você - e não estou falando de quando ele te chamou de gorda, e sim muito antes disso -
me fizeram pensar a meu próprio respeito, aqui, na minha cadeira. Algo do tipo: se eu expusesse meus pensamentos, eles seriam considerados infantis?
Será que minha forma de pensar o feminismo é pueril?
Será que o meu senso de humor é aceitável? (esse eu já sei que não)
Parei de ler seu blog por um bom tempo, por ter achado muito desagradável a maneira como você trata pessoas que se parecem comigo. Mas você tem seu charme, e aqui estou de volta, não resisti, e como o outro chato se aposentou, resolvi assumir o plantão.
(a própósito, não estou do lado de nenhum dos que me apoiaram)
Não estou sugerindo que você mantenha idiotices em seu blog. Ele é seu, e faz o que quiser dele.

Inicialmente, o meu ponto de crítica era a questão da direita, que você esculacha. Minha questão era mais política, mas ela acabou ficando de lado, talvez porque eu tenha colocado o primeiro comentário no post errado, e a minha reclamação ficou sem lastro.
...
Quanto ao feminismo, bom, já disse, o tal comercial não sugere depreciação pela figura feminina - se você olhar pelo ângulo masculino, é notório que quem se preocupa com as coisas relevantes são as mulheres. Mães, especialmente. Que cortam o barato, atrapalham a festa. Só isso, o velho estereótipo. Essa é a razão do seu post, naõ é? Reclamar de porque puseram uma mulher sem atrativo pra bancar a chata, e não o Gianecchini. Decerto seria melhor o Marcos Pasquim sem camisa pra falar sobre a crise mundial.
Então, sobre o seu post, eu digo que o achei exagerado, e que se formos atrás de cada sinal de machismo por aí, acabaremos perdendo o foco das questões de gênero que podem realmente fazer alguma diferença e contribuir para a vida de nossas filhas e netas.
Ficaremos sentados na poltrona, reclamando para as amigas, ou para as leitoras - já que os públicos de blogs são segmentados, a respeito dos estereótipos.
Se você me perguntar qual questão seria mais importante, eu digo que é a participação política feminina, que possui índices muito baixos, apesar de existir lei exigindo a candidatura de o mínimo de 20% de mulheres para os cargos eletivos. Essa cota raramente é preenchida.
Evidente que os estereótipos femininos relacionam-se à participação política - mas quando chegamos na esfera "de gente grande", de quem faz de verdade, seja na ciência, nas artes ou na política vemos que na verdade existem grandes mulheres, que são respeitadas pelo seu valor.
São minoria em relação aos homens?
Claro! Temos que mudar urgentemente a posição da mulher na sociedade, nos papéis tradicionais do casamento e da maternidade. Muita coisa já foi conquistada, mas ainda há muito pela frente.
Você faz a sua parte, apontando os momentos machistas da televisão - e reclamando que puseram a responsabilidade do assassinato do rei sobre a Lady Macbeth, dizendo que isso é machismo. É aí que a gente discorda, e por uma questão crucial: a importância da mulher.
A mulher não é um ser que precisa lutar por um lugar ao sol. Ela já o tem, e precisa usá-lo, e não reclamar de quem reclama desse fato incontestável.
Atribuir alguma responsabilidade à Lady Macbeth é justamente reconhecer esse valor! Que ela é a figura importante, decisiva, aliás, na peça, são as mulheres quem determinam os reis, ou não?
Não serão as feiticeiras, ou mesmo a mãe que deixou de parir o filho pelas vias naturais?
Lady Macbeth não é nenhuma vaca de presépio, assim como não é a moça do comercial.
Acho que temos que parar de nos preocupar com o que dizem e pensam os homens, e passar a agir em plenitude, pagando pra ver.
A submissão está em justamente dar importancia excessiva ao que pensam os homens, com seus julgamentos estéticos e morais.
Você eu sei que já faz isso, Lola, mas e suas leitoras?

Talita disse...

Oi Lola!!!
De nada mulé, tu é boa mesmo... ;)

Ai Lola não faz isso não!!! Me conta que tem um post quentinho no forno mais só vai publicar na terça? ai, ai, ai... Um grande beijo!

Chaves disse...

Lola,
me empolguei e acabei emendando alhos com bugalhos. Sorry. Mas tenho grande curiosidade pra ler mais sobre a sua tese.
Por isso é que seu blog é interessante. A gente se empolga lendo.
Abraços sinceros e respeitosos...

mauro disse...

cara, relaxa. Isso é neura de americano, ficar achando problema em tudo, só pra ter o que fazer (reclamar) - é como aquele lance de colégio, "interprete o que o autor quis dizer", e o professor quer que voce interprete o que ELE interpretou, já que o que o autor queria dizer só o autor sabe. O próprio Osvaldo Montenegro disse que um dia recebeu a prova da UERJ que tinha um texto dele "fiz um drops de hortelã da bala que eu te dei, para tirar o porém, da frase que eu nunca fiz" - ele resolveu responder a questão, e ERROU! Ele, o AUTOR, não acertou a resposta que a pessoa que FEZ o teste achou que ele pensou (by the way, ele não quer dizer nada com aquilo: só colocou um monte de palavra junto) - enfim, voce reclama da garota gordinha de óculos. Mas se ela fosse gostosona de vestidinho curto, voce reclamaria que "esses comerciais nunca tem uma mulher feia, ou uma gordinha, ou uma que não seja gostosona!". Enfim, dá pra reclamar de tudo.
Pra quem não sabe (e pra voce também) todo comercial de agencia séria/produto forte passa por um "grupo de controle": uma vez pronto, é mostrado pra um grupo de pessoas escolhidas aleatóriamente - que pode ir de 20 a 200 pessoas, ou mais - e todo mundo diz o que acha. Um comercial só sai quando condiz com a mensagem da marca. As pessoas que acham "problema com tudo" (como voce) são descartadas, pois geralmente é um ou outro assim, e não reflete o público.
Não esqueça que isso, mais uma vez, é hobby de americano que não tem o que fazer. Quando "the Lion King" saiu, teve negro e homossexual fazendo passeata pra boicotar o filme. Afinal, as hienas eram do mal, viviam no escuro - e a principal era a whoopi goldberg (claaaaaro que estavam tentando dizer algo com isso) e o Scar, o irmão do rei, tinha sotaque britanico (o ator era britanico) e todo mundo aqui (eu moro em NYC) acha o sotaque britanico meio gay - então, claaaaaaaro que estavam tentando dizer que ele era do mal, e era gay, portanto, gay é coisa do mal. Entende? Não vai por essa não - curte o clima do comercial, acha engraçado, e pronto.
(ou então voce pode reclamar que todo mundo tocando instrumento era homem, e que isso quer dizer que a mensagem é que mulher não sabe tocar nada... mais uma coisa pra voce reclamar!)

mauro disse...

ah, esqueci de falar do "...e exclusão das mulheres. Acho que tem uma mulher do lado do Marcos Palmeira, mas ela mal aparece..."
Tem também um negro do lado dele - mas ele mal aparece. Malditos racistas, esses machistas!

Máricia V S disse...

Lola, muito prazer.

Li posters mais recentes. Estou comentando este porque também tenho um radar para aspectos machistas em comerciais. E esse em especial tinha de fato me chamado à atenção. Sim, a maioria das pessoas acha exagero, mas a gente é que sabe onde o calo aperta.

Claro que muitas mulheres não percebem as jogatinas dessas propagandas. A condição social de si nem sempre é algo confortável de se enxergar, algumas pessoas escolhem mesmo simplesmente não ver, porque a vista poder ser muito feia e é preferível olhar sempre o belo, ainda que ilusório.

Eu: nordestina, afrodescendente, mulher. Pobre de berço. Radical educação religiosa de um pai que só enxergava vantagens no Regime Militar. Haja imposição de disciplina.

Luta. É muita luta, muita briga mesmo. Espaço e voz se conquistam. O sol nasceu pra todos, mas “o lugar ao sol” depende da gente.

“Leve a semente vai aonde o veto leva. A gente pesa, por mais que vente só vai onde pisa”, bem canta Ney Matogrosso. Vamos aprendendo a andar. Mas nesse percurso às vezes titubeio. Sim, me canso.

Confesso que tenho oscilações em escolher minha postura diante de certos comportamentos sociais. Dá preguiça, vontade de simplesmente por os pés pro ar, tomar uma cervejinha, e dane-se o mundo com seus (pré)conceitos e falações.

Entretanto, ainda que não fale, ainda que não brigue, ainda que não lute, VEJO. Então dá-se um estalar dentro de mim: EU VEJO, e talvez essa seja a maior arma: a consciência. Está lá o que vejo, o que percebo, e sempre estará. O “X” a brincar no trapézio, a “idéia fixa”, aquilo que nos instiga a pensar, pensar, pensar. E não é uma questão de estar contra alguém, mas estar a favor de si mesmo. Ser feminista não é ser melhor que o macho, mas é o direito de SER, só que mulher.

E o que fazer quando SER incomoda? Aliás SER sempre incomoda quando não se vê nesse outro SER o reflexo. O que fazer? Lutar. Então recomeço. Incomoda? Então fale.

Escuto: “você pensa demais”. Nossa, talvez fosse mais fácil realmente não pensar, confesso, mas está lá, e não fui eu que coloquei. O pensamento existe e me alimenta, é combustível e, claro, ele é alimentado também pela alma. Bem, faz de mim o que sou, e SER incomoda, não é verdade?

Paguei uma cadeira de marketing no curso universitário. Tive nojo. Se você é racista, o que importa? Se isto dá consumo, esse racismo será estimulado. Claro que esse estímulo só se dará “em níveis aceitáveis socialmente”. Esses níveis aceitáveis é o que blogs como esses servem para alterar. A onda é não ser racista? Muda todo o jogo do marketing, isso se o público alvo entrar na onda, pois se não... infelizmente é assim que funciona. Propaganda tem haver com imagem, e é com a imagem que o público alvo se identifica. Quando a gente não se identifica, VÊ o que tem de malicioso no comercial, o que não significa que quem não vê se identifique com aquele preconceito, simplesmente pode não percebê-lo, geralmente porque não é vítima dele, ou falta um pouco mais de consciência de sua condição social.

Há muitas propagandas que eu fico estupefata! E preciso dizer, “gente, eu não me identifico com isso”, e quando a gente fala, muitas pessoas dizem, “é verdade eu não tinha percebido”, ou, “você ta viajando”. Pra quem percebe, já vale o recado. FALAR é um arma a nosso favor.

As propagandas preconceituosas não vão parar, mas denotá-las é importante para explicitar como anda se comportando a nossa sociedade. Elas são denunciativas quando pontuadas. Se incomoda, FALE. Acionar órgãos de defesa também é um exercício de cidadania, não importa a questão abordada. A gente sempre vai preferir um mundo melhor pra quem continuar a pisar no mundo.

Gostaria também de tocar no ponto da diversidade de opiniões. Isso é uma coisa muito interessante. Aprendi que existem condições básicas e indispensáveis na comunicação. Quem fala, quem escuta e o canal utilizado. Quem fala precisar preocupar-se em se fazer entender, quem escuta precisa PREOCUPAR-SE EM ENTENDER, o canal precisa ter menos ruído possível. Na maior parte das vezes que verifico discussões, as pessoas me parecem muito prontas a fazer acusações e consideram essas acusações “pensar diferente”, “ser divergente”. Mas porque não perguntar antes, exemplo: “Lola, porque você não gosta de sotaque carioca? Sua frase insinua conotação preconceituosa”. Então, Lola argumenta.

Nesse sentido, aqui em PE onde se estabelece a Globo Nordeste, os repórteres precisam perder o sotaque pra aparecer na telinha, informação confirmada. Os professores de português e literatura daqui são putos da vida com essa imposição do sotaque carioca, que, no jornalismo, não pode ser tão carregado, mas não menos evidente. Nada contra o sotaque carioca, apenas contra a imposição. É que por aqui a gente tem aprendido a valorizar o que se é, e o sotaque faz parte da nossa cultura. Ok, concordo, falamos rápido demais, mas nada que justifique um preconceito, não é verdade?

Pra finalizar, concordo que a mensagem da propaganda é “Take it easy”, porém usa elementos que reforçam preconceitos para atingir esse objetivo. É bom lembrar que televisão é comunicação, serviço efetivado por concessão pública, e toda a sua atividade deve ser monitorada pelo governo, inclusive as propagandas nelas veiculadas, sem cercear a liberdade de expressão, mas sem esquecer do dever do estado em promover a igualdade, garantia constitucional, entre outros dieritos. Nesse processo, todo cidadão é convidado a dar o seu grito.

Parabéns, Lola!

++ Rodolfo Araújo ++ disse...

Lola, o chato do comercial não tem sexo. Claro que poderia ser um homem, mas foi uma mulher. Que azar. Se fosse um homem, os homens estariam reclamando. Paciência...

Aliás, se fosse uma mulher linda, protótipo do comercial de cerveja, talvez a reação dos marmanjos - e de vocês - fosse a mesma.

Sobre o sotaque, o ponto era ser sotaque de carioca, porque tem imagem de malandro e não está nem aí para nada. Eu sou carioca e infelizmente tenho que engolir isso, porque meus conterrâneos reforçam esses conceitos com suas atitudes. Assim como muitas mulheres também reforçam estereótipos machistas - vide o comercial do Fiat Stilo BlackMotion em http://rodolfo.typepad.com/no_posso_evitar/2009/04/total-falta-de-estilo.html.

A pior coisa desse comercial - e isso ninguém aqui comentou - foi o fato de as pessoas não darem a mínima para os problemas. O mundo pode estar caindo que a gente toma mais um gole. Se ignoraram a mulher, não é porque era mulher, era porque estão cagando para tudo.

Sobre o lance dos filmes, o Buffalo Bill do Silêncio dos Inocentes fazia parte do contexto do filme. Sua homossexualidade estava muito bem inserida no contexto da trama, sem contornos homofóbicos ou nada parecido.

A grande maioria dos serial killers retratados nos filmes (Copycat, Cidadão X, Se7en etc.) é hetero e, nem por isso, os heteros saem nas ruas protestando.

Guille Guitz disse...

Falou exatamente o que eu pensei sobre esse comercial!

daise disse...

Fico feliz em descobrir que não fui a única a ter essa opnião...

Anônimo disse...

Nossa, que assunto importantíssimo.

Anônimo disse...

só reclama dessa propaganda quem se identifica com a gorda feia "mal-comida".hueuheue. Se é que foi, um dia, comida.
Ao invés de ser metida a intelectual, vai exercitar seu lado divertido e agradável. Gente feia tem que ser divertida, engraçada, sociável... e não pseudo intelectual.
Bando de mal comida... hauhuahuha

Carina disse...

O inteligentíssimo comentário acima só ilustra o que está sendo debatido.

Anônimo disse...
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Anônimo disse...

o sotaque do marcos palmeira, nem eh forçado, eh apenas uma variante do sotaque carioca, que, para muitos de nos, consideramos como "sotaque de morro/favela", geralmente sao pessoas de nivel baixo que falam assim.

Fernando Batista disse...

Não só reclama quem é gorda mal comida não 'senhor anônimo'. Reclama quem tem um cérebro ÚTIL.

Essa propaganda me dá ânsia de vômito! É nojenta! Um cuspe muito bem escarrado na cara de cada brasileiro.

Dos burros, bobo alegres.

Tinta Suvinil 18 litros disse...

Exatamente o que eu procurava sobre as tintas suvinil 18 litros. Obrigada!