terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

LIVRE PARA MENSTRUAR

Hoje é a votação no Congresso para derrubar um veto do genocida. Em outubro, Bolso vetou a distribuição gratuita de absorventes.

projeto aprovado pela Câmara e pelo Senado e vetado pelo Capetão é de autoria da deputada Marília Arraes (PT-PE) e outras 34 parlamentares. Bolso alegou que o projeto de combate à pobreza menstrual não apontava de onde viriam os recursos (mentira! O PL especifica que viriam do SUS, do Fundo Penitenciário e do Ministério da Educação). 

O projeto prevê a distribuição de absorventes nas escolas públicas para estudantes em condição de vulnerabilidade econômica, tanto no ensino fundamental quanto médio, e também para mulheres encarceradas. Além disso, prevê que as cestas básicas distribuídas pelo Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan) deveriam incluir absorventes. 

A relatoria do projeto estimou um gasto de menos de 85 milhões por ano, que atenderia 5.689.879 meninas e mulheres. 

Em novembro, o pior presidente da história e seus seguidores ironizaram que as mulheres começaram a menstruar no seu (des)governo, como se essa não fosse uma pauta antiga e extremamente necessária. 

Vamos lá, Congresso, derruba o veto 59!

4 comentários:

Jane Doe disse...

Eu menstruei a primeira vez quando tinha 12 anos, no início dos anos 90. O que tinha disponível eram aqueles Sempre Livre ENORMES e desconfortáveis. Mas NUNCA me faltou absorvente. Por sorte os tipos de absorventes foram ficando mais confortáveis, menores e mais seguros. Hoje eu tenho coletor, tampões e absorventes de todos os tipos, tamanhos e espessuras que me atendem de acordo com não muito com as minha necessidade, mas mais de acordo com meu humor. Estou pensando seriamente em comprar uma daquelas calcinhas absorventes para ver qual é.
Até poucos anos atrás eu nunca tinha parado pra pensar sobre isso. Eu sempre tive amplo acesso aos produtos de higiene íntima.
O que eu sempre notei foram os dois extremos - ou menstruação era tratado como algo extremamente vergonhoso, a "sujeira" do útero, que deve ser escondido e jamais falado sobre - principalmente perto dos pobres "homis" (que os frágeis e sensíveis "homis" jamais devem ser expostos a essa "nojeira") ou era tratado como algo "mítico". Aquela asneira de sagrado feminino, força da vida e blábláblá... ai que sono que isso me dá.

Eu vi então un documentário sobre meninas vendidas para o casamento. Meninas de 12, 13 anos, puérperas com as pernas sujas de sangue, sem saber o que era aquilo ou como lidar como esse processo. Outro documentário me chamou a atenção sobre as meninas no Tibet, que eram trancadas em cabanas por estarem "almadiçoadas/impuras" durante a menstruação. E veio outra reportagem sobre meninas que deixavam de ir para escola, pois não tinham como conter seu fluxo menstrual. Aí fiquei sabendo das detentas que usavam miolo de pão.

Não é justo que meninas deixem de se desenvolver normalmente por causa de um processo fisiológico. Não deveria ser aceitável trancar mulheres em cabanas e impedi-las de viver suas rotina por estarem "amaldiçoadas" ou por não terem meios de conter seus fluxos. Mulheres que decidem interromper seus ciclos pelo meio que for não deveriam ser julgadas (aliás isso também deveria ser possível para TODAS que o desejam).

Nenhuma mulher deveria ser humilhada, execrada, condenada, julgada, culpabilizada por algo fisiológico, muito menos pelas decisões que tomarem para lidar com seu ciclo (ou com o fim dele - a menopausa)

Eu espero não só que o projeto siga em frente no Brasil (e no mundo) e que todas as meninas e mulheres tenham aceso amplo a higiene menstrual, mas que nossos corpos deixem de ser tratados ou como algo impuro ou como algo vindo do universo paralelo dos unicórnios.

Esperneiem o quanto quiser - mas saúde e segurança sexual e reprodutiva é um direito humano básico e indispensável para o desenvolvimento pleno de meninas e mulheres!!!

Eu desejo à todas muitos coletores, calcinhas absorventes, tampões ou o seja lá que vocês escolheram usar!! E que eles venham para todas!!!
;-)

Anônimo disse...

a) Lola sou sua fã vc viu o Adrilles demitido da JP por apoio ao nazismo

b) Devemos focar que não basta eleger um presidente progressistas devemos eleger um congresso progressista para auxiliar o presidente. Devemos eleger deputados federais e senadores progressistas dos partidos PT Psol PC do B e etc.Os coletivos feministas são excelentes alternativas são excelentes alternativas

c) Está lei foi feita por uma deputada de esquerda que colabora com a minha afirmação vamos eleger mulheres progressistas

Anônimo disse...

Os absorventes (que é o que a maioria de nós usa, por vários motivos) está muito caro. Sem brincadeira, as marcas comuns, conhecidas, aqui perto de casa, não sai por menos de 4 reais, um pacote com 8 unidades. Meu fluxo é até reduzido e dura não mais que 3 dias (depois que extraí um pólipo uterino ha 5 anos), então um só pacote comum com 8 tem dado conta. Mas antes de remover o pólipo, era muito abundante e tinha que usar ou o noturno ou dois absorventes comuns juntos por troca para segurar. E tinha que trocar o tempo todo. Ficava mais caro. Muitas mulheres tem fluxo muito intenso, que dura muitos dias no mês, imagina a quantidade de absorventes que precisa usar? Até um tempo atrás até que existiam algumas marcas mais baratas, mas venho notando que sumiram das farmácias e mercados, pelo menos por aqui. Se eu que tenho emprego, salário regular, sem grandes despesas já que não sou casada nem tenho filhos ou familiares para sustentar, já acho caro, imagina quem ganha salário mínimo ou está desempregada, uma família de baixa renda com muitas mulheres e meninas. É um absurdo que meninas pobres deixem de ir a escola por não poderem adquirir absorventes ou outros meios. Que mulheres deixem de trabalhar pelos mesmos motivos. Espero que esse projeto seja aprovado e esse veto derrubado!

titia disse...

Convém a esses desgraçados que as mulheres fiquem presas, isoladas do mundo. A menstruação é só a desculpa. O que querem é manter as mulheres presas, constrangidas, odiando seus próprios corpos e se considerando impuras, porque assim é mais fácil escravizar. Nada que negue direitos e dignidade às mulheres é por acaso.