terça-feira, 30 de novembro de 2021

CORONEL SIQUEIRA NÃO MORREU (AINDA BEM)

1o update em 30/11, 21h. Dez minutos antes de eu publicar meu post, (leia antes, se estiver boiando nessa história), Coronel Siqueira publicou um texto na Carta Capital chamado "A quem interessa matar o Coronel Siqueira?". Primeiro tem uma introdução categórica da Carta: "Jamais alguém chamado Sergio Liotte enviou textos para a revista".

Em seguida o Coronel conta que mora na Espanha e que usou uma conta criada em dezembro de 2019 para estrear o personagem, mas que nunca quis se expor, apenas se divertir, e que sempre recusou pedidos de entrevistas e lives. Apenas aceitou escrever a coluna pra revista. 

E que ontem recebeu um telefonema da sua mãe, assustada depois de ler que o criador do Coronel tinha morrido. Mandou email pra DCM, falou com o Fabrício que, segundo ele, insistiu em saber seu CPF. O Coronel diz que viu um pedaço da live até "a hora que a moça falou que a foto era de um tio. Ali vi que era realmente tudo uma farsa rocambolesca". E desativou todas as suas contas (o perfil @direitasiqueira voltou hoje, junto com o texto, mas ele disse que vai dar um tempo. E deixou um email de contato: 11coronelsiqueira11@gmail.com 

Bom, a mim ele convenceu e eu mudei de opinião de novo. É ele, alguém cujo nome real eu desconheço, e não o Liotte o Coronel Siqueira. Não concordo com o tom conspiratório do seu texto, como se o DCM quisesse derrubá-lo ou expô-lo ou ficar com seu perfil. Creio que o DCM quis fazer o que qualquer site jornalístico quer: dar uma notícia com exclusividade. Também discordo que ontem o Coronel foi "eleito o inimigo da esquerda punitivista, viciada em cancelamentos, agindo sempre como matilhas". O que toda a esquerda fez foi lamentar a morte do Coronel e destacar como ele fará falta. Isso não me parece exatamente um cancelamento. 

Ninguém o viu como inimigo. O personagem Coronel Siqueira é praticamente uma unanimidade -- todos da esquerda gostam. A dúvida era se Liotte, que de fato morreu, e que de fato era marido de Patrícia, era ou não o criador do perfil. E se quem estava continuando com o perfil era o verdadeiro e único Coronel ou um dos cinco colaboradores que a viúva disse que havia. Muita gente não acreditou nela e na versão do DCM. 

Acho também que talvez a situação pudesse ter se resolvido mais rapidamente e sem tanto drama se o Coronel e Fabrício tivessem conversado, se o DCM tivesse perguntado à viúva sobre a foto do perfil (afinal, aquilo é o mais estranho: ela não precisava ter contado a história elaborada do tio comunista), se o Coronel tivesse seguido com o perfil e se defendido, publicando uma versão do texto ontem mesmo, se a Carta tivesse dito ontem o que só disse hoje sobre nunca ter recebido textos do Liotte (a Carta, pra mim, mostrou a mesma dificuldade de se comunicar com os leitores que tem a grande imprensa). 

Pelo que vi, o DCM ainda não se manifestou depois do texto do Coronel. Vi apenas uns tuítes do Fabrício dizendo que estavam respeitando o luto de Patrícia e esperando que ela mostre as provas que disse ter. Meu palpite é que ela não vai mais querer falar disso, e sobrará pro DCM se explicar e, talvez, admitir a barrigada (um erro jornalístico que não é necessariamente resultado de péssimas intenções).

Eu fico feliz que o Coronel não morreu. 

6 comentários:

Luise Mior disse...

Legal que foi resolvida a questão e que o coronel siqueira está vivo. Porém me pergunto porque a Patrícia veio dizer que o Sergio Liotte era o Coronel Siqueira. Obrigada pelas postagens rápidas Lola.

Anônimo disse...

Nossa, que confusão. Estou perdida até agora hahaha...

Anônimo disse...

Hoje o pessoal do DCM fez laive, muito gaguejante, tentando justificar a barrigada com o argumento “li no zap, deve ser verdade.” — Bozo foi eleito assim.

E a Revista Fórum publicou matéria sobre análise de metadados feita por um técnico, que diz ter constatado, com dados públicos da API do Twitter, que a conta do coronel tem todas as características de ser gerida por uma única pessoa.

avasconsil disse...

O personagem nasceu, morreu e ressuscitou, e só hoje com a postagem da Lola fiquei sabendo da existência dele (rs). Quando eu era criança ou adolescente, a televisão tinha o monopólio da fama. Ninguém se tornava famoso a não ser através dela. Ou do cinema. Hoje com Instagram, Twitter, Facebook, Tik-Tok, YouTube, etc., a fama se tornou difusa. E com frequência venho descobrindo um famoso que eu ainda não conhecia. O Felipe Neto mesmo, só fui descobrir que existia por causa daquela polêmica do beijo gay numa revista em quadrinhos, com o qual o Crivella cismou... Em meados de 2018 fiquei decepcionado quando dei um livro da Eliane Brun de presente de aniversário, e a presenteada nunca tinha ouvido falar. Fiquei mais decepcionado ainda quando fiz aula de conversação on-line com uma professora dos EUA, e ela não sabia que a Jessye Norman tinha existido; isso aconteceu em 2019, ano em que a Jessye Norman morreu. Eu jurava que o mundo todo achava a Jessye Norman o máximo... Pois é. Os famosos universais, tipo os Beatles, os Rolling Stones, Cher, Madonna e Barbra Streisand, não existem mais. Vida que segue, como diria o Ricardo Kotscho. O jeito é ir levando um dia e um famoso de cada vez.

Anônimo disse...

Parece-me que o que aconteceu foi o seguinte:

- Uma pessoa chamada Sergio Liotte ganhou apelido de Coronel Siqueira por se parecer muito com a imagem do perfil humorístico.
- Um repórter distraído, que por acaso fazia parte de um mesmo grupo de Uatiçap que o Sérgio, queria entrevistá-lo em laive do DCM.
- O trote: Sergio aproveitou a confusão para pregar uma peça no repórter: disse que não tinha tempo, e que nem estava tão envolvido com o Coronel Siqueira, até tinha passado o perfil para outras pessoas "do Sul" gerenciarem; e ainda teve a criatividade de inventar que a imagem era a foto de um tio comunista falecido em 2018, etc. O repórter acerditou.
- Nesta semana, quando Sergio morreu, o repórter procurou a viúva para fazer uma matéria (e uma laive de homenagem).
- Ela aceitou participar da laive, mas parecia não ter nenhuma familiaridade com o perfil humorístico Coronel Siqueira; não disse nada que mostrasse intimidade com o perfil.
- Parece que foi o repórter quem a convenceu de que o marido era de fato criador do Coronel Siqueira, porque as únicas informações que vieram à tona foram exatamente aquelas do “trote”: colaboradores do Sul, foto do tio comunista. Nenhuma foto de família, nada sobre o cotidiano do perfil. Insinuações de que a conta foi “roubada”, etc.
- O nível de agressividade dos apresentadores da laive foi chocante.

- Já o verdadeiro autor do perfil fez um texto publicado na carta capital com algumas imagens de gerenciamento da conta de tuíte. Depois, fez uma laive de tuíter em que acrescentou outras informações. Embora, em tese, alguém que tivesse “roubado a conta” pudesse ter acesso a essas informações, a versão fazia sentido inclusive nos detalhes, e acrescentava dados que pudessem ser checados.
- Em contraste, do outro lado, por exemplo, alguma contraprova, talvez outra “foto do tio comunista”, nunca apareceu; não apareceu nenhum amigo ou parente que tivesse nada a dizer para esclarecer as coisas.
- Em nova laive, o DCM passou, de maneira gaguejante, mas ainda arrogante, a tratar o repórtes como se fosse fonte, e não jornalista. Ele mostrou a mensagem de Uatiçap em que Sergio Liotte pregou a peça no repórter. E algumas mensagens do grupo, em que ninguém contradisse a matéria sobre Liotte ser criador do Siqueira. Mas também não apareceu nenhuma mensagem, nova nem antiga, em que alguém do grupo confirmasse crer que ele era o autor. (Como o criador do Siqueira é anônimo, quem poderia dizer que sim ou não?)
- O repórter reconheceu que a imagem do Siqueira realmente é criada por inteligência artificial, descartando a história do tal tio comunista.
- Mas não reconheceu que a história toda que tinha contado era falsa.
- A viúva de Sergio se recolheu; parece que ela foi levada a erro pelo repórter; Sergio Liotte certamente nuna imaginou que aquele trote fosse levar esposa e filhas a esse enorme constrangimento, e justamente no pior momento possível para a família.


- Por que o DCM continua a insistir no erro, mantendo no ar matérias falsas, com títulos sensacionalistas, após ficar evidente que a sua versão não se sustenta?
- Acho que um componente é psicológico: arrogância e vergonha.
- Mas deve haver outro motivo, pois maior vergonha é ser reconhecido como mentiroso.
- Suponho que haja um componente no comportamento de manada: quem viu o que aconteceu vai ver qualquer publicação do DCM com maiores cautelas; quem dava dinheiro ao DCM provavelmente suspendeu as contribuições por ora. Apenas quem é torcedor fanático deve estar mandando dinheiro ao DCM: mas quando esse público perceber que tudo foi uma enorme barrigada, grande parte vai cair fora. Receio que o DCM tenha entrado num ciclo vicioso: quer manter o que lhe resta em detrimento da verdade. Como fazer para recuperar sua imagem pública? Por que reconhecer o erro não é uma opção, pelo menos até agora?

Anônimo disse...

Eu mesma era inscrita e repassava muito link deles como fonte, apesar da agressividade e da cafonice (o que é aquele quadro "essencial"? Aaafff), aparentavam ser sérios quanto a construção das matérias. Mas depois que o Joaquim de Carvalho saiu e foi atacado por eles e deste surto do tal Fabrício, larguei de mão. A única que me faz parar para ouvir um pouco é a Sarah Beviláqua e os comentaristas externos que participam de outros portais. A equipe dcm em si? Não.