sábado, 15 de agosto de 2009

SE MELHORAR ESTRAGA


O sujeito acorda, vê a casa desarrumada. Faz um rosto de desânimo, esfrega os olhos, e quando os abre de novo, está tudo arrumadinho. Vai ao espelho, esfrega os olhos, e quando os abre, ele está (bem) vestido. Fica feliz. A mesma coisa quando ele passa pela cozinha: a louça fica limpinha, o lixo não está mais lá, num passe de mágica. Aí ele sai, e uma senhora simpática, regando as plantas, faz um gesto de “tchau” pra ele. Num piscar de olhos, ela se transforma numa moça de minissaia. A câmera ainda reforça essa imagem, dando um close na moça (não houve closes pras outras mudanças instantâneas, só pra ela). O protagonista faz uma cara de aprovação de “Pô, mó legal! Agora sim!”. Então ele olha pro seu carro, e, na hora de esfregar os olhos, desiste. Decide que ele já tem um carrão muito bom. Entra o slogan: “É, tem coisa que não precisa melhorar. Chegou Honda City. Exato”.
Sério, precisa falar alguma coisa? Vi esse comercial na Marjorie (vá lá já, que ela faz uma ótima análise de um “combo” de comerciais machistas). Eu não vejo mais TV, e, pelo jeito, tenho que passar a acreditar em Deus rapidinho pra dar graças aos céus todos os dias por estar livre disso. Mas eu queria saber: alguém já entrou com representação no Conar contra essa aberração do comercial da Honda?
Vejamos. Todo mundo que escreve um blog feminista sabe que tem um pessoal mais lerdinho que não vê absolutamente nada de errado nessas coisas que, pra gente, são tão gritantes. É a turma do “Deixa disso”: relaxa, o comercial não tem nada de mais, você tá procurando pelo em ovo, é óbvio que o comercial não é machista, você que é paranoica, curta a vida, porque deve ser muito ruim ficar vendo machismo em tudo. Note que a parte ruim não é que haja machismo em tudo, é que a gente VEJA machismo em tudo.
Bom, em homenagem à turma do “Deixa disso”, vou explicar o comercial. Ele é feito de paralelismos, e é previsível até o final, embora a gente não saiba, na primeira vez, o quê o troço tá vendendo. Mas, assim que a gente vê o automóvel, a gente espera que o rapaz esfregue os olhos e tenha o carro dos seus sonhos. E é essa a surpresa: o carro já é uma Brastemp, se melhorar estraga. Mas desde a segunda transformação—ele em frente ao espelho (repare que ele não muda, nem a barba dele muda, só as roupas que ele veste)—sabemos que o mote é que as coisas podem e devem mudar pra melhor, sem o menor esforço. É só o protagonista desejar. E o quê que ele quer mudar? A sala desarrumada, o pijama, a cozinha, uma mulher, um carro. Opa, não tem alguma coisa errada nessa equação? Desde quando sala, roupa, louça, mulher, carro fazem parte da mesma classe? Da classe de coisas? Ué, desde os primórdios da história da propaganda, eu sei. Desculpe, foi uma pergunta retórica. Mas assim, não tá na hora da gente dizer que mulher e carro não deveriam estar na mesma categoria de “sonhos de consumo” e “objetos de desejo”? Porque é ligeiramente desrespeitoso a, hum, 51% da população mundial, sabe? Desconfio, não tenho certeza, que os homens se insultariam se fossem chamados de coisas, como faz o comercial. Tá no slogan. Tá nas imagens. Há três pessoas: o homem, o agente, que tem o poder de transformar coisas. As duas outras pessoas, as que tiveram o azar de nascer com calzones, não bananas, são comparadas a coisas, como o lixo em cima da mesa da cozinha.
Mas o machismo está tão incrustado na nossa sociedade que a gente nem se choca mais. Em geral, as pessoas nem percebem. Vamos fazer o seguinte exercício de imaginação: suponha que o rapaz do comercial, ao invés de transformar a desagradável mulher mais velha numa agradável mocinha de minissaia, veja um vizinho negro regando as plantas. Aí o protagonista esfrega os olhos e, tuim!, o vizinho negro vira branco. O protagonista faz a mesma cara de aprovação de “Ah, agora sim!”. Isso não seria extremamente racista, pra Ku Klux Klan nenhuma botar defeito?
Vamos imaginar que o carinha veja, ao invés da mulher, um vizinho gay regando as plantas. Pra gente saber que ele é gay, o comercial teria que representá-lo com todos os clichês que a gente tá cansada de conhecer, não preciso nem descrever. Aí o protagonista esfrega os olhos e tuim!, o vizinho tornou-se um homem “respeitável”, sério, machão, enfim, como todo homem com H deve ser. Não seria um comercial extremamente homofóbico?
Mas, como a discriminação é com mulher, tudo bem. A gente tá tão acostumada com isso que só umas feminazis histéricas pra reclamar. Mesmo nesse quesito, o comercial poderia trocar não uma senhora, mas uma mulher “feia” (ou seja, cabelo não-liso, provavelmente preto, gordinha, trajando calça, possivelmente de óculos, quiçá uma verruga), pela mocinha que vemos. Seria igualmente detestável, porque a função de uma mulher não é inspirar um homem sexualmente (pessoal do “Deixa disso”, preciso explicar isso também ou a gente pode seguir adiante?). Digamos que uma mulher não-loira e fora do padrão de beleza tenha direito de existir, ou já chegamos a esse estágio de “câmara de gás pra fêmeas gordas e/ou acima de 35 anos”?
Nem sei se dá pra chamar esse comercial da Honda de ageist, um termo ainda sem tradução pro português, que significa preconceito contra os idosos. Porque a mulher regando as plantas nem velha é. Ela deve ter o quê, seus 50 e poucos anos? Tá, é meia-idade, já passou da menopausa, eca!, mas o mais importante é que ela (por mais que seja simpática e sorridente) não aguça o paladar do protagonista. Sendo assim, fora com ela! Vamos trocá-la por uma mocinha de 18 anos! Até fiquei frustrada com a falta de criatividade dos publicitários: por que não trocar a mulher de meia-idade logo por duas meninas de 18? Elas até podiam usar a mangueira pra realizar coisas mais relevantes que regar as plantas. Uma competição de “camiseta molhada”, por exemplo!
Vamulá, pessoal do “Deixa disso”. Vocês vão precisar rebolar muito pra me convencer que o comercial não é machista e que é tudo fruto da minha imaginação. Conto com vocês.

40 comentários:

b disse...

Sinceramente? Não gostei nem um pouco da ironia...

Mas quando vi esse comercial lembrei de vc.....Viu pq gosto tanto do seu blog? Isso é fantástico....sem precisar mudar pontos ou substituir palavras...essas leituras tem mudado minha vida... me alertando sempre que eu não posso virar o meu pai...rs

Não vou me prolongar muito, afinal, hj é sabado, estou em ritmo de fim de semana (mesmo no trabalho)..

Concordo com vc, mas ao invés de perguntar se alguém ja moveu uma ação, pq não fazê-lo?

PS: A analogia com racismo e homofobia trocando personagens mulheres por negros e gays é real, não há duvidas, mas ja ta virando clichê...

Amanda Lourenço disse...

Eu adorei a ironia! Mas fiz um exercicio diferente. Pensei numa mulher no lugar do homem, que esfregasse os olhos e tudo melhorasse. De inicio pensei que seria a mesma coisa, mas depois pensei que eles não iriam rebaixar um senhor de 50 anos assim. Seria necessario uma figura que causasse muita repulsa pra poder justificar a substituição pelo garotão sarado (o que não é o caso da mulher mais velha, super simpatica!). E de qualquer forma seria considerado um comercial muuuuuito revolucionario, à frente do seu tempo etc etc. Mas essa coisa de poderia, poderia, "se" fosse uma mulher... O fato é que simplesmente não é uma mulher que é la, é um homem. E isso ja diz tudo.

Anônimo disse...

Adorei, Lola! O pior nesses comerciais de automóvel é que mulher nunca dirige, se aparece é do lado do cara - ou fazendo algo que é 'papel de mulher'. Parece que carro não é importante para gente também, como se não comprassemos e dirigissimos como qualquer mortal - a velha cosia de que carro é coisa de homem, mulher tem que pilotar é fogão, ou regar plantinhas como no caso. Sexistas do inferno! `-´

Nane Ulsan disse...

http://www.youtube.com/watch?v=YzZZHsoTDck&feature=PlayList&p=87BC2E0873FB449F&playnext=1&playnext_from=PL&index=24
(Aonde vc vai estar daqui 5 anos Ford Fusion)
E esse video? Esse é feminista?
Eu adorei saber que a mulher tem outros desejos realçados numa propaganda de carro, os tempos estão mudando, finalmente!

Luma Perrete disse...

Oi, Lola.

Cheguei de viagem essa semana. Ainda tô me organizando pra voltar ao ritmo de trabalho e estudo.

Mas, voltando ao post, lembrei de um vídeo que eu até coloquei num comentário que fiz no blog da Márjorie.
http://www.youtube.com/watch?v=M9fFOelpE_8

Carol Fontes disse...

Lola, a primeira vez que vi esse comercial fiquei chocada e comentei com meu namorado! Ele achou que era exagero, típico!Que bom que você escreveu sobre ele aqui pq nem todo mundo pode ter reparado o quão machista aquele comercial é! Pena que a gnt tenha q ver isso o tempo todo e fikar explicando pras outras pessoas, pq parece q só a gnt vê isso! Beijo Grande =)

P.S.: Acho que seria muito bacana voce falar novamente sobre o uso da maquiagem que não só nos diz todos os dias que naturalmente somos feias e que só esses produtos milagrosos vão salvar nossa vidas como também maltrata milhares de animais para realizarem seus testes.

Carla Mazaro disse...

Oi, Lola... eu sempre ouço que é exagero meu pensar assim....

Que bom Thiago que vc mudou! me dá a dica que eu to tentando incentivar meu namorado... e a analogia da Lola com certeza está virando cliche, mas usar mulheres como objeto já passou disso faz tempo... o objetivo dessa analogia é fazer as pessoas assimilarem a ideia de quão errado o sexismo é... tem q bater milhões de vezes na mesma tecla pra ver sa todo mundo entende!
Nane, a principio o comercial não parece machista... mas ...
A Lola já fez um post sobre ele... é só procurar ai...

Aline disse...

Perfeita sua análise!

Ao contrário do Thiago, não acho que analogias com negros e gays estejam virando clichê. Pode ser que ele já tenha um olhar mais crítico e não precisa desses argumentos para compreender a questão, mas uma grande parte das pessoas não enxerga o problema se não usarmos esse tipo de analogia.

Agora, façamos um exercício de reflexão: se o comercial tivesse como protagonista uma mulher, como a Amanda falou, e o homem fosse objetificado no lugar da mulher, como seria nosso olhar como mulheres? Gostaríamos de um comercial assim? Ficaríamos babando pelo homem gostosão? Teríamos esse mesmo olhar de objetificação ou estaria tudo bem, visto que já somos exploradas demais nesse ponto e uma mudança de papéis não faria mal?

Anônimo disse...

Pois é, as pessoas já estão tão acostumadas a colocar "mulher" na classe das "coisas" que nem reparam mais nisso.

De bate-pronto, lembrei de duas músicas (cara, a minha memória pra música brega é um fenômeno, eu não sei o que acontece comigo! hahaha).

Uma era de um one hit wonder bem ruinzinho chamado Mauricio Manieri. Que falava "ela é a coisa mais gostosa que eu já conheci".

E tinha uma do Gabriel, o Pensador. Que dizia: "meu caderninho de telefones parece um cardápio. Faz um tempo que eu não como nada". (Veja que é "não como NADA". Não é "não como NINGUÉM").

Enfim. Excelente post, Lola. Bjão!

Oliveira disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Brian disse...

Ai Jesus.
Isso é sim, exagero de vocês. O comercial não está tratando as mulheres como objeto.
Como já disseram aí em cima, se fosse o contrário, a mulher também iria querer melhorar o homem que estaria no quintal.
Ou vai dizer que entre um Brad Pitt e um cinquentão qualquer, as mulheres não dão preferência nenhuma para o primeiro?

E o fato de ser um homem na propaganda é simples: Público Alvo.

Eu costumo defender as mulheres em casos de machismo, mas dessa vez, é realmente um grande exagero.

Wesley disse...

descordo com seus exemplos, se fosse um visinho negro ele esfregaria os olhos e veriam a mulher de mini saia, o mesmo ocorreria com o gay.
todo extremismo é errado.

Marcela Picheco disse...

O público-alvo não justifica pois até nas propagandas voltadas para mulher são machistas. Eu odiei aquela por exemplo que a mulher usa sabonete íntimo e as outras viram abóboras, que ridículo. Mulheres não são idiotas e ficam competindo quem tem a xereca mais cheirosa! huahauhua
Outra que eu fiquei revoltada foi a da Skol, onde ele faz a questão "existe amizade entre homem e mulher? a velha resposta: não." É claro que não, pq mulheres não são amigas, são comida. Não consigo viver indiferente a isso. Conquistamos muitas coisas coisas ao longo dos anos, agora queremos respeito.

Gleyson Lima disse...

Cara Lola, primeiro gostaria de salientar que não aprovo nenhum "ista", seja machista, seja o ponto de vista feminista pelo qual vc abordou a matéria (corrija-me se eu estiver equivocado), segundo, alertar que não possuo ambições de te convencer sobre minha opinião quanto ao comercial (muito menos de "rebolar" para isso), visto que, ao meu ver, você já está com o feminismo tão arraigado no seu coração, que provavelmente nada que eu disser irá fazer vc pensar diferente. Conquanto, gostaria de levantar algumas questões: como colocou a Amanda em seu comentário, se, ao invés de um homem, fosse protagonista do comercial uma mulher; necessariamente, não teria que haver a troca do vizinho pelo qual ela não possui atração por um que ela possua? Ora, a base intuitiva da propaganda em questão está calcada em condicionar o ambiente ao redor da pessoa de acordo ao que é melhor pelo seu íntimo, ou seja, muda-se o ambiente à proporção do que é considerado melhor na mente da pessoa em tela. Logo, conclui-se que o sujeito estava feliz com sua aparência e sua barba, de maneira que isso não mudou, mas não estava feliz pelo modo como estava bagunçada e suja a casa, eis que tudo se arrumou. Do mesmo modo, o sujeito preferiria uma vizinha a seu gosto do que uma outra pela qual ele não cultiva interesse, note que tudo está condicionado à representação de mundo pessoal do protagonista do comercial; voltemos à hipótese de se colocar uma mulher no lugar do homem: seria lógico que o vizinho mudasse de acordo o gosto pessoal da mulher em questão, assim, se a mulher preferisse um jovem bonitão, apareceria um jovem bonitão, mas se ela fosse gay, e sua mente pedisse por uma mulher q lhe atraísse, apareceria a tal mulher. Mas pq então, seria mais sensato imaginarmos que o comercial quase com certeza colocaria um homem sarado? Imagino que seja pq o escopo da publicidade é fazer com que a mensagem seja captada pelo maior número de pessoas possíveis q a assistam e isso, no menor tempo possível, de modo que seria inviável fazer um comercial como nos moldes do exemplo lésbico que citei, visto que necessitaria de toda uma explicação anterior a cerca da orientação sexual da mulher. Assim, a propaganda utiliza o recurso cujo entendimento seja mais fácil e rápido pelo telespectador, no caso, a aparição de um homem bonito, fazendo-nos compreender q era o que a mulher deseja, tendo em vista que, de modo geral, e por senso comum, a maioria de nós irá supor que um homem bonito é o que uma mulher normal desejaria. Eis porque não acho que esta propaganda, em meu exemplo, seria, de forma alguma, feminista. Mesma hipótese que me leva, analogicamente, a concluir que a original também não seja machista. Agora, vc pode me perguntar: E pq a propaganda não colocou uma mulher ao invés do homem no comercial? Eu penso que a propaganda estava agindo conforme os princípios basilares da publicidade, cujo um deles diz que o merchandising deve ser direcionado, ou seja, há sempre um público-alvo, que corresponde à maior parcela de consumidores daquele produto, sobre o qual deve ser direcionado o comercial. No caso em análise, o público-alvo dos carros Honda City são, naturalmente, os homens. Destarte, havia um homem desejando uma mulher bonita, uma casa arrumada e um Honda city, o qual ele felizmente já possuía e não achava que nada nele poderia ser melhor; não obstante, acho q poderíamos esperar o mesmo de uma propaganda q envolvesse uma mulher e um Classe A, não é verdade? É isso. Estou à disposição para maiores discussões ou mesmo ampliação desta. Espero que tenha lido minhas considerações com mente e coração abertos e que entenda meu desejo de estabelecer um debate sadio e amigável, com abertura, se possível, em ambos os lados. E continue com o bom trabalho no blog. Cordialmente.

Brian disse...

Um vídeo vale mais do que mil palavras:

http://www.youtube.com/watch?v=HnOAqv7LEAY

Mana disse...

Pois é, "exagero"? Mas cadê comerciais objetificando o homem? Os comerciais que têm a "visão da mulher" me fazem vomitar... ou estão em auto-indulgência (um mousse de chocolate para aplacar o dia difícil) ou pensando em como agradar ao maridão sem gastarem muito tempo. O último comercial com a coisificação do homem foi um de Coca Light, já antiguinho (e que eu achei meio idiota).

Dizer que o homem é público-alvo é falácia e desculpa de publicitário que se sente confortável em aplicar a fórmula produto+gostosa=venda.

Não acho que o caminho seja dar o troco e objetificar o homem, e sim refletir sobre por que precisamos utilizar referências irreais para vender produtos. Vi um tempo desses um comercial de perfume masculino mostrando um senhor pilotando um barco. Comercial de perfume feminino mostra, invariavelmente, uma ninfeta pronunciando duas palavras, uma trilha etérea e muito gloss. O homem é retratado tendo dignidade até mesmo velho. A mulher, para ser válida, precisa ser nova, magra e bonita. Somos cegos ou hipócritas quando dizemos "nada a ver, é só um comercial"?

Achei forte mas pertinente o exercício do negro/branco e homo/hetero. É a mesma coisa, no final das contas.

Se, por um lado, o carro "para homem" é vendido com uma gostosa etiquetada ao produto, o carro "para mulher" é um insulto. Vide o Clio Boticário, a versão do Clio "para mulheres". Colocaram um espelhinho (ooooh pra retocar o batoooom) e forros de assento que não estragam as meias. Eu uso batom e até uso meia-calça... mas é um insulto achar que eu vou escolher carro pelo espelhinho e um pano macio.

Marjorie, no caso da música do Gabriel, ele faz a alusão ao cardápio e isso meio que salva falar do "comi nada" (ele ainda tá no paralelo da comida e mantém a concordância, aludindo ao universo das coisas). Não salva a pátria, mas não acho a pior coisa do mundo. ;-)

Mana disse...

Um ponto que não me expressei corretamente:

"Dizer que o homem é público-alvo é falácia e desculpa de publicitário que se sente confortável em aplicar a fórmula produto+gostosa=venda."

Há produtos em que o público-alvo é masculino, claro. O que condeno é a saída fácil em justificar uma campanha que coisifique a mulher.

Em tempo: também acho imbecil objetificar o homem, antes que me rotulem de feminista :-)

Unknown disse...

Brian, a questão toda é um contexto. Acho que é a Marjorie (me corrijam se eu estiver errada)q diz q as coisas não existem no vacuo.
Por exemplo, no vacuo, uma camiseta escrita 100% branco não seria preconceituosa. Mas não vivemos no vacuo!!!
E só pra te informar, o Brad Pitt tem 45 anos, ou seja, ele é quase um cinquentão... aliás, dificilmente um galã é novo, ou realmente bonito. Vide Daniel Craig (ultimo 007).
Mas nada disso vem ao caso, é só para poder comparar o q nos empurram como homens bonitos (que podem ser velhos e de cabeloas grisalhos - pode até ser vesgo! - Richard Geere) e de mulheres bonitas, as q são velhas parecem bem mais novas por isso se mantem como "divas" - Madonna.

Carla Mazaro disse...

Também acho que não funcionaria uma versão feminina exatamente igual... pq objetificar os homens não faz o menor sentido, não tem o mesmo apelo comercial de uma mulher gostosa.
Colocar um cara sarado e sem camisa não tem o mesmo contexto. Talvez um cara rico e bem sucedido, o que é aparentenmente o objetivo de todas as mulheres do mundo. Mas ai seria o comercial teria que levar mais tempo para explicar que o cara é bem sucedido e isso não é viavel num comercial, segundo o Kakaroto.
Sabe uma coisa que mudaria totalmente o comercial?! Se ao inves da mulher velha tivessem colocado um homem como vizinho e trocado por uma mulher bonita. Ainda seria preconceituosa sim, mas acho que causaria menos impacto (na verdade impacto não é a palavra certa).
Mas se tivesse um homem de meia idade regando o jardim e ele desaparecesse seria um insulto para o publico alvo, que acredito eu,são os homens de meia idade

b disse...

Creio que podem substituir a senhora, o carro, o produto e até a grama que estava sendo regada. É fato que (e ja discutimos isso aqui) a nossa publicidade se vale de clichês pra vender. Não há uma preocupação com o impacto que isso vá causar. É senso comum (vejam bem, não estou dizendo que é correto) que os homens gostem de carro e as mulheres de compras.

É fácil pra propaganda trabalhar com estes clichês, pq assim, não corre o risco de desagradar um cliente. O único objetivo é obter lucros...

Claro que é errado, e sendo errado não devia ser exibido como uma coisa natural. Agora cabe a pergunta, os publicitários fazem isso pq a maioria das pessoas acha normal, ou a maioria das pessoas acha normal pq todos os comerciais são assim?
Pessoalmente eu não tenho resposta pra essa questão. Observar o comportamento alheio e como a TV é capaz de condicionar pessoas é realmente algo que me impressiona...
Os caras fazem e as pessoas engolem.

Agora, uma coisa que precisa ficar claro é que alguns homens sofrem com esses conceitos de macho. Pow, eu não sei jogar futebol, não gosto de brincadeira de lutinha, não sou fanático por carros e não sou leitor da playboy (sobre este último, eu até gostava, mas me senti idiota depois que descobri cmo usar o photoshop e desde os 17 eu nao compro mais)... vc's mulheres tem idéia do que é ser o único homem da família que, nos almoços oficiais na casa da avó, não sai pra jogar sinuca enquanto as mulheres limpam a bagunça???

Sou motivo de chacotinha o tempo todo...

Carla Mazaro disse...

Po, Thiago, vc é a chacotinha de domingo. Imagine como a gente se sente TODO dia?!
E vamos relevar o fato que a mulher velha foi substituida pela gostosa...
mas alguem gostaria de ser comparado a uma pia suja?!?!
Tipo, vc é tão desagradavel qto uma pia cheia de louça e restos de comida?!? vamos sumir com vc...
Acho q não né?

aiaiai disse...

Thiago,
é por achar que os homens também sofrem com o machismo que eu fico cada vez mais feminista.
tenho um filho homem, um menino de onze anos. quero que ele viva em um mundo no qual as pessoas sejam respeitadas, sejam elas homens ou mulheres. Não estamos aqui querendo prender e arrebentar com os publicitários, estamos aqui mostrando para eles que nós estamos vendo a merda que eles estão produzindo. E reafirmando, dia após dia, incansavelmente - no caso da Lola e da Marjorie -, que isso não pode continuar dessa forma. Uma hora as coisas vão começar a mudar, mas elas só vão mudar se as pessoas que enxergam a necessidade de mudança - como nós - falarmos disso incansavelmente.

SACOU?!

Ana Rute disse...

thiago, prefiro ser motivo de chacotinha a sempre ter que limpar toda a bagunça enquanto os homens saem pra jogar sinuca... um pouco injusto seu comentário, não?


Lolinha já leu essa entrevista? http://veja.abril.com.br/120809/homossexuais-podem-mudar-p-015.shtm
não sei nem como comentá-la, tamanha indignação.

Camila Corban disse...

Achei interessante esse comentário do Thiago. Porque esse também é o ponto. Se paracemos de dividir as coisas como "femininas" e "masculinas", não seriam apenas as mulheres que iriam se beneficiar. Qualquer pessoa fora dos padrões e dos conceitos pré-estabelecidos se beneficiaria. Inclusive os homens.
E também acho importante salientar esse fato de "os homens irem jogar sinuca enquanto as mulheres arrumam a bagunça". Vivencie isso na minha familia, não era sinuca, mas as mulheres ficava sempre arrumando a bagunça mesmo. Só que eu estava do lado oposto que o do Thiago. Eu não achava justo ter que ficar arrumando a bagunça enquanto meus primos homens se divertiam. E enquanto minhas primas ajudavam sem questionar, eu não ajudava. Pode parecer egoísta eu deixar apenas para elas, mas na minha visão, se os homens da familia podiam ir se divertir, eu também podia.

Quanto ao comercial, achei pertinente a comparação com o negro e o homossexual. Foi como disseram, pode parecer clichê, mas só assim pra algumas pessoas entenderem. O problema é que essa ideia de mulher-objeto já ta super impregnada na sociedade. Como também a ideia de mulher-fútil. Vi umas montagens de "como seria o mundo dominado pelas mulheres" que era para ser engraçado, acho. Tudo era rosa e com maquiagem em todo lugar possivel. Sei que era brincadeira, mas não vi graça. Apenas reforçava uma série de esteriótipos. E acho que o problema está nessas pequenas coisas. Em um comercial (um não, vários, né?). Em uma brincadeira. Em uma piada. São essas coisas que reforçam e perpetuam preconceitos, inclusive o machismo.

E sim, primeira vez que comento aqui. Mas acompanho faz já um tempo o blog. Devem dizer isso o tempo todo, mas vou dizer mesmo assim: parabéns pelo blog, ele é muito bom!

Patricia Daltro disse...

Lola, Ontem, vi o comercial fiquei indignada também, e juntou com a indignação que eu já estava sentindo depois de ler uma frase no twitter.

Indignação dupla, nasce um post. Não melhor que o seu, que soube expor pontualmente, quase desenhando, o porque do preconceito no comercial.

A Amanda brincou com o poderia e transformou o personagem principal em mulher. Sabe como seria o vizinho? Um homem gordo e com aspecto sujo, por que as propagandas podem perder a piada, mas nunca o preconceito. Seja ele de gênero ou físico.

Lilululuku disse...

A tradução de ageist para o português é etaísmo.

Acho que estou na turma dos mais lerdinhos, só entendi a quantidade de sexismo do comercial quando você fez a comparação com o vizinho negro/gay...

Camila Corban disse...

Quanto ao comentario de Kakaroto, de fato, acho que um comercial que colocasse um homem sarado no lugar da mulher, não seria um comercial feminista. Porque não acho que o objetivo do feminismo seja rebaixar os homens a posição de objeto, mas sim tirar as mulheres dessa posição. Não é uma questão de nivelar todos por baixo, mas sim por cima.
E isso não quer dizer que o comércial não objetificou a mulher. O cara não queria saber se a velhinha era simpática, uma pessoa com quem poderia ser agradavel passar um tempo. Não, ela só serviria se fosse jovem e gostosa para atender aos desejos sexuais dele. É como se dissesse "ah, se é pra ter uma vizinha, tem que ser pelo menos gostosa". Parece até que a mulher tá ali pra servir aos desejos dele.
Não sei qual é a necessidade desses comerciais sairem colocando mulher nessas condições. Podia muito bem não ter colocado a mulher. Podia simplesmente ter parado nos pertences do homem. Ou colocado um jardim mal cuidado que de repente ficasse lindo. O comercial continuaria claro.

lola aronovich disse...

1) Gente, adoraria poder responder todos os comentários (ou sequer alguns), mas não vai dar. Viajo depois de amanhã bem cedo, e ainda tenho 3 pontos do concurso pra preparar.
Não lembro quem pediu, se foi aqui ou se foi no Twitter de algum babaca machistóide que linkou pra este post, me chamando de feminazi mal-comida etc etc (os clichês todos que a gente conhece), porque o cara se OFENDEU que eu possa ter achado machista um primor de comercial como este. Alguns rápidos comentários que li por lá (eu nem tenho Twitter): “O comercial não é machista, machista é a interpretação do comercial” (ou seja, eu sou machista!), “É só o desejo do homem no comercial, e desejo é algo individual”, e “A Lola vê opressão masculina até em rejunte de azulejo” (esta última cortesia daquele bastião da ética da blogosfera chamado Gravataí Merengue).
Mas gente, desculpem, esses argumentos de que “se fosse um comercial com uma mulher e ela olhasse prum vizinho etc etc etc” não cola. O Kakaroto, por exemplo (bem-vindo! Vc foi educado, e se mostrou disposto a dialogar), gastou um comentário todo falando sobre como seria um comercial desses. Não sei se vcs vivem num universo paralelo onde mulheres 1) compram carros, 2) objetificam os homens, 3) agem exatamente como os homens agem nos comercias; é só uma questão de mudar o sexo. Gente, não é! Ou vcs já viram um comercial minimamente parecido com isso que vcs estão descrevendo? Vcs conseguem imaginar uma mulher num comercial de carro sendo a agente, não o objeto, e fazendo cara de “Ah, agora sim!”, como faz o cara do comercial? (o comercial do Ford Fusion não é um bom exemplo de nada, ok? Já falei dele aqui). Assim como, hoje em dia, a gente não veria um comercial em que um negro fosse transformado em branco (um gay em hétero seria até comum; sinal de que a lei anti-racismo funciona), a gente não veria o mesmo comercial da Honda em que uma mulher fosse a agente e um homem, o objeto. Não existe. E nem é isso que a gente quer. A gente não quer que os homens sejam objetificados, espancados, estuprados, maltrados, etc.

lola aronovich disse...

2) (cont) Ninguém quer isso. (Mas, Kakaroto, por favor, entenda isso: feminismo não é o oposto de machismo. Machismo é um comportamento discriminatório, de perpertuar privilégios que vem de milênios, e de discriminação. Feminismo é um movimento – ou vários – que luta por direitos iguais. Não é discriminatório. É revolucionário. É contra o status quo. E estar com o “feminismo arraigado no coração”, como se isso fosse ruim, não é comigo. Sou feminista assumida desde os oito ou nove anos de idade. É, faz décadas que luto por um mundo melhor pra todos. Acredite: eu não me sinto nem um pouquinho envergonhada por causa disso).
Este comercial da Honda coloca mulheres na mesma posição de coisas. Não é difícil de entender. E os publicitários não precisavam ter feito isso. Podiam ter mostrado o carinha saindo de casa e visto, sei lá, flores e plantas murchas. Aí ele esfrega os olhos e vira um belo jardim (sabe, tipo ET ressuscitando a flor?). Ou visto uma pichação do lado de fora da casa e apagado aquilo. Mas não. Comercial de carro não é comercial se não mostrar uma mulher. Porque carro continua sendo vendido como acessório indispensável pra que um cara consiga pegar uma mulher. Vamos olhar o contexto. O contexto da propaganda, dos sonhos de consumo, de como esses sonhos de consumo são vendidos. Por isso, a alusão de que “daria pra mudar o homem por uma mulher” não funciona. Não tem contextualização.
E Thiago, vc tem que estar brincando! Usar essa comparação de que ah, coitadinho, vc fica sei lá fazendo o quê enquanto os homens vão jogar sinuca e as mulheres vão lavar a louça?! É provocação mesmo. Eu não lavo bagunça de jeito nenhum. Quer dizer, até lavo, mas não numa cozinha só com mulheres. Mas enfim, a gente quer justamente acabar com essa falta de liberdade. Again: não é difícil de entender.

Tiago Ramos disse...

Sou homem e concordo plenamente. Este anúncio é machista e misógino, como aliás se vem tornando hábito no mundo da televisão... Triste ideia.

Patty Martins disse...

Acho que sou do grupo dos "lerdinhos"... Confesso que não fico procurando ofensas e mensagens subliminares em tudo o que vejo ou ouço. Bom, mas isso não quer dizer que não consigo enxergar uma ofensa gratuita. Que, na minha opinião, é o que acontece nesse comercial. Não tanto às mulheres, mas principalmente à velhice representada pela senhora que é substituída por outra mulher mais nova. Como se a velhice não fosse algo natural que atingirá a todos nós, cedo ou tarde. Muito triste.
Lola, não concordo com todas as suas opiniões aqui [principalmente nessas questões machismo/feminismo], mas gosto muito do seu jeito de escrever, e ai de mim querer te convencer ao contrário das coisas em que vc acredita. Continue firme em suas convicções e que nós todos que acompanhamos o seu blog possamos continuar a trocar idéias, contrárias ou não, por aqui.
Bjos

Julia disse...

A minha definição de mim mesma como feminista depende muito do meu ou minha interlocutor/interlocutora, mas isso me saltou aos olhos na propaganda. Acho que teria sido mais inteligente ele olhar pra própria casa e ela ser maior (o que ainda acho idiota, mas wtv, a idéia da propaganda é justamente dar esses valores de que não precisamos) e acho ofensivo.

Não tenho o que dizer sobre a propaganda em si, porque o que pensei foi justamente isso: se fosse um Testemunha de Jeová e o cara piscasse e virasse um cientista, ou se fosse um negro/branco que se torna um branco/negro, ou se fosse um zilhão de coisas, ainda seria a mesma situação, você já disse isso.

O namorado - formando em Publicidade - comentou que acredita que muito da existência dessas propagandas é por causa da já existência de machistas. E eu concordo. O que é triste, porque é um círculo vicioso. Talvez não fosse a agência, talvez fosse o cliente, talvez fosse o briefing - há mil motivos para crerem que o público-alvo, homens ignorantes com dinheiro pra enfiar na bunda, ia adorar essa adição da velhinha que vira moçoilinha fofa (aliás, eu traduzirita "ageist" como etarista. Mas não sei se já não é usado de outra forma). É algo a se transformar e acho que a Publicidade muitas vezes reflete o que acreditam que queremos e incute, assim, outros valores de que não precisamos. Como um Ruffles pra menina e outro pra menino.

Anônimo disse...

Bah, que droga...
Eu não sou feminista extremista nazi e o rocambole a quatro, nem fico prestando atenção nessas coisas. Mas me incomodei com o comercial. Assisti junto com o meu namorado...ele deu belas gargalhadas, achou o comercial o máximo....e eu fiquei lá com cara de bunda, tipo: tem alguma coisa muito errada. achei ofensivo até mesmo sem conseguir discernir O QUE era tão ofensivo...igualzunho quando assisti o comercial da ruffles para machinhos e para femeazinhas....*grunt*
de boa? nesse mundinho grosseiro que a gente vive, eu dava qualquer coisa pra ter nascido com uma banana e não com um calzone....
homem não precisa ser magro, não precisa morrer de fome, não precisa estar nem ao menos arrumado pra ser considerado boa pinta...
to de saco cheio...
enqto meu namorado enfia qq camiseta amassada, n penteia o cabelo e parece que está pronto ´ra passarela, eu me mato de me arrumar, maquear, emperequetar, visto minhas melhores roupas...tudo isso pra ir pra facul, e quando chego lá, ainda estou em séria desvantagem em relação aos 'modelos superiores'... e sim, homens comparam... e sim, injustiças como a da propaganda são cometidas no dia a dia, onde meninas bonitinhas levam vantagem em qualquer droga de serviço; e não somente em relação a mulherers "feias" ou mais velhas. basta ser normal, estar fora do padrão... sick isn't it?

Anônimo disse...

Lola, manja esses filminhos americanos bestas, sem roteiro, sem histórria, sem base, sem atores decentes, que só fica mostrando mulheres de peitos de fora, bundas, etc?
eu adoraria que vc fizesse um post sobre esses algum dia....eu fico puta-fula-verde quando quero assistir alguma coisa e a unica coisa que meu pai, namorado, amigo, sogro, inferno, acha pra assistir são esses filmes....fico mega desconfortável...

Anônimo disse...

só pra esclarecer, pq acho que deixei o comentário manco...não acho que vc ou qualquer outra autora de blog feminista que eu já tenha lido seja extremista nazi e o rocambole a quatro...e gravataí merengue já me causa náuseas desde a primeira vez em que tive o desprazer de cruzar um blog escrito por esse ser...e faz tempo hein....anos e anos

b disse...

LIV, dizer que mulher PRECISA ser magra, estar bem arrumada e toda essa merda toda é exatamente o que as moças daqui (eu, mesmo não sendo moça, incluso) são totalmente contra...

Esta história de precisar tem mto a ver com condicionamento...mulheres são condicionadas a pensarem assim...
O fato é, vc não tem que fazer nada que não queira... vc faz pq quer e pq gosta...

faz o teste... se vc sair de casa de bermuda camiseta larga e chinelão, oq vai te acontecer? Vai cair um raio na sua cabeça? vão passar com o carro por cima de vc, pois, afinal de contas, vc devia estar emperequetada...??
Acredite, os homens são cobrados qto a isso...menos que as mulheres, claro, mas ainda assim...

Trabalho com informática e não tenho nada do perfil de barbinha feita, camisa pra dentro da calça, sapatinho e cabelo com gel...
eu me esforço pra fazer exatamente o contrário de tudo que sou exigido a fazer...me sinto bem com isso... é uma forma de contestação. Eu devia estar com a barba feita? poutz.. só faço a cada 3 ou 4 meses...devia estar de social? apareço com uma camiseta do raul seixas na reunião com a diretora de TI da empresa...

é minha maneira de me sentir livre.. livre de todas essas convenções inventadas pra ncher o bolso de alguém...


faça o teste.. .vc vai descobrir que a única coisa que vc tem que fazer , é a sua própria vontade.. sua liberdade vai começar exatamente quando vc se declarar livre.. sacas?

Minha noiva, tem os seus dias em que quer sair de casa de vestido e salto alto... nao gosto... fico com vergonha... poxa, só vamos a uma pizzaria, pra que tudo isso? enquanto eu estou de bermuda e camiseta regata? MAs enfim, é ela e a mim cabe simpesmente exprimir minha opnião sincera se ela me pedir...normalmente ela não se penteia, não se depila, não usa maquiagem... e é esse um dos maiores motivos pra eu ser completamente apaixonado por ela,contrariando a sua teoria de que "os homens comparam sim"...

Ps: encontrei uma moça no onibus dia desses.. linda...toda maquiada, com um sorriso lindo e um penteado fantastico.. depois de uma segunda olhada imaginei que ela devia ser intocável.. qualquer abraço, carinho, cócegas.. tudo ia ser ruim pra não despentear ou amassar a roupa...imagina? sair com minha noiva e não poder beija-la pq esta de batom...não poder deitar no colo dela..no way..

Claudia Chow disse...

SIM, o comercial é machista. Assim como a maioria dos comerciais da Axe, de cerveja e afins...
Mas se fizessem uma versao feminina do comercial, ao inves do moço uma moça no lugar, ai será q pode? Alguem falaria alguma coisa?
Q nem o comercial do Fusion (a Nane ja linkou aqui), vc viu? No mesmo comercial tem as 2 versoes a masculina e a feminina, eu achei bem legal.

Anônimo disse...

Bom, senhora Lola, acho que a limitação de entendimento e o cerceamento à capacidade criativa devem fazer parte do seu extenso senso crítico e singular capacidade crítica. Aliás, como crítica de propagandas, coberta pela aura feminista, você se reduz - e as suas partidárias feministas - há uma inferioridade que há tempos as mulheres já mostraram não mais existir.
Sendo assim, acredito que você deve ter achado o máximo o comercial do Ford Fusion, em que são mostrados os sonhos de dois jovens executivos, um homem e uma mulher.
Para o homem, o seu objetivo para dali a 5 anos seria estar a bordo de um Fusion com a executiva ao seu lado. Para ela, seu futuro ideal seria estar no mesmo carro, com o mesmo executivo dirigindo o carro, mas sentada no banco traseiro. Você, saltitante de alegria, deve ter exclamado exultante "Agora, sim! Um comercial que reflete o sucesso feminino!".
Mas, talvez o que esteja por trás do comercial da Ford é que, mulher em um carro, só mesmo no banco traseiro, porque ao volante...
Não acredito que você não tinha pensado nisso! Logo você, tão esclarecida em seus pensamentos feministas!
Vamos mover uma ação no CONAR contra a FORD também! E contra a Brastemp que só coloca mulheres em seus comerciais de máquinas de lavar roupa! E contra a Hope, que explora as formas femininas em seus anúncios de lingerie! E contra a Natura, que tem a linha Kronos para tratamento antirrugas...onde já se viu, mulher ter rugas!
Convenhamos, como as propagandas são cruéis, não?

Christina Frenzel disse...

Engraçado, sabe que o lance da "gostosona" nem me chamou atenção, quanto ao lance da idade da senhora. Eles trocaram uma senhora por uma garotinha...
Ficou estranho, não gostei.


Beijos

Unknown disse...

Lola, você precisa dar!!!
Abraço.