quinta-feira, 28 de maio de 2015

GUEST POST: TER FILHOS TRAZ FELICIDADE

A Marina me enviou este relato pra contestar um post antigo que escrevi:

Li o texto que você escreveu, "Mentiram para mim: ter filhos não traz felicidade" e gostaria de te escrever o que penso, baseado na minha experiência de vida.
Quando eu era mocinha (hoje tenho 32 anos), eu não gostava de pensar muito em casamento e nem em filhos, era a que dizia que casaria mais tarde da turma, e a única que dizia que teria apenas um filho.
Por fim eu engravidei do meu primeiro namorado, fui a primeira a casar e a primeira a ser mãe. E para uma menina que teve seu primeiro namorado aos 17 anos, isso foi um choque para toda a família.
Eu contei para minha mãe, que contou para meu pai, que ficou dois meses sem falar comigo, mas depois me perdoou. Aguentei frases ofensivas da minha mãe até completar três meses de gestação e casar.
Morei um ano e meio de aluguel, e depois me mudei para uma casinha, no quintal da minha sogra, "um presente de casamento para o jovem casal". Eu e meu marido éramos universitários quando eu engravidei, eu cursava o terceiro semestre de Fisioterapia e tinha acabado de pedir as contas do meu primeiro emprego (operava telemarketing). 
Meu então namorado casou comigo, e assumiu de cara uma garota da mesma idade que ele, universitária, desempregada e grávida. Ele saía de casa as 6 e pouco e só voltava depois da meia noite. E por assim foi a rotina por seis anos. 
Eu estudei até o oitavo mês de gestação e emendei férias com o parto, depois passei um semestre em casa e depois voltei normalmente aos estudos.
Me tornei uma aluna muito melhor depois da maternidade, de medíocre para a segunda melhor da sala, uma sala de jovens solteiros e bem providos financeiramente pelos pais. E eu pobre, dona de casa e mãe de bebê, e superei a todos nos resultados acadêmicos.
Consegui isso me amparando em toda ajuda que podia, de mãe, sogra a babá, tia, vizinha, etc. E da mesma forma que me formei, dei continuidade a tudo que gostava de fazer antes. Sair com o marido, cinema, sair com as amigas. Eu não me limitei e nem me restringi. Eu era jovem e não tinha vergonha de pedir favor para as avós. 
Foi difícil, hoje eu sei, mas eu me surpreendo ao perceber de como fiz parecer fácil.
Eu amei minha filha no momento que descobri que estava grávida. Ia e voltava de ônibus para a faculdade, carregando muitos livros, e achava fácil, ia em pé, ninguém me dava lugar.
Ser mãe foi uma experiência fantástica. Se os filhos trazem felicidade, sim trazem sim, e trazem também muitas contas, dívidas e preocupações. O que posso te dizer é que compensa. Mas por que compensa? Como explicar isso?
Caso você já tenha tido um filho, você já descobriu, mas caso não tenha tido eu vou tentar te explicar. Quando a gente tem um filho, a gente passa a amar outro ser, mais do que a gente ama a nós mesmos. O sentido da vida muda. Eu me tornei uma aluna melhor porque comecei a levar a sério a faculdade, pois vi nela uma forma de conseguir melhorar a minha vida financeira e desta forma dar uma qualidade de vida melhor para minha filha, que ainda não tinha nem nascido.
Depois que a gente passa a amar tanto um ser assim, a vida muda, mas a gente pode ser e manter coisas que fazíamos antes, tudo dependerá do apoio que recebemos e se estamos dispostos a aguentar certas coisas. É um jogo de ganhos e trocas. De escolhas.
Eu levei dez anos para ter outro filho, um menino, e nesta segunda gestação tudo foi diferente. Nesta eu planejei, nesta eu estava 10 anos mais velha, e nesta eu já tinha perdido a prática de cuidar de bebê e de tudo que temos que abrir mão quando temos um filho pequeno. 
Meu filho nasceu com refluxo, teve terror noturno e tem até hoje dermatite atópica, e com eles as coisas foram diferentes. Eu me limitei muito. Mas volto a falar, é um ser que a gente ama mais do que amamos a nós mesmos, então como imaginar nossa vida sem eles? Só enquanto a gente não os tem, depois que temos não tem volta, e não queremos que tenha. 
Os filhos em si trazem felicidade. Agora, se ser mãe torna a nossa vida mais feliz, vendo por um contexto mais complexo, eu não sei te dizer, se completa algo, também não saberia dizer, pois não tive tempo de sentir esta sensação de que falta alguma coisa como alguns casais sem filhos falam. 
Agora uma coisa eu sei, a natureza chama, acho que tudo isso é instinto. Instinto de perpetuação da espécie. Ele que gera este imenso amor, sensação de que vale a pena apesar de todas as dificuldades, e de que no final o percurso compensa.
Sendo mais fria e calculista, os filhos precisam se virar e cuidar dos pais quanto estes ficam velhos. 
Minha mãe juntamente com os dois irmãos estão fazendo "vaquinha" para pagar a clínica que minha avó reside. O mesmo ocorreu com o meu pai: ele e o irmão pagavam uma clínica para minha avó residir. E a avó do meu marido é idosa, mora sozinha, e os filhos revezam as visitas para que ela não fique só e tenha tudo que precisa, pois seu marido já faleceu. 
Filhos, quando crianças e adolescentes, trazem muitos gastos financeiramente falando. Mas no futuro eles entram com o retorno, a ajuda que os pais precisam, nem que seja de amor e carinho ou atenção. Mas em algum momento precisarão entrar com algum tipo de suporte, pois todo mundo envelhece e nem todo mundo tem o privilégio de viver são e independente até o último suspiro.
Ter filhos é uma experiência única, incrível, difícil, compensador. Ver os filhos crescendo, se desenvolvendo, não tem preço que pague. Mas quem fala que tudo são flores está mentindo.
Tem muitos casais que não estão bem e resolvem ter filhos, com toda certeza não dará certo, pois vários desafios serão acrescentados na vida de um casal que já não estava bem. Mas um casal que está firme e forte, e de repente sente que a hora chegou, acho que pode ser uma experiência muito positiva e que acrescentará.
Bom, desculpe o livro, espero que você tenha gostado.
Cada um escolhe se quer ter filhos ou não, e não sei o quanto isso irá acrescentar ou subtrair na vida de cada um, e nem se trará felicidade.

Meus comentários: Marina, continuo convicta na minha decisão de não ter filhos. Agora estou velhinha, vou fazer 48 anos, então mesmo que eu quisesse, não poderia mais. Mas não quero, nunca quis, e não me arrependo nem um pouco. Não acredito em instinto materno. Eu tive muita sorte. Decidi cedo que não teria filhos, encontrei um homem lindo com o mesmo desejo que eu, e conseguimos não engravidar. 
Não temos medo do futuro. A vantagem de não ter filhos é que se economiza bastante. Com esse dinheiro poupado, poderemos nos manter na velhice e na doença, espero (infelizmente, filho não é garantia que alguém cuidará da gente mais pra frente. Há inúmeros casos em que os filhos não ajudam). 
Acredito sim que filhos podem trazer felicidade. Meu post de cinco anos atrás foi mais uma provocação, baseado num artigo interessante cheio de dados que desmentiam o clichê de que ter filhos é uma maravilha. Você sofreu bastante preconceito por ter engravidado cedo e sem planejamento. Eu, como uma mulher que não tem filhos, sofri pressão constante para tê-los. Pressão que meu marido, por ser homem, não sofreu. 
E a pressão se dá através do senso comum de que eu sou uma mulher incompleta e infeliz por não ter cumprido minha missão na vida, minha plenitude como mulher. Balela. Eu me sinto muito completa e feliz. Conheço várias mães e pais incríveis, e as admiro pelo amor incondicional que dedicam aos rebentos. Mas essa não foi minha escolha. E eu tive o privilégio de poder escolher.

228 comentários:

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Anônimo disse...

Eu sou mãe, amo meus filhos, e detesto o papel de mãe. Tenho uma irmã mais velha que não tem filhos, e a família vive pressionando. Nós não nos damos muito bem,mas se tivéssemos mais intimidade eu diria: Issaí minha querida, tu que foi esperta, seja feliz!! Ser tia é muito melhor do que ser mãe, a tia fica só com a parte boa!

Anônimo disse...

Grande parte da "paixão" dos pais pelos filhos, especialmente da mãe, é bioquímica basicamente. Tem muita fantasia nisso aí, nessa romantização da maternidade e até é meio exigido que toda mãe realmente seja "louca" pelo filho, mesmo que na realidade ela não seja. Do pai não se cobra nada e quando faz um pouquinho, nooooooooooooooossa pai do ano.

Juba disse...

Lolinha, tudo bem?

Tem um gráfico, infelizmente não achei, mas coloca a nossa vida sem filhos oscilando entre "joy" e "pain" ordenadamente, e outro representando a vida com filhos, em que as oscilações são extremas... Acho muito real.

Eu amo minhas crianças (você já as viu em uma noite de autógrafos), gosto de ser mãe, mas não o tempo todo. Concordo com quem disse aí em cima que ser tia é muito mais legal.

Nunca sofri pressão para ser mãe, mas sentia essa necessidade, uma espécie de incompletude na vida, e não pessoal ou física. Tenho plena consciência de que a maioria não sente isso e que não é para qualquer um. Sou a primeira a dizer para quem não quer ou não tem certeza se quer ter filhos: não os tenha. Limita pra caramba mesmo. E o que é o lado bom para mim pode não ser para você.

Quanto à velhice, penso que posso não dar carros e apartamentos para as crianças quando crescerem (meus sogros puderam), mas que se maridão e eu não dependermos delas, já será muito bom. Que tenhamos dinheiro para nos sustentarmos e contratar ajuda se precisarmos, sem sobrecarregar as crianças.

Tive filhos não tão cedo quanto a moça do post, mas em uma idade menos comum hoje em dia, e não me arrependo. Significa carreira mais tardia, menos grana, mas significa também que, quando as crianças tiverem filhos (se quiserem, claro), não vão estar preocupadas com os pais muito idosos e provavelmente poderemos ser parte da rede de apoio. Tenho amigas que são filhas de mães mais velhas e também optaram por isso, e agora estão em dificuldades entre cuidar de bebês e dos pais idosos, acho uma barra pesada.

Zrs disse...

Tem gente precisando ler "o mito do amor materno".
Só para constar, o tal "instinto" explode assim que começamos a menstruar e estamos aptas a gerar até a menopausa chegar (tendo filhos todos os anos), idem para os homens quando chegam na puberdade (até a velhice), todo o resto, absolutamente todo o resto, é cultural!

Gle disse...

Não tenho vontade de ser mãe. Nunca tive. E não engravidaria ou adotaria uma criança porque a sociedade está me pressionando. Dizem que eu vou mudar de ideia depois que minha irmã engravidar, mas duvido muito. Ela mora na cidade vizinha à minha e quando nos vimos, é na casa da minha mãe. Não temos muito contato, logo, depois que ela tiver um filho, duvido que mude algo.
Quanto à ter filhos para cuidar de você na velhice, é balela. Minha mãe disse que a única coisa que ela se arrependeu foi de não ter tido outro filho antes de meu pai falecer pq pelo menos agora "teria alguém ao lado dela - morando com ela, no caso). Falei pra ela que filhos não é garantia de nada. E não é mesmo. Obviamente que eu jamais abandonaria minha mãe, mas conheço casos de filhos que não estão nem aí! E outra, eu vou deixar de viver o hoje pra pensar que eu vou envelhecer e não ter onde cair morta? Não! Eu vou viver ao máximo, pq não sei nem se amanhã estarei aqui.
A vida passa muito rápido e temos que ser felizes a nosso modo. O que traz felicidade é o que te faz bem. Com filhos ou sem!

Anônimo disse...

Lola, você vai comentar a respeito do adolescente de 14 anos que molestou a professora na Biblioteca da escola, sem que ela pudesse reagir?

Unknown disse...

Olá Lola e Marina.

Marina eu fico feliz que ate agora somando as percas e ganhos a sua experiência com a maternidade tenha sido positiva. Mas mas mas você não pode medir a experiência que outras mulheres tiveram com maternidade com base na sua experiência pessoal com isso.

Torço para que a sua experiência com a maternidade seja boa sempre, mas tenha maturidade e entenda que a sua experiência pessoal, assim como a experiência de outras são apenas experiências pessoais, que refletem apenas realidade pessoal que cada uma tem.

Bom dia

Anônimo disse...

Jonas, nunca pensei que fosse capaz de dizer isso na vida, mas concordo inteiramente com vc.

Leila

Raven Deschain disse...

Moça, vc foi muito, mas muito privilegiada.

Eu não pude contar com ngm. Era o fofelho e eu. Minha mãe é incapacitada e a mãe do pai do meu filho, nem conheço. Não tinha amigos nem parentes qud ajudasse.. Trabalhava numa empresa que me pagava 500 reais. Pra deixar ele com uma babá seria cobrado 300 reais. Aí ele teria babá mas não teria comida, nem roupas, nem brinquedos. ¬¬

Amo meu filho. Mas odeio ser mãe. O papel de mãe. As cobranças. Gente te dizendo como vc deve educar. Odeio ter colocado no mundo alguém tão frágil, tão exposto.


Causo engraçado: um belíssimo dia das mães, uma amiga (linda, ruiva, maravilhosa), catou o filho e foi ao mercado. E devido o dia, estavam dando rosas na porta desse mercado. Ela viu uma mulher mais velha receber, sem estar acompanhada de nenhuma criança, mas quando ela entrou, não recebeu. Ficou louca! Olhou pra pessoa q entregava e disse: POR ACASO EU NÃO TENHO CARA DE MÃE?? TENHO QUE SER MAIS VELHA OU MAIA GORDA OU MENOS RUIVA PRA SER MÃE?

Euri. Ela realmente não entra no estereótipo. Nem eu.

Ainda bem.

Anônimo disse...

"Quanto à ter filhos para cuidar de você na velhice, é balela. "

Balela mesmo, só perguntar para os meus pais. Tenho certeza que eles se arrependeram de terem tido só uma filha rsrsrsrsrsrs ninguém mandou não me tratarem direito, agora que se virem. Cuido não, nem com dinheiro, até porque não tenho.

Anônimo disse...

Atrás de um velho abandonado no asilo quase sempre tem um filho com ótimas histórias pra contar.

Zrs disse...

Conheço bons pais, sem grande problemas com filhos, que agora na velhice estão sós, longe dos filhos, não por maldade ou algo assim, mas pelas circunstâncias da vida (filhos morando em outros países, casados, etc, etc). Filho não é previdência, não mais.

Zrs disse...

Aliás, tem um belo livro intitulado "A Bela Velhice" da antropóloga Miriam Goldenberg, em que ela aborda, a partir de uma vasta pesquisa com quase dois mil idosos (a maior parte deles com formação superior, estabilidade financeira e tal) que não são os filhos e netos que fazem companhia ou dão suporte nessa fase da vida, pasmem!, são os amigos e a rede que eles puderam construir ao longo da vida que propiciam o apoio necessário (ida a médicos, lazer, conversas, amizade, etc). Vale muitíssimo a pena a leitura, para mães e não mães.

Anônimo disse...

Mas é lógico que para algumas pessoas, apesar das dificuldades, ter filhos é uma experiência incrível. Isso é inegável. Eu tenho um pequeno sobrinho, meu irmão e a minha cunhada estão tendo muitas dificuldades, mas amam ser pais e levam tudo com leveza. Eles planejaram e QUISERAM MUITO aquela criança. Mas eu nunca vi eles tendo expectativas irreais sobre o que é ser pai e mãe.

O que eu detesto é essa chorumela de que TODA mulher só é completa depois dos filhos. Esse mundo de unicórnios cor de rosa correndo em pastos verdejantes onde o sol nunca para de brilhar. O mito da maternidade e esse "instinto" citado no texto é uma falácia que até a pouco tempo não existiam. Alguém aí já disse, mas de boa - leiam O mito do amor materno da Elisabeth Badinter (aqui o pdf online pra download: http://www.redeblh.fiocruz.br/media/livrodigital%20%28pdf%29%20%28rev%29.pdf)

Eu acredito que a sacralizar a maternidade é extremamente danoso para TODAS as mulheres - mães ou não. Sempre foi a forma mais eficiente de mantê-las no seu "devido lugar". Tentar alcançar essas figura mítica da mãe tem o mesmo efeito da busca pelo corpo perfeito. Aquelas que não alcançam ou que escolheram não entrar nesse vórtex de insanidade devem ser constantemente perseguida e humilhadas por todos ao seu redor pra ver se "toma jeito".

Jane Doe

B. disse...

Raven, por curiosidade, e onde ficava o pai do seu filho nessa história?

Raven Deschain disse...

Gente, vou falar de Stephen King de novo (sério, sou fã, tenho até tattoo). Naquele Insônia, que eu disse outro dia, os protagonistas são um casal de idosos. O comentário dx Zrs me lembrou uma passagem do livro. Nenhum dos dois teve filhos com seus respectivos cônjuges. E o Ralph fala bem isso. Que não sente falta de filhos. Pq ele tem amigos. E é assim que eu prefiro pra minha vida. Não quero meu filho cuidando de mim na velhice, por obrigação social, credo. Quero ele perto por amor.

Raven Deschain disse...

Em lugar nenhum, B. O desgraçado fez aborto social.

Sumiu.

Anônimo disse...

Quanto a esse necessidade de reproduzir que de repente surge do nada, eu só tenho algo a dizer:

Eu tirei as pilhas do meu relógio biológico e coloquei no meu vibrador!!!!
o/ o/ o/ 0/


Jane Doe

Anônimo disse...

Lola, adorei sua resposta, mas o post em si achei meio inútil... Afinal, vir aqui pra dizer que teve filhos e está feliz não agrega em nada... É o que é esperado socialmente de nós mulheres, oras.

Anônimo disse...

Eu acho que um ponto importante para discutir sobre a maternidade é o aumento da opressão social que a mulher sofre após virar mãe.
Eu vejo as meninas se libertando (muito pouco ainda mas uma evolução gradativa nas últimas décadas) das imposições de conduta, roupas e etc...mas quando viram mães vem um pacote bem pesado de cobranças sociais que, camuflado pela "divindade da maternidade", é menos identificado e questionado.
Eu senti isso na pele: fui uma jovem bastante libertária e contestadora mas, após a maternidade, me anulei em função dos filhos e achei isso "natural":(
Demorei para me dar conta que não é natural não!
E agora vivo numa luta diária para não cair nessa armadilha!
Beatriz

Anônimo disse...

Concordo completamente!
Beatriz

Anônimo disse...

Acredito que sim filhos podem trazer sim felicidade, a quem os deseja... Eu não tenho filhos mas fico imaginando como seria vc não desejar e msm assim td mundo afirmar que aquilo é "sua missão" de vida... vi o caso da moça que espera gêmeos siameses sem chance de sobrevivência e está tentando abortar e não consegue... é tortura psicológica.
Gerar um filho é uma função mto glamurizada, td mundo imagina o ser fofinho, careca e risonho, mas e os contratempos, e se ele não for o que vc sempre sonhou?
Eu não tenho filhos e não gostaria de gerá-los, um dia talvez adotá-los, minha mãe é uma mãe maravilhosa e minha irmã tb, mas se elas ficam 5 minutos sozinhas (sem o filho) são indagadas como deixam os filhos por aí??? (as crianças estão na escola ou na casa da madrinha)...
E me incomoda muito qdo a autora do post fica falando sobre cuidar dos pais na velhice, de vdd eu vejo essa cobrança pras filhas e mto pouco pros filhos... Filho não é poupança nem aposentadoria... Vc gerar uma vida com o objetivo de comprometê-la desse jeito, me parece absurdo e egoísta...

Acredito que há sim pessoas que se realizam com filhos e outras não...isso é de cada um é totalmente pessoal e intransferível... Não pode ser imposto e tem que ser feito com responsabilidade...

Anônimo disse...

Kkkkkk....que ótimo! !!!

Thomas disse...

Não convenceu ninguém com esse texto. Todo mundo que tenta explicar as coisas boas de ter um filho falha miseravelmente, já notaram? São sempre coisas vagas como a "felicidade", "se sentir completa" e sempre terminam com um "só quem tem filho vai entender."

Não.

Isso que vocês sentem quando tem filho é o cérebro de vocês manipulando vocês. Porque se vocês analisarem a situação racionalmente e perceberem o que acabaram de fazer, vão se arrepender de terem tido o filho e vão jogar ele no lixo igual muitas mães fazem. Claro, jogar o filho no lixo é uma atitude deplorável, mas é totalmente racional e compreendo o sentimento por trás disso.

O que você citou sobre ficar velho e ter filhos pra cuidar de você é um absurdo tão grande que me dá até uma certa raiva de ter que responder isso. A razão pela qual seus avós precisam dos filhos pra cuidar deles é porque eles gastaram todo o dinheiro que tinham criando esses filhos. Não tivessem jogado tanto dinheiro fora, teriam grana sobrando pra pagar excelentes cuidadoras e enfermeiros, talvez poderiam até se hospedar num spa de luxo pra velhos e teriam uma velhice muito mais feliz, ao invés de acordar todo dia sabendo que são uma pedra no sapato dos filhos, que preferiam não ter queimar dinheiro cuidando de velho.

Fato é que feliz mesmo é quem não tem filho. Eu acordo todo dia sentindo o sabor da liberdade. O mundo é meu e posso fazer o que quiser, a vida é minha e tenho controle dela. Se eu quiser largar tudo e fazer uma volta ao mundo? Tranquilo. Mudar de curso na faculdade? Sem problemas. Abandonar o emprego porque eu não gosto das instalações do banheiro da empresa? Demorou. Posso sair numa quarta-feira e encher a cara, posso experimentar drogas, posso fazer orgias, posso pintar um quadro, escrever um livro, me trancar uma semana em casa e zerar GTA. A vida sem filhos é muito melhor, não tem nem comparação, posso passar o dia todo aqui falando das vantagens.

E tem mais uma coisa: fazer um filho é o maior crime que você pode cometer. Você está condenando um ser à mortalidade, à dor da consciência humana. Seu filho não pediu pra nascer. Você foi egoísta e condenou ele a uma existência de dor. Mesmo se você for rico, é um crime condenar um ser inocente à existência. Imagina toda a dor que o filho vai sentir durante a vida, todos os desconfortos, incertezas, corações partidos, doenças, inseguranças, vai ter que ver o próprio corpo ficando velho e podre, vai ter que aceitar a morte, o fim da consciência. Ah, sem contar que vai ficar a vida toda ajudando a destruir a natureza, consumindo animais, lotando metrôs, ônibus, as cidades.

E tudo isso enquanto existem 150 MILHÕES de órfãos no mundo. CENTO E CINQUENTA MILHÕES DE ÓRFÃOS e vocês preferem parir mais gente inútil que o mundo não precisa. Isso é o cúmulo do egoísmo humano, não existe nada mais egoísta que isso, é mais um dos inúmeros motivos que me dão nojo da raça humana.

Eu vou fazer igual a Madonna e a Angelina Jolie, se eu tiver boas condições de vida daqui a 15 anos, vou adotar um monte de pirralho. Vocês podem me xingar o quanto quiser, mas o fato de eu ser vegano e no futuro adotar um monte de fedelho, cachorros, gatos e vacas já me tornam muito superior moralmente do que a maioria de vocês feministas, que consideram uma boa ação compartilhar meme feminista no facebook.

B. disse...

Só eu que notei ela falando que contou com a ajuda de pessoas, e essas pessoas eram SÓ mulheres? Ou seja, quem ajudou fora, avós, tias, a sogra...e os homens nessa história?

Eu acredito que a maternidade para nós, mulheres, seria bem mais tranquila se os homens fossem pais/avôs/sogros mais participativos.

Anônimo disse...

O problema não é ser ou não mãe. ...
O problema é como as mães e as que decidiram não o ser são tratadas pela sociedade: sempre com opressão!!!

Anônimo disse...

Pois é, foi isso que eu disse acima.
E o pior: a opressão, na maternidade, vem camuflada pela "divindade" de ser mãe.
Beatriz

Anônimo disse...

Ô Thomas, a discussão não diferenciou em momento algum a maternidade biológica da por adoção! Se liga!

Crl disse...

Algo que sempre pensei é que.filhos não é pra todo mundo.São poucos os que tem o suporte emocional para isso.Biologicamente falando mesmo, são poucas as espécies feitas para que todos os indivíduos se reproduzam, a preservação das espécies se.dá por seleção e reprodução de alguns poucos selecionados. Então ponto, nem todos deviam ter.filhos.
O problema é que temos toda essa cobrança, e essa fantasia que se criou em cima disso. Antigamente até que fazia sentido, no ponto de vista biológica, por altas taxas de mortalidade, a natalidade teria de ser alta.Mas no mundo que.vivemos hoje, não faz sentido
Trazer um novo ser ao mundo é uma grande responsabilidade, e não deve ser uma decisão pautada em egoísmos, como geralmente é.
Filhos são para o mundo e não para os pais. São seres humanos completos e individuais, não uma forma de previdência.

Crl disse...

E sobre a discussão, se eles trazem felicidade ou não. Bem, uma vez vi uma comparação muito interessante; se alguém te pressionasse a usar maconha. Você diria que não quer, e a pessoa responderia que é muito bom, gratificante e que vale o preço que você tem que arcar para ter, você responderia que entende os lados positivos, acredita que para algumas pessoas faz bem, mas que você não quer, não gosta, não quer essa experiência na sua vida, então a pessoa diria que.você só não quer agora, porque nunca provou.O que em si é verdade, se você tentasse provavelmente gostaria, mas é justamente por isso que você nem tenta.
É claro, quase qualquer um vai amar seu filho, incondicionalmente até. Mas por isso que se reflete o assunto primeiro, assim se você percebe que é algo que não lhe serve, não lhe cabe, você evita. Se você experimentar você vai gostar, então se pesa os prós e contras e se você se achar apto pode fazer, mas se não for, não faça.
Mas parece uma ofensa dizer isso, que ponderou e optou por nem tentar.

Anônimo disse...

Como ela pode ter 32 anos e ter tido um filho 10 anos apos o primeiro??? Sendo q ela diz que engravidou com 17 ou 18 anos?
Ham fake detected?

Anônimo disse...

O desgraçado fez aborto social.

Desgraçado escolhido por vc.

Tinúviel disse...

Moça, seu post é todo equivocado. Não é porque a sua experiência foi boa que a de todas será. Muito mais sororidade, por favor.

Anônimo disse...

Acredito que a intenção da moça que mandou o texto foi apenas criar um contra ponto ao que é muito falado aqui que se resume basicamente a TER FILHO É UMA MERDA.
Ai vem um monte de gente super na defensiva criticar um texto que não atacou ninguém, apenas mostrou o outro lado, esses comentários na defensiva são muito suspeitos, porque veja, na boa, se vc tá tão bem resolvido em não ter filhos porque ficar de mimimi com quem claramente acha isso uma ideia fantástica?
Eu tenho vontade de ter filhos e acho que será super bacana, eu não idealizo nada, filho não vai ser bebe fofinho pra sempre, ele será uma pessoa autônoma que poderá decepcionar em algum momento, tem os gastos, tem uma série de coisas, mas EU ACHO QUE DEVE SER LEGAL PACAS, e acho que tudo bem várias pessoas não quererem isso, cada um sabe da sua vida, só acho super estranho toda vez que tem texto sobre maternidade choverem comentários na defensiva, tipo esse texto foi super leve, não problematizou nada só trouxe outra visão e tem comentário até desacreditando da felicidade da autora não entendo mesmo, então tmbm posso desacreditar dessa felicidade toda que as pessoas sem filhos dizem sentir.
Em um texto aqui no blog da Lola uma moça comentou que tinha certeza que todas as mães eram infelizes e que apenas mentiam, que ela via a tristeza nos olhos de todas, sinceramente muito estranho tudo isso.
Pra que ficar na defensiva se está tão bem assim que sua decisão?

Soraia

Anônimo disse...

Tinúviel
Então para a pessoa ter sororidade ela tem que esconder sua experiências?
Ela não fala que a maternidade é para todas, nem que todas serão felizes, o que eu entendi do texto é que PODE SIM SER BOM TER FILHOS
Me diga aonde afirmar isto é falta de sororidade?
Então uma mulher não deve nem ter filho, pois é falta de sororidade com as que não podem/não querem.
Mundo doido esse viu

Soraia

Zrs disse...

Soraia,

É porque socialmente falando, a mensagem mais pregada na nossa sociedade é a felicidade infinita da mulher em ser mãe, e olha, para muitas, muitas mesmo, isso tá longe de ser uma realidade. O espaço do blog da Lola é um dos únicos, até mesmo no meio feminista, que põe em xeque essa questão.

Zrs disse...

Põe em xeque no sentido de abrir espaço para outras realidades, outras visões que não as mais comuns presentes na sociedade.

Crl disse...

Ah, e que o Thomas é um tosco, todas sabemos, mas numa coisa tenho que concordar com ele.
Também acho o ato de ter filhos biológicos uma das coisas mais egoístas. Condenar um ser inocente a viver nesse mundo violento e injusto só pelo capricho de ver seu rosto em outra pessoa.
Mas nós nos permitimos tantos egoísmo, esse ao menos, quando feito direito, não machuca ninguém

Anônimo disse...

Teve um com 17, outro com 27, e agora tem 32.
Qual é a questão mesmo???

Anônimo disse...


er...

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Anônimo - 28 de maio de 2015 13:07
Como ela pode ter 32 anos e ter tido um filho 10 anos apos o primeiro??? Sendo q ela diz que engravidou com 17 ou 18 anos?

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17/18 + 10 = 27/28... Bota um pouco a mais pela gravidez... Uns 29? O segundo filho tem uns 3 anos já.
Qual a dúvida?

Anônimo disse...

Anônimo as 13:26
É que a pessoa que comentou não sabe fazer conta kkkkkkkkkkkkkkk

Anônimo disse...

A dúvida do anon das 13:07 é:
aonde é a aula de matemática???
Kkkkkkkkk

Anônimo disse...

"O que eu detesto é essa chorumela de que TODA mulher só é completa depois dos filhos."

A coisa que mais tira poder de uma mulher na sociedade patriarcal é ter filhos. O oposto do empoderamento.

Não é à toa que a tal da maternidade é tão glorificada - só ela, a paternidade entra, se entrar, somente em âmbito financeiro no que diz respeito às cobranças sociais. O pai que faz menos que o mínimo já é visto como herói, em vista dos milhares que nem fazem esse mínimo.

Mulher com filho tem a empregabilidade reduzida (aliás, só por ser mulher, pelo "risco" de engravidar), fica mais facilmente presa a uma relação por questões financeiras, ela que tem que correr na justiça atrás de pensão e os caralhos (lembrando que ação de pensão alimentícia não tem efeito suspensivo na vida da criança, ou seja, até o juiz determinar - e só a partir daí que ela é exigível - o moleque vai ter que comer), a cobrança social em cima de uma mãe é gigantesca, mãe não pode namorar, mãe não pode sair com as amigas, mãe não pode um monte de coisas.

Reparem como as grandes religiões monoteístas tratam a coisa da maternidade, E APENAS DELA. Tudo isso faz parte do esquema de manter mulheres sob controle.

É bom que isso comece a ser falado e que essa conscientização seja oferecida às pessoas, porque precisa mudar. Por que que mulheres nulíparas são vistas da forma como são, por que existe tanta pressão sobre elas, já pararam pra refletir sobre isso?

Anônimo disse...

"Vocês podem me xingar o quanto quiser, mas o fato de eu ser vegano e no futuro adotar um monte de fedelho, cachorros, gatos e vacas já me tornam muito superior moralmente"

Olha o que a falta de B12 faz no cérebro de uma pessoa hahahahaha tadinho do ómi

Anônimo disse...

Alguma mãe com crítica e que escreva bem, por favor, escreva um post sobre as cobranças que as mães sofrem. Vi uns comentários nesse sentido (da Beatriz e da anon de 12:47) mas acho um assunto muito importante (e pouco discutido) para o feminismo.

Raven Deschain disse...

E eu lá escolhi desgraçado pra ter filho, meu?

Escolhi pra transar. Filho foi fatalidade, burrice e ingenuidade (no meu caso).

Além do mais, prefiro ele bem longe. Magina meu pirralho crescendo com esse mal exemplo? Credo.

Anônimo disse...

Perfeito!!!!!!

Anônimo disse...

Por conta desse papinho azarado que "filhos trazem felicidade" que eu, com 40 anos de idade e casada desde 1998 não consigo fazer laqueadura. Pro meu marido nem perguntaram se ele era casado ou solteiro, fizeram e pronto. Mas como casamento não é pra sempre garantidamente, sempre quis fazer a laqueadura em mim e nem pagando eu consegui que algum médico fizesse.

Anônimo disse...

Agora vi o comentário (perfeito por sinal!) das 13:37:

A coisa que mais tira poder de uma mulher na sociedade patriarcal é ter filhos. O oposto do empoderamento.

Aplausos!!!!

Jac disse...

Tô esperando alguém, algum dia, falar ou dar a entender que um homem é INCOMPLETO se não for pai...

Zrs disse...

Tb tô esperando Jac...

Anônimo disse...

A coisa que mais tira poder de uma mulher na sociedade patriarcal é ter filhos. O oposto do empoderamento.

a mais pura verdade

Anônimo disse...

Ou falar que o homem, por ser pai, não pode isso ou deve aquilo.....acho que vamos esperar sentadas.

Anônimo disse...

Infelizmente é a mais pura verdade mesmo!
Beatriz

Ana disse...

Olha, eu acho apenas que deveríamos problematizar algo que alguém já mencionou antes. A falta de participação dos homens, assim como do estado. Eu sou mãe, amo meu filho, às vezes gosto de ser mãe, outras não. Adoraria gostar o tempo todo, e acho que sim, seria possível gostar o tempo todo de ser mãe, e, aliás, merecemos isso! Por que não é possível? Por que a sociedade nos impõe a carga absurda de arcarmos sozinhas com todas as implicações da maternidade. Assim como muitas, não contei com rede de apoio nenhuma. O papaizinho mimoso da minha filha não é diferente da maioria, e cumpre religiosamente o que a sociedade e a justiça exigem dele: um percentual do salário. E ponto. Gente, não precisa ser mãe, não precisa nem ser muito inteligente para saber que isso é nada. Quem não tem rede de apoio, não tem hora de descanso, não tem fim de semana, não tem férias, sequer pode trabalhar e concorrer em um mercado de trabalho competitivo. Enquanto os homens não participarem da criação dos filhos, enquanto não forem tão responsáveis quanto as mães pelos cuidados que uma criança exige, estamos fritas. A maternidade continuará uma prisão, ainda que haja quem goste.

Anônimo disse...

Soraia,

Eu, que comentei ali em cima que não gostei do texto, foi justamente por isso, por ter dúvidas! E vir aqui pra ver a opinião de mulheres feministas e me deparar com a mesma opinião senso comum, não me ajuda em nada!!!

Mas no fundo sei que ninguém pode me ajudar "de fora"... Por ex.: concordei com quase tudo o que o Thomas disse! O problema é que não somos seres tão racionais. Qualquer um que já fez psicanálise ou leu Lacan sabe que é uma questão de DESEJO!

Porque pensando RACIONALMENTE, acho que ninguém teria filhos! Os que tiveram foi porque 1) levaram em conta o desejo, mesmo sabendo do lado negativo ou 2) Não pensaram em nada mesmo (a maioria!!!).

Claro que deve ser legal passear com a criança, ver ela crescer, ver que ela é uma mistura de você e do seu parceiro (no meu caso isso é positivo pq somos muito bonitos! *o discurso do Thomas me contagiou!* hahahah). Agora, quando penso nesse mundo de merda, no acaso (sempre pode nascer com uma síndrome, etc), no acaso de novo (pois ao longo da vida quatas coisas ruins podem acontecer?) e na dor do parto... Não tem como! Talvez porque meu desejo não seja tão forte. Conclusão: preciso de mais análise. :p



Anônimo disse...

A mulher realmente inteligente e esclarecida não procria. Não em uma sociedade de merda como a nossa, não correndo o risco de colocar uma filha mulher pra dar continuidade ao sofrimento. É muita humilhação. Concordo com o(a) anônimo(a), ter filho, para mulheres, é o extremo oposto de empoderamento no mundo em que vivemos.

Ana disse...

eu quis dizer "não consegue trabalhar direito". É claro que trabalho, apenas não posso concorrer com meus colegas que dispõem de tempo para congressos, cursos, aperfeiçoamentos, etc

Anônimo disse...

"Consegui isso me amparando em toda ajuda que podia, de mãe, sogra a babá, tia, vizinha, etc. E da mesma forma que me formei, dei continuidade a tudo que gostava de fazer antes. Sair com o marido, cinema, sair com as amigas. Eu não me limitei e nem me restringi."

Adoro quando gente privilegiada vem dar lição de vida, emocionante.

"Filhos, quando crianças e adolescentes, trazem muitos gastos financeiramente falando. Mas no futuro eles entram com o retorno, a ajuda que os pais precisam, nem que seja de amor e carinho ou atenção."

Tem um monte de gente em asilo que pode contestar essa "teoria" aí.

Anônimo disse...

De tanto que vc fala, vou acabar lendo Stephen King kkkkk meu ex tinha um box dos livros dele, mas pena que comprou bem na época que a gente se afastou :(

camila santos disse...

Mudando de assunto rapidinho lola/leitoras já leram essa matéria? epoca.globo.com/tempo/noticia/2015/05/vida-e-os-problemas-das-meninas-infratoras.html Tem uma parte interessante na matéria que diz que crime na nossa sociedade é coisa de menino então quando uma mulher/menina comete um crime o juiz é mais rigoroso, fiquei pensando nisso porque não é a primeira vez que vejo. eu vi um caso de uma quadrilha que a maioria era homem e tinha só uma mulher e essa mesma recebeu pena maior eu não lembro o nome da quadrilha mas passou no cidade alerta, bem cada os juízes que favorecem mulheres?

Anônimo disse...

Eu ia dizer a mesma coisa antes, mas já que vc falou, Raven, também concordo com vc, pelas coisas que falou. Claro, vc sofreu pacas por ter que criar seu filho sozinha, mas deve ter sido melhor do que ter uma nulidade dentro de casa ensinando tudo que é merda pro gurizinho.
Digo isso por causa da minha irmã. Várias vezes voltou atrás quanto a se divorciar por causa das filhas, pq nao queria que elas passassem trabalho. E eu fui bem sincera com ela, sinto muito, mas o que elas passam com o desgraçado do pai que tem é muito pior do que sem ele.

Anônimo disse...

Marina que legal, acho muito bonito quando uma pessoa tem filhos e ama eles dessa forma, pois você sabe né, nem sempre é assim. Tem pais que tem ódio dos filhos, e os coitados pagam pela frustrações dos pais.

Por outro lado acho super legal também o casal que decide não ter filhos, e permanece junto e feliz.

O importante é haver respeito, quem optou por ter filhos respeitar a escolha de quem não tem, e também responsabilidade, afinal quem optou, por ter filho tem o DEVER sim de cuidar da criança prestando carinho, educação, alimentos etc.

Eu fugindo um pouco do post, tenho vontade de ter filhos tenho 25 anos, porém, não tenho vontade nenhuma de casar (não acho, e nem nunca achei que a minha felicidade está adstrita a casar-me com alguém) e o povo me xinga quando falo isso, falam que eu sou nova e quando estiver com 30 anos mudo de ideia, minha mãe fala que não tem como eu ter filhos sem casar (hahaha) pois é, é desse jeito, bom é como eu disse cada qual escolhe o que faz da sua vida, desde que não prejudique ninguém, e respeite o outro nas escolhas dele.

pp disse...

Hoje tenho 27 anos. Quando eu era mais nova acreditava que nessa idade mais ou menos eu já teria vontade de ter filhos, estaria com a carreira encaminhada, etc. A vida, entretanto, nos surpreende muito. Além da minha carreira ainda não ter engrenado, hoje eu tenho certeza de que não quero filhos de jeito nenhum. E quanto mais convivo com casais que os têm, menos vontade eu tenho. Meu irmão e minha cunhada, por exemplo, são muito felizes com minha sobrinha, mas quanto mais eu vejo a vida deles, menos eu quero. Minha cunhada que tanto ama a maternidade, admite que apenas algumas mulheres devem assumir esse papel, que limita muito a vida, que a pessoa tem de querer demais.

Muitas mulheres não são felizes na maternidade, mas elas não têm voz para expressar isso.

Eu andei tendo uns problemas que atrapalharam muito minha vida, e assim eu percebi que a coisa mais importante que tenho é minha liberdade.

E quanto ao idoso precisar de filhos para ser cuidado, a pessoa idosa que conheço que é mais bem recebida pelas pessoas, querida e cuidada, é uma mulher que não teve filhos, mas ao longo da vida criou laços fortes até com pessoas que não são parentes.

Unknown disse...

Eu li acima alguns comentários acima onde de forma direta ou não, e dito que seria melhor para as mulheres não terem filhos por causa da falta de apoio de modo geral e das cobranças sociais, não lhes parece que dizer isso e tratar o sintoma do problema, em vez de tratar o problema em si que e a falta de apoio e cobranças sociais (focadas nas) as mães?

Anônimo disse...

Eu até que concordei em algumas partes, mas parei no "moralmente superior".
E outra, cada um que sabe se quer ter filho ou não, adotar ou não, seja bicho ou gente. Isso não faz ngm melhor.
Mas deve ser se gabando de coisas insignificantes que o Thomas lida com o complexo de inferioridade que ele insiste em contar pra nós aqui, mesmo que com outras palavras, rs.

Anônimo disse...

Instinto materno "meuzovo". Estou com 34 anos, casada há sete e até agora não vi aflorar em mim essa "ânsia de perpetuar a minha espécie". Ainda bem! Cada um faça o que lhe agrade, ideológica, emocional e financeiramente. Não sinto essa necessidade de trazer mais uma pessoa ao mundo e aos poucos fui influenciando o marido. Não é egoísmo, não é narcisismo, é escolha. E estamos ótimos assim!

Raquel

pp disse...

Até que o Thomas falou alguma coisa que eu concordo hoje...

Tinúviel disse...

@Soraia, claro que não... mas se tu observar o texto predomina e muito a idéia de que é bom sim, não traz nenhum questionamento ou reflexão de que aquilo pode ser só pra ela, salvo no final quando ela diz "Cada um escolhe se quer ter filhos ou não, e não sei o quanto isso irá acrescentar ou subtrair na vida de cada um, e nem se trará felicidade", que deveria ser o mote do texto todo.

Em tempo: desejo muito ser mãe, é quase a coisa que mais desejo na vida, mas não é por isso deixo de achar que essa é uma das coisas que mais deve ser desconstruída em nossa sociedade.

Anônimo disse...

Não quero ter filhos, mas não digo que nunca pensei na ideia de ter. Imagino como seria ter uma cria pra cuidar, pra dar carinho, amor e tudo o que nunca tive. Mas aí penso que não tenho o direito de preencher meu vazio existencial com uma criança, ainda mais assim, mental, emocional e financeiramente insegura.
Mas isso é coisa minha. Cada um que sabe.
E a propósito, achei ótima a resposta da Lola.

Anônimo disse...

Desculpe Jonas...mas não deu pra entender o que ocê acha

Tinúviel disse...

E outra coisa, dessa vez preciso concordar em muito com um ponto do Thomas... existem muitas crianças órfãs no mundo, então nem todo mundo que quer ser mãe precisa ser necessariamente mãe biológica... eu sou uma das que sempre sonhou com a gestação, por isso sei que meu primeiro filho será gestado, mas provavelmente os demais não.

Então por favor, quem não tem o sonho gestacional comece a pensar nessa possibilidade.

Luciana disse...

Minha irmã teve filhos e quando o mais velho teve dois anos, ele começou a fazer birras e eu dei pra ela o livro Crianças Francesas Não Fazem Manha. Não li o livro pra falar a verdade, mas a minha irmã disse que teve um choque ao ler. No livro fala, por exemplo, que as mães francesas colocam as crianças na creche bem cedo para trabalhar (até aí, ok, no Brasil a grande maioria também precisa por quando volta a trabalhar), a diferença é que lá não há a culpa. A mãe não se sente "abandonando" a criança e não há um julgamento moral da mãe que prioriza a carreira. Depois de ler esse livro, ela repensou a vida dela e voltou a se dar prioridade em várias coisas, o que eu acho que só fez bem tanto pra ela quanto pra família dela!

Anônimo disse...

Interessante. Em lugar de lutarmos por uma sociedade justa e igualitária, em que o papel de pais e mães seja bom para quem toma essa decisão conscientemente e com condições de fazê-lo, nos deixamos levar pelo niilismo - melhor não nos reproduzirmos porque a sociedade em que vivemos e que AJUDAMOS a moldar não presta. O mundo é uma merda e eu não tenho responsabilidade nenhuma sobre isso. Nada faz sentido, mesmo. Então vamos partir para a esterilização mundial de homens e mulheres. Todos podem transar à vontade, não precisamos gastar bilhões em pesquisas médicas - a poha da vida humana vai acabar mesmo - e um belo dia o último espécime da terra morre. Acho uma ótima ideia...

Carol F. disse...

Desculpem o comentário bocó, mas filhos trazem felicidade para quem quer tê-los, e não trazem para quem não quer. Senão não teria tanta criança abandonada por aí, contando nisso abandono indroors.
Fico feliz que a pessoa do guest post tenha uma experiência positiva da maternidade, inclusive com facilidades que a maioria não tem, de poder estudar tranquilamente, viajar, sair etc. Para quem não tem tudo isso a história é muito diferente. Não estou falando de mim, que também tenho vida mansa, mas de pessoas que eu conheço que acabaram desistindo dos estudos porque tiveram que trabalhar porque viraram mães muito cedo, e isso infelizmente é a realidade da maioria.

Anônimo disse...

A mulher que escolhe um pai bosta pra sua prole tem responsabilidade nisso também.

Jesse disse...

Ai, Thomas, eu juro que não acho você uma pessoa ruim, e eventualmente seus comentários são inteligentes (parcialmente). Agora, seu nível de maturidade é baixíssimo. Sua competitividade é tão infantil...

Outro dia estava em Florença e fui à Galleria Dell'Accademia. Ri muito olhando o Davi e lembrando de você.

Raven Deschain disse...

Pois é Camila. Prefiro pai nenhum do que um pai de merda.

Bizzys disse...

Como já falaram antes, ter filho realmente não é para todo mundo. Eu tenho certeza absoluta de que não terei filhos. A autora do post é muito privilegiada, teve marido apoiando, teve ajuda dos parentes e babás, provavelmente teve dinheiro para bancar tudo o que o filho precisava. Nessas circunstâncias ela pode dizer que "ser mãe" é ótimo, mas a vida não é assim para a maioria das mulheres.

Vou dar como exemplo a minha família: eu sou a primeira filha, meu nascimento foi planejado pelos meus pais. Meu irmão nasceu 5 anos depois de mim, por causa de uma falha de anticoncepcional. Meu pai morreu quando a minha mãe estava no fim da gravidez, minha avó materna morreu aproximadamente 3 meses depois. Minha mãe ficou sozinha e sem ajuda para cuidar de duas crianças. Nessas horas, os parentes e os amigos desaparecem, com medo de você precisar de algo. Felizmente ela trabalhava, mas sempre precisou fazer malabarismos para nos criar. E ela também sempre fez questão de dizer que nunca devia ter tido filhos, que nós éramos um fardo, que ela não podia fazer nada por nossa causa, que ela não podia viver. Eu ainda sou magoada por tudo o que a minha mãe disse, mas hoje eu entendo e tenho até pena dela. Ser mãe é sim um fardo, poucas são as mulheres que realmente gostam e podem arcar com a responsabilidade gigantesca que é ter filhos.

Existe uma pressão social muito grande, uma obrigação de "cumprir o papel", de casar e ter filhos, etc etc. Nem sei se a maioria das pessoas para pra pensar se é isso o que elas querem da vida mesmo, ou se só seguem o fluxo porque é o que todo mundo sempre fez.

Eu nunca sonhei em casar e ter filhos. Quando eu era mais nova eu achava que faria isso justamente porque "é o normal da vida", mas hoje eu tenho certeza de que isso não é para mim (e olha que tenho "só" 24 anos, muita gente ainda vai tentar me convencer de que sou nova demais e que vou mudar de ideia rs).

Anônimo disse...

Interessante. Em lugar de lutarmos por uma sociedade justa e igualitária, em que o papel de pais e mães seja bom para quem toma essa decisão conscientemente e com condições de fazê-lo, nos deixamos levar pelo niilismo - melhor não nos reproduzirmos porque a sociedade em que vivemos e que AJUDAMOS a moldar não presta.


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Super concordo. Pra quê vou correr o risco de colocar uma filha no mundo pra ganhar menos, ser abusada sexualmente, ter suas vivências invalidadas só por ser mulher, ser doutrinada pela sociedade que mulher não pode ocupar espaço (senta de pernas fechadas, bota a mãozinha no colo, coloca a bolsa na frente, fique quietinha, acene, sorria, seja uma samambaia decorativa e não atrapalhe os homens, não se defenda, dialogue com seu agressor - defender-se é ocupar um espaço e isso não é lícito às mulheres). Já não basta o que eu, como mulher, passo, vou querer transmitir isso também para a futura geração? Não.

Deixar de procriar por vontade própria é, antes de tudo, um ato revolucionário em uma sociedade que insiste em controlar mulheres.

Anônimo disse...

"E tem mais uma coisa: fazer um filho é o maior crime que você pode cometer. Você está condenando um ser à mortalidade, à dor da consciência humana. Seu filho não pediu pra nascer. Você foi egoísta e condenou ele a uma existência de dor. Mesmo se você for rico, é um crime condenar um ser inocente à existência. Imagina toda a dor que o filho vai sentir durante a vida, todos os desconfortos, incertezas, corações partidos, doenças, inseguranças, vai ter que ver o próprio corpo ficando velho e podre, vai ter que aceitar a morte, o fim da consciência. Ah, sem contar que vai ficar a vida toda ajudando a destruir a natureza, consumindo animais, lotando metrôs, ônibus, as cidades. "

Perfeito !!!

Anônimo disse...

Acho que sobre as diferentes formas de ser mãe eu posso falar.
Eu tenho 3 filhos: o mais velho tem 14 anos e é meu ex enteado, filho do meu ex marido mas ficou comigo após a separação. O do meio tem 11 anos e é meu filho biológico. E o mais novo tem 2 anos e é adotivo.
Amo muito os 3 e sou muito realizada na maternidade. Mas é inegável o anti empoderamento que vem com a maternidade e que já citaram acima.
Não me arrependo de ser mãe mas quero ajudar a desconstruir o "papel de mãe" que a sociedade impõe para oprimir as mulheres.
Beatriz

Anônimo disse...

"Então por favor, quem não tem o sonho gestacional comece a pensar nessa possibilidade."

Quem quer engravidar quem engravidar. Quer passar pela gravidez, quer ter a vivência social da gravidez, o status de grávida. Quem quer ter FILHO, simplesmente adota. Mas é sabidíssimo que na nossa sociedade, adotar filho é prêmio de consolação pra quem não conseguiu fazer reprodução assistida.

Anônimo disse...

Tenho uma grande amiga que te 3 filhos. Na época que nos conhecemos ela só tinha um rapazinho com sete anos. Lembro que ela vivia fazendo planos, e me contando que estava tirando CNH, estava pensando em fazer faculdade, ela sempre foi muito trabalhadora e acordava 4:30 pra trabalhar só chegava em casa as 7:00 de casa ia direto pra escola (eu e ela fazíamos o EJA juntas, educação para jovens e adultos...) Ah, o pai do rapaz, não queria nem saber do menino, nunca tinha nem visto ele, e ela não queria pedir alimentos pois trabalhava muito e cuidava bem dele sozinha.

Enfim, ela saiu do antigo trabalho, conseguiu se formar e começou a fazer um curso técnico, só que aconteceu dela ficar grávida de novo de um namorado, e dessa vez a gravidez dela foi muito difícil, ela teve diversos problemas durante a gestação, ficou internada e teve que largar tudo pela metade.

Depois de um tempo ela veio na minha casa e do nada começou a chorar, e me contou que estava grávida de novo, e mais uma vez ela teve que parar com todos os planos e começou a conciliar dois empregos, para conseguir cuidar dos filhos sozinha. Ela não tem tempo para sair, e se distrair. Quero ter filhos (podem ser adotados também) porém, pra isso quero estar bem preparada, e se eu sentir mais pra frente que eu mudei de ideia e que não vai dar certo, me sentir insegura, eu simplesmente não vou ter, independente do que os outros achem..

Filho não é mil maravilhas, é trabalho, é responsabilidade, e é amor sim, porém a realidade é que a mulher sofre sim, uma pressão enorme da sociedade para ter filhos, e isso é errado. Cada qual com as suas escolhas e ponto.

Anônimo disse...

Deixar de procriar por vontade própria é, antes de tudo, um ato revolucionário em uma sociedade que insiste em controlar mulheres.

FATO!!!!!!!!!!

A coisa que mais tira poder de uma mulher na sociedade patriarcal é ter filhos. O oposto do empoderamento.

FATAÇO!!!!!!!!!!!

june_miller disse...

Nossa, Lola, quanta agressividade nos comentários, quase todo mundo na defensiva, senti isso até vindo de você quando respondeu à ela (ela tinha acabado de contar a experiência dela, e você já veio com dez linhas se justificando o porquê de não querer filhos. Já sabemos Lola).

Gente, ela está dando o outro lado da maternidade. Que ter filhos e ser mãe não precisa ser uma merda. Que você não precisa se anular totalmente para cuidar da criança. Qual é o problema disso? Quase todos os posts de maternidade neste blog é sempre como ser mãe é uma merda! Instinto maternal uma ova! Como odeio que meu filho acaba com minha vida social! etc, etc, etc... Como ser mãe fosse ser uma moleza. Como você não pudesse ser feminista e mãe. Tudo é muito raivoso aqui. Tudo é agressão. A mulher nem pode falar que gosta de ser mãe e já vem o povo na defensiva, só faltam bater nela.

Estou meio cansada deste feminismo de classe média que só fala de problemas de mulheres de classe média do tipo "ser mãe acabou com minha vida social e profissional" ou "quero ter um relacionamento aberto mas meu marido não". Dá um tempo. Tem mulher aí que tem cinco filhos e acorda as quatro da manhã para ir trabalhar, volta às 7 e ainda tem que cuidar da casa e do filhos. Cadê o feminismo dela? Cadê as guerreiras da web? Não lembro de ter visto um post aqui que falasse das mulheres mais humildes, da falta de amparo, da falta de recursos, de como elas precisam do feminismo. Aliás, não me lembro de um post sobre isso em qualquer blog feminista. Não vejo ações concretas no feminismo brasileiro a não ser a "marcha das vadias" ou umas duas ou três candidatas feministas. Não, tudo é muito falatório e pouca ação.

Anônimo disse...

Nós devemos lutar para que possamos escolher ter ou não filhos e não ser oprimidas em nenhuma das duas situações.
Mas o que acontece hoje é o inverso : opressão em qualquer caminho que escolhemos ( ou até mesmo a falta de poder para escolher )

M.M. disse...



Antes de tudo,de qualquer coisa,busquem o auto conhecimento.É no auto conhecimento que está a chave de muitas questões. Independente da sociedade em que estiver.

Nao jogue na cara de uma mulher pra ela ter filhos se ela nao quer,nao está destinada a isso e vice e versa. Principalmente se ela nao quer pq esse sistema luta contra elas.

Agora quanto a cuidar dos pais velhos isso é um argumento falhissimo. Nem todos os filhos estao destinados a serem o que a gente espera.
Antes de tudo, filhos é uma experiencia de altruísmo,quer dizer, sem esperar nada em troca.

Anônimo disse...

Viram isso aqui?

http://g1.globo.com/pi/piaui/noticia/2015/05/garotas-foram-jogadas-de-penhasco-com-mais-de-cinco-metros-de-altura.html

"De acordo com a polícia, cinco homens participaram do crime. Quatro deles, todos menores de idade, já foram apreendidos e conduzidos para a delegacia da cidade de Campo Maior, a 78 Km de Teresina. Um outro suspeito ainda está foragido e a polícia realiza buscas na região para tentar prendê-lo."

Vamos educar esses anjinhos.

Anônimo disse...

Completando: vamos educar esses anjinhos na certeza da impunidade.

Anônimo disse...

june_miller

Exato, seu comentário foi muito pertinente. Desconfio muito dessa defensiva toda.
Aqui nesse blog vc não pode nem falar – BEBES SÃO FOFOS, o pessoal cai em cima de vc.
Duas questões que quero abordar,
4 pessoas da minha família declaram a tempos que não querem ter filhos e ninguém persegue, ninguém dá indiretas nas festas de final de ano, pelo contrário o que vejo e isso se reflete aqui na caixa de comentários é : pessoas que não querem filhos são seres evoluídos e inteligentíssimos pois implodirão este mundo falido com a extinção da raça humana e os que querem filhos são selvagens que correm com a manada e não pensam no que fazem.
E outra que espantalho é esse que decidiram atacar? Pessoas que querem filhos são egoístas burros que acham que terão alguém para cuidar deles não velhice, como se esse fosse o argumento de todo mundo que quer ter filhos, eu por exemplo, JAMAIS se quer pensei nisto, e muita gente idem, então por favor evoluam nos argumentos.

Soraia

Anônimo disse...

"Estou meio cansada deste feminismo de classe média que só fala de problemas de mulheres de classe média do tipo "ser mãe acabou com minha vida social e profissional" ou "quero ter um relacionamento aberto mas meu marido não". "

E desde quando isso é problema de "classe média"? Eu heim.

Anônimo disse...

Pessoas que querem filhos são egoístas burros que acham que terão alguém para cuidar deles não velhice,

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Bastar ser uma mulher e dizer com todas as letras que não quer ter filhos pra ver se isso não é verdade.

- quem vai cuidar de você na velhice?
- para quem você vai deixar seus bens?


Fora aqueles argumentos corriqueiros de:

- mulher só é mulher se tiver filhos
- o verdadeiro amor de uma mulher é o filho
- mulher só pode ser completa se tiver filho

Só razões "altruístas" pra procriar rsrsrsrsrsrsrs depois acha ruim quando quebra a cara.

Zrs disse...

Desculpe June Miller,

Mas o blog da Lola é um dos poucos espaços dentro da blogosfera feminista que dá espaço para a desconstrução da maternidade, e que o não ser mãe pode ser libertador também, magnífico até. Agora, querem silenciar as mulheres aqui também, ditar seus sentimentos? Poxa, a sociedade INTEIRA prega os louvores da maternidade, inclusive, e sob um outra ótica, muitos espaços feministas. E quando vêm mulheres aqui com opiniões contrárias classifica-se como violência, raiva e agressão?! Por favor..

Anônimo disse...

Da série: "Como é bom nascer mulher"

http://globoesporte.globo.com/futebol/times/palmeiras/noticia/2015/05/por-agressao-esposa-em-2013-dudu-vai-prestar-servicos-comunitarios.html

Então duas mulheres são agredidas, uma delas em ambiente familiar perfeitamente enquadrável na Lei Maria da Penha, o agressor é preso EM FLAGRANTE, as vítimas passam por exame de corpo de delito e as agressões são constatadas.

Aí um juiz (HOMEM) diz que não, não foi bem assim não, paga cesta básica que tá tudo certo.

E um jornal voltado para HOMENS reporta como "confusão".

Tá bonito, manda mais que tá pouco esse machismo.

Anônimo disse...

"pessoas que não querem filhos são seres evoluídos e inteligentíssimos"

Olha, em vista de tudo o que eu passei a enxergar no mundo depois que abri a minha cabeça para o Feminismo, eu tô mais é concordando com esse povo viu? Antes minha posição era mais neutra, digamos assim, aquela coisa de talvez um dia quem sabe. Hoje em dia eu também sou da tchurma que acha que ter filho numa sociedade machista é a maior roubada possível.

Kittsu disse...

eu achei desnecessária a defesa pela opção de não ser mãe nessa postagem. Ninguém colocou essa opção em cheque, então ficar na defensiva foi bobagem. Ela estava apenas contando a experiência dela.

Anônimo disse...

Deixa eu ver se entendi esse post:

Então uma garota engravida, casa, ganha casa pra morar, continua estudando, tem o filho, o marido não a desampara, ela continua saindo e vivendo a vida normalmente, tem boas condições de vida, planeja outro filho, tem o filho e teve toda uma rede de apoio esse tempo todo.

Assim fica fácil achar a maternidade uma coisa maravilhosa né?

Bom pra ela, pena que a realidade das mulheres brasileiras em sua grande maioria passa longe de tudo isso aí, a começar pelo pai da criança que some.

Anônimo disse...

eu achei desnecessária a defesa pela opção de não ser mãe nessa postagem. Ninguém colocou essa opção em cheque, então ficar na defensiva foi bobagem. Ela estava apenas contando a experiência dela.

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Será que foi desnecessário mesmo? Adoro quando alguém apresenta a realidade nesse mar de nuvens cor-de-rosa e pôneis brilhantes em que vivem as pessoas privilegiadas rsrsrsrsrsrs

Fabiano disse...

Tem muita gente amarga por aqui.

Qual o problema da mulher do post se sentir feliz por ter tido filhos? Por que ela deveria se sentir envergonhada por isso?

camila santos disse...

Fabiano ninguém disse que é um problema ela ficar feliz em ter filho! as leitoras só estão falando dos problema em botar filho no mundo, vocês estão com cegueira só pode...

Anônimo disse...

Olha, eu concordo com o que vc disse na questão de que pessoas que escolhem ter filhos são burros. Não são nada, pq não vem manual de instruções junto com a criança. Só gostaria que os pais fossem mais consequentes e responsáveis, na medida do possível, antes de ter, e durante tb. E muita gente que tem filhos é por fatalidade.
Detesto a ideia de quem pensa nos filhos com interesse, tipo cuidar na velhice. Não acho certo, pq todo mundo um dia vai ser independente, vai escolher seu caminho, mtas vezes longe da família. Mas obvio q vão ter aqueles que optarão por cuidar dos familiares.
Penso que não cabe esse negócio de "eu cuidei de vc, agr é sua vez". Essa imposição não é válida, pq uma criança não pede pra nascer, ela não escolhe só pq os pais quiseram.
Se a questão é ter alguém pra cuidar, é como a Lola disse. Vc sabe que vai envelhecer, então é responsabilidade sua pensar nisso, não dos filhos, pq elea tb vão ter que pensar a própria velhice.

camila santos disse...

A escrotisse masculina ataca novamente: g1.globo.com/tecnologia/games/noticia/2015/05/fifa-16-com-times-femininos-e-alvo-de-criticas-na-internet.html

june_miller disse...

Zrs,

Eu não estou ditando o que deve ser dito ou não no blog da Lola, o que critiquei (e não só eu que critico, isso é um problema antigo do feminismo) é a perspectiva que vejo quase sempre exclusiva da mulher de classe media. O Feminismo é um movimento que nasceu na classe média (nada de errado nisso) e parece que por lá ficou. A voz da mulher mais pobre eu quase nunca ouço e ela precisa ser ouvida. O feminismo voltado para elas parece ser inexistente e elas precisam dele. Acredito que o movimento hoje em dia não tem muitas ações concretas, falta participação social, e me parece que a participação política é quase nula.

Sobre a desconstrução da maternidade, isso foi uma das primeiras coisas que eu li quando comecei a ler sobre o feminismo. É uma das coisas mais discutidas no movimento, e já vi muitos blogs falarem sobre o assunto. Não acho que falta espaço, não. E, sinceramente nunca vi ninguém criticar minha melhor amiga e minha irmã por não quererem ter filhos (e elas são vocais sobre issos). E olha que elas têm mães loucas por netos. Sim acredito que tem mulheres que são questionadas por não quererem ter filhos, mas não acho que é essa coisa terrível, essa censura toda, não.

Anônimo disse...

Camila D
Não sei se seu comentário foi em resposta ao meu, de todo modo.
O que comentei foi que, o pensamento quase geral desta caixa de comentários é que pessoas que decidem ter filhos são pessoas burras e as que não querem são inteligentes e evoluídas, é claro que não é o que EU penso, aliás penso em ter filhos e não me vejo como uma pessoa burra e que segue a manada.
A outra coisa que pontuei é que nem todas as pessoas que querem/tem filhos pensam em ter quem cuide deles na velhice, disto isto, penso que já cansou esse argumento de quem não quer ter filhos para atacar quem quer, como se TODOS OS QUE QUEREM TER FILHOS vivessem pensando em alguém para lhes fazer companhia na velhice O QUE DO MEU PONTO DE VISTA NÃO É VERDADE muita gente que quer filhos se quer pensa nisto.

Soraia

Luiza Original disse...

"e um belo dia o último espécime da terra morre. Acho uma ótima ideia..."

É. tá todo mundo preocupado com o que vai acontecer em uma caralhada de anos, mesmo. Foda-se.

Fabiano disse...


Que ter filhos traz problemas, eu acho que nenhuma mãe discordaria disso. Mas ainda assim, muitas mulheres acham que vale a pena.
Eu converso com várias mulheres sobre isso. Muitas são como a mulher que fez a postagem, outras dizem que não sentem nenhuma vontade de ser mãe, e uma me disse que se pudesse voltar no tempo, não teria filhos.

Eu acho muito interessante esse assunto.

Eu penso que nem todas as mulheres nasceram para a maternidade. Eu trabalho com crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade, e vejo muitos homens e mulheres que nunca deveriam ter tido filhos. Acho a discussão importante, para evitar que crianças sofram maus tratos e negligência dos pais.

camila santos disse...

Pois é fabiano. botar um filho no mundo vai muito além negligência dos pais ou maus tratos tem que se pensar também que vivemos em uma sociedade cheia de violência. eu mesma não tenho pais amorosos mas nunca me faltou nada acho que isso acontece com muitas famílias que comida na mesa tem toda hora mas não tem atenção não tem amor se pessoa não pode dar isso não poderia ter filhos. Eu não reclamo dos meus pais por não ter isso simplesmente porque eles lutaram muito mas também não quero que outras pessoas tenham pais assim.

Barbara O. disse...

alguém roubou o perfil do Jonas

Zrs disse...

June, sua amiga e irmã elas são privilegiadas por não sofrerem críticas, a maioria das que optam por não procriar recebem uma enxurrada de críticas e acabam tendo filhos por pura pressão.E olha, o movimento feminista tem mudado, as mulheres também. A filósofa que escreveu sobre o mito do amor materno disse, em uma interessante entrevista, em como o movimento vem dando passos para trás, aproximando novamente as mulheres da "natureza" (homens continuam seres culturais/politicos/sociais), sendo a maternidade um dos grandes coroamentos dessa nova época.

Ela credita isso algumas questões, entre elas: o fato das mulheres terem deixado a exclusividade da maternidade, terem ido para o mercado mas estão sofrendo uma série de frustrações (salários menores, humilhações, etc), isso tem feito com que muitas vejam na esfera do lar e da reprodução, uma possibilidade de 'felicidade" que a profissão (outrora prometida pelo movimento) não trouxe; outra questão, aliada a essa, é a crise econômica na Europa, frustrando planos profissionais de muitas mulheres; a terceira, que ela esta investigando ainda, é o fato das geração subsequentes sempre questionarem a geração de suas mães, e no caso da Europa, ela fala das mulheres que questionam o modo de ser (e as prioridades) das feministas das décadas de 60/70.

Enfim, acho mesmo o espaço da Lola um dos únicos que aprofundam de fato nessa temática e falo isso pois tenho interesse específico nessa questão.

Roxy Carmichael disse...

Olha eu concordo que tá havendo muita intolerância e arrogância no feminismo. Assim como fora dele também. Mas isso nós já sabíamos. O dado novo é pensávamos que com o feminismo poderíamos superar a intolerância. Então qual não é a surpresa quando vemos que não estamos superando a intolerância p... nenhuma? Por um lado as mulheres que decidem ser mães são chamadas de coitadas, não "empoderadas" pela ala pitbull do feminismo. Por outro, mulheres que fazem escolhas não convencionais (nao ter filhos) tão sendo agredidas pela sociedade machista. E ainda tem um terceiro grupo das mulheres que são agredidas pelos dois lados! Vide mulheres que optam por ter uma relação aberta: a la pitubulll tá chamando de vitima burra que caiu no conto do vigário, da livbração sexual como fachada pro bom e velho sexismo. A sociedade carola de sempre chamando isso de libertinagem (sempre agregando que esta é diferente de liberdade. E vide também as prostitutas, agredidas pelas feministas e carolas.

Dito tudo isso, tirando alguns vários comentários cheio dos hormônios meio adolescente e da agressividade característica desse período (Tomas e fã club organizado), devo concordar que não entendo muito qual é o ponto do guest post. Pelo que entendi, a autora respondeu a post da Lola, dando a sua perspectiva pros fatos, ou seja maternidade. Entendi que o post se apoiou muito numa opinião e experiência pessoal.

O que eu não entendo é: estamos aqui trocando experiências pessoais, fazendo catarse, estamos aqui compartilhando nossas opiniões, ou estamos aqui pra discutir distintos aspectos sociais que são atravessados pela questão de gênero? Porque a maternidade é uma dessas experiências que envolvem várias questões atravessadas pela problemática de gênero: desde a questão econômica (envolvendo por exemplo uma sociedade que sabota profissionais mulheres por estas engravidarem, ou ainda, algo anterior a isso, uma sociedade erguida sobre a divisão sexual do trabalho, em que às mulheres compete o âmbito doméstico e aos homens, o público), até a questão mais social/sociológica (como foi possível a mulher de classe media se lançar no mercado de trabalho utilizando a mão de obra das empregadas domésticas, que não deixa de ser um resquício da escravidão, ou ainda como as mulheres negras sempre estiveram no mercado de trabalho desde a escravidão), à questão das políticas públicas (o modelo restritivo e as consequencias, não só do numero de mulheres que morrem ao interromper a gravidez, como a questão racial que esta aí implicita, a falta de creches e instituições que apoiem as familias, homens e mulheres que tem filhos), à questão racial (fala-se muito em parto humanizado, combate à violência obstetrícia, mas muito pouco sobre os filhos ja nascidos, adolescentes e mortos pela polícia, das mães negras que moram nas favelas, como se isso nao fosse uma questão feminista).

Roxy Carmichael disse...

continuação: Então voltando ao post e sua repercussão: qual o ponto do post? afirmar que a experiencia da maternidade pode ser ótima? descrever como é essa experiência na pratica (contar com o apoio de uma rede de mulheres, profissionais ou ainda, ligadas à mãe pelo parentesco, para dividir as tarefas e permitir à mulher manter seus hábitos de vida, que nao se restringe à maternidade?)

1)Maternidade ótima: existe na sociedade há alguns anos esse consenso (as vozes dissidentes tentam problematizar, determinando que não é um consenso, mas para isso, utilizam uma estrategia fundada na intolerância, não muito diferente do status quo nesse sentido)

2)Como é ser mãe na prática: Que as mulheres, sejam elas as mães ou ainda as parentes e as profissionais, são as responsáveis pelo cuidado da criança, todo mundo sabe. Qual é o ponto? Digo saindo um pouco da descrição da experiência pessoal: esse modelo, pensado para a coletividade, é pertinente? Sim? Não? Quais as consequencias? Em caso de que não seja, que outros modelos poderiam ser implementados? Como? O que proporciona e o que dificuldade a adoção de outros modelos?

Particularmente são essas as questões que me interessam num debate sobre a maternidade com viés feminista. Pra saber se a experiência pessoal da maternidade é boa ou ruim, eu posso simplesmente visitar as minhas amigas que são mães.

Anônimo disse...

Escrevendo do tablet ou seja, muitos erros:

Minha opiniao pessoal: o ideal seria que todas as maes fossem felizes como a autora do post. O mundo seria um lugar bem melhor se criancas fossem sempre bem vindas, amadas e criadas com responsabilidade.
A critica aqui nao e contra as maes que sao felizes, muitissimo pelo contrario.
A critica e contra ao ideal de maternidade existente hoje. E um ideal inalcancavel, escravizante e que - como ja foi dito - e o metodo mais efetivo de desempoderamento.
O mito da maternidade e tao poderoso que mesmo o feminismo nao consegue ou ousa combate-lo. Nao vejo essa mobilizacao toda para acabar com esse mito nao. Na minha percepcao, a maternidade e o calcanhar de aquiles do feminismo.
E mulher nenhuma sera totalmente livre ate esse dogma ser desconstruido


Jane Doe

natalia disse...

Para Raven Deschain

Raven, sua história me deixou curiosa, se você ganhava pouco e não tinha parentes que lhe ajudassem, como se virou com o fofelho? Uma observação: seu filho pode ser frágil, mas você não é, pelo menos não me parece que seja.

Anônimo disse...

Eu acho que a autora nao entendeu que ela esteve todo o momento em uma situacao privilegiada: marido trabalhador, casa pra morar, faculdade pra fazer, familia pra ajudar.

Eu sei que se eu fosse mae agora (aos 26)eu teria todos esses privilegios, pois sou de classe media e minha familia sempre me apoia em todas as minhas decisoes. Mas porque eu nao quero engravidar? Bom, vai ai minha lista de motivos:

- Eu moro sozinha, tudo que eu faco eh pra mim mesma. Quando estou namorando ja eh uma dificuldade de entender que agora sao dois, nao um soh. Imagina eu, mae.
- Nada me da mais agonia do que imaginar parir uma crianca, eu realmente morro de medo de parir. Quanto mais experiencias de partos eu escuto, menos eu quero parir. E olha que eu assisto filme de terror com uma frequencia fora do normal.
- Dinheiro, eu realmente quero gastar meu dinheiro conhecendo o mundo, aprendendo coisas novas. Ah criancas ensinam valores importantes pro adultos? Eu tenho sobrinhos lindos, flw
- 150 milhoes de criancas sem pai nem mae no mundo e minha familia enchendo o saco porque eu nao quero ter filho? Querem crianca? Adotem um voces e parem de me aporrinhar.
- Quem vai cuidar de mim na velhice? Eu mesma, ou a enfermeirx que meu suado dinheirinho que eu nao gastei com os pirralhos comprar :)
- Posso mudar de ideia? Posso, mas vou fazer de tudo pra gravidez nao acontecer.

Sim, isso sao problemas muito de classe media: aaahn, nao! Mulheres pobres sofrem mais ainda com abandono da familia e do pai das criancas, muito mais! Elas sim precisam entender que NAO TER FILHO EH OK, EH ESCOLHA PESSOAL! E muitas estao optando por focar nos estudos, numa vida melhor pra elas mesmas.

Eu sou de classe media e estou optando nao ter filhos pelo mesmo motivo, mas em graus diferentes de bem estar.

Por isso esse texto da autora eh meio sem nocao da realidade. Ter filho eh um fardo sim, sejamos realistas! Nessa sociedade onde o filho eh da mae e parece que qq coisinha que de errados neles nos que falhamos como seres humanos! Eh mais facil admitir e parar de achar que a tua felicidade eh modelo para todos. Pra mim isso foi uma cagacao de regra disfarcada de "mas comigo foi assim".

Peace!
Barbara

Anônimo disse...

Roxy, acho que todo mundo notou que o guest post é o relato de uma experiência pessoal. (E não é isso que os guest posts são???)

Não sei há quanto tempo você frequenta este blog, mas existe um post antigo que é justamente o contrário deste, no qual uma mulher relata a péssima experiência dela com a maternidade. (Para vc ter uma ideia, pelo relato nota-se que ela provavelmente sofre de depressão, inclusive depressão pós-parto.) Foi um post super comentado, com um debate intenso, e não lembro de ninguém questionar a contribuição do post para a discussão dos temas feministas.

Então, qual é o problema em se mostrar a outra face da moeda? Parece mais que o que incomodou foi a perspectiva positiva da maternidade. Duvido muito que o valor do post estaria sendo questionado se fosse pra falar sobre a maravilha de não ser mãe, e não o contrário.

Anônimo disse...

Anon das 17:09, a autora do post não disse que ter não é um fardo. Você leu essa parte?

"Ter filhos é uma experiência única, incrível, difícil, compensador. Ver os filhos crescendo, se desenvolvendo, não tem preço que pague. Mas quem fala que tudo são flores está mentindo."

Sim, é um fardo. Sim, há dificuldades. Mas também há o lado bom. É isso que ela está dizendo.

E discordo quanto à "cagação de regra". Ela está falando da experiência DELA, a sua pode ser diferente, a minha também e por aí vai.

Jesse disse...

Meus pais sempre se dividiram na minha criação, 100% igual, desde quando eram bem novos e pobres e cursavam faculdade. Deixar de procriar é ato revolucionário? Até é, porque a sociedade espera que você procrie. Mas é o ÚNICO ato revolucionário possível? E criar uma criança em parceria plena, desconstruindo diariamente o machismo que inserem na cabeça dela? E ter coragem de tentar construir um mundo melhor através da sua contribuição para as novas gerações? Há muitas maneiras de mudar o mundo e todas elas só podem passar por buscarmos ser felizes.

Ter filho não significa ser escrava de um conceito estanque de maternidade e muito menos condenar uma pessoa a ser infeliz -- estou muito satisfeita em ter nascido.

B. disse...

" A filósofa que escreveu sobre o mito do amor materno disse, em uma interessante entrevista, em como o movimento vem dando passos para trás, aproximando novamente as mulheres da "natureza" (homens continuam seres culturais/politicos/sociais), sendo a maternidade um dos grandes coroamentos dessa nova época."


Eu tb tenho notado bastante esse pensamento! Conheço gurias feministas celebrando o fato de abandonar pílula, camisinha, e qq coisa "artificial" e nos reconectar ao "sagrado feminino".

Não consigo engolir esse papo.

Anônimo disse...

"bla bla bla BEBÊS SÃO FOFOS". uhahuauhauahahhahahhahahahhahahahah

Juba disse...

Estou em choque, primeira vez que concordo com o Jonas.

Uma coisa que me incomoda em alguns espaços feministas é a falta de espaço para se discutir a maternidade. Pombas, que tem um monte de problemas, já se sabe. Mas a discussão não evolui. Desconstruir o mito é necessário, mas as discussões sobre cultura de estupro, racismo, homofobia, transfobia, etc, avançam, e essa não, como se fosse pauta menor.

Quanto ao "desempoderamento", discordo. Acho que acontece, sim, em nível financeiro, mas em nível pessoal a maternidade pode ser empoderadora. A gente aprende a dizer não, a deixar de abaixar a cabeça, a lutar pelo que acredita, a se esforçar por criar crianças sem preconceitos, a refletir sobre como deixar pessoas melhores para o mundo.

Sim, o mundo é machista, racista, violento, uma droga, mas tem muita gente trabalhando pra mudar isso. É um trabalho de formiga, como tudo, mas acredito que aos pouquinhos as coisas melhoram. Tem mudanças que não viverei para ver, mas e daí? Que as próximas gerações as aproveitem, e que trabalhem para mudar o que ainda estiver errado.

Anônimo disse...

Achei super válido a Lola ter deixado esse "quase-contraponto" aqui da maternidade, justamente pelos comentários das pessoas que dizem que isso não é um mar de rosas e que, dentro de uma situação de imensos privilégios (ter marido, ter casa pra morar, não ter que abandonar estudos, vida social, os filhos pra trabalhar fora etc) de fato tudo fica muito mais fácil.

Mais fácil ou menos difícil? Talvez menos difícil, porque uma mulher como a Angélica por exemplo, com os privilégios de ser branca, loira, rica, ter um marido rico e presente, poder contratar babás etc. ainda assim é uma mãe de três filhos com todas as cobranças que a sociedade impõe. Nem a Xuxa tá livre disso, nem mulher alguma.

Concordo totalmente com quem está dizendo que ter filhos, dentro de uma sociedade machista, representa um desempoderamento brutal para as mulheres - mesmo as mais privilegiadas, como a autora do guest post. Se bobear, até na roupa de uma mãe as pessoas querem mandar. Já querem mandar na das mulheres em geral mas em relação às mães, em todo um peso extra. Uma desculpa a mais para controlar as mulheres.

Então se você é mãe, você TEM QUE... mil cobranças. E apenas o fato disso não servir para homens já mostra que tem sim toda uma questão sociológica aí que é de total interesse do feminismo e que deveria ser abordada com mais profundidade.

Eu também concordo que a maternidade é o calcanhar de aquiles do feminismo, ainda é um tabu essa relação de ser mãe e desempoderamento social, mas quem vai contestar anos, séculos, milênios de condicionamento social assim de uma hora pra outra? Por isso a importância de problematizar e debater o tema.

Lutar pelo direito ao aborto legal é um começo mas nem de longe encerra o debate.

As mulheres que não desejam ter filhos sofrem excessivamente com a pressão do procriar porque tudo que fere as normas mais profundas da sociedade, especialmente essas com imenso ranço religioso (ter muitos filhos é incentivado nas 3 grandes religiões monoteístas do mundo, como já mencionaram aqui e não por acaso essas mesmas 3 grandes religiões relegam as mulheres aos papéis mais secundários possíveis em favor dos homens) é alvo de grande crítica. Isso é esperado, mas precisa ser tirado da naturalização e trazido à tona, simplesmente porque não é correto ou justo agir desse modo quando a pessoa faz para si uma escolha que, a rigor, não afeta o mundo em nada. Já ter filhos afeta toda a sociedade e para isso ninguém cria tanto caso, já que é nadar a favor da corrente. Mas, uma vez tendo esses filhos, segue-se todo aquele pacote de cobranças já aludidos.

No fundo, tudo se resume a opressão. E essa opressão precisa ser dissecada, fatiada em lâminas, analisada, estudada, contextualizada, debatida, re-debatida e apresentada à sociedade.

Para fomentar o debate, o texto serviu bastante.

Bibiana

Roxy Carmichael disse...

eu acho que alguns guest posts são sobre experiências muito específicas, sobre opiniões não necessariamente embasadas em estatísticas, fontes e outros já trazem essa perspectiva mais abrangente, com estatísticas, teorias, fontes. e isso sobre os mais diversos assuntos: desde quem refuta um relatório de economia sobre diferença salarial, até mais médicos, etc. eu mesma ja escrevi um texto sobre o mesmo assunto (maternidade) embasado em autoras feministas, em textos sobre a mitologia na contemporaneidade do joseph campbell :-) aqui faz uns anos.

daí que se eu quiser saber qual é o gosto de uma pessoa eu vou lá e pergunto. não entendo realmente onde um texto que fala sobre um gosto pessoal quer chegar. digo, em termos de problematizar questões que afetam a coletividade.

o meu apreço por fontes, analises, teorias vale também na hora de rechaçar argumentos que começam com "se fosse (um texto falando que maternidade é uma merda) seria assim". exercício de futurologia à parte, prefiro discutir o que existe nesse momento, e o que temos pra hoje é um texto com a descrição de uma experiência estritamente pessoal.

Anônimo disse...

"e um belo dia o último espécime da terra morre. Acho uma ótima ideia..."

Na verdade, tá mais para "e um belo dia, depois que acabaram as plantas, os animais e a água, o solo tão poluído que nada cresce, o ar tão tóxico que nada brota, o último espécime humano da Terra come o penúltimo espécime humano e uns dias depois morre." Movimento de procriadores irracionais pela perpetuação da espécie humana na Terra: tenha 10 filhos super consumistas e arruíne o planeta mais cedo! Não importa se no futuro eles vão morrer de fome e sede, o importante é que você fez sua parte pra perpetuar essa espécie que no futuro vai sumir de qualquer jeito mesmo!

Anônimo disse...

"Eu tb tenho notado bastante esse pensamento! Conheço gurias feministas celebrando o fato de abandonar pílula, camisinha, e qq coisa "artificial" e nos reconectar ao "sagrado feminino".

Não consigo engolir esse papo."

Também não, isso só é bom pra homem gozar dentro sem camisinha. Ter poder sobre a fecundidade é um dos maiores poderes que existem e por isso que é tão dificultado para as mulheres, mesmos em lugares mais "avançados" ou tidos como avançados, como é o caso dos Estados Unidos, onde anticoncepcionais são MUITO caros mas Viagra é coberto pela maioria dos seguros-saúde de lá.

Anônimo disse...

Já notaram que a sociedade pressiona as mulheres para ter filhos e cuidar deles mesmo sem fazer o mesmo com os pais mas quando uma mulher decide ser mãe solteira ela não é vista com bons olhos? Afinal, qual a diferença de uma mulher casada com dupla jornada, em que trabalha e cuida sozinha dos filhos e o marido não faz nada e uma mãe solteira? Muitos casamentos só existem porque a mulher "precisa de um homem" segundo a sociedade, mesmo que ele não melhore muito a sua vida.

Anônimo disse...

"Já notaram que a sociedade pressiona as mulheres para ter filhos e cuidar deles mesmo sem fazer o mesmo com os pais mas quando uma mulher decide ser mãe solteira ela não é vista com bons olhos?"

Ranço religioso da legitimidade do sexo apenas dentro de um casamento e com função procriativa.

Bibiana

Anônimo disse...

"Anon das 17:09, a autora do post não disse que ter não é um fardo. Você leu essa parte?

"Ter filhos é uma experiência única, incrível, difícil, compensador. Ver os filhos crescendo, se desenvolvendo, não tem preço que pague. Mas quem fala que tudo são flores está mentindo."

Sim, é um fardo. Sim, há dificuldades. Mas também há o lado bom. É isso que ela está dizendo.

E discordo quanto à "cagação de regra". Ela está falando da experiência DELA, a sua pode ser diferente, a minha também e por aí vai."

Le de novo a primeira frase que voce citou. "TER FILHOS EH COMPENSADOR" eh muito diferente de "TER TIDO FILHOS FOI COMPENSADOR PRA MIM". Ela usou a experiencia dela e generalizou AFU. Eu nao fui a unica a notar o tom de imposicao, le bem os comentarios - ate mesmo a resposta da Lola denota isso.

Soh eh cego quem nao quer ver aqui.

Peace!
Barbara

camila santos disse...

Outro professor babaca m.correio24horas.com.br/noticias/single/noticia/professor-da-ufba-e-afastado-apos-ser-denunciado-por-alunas/?cHash=6239971d432d8af49df367d943ed8724 será que vão dizer que é piada? "tão querendo acabar com o humor" prevejo.

Anônimo disse...

Vou problematizar uma coisa aqui.

A autora do post tem marido presente, não foi escurraçada de casa, casou, ganhou casa pra morar sem pagar aluguel, teve rede de apoio de parentes, babás, não precisou parar de estudar, não deixou de viver, por todo o conjunto aqui é bem correto supor que trata-se de uma pessoa imensamente privilegiada.

Acho ótimo que ela viva assim e que os filhos dela vivam em um ambiente tão próspero.

Só gostaria de deixar registrado que mesmo uma mulher tão privilegiada pela vida, ou até mais que a autora, pode não achar a maternidade essa maravilha toda. E que já que é pra existir cobrança, cobra-se muito dessas mulheres também.

Depressão pós-parto, por exemplo, acomete qualquer classe social. Uma mulher melhor posicionada financeiramente pode procurar médico, psicólogo, psiquiatra etc para tratar da condição mas isso não quer dizer que ela vai ser menos cobrada da sociedade - aquela na qual essa mulher está inserida.

A pobre, triste ou doente tem que trabalhar de qualquer modo senão as crianças não comem. A privilegiada pode ter alguns luxos mas continua sendo uma mulher e continua sofrendo recriminação.

Ser mulher, por si só, já é oneroso em uma sociedade machista.

Anônimo disse...

Bibiana, acho que mais que um ranço religioso é que as mães solteiras cuidam sozinhas dos filhos, porém sem nenhuma autoridade masculina sobre ela. Quem é o "chefe" da familia nesse caso seria a própria mulher, algo que horroriza alguns os homens, já que nesse caso o papel masculino só entraria na reprodução e se a mulher tivesse uma sexualidade livre, nem poderia saber se é ou não pai.

Casal Motelier disse...

Me identifiquei um pouco com o post.... UM POUCO.
Engravidei no susto com 19 anos, já morava com o pai da minha filha numa casa de fundos e tinhamos empregos horríveis (juntos ganhávamos 800 e pouco).
Sou muito otimista e acreditava que tudo daria certo. Meu pai queria que eu "desse" minha filha pra ele pois achava que não daríamos conta.
Com um mês de gravidez meu marido foi demitido e decidimos que ele ficaria em cada pois não queríamos mandar ela pra creche aos 4 meses.....
Antes dela, éramos super irresponsáveis e sem ambição. Desde seu nascimento, mudei de emprego, hoje ganho muito bem e meu marido segue cuidando da casa e da nossa filha enquanto eu trabalho fora.
Fora isso, NUNCA senti chamado da natureza, sequer pensava em engravidar. Perdi muito minha liberdade e existem infinitas coisas que gostaria de fazer e não posso. Tem dias que ler um simples livro se torna uma tarefa impossível e isso me deixa muito frustrada.
Concordo com o Thomas no ponto em que ter filhos é uma atitude egoísta. Já me peguei inúmeras vezes pensando em como será a vida da minha filha, em tudo que ela ainda ia sofrer, se terá alguma dificuldade e essas questões me angustiam muito pois o amor que sinto por ela é um negócio surreal.

Meu.... esse papo de ter filhos pra cuidarem de você na velhice é muito tosco.

Anônimo disse...

"Dinheiro não traz felicidade"
Ok, me dá toda sua grana aqui então!

"Filhos trazem felicidade"
Quero não, valeu.

Anônimo disse...

"Eu contei para minha mãe, que contou para meu pai, que ficou dois meses sem falar comigo, mas depois me perdoou."

Sempre que leio isso de "pai perdoar filha" pelas atividades sexuais dela fico me indagando se no fundo, o pai não queria ter tido esse privilégio com a garota. Porque pra se ofender com isso, é porque sente que tem algum direito aí que foi ofendido.

Marya disse...

Enquanto isso, as mulheres trans além de não poderem gerar um bebê também não podem adotar. É triste... fico mal lendo relatos sobre maternidade e mulheres cis equipadas de útero funcional desdenhando de um privilégio tão grande =(

Anônimo disse...

Bom, o fato de eu ser homem não me livrou da pressão em ser pai. Já fui até mesmo acusado de ser egoísta por não querer ter filhos, mesmo considerando que minha esposa pense o mesmo. Mas o pior foi eles questionarem a decisão dela, dando indiretas como "será que ela não quer mesmo" ou "se você não quer ser pai, ela vai achar quem queira".

Belle disse...

Existem vários tipos de mulheres em relação à maternidade:

- As que não querem ter filhos e podem escolher viver assim (EU!!!).
- As que não querem, engravidam sem querer, resolvem (ou são pressionadas a) ter o bebê e depois amam a maternidade.
- As que não querem, engravidam sem querer, resolvem (ou são pressionadas a) ter o bebê e continuam não gostando da maternidade, mas é caminho sem volta.
- As que querem muito, têm e amam a maternidade.
- As que querem muito mas por algum motivo não têm filhos.
- As que querem muito, têm e descobrem que não queriam tanto assim, mas já era.

Claro que existem muitas outras situações, mas eu queria ilustrar que o limiar entre amar ser mãe e ter que ser porque o filho de repente apareceu e não tem volta, é muito tênue. Então muitas vezes, e isso é algo empírico que vi conversando por aí com amigas, não é nada estatístico ou científico, mas acho que faz sentido, as mães parecem tentar justificar para as não-mães como a maternidade é maravilhosa apesar dos percalços, mas parece que é bem mais porque simplesmente não dá pra dizer: é uma merda completa e eu me arrependo (estou falando do tipo que parece ter se arrependido e não de todas as mães, REPITO)... Já vi posts aqui no blog que tratam disso, e concordo que depois que já teve não dá pra sair por aí falando que se arrependeu porque nenhum filho merece isso, mas ao mesmo tempo esse tabu reforça pra quem não tem filhos que ser mãe é todo aquele mito de completude para a mulher.

Como se nós mulheres fôssemos metades sempre esperando se completar, seja pela alma gêmea, seja por um filho... é muito triste esse não comandar o próprio corpo, a própria mente, a própria felicidade em escolhas que são pressionadas socialmente, mas no fim produzem seres humanos individualmente frustrados... Por ter ou não ter filhos, não importa o que você escolha, tudo será insuficiente por conta do "pecado originário" de termos nascido mulheres... quanta imposição!

Anônimo disse...

"Outra balela é de que a vida é perfeita e maravilhosa sem ter filhos, não é. as pessoas falam como se a vida sem filhos fosse totalmente livre de responsabilidades e recheadas de livres escolhas qndo na verdade td mundo esta sujeito a obrigações e concessões, a vida é assim"

Não é perfeita nem maravilhosa mas é muito bom poder largar de um marido lixo e não ter que lidar com "o pai do meu filho" pro resto da vida.

Anônimo disse...

"fiquei totalmente apaixonada! foi um sentimento mto especial de amor incondicional mesmo... acabou por completo qlqr preferencia, num estalar de dedos, so quero que venha com saúde, que seja feliz, que seja uma pessoa de bem. é uma reação difícil de explicar, acho que deve ser biológica mesmo, não tem como! hahaha "

é biológica sim, ocitocina
por isso q não devemos romantizar

Anônimo disse...

Enquanto isso, as mulheres trans além de não poderem gerar um bebê também não podem adotar. É triste... fico mal lendo relatos sobre maternidade e mulheres cis equipadas de útero funcional desdenhando de um privilégio tão grande


WHAT? Isso é sério?
Desde quando ter filhos é privilégio de mulher cis?
Boba comparação, mas considerar mulheres cis que não tem filhos por opção como tendo "útero funcional desdenhado de um privilégio tão grande" é o mesmo que dizer que uma pessoa tem que comer tudo o que tem pela frente por causa das pessoas que passam fome. Isso muda alguma coisa?

Afs.

Anônimo disse...

Não é perfeita nem maravilhosa mas é muito bom poder largar de um marido lixo e não ter que lidar com "o pai do meu filho" pro resto da vida.

**************

queria demais que alguém tivesse tido a coragem de me dizer isso antes de eu casar com #opaidomeufilho

Anônimo disse...

Eu acho tão estranho que as pessoas que comentam nesse blog só consigam enxergar um estilo de maternidade. Como se todas nós fossemos transportadas aos anos 50 no momento que o exame dá positivo. Menos gente, tem milhões de pessoas no mundo vivendo experiências de maternidade totalmente diferentes. Transgressoras, revolucionárias, feministas e tudo mais. Quanto mais reconhecermos essas novas formas de se criar, menos oprimidas seremos. A maternidade pode ser sim emponderadora. Conheço varias mulheres que se descobriram feministas depois de viraram mães, seja por adoção ou parindo. A questão está no direito de escolher que tipo de mãe queremos ser - seja na comunidade hippie feminista ou no batismo cristão.

Casal Motelier disse...

Sim! Sim!
A questão toda não é se filhos trazem ou não felicidade, isso é muito subjetivo.
A questão é cada mulher ter a possibilidade de decidir ser ou não mãe sem interferências e cobranças sociais.

Casal Motelier disse...

Comigo foi assim.
Descobri o feminismo depois da maternidade e é assim que quero criar minha filha. Uma mulher livre, decidida, empoderada.

Marya disse...

Camila, no momento em que mulheres cis tanto podem gerar seus filhos ou, quando não for possível, adotarem, trata-se de um imenso privilégio sim em relação a nós mulheres trans que gostaríamos de ser mães, duplamente porque além de faltar o "equipamento", você é barrada em todos os processos de adoção caso queira fazê-lo sozinha, te perguntam se você é prostituta, se você tem ainda o órgão masculino, se dá pra sobreviver só cortando cabelo, quantas vezes foi presa etc. E sim, eu adoraria passar por todas essas "opressões" aí da maternidade, passaria por elas com um grande sorriso no rosto. Desdenha-se do maior presente que a natureza deu, a capacidade de gerar uma nova vida.

Anônimo disse...

Bom, longe de qualquer feminista dizer a uma mulher "tenha filhos" ou "não tenha filhos", não é mesmo? Só queria pontuar que a tal rede de apoio que dá suporte à mulher desde a gravidez é constituída de outras mulheres. Sinceramente, acho meio complicado você engravidar e precisar do apoio de mãe e sogra para dar conta - elas já fizeram a parte delas, elas não deveriam ter que viver a maternidade novamente na terceira idade. Não tenho filhos, mas até onde sei maternidade é trabalho pesado. Você pode se orgulhar de não ter aberto mão de nada com a maternidade, mas e as outras mulheres que cuidaram dessa criança? Não tiveram que abrir mão de nada? Falo tudo isso pela minha experiência: vejo minha sogra cuidando de netos incansavelmente pelos últimos 15 anos. Já são 5 crianças, e ela cuidou de todas enquanto os pais estavam estudando ou trabalhando. A minha sogra é uma babá - amorosa, da família, que não precisa receber salário.

Juba disse...

Natália, é bem por aí... Quem não conhece/não passou pelo sentimento muitas vezes nega que ele exista ou possa existir. E quem relata ter passado é deslegitimada por ser considerada refém de hormônio.

Já pensou que legal, a pessoa contando da primeira vez em que viu x namoradx:
- A gente se olhou, e foi como se o tempo parasse.
- Não romantiza, isso é hormonal.
- E a gente ficou junto, rolou a maior química.
- Então, isso é biológico.
- Acho que me apaixonei.
- Você está incapaz de raciocinar, quando você voltar ao normal, a gente conversa. A psicologia evolutiva explica...

Mesmo se for biológico, porque deixaria de ser legítimo? Porque não se tem espaço pra discutir esse tipo de coisa sem ser no estilo comercial de margarina ou sem se tomar um calaboca? Tipo, ou é em fórum de mãezinha, no sentido pejorativo, ou não tem papo...

Anônimo disse...

Pronto, já chegou uma falando do grande privilégio das mulheres cis: a maternidade. Ignorando solenemente que toda a opressão sofrida pelas mulheres vem do desejo da sociedade de controlar os nossos corpos, a nossa capacidade de gerar vida, tão "divina". Muito privilegiada uma menina mutilada para não sentir prazer, a menina de 10 anos que engravidou do padrasto e teve que manter a gravidez - afinal, o grande sentido das nossas vidas é fazer crianças. Nossa, que puta privilégio, realmente somos muito gratas.

Anônimo disse...

Ter filho é lindo quando se tem APOIO. Infelizmente, a criança não é vista como parte da comunidade, e sim como obrigação da mãe (aquela velha frase: quem pariu que embale)
Eu nunca tive nenhum tipo de ajuda com meu filho além do meu esposo, sou órfã e meu marido é filho único de pais doentes. Além disso, moramos há pouco tempo nesta cidade. E olha: foi MUITO difícil no começo. Tem melhorado, graças a Deus.
Por causa dessa experiência, sempre procuro ajudar outras mães, pois acredito que a criança é comunitária.
Bom seria se pensássemos como as índias.

Anônimo disse...

http://g1.globo.com/pi/piaui/noticia/2015/05/garotas-foram-jogadas-de-penhasco-com-mais-de-cinco-metros-de-altura.html

esperando a Lola se pronunciar...

Marya disse...

Anônimo 28 de maio de 2015 19:23, todas as pessoas da sociedade, sem exceção, estão inseridas em uma cadeia de privilégios e opressões.

O homem cis hétero branco tem privilégio sobre a mulher branca cis hétero, que tem privilégio sobre a negra, que tem privilégio sobre a deficiente e por aí vai.

A mulher cis tem privilégio sobre a mulher trans, isso é inegável. Assim como o homem cis tem sobre o homem trans. Não é difícil enxergar isso nem precisa apelar para a transfobia, grata.

Anônimo disse...

Já pensou que legal, a pessoa contando da primeira vez em que viu x namoradx:
- A gente se olhou, e foi como se o tempo parasse.
- Não romantiza, isso é hormonal.
- E a gente ficou junto, rolou a maior química.
- Então, isso é biológico.
- Acho que me apaixonei.
- Você está incapaz de raciocinar, quando você voltar ao normal, a gente conversa. A psicologia evolutiva explica...




apaixonar-se é um fenômeno bioquímico que dura de seis meses a dois anos, o necessário para haver a procriação.

depois, grávida, a mulher apaixona-se de novo mas pelo futuro bebê e, após o nascimento, o pai pode compartilhar dessa paixão também

o responsável pelos 3 casos é o mesmo, o tal hormônio do amor, da fidelidade e da cooperação

cientes disso as pessoas poderiam fazer escolhas mais informadas, você não acha?

decidir fazer sexo sem proteção porque está sob efeito de uma droga fortíssima (ocitocina, sempre ela) não é a coisa mais inteligente do mundo mas todo mundo acha lindo, valoriza, faz filmes a respeito, e aí quando vem o pacotinho e a paixão acaba, porque ela sempre acaba independente se vai virar uma relação duradoura ou não, aí vem o desespero, o que eu fiz de errado.... o que fez errado foi tomar decisões sérias sob o efeito de drogas, só isso.

mas parece que pensar um pouco incomoda certas pessoas não é mesmo?

camila santos disse...

Marya acho que nesse caso da adoção não
entra no quesito privilégio e sim preconceito
porque muitos gays e lésbicas conseguem adotar
as(o) trans ficaram esquecidas porque ainda existe muito preconceito tanto fora quando dentro do lgbt e desde quando mulher cis
engravidar é privilégio?

Juba disse...

Eita, então quem continua junto por anos é por conveniência, só? Bom saber. Vou ao neurologista, porque continuo apaixonada depois de tantos anos, estou com defeito.

Outra coisa, ocitocina nessa quantidade, em relação ao bebê é só na reta final, é hormônio do parto e pós parto. Mas medicalizar o cérebro feminino pra desqualificar o sentimento ou o discurso é super comum, mesmo.

Sim, eu sei que é um fenômeno bioquímico e que saber disso ajudaria muita gente, o que eu quis destacar foi a empatia e tato de uma pessoa dizendo isso para outra. Imagina nos posts de violência tb, a pessoa falando do horror que sentiu e a gente dizendo: liga não, é biológico, faz parte do instinto de sobrevivência?

Talvez pensar incomode a alguém a mim ainda não. Se incomodar, eu aviso.

Zero disse...

vai ter post sobre o FIFA 16?

que alvoroço deu. já é praxe aqui no Brasil.

uns fazem piada sem-graça (eu mesmo fiz, varias. algumas até criativas.) e ouvi muita reclamação e "ataque".

já tá um saco isso.

não acho que gamers / nerds sejam o alvo certo do feminismo, gamers são homens sem vida social e/ou cabaços que não fazem nada pras mulheres.

quero ver vocês atacarem homens reais, e não piá virgem. ¬¬

Katia Silva disse...

"Fato é que feliz mesmo é quem não tem filho"
Quem é VC pra julgar a felicidade alheia? O ser humano tem livre arbítrio e muitas maes podem ser muitos mais felizes que vc.
Ser mãe é SACRIFICIO e esse é o verdadeiro amor,sem esperar nada em troca,cuidar ,se entregar e se doar para ver os filhos bem.Um filho é fruto do amor,mas,quem vai querer ter filhos de genes podres iguais aos seus?
VC só vê o lado do dinheiro,filhos gastam sim mas no final o que vai contar mesmo é a amizade,o companheirismo as alegrias,as tristezas,isso é a vida e tem coisas que o dinheiro não compra.

Maria Fernanda Lamim disse...

bom, vamos la....
olha, eu concordo com quem disse que rola muita agressividade nos comentarios. a autora do guest nao cagou regra nem defendeu a maternidade compulsoria, muito menos disse que era sem dificuldade nenhuma (ela mesma relata as dificuldades pelas quais passou). a questao e: da pra ser feliz com suas escolhas, quais quer que sejam, mesmo com algumas dificuldades.

se acolhemos com alegria um texto de uma mulher dizendo que sente feliz e empoderada com seu corpo, por exemplo, pq nao fazer o mesmo com o texto de uma mae?

acho que essa coisa de lembrar sempre que a meternidade tem suas dificuldades so reforça aquele estereotipo da maezinha sofredora, avental todo sujo de ovo.e isso e um baita tiro no pe para todas as mulheres! nao precisa ser assim, nao e assim pra todas as maes. vc nao deixa de ser vc mesma so pq se tornou mae.

eu acho que o movimento feminista de um modo geral nao acolhe as mulheres que sao maes. e so ver como em rodas de conversa, reunioes de militancia e etc quase nunca ha creches e espaços para crianças, e qd elas fazem algum barulho logo olham feio pra mae. e em muitos espaços so se fala do lado negativo da maternidade, mostram as maes quase como "colaboradoras do patriarcado".

eu sei que ha muita pressao sobre as mulheres que escolhem nao ter filhos, e tb uma idealizaçao da maternidade (na verdade de uma maternidade romantizada que esta longe de ser a real, mas enfim). agora, antes de eu ser mae, qd eu dizia que queria, era muito desencorajada tambem! cansei de ouvir que a minha vida ia virar um inferno, que nunca mais eu ia dormir nem trabalhar...e a verdade e: as pessoas complicam o simples. a maternidade nao e tao feia quanto pintam.
antes que venham dizer que eu sou "privilegiada", nao sou. cuido sozinha do meu filho, nao tenho baba nem avó.

agora, e bem chato ler um texto super bonito e leve de um mae feliz consigo mesma, mostrando a maternidade como ela e, sem cagar regra nem nada e todo mundo atacar....assim fica impossivel desconstruir a imagem da "maezinha sagrada". tipo, se ela conta que mesmo sendo mae continuou a trabalhar, e uma "privilegiada" humilhando outrxs. como empoderar outras mulheres na mesma situaçao entao?complicado, viu...

claro que se deve lutar contra a maternidade compulsoria. mas empatia com as mulheres maes tb e bacana.
ser feliz com as suas escolhas (e no caso dela e do meu tambem, foi escolha) tambem e uma forma de militancia.

e mais...eu ouço tanto isso de que "ah, mas a vida com filhos e mais dificil". ok. a vida com uma carreira tb e. a vida com uma deficiencia tb e. a vida sem um parceiro tb e. a vida de casado tb pode ser....cara, viver nao e facil. se a gente entra nessa, fica escondido debaixo da cama e nunca mais realiza nada.

me irrito um pouco tb qd leio essa historia de "ter filhos e egoismo, e querer se ver no outro". pelo menos pra mim a motivaçao nao foi essa. eu quis passar pela experiencia., so isso. pq alguem faz uma viagem a europa, por exemplo? pela experiencia. maternidade pode ser a mesma coisa. eu queria saber como e. nao tem "instinto" nem "egoismo" nisso, apenas escolhas. e eu tb sou feliz com a maternidade. mesmo com as eventuais dificuldades, meu vinculo com meu filho e algo maravilhoso que tenho na minha vida.

so discordo um pouco dessa ideia de eles cuidarem da gente na velhice. nao podemos ter certeza disso, a escolha será deles qd forem adultos.

e sobre questao da empregabilidade, eu acho que ha uma incoerencia. falamos sempre mal do capitalismo, mas no caso de a mulher mae ter mais limitaçoes de certa forma damos razao ao patrao. nao seria melhor educar os empresarios para que entendam que bebes nao se criam sozinhos do que dizer as mulheres para nao engravidar?

e por ultimo: 80% dos problemas das mulheres maes nao sao causados pelos filhos, mas sim pelo entorno: cobranças, criticas, estereotipos.....nao seria o caso de educar a sociedade ao inves de tratar a mulher mae como um problema?

Anônimo disse...

Pois é. Eu li a reportagem sobre essa menina chilena de 10 anos que engravidou do padrasto. Que tristeza!

Anônimo disse...

É triste, mais mesmo esse "poder divino" da mulher de criar vida não foi respeitado ao longo da história, as deusas mães foram substituidas por um deus masculino, que relegou as mulheres ao último patamar, mas teve cara de pau de se chamar de "criador".

Maria Fernanda Lamim disse...

obrigada, Natalia :) tb concordei com seus coments. especialmnte qd vc diz que a vida sem filhos tb nao e esse oasis de liberdade que o povo pinta. a minha , pelo menos, nao era! :P

Anônimo disse...

Onde está a transfobia? Você poderia dizer que o processo para adoção no caso de homens e mulheres trans é injusto e discriminatório, e realmente é, mas chamar uma pessoa de transfóbica por ela contestar sua visão de "privilégios" beira a incoerência, Marya.
Deve ser difícil querer ter filhos e não poder, mas vc pode julgar de transfóbica uma pessoa que não quer ter filhos e/ou que enxerga a divinização da maternidade como uma visão equivocada, senão mentirosa?
O fato de ser boa para algumas pessoas não significa que vai ser para todas. Respeito sua vivência e levo em conta sua tristeza quanto ao fato de não poder engravidar, e isso não não deveria desclassificar o descontentamento de muitas mulheres com a pressão para cumprirem sua "obrigação social de serem mães."
Lutaria do seu lado por uma mudança no sistema de adoção que desse visibilidade ao homem e à mulher trans, mas não chamo de transfóbica uma mulher cis pelo fato de não querer ter filhos. Até pq eu não quero e nem por isso critico as que querem, muito menos sou transfóbica. E me desculpe se pareceu isso de início.

Maria Fernanda Lamim disse...

ah, outro comentario que achei interessante foi o que menciona o livro "crianças francesas nao fazem manha" e a culpa de deixar os filhos na creche.de fato existe essa cultura, e ela precisa ser combatida!
meu filhote tem 10 meses e digo que: nao sinto a menor culpa. pq deveria? estou deixando ele em um lugar seguro, aos cuidados de pessoas especializadas, brincando com outras crianças e sendo estimulado pedagogicamente enquanto eu trabalho para prover o sustento dele. porque deveria me sentir culpada? nao faz sentido!

camila santos disse...

Zero o que seria homens reais, existe poucos desses? Acho sim que deva falar sobre esses projetinhos de machistas porque quando ficarem maiores vão encher o saco, muitos homens são machistinhas desde pequenos até acho que isso cresceu mais agora com "moda" do feminismo que ficou muito popular entre os mais jovens quando eu tinha 13/15 anos eu só tinha amigo homem e nenhum era machista agora os meninos são muito mais machistas talvez seja o acesso fácil a informações.

Anônimo disse...

Ter ou não ter filhos tem que estar de acordo com a vontade das partes envolvidas. A vida não é um mar de rosas de jeito nenhum, mas compreendo que pode preencher o vazio existencial de uma pessoa, como pode ser um porre pra outra.
Seria ótimo se todas as pessoas pudessem praticar o autoconhecimento ao longo de suas vidas e avaliar com seriedade o impacto das escolhas em suas vidas. Utopia? Não sei. Mas se as pessoas questionassem até que ponto elas querem ou não querem ter filhos, levando em conta as possibilidades, geraria menos gente frustrada.

Anônimo disse...

Maria Fernanda Lamim
Seu comentário foi perfeito, nem tenho o que acrescentar.

Soraia

Juba disse...

Maria Fernanda, super obrigada pelo seu comentário, o maior particularmente. Explicou muito melhor o que eu tentei dizer e não devo ter conseguido :P Sem intenção de trocadilho, foi um privilégio ler o que você escreveu.

Anônimo disse...

Homens reais? Nem todo gamer/nerd é virgem. E ser virgem ou não não é desculpa pra ser escroto.

Casal Motelier disse...

Zero, não entendi bulhufas do seu último comentário, mas já que mencionou, existem mulheres gamers! E elas sofrem muito preconceito nesse meio geek/nerd.

Maria Fernanda Lamim disse...

obrigda, Soraia e Juba.
ah,um anon mencionou uma coisa importante tb: o papel do pai. nao e a toa que a licença paternidade e uma pauta feminista. ta mais do que na hora de "institucionalizar" a participaçao do pai (no caso de genitores heterossexuais, claro) na criaçao dos filhos.

Anônimo disse...

Marya, minha flor, as mulheres que não querem ter filhos não tem a MENOR obrigação de achar a capacidade de engravidar o máximo porque tem gente aí fora que não consegue engravidar nem adotar. Sinto muito por você não ter conseguido realizar sua vontade de ser mãe, sinto muito mesmo, mas eu ABOMINO a ideia da maternidade, o que eu mais queria é poder me livrar do meu útero, e eu NÃO admito que pessoas desconhecidas joguem nos meus ombros a culpa por não terem conseguido o que queriam. Ter útero é uma bosta, ser capaz de engravidar quando não quero ter filhos é uma bosta, o fato de eu não poder fazer laqueadura é uma bosta e ter que ouvir gente dizendo que eu devia é ficar feliz e parir mil filhos só porque posso fazer isso mesmo que não queira é uma bosta. Passar bem.

Anônimo disse...

Algumas vezes o feminismo parece um clube de mulheres infelizes e raivosas com o mundo, sempre dispostas a atacar e destilar veneno sobre tudo o que não se encaixa nos rígidos padrões do feminismo.

Isso inclui a maternidade e as mulheres que optam por ela. E principalmente, as mulheres que demonstram felicidade por sua escolha.

Suas vivências, pensamentos e sentimentos em relação à maternidade são desqualificados e rotulados. E pior são comentários cínicos do tipo " mas ela tinha marido presente, tinha dinheiro, tinha avó, babá ..." Ou seja, a maternidade só pode ser feliz se a mulher está dentro do conceito de família tradicional. É óbvio que dinheiro e pessoas para dar suporte facilitam muito a vida de uma mãe, mas isso é verdadeiro para quase todas as situações da vida. Mas não vejo ninguém desencorajando mulheres em buscar seus projetos de vida porque falta dinheiro, ou porque não tem apoio de outras pessoas, como se vê no caso da maternidade.

A figura materna é um arquétipo universal de todas as culturas, mas que infelizmente foi apagado das religiões abraâmicas. O feminismo ao relegar a maternidade a um papel secundário, está seguindo pelo mesmo caminho.

Sobre um comentário de uma forista que fala sobre o privilégio de mulheres cis em relação à maternidade, está correto. A maternidade é uma condição exclusiva das mulheres cis, e nenhum outro ser humano pode ter essa experiência.

Provavelmente, uma das coisas que mais afasta outras mulheres do feminismo são as ideias ácidas e rancorosas sobre a maternidade, já que muitas tem experiências felizes como mães.

Zero disse...

resposta:

"Homens reais? Nem todo gamer/nerd é virgem. E ser virgem ou não não é desculpa pra ser escroto"

- a maioria é. não disse que é desculpa, mas dentre todos, são o "mal menor." (minha opinião).

"Um monte de mina sendo silenciada pra dar voz pra macho aqui. Ô belezaaaaaa"

- não silenciei ninguém. e não sou "macho", sou só um cabaço bunda-mole.

"Zero, não entendi bulhufas do seu último comentário, mas já que mencionou, existem mulheres gamers! E elas sofrem muito preconceito nesse meio geek/nerd."

- sei que existem. o que digo é que já são guris / homens extremamente isolados, "tirar" seu espaço é injusto. já que (na minha opinião) causam menos mal que "homens reais" (misóginos do dia-a-dia ou de grande publico, como Gentili, etc.)

e "reais" no sentido que a maioria é só um bando de nerd virgem que tem games como sentido de sua vida, e jogam por não ter jeito/chance com mulher, quando o feminismo o "ataca" e quer "impor" mulheres no que ele tem como seu único espaço, a revolta é o mínimo a se esperar.

não digo que seja certo, mas o que vem acontecendo de fato.

Anônimo disse...

Perfeito, Jesse.
Mariana

Anônimo disse...

Maternidade no sentido objetivo é uma condição da mulher cis, pq tem muitas mães que, mesmo não sendo biológicas, são responsáveis e amorosas tanto ou mais que as de sangue.
Por isso que não considero privilégio. E as mulheres e homens cis estéreis, como é que fica? Tem um monte deles por aí que adorariam ter filhos e não podem.
Sempre digo, pai e mãe são aqueles que cuidam, não aqueles que geram.

Anônimo disse...

Zero. Continuo dizendo, ser ou não ser virgem não importa, a questão é que existem pessoas virgens que são escrotas e pessoas não virgens que tb são. Tem nerd e game virgem, tem nerd e gamer não virgem. Tem nerd e gamer machista, tem nerd e gamer não machista. Tem nerd e gamer virgem e machista, tem nerd e gamer não virgem e machista, e tem tb o nerd e o gamer que é virgem e não é machista.
MAS o meio gamer e nerd é marjoritariamente machista e misógino. Isso é fato.
Eu lembro de uma notícia de um norte-americano, acho, que assassinou umas seis pessoas e dps se matou pq nunca beijou, nunca teve namorada e pq com 22 anos ainda era virgem. Culpa de quem? Das mulheres, que preferem machos-alfa escrotos por interesse, sendo que ele era a personificação da perfeição, e no entanto, rejeitado. O cara chegou a gravar videos no youtube falando sobre a hora da "vingança" contra essas "injustiças" que ele sofreu.
Que coisa, não? Uma pessoa sem um pingo de empatia e destilando ódio puro, preconceito e arrogância se achando no direito de cobrar um relacionamento, como se mulheres fossem objetos-prêmio.

Zero disse...

Camila, eu disse que não concordo com essa mentalidade, só disse que não tem como não esperar outra reação deles (pelos motivos que citei).

eu acho legal mulher que gosta de games. é difícil ver mulheres que curtem mesmo.

gamers virgens tendem a desenvolver a mentalidade masculista.

na minha opinião, "ataca-los" é gastar munição em defunto.

eles são errados? são. por isso muitos se isolam.

quando um desses vê feministas o criticando pela sua rejeição de mulheres em "seu espaço" isso só o empurra pro masculismo.

foi o que quis dizer com "homens reais". ele passa a ver o masculismo como verdade.

pois mulheres o atacam (beta) e "defendem" os "alfa".

é difícil lidar com eles.

Anônimo disse...

a vida sexual vai ficar um pouco no segundo plano no começo
kkkkkkkkkkkk
e depois acha que não está romantizando...
minha querida, a vida sexual vai quase morrer por um tempo e depois, muito depois, ainda vai estar em décimo plano

Anônimo disse...

A (o) filha (o) da Maria Fernanda deve ter meses de vida ainda......ppor isso esse ânimo todo em cuidar sozinha....Vamos conversar daqui a uns meses?

Anônimo disse...

Num falei que tinha meses?
Vamos conversar sobre as dificuldades de cuidar quando ele tiver quase 2 anos! Com creche ou com babá: é muuuiito difícil

Anônimo disse...

A Marya é amiga da Luiza?
#pegadinhadoluiz
kkkkkkkkkk

Anônimo disse...

Reclamar que mulher trans não tem útero parece coisa do Luiz (#pegadinhadoluiz) pra atrapalhar o debate.
afff

Roxy Carmichael disse...

anônima 22h32:
gostei muito do seu comentário. aliás, gostei dos comentários das mães: juba, maria fernanda e da anônima que diz que não tem a rede de apoio, mas que desenvolveu um vínculo muito legal com o filho. essa palavra é maravilhosa: vínculo.

não é só com respeito a esse tema, mas com respeito a vários temas, me incomoda essa abordagem personalista. E aí que nessa esfera, fica muito fácil atacar a escolha/perspectiva/experiência do outro pra reafirmar a sua. e isso é sempre muito chato com qualquer assunto.

seria legal pensar sobre como a sociedade poderia ser mais legal com as mulheres, as que optam e as que não optam pela maternidade. ainda mais uma sociedade como a nossa que tá precarizando o trabalho, se lançando uma cruzada contra adolescentes que são filhos de alguém, uma sociedade machista até o talo, que naturalizou total o abandono paterno, como boa parte das sociedades latino-americanas.

quanto à maternidade ser tabu, calcanhar de aquiles do feminismo, vocês tem alguma hipótese de por que? eu fico pensando em várias questões, e uma delas é justamente algumas mães e algumas experiências de maternidade reforçarem que o cuidado com a criança é responsabilidade exclusiva da mulher: a mãe, as parentes, as profissionais do cuidado infantil (babás e professoras do maternal, etc.), enquanto se avança muito pouco na conscientização de que esse trabalho deveria ser desempenhado pelos dois progenitores. talvez se recorra a esse modelo por pragmatismo, porque o filho tá aí, a sociedade não avançou e a ajuda é necessária, então se recorre à ajuda de outras mulheres. quando se cruza com a variável raça e classe social, fica então aquela situação em que mulher negra e pobre não tem com quem deixar o próprio filho porque precisa passar o dia cuidando do filho de outra mulher. e novamente, estamos muito longe de desconstruir essa ideia do cuidado como responsabilidade exclusiva da mulher, de alguma mulher.

não sei, olhando muito de fora, eu penso que em outras questões se avança no feminismo, aparece um multiplicidade de experiencias: na questão da sexualidade, do mercado de trabalho, na desconstrução do padrão de beleza, enfim... mas nessa questão, é raro ouvir essas vozes dessas outras experiencias com a maternidade. mais comum é a historia da mulher que ficou gravida e o pai da criança sumiu, ou do pai que não sumiu, mas que é pai quando dá, da mulher que adora a maternidade e divide o cuidado com outras mulheres, mas não tanto com o homem. são poucas variações numa infinidade de relatos. é difícil ver uma historia de alguém que OPTOU por criar um filho sem um pai. ou do casal em que o pai fica em casa cuidando enquanto a mulher sai pra trabalhar. uma comentarista narrou aqui uma situação assim, por sinal.

uma outra questão que eu tenho muita dúvida: vocês que são mães já viram o filme "precisamos falar sobre kevin"? foi um filme baseado num livro de uma mulher que nao teve filhos, mas que ficava muito impressionada com esse lance desses garotos que chegam na escola e matam todo mundo. a minha duvida é a seguinte: você acham que a partir da educação e do afeto é possível moldar um individuo para ser um indivíduo empático e afetuoso, ou seja, se isso depende apenas da criação (considerando interferencias mil da sociedade, cultura de massas etc.), ou se existe um limite até onde o afeto e a educação podem chegar/atuar? porque eu acho que o mérito desse filme é justamente não dar uma resposta fácil, mas a questão é justamente que quem vê, recorre ao clichê: o filho é assim pq a mãe nunca desejou essa gravidez (embora cuidasse dele).

Roxy Carmichael disse...

"Menos gente, tem milhões de pessoas no mundo vivendo experiências de maternidade totalmente diferentes. Transgressoras, revolucionárias, feministas e tudo mais. Quanto mais reconhecermos essas novas formas de se criar, menos oprimidas seremos. "

anônima das 19h08, poxa, seria genial se essas experiências pudessem ser compartilhadas, porque pelo visto tem um monte de mulheres com e sem filhos que desconhecem essa pluralidade de formas de se criar.

"Só queria pontuar que a tal rede de apoio que dá suporte à mulher desde a gravidez é constituída de outras mulheres. Sinceramente, acho meio complicado você engravidar e precisar do apoio de mãe e sogra para dar conta - elas já fizeram a parte delas, elas não deveriam ter que viver a maternidade novamente na terceira idade. Não tenho filhos, mas até onde sei maternidade é trabalho pesado. Você pode se orgulhar de não ter aberto mão de nada com a maternidade, mas e as outras mulheres que cuidaram dessa criança? Não tiveram que abrir mão de nada?"

anônima das 19h17 tocou num ponto muito importante, que vai de acordo com o que sugeri como uma hipótese de porque a maternidade ser considerada o calcanhar de aquiles do feminismo.

Eu mesma disse...

Cada vez mais acho que feminismo n tem que lutar pelos gays e cia. Não podemos falar dos problemas do instinto materno que nos empurram, porque as trans n podem engravidar? Só pode ser piada.
E ainda fala que elas gostariam de estar no nosso lugar e sofrer a pressão da maternidade? Então devem gostar da sociedade exigindo que eles virem homens porque nasceram com pinto.

Foco na Aula disse...

Eu nunca me senti incompleta por não ter um filho. Mas mesmo assim, pelas circunstâncias da vida, tive uma filha aos 37 anos. Não me senti mais plena, nem mais mulher, nem especial por causa disso. Muito pelo contrário, parece que eu deixei de existir, pois todas as minhas necessidades, vontades e sonhos ficaram em segundo plano. Desde então tenho vivido à sombra da minha filha, tentando realizar pequenas coisas com o pequeno tempo que sobra para mim. Em muitos casos ter filhos traz mesmo felicidade, mas no meu caso isso não aconteceu, pois a maternidade me tirou mais coisas do que me deu.

Anônimo disse...

Querer ou não querer ser mãe, gostar ou não da experiência, isso tudo são questões pessoais.
O que não é pessoal é a obrigação das mulheres cumprirem praticamente sozinhas a tarefa de criar os filhos, eventualmente sendo ajudadas por outras mulheres. A ausência dos pais é sim uma questão do feminismo, e me parece central se quisermos um mínimo de justiça e equilíbrio entre homens e mulheres para que possam exercer outros papéis sociais.

Anônimo disse...

Com todo respeito as mulheres que optaram pela maternindade, eu fiz opção por não ter e não me arrependo. Investi o meu dinheiro em mim mesma, ajudei pessoas, viajei, sou muito feliz, filhos não me fazem falta. Pelo contrário, imagino que se tivesse teria alguém muito familiar sempre me dizendo: você esta errada, ultrapassada, e o que é pior, vc não me deu o amor q eu imaginava.

Roxy Carmichael disse...

Anonima 1h03:
Concordo em genero, numero e grau.

Maria Fernanda Lamim disse...

Suuuper relativo. Varia de casal pra casal. Vi acontecer isso com algunns, com outros nao. E filho nao e a unica coisa que interfere no relacionamentp sexual .ainda mais no caso de casais casados. ha muitas variaveis ai.....

Maria Fernanda Lamim disse...

Meu filho tem 10 mmeses. E ate onde eu sei,, conforme ele for ficandp mais velho, fica mais independente. Porque e tao dificil aceitar que eu gostp de cuidar dele e que isso foi minha escolha?

Maria Fernanda Lamim disse...

Acho que vc nao leu meu outro comentario. Eu falei que viver nao e facil. Mas e possivel ser feliz com suas escolhas (e as dificuldades inerentes a elas).

Anônimo disse...

Esse filme é sobre um menino que chupa o dedo? Se for, eu vi. E bem massa. Achei o personagem do Keanu Reeves hilário kkk
Dizem que o livro é mt bom.

Anônimo disse...

Tem um filme de uma mulher que optou por ter umo filho sozinha, não lembro o nome. A mulher é durona, não curte homens e é mãe solteira, fez in vitro acho. Eu sei que o guri cresce qurerendo saber quem é o pai e vai atrás dele.
Esse filme beira a comédia, mas é legalzinho. To rachando a cuca pra lembrar o nome...

Maria Fernanda Lamim disse...

Hm, eu realmente nao sei o porque desse "tabu" no feminismo. Sobre a questao de se dividir os cuidados com o pai, penso que o momento e de pressionar "de fora ppra dentro",ppor ex., exigindo a licenca paternidade de ppelo menos 30 dias. Ver de perto como e a adaptacao do rn em casa faria a diferenca para muitos homens.
A criacao de grupos de apoio para maes tb. outro dia vi uma iniciativa dessas, a Casa Gestar, acho que fica em SP. Sabe aquele ditado "e preciso uma aldeia para se criar filhos"?
Sobre o filme "precisamos falar sobre o Kevin", eu vi e li tb o livro, maravilhosos ambos. Eu acho que uma criacao afetuosa aumenta as chances de o individuo se tornar afetuoso, sim, mas nao e "garantia", pq criar filhos nao e uma ciencia exata. Mas ate ai, boa parte das coisas boas da vida nao sao, ne...
Ah, e nao acho que tenha necessariamente a ver com a mae nao ter desejado a gravidez. Isso de fato e um cliche.

Maria Fernanda Lamim disse...

Concordo que a rede de apoio nao tem que ser so de mulheres. Em paises mais igualitarios (e volto a dizer, correndo o risco de parecer repetifiva:lugares onde o pai tb tem licenca, pq isso deixa "socialmente estabelecido" que e dever de ambos), nao e assim. Mas talvez por isso mesmo a maternidade nao deveria ser vista de outra forma dentro do feminismo? E uma questao que atinge boa parte das mulheres. Nao deveria ser vista como "um problema", mas sim como uma demanda . Social, inclusive.
Se lutamos ppelo direito ao aborto, porque nao pelo direito ao apoio nps cuidados? E isso comeca nao silenciando as experiencias de matdrnidade, que sao sim multilplas e diversas, como sao alias as mulheres e o feminismo. E que bom que e assim! ;)

Maria Fernanda Lamim disse...

E eu tb tenho ouvido historias muito bacanas e diferentes de familias e estilos diferentes de maternagem, sabe onde? Nos grupos de Criacao com Apego! Me intriga nao ver a mesma coisa nos espacos feministas (nao com muita frequencia).

Maria Fernanda Lamim disse...

Eu tb!

Maria Fernanda Lamim disse...

Tb amo o King! E "Insonia" e otimo!

Anônimo disse...

NAtalia e Maria Fernanda, obrigada MESMO pelos comentarios de vocês.

Também achei um absurdo o pessoal tacado pedra na autora do post porque "ela é privilegiada". E dai que ela é priviliegiada meu deus do céu? Agora só pode falar que ta feliz com maternidade se for uma negra da periferia que o marido senta o cacete?

E Natalia, gostei muito da parte que vc fala 'não ter filhos não significa sexo no chao da sala tres vezes por semana'. Eh verdade.

Eu que NUNCA pensei ter filhos ( to me lixaaaaando para pressão da sociedade) começo a pensar que talvez queira sim.. e é dificil só ler frases bestas do tipo "mãe, amor puro" ou texto falando que ser mae é uma merda

Ai quando aparece um texto como esse, que ela fala curtir ser mae apesar dos pesares, o povo enche o saco pq ela quer "cagar regra". Mas qdo aparece uma gorda, uma deficiente falando que ta de boa com a situação, ai pode, né? Mas mãe feliz não.

Parece que no feministmo tem que ser sofredora pra poder ter voz...
Yara

Graciema disse...

A Casa Gestar é em Florianópolis, e é uma iniciativa maravilhosa. Sobre outras maneiras de se viver a maternidade, tem o link no blog da Lola, Cientista que Virou Mãe, ultimo post é sobre essa casa também. E proporciona discussões muito boas sobre a maternidade, escolhas, recompensas e dificuldades nesse processo. Afora haver muitas coisas de sororidade em prática.

Qualquer escolha tem seu preço, que é o que não será porque se optou por outro caminho. Sou mãe, amo meus filhos, e nem sempre gosto de ser mãe. Agora, que estão maiores sim, mas quando menores, principalmente o primeiro, onde eu tinha engolido todo o discurso pastel sobre a maternidade, foi muito, muito difícil. Desesperador. Com a mais nova, foi mais leve, mais fácil, com menos culpa, e com a responsabilidade compartilhada com meu companheiro, que também vivenciou essa jornada de questionamento de papéis. Não viver a culpa abriu espaço para viver a alegria.

Eu entendo a agressividade, mesmo. Porque é muito difícil sequer achar um lugar onde você possa falar que ser mãe é difícil. Porque as mães, no geral, acumularam muita raiva, cansaço e ressentimento sem poderem falar nada contra, caso contrario somos uns monstros. Mas há outras maneiras. Porque as mães que optaram por ficar em casa são constantemente agredidas por isso, e os raríssimos pais que conheço, mais ainda. Mas mesmo neste caso, se ela falar da solidão, do cansaço, do isolamento que pode vir a sentir - não que seja mandatório, mas pode acontecer, isso não é acolhido, mas ridicularizado, porque afinal...ela pode se dar a esse luxo. Ou seja, mesmo dentro do movimento feminista, a decisão feminina é pouco respeitada.

Também entendo que a discussão maior não é sobre o meu caro, ou o da autora do guest post, ou da Maria Valeria...a discussão é sobre esse papel. As expectativas sociais, e a falta de apoio social real para ele, visto em politicas que não se materializam, como escolas de período integral em horários compatíveis com o trabalho - aqui em brasília o período integral termina 16:30. E essa NÂO é uma discussão de classe média. Ela é muito mais relevantes para quem é pobre, e tem longos deslocamentos de ônibus. Pra quem não pode pagar um contra-turno, ou um berçário. Para quem mesmo os horários do período integral são incompatíveis com atividade remunerada.

Eu concordo que a discussão é maior. Que os pais e a sociedade deveriam dar mais suporte e assumir maiores responsabilidades. No entanto, neste exato momento existem mulheres reais lutando para criar seus filhos. A rede feminina de solidariedade é essencial para isso, mesmo que ajude a manter a ideia de que criar filhos é assunto de mulher. É fácil falar de teoria e ação politica, mais difícil concretizar as demandas em ações. Mas enquanto isso, a vida está ocorrendo, sem esperar. Respeito a essas redes e mulheres é essencial

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