Meu querido Flávio Moreira me enviou um artigo que ele traduziu. Foi publicado no jornal britânico Independent e escrito por Kashmira Gander.
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Ainda assim, falar abertamente sobre as dificuldades da maternidade ainda é um tabu, e admitir que se arrepende por ter tido filhos é considerado passar dos limites. Um estudo preliminar feito com 23 mães pela socióloga Orna Donath, da Universidade Ben-Gurion, em Israel, recentemente desencadeou um debate feroz ao destacar que um número desconhecido de mães se arrependeu de dar à luz, e tentava distinguir entre ambivalência e puro arrependimento.
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"Amo meus filhos. Odeio minha vida". |
Uma mãe (que não trabalha fora) de uma criança de 7 anos de idade e de um de 4 escreveu que ela tem "grandes arrependimentos”. "Eu os amo, mas não sou feliz. Eles tiraram toda a minha liberdade, não posso ter um emprego, meu marido mal ganha o suficiente para as férias. Eu era comissária de bordo, livre como um pássaro antes de ter filhos. Agora só faço os intermináveis trabalhos domésticos".
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"Sinto que minha maravilhosa vida foi virada de cabeça para baixo. Ainda não me sinto uma mãe. Sinto tanta falta da minha antiga vida que me dá vontade de sair de casa e abandonar meu marido e meu filho".
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Outras mães escreveram como seu arrependimento se resume ao pai de seu filho. Uma dessas mulheres escreveu no site de perguntas e respostas Quora que ela queria ter um bebê "desesperadamente", mas, em parte, achou a maternidade dura quando percebeu que seu marido tornou-se um "mentiroso compulsivo, abusivo e controlador".
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Robin Simon, professora de Sociologia na Universidade de Wake Forest, especializada em efeitos sobre a saúde mental de pais e mães, diz que é difícil admitir tais emoções porque elas "desafiam as normas sociais sobre a santidade da maternidade".
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“É completamente normal sentir-se arrependida, estressada, cansada, entediada e frustrada", diz ela, acrescentando que a aparência de que outras mulheres estão levando a maternidade "como sopa no mel" pode ser enganadora, já que as pessoas se sentem culpadas por admitir seus verdadeiros sentimentos.
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