segunda-feira, 31 de agosto de 2009

ADMIRAR AS MULHERES É ADMIRAR A NÓS MESMAS

Li um post muito interessante esses dias (tá, já faz um tempinho) num blog americano que visito cada vez menos, mas ainda dou uma olhadinha de vez em quando. Este post, de uma moça que se identifica como Sweet Machine, me pareceu provocador e me fez pensar. Ela diz que, apesar de morar junto com um homem (e americano é um bicho esquisito: enquanto não tem uma aliança no dedo, o casal é de namorados. Pode estar vivendo junto faz décadas, que sem aliança não se considera casado), se vê como queer. Pra quem não conhece, queer foi palavrão até pouco tempo. Era como se fosse fag, bichona, viado, coisa assim - um insulto pra ofender os gays. Mas aí a comunidade homossexual, inteligente que só ela, apropriou o termo, e adotou-o com orgulho. De insulto o transformou em identificador. Hoje toda faculdade que se preza tem matérias dedicadas a Queer Studies. Não tenho certeza como isso se chama no Brasil: Estudos de Gênero (que inclui feminismo)? Enfim, hoje o termo queer engloba basicamente todo mundo que não está dentro do padrão dominante da heterossexualidade: gays, lésbicas, bissexuais etc. Então essa moça se identifica como queer. Embora viva com um homem, ela já teve relacionamentos com mulheres e sente-se atraída por elas. Ela é bi, mas também é monogâmica.
Bom, a primeira coisa que me chamou a atenção é o número imenso de leitoras que, nos 170 comentários que o post gerou, se identifica como queer. E isso que quase todas estão num relacionamento monogâmico com um homem! Uma das comentaristas, lésbica assumida, até se revoltou: “se vocês namoram homens, vocês não são queer”, disse ela. “Vocês são mulheres heterossexuais pegando uma identidade que não é a sua, mas que é a minha, que é a minha bandeira de luta. Quando vocês saem de mãos dadas com os seus homens, a sociedade não condena vocês como condena a mim e a minha namorada. Quando vou a paradas gays, mal consigo andar no meio de tantos carrinhos de bebê de casais hétero que vão apoiar uma causa que não é a deles”. A moça que reclama tem razão num ponto. É uma estratégia do padrão dominante se apropriar de bandeiras de luta de minorias para, assim, esvaziar seu conteúdo político. Por outro lado, a comunidade GLBT precisa de simpatizantes heteros. Toda causa precisa de simpatizantes, ué. E há um tantinho de preconceito contra bissexuais no seu comentário, lógico. Muitos gays insistem que bissexuais “se assumam”, como se fosse mesmo preciso optar.
Mas o mais legal do post da Sweet Machine, a meu ver, não é sobre tudo isso. É sobre aceitação do corpo. Ela conta que sempre sentiu uma ansiedade maior para se render ao sistema e ser magra quando namora um homem. Já falei um tiquinho do male gaze, do olhar masculino, que é um olhar de superioridade, de quem no mundo em que vivemos têm autoridade pra avaliar e desejar as mulheres. A teórica Laura Mulvey afirma que toda a arte cinematográfica se sustenta em cima deste olhar masculino. Nós, mulheres, fomos ensinadas desde o berço a acatar este olhar masculino. Temos que ser recatadas e geralmente olhar pra baixo ao receber o olhar do predador. É assim que as coisas são, você sabe. Jamais a gente vai lançar esse olhar predador, a não ser que queiramos receber todos os epítetos que vêm junto (galinha, piranha etc). Homem é pegador, mulher é vadia (em inglês é mais sonoro: he's a stud, she's a slut). Outra coisa que aprendemos é que mulheres não são amigas, mas concorrentes. Mulher não é de confiança, a gente ouve sempre. E, nesse clima competitivo em que vivemos, somos condicionadas a olhar pra outras mulheres para julgá-las. Pra julgar a nós mesmas, lógico, mas também pra saber quem são nossas inimigas e concorrentes.
E o que a Sweet Machine diz deturpa toda essa lógica perversa. Porque, quando ela namora mulheres, ela não olha pra elas pra avaliá-las. Ela olha para desejá-las. Ela pensa “Que linda!”, não “Que baranguda!”. E, ao pensar assim, ela começa a refletir se o desprezo que sente pelo seu próprio corpo não está errado. Afinal, se ela acha bonitos corpos tão parecidos com o seu, como pode continuar achando o seu horrível? Ela teve que aprender a amar e aceitar seu próprio corpo, mas, como bi, não teve que aprender a amar o corpo feminino.
Eu nunca tive isso de “sexualidade fluida”. Nunca me senti atraída por alguma mulher. E talvez até por isso seja mais difícil pra que eu aceite meu próprio corpo. Mas aqui vai uma proposta para um novo tipo de mentalidade: quando a gente olhar pra uma mulher, nada de pensar “Putz, essa bunda é grande demais. Olha aqueles seios caídos! Ugh! Ela até seria bonitinha se pesasse vinte quilos a menos” etc etc. Não dá pra olhar com admiração, não? Algo como “Apesar d'ela não se parecer com a Gisele ou com a Carolina Dieckmann, uau, ela é linda”? Quem sabe um pensamento desses contaminasse a gente na frente de um espelho também.

35 comentários:

Bárbara Reis disse...

Eu sempre olhei mulheres com admiração...

Nunca as vi como uma 'concorrente', porque nunca me julguei pareo, sei lá, eu pensava, quando criança... 'se eu fosse homem eu também escolheria ela'.

Eu estava hetero nessa época.

Não vejo sexualidade como algo imposto, que eu tenha que decidir e optar... eu sou livre... se eu quiser me relacionar com um homem... por que não? Só porque eu me assumo gay, não quer dizer que um dia, eu não possa me relacionar com um homem...
Eu beijo homens... quando me sinto atraida.
Mas é muito dificil aceitar a própria sexualidade, no começo, porque as pessoas colocam que isso é errado na nossa cabeça.
E quando você começa a sentir atração por pessoas do mesmo sexo, você acaba bloqueando.

Quanto à aceitar o próprio corpo, acho que ninguem está feliz com o que tem. Eu sou magérrima. E não gosto. HAHAHA... eu queria ter mais perna, mais peito, mais bunda... a unica coisa que gosto é da minha barriga.
Mas já acostumei...

Beijão, Lola.

Bárbara Reis disse...

PS: E não olho pra mulheres com o mesmo olhar que alguns homens, de 'predador'.


Tipo, não porque eu sou gay, que toda mulher me chama a atenção... mas sei lá, não é a mesma coisa.

Eu não fico olhando com malicia. Deve ser isso.

Por exemplo, quando sou amiga de uma mulher, jamais teria qualquer coisa com ela. Minhas amigas são seres assexuados pra mim.. HUAHUHUA...

eu sempre brinco: 'Amiga, você pra mim é homem' HAHAHAHA


;***

Juliana Felipe disse...

Acho que esse assunto é um tabuzão né?

Mas então... acho que somos sim meio que levadas a concorrer com outras mulheres, a vê-las como uma ameaça, como adversárias, e acho também que o dispositivo que instiga isso tem por trás o enfraquecimento feminino.

Como concorrentes, tendemos cada vez mais a nos sensibilizarmos pouco com outras mulheres e a lança sobre elas um olhar tirano, aquele mesmo lançado sobre nós.

Acredito também que essa coisa de hetero, homo ou bissexualidade é uma forma muito louca de classificar as pessoas, eu me sinto capaz de amar pessoas e não rótulos, mas enfim...

Eu admiro as mulheres e com certeza as vejo de forma diferente dos homens. Vejo com poesia. Assim como vejo os homens, também com poesia. Mas sinto que somos provocadas a enxergar as gordurinhas e cabelos descuidados, no lugar da poesia da individualidade, ou seja, a ver que cada um tem o seu jeito, a sua beleza, a sua forma de se apresentar no mundo.

Eu consigo ver muita beleza na diferença. Mas sei que nem todo mundo consegue...

Patrícia disse...

Eu me sinto exatamente como a moça do post, Lola, a Sweet Machine, quando me relaciono afetivamente com um homem sinto uma pressão terrível de ser bonita, se estou barriguda demais, se não posso esquecer de me depilar...Mas quando me relaciono afetivamente com mulheres eu simplesmente não sinto essa pressão, consigo ficar muito à vontade com o meu corpo.
Quanto a questão dos bissexuais na luta contra a homofobia é complicado, porque quando namoro um homem não acho legal ir com ele na parada gay ou lésbica, acho que esvazia e eu vou ser vista como heterossexual intrusa. Ao mesmo tempo quando nomoro um mulher eu sou lésbica para a sociedade toda, e encaro a mesma opressão e o mesmo medo que todas elas.

Ale Picoli disse...

Eu concordo que admirar outras mulheres e identificar nelas coisas em comum conosco é importante pra se resolver bem com o corpo. Eu admiro muito as mulheres na rua, ainda mais se são gordas bonitas como eu sou/gostaria de ser. Tem vezes que não dá pra disfarçar, eu fico olhando mesmo. Vou experimentar um dia desses parar de olhar e ir elogiá-las. Será que vão entender errado?

Priscilla disse...

Quando criança,eu achava as mulheres MUITO mais bonitas que os homens e que seria mais bonito ver uma noiva com OUTRA noiva do que com um sem graça de terno. HAhaha

Quando criança,sentia falta de amigas mais bonitas,meu primeiro beijo foi com uma garota e etc.

Mas em termos de amizade,me dou melhor com homens,não por preconceito,é que rola mais empatia mesmo.


E sim,a bissexualidade trás um olhar mais amistoso para com as outras mulheres mesmo.Acho que é uma das salvações para o gênero femino se tornar mais unido,assim como os gregos eram mais unidos nas guerras por serem bi(ou totalmente homos).

Priscilla disse...
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Má disse...

Oi Lolaa. Também não me vejo como concorrente de outras mulheres.
Bom, talvez uma ou duas vezes na vida, quando mais nova.
Quando converso com amigos homens, e o que vejo em relação às mulheres é que muitas vezes preferiria outra mulher em relação a que estes amigos gostam. Tipo, sempre acho mais interessante outra mulher, e não as que meus amigos gostam ou estão querendo ficar...rsrsrs
Apesar de me considerar hetero, tenho gosto bem diferente dos meus amigos homens. (aliás aho q por ser hetero talvez.)
Sim, mas já ouvi falar que não há esta nítida separação hetero/homo.
O que na verdade acabamos nos definindo pelos nossos hábitos né...

Deve ser muito chato tem q ficar competindo o tempo todo! Como fica a amizade então? Porque com mulher é concorrente e também não dizem q com homem não existe?

Beijão!

Daniel Pearl Bezerra disse...

Minha querida Lola,
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luci disse...

eu tava conversando ontem com um amigo justamente sobre isso. falei que eu prefiro dez milhoes de vezes ter amigos homens, porque me parece que mulheres estao sempre competindo.

eu nao consigo ficar tranquila se eu vejo que aquela menina recem-apresentada à mim me olha como se eu fosse uma ameaça. penso logo "isso nao vai dar certo". porque eh raro, lola, encontrar uma mulher que nao vai ficar te encarando de forma estranha quando você usa um decote. parece que nao pode. por exemplo...

uma vez, fui encontrar no shopping um casal de amigos que namorava e, quando cheguei (o amigo ainda nao havia chegado), essa amiga disse "por que tu tah tao arrumada?" hehehe nossa, na hora eu fiquei com cara de cu, porque OBVIAMENTE eu nao estava "arrumada" por causa do namorado dela. e por acaso eu soh posso ficar bonita se for pra "arrumar homem"? e ainda mais "homens do outros"?! credo.

e eu juro a você, se tem alguma mulher bonita, eu aponto mesmo pro meu namorado, falo da bunda, da cara, do cabelo. DA MESMA forma que falo de um cara pra ele. não fico com "coisinhas" quando vejo um ser humano bonito. mas eu me repreendo quando tenho pensamentos do tipo "prefiro amizades femininas, as mulheres sao competitivas entre si". mas ate agora, nada ou ninguem fez com que eu mudasse esse pensamento.

eh contraditorio. eu não sei o que fazer com esses pensamentos! o que tu acha disso?

luci disse...

nossa, eh impressao minha ou eu acabo de pedir um conselho? apoio espiritual? hahaha bom, soh queria saber da tua opiniao... quem realmente se sente melhor com amizade masculina faz o que?

Andie disse...

Muito interessante esse post, Lola. Eu tambem nunca me senti atraída por mulheres, mas sempre me considerei "queer," não no quesito de sexualidade, mas no de simpatizante, ou algo além ainda -- uma identificação pessoal com o grupo que não sei bem explicar.
Por outro lado, eu acho que tem um pequeno porém nessa história, que me leva a concordar com o comentário da leitora lésbica, e também tem a ver com o male gaze: hoje em dia, mais do que nunca, parece que nós mulheres recebemos este "label" de sexualidade flúida como se fosse parte da nossa biologia feminina (e também hetero). Em outras palavras, desde que continuemos namorando homens e sendo "femininas" (sabe-se lá o que isso quer dizer mais), a sociedade aceita e encoraja que exploremos o toque, o olhar, o corpo e a sexualidade de outras mulheres (já ouviu aquela musica "I Kissed a Girl"?). Por um lado, eh um pouco liberador. Mas, por outro, não consigo deixar de pensar que o fato de que essa sexualidade flúida não eh tão facilmente aceita para homens (mesmo os homosexuais costumam dizer que não exite essa história de ser bi) tem muito a ver com o male gaze, e com uma posição anti-feminista que insiste que mulheres nasceram para ser objeto de desejo, não importa pra quem.
Eu concordo com voce que o corpo feminino deve ser celebrado, mas acho que a gente devia começar a se preocupar em ter que expressar essa celebração sempre de maneira sexual.

Christina Frenzel disse...

Lola, eu não tenho problemas em admirar e admitir que acho determinadas mulheres lindas, só que na mesma hora me sinto tão inferior.. tão mais gorda/mais baranga/ meu peito tá caído/a barriga tá flácida, por aí vai.
E não tem santo que faça com que eu me veja mais interessante do que elas, mesmo até vezes o sendo.
Não sei se já comentei antes, mas a minha mãe é linda, super conservada para a idade que tem, corpinho enxuto, em forma, gatinha e a um passo de ser anoréxica - é daquelas que engorda 200g, e faz dieta até perder 2 quilos, e ela vive cobrando (ou vivia, acho que desistiu) que eu fosse igual a ela...
Já tive fases de chorar, descabelar, fazer dietas radicais, acordar, lavar o rosto e maquiar, mas não me fazia bem.
Hoje, consigo ser quem sou, até encarar o que a sociedade estipula como beleza. Queria ser mais forte, juro que queria!
Então, voltando, entendo perfeitamente o que a Sweet Machine diz.
Beijos!

Anônimo disse...

Eu não consigo olhar para alguém e simplesmenter "catalogar" de feia/o. Sempre encontro algo bonito nas pessoas.
Esse negócio de competir, que mulher não é amiga, que tem que ter tudo em cima é bem coisa que nos impregnaram mesmo, cada dia observo mais que somos encucadas com coisas bobas.
Seria ótimo se aprendessemos desde pequenas que somos maravilhosas e quem não achar que é louco.

lola aronovich disse...

Barbara, acho muito legal a forma como vc encara a sua liberdade sexual. Tenho uma amiga, lésbica assumida, que diz a mesma coisa: que ela tb se sente atraída por homens (afinal, foi casada com um durante um tempão). Mas o que ela sente é que, pra se apaixonar, só por mulheres. Pra algo que seja só sexo, pode ser homem. Só que, pelo que sei, há muita gente GLBT que não vê essa fluidez como algo muito positivo, né? Tem muito gay/lésbica que discrimina bissexuais. Enfim... Sobre não estar feliz com o próprio corpo, pra falar a verdade, conheço muitos homens que ora estão felizes, ora não reclamam do próprio corpo. Mas mulheres que têm essa mentalidade? Acho que conheço duas. Somos condicionadas a vermos defeitos em nós mesmas. Faz parte da nossa dominação...
Ah, e esse preconceito de que homossexual é um predador é ridículo. É meio que achar que todo homem é um predador e, portanto, não pode ter amigas mulheres.


Flor, sim, sem dúvida, aprendemos desde cedo que mulher não é de confiança, que somos adversárias, que só homens podem ser amigos. O objetivo é mesmo o “divide and conquer”. Estou tentando aprender a ver beleza na diferença. Mas é um aprendizado. Pra isso, a gente precisa ter uma nova visão, nos desprogramar. Realmente precisa de treino.

lola aronovich disse...

Patricia, eu não sei muito bem isso, porque nunca me relacionei com mulheres, só com homens. E, por estar junto de um faz muito tempo, não sinto tanto essa pressão de ser bonita. Ou talvez tenha a ver com a idade. Quem sabe chegar aos 40 nesse mundo que impõe que mulher só pode ser bonita se for jovem pode ser liberador. E sobre “estar hetero” e participar da Parada Gay... Pois é, eu quero participar de paradas gays pra dar meu apoio, pra tentar ajudar. Mas é difícil estar lá com o maridão e não se sentir às vezes um intruso, impondo sua heterossexualidade. Quer dizer, eu não me senti assim, mas entendo perfeitamente quem se sinta.


Ale, ah, eu nunca olho pra alguém muito descaradamente, acho. Mas tenho notado, ao andar de ônibus, o quanto é comum que um monte de mulheres olhem pra uma mulher que acaba de entrar. Geralmente é um olhar de julgamento, não de admiração. Mas o que acho interessante é como todo mundo tem um corpo tão diferente. E como todos podem ser bonitos.

lola aronovich disse...

Priscilla, entendo como vc se sente, de ter mais amizade com homens que com mulheres. Acho que eu fui assim durante muito tempo. Mas aí percebi que não é que eu tinha mais empatia por homens, é só que eu não gostava de ser dividida por gêneros. Por exemplo, sabe aquelas festas que mulher fica de um lado, falando de maquiagem e dietas, e homem fica de outro, geralmente falando de assuntos mais interessantes? Bom, eu fico com os homens. Mas não é por um grupo ser de mulheres e outro de homens. É só por causa do tema mesmo. Aí fui crescendo e interrompendo esses pré-assuntos, e fazendo amizades com mulheres que falem de muitos outros temas além de esmalte de unha. Que definitivamente não é um tema atraente pra mim, que nunca pintou as unhas.


Má, pois é, é chatérrimo competir o tempo todo. E competir por quê? Pra quê? Eu acho que, nesse sentido, nunca fui muito de competir. Eu sempre empatizei com mulheres. Por exemplo, em casos de adultério, nunca entendi como a mulher traída concentra toda sua raiva não no marido, mas na amante. Pô, a amante em geral nem conhece a mulher traída. Talvez nem saiba que o cara é casado! E no entanto a mulher traída é ensinada a sentir ódio mortal da amante. Porque o marido que trai é só isso, um homem. Tão natural que ele queira espalhar a sementinha por aí!

lola aronovich disse...

Daniel, espero poder te conhecer quando eu for morar aí em Fortaleza. Vi os vídeos que vc fez entrevistando alunos da UFC. Acho que foi aí mesmo que estive e onde darei aula. Vou votar no seu blog, ok?


Luci, é, eu sei. É que as mulheres são ensinadas a agir dessa forma, e é muito difícil romper esse condicionamento. Vc respondeu alguma coisa pra essa amiga que vc encontrou no shopping? Sei que é complicado falar, fica um clima ruim, mas talvez às vezes seja importante lembrar que não estamos concorrendo, que não estou interessada no seu marido/namorado/whatever. Uma amiga minha brinca sempre dizendo que “marido de amiga minha é mulher!”. E ela nunca manda um abraço ou um beijo pro meu marido. Só um aperto de mão respeitoso. Muito fofinha ela.
Puxa, não sei como responder a sua pergunta. Mas veja o que resondi pra Priscilla. Eu realmente já tive fases em que pensava que me dava muito melhor com homens. Olha, acho que só passar a ver as mulheres com admiração, não como adversárias, já é um passo bem importante.

lola aronovich disse...

Andie, é que entre essa oposição de queer vs straight, ser queer parece bem mais legal, né? Mas nunca me considerei queer, nem nunca vi minha sexualidade como algo fluído, porque, realmente, nunca me interessei minimamente (sexualmente falando) por alguma mulher. E concordo contigo: às vezes tb vejo essa “fluidez feminina” como imposição. Sorry por ser mulher e só me sentir atraída por homens! Acho também que muito desse modismo de “lésbica produto exportação” é influência da pornografia mainstream. Ou seja, virou moda ver duas moças lindas e jovens se beijando ou se tocando ou transando em frente a uma câmera. Mas elas só existem em função do male gaze. Elas não são vistas como mulheres que gostam de mulheres, mas mulheres que gostam de mulheres pra excitar os homens. Só. E que, claro, só estão se divertindo enquanto o “real thing” (leia-se um pênis de 20 cm) não chega. Mas essa “celebração” do lesbianismo (que na verdade é desrespeitoso com as lésbicas, que obviamente não existem em função dos homens) está em todo lugar na mídia. E se transforma numa outra imposição pra nós mulheres: ó, se vc não quiser beijar uma mulher, não está se esforçando pra excitar o seu homem. O desejo masculino continua vindo em primeiro lugar.

lola aronovich disse...

Chris, ah, eu também costumo me sentir inferior. Mas é diferente de quando a gente vê uma mulher na rua e quando a gente é bombardeada pelas imagens da mídia, né? As imagens da mídia têm justamente essa função de nos fazer sentir inferior. A mensagem é que, se a gente quiser ficar linda como a modelo, vai ter que gastar muito, e pra sempre. Mas na rua é diferente: a gente vê gente como a gente, pessoas de todos os tipos, sem photoshop. Já faz um tempinho que parei de me comparar. Eu só tento ver beleza em todas as pessoas, e, assim, acabo vendo beleza em mim também. Não é uma competição! Ou, pelo menos, não tem que ser. Eu também queria ser mais forte, não cair nessas armadilhas tantas e tantas vezes, e ter começado a me aceitar algumas décadas antes. Porque às vezes a gente olha pra trás e vê como perdeu tempo se preocupando tanto com um padrão inatingível...


Éris, que legal essa sua atitude. É o que tento fazer, mas não é fácil pra mim, exige treinamento. E quanto a nossa auto-aceitação, já pensou como seria ótimo se todas nós nos olhássemos no espelho e, ao invés de ficarmos obcecadas com nossas “imperfeições”, víssemos nossa beleza? Já pensou na auto-estima que teríamos? Como isso nos daria poder? Deve ser bem assim que muitos homens se sentem...

Anônimo disse...

Eu achei interessante o comentário da luci pq já passou o mesmo comigo, e olha que tive umas criaturas q acreditei, botei fe, mas...até tenho um post sobre essa decepção com amigas, enfim também tenho uma questão, mas não é a mesma da luci pq não vejo problema nas minhas amizades masculinas eles estão aí tranqüilos (e até rindo dessa situação)a questão é o que agente faz com esse tipo de mulher, como sencibilizar e trazer pra razão tipo "ei menina eu não sou tua inimiga, pode baixar as armas"? Eu me pergunto isso. E tenho deixado tanta gente pra trás por não saber a resposta...

Débora Barros disse...

Eu também fui do time que dizia que preferia ter amigos homens que mulheres, mas isso felizmente mudou, ainda tenho recaídas como me comparar (e eu sempre saio perdendo também Christina).
Eu sempre quis experimentar o que Ale Picoli falou, não ficar só no olhar e partir para o elogio, mas e o medo de levar uma resposta atravessada?

Claudia disse...

Oi Lola! Te acompanho há algum tempo, mas nunca comento. Esse seu post me deu vontade de comentar algo que valia um post seu (se é que vc já não falou sobre isso...): o machismo implícito (ou explícito...) nos desenhos animados de princesas. Elas estão sempre esperando o príncipe encantado para serem "felizes para sempre...". Mas este final de semana, o desejo da Pequena Sereia, que fui rever com minha filha, me chamou atenção. Na hora em que a Ariel vai fazer o pacto com a bruxa, entregando sua voz, ela se lamenta porque virando mulher, não verá mais o pai ou as irmãs. No que a bruxa diz: "mas terá o seu homem" (!). Não bastasse isso segue uma musiquinha em que a bruxa canta coisas como: "menina tagarela ele abomina" e "só as bem quietinhas vão casar". Fiquei passada...
Bjos e parabéns pelo seu novo cargo lá nas terras cearenses!!

Raiza disse...

Muito interessante o post Lola.Eu tenho conseguido olhar pras mulheres de uma nova forma,de achá-las bonitas,e acho que isso realmente aumentou a minha auto-estima.É claro que ainda não me livrei do olhar julgador,mas estou me esforçando.Eu gostaria também de ajudar minha mãe nisso,aumentar a auto-estima dela também.Ela é realmente muito bonita,pena que ela não se veja assim.Quanto ao olhar masculino,estou tentando por em prática as dicas da Cely,do Who the hell is Cely,é díficil mas estou tentando.Uma eu tenho posto em prática e tem surtido efeito.Agora quando eu vejo um grupinho de homens na rua eu não mudo mais pra outra calçada nem passo com os olhos baixos,sigo andando de cabeça erguida e com cara de poucos amigos.Resultado? pararam de me insultar (pelo menos até agora,e espero que continue assim).Quanto a adimirar as outras mulheres,acho que seria legal treinarmos para adimirá-las pelos seus feitos também.Tipo,escolher uma mulher que faça um trabalho legal e procurar saber mais sobre ela,escrever sobre.Também é um bom excercício pra auto-estima.
Off: Toda vez que eu começo a digitar aqui a primeira parte do meu comentário é "comida".É só comigo isso?

Bárbara Reis disse...

Obrigada, Lola! ^^

Estava lendo suas respostas, porque eu não tenho mais o que fazer, e estou na faculdade matantdo tempo HAHAHA... brincadeira, além de não ter o que fazer, eu gosto muito do seu ponto de vista sobre as coisas. hahaha...

Enfim... eu estava aqui pensando, em algo que eu já havia parado pra pensar antes, mas que ficou muito claro na minha mente agora: - Nós seres humanos, somos também, 'animais', certo? A gente ACHA que é o mais inteligênte, porque a ciência não conheceu o meu cachorro, ainda, nem minha gata Loly, linda, que morreu... hahaha... enfim... estamos literalmente numa 'selva de pedra'... percebo isso, porque vejo o quanto algumas mulheres [minha mãe], se esforçam para arrumar um homem... sério, já reparei, que mulher sai no tapa por homem, como você disse, quando elas são traídas, a culpa é da amante, e não do marido... não faz sentido. Elas procuram uma justificativa para a ação do homem, para perdoa-lo, as vezes a justificativa é só ele ser homem. Minha mãe, por exemplo, ela só é feliz se estiver namorando, ou com alguém em vista. E já vi minha mãe fazer coisas ridiculas, por homem, nem vou comentar, porque me irrita, tipo minha mãe age como se tivesse 16 anos. Okay, não a tenho como um exemplo pra mim, só de como 'não-ser' principalmente em relacionamentos. Mas voltando, eu sinto que mulheres, heteros em sua maioria, as que eu tenho observado, pelo menos, tem sempre um pouco de Sindrome de Cinderela, passam a vida inteira esperando o principe encantado aparecer e salvá-las da solidão. Tipo a música, perfeita, da 'Marina Lima - Mesmo que seja eu' na qual ela diz: - você precisa de um homem pra chamar de seu, mesmo que este homem, seja eu. ;D

HAHAHAHHAHA... euri.

Eu quando eu estava hetero, lá nos meus 15 anos... eu também tive uma certa NECESSIDADE de encontrar um namorado... mas eu atribuo isso à uma carência muito forte que eu tinha. Talvez seja isso que minha mãe sente tbm... Não sei... só sei que eu vejo o quanto as mulheres se esforçam pra conseguir um homem, pra mantê-lo, e querem estar sempre dentro de uma padrão de beleza, para satisfazer ao homem, e não a si mesmas... E acho isso meio animalesco... hahaha... tipo gatas no cio... miando a noite inteira chamando machos...
Acho que as próprias mulheres são machistas [algumas]... outro dia mesmo, eu fiquei revoltada com um comentário machista que um cara fez num jogo de futebol do meu irmão menor... e comentei com meu pai e ele fez outro super machista, e a NAMORADA dele falou: - Seu pai é meio machista mesmo, eu gosto até.

Minha resposta: - Ahhh, pelo amor de Deus, vai se f%$#@$!

É mandei mesmo... hahahaha... na frente do meu pai. ;p

Se tiver um tempo, leia um post que eu fiz, chama 'Teoria Pintocêtrica do Lulu'...

Fala mais ou menos sobre isso.

Beijo, beijo...

Bárbara Reis disse...

PS: Na realidade não só heteros, mas homos também são assim... coonheço pessoas que ainda esperam ser 'salvas' por parceiros... mesmo na condição de homos... pessoas que não são felizes sozinhas... que PRECISAM de alguem pra ser feliz. E só vivem se estiverem com alguem.

É que minha conciência pesou por falar que só heteros são assim, retificando: PESSOAS são assim.

Agora parei, falei demais. hauhhuauhauh...

:***

Aline disse...

Eu sempre achei ridículo esse lance de que mulheres não podem ser amigas. Na minha adolescência tinha muita dificuldade em me relacionar com garotos por causa de minha timidez, então, só tinha amiga mulher e não achava que elas eram falsas ou estavam competindo comigo.
Acho esse pensamento uma bobeira sem tamanho e veste a carapuça quem quiser (muita mulher veste). Se uma garota é falsa o problema não é porque ela é mulher, mas porque é um ser humano falso, antes de tudo.

Ah, só um adendo, Lola, recomendei seu blog no BlogDay 2009.

Ju R. disse...

Lolaaaaaa!!!!!

Eu ando tão ausente daqui que só agora descobri que vc passou (e em primeiro!) no concurso. Parabéns, que bom! Você é cascuda, hein?

De lá pra cá tb aconteceu algo sensacional na minha vida: consegui um emprego na minha área, no SENAI!

Só entrei pra ver quais eram as novidades e te dar os parabéns. Beijão!

Carla Mazaro disse...

Cara... isso de mulher ser falsa é muito real... não que por ser mulher já nasça falsa, mas pq todo mundo diz isso para nós...
Quando eu tinha uns 15 anos, resolvi fazer um curso do SENAI, de aprendiz de eletricista. Na minha sala tinha 30 meninos e duas meninas (eu e uma amiga). Como a maior parte do curso era "pra homens" (mecanica, eletrica,marcenaria e outro q num lembro) menos de 10% dos alunos eram mulheres. Até que eles começaram a fazer um curso de panificação. nessa sala devia ter uns 20 meninos e umas 10 meninas, que simplismente nos odiavam!!
Por já sermos amigas dos meninos e talz, acredito eu. Ou por nos acharmos mais bonitas... sei que não havia um motivo plausivel para nós (eu e minha amiga). E como tinha MUUUUITOOO mais meninos q meninas nem precisava rolar disputa... tinha mais do q de sobra... além do mais se ficassemos com mais de 2 (em 2 anos de curso), já ficavamos falada ...
Enfim... parece que as mulheres agem assim porque são ensinadas assim.... e não adianta tentar dialogar e chamar a razão... elas vão entender isso como um ataque... eu já tentei fazer isso...

Carla Mazaro disse...

Eu gosto tanto das discussões daqui q sempre acabo falando demais... hehe.
Sabe, eu SEMPRE me achei muito bonita... não, não é verdade... mas eu sempre soube conquistar e fazer charme, investir e tomar a iniciativa... talvez por isso eu sempre tenha me achado bonita... Tá, eu sou magra... até demais, meus amigos me chamavam de vassoura - magrela e de cabelo armado - eu nunca fui de me maquiar muito (exceto numa fase meio clubber, só para chocar os outros - com uns 13 anos) e sempre conseguia ficar com quem eu queria... bem, quase sempre já levei VAAAAAAAAAAArios fora por ter tomado a iniciativa... mas acho q a questão toda é essa... a pessoa não precisa ser bonita... precisa ter auto confiança, tanto as mulheres qto os homens...
Eu sempre tomei atituda, eu sempre beijei/ dei pra que eu quis. Já fui chamada de vaca/ galinha/ puta e nunca dei atenção...
Até pouco tempo atras eu achava que era invençã ode filme a mulher ficar na duvida ou não se dava no primeiro encontro... mas depois de conversar com uns meninos descobri que eu sou uma 'aberração' por ser tão bem resolvida. Nunca me importei em me arrumar, em me depilar ou qq coisa para ficar com alguem... se me quiser que seja como eu sou... se não quiser tchau e bença tem outros milhões por ai
Quanto a ser queer ou não... po... não sei se é por eu ser altamente sexual ou não, mas sempre me senti atraida por mulheres, a primeira vez q beijei uma foi simplesmente sensasional, tinha gosto de gloss de morango... pena que eu nunca soube o nome dela...
Acho que deveriamos nos apaixonar por pessoas e não homens ou mulheres ou o que quer q seja... mas por pessoas..

Anselmo disse...

A sensação de concorrência sempre torna nossa opinião parcial
;)

Domenica disse...

Essa coisa da "concorrencia" feminina que nos foi ensinado atraves dos tempos eh o pior dos instrumentos de opressao. Admirar e nao se comparar a outras mulheres eh mesmo um trabalho arduo que se constroe com o tempo, se a menina tiver sorte.

Conheco mulheres que vivem o tempo todo se comparando ate com a propria mae, no intuito de ' nao chegar na idade dela daquele jeito', triste o foco ser totalmente no aspecto fisico e nao no carater e outras qualidades da pessoa.

E, sinceramente, hoje em dia eh todo mundo se comparando a todo mundo seja homem ou mulher. O que falta mesmo eh auto-estima e auto-confianca. A gente ainda vive numa sociedade onde atender as expectativas dos outros e se encaixar nos padroes, eh mais importante do que viver nossa propria vida.

Anônimo disse...

Lola este é um post muito, muito especial porque acredito que as mulheres em geral não param para conversar sobre essas questões do olhar o(a) outro(a)e, principalmente, a gente só se enxerga melhor num forum assim onde as pessoas narram suas experiências e seus sentimentos. Nos encontramos e nos vemos também nas outras pessoas.Li todos os textos. Tuuuuudo e gostei imensamente das oportunidades que vc acaba gerando com seus posts. Percebe-se a sinceridade, a autenticidade das pessoas que são bem evoluídas e legais por aqui.A educação nos faz aleijões e conheço mães e filhas que competem entre si pra ver qual é mais sedutora. Acho que ter irmãs com quem nos relacionamos bem é algo muito bom tambem.Eu tenho esta bênção na minha vida. Por outro lado, convivo bastante com mulheres de 20 a 80 anos dentro da família e noto que entre as jovens o clima é meio competitivo pra ver quem é a mais linda. Acho que a gente pode ter amigas mulheres e homens mas isto tornou-se mais viável pra mim agora na maturidade. Creio que quando somos jovens "desconfiamos" da amizade masculina ao mesmo tempo que não conseguimos segurar uma amizade feminina na hora que o carinha mais bonitinho da festa olha para nós e para a nossa amiga ao mesmo tempo. Quanto a olhar para as outras mulheres elas sempre me chamaram a atenção pelo seu intelecto. Talvez a beleza da outra moça tenha nos afastado de sermos sua amiga, na juventude.A mais bonita da turma era meio isolada pelas demais.
Sei lá só sei que atualmente tenho muito mais amigas do que na juventude. Creio que as mulheres são mais apaixonantes. A minha ligação com meu parceiro tambem tornou-se muito intelectiva e isso amarra-nos há 30 anos pois ele jamais me cobrou coisas da aparência física.Acho as amigas legais pra curtir muitas coisas em comum, é ótimo estar com mulheres.Os homens são muito razão daí perde-se muito essa coisa de brincar do mundo fantasioso que é o nosso.
Aliás os homens gostam de estar com a gente é justo porque temos essa poesia em nós. O poeta Vinícius de Morais falou que beleza é fundamental mas este é o olhar masculino para a mulher, não o olhar de uma mulher para outra. Inclusive o próprio Vinícius escreveu coisas lindas como a Elegia desesperada que transcrevo uns versos:
"Tende piedade, Senhor, de todas as mulheres
Que ninguém mais merece tanto amor e amizade
Que ninguém mais deseja tanto poesia e sinceridade
Que ninguém mais precisa tanto alegria e serenidade.

Tende piedade delas, Senhor, que dentro delas
A vida fere mais fundo e mais fecundo
E o sexo está nelas, e o mundo está nelas
E a loucura reside nesse mundo"
Concordo com o poeta que o sexo está em nós e o mundo está em nós.
E "Que ninguém mais merece tanto amor e amizade Que ninguém mais deseja tanto poesia e sinceridade"

Eu conheço homens delicados e maravilhosos que tambem apreciam estar com as mulheres, embora não se sintam atraídos sexualmente por elas.Lola garanto pra vc que seria bem difícil levar um papo assim aberto e leve sobre coisas tão importantes na vida cotidiana. Assim virtualmente e com voce mediando fica muito bom.
Bj da Fatima

astrocat disse...

eu to lendo tanto pra aula que meu cérebro tá derretendo. então eu queria só comentar que adorei o link pro texto, e eu me identifiquei demais com o argumento dela. e que sim, tem muito de preconceito contra bissexuais no comentário que você cita. quero escrever mais sobre isso quando tiver meu cérebro de volta.

Clara Morais disse...

Me policio o tempo todo pra não julgar os outros. Pra mim é fácil não reparar numa gordurinha ou numa sobrancelha mal feita. Eu mesma estou aqui de camiseta e perna com depilação vencida, hahahaha. É normal não ser escrava da beleza. É saudável ser meio esculhachadinha. Mas tenho dificuldade pra não julgar a funkeira barraqueira que dá a bunda pra não perder o namorado, a tia antipática submissa ao maridão, a menina da classe que usa blush de pikachu, a patricinha que acorda às 5 da manhã pra se arrrumar pra assistir aula de Direito e Responsabilidade Civil. Eu me vigio, o tempo todo. às vezes escapa alguma coisa, mas estou melhorando....