Uma leitora fez uma grande sacanagem comigo no Twitter: me recomendou um post do Cracked. Pra quê? Euzinha aqui, doente e sem tempo, fiquei horas lá, me divertindo pacas. Eu já conhecia o site, até tinha feito um post baseado num texto deles, mas evito entrar lá porque é viciante. E muito engraçado.
Bom, o post em questão é sobre as barbaridades que algumas histórias de superheróis cometeram quando tentaram abordar assuntos mais sérios do que homens de collant salvando o mundo (ou pelo menos a parte do mundo que importa) de insetos gigantes radiativos.
Aproveitando, porque é a única vez que vou falar nisso, estão dizendo que a Mulher Maravilha ganhará uma nova série na TV e que seu uniforme agora incluirá uma calça, ao invés do maiô azul com estrelinhas brancas (tem 50 estrelinhas lá, como tem na bandeira americana, uma pra cada estado?). O que me incomoda nem é o maiô e nem os saltos altos que, aparentemente, são pré-requisito pra qualquer superheroína ou supervilã (e dane-se que, na vida real, correr e se equilibrar num salto alto seja tarefa hercúlea), mas o modelito tomara-que-caia. Eu nunca usei tomara-que-caia porque meus peitos gigantes, maiores que os insetos radiativos do parágrafo acima, não permitem tal extravagância. Mas devo dizer que toda santa vez que vejo uma amiga usando roupas assim ela precisa ficar ajustando e subindo o troço o tempo todo, porque, como o nome diz, ele tem uma tendência grande a cair. Quer dizer, tente usar um tomara-que-caia e levantar os braços pre pegar uma caneta numa estante mais alta, por exemplo. É complicado. Imagina a Mulher Maravilha erguendo os braços pra levantar um carro? Numa sociedade moralista que fez aquele mega escândalo quando um dos mamilos da Janet Jackson apareceu em rede nacional durante um Super Bowl, o que aconteceria se, no meio de uma dessas brigas, o bustiê inteiro da Mulher Mara fosse parar na cintura?
Ok, já desabafei. Agora voltando ao Cracked. Então, o site escolheu algumas histórias em quadrinhos que falavam de temas mais reais como homossexualidade, feminismo, drogas, imigração ilegal, e de como, apesar das boas intenções dos autores (será?), essas histórias falharam absurdamente e só reforçaram preconceitos. Tipo: Mickey, que não é estritamente um superherói, em 1931 descobre um gato afeminado. E o que ele faz e ensina as criancinhas leitoras a fazer? Ele dá uma de Bolsonaro! Mas Mickey era criação do tio Walt, que era conservador até a medula. E era a década de 30, bem no meio da Depressão. Quatro décadas mais tarde, no clímax das lutas das minorias, seria diferente, certo? Uh-huh. Pois é, o que me chamou a atenção foi uma história de uma série (que nunca ouvi falar, mas supers não são a minha praia) de filhos de superheróis. Superman Jr e Batman Jr vão parar numa cidadezinha dominada por mulheres, em que os homens são jogados na cadeia por qualquer motivo fútil como... importunar uma mulher na rua, ó absurdo! (encontrei mais quadrinhos da revista neste post mais antigo). Superman Jr diz à prefeita que lhe explica o funcionamento da cidade: “Coisas realmente do Movimento Feminista! Mas, baby, sem homens, como vocês farão para ter amantes, maridos, famílias?” E a prefeita responde: “A Grande Irmã Sybil nos prometeu que quando os homens mudarem suas atitudes dominadoras nós permitiremos que eles nos toquem de novo”.
Ha ha, adoro! Até quando o super fala com uma feminista ele usa uma palavra condescendente como baby! Pra quem não sabe, infantilizar as mulheres é uma velha estratégia machista. Chamar mulheres de meninas e garotas pode ser visto como uma tentativa de diminuí-las, até porque pense em quantas vezes homens chamam homens de meninos e garotos. Sem falar que é mais bacana tratar uma mulher que conhecemos pelo nome, não por fofura, amorzinho, flor, bebê, boneca, e sei lá mais o quê (fica parecendo que o cara não lembra o nome da mulher, que mulher é tudo igual mesmo: tem vagina, é o que conta!). Outro parênteses: lembro quando o Obama, durante sua campanha eleitoral, sem querer se referiu a uma mulher como baby, e teve que se retratar, porque hoje em dia não é mais socialmente aceito em alguns círculos americanos se dirigir a uma adulta como baby, a menos que seja um apelido carinhoso do casal, o que não era o caso. Imagina alguém usando um “Mas, boneca, eu já te disse que...” numa conversa com a Dilma. Outra coisa que adoro nesse quadrinho é a prefeita dizendo que algum dia as mulheres permitirão que os homens as toquem de novo (no quadrinho acima, outra personagem ameaça os supers e diz: "Ninguém toca em mim ou no meu trabalho!"). Greve de sexo total! E claro que mulher não toca em homem por livre e espontânea vontade... ela só permite ser tocada! Ai ai, esses seres femininos que odeiam sexo!
Mais pra frente, nossos intrépidos superheróis jovens encontram uma mulher morta. “Isso é muito triste”, diz uma moça de verde, observando o cadáver da colega, “Mas não tem jeito. A irmã Jane sabia que fazendo trabalho de homem ela corria os mesmos riscos”. Trabalho de homem, no caso, é consertar o telhado. É isso que acontece quando nós, mulheres, tentamos fazer trabalho de homem: morte certa! No final, descobre-se que a Grande Irmã Sybil é uma hedionda ET gigante que quer que todas as mulheres do universo sejam solitárias como ela. Além da dupla dinâmica derrotar a monstra e o feminismo por tabela, há um efeito colateral: para se proteger dos raios espaciais alienígenas, o antídoto é as mulheres terem homens por perto. Os últimos quadrinhos são esses aí, com uma moça dizendo: “Sara e Diana mortas... E a Grande Irmã Sybil era uma criatura alienígena horrorosa que nos fez cometer todas essas atrocidades. É incrível! Terrível!”. Batman Jr então fala: “Mas a pior parte... O único antídoto pra parar a mudança... é este! Entrem na fila, meninas!”, diz o rapaz, agarrando e beijando na boca a única mulher que falava, enquanto todas riem e Supeman Jr dá uma de Robin pra proferir palavras sábias como “O brother!” (algo como “Pô, cara!”). The End.
Como explica a legenda do Cracked: “Feminismo é a morte. Agora venham receber seu assédio sexual”.
O que me choca é que esse tipo de material foi feito nos anos 70, durante o auge do feminismo. É, pelo jeito, tinha muita gente incomodada com as reivindicações e conquistas femininas...
Não entendo quase nada do assunto de supers, mas a impresão que tenho é que é um universo conservador, elitista, individualista, em que quase todos os heróis vestem vermelho e azul pra nos lembrar quem tem o poder no mundo. E vai por mim: não são os machistinhas brasileiros.
Bom, o post em questão é sobre as barbaridades que algumas histórias de superheróis cometeram quando tentaram abordar assuntos mais sérios do que homens de collant salvando o mundo (ou pelo menos a parte do mundo que importa) de insetos gigantes radiativos.
Aproveitando, porque é a única vez que vou falar nisso, estão dizendo que a Mulher Maravilha ganhará uma nova série na TV e que seu uniforme agora incluirá uma calça, ao invés do maiô azul com estrelinhas brancas (tem 50 estrelinhas lá, como tem na bandeira americana, uma pra cada estado?). O que me incomoda nem é o maiô e nem os saltos altos que, aparentemente, são pré-requisito pra qualquer superheroína ou supervilã (e dane-se que, na vida real, correr e se equilibrar num salto alto seja tarefa hercúlea), mas o modelito tomara-que-caia. Eu nunca usei tomara-que-caia porque meus peitos gigantes, maiores que os insetos radiativos do parágrafo acima, não permitem tal extravagância. Mas devo dizer que toda santa vez que vejo uma amiga usando roupas assim ela precisa ficar ajustando e subindo o troço o tempo todo, porque, como o nome diz, ele tem uma tendência grande a cair. Quer dizer, tente usar um tomara-que-caia e levantar os braços pre pegar uma caneta numa estante mais alta, por exemplo. É complicado. Imagina a Mulher Maravilha erguendo os braços pra levantar um carro? Numa sociedade moralista que fez aquele mega escândalo quando um dos mamilos da Janet Jackson apareceu em rede nacional durante um Super Bowl, o que aconteceria se, no meio de uma dessas brigas, o bustiê inteiro da Mulher Mara fosse parar na cintura?
Ok, já desabafei. Agora voltando ao Cracked. Então, o site escolheu algumas histórias em quadrinhos que falavam de temas mais reais como homossexualidade, feminismo, drogas, imigração ilegal, e de como, apesar das boas intenções dos autores (será?), essas histórias falharam absurdamente e só reforçaram preconceitos. Tipo: Mickey, que não é estritamente um superherói, em 1931 descobre um gato afeminado. E o que ele faz e ensina as criancinhas leitoras a fazer? Ele dá uma de Bolsonaro! Mas Mickey era criação do tio Walt, que era conservador até a medula. E era a década de 30, bem no meio da Depressão. Quatro décadas mais tarde, no clímax das lutas das minorias, seria diferente, certo? Uh-huh. Pois é, o que me chamou a atenção foi uma história de uma série (que nunca ouvi falar, mas supers não são a minha praia) de filhos de superheróis. Superman Jr e Batman Jr vão parar numa cidadezinha dominada por mulheres, em que os homens são jogados na cadeia por qualquer motivo fútil como... importunar uma mulher na rua, ó absurdo! (encontrei mais quadrinhos da revista neste post mais antigo). Superman Jr diz à prefeita que lhe explica o funcionamento da cidade: “Coisas realmente do Movimento Feminista! Mas, baby, sem homens, como vocês farão para ter amantes, maridos, famílias?” E a prefeita responde: “A Grande Irmã Sybil nos prometeu que quando os homens mudarem suas atitudes dominadoras nós permitiremos que eles nos toquem de novo”.
Ha ha, adoro! Até quando o super fala com uma feminista ele usa uma palavra condescendente como baby! Pra quem não sabe, infantilizar as mulheres é uma velha estratégia machista. Chamar mulheres de meninas e garotas pode ser visto como uma tentativa de diminuí-las, até porque pense em quantas vezes homens chamam homens de meninos e garotos. Sem falar que é mais bacana tratar uma mulher que conhecemos pelo nome, não por fofura, amorzinho, flor, bebê, boneca, e sei lá mais o quê (fica parecendo que o cara não lembra o nome da mulher, que mulher é tudo igual mesmo: tem vagina, é o que conta!). Outro parênteses: lembro quando o Obama, durante sua campanha eleitoral, sem querer se referiu a uma mulher como baby, e teve que se retratar, porque hoje em dia não é mais socialmente aceito em alguns círculos americanos se dirigir a uma adulta como baby, a menos que seja um apelido carinhoso do casal, o que não era o caso. Imagina alguém usando um “Mas, boneca, eu já te disse que...” numa conversa com a Dilma. Outra coisa que adoro nesse quadrinho é a prefeita dizendo que algum dia as mulheres permitirão que os homens as toquem de novo (no quadrinho acima, outra personagem ameaça os supers e diz: "Ninguém toca em mim ou no meu trabalho!"). Greve de sexo total! E claro que mulher não toca em homem por livre e espontânea vontade... ela só permite ser tocada! Ai ai, esses seres femininos que odeiam sexo!
Mais pra frente, nossos intrépidos superheróis jovens encontram uma mulher morta. “Isso é muito triste”, diz uma moça de verde, observando o cadáver da colega, “Mas não tem jeito. A irmã Jane sabia que fazendo trabalho de homem ela corria os mesmos riscos”. Trabalho de homem, no caso, é consertar o telhado. É isso que acontece quando nós, mulheres, tentamos fazer trabalho de homem: morte certa! No final, descobre-se que a Grande Irmã Sybil é uma hedionda ET gigante que quer que todas as mulheres do universo sejam solitárias como ela. Além da dupla dinâmica derrotar a monstra e o feminismo por tabela, há um efeito colateral: para se proteger dos raios espaciais alienígenas, o antídoto é as mulheres terem homens por perto. Os últimos quadrinhos são esses aí, com uma moça dizendo: “Sara e Diana mortas... E a Grande Irmã Sybil era uma criatura alienígena horrorosa que nos fez cometer todas essas atrocidades. É incrível! Terrível!”. Batman Jr então fala: “Mas a pior parte... O único antídoto pra parar a mudança... é este! Entrem na fila, meninas!”, diz o rapaz, agarrando e beijando na boca a única mulher que falava, enquanto todas riem e Supeman Jr dá uma de Robin pra proferir palavras sábias como “O brother!” (algo como “Pô, cara!”). The End.
Como explica a legenda do Cracked: “Feminismo é a morte. Agora venham receber seu assédio sexual”.
O que me choca é que esse tipo de material foi feito nos anos 70, durante o auge do feminismo. É, pelo jeito, tinha muita gente incomodada com as reivindicações e conquistas femininas...
Não entendo quase nada do assunto de supers, mas a impresão que tenho é que é um universo conservador, elitista, individualista, em que quase todos os heróis vestem vermelho e azul pra nos lembrar quem tem o poder no mundo. E vai por mim: não são os machistinhas brasileiros.
61 comentários:
Gosto muito do blog da Lola, mas às vezes ela falha no senso de humor. Pela sinopse, essa história deve ser MUITO engraçada. Humor involuntário, é verdade, mas nem por isso menos divertido.
A propósito. Eu esqueço nomes. Daí, chamo todo mundo de "menino" e "menina". Não, a presidenta não. Gente do meu convívio apenas. Até agora ninguém se ofendeu, ainda bem.
Me parece uma boa dose de humor invlountário mesmo.
Quanto a índole dos supers, realmente há um quê de fascismo. Mias em uns que em outros. O Batman do último filme, por exemplo, faz o Capitão Nascimento parecer um doce de pessoa.
Lola, achei interessante que eles falam da Grande Irmã justamente na época em que as mulheres começaram a falar em irmandade/sisterhood, O discurso anti-feminista é tão óbvio que dói.
Estou tentando entender o que o joel e o Bruno acham que é humor involuntário. Não tem nada de engraçado nessas histórias...
Nossa Lola! Adorei o post! Quadrinhos é um tema que eu gosto muito, muito msm.
Acho que nas HQ's em geral, há muito moralismo e conservadorismo inrustido, mas não precisa fazer muita força para perceber, nessa história em específico ficou muito claro, a intenção era de fato combater o feminismo, assim, na cara lavada msm, até o fato de usar da simbologia do monstro de um olho só pra mim já diz muita coisa.
É como se os roteiristas quisessem dizer que o feminismo é um modo de encarar a vida que só enxerga as coisas pela metade, uma filosofia caolha, de visão limitada, sei lá. Acho que quiseram forçar uma imagem de coisa horrenda, aberração.Não faria muito sentido se a vilã a representante fosse uma pessoa normal.
Tem um vídeo bem legal sobre os quadrinhos e o moralismo, vale a pena assistir:
http://www.youtube.com/watch?v=5nrcEBOctZg
Um livro bem bacana que aborda outro tema muito importante envolvendo os quadrinhos é o "Para entender o Pato Donald", :) muito bom esse livro.
:)
Oi Lola!
Primeiro fico feliz que atrapalhei seu dia com a minha sugestão. rs
Leio seu blog faz tempo e é muito legal participar mesmo que indiretamente.
Eu sou fã de quadrinhos, apesar de preferir títulos mais alternativos do que os super heróis tradicionais, que realmente são ícones da cultura norte-americana. Além disso, o mundo dos profissionais de quadrinhos sempre foi bem mais masculino. Tanto que por muito tempo houve uma carência de personagens femininas relevantes em muitos super heróis - como o Super Homem, que casa com a insossa Lois Lane.
Não acho que essa história deva ser engraçada. Deve ser deprimente. Primeiro porque quando a editora arruma "o filho do fulano" é só para ganhar dinheiro e não investe tanto quando na franquia original.
Segundo porque não acho engraçado essas mensagens que incentivam valores retrógrados, ainda mais em uma época de contra cultura e efervescência cultural.
Beijo!
A Cultura POP dos anos sessenta não passou incólume aos anos de chumbo do Macartismo em que as comics foram dominadas por grandes grupos e fizeram alguns acordos com o governo americano. Feminismo era direito civil, então era ruim.
Só há pouco eu fui ler quadrinhos quando as adaptações como Watchmen e Sin City surgiram. Acho que a nona arte como os admiradores costumam se referir tem suas preciosidades. Há também aqueles que trabalham contra os estereótipos nesse meio como foi o caso de Dwayne McDuffie, falecido esse ano. As histórias antigas realmente impressionam e essas são bastante emblemáticas.
Eu escrivi um post gigante, mas quando fui postar deu erro e sumiu...
Mas só p/ não perder viagem, gostaria de lembrar que nesse epoca tb eram comuns historias em as namoradas dos herois, tipo Lois Lane, se metiam em confusão e no final, os supers as colocavam sob os joelhos e davam tapas p/ que elas aprendenssem a se comportar...
Explicar a piada é um tanto chato, mas vou tentar.
A história tenta difundir uma ideologia retrógrada. Isso pode até ser deprimente, mas se me afetar muito vou ficar viciado em Prozac.
O caso é que o roteiro exagera. Para cumprir seu objetivo, tinha que ser mais sutil. Muito mais sutil, aliás.
O autor não vai influenciar ninguém que tenha mais de dois neurônios. Sua pregação anti-feminista é ineficaz. É tão exagerada que chega a ser ridícula. E as coisas ridículas são engraçadas.
No caso, de forma involuntária.
É preciso saber rir do inimigo. Torná-lo risível é uma das melhores armas da luta ideológica. Mas não é nem por isso. É porque é divertido, mesmo.
Na verdade, há HQs e HQs. ;-)
As histórias de super-heróis dos anos 60/70 refletiam MUITO o ambiente norte-americano da época e, além disso, havia o bendito "Comics Code Authority" (reflexo claro do Macartismo), que só foi totalmente banido recentemente, para cercear o que os autores escreviam. As principais "majors", como a Marvel e a DC, tinham que "seguir a linha", e só tinham coragem mesmo as editoras underground.
Pra entender melhor como as coisas funcionam no mercado de quadrinhos (ocidental) atual, o melhor é ler as obras produzidas após o BOOM dos anos 80, principalmente o publicado pelas editoras alternativas. Tem de tudo, para todos os gostos, e nem sempre as mulheres são retratadas por um ponto de vista machista (graças!). ;-)
http://en.wikipedia.org/wiki/Comics_Code_Authority
Lola, quadrinhos são meu ponto fraco, eu poderia escrever uma tese de doutorado só sobre o tema... primeiro, um recorte necessário: histórias em quadrinhos não são só quadrinhos de super heróis americanos, os europeus são bem mais diversos e os japoneses têm vários subgêneros especificamente voltados para mulheres de várias faixas etárias.
O mercado de quadrinhos de super herói norte-americano sempre teve um público-alvo específico, desde o comecinho: homens, pré-adolescentes, adolescentes ou jovens adultos. Até hoje *mulheres que lêem quadrinhos* e *mulheres que fazem quadrinhos* causam estranhamento no meio. Mesmo no Brasil. Eu fiz 1 ano de curso de HQ na Quanta, um curso conceituado, onde alunos entravam e saíam ao fim de módulos de um mês e fui a ÚNICA mulher na minha turma em um longo ano (e praticamente a única pessoa que não queria fazer HQs imitando o padrão de supers americanos).
O meio e a grande maioria dos autores de quadrinhos são muito machistas mesmo, alguns são abertamente misóginos e já rolaram coisas altamente degradantes no tratamento de profissionais de HQ conhecidas por seus colegas... Óbvio que o machismo dos autores aparece nas histórias escritas por eles. Mas de uns anos pra cá as coisas vêm mudando. Tanto aqui quanto nos EUA as mulheres vêm se organizando em busca de um tratamento mais igualitário e uma representaçao menos caricata nos quadrinhos.
Sobre a Mulher-Maravilha, ela sempre foi o símbolo de feminismo para muitas mulheres nos quadrinhos, sabia? Apesar do tomars que caia e do maiô norte-americano mesmo vinda de uma ilha matriarcal de amazonas gregas, existem teses e mais teses sobre ela que são ótimas de ler. E o tal salto alto da série recebeu tantas críticas, mas TANTAS críticas da mulherada lá fora que o povo da série mudou rapidinho pras botas originais sem salto que a Mulher Maravilha normalmente usa. Vale muito a pena conhecer a história e a evolução da Diana.
Eu devo ter dezenas de links importantes sobre mulheres e quadrinhos, se você tiver interesse em conhecer:
http://womenincomics.blogspot.com/ - compilação de links sobre a presença de mulheres nos quadrinhos em vários lugares, perco horas aqui
http://ladyscomics.com.br/ - Blog de mulheres que fazem quadrinhos no Brasil
http://dcwomenkickingass.tumblr.com/ - Só personagens e autoras do universo DC
http://friendsoflulu.org/ - Friends of Lulu é uma organização internacional de mulheres que fazem quadrinhos, que premia anualmente tanto profissionais quanto representações de mulheres nos quadrinhos
Vou parar por aqui senão falo sobre o assunto o dia inteiro...
Vamos tentar de novo.
Os quadrinhos são um produto de massa e estão sujeito ao contexto da sua epoca, representando a visão do mundo e ideologia de quem o escreve e mais precisamente dos editores responsaveis.
E os quadrinhos de supers, principalmente da DC era sim muito conservador.
Vale lembrar que na epoca, o lema do Superman era:
"defender a verdade, a justiça e o modo de vida americano"
A representação das ditas minorias tb eram totalmente influenciada pelo contexto e pela visão mais conservadora.
Na epoca da 2 Guerra, alemães e japoneses eram demonstrados da forma mais caricata possivel.
E as primeiras representações dos negros tb os monstrava ou como preguiçosos cheios de vicios, ou como pessoas ingenuas (leia-se burras) que precisam "aprender" com os mais educados (leia-se os brancos)
Outro fator é que nessa epoca surgiu o livro, a Sedução dos Inocentes, em que um psicologo afirmava que os quadrinhos eram responsaveis pela delinquencia juvenil, pelo desrespeito aos pais, uso de drogas, etc.
Foi nessa obra que Batmam e Robin foram "acusados" de serem gays e a Mulher-Maravilha vista como um incentivo ao lesbianismo (ja que mostrava uma mulher forte, corajosa e independente que não tinha interesse em casamentos)
O livro gerou uma onda de histeria com professores e associação de pais queimando HQs em praço publica (literalmente)e muita pressão que acabou resultado no Comics Code Authority
(mencionado pelo Pat), que proibia que as historia ameaça os valores familiares.
Ou seja, não se podia falar de coisas como divorcio, dependencia quimica, mostrar corrupção politica, etc
O bem sempre tinha que triunfar e os herois tinham que ser perfeitos.
isso tb se refletiu no combate á "ameça vermelha" do comunismo, a presença e gays (até hoje são poucos os exemplos de personagens homo que não são esteriotipos ambulantes) e tb ao femismo.
E a Marvel, apesar de geralmente mais antenada com os movimentos sociais, tb colocou seus herois contra o feminismo.
Lembro de uma epoca em que uma vilã se infiltrou no principal grupo de herois da editora (os Vingadores) e convenceu as heroinas a se voltarem contra os membros masculinos, usando todos os cliches psdo-feministas que vcs ja devem conhecer.
hoje há uma melhora, mas HQs de super continuam voltadas ao publico masculino, oq é um dos fatores para seu publico ter diminuido tanto, enquanto os mangas ganharam proporções gigantescas.
Lola, eu AMO quadrinho, mas detesto os de hérois. Aqui na França tem muitas opções de HQ (BD pra eles), dos temas mais variados. Tenho escrito bastante sobre elas no blog.
Um dos ultimo que li foi "princesa ama princesa", pra vc ver como tem coisas alternativas e que tbm fazem sucesso. Pretendo escrever sobre ele em breve.
Agora, nunca me interessei muito pelos mangas...
Tema interessantíssimo!
Confesso que o mundo HQ com os supers e tal é bem atraente pra mim, mas nunca consegui adorar por causa do machismo, às vezes velado, às vezes explícito.
Mesmo no Japão, os mangás que são voltados para o público feminino são cheios de estereótipos conservadores, até mesmo o Josei que é para o público feminino jovem adulta, com exceções, claro.
Se não me engano, Lola, esse episódio da alienígena que representava o feminismo - que não era feminismo - virou animação e passou há poucos anos na televisão na Liga da Justiça. Talvez alguém que esteja mais por dentro desse universo saiba dizer com certeza.
E outra coisa, sobre o modo de vida americano, os quadrinhos e tudo o mais. Tem de entender também de onde os heróis surgiram - um Capitão América para mim é uma ideia inadmissível, até o dia que entendi que ele surgiu num contexto de guerra para levantar o moral do povo americano. Posso até não concordar/achar bonito, mas entendo de onde surgiu. Da mesma forma os uniformes azul-vermelho (em especial da DC Comics), etc, etc.
O tomara-que-caia da Mulher Maravilha acho muito barulho por nada, ainda mais levando em consideração tudo o que a Lanika trouxe. A peça pode ser horrível e restingir movimentos no mundo real, mas no caso o desenhista deve ter pensado muito mais no lado sexy, ou estético, do que no troço escorregar se ela se mexe - ainda mais porque uniformes de super-heróis costumam permanecer incólumes mesmo no caso de explosões nucleares.
E volto ao ponto: quando os comics de supers surgiram, eram muito mais para fornecer entretenimento barato a um público interno bem-definido do que a propaganda da cultura americana que porventura tenham se tornado depois.
Super legal o post e tenho o que acrescentar. A mulher Maravilha apareceu primeiramente com uma sainha curta, evasê. Logo depois mudou-se pro shortinhos. Ela apareceu em 1941 pra incentivar as mulheres a trabalharem fora: tudo bem pensado pelas autoridades. A Wonderwoman foi à guerra como enfermeira e Diana era secretária.
Sem mais comentários, mas a comunicação de massa tem propósitos incríveis!
Eu AMO HQs, mas é fato que sua origem e seu modo de produção as marca como um gênero em que o estereótipo reina, até por ter funções claras no estilo de produção - para reter a personagem na memória do público as características são sempre muito marcantes, o que redunda no exagero e no estereótipo negativo, às vezes, na tentativa de delimitar fronteiras e categorias entre as personagens - e isso resulta em deformidades como o quadrinho do post. Fato é que já vi algumas coisas bem bizonhas nas historinhas de herói da década de 70, com esse conteúdo escrachadamente discriminátório. Nos anos 80, no entanto, há uma sutil melhora, arrisco até a dizer que surge uma tendência mais feminista nas heroínas - Cristal, Tempestade, Fênix, Vampira, Electra (uma vilã meio dúbia, mas super popular, até mais que seu antagonista-namorado, o Demolidor), Moça Maravilha, Estelar. Mas isso seria tema para um outro post. Não conhecia o cracked, vou 'perder' umas horinhas por lá. Beijos, Lola, e melhoras!
geralmente anacronismo usa-se para referir a falhas contextuais históricos, no entanto voltados para o passado (história, é claro). Mas acho que posso usar anacronismo (invertido) na parte em que usa o exemplo de Obama como contraponto à atitude de Superman.
Há quem não saiba que ainda hoje a maior parte de histórias de heróis, desde a literatura ao cinema, baseiam-se em arquétipos clássicos? Ou vai-se condenar também o mito de Héracles porque ele conseguia a proeza de engravidar 50 mulheres numa noite apenas? Ou mesmo o Platão que dizia que às mulheres deviam ser permitido o trabalho dos homens e as suas carreira, porque isso não resultaria em nada, visto elas serem inferior?
Lord, Pat e Lanika foram melhores e mais elucidativos com os seus comentários na medida em que enquadraram a questão no seu contexto socio-cultural e histórico.
Tô pasma. Pior que a historinha é tão absurda e com clichês tão idiotas que até fica engraçada, rsrs, vou ter que ler.
Sobre heroínas eu não entendo porque não podem fazer como fazem com heróis. Eles fazem o estilo bonitão, mas usando trajes que ajudariam no lugar de atrapalhar. Tudo bem que é ficção, mas verossimilhança, oi?... rs
As HQs refletem a época em que foram feitas, mas também costumam estar à frente de seu tempo em muitas coisas. Essa história feita nos anos 70 não seria já um prelúdio do tal backlash que apareceria nos anos 80 em outros meios? Por outro lado, a Mulher Maravilha foi um ícone do feminismo também antes do tempo, ela foi criada em 1941, e desde sempre a questão de gênero foi discutida nas histórias. Interessante o Pentacúspide ter mencionado o Hércules. Segundo a mitologia, um dos 12 trabalhos que Hércules teve que fazer era exatamente roubar o cinturão da rainha das amazonas, Hipólita. Os 12 trabalhos de Hércules são representações de pontos que os gregos consideravam importantes para sua civilização, e esse significava exatamente a manutenção do patriarcado, contra aquelas mulheres rebeldes e independentes (feministas?) chamadas de amazonas. As HQs da Mulher Maravilha são inspiradas na mitologia, e nelas esse fato é retratado sempre como algo muito negativo que aconteceu, e Hércules até hoje é um vilão no universo DC (ao contrário do universo Marvel, onde ele é um cavalheiro honrado e gentil). Voltando aos anos 80, na época a DC Comics resolveu zerar a cronologia dos principais personagens, e isso incluiu a Mulher Maravilha. As novas histórias contadas a partir dali são bastante feministas, e isso em plena época de backlash. Já começa com a origem das amazonas sendo recontada, elas foram criadas pelas divindades gregas, com almas de mulheres que tinham sido assassinadas por homens de forma violenta.
Tem uma HQ recente, cujo nome eu não me lembro (acho que é o último homem, ou algo assim) que conta a história de um homem numa sociedade feminina. Agora já sei de onde tiraram essa ideia. É super parecida com essa do super homem. As mulheres são vilãs, tem a chefona lá, enfim. Criatividade mandou um Oi.
Mas essas duas HQ's podem ser até consideradas politicamente corretas perto das obras do Robert Crumb. Não sei se vc o conhece, mas ele foi muito famoso na década de 60, alguns o consideram como o pai dos quadrinhos undergrounds. Numa de suas obras "consagradas" (Fritz, The Cat) tem cenas de estupro, incesto, violência doméstica. Crumb adora retratar as mulheres como interesseiras, vadias, sem valor algum. Ele até escreveu uma obra inteira sobre a sua visão das mulheres (o nome da obra em português é "meu problema com as mulheres", conveniente não?).
E o mais impressionante: ele fazia parte da contra-cultura. Era amigo da Janis Joplin, e até desenhou uma capa de um disco dela. Engraçada essa contra-cultura estadunidense, né?
Crumb faz sucesso até hoje. Sua versão da Bíblia já nasceu clássica.
Crumb, de fato, não é gentil com as mulheres. Nem com os homens. Nem com os policiais. Nem com os hippies. Nem com os "caretas". Nem consigo mesmo.
Ele está mais para misantropo que para misógino. E é genial.
Joel
Para mim está bastante claro que o problema maior é com as mulheres mesmo. Apesar dele pegar pesado com a sociedade em geral, suas críticas às mulheres soam da mesma forma como o discurso dos "masculinistas" de orkutchy. Ele gastou um bom tempo da vida dele se queixando das mulheres malvadas e interesseiras. Para mim ele está longe de ser genial.
Lola; gostara de perdoar a sua incapacidade de raciocinar, mas não posso. Eu acho que a mulher é igual ao homem. Não é pior, mas nunca será melhor.
A equação é muito simples: não há nada que uma mulher faça que um homem não possa fazer igual.
A grande vantagem do homem antigo era ser mais forte fisicamente que a mulher, o que não o habilita nos mundo automatizado de hoje, porém havemos de concordar que um homem pode fazer tudo que uma mulher faz, sem exceção.
Dito isso eu pergunto: para que essa sua prepotência em colocara mulher como centro do universo em detrimento do homem?
As duas únicas vantagens reais da mulher em relação ao homem é a beleza, que quando combinada com charme supera qualquer homem.
A capacidade de gerar uma criança (e tem algumas que querem ter o direito de matar essa criança usando o eufemismo aborto) é outra vantagem indiscutível. Fora isso para que serve mulher?
Um homem não poderia dar aula na sua cadeira da universidade com igual competência? Então qual a vantagem de ter você? Inteligência profunda você não tem, como prova todo dia aqui neste blog, que só é freqüentado por gente de inteligência mediana, ou menor.
Mulher só tem valor superior ao homem se for bonita. Se não for basta ter um homem para fazer a mesma coisa. Quantas mulheres feias você vê em um grande banco? ? Na globo está cheio de mulheres inteligentes, mas veja se a maior para não é linda. Tem alguma Lola Aronovich, ou similar, lá?
Você, além de feia, é burra demais para entender isso?
Entenda uma coisa: mulher é beleza. Toda mulher só quer ser bonita e mais nada.
Só gente feia fica fingindo que defende as gordas, feias, minorias, etc., pois na verdade estão agindo em interesse próprio. Eu nunca vi uma mulher bonita com essas idiotices. Você já viu a Gisele, a Juliana, Ana Paula, a Miss Brasil, como esse papo furado?
Lola vai dar suas aulas, que são pagas com nosso dinheiro de impostos e pare de perder tempo com esse bost... digo blog, se não vou te denunciar formalmente na Universidade da Bahia e eles vão te demitir, com toda razão. Esse picareta chamado Lula só serviu pra aumentar o seu salário sem se preocupar com a qualidade dos professores; coisa que ele jamais teria capacidade pra julgar.
Vai trabalhar folgada!
Sobre o Robert Crumb, eu recomendo esse texto aqui: http://relicariante.blogspot.com/2010/08/daaaa-eu-sou-underground.html
oi, Lola!
sempre acompanho seu blog e gostaria de te agradecer pela "ajuda"...
montei um grupo de estudos feministas na escola e usamos um texto seu (meio adaptado but...) para iniciar nossos estudos :)
nosso blog é esse ó:
http://gilkamachado.wordpress.com/
beijo! obrigada!
Ana Vitória a série do Brian K. Vaughan é fantástica. Eu li todo o Y: The Last Man e o tom é totalmente distinto dessa obscura história que a Lola colheu. Embora o Yorick se veja num mundo hostil são as mulheres que o protegem. São elas quem reconstroem o mundo. O personagem masculino não é heróico, ao contrário se trata de um palhaço perdido.
Hahaha, texto do Oliveira sensacional. Mas todo mundo vai ler e fingir que ele não tem razão, que a Lola é uma libertadora, uma humanista. Bahia? Terra de Rui Barbosa, Teixeira de Freitas e Jorge Amado? Acho que é Ceará. E a Lola gosta de pagar de professora universitária, se sente A acadêmica postando esses textos tendenciosos, o que OS PRÓPRIOS fãs dela, e conhecedores de quadrinho, deixaram claro nos comentários. Ela pega a temática e desvirtua, sem maiores considerações. Continuando o papo da grande catedrática Lola, pô, INGLÊS INSTRUMENTAL? Achava que isso já fosse matéria à distância. Em algumas universidades de relevo no país eu sei que já é. Pqp, para com essa mentirada deslavada, essa falta do que fazer! Imaginem o seguinte cenário: não há blogosfera, pessoas incapazes como a autora não conseguem veiculação em mídias expressivas (não vai falar que estaria em um jornalão não, eim, Lola, que aquele jornalzinho picareta pra qual vc escrevia suas críticas cinematógraficas de quinta ia te dar alguma projeção, as quais me arrepiam só de lembrar) e não haveria tamanha esculhambação aqui. Eu acho que esse blog pra Lola, e o que eu observo em muitos outros "blogueiros", é que fazem disso sua razão de viver: expõe suas "lutas" como se fossem fundamentais, como se fato acreditassem e lutassem por elas, e isso as faz ter mais fé na vida. Talvez não seja de todo mal. O problema é que tal autora é de uma cretinice e arrogância que meu deus, deixa qualquer babando. Acho que por ser gorda e feia, a Lola desenvolveu algumas barreiras e afetações que são simplesmente insuportáveis. E dando uma averiguada nos posts antigos dela, não tão antigos assim, vc vê como ela se contradiz, se mostra preconceituosa em diversos momentos, zoa nerds, crianças, sex simbols, pessoas mais conservadores. Tipo, não que eu goste de nerds espinhentos, como já vi a autora ofender mais de uma vez, mas eu não nego meu preconceito, não me proclamo o policamente correto e aponto os politicamente incorretos como malfeitores que se escondem atrás do próprio politicamente incorreto. Sei lá, vc é gorda e feia, realmente acredita nesse papo de que não há, ou que não devemos aceitar padrões de beleza, que vc é bonita como é? Pô, para com isso, eu posso não ser o mais feio dos homens, mas eu aceito isso, sei que existem mais bonitos, é a natureza, não nos fez iguais! Mas não construo um engodo para mim mesmo, o que significa também não me acomodar: não, pesar 250 kg não é bonito. Não, ter a estética naufragada não é bonito. SER FEIO NÃO É BONITO. Mas eu repito, vc deve aceitar sua feiúra, não renegar belezas admiráveis só pq é um ideal inatingível para vc. E não se esculhambar pq vc é "bonito como é". Vc pode se esculhambar, mas sabendo que feio vc é sim hehe. Então, Lola, por favor, tente ser menos desgraçadamente insuportável! Pq vc, como muitos de nós, não é nada, mas insiste em achar que é (às vezes penso, principalmente lendo seus relatos de infância, que vc foi mimada, aquele tipo de criança que pode enfiar o dedo no cu e lamber que o pai fala: "isso filhinha, vc pode fazer o que quiser, vc é LINDA!"): vc só tem espaço pq a internet é livre; vc só reproduz discursos feministas, nunca vi criação sua; vc não entende porra nenhuma de cinema; vc tem uma profissão desprestigiada e sem muita importância, e se recebe alguma coisinha, é pela cultura do cabide público tão cara ao nosso país.
Resumindo, vc é chata pra porra. Não importo que vc me ache ou seus fãs lambedores de botas também deem seus chiliques, eu estou te informando um fato: vc é chata pra porra. Tipo, a mulher de ontem, truquei a vida pregressa dela e tudo, ela deve ter me achado um palhaço, discutimos etc., mas eu nenhum momento achei ela intragável, como vc certamente o é. E não adianta falar: "então vaza daqui, não gosta e fica reclamando!", pq não adianta, é mais forte do que eu, e se vc for minimamente atenta, vai reparar que seu blog tem mais "trolls" que a maioria dos de mesma temática. Então, começa a considerar a hipótese da mala, da causadora de tanta aversão alheia, ser você mesma.
Lola, vc é gorda, feia e chata e só escreve coisas ruins.
Agora vou sair do SEU blog e voltar pra minha sala de terceiro ano do ensino fundamental, tá?!
Mas amanhã eu volto pq eu odeio tudo que vc escreve e acho tudo ruim, mas volto aqui todo dia.
Minha vida é vazia e o terceiro ano não me preenche mais.
Fico bastante impressionada com a capacidade mental dos trolls aqui presentes. Ao mesmo tempo que "a mulher é igual ao homem, nem melhor nem pior", "toda mulher só quer ser bonita e mais nada".
Sério, por várias vezes acho os pontos de vista da Lola extremistas, é um direito de qualquer um não achar uma linha que ela escreva correta, e também acho que isso leva a discussões construtivas para ambos os lados.
Mas isso de ofender simplesmente por ofender é coisa de adolescente, não é não? Troll sem argumento, que se esconde atrás de apelidos e afins me parece bullying do ensino médio.
Deixem, uma hora eles cansam (ou crescem, o que acontecer primeiro).
Oliveira e meucafe ensinando sobre a arte de falar, falar e não dizer porra nenhuma...
Com uma capacidade única de desviar do assunto e só aparecer em um blog pra tumultuar, ofender e reclamar dos textos (que eles tem toda a liberdade de não ler).. típico da democracia diretista, imbecil e preconceituosa, sexista, misógina... Crias do bolsonaro (ou vice-versa)...
O bom é a coragem que os imbecis tem de motrar a cara, né?
Morro de orgulho... Uhu...
xiii, deu merda. a discussão sobre as bandas desenhadas e afins estavam a ir muito bem, agora parece que vai pelo ralo.
Vi duas animações de Fritz e gostei bastante do estilo ácido e "totalmente" politicamente incorrecto. Mas não sabia nada sobre o seu autor, e só hoje aprendi que afinal é um produto da BD.
Por Favor, só o fato desses trolls usarem a aparência física para desvalorizar opiniões, já demonstra com que tipinho de gente ignorante e machista estamos lidando...
Sério, Troll: se você realmente acha que têm algo que contraria suas convicções e que deve, por isso, ser veementemente combatido como opinião, use argumentos de verdade, pois entre pessoas inteligentes e esclarecidas "gorda chata" não convence ninguém... Ah eh, lembrei, você não tem argumentos! Só quer ofender, denegrir e humilhar qualquer um que ouse expressar uma opinião diferente da sua visão cristã hipócrita e machista de mundo...
Ana Vitoria.
Vcv deve estar falando de Y, o Ultimo Homem. A historia monsta um futuro, onde uma praga misteriosa elimina praticamente todos os mamiferos com cromossomo Y do planeta, menos um rapaz e um macaquinho.
Não li a serie até o final, mas discordo da sua avaliação.
Nos numeros que li não havia nenhuma vilanização das mulheres em geral, mas sim uma discrissão sobre como a sociedade é centrada no masculino.
Tanto que é relatado como as lideranças politicas, religiosas, economicas, militares estão em sua esmagadora maioria nas mãos de homens.
E como o desaparecimento repentino deles, afetaria tudo.
As mulheres tentam lidar com as consequencia das mortes, e lutam p/ recriar um novo mundo.
Mas como e que mundo criar não é uma unanimidade
São diferentes grupos com diferentes visões e essas se chocam.
Inclusive mostra mulheres ainda presas aos proprios conceitos machistas.
Exemplo, um exemplar mostrava um grupo de mulheres catolicas que tentanvam engravidar p/ ter um filho homem que seria o novo papa e refundaria a igreja.
E a revolta e indignação de outras que não entendiam como elas podiam querer o retorno de uma instituição que as excluiria.
Então, a serie me parece mais um ensaio sobres as diferentes maneiras que pessoas diferentes reagiriam num cenario assim.
Lola, confesso que não li o texto com atenção; vi seus tweets e vim ver qual polêmica escabrosa estava surgindo, dessa vez, entre os comentários dos trolls. Vi. E será uma noite maldormida, isso já posso adiantar.
Eu fico com muita raiva de vcs, trolls ignorantes, não pq esteja tomando as dores da Lola (embora não imagine, de verdade, como alguém consiga levar um blog com tanto bom humor e tanta qualidade, mesmo tendo que ler absurdos desse nível todos os dias); mas pq eu sei o quanto ela, o quanto eu e o quanto tant@s outr@s lutamos, diariamente, do jeito que dá, pra tentar promover um mundo mais justo, mais igualitário, com mais visão crítica em cima do senso comum... enfim, nós tentamos fazer com que cada ser humano se sinta minimamente LIVRE e em pé de IGUALDADE dentro da sociedade, ou que pelo menos reflita sobre a própria existência e enxergue toda a carga de mitos, preconceitos e "tradições" que @ cerca - isso é muito? Isso não deveria ser simples?
No entanto, pra cada Lola parecem existir dez brutamontes a postos para lutar, com toda a violência, arrogância e cretinice que lhes é peculiar, pela manutenção do mundo desigual e podre, tal como ele é; e, pra cada passo dado pelas Lolas do mundo, um "Bolsonaro" parece fazer retroceder vinte.
Eu me pergunto: pra que servem vcs, reaças, discípulos do Bolsonaro e de outros imbecis medíocres? Se não são capazes de enxergar além do seu mundinho torpe e estreito, que pelo menos não tentem colocar todos numa fôrma "adequada" pra caber nesse mundinho! Se não podem desaparecer da face da Terra... calem-se!
(desculpe o desabafo, Lola. fiquei MUITO irritada mesmo!)
Oi, Lola. Já havia postado anteriormente, mas agora de novo, só para colocar uma questão que me deixa sempre de cabelo em pé. É quando uma mulher vira para mim e diz: "eu não sou feminista". Geralmente completando: "mas também não sou machista". Eu acho que é uma bobagem. Toda mulher que, acha que é um direito seu trabalhar, estudar, ter autonomia, ter sua liberdade sexual e ser reconhecida como cidadã e ser humano, consequentemente, é feminista! Não sei porque raios as pessoas associam o feminismo a algo ruim... Especialmente as mulheres. Se, hoje, podemos votar, por exemplo, e trabalhar com qualquer outra coisa que não seja atividade doméstica, devemos isso às feministas "mal comidas e mal amadas, artistas ou prostitutas e lésbicas", como muitos gostam de rotular. Olha, cansa ter que dizer sempre o óbvio... E ainda por cima ser taxada de louca e revoltada por quem nos é mais íntimo. Vou-me embora para a lua! Sem mais... :)
Joel,
*você* pode não ter sido influenciado pela história, como nós também não fomos, entre outros fatores porque é adulto, porque vive em 2011 e porque já foi bastante "vacinado" contra o machismo pelo blog da Lola. ;-)
Agora imagina um pré-adolescente da década de 70 lendo isso aí... é muita ingenuidade pensar que ele não se influenciaria e que seria capaz de enxergar claramente o machismo ali.
Priscila,
Com todo respeito, dispenso a "vacina". Já tomei doses suficientes de Simone de Beauvoir.
Eu era um adolescente no inicio da década de 70. Ia rir a bandeiras despregadas de um besteirol como essa historinha.
Uma outra coisinha, essa para outr@s interlocutor@s. Tem que não goste de Crumb. Tem quem não goste de Shakespeare, de Beethoven, de Proust, de Machado de Assis. Gosto não se discute. Se lamenta.
(eu exagero nas comparações? talvez, mas gente mais competente que eu acha que crumb é o maior artista vivo.)
Nossa, (tirando os trolls) esse post tá me dando um saudosismo danado...
Lembrei que, há muuuuuuito tempo atrás (belos anos perdidos que não voltam mais... Rs) qdo eu ainda era uma aspirante a quadrinista totalmente nerd (hj, sobrou só a parte nerd mesmo), escrevi para a faculdade um artigo sobre o paralelismo entre os super-heróis modernos e os heróis gregos.
Eu "publiquei" esse artigo no "Covil", fanzine com o qual eu e um grupo de amigos ganhamos o prêmio na I Bienal Internacional de Quadrinhos (tenho o troféu até hj, é feio pra chuchu).
Se eu ainda tiver alguma cópia em casa, vou ver se dá pra fazer um "revamping" e colocar no meu blog! ;-)
Ana, Thiago, Lord... Vocêsbsabiam que Y foi desenhado por uma mulher, Pia Guerra? http://en.wikipedia.org/wiki/Pia_Guerra
Eu tenho a série, nem o Brian Vaughan nem sua obra Y são machistas, pelo contrário, o conceito é muito bom e ele aproveita o cenário apocalíptico para fazer altas críticas sociais. Eu só não curto o final da série, mas esse é um mal da linha Vertigo como um todo: cancelam a série e daí os autores têm de inventar um final esdrúxulo para encerrar a história.
Mas Y, que tava sendo publicado no Brasil pela Panini, é da Vertigo, a linha de quadrinhos adultos da DC que começou com Sandman. Não tem NADA a ver com HQs de super heróis logo é meio fora da pauta do post da Lola.
Hmmm, Pat Ferret, eu fiz parte do mesmo fanzine, entrei depois da Bienal de 93 rs... Mundinho pequeno.
Pat,Lanika
Muito legal isso. :)
Eu tb costumava fazer essas analises nerds de como os Supers são uma continuação dos mitos dos herois classicos, e tb das historias de cavalaria medieval,e pq não? dos contos de comboy e dos mistery man dos pulps.
De certa forma sempre houveram historias de individuos acima dos humanos lutando contra o "mal" da vez.
Nossa, mundinho pequeno mesmo! Hoje em dia eu só tenho contato com o Ricardo França, mas apenas por Orkut e Facebook. ;-)
Assim, no início, a mulher maravilha usava algo parecido com uma sainha e usava bota sem salto, né? A roupa dela era mais recomposta e os cabelos eram curtos. Isso é, se eu bem me lembro...
O material que li do Scrumb era muito ruim. O cara não só era misógino (acho que ele e os coleguinhas de HQ até admitiam) como racista até a medula - aliás, ele esculhambava com todas as minorias. Li há séculos a HQ e me lembro que pensava o tempo todo "Isso aqui é ironia...? É ironia, né? ...tem que ser, né...". Ele dizia coisas absurdas como "Vocês deviam ter medo desses negros que andam em gangue!" E mostrava jovens negros invadindo uma casa, matando o papai branco, o filhinho branco e obrigando a mamãe branca a fazer sexo oral nele e saiam desfilando pela rua após cometerem atrocidades.
Ele criticava muito o consumismo (e costumava colocar personagens femininas como consumistas, lógico) e a forma como a sociedade explorava o meio ambiente.
Não gostava como ele se representava nos quadrinhos - mais como alguém digno de pena. E me lembro que quando li referências a R. Crumb nos quadrinhos de outros artistas, eles diziam mesmo que Crumb era misógino mas "ei, não culpem ele! Afinal, antes de ser famoso, ele era tratado feito lixo pelas mulheres".
Enfim, nunca mais peguei material desses artistas pra ler. Aliás, até hj tenho problemas em encarar HQs norte americanas.
Brilhante. Mais uma vez você fala de um assunto que não entende, baseando-se em dois exemplo dados por um site DE HUMOR pra rotular a toda um veículo midiático.
Alguém que odeia tanto os rótulos que a sociedade "machistóide" lhe impoe, não devia dizer que um mercado como o dos quadrinhos "é um universo conservador, elitista, individualista".
Uma pesquisa mais funda teria lhe mostrado que nos anos 70, a DC Comics usava dois de seus personagens (Lanterna Verde e Arqueiro Verde) para criticar a sociedade. Lanterna era o conservador certinho que levava comidas do Arqueiro, liberal supremo, sempre que agia como idiota da direita.
Mas claro, você NÃO TEM TEMPO de pesquisar sobre uma mídia que passa dos 80 anos de idade antes de criticá-la tão duramente, lógico.
Aplausos para sua parcialidade, Lola. Você não é diferente daqueles que critica.
QUE VACILO, perdi o chilique dos trolls em tempo real! Pena que não tenho o mesmo tempo livre que eles, viu.
Sabem aquele personagem dos Simpsons dono de uma loja de quadrinhos? No desenho ele nem tem nome, é o Comic Book Guy. Quando comecei a ler o primeiro comentário troll, visualizei o Comic Book Guy atrás do computador. Pensei: "caramba, quanta revolta porque a Lola falou mal dos quadrinhos. Parece que ela xingou a santa mãe de alguém". Daí percebi que era trollagem pura e simples.
Mas a discussão com a galera mentalmente sã e fã de quadrinhos estava bem legal :) confesso que sou ignorante quanto a isso. E a historinha do post... Nossa, dá até desgosto.
Aliás, por falar em desgosto, já viu isso aqui, Lola: http://tragediadaempregada.tumblr.com/ coletânea de Bolsonarismos do twitter
Sem querer defender a Lola (pq concordo com muito do que ela diz, mas não tudo) mas defendendo, é bom saber que o cracked.com não é tão simplesmente um "site de humor". É um site que se baseia na linguagem do humor para, muitas vezes, falar "seriamente" sobre alguns fatos. Isto é: é humor, sim, mas humor com algum raciocínio lógico por trás. ;-)
Não li o post original no site, mas me parece que, pela lógica, seja esse o caso.
Inclusive, eles publicaram um livrozinho muito bacaninha, chamado "You Might Be a Zombie and Other Bad News", com várias dessas "verdades escondidas" que normalmente a gente desconhece (ou prefere ignorar). É "leitura de banheiro" de primeira, que rende boas risadas e alguns "Ih, eu nem desconfiava disso!". Rsrsrs
Quem tem Kindle pode baixar direto da Amazon, mas tb não deve ser difícil de encomendar. :-)
Adorei o post, esse quadrinho é um clássico, obrigado pela postagem, Grande Irmã Sybill!
Acho curioso o Amer H. dizer criticar o post da Lola como se ela tivesse que fazer uma pesquisa a fundo sobre quadrinhos antes de escrever - sendo que a mesma já deixa isso claro no post, que não é uma expert no assunto e nem é o foco de seu blog.
Considerando o que o senhor mesmo. sr Amer, postou em seu blog - VÁRIAS VEZES -sobre aparência, comportamento sexual feminino e o feminismo, é bem a situação clássica do sujo falando do mal-lavado.
As suas postagens foram muito, mas muito mais ofensivas à nós, mulheres.
Adorei! Nao acredito que soh encontrei seu blog agora. muito prazer!
Larissa
Sobre quadrinhos e misoginia, alguém por aqui já leu Cerebus?
Ih, Rodrigo, você quer mexer neste vespeiro? Dave Sim é doente... Cerebus começou bem e acabou muito mal.
Pra quem não sabe do que o Rodrigo tá falando, é um dos casos mais clássicos de misoginia nos quadrinhos: http://www.theabsolute.net/misogyny/sim.html
Gosto do seu blog,Lola,mas nesse post você errou em uma coisa:o mundo dos supers não é elitista,facista ou conservador ao extremo.Temos diversos heróis homossexuais que NÃO são apenas um esteriótipo.E já tivemos histórias atuais que realmente apoiam o feminismo.Tenho mais coisa pra falar.mas deixo pra depois.
Parte 2:Sei que as comentaristas vão me taxar de troll,pois é isso que você se torna se sua opinião for contrária à dos outros.
E eu concordo com o Amer!A Lola falou de um assunto que não domina e não dedicou seu tempo nem a fazer uma pequena pesquisa.Se ela não sabe nada em relação ao universo dos Supers,como ela consegue criticar todo ele tendo como base apenas uma história de cerca de 40 anos atras,que ela achou em um site de humor?
E alguem nos comentários(não me lembro quem)disse que o Amer fez posts extremamente machistas,mas ele já explicou em seu blog que aquilo não era nada sério,e disse em seu twitter que apoiava o movimento feminista e admirava todas as mulheres.
Não estou querendo defende-lo nem nada,só deixando minha mensgem:PESQUISEM antes de falar qualquer coisa sobre um assunto!
E não me malhem feito Judas só por eu ter depositado minha opinião aqui.Os comentários são para isso,non?
E Mais uma vez deixo regitrado que adoro o blog da Lola,mas dessa vez,não concordei com o que ela falou.
Bem,vou parar por aqui,pois de acordo com algumas pessoas(não só desse blog como dos fóruns de que participo)sou um troll parecido com o cara dos quadrinhos.
Excelsior!
Só vale a pena ter um sonho se estiver disposto a lutar por ele
Nunca olhe para trás para ver o que esta adiante
Oliveira e meucafe, meteram a real na Lola, mas ela dignamente manteve os comentarios, quem não duvida que era esperando defesa de seus fãs?
Laetitia e para que serve o feminismo? se não para fazer o que foi profetizado pela história do post?
Todaformadevida Não sei porque raios as pessoas associam o feminismo a algo ruim...
>>Pq não tem nada de bom mesmo, criou a guerra dos sexos e isso é bom?
E ainda por cima ser taxada de louca e revoltada por quem nos é mais íntimo. Vou-me embora para a lua! Sem mais
>>isso vão para lá é melhor do que fuder com o nosso mundinho
Tenho que dizer que eu achei bem preconceituoso
"... tentaram abordar assuntos mais sérios do que homens de collant salvando o mundo (ou pelo menos a parte do mundo que importa) de insetos gigantes radiativos."
É assim que você vê os super-heróis?
Em primeiro lugar, sim, foi uma história machista, mas entenda que os super-heróis atravessaram décadas, passaram por diferentes adaptações, escritores, épocas... Você não pode julgar todo o universo da DC (e da Marvel, já que pessoas assim costumam não saber a diferença) por causa de uma única história.
Era uma época mais machista em que foi escrita a história. O número de super-heroínas vêm aumentando e elas estão ganhando mais espaço. Claro, seus uniformes ainda são exageradamente sensuais, na tentativa do público masculino/machista não reclamar da participação feminina, e, sim, vocês têm o direito de reclamar dessa sensualidade em excesso, porque, afinal, o público dos quadrinhos não é só masculino. (Mas saibam diferenciar, Hera Venenosa e Mulher-Gato são sensuais e sempre serão, porque isso é uma característica delas, mas isso não as torna inferiores ou mais fracas, tirando por aquele filme 'Batman e Robin', mas vamos fingir que nunca aconteceu)
Mas vocês não julgam os quadrinhos atuais, não julgam como a Batwoman é uma heroína incrível, cujo uniforme não é mais revelador do que o do próprio Batman (e ela é lésbica, e está noiva).
Não julgam como a Mulher Maravilha, apesar de todas as falhas e erros cometidos pelos escritores, e apesar do uniforme tomara-que-caia justinho, atravessou décadas de machismo e chegou gloriosamente até aqui, como um dos três heróis mais famosos (junto com Superman e Batman)
Não julgam e Helena (Caçadora) participando de ativamente de protestos feministas e contra o abuso.
Um site contra o preconceito e a favor da igualdade não deveria publicar um post tão preconceituoso. Vocês acham que super-heróis não têm profundidade? Estão se baseando em que, nos Super Amigos? Devem achar também que o Aquaman não sabe fazer nada além de respirar debaixo d'água e falar com peixes. Só para os desavisados, não é verdade.
Quadrinhos abordam temas como preconceito (nos X-men, infelizmente, alguns seres descerebrados só enxergam as lutas e não entendem a mensagem por trás), insanidade (como vai, Coringa?), feminismo (já mencionei a Caçadora, certo), homossexualidade (O Lanterna Verde da Terra-2, a Batwoman, Estrela Polar, Questão (não a primeira versão, estou falando da Renee, que, por acaso, é ex-namorada da Batwoman), Nocaute, Loki (ele é bi), Colossus, Escandalo Savage e outros), perda (como na morte dos pais de Bruce, e, mais tarde, seu filho, e tantos outros personagens que perderam alguém importante), superação (Bárbara Gordon, primeira Batgirl, mesmo depois de levar um tiro do Coringa e ficar paraplégica, recusou-se a abandonar a luta contra o crime e tornou-se Oráculo, que mais tarde liderou a equipe de heroínas Aves de Rapina) e vários outros temas. Porque heróis também são pessoas, com suas histórias, romances, amizades, laços familiares, dores, etc.
Sei que deve haver outros leitores que gostam de super-heróis, e concordam comigo.
Viu algo machista nas histórias? Não estou tirando sua razão, maior parte da indústria de entretenimento (livros, cinema, televisão, animes, quadrinhos, rádio, músicas) é machista. Mas, por favor, se vai falar contra o machismo nos quadrinhos, use fatos e argumentos, não use a zombaria para ridicularizar e desmerecer o valor das histórias. Principalmente se você não as conhece.
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