quinta-feira, 22 de setembro de 2011

GUEST POST: EU SEMPRE GOSTEI DE MULHER

A Susanna me enviou este lindo email que eu pedi autorização pra transformar em guest post. Vocês vão ver que o título (que eu que criei) se contradiz logo no começo, mas no final talvez dê pra entender. E espero que concordem comigo que o post é uma delícia de ler.

Diariamente acompanho o seu blog, tenho que minimizar a tela, vejo no trabalho. Que meu chefe não me leia, o que duvido muito que aconteça.
Sei que no “Escreva Lola Escreva” você, com maestria, aborda inúmeros assuntos: amor, sexo e sexualidade, religião, violência, dentre outros.
Eu vim aqui, para deixar meu testemunho a você, e quem sabe caso isso vire um post a seus milhares de seguidores, de como é complicado ser mulher e ser gay/lésbica/sapatão/cola-velcro ou qualquer outro adjetivo que as pessoas sintam-se confortáveis a nomear.
Oitenta por cento de minhas relações amorosas foram com homens. E, de repente, não mais que de repente, conheci a mulher da minha vida. Para mim foi tudo bem, surpresa, mas tudo bem. O “problema” foi social. Minha família é nordestina/machista/sexista/chauvinista e o pior: é do tipo falsa preconceituosa. Finge que aceita, mas no fim não aceita nada; o maior auê por trás. “Ok” com o filho da vizinha, que é descolado, mas com minha filhinha não. Entre amigos, muitos me apoiaram (e lá tinham o que apoiar?), alguns não sabem e muitos pediram para que eu os avisasse quando essa fase passasse. Enfim, não devo exigir que eles reajam da forma que eu gostaria.
E isso é só uma pincelada para que você entenda o que eu quero falar.
Ninguém crê que exista preconceito com relação à mulher. Parece algo surreal. Como? Século XXI? Isso não existe!
E imagina uma mulher homossexual?! Como ela não é tachada? Já escutei de tudo, mas o mais engraçado foi: "Nossa, você é tão bonita, tão feminina, nunca pensei". Parece doença. Do tipo quando o médico fala: “Então, você sofre de uma doença conhecida como ‘lesbianismo crônico’. É contagioso. Avise seus familiares e não esqueça de lavar as mãos, utilizar álcool em gel e tomar cuidado para não proliferar o vírus no metrô". Ou seja, se reprima.
Ter um amigo/conhecido homossexual é cool. Mas ter uma amiga/conhecida lésbica? Fala sério! Logo te definem como problemática, mal-amada, feia, gorda, ou algo assim. Aliás, se é lésbica é porque não atrai/satisfaz os homens. É uma pária. Uma aberração. Não é o estereótipo inventado pela mídia, pelos homens e por esse mundão repressor que só faz com que as mulheres se sintam feias por não serem iguais às capas da Boa Forma.
Isso é só porque as pessoas até nesse aspecto preterem ao sexo masculino. A homossexualidade feminina é totalmente marginal. Submundo.
Então eu comecei a entender o porquê de se andar em guetos, se camuflar, fingir, inventar personagens e namorados que moram no Alasca e nunca estão presentes.
São muitos dedos apontados. É medo de violência. É medo de arriscar. De serem as primeiras a se expor. Um beijo e pronto, você vira o guaxinim do rabo azul-celeste. Todo mundo olhando, querendo tirar foto e postar no youtube. Isso é se você não levar uns safanões, ou então ser excomungado até sua trigésima-oitava geração.
O que é engraçado: um mundo tão moderno, tão aberto, e as pessoas tão limitadas. Numa era em que nem mesmo para procriar precisa-se de ato sexual, por que cargas d’água tanto medo? Medo do novo? Acho que não é, porque que eu saiba Safo é mais antiga que a Bíblia.
Outro dia meu chefe, inconformado com minha sexualidade, me perguntou: "Mas como você gosta de mulher?!"
E eu respondo para ele e para vários: eu gosto de mulher, sim. Sem vergonha. Eu sempre gostei de mim. Do meu sexo, nada a ver com minha opção sexual. Sempre gostei da fragilidade e ao mesmo tempo da força, da coragem, da feminilidade, da pureza, dos sorrisos. Mulheres são guerreiras que num mundo opressor ainda assim conseguem conviver, harmonizar, e a cada insulto erguem a cabeça e dão a volta por cima.
Nós só temos que nos dar conta disso. Ser feminista é se amar. Ser feminista é não cair no conto da carochinha “Toda mulher é invejosa, toda mulher quer tomar seu namorado...”.
Gostem das Anas, Joanas, Marinas, Paulas, Teresas, Lolas, Penhas, Ritas... De todas elas que buscam um lugar ao sol. Vamos nos unir para que um dia possamos olhar para trás e aí sim acharmos um absurdo quando alguém falar em opressão qualquer que seja.
Ah, e a mulher?! Ela é uma delícia!
Obrigada por me inspirar todos os dias. Me fazer um pouco mais consciente e definitivamente melhor.

141 comentários:

Escarlate disse...

Ai sua lymda!!! Que texto maravilhoso, vou colar em todas as paredes!

Eu nem imagino o que você passa, tanta perseguição, mesquinhez, maldade mesmo. As pessoas não conseguem entender (ou não querem), que as pessoas são diferentes, que ninguém é melhor só pq é homem, hétero, branco, cristão.

E é por isso que ser feminista é tão importante! É lutar todos os dias contra uma horda de gente que insiste em tirar nossa alegria, nossa esperança, nossa individualidade.

Nina disse...

Lindas palavras Susanna, confesso que fiquei até meio emocionada! Reler o post linkado (ADMIRAR AS MULHERES É ADMIRAR A NÓS MESMAS) também fez muito bem pro meu coração e vai me ajudar a enfrentar o dia com um sorriso no rosto e imenso orgulho de mim!

Já compartilhei no Facebook e ofereci para todas as mulheres queridas que fazem parte de minha vida.

Bom dia para as duas, Lola e Susanna! =)

Leila Silva disse...

Tudo verdade, confirmo.
Lindo post.
Abraços

Giovana disse...

Lembrei de um post da Rita Lee ontem no Twitter: "Não condene minha masturbaçāo; eu faço sexo com alguém que amo muito."

Escarlate disse...

Lola, fugindo do assunto: Eu sei que é chato ficar pedindo pra vc falar de determinada coisa que está aparecendo muito na mídia, mas enfim... Vc vai falar do Troy Davis? Ontem ele foi executado (acho q vc já sabe a história) e sucitou um debate muito grande sobre a pena de morte.

Prof Ursão disse...

Muito bom!!! Sou viado e já passei por coisas idênticas!!! Precisamos de força e paciência para enfrentar este mundo ridículo e hipócrita no qual estamos condenados a viver e fazer dele um lugar menos chato.

Parabéns pelo maravilhoso texto!!!

Lívia Pinheiro disse...

Às vezes eu agradeço ter nascido na combinação lésbica e quase autista, porque sou poupada da percepção generalizada de ser o guaxinim de rabo azul (eu particularmente acho mais fidedigno "cacatua lilás de 1,70m com dentes").

Só não gostei da opção sexual. Isto gera debates intermináveis a respeito do ser opção ser uma das razões para o preconceito religioso, mas o que importa mesmo para mim é que, seja genético, hormonal, ambiental, ou mistura de tudo isso, eu, assim como todos, jamais tive escolha a este respeito.

Lord Anderson disse...

Só posso desejar que nossos filhos e netos consigam criar uma sociedade com menos odio e preconceito do que a que existe atualmente.

letícia disse...

"Nossa, você é tão bonita, tão feminina, nunca pensei".
A maioria das pessoas pensam que lésbicas só podem usar cabelos curtos, criam um esteriótipo. Eu mesma, tive o cabelo bem curtinho duas vezes (estilo "joãozinho") e direto me perguntavam se eu sou lésbica. Como se cabelo fosse sinônimo de sexualidade.

Uma amiga minha namorou uma moça por mais de 1 ano. A família não aceitava, dizia que era uma fase. Ela resolveu que a família era mais importante, se converteu em uma igreja, hoje é casada e diz que homossexualismo não é de Deus.

"Vamos nos unir para que um dia possamos olhar para trás e aí sim acharmos um absurdo quando alguém falar em opressão qualquer que seja." exato!

Unidas contra esse preconceito todo, essa idéia ridícula que homem foi feito pra mulher, somente.

Adorei o guest post!

Liana hc disse...

É engraçado ver um homem, que se identifica como heterossexual, perguntando para uma lésbica:

"Mas como você gosta de mulher?!"

Peraí, tem mesmo que explicar isso para um sujeito que supostamente "gosta" de mulher?! Muito estranho isso. Mas enfim, preconceito não é conhecido por ser coerente, né mesmo.

E uma mulher não amar "mulheres" em geral não significaria que, por tabela, ela não ama a si mesma, afinal ela também é uma mulher? É claro que isso não implica obrigatoriamente em um relacionamento homossexual mas cai naquela questão de que nossa sociedade educa mulheres para se odiarem e também às outrAs.

Niemi Hyyrynen disse...

Lola me empresta a caneta para eu assinar embaixo!

Um otimo dia para tod@s nós guerreiras!

Renata Be disse...

Muito bom o post! É essencial ter guest posts como este, Lola. Obrigada por ter autorizado a publicação, Susanna. Faz muita diferença dizer tudo isso.

É tão absurdo esse pessoal que acha cool ter um amigo ou conhecido gay, só que infelizmente existe aos montes mesmo. Meus pais, por exemplo, apesar de terem a "mania" de julgar as pessoas por qualquer motivo, sempre conviveram com amigos gays (só homens, mulheres eles evitam) numa boa. São "divertidos", "de bem com a vida", eles dizem. Mas isso não teve o menor peso quando eu tinha 15 anos e eles descobriram que eu namorava minha melhor amiga e me expulsaram de casa. Minha mãe esqueceu totalmente de conviver numa boa e quase arrancou meu cabelo. E isso nem passou pela cabeça do meu pai enquanto ele me chutava depois de ter me jogado no chão.

Sei que é me expor demais falar tudo isso, mas é um risco válido. Para os meus pais, foi somente uma fase (engraçado que para mulher é sempre fase, né? esse pensamento de que é mais possível mudar as mulheres me deixa sempre muito indignada). Mas para não ter de passar por nada parecido com aquele dia de novo, eles não sabem quem eu sou de verdade, mesmo depois desses anos todos (tenho 27 agora). E quem eu sou de verdade também sempre gostou e vai gostar de mulher.

Anônimo disse...

Amei o guest post!

Hoje eu sei o quanto preconceito contra lésbicas é real. Eu não sou lésbica, nunca fiquei com mulher, nunca senti vontade de ficar com mulher e acho que já encontrei o homem da minha vida, rs. Mas percebi esse preconceito aqui no meu trabalho.

São mais ou menos 30 pessoas e duas lésbicas assumidas. Ambas são queridas e uma delas é uma grande amiga minha. Eu percebi ontem, que fomos almoçar juntas no shopping aqui do lado (só nós duas) o quanto as pessoas amam cuidar da vida alheia. Muita gente comentou. No shopping, encontrei alguns conhecidos dela (que namora há anos outra mulher) e todos ficaram olhando ("então agora ela curte uma cocotinha?). Percebi também que uma outra amiga dela aqui do trabalho, que se diz tão livre de preconceitos, nunca aceita almoçar com ela sozinha, com medo dos outros falarem. Eu nao dei a mínima, até dei risada. Não posso ter uma amiga lésbica só pq ela potencialmente poderia dar em cima de mim? então não posso ter contato com homens heteros também, já que o risco é o mesmo?

triste, esse mundo.

Escarlate disse...

Que horror Renata! Gente, como os pais podem ser cruéis assim? Isso é violência sim, mais do que simples preconceito aprendido. Te agridem, te expulsam de casa, eu acho que eu não perdoaria.
Muitos pais e mães não deveriam ter filhos, nunca. Tem gente que só se preocupa com a opinião alheia. Quantos gays/lésbicas/gays se suicidarão para que as pessoas parem de violentá-lxs??? Isso me dá tanta revolta.

Gre disse...

Ainda há os machistas que não suportam saber que uma mulher não os deseja sexualmente e por isso a revolta.

Ainda há estereótipos, já tive cabelo que chamam estilo Joãozinho e também fui recriminada quando disse não para um homem.

Já bati na mesa em protesto contra um sujeito asqueroso que grudou como chiclete no pé de uma amiga na balada e também passei por lésbica.

Me importei? Desmenti? Não. Sou hetero, mas não me importei nas vezes que fui confundida. O que os fazia pensar que era lésbica foram meus cabelos e minhas atitudes sempre objetivas, persistentes e cabeça erguida, o que para eles se assemelha a postura masculina uma vez que essas características não podem ser de seres inferiores como nós mulheres.

Isso é que revolta e tantas outras atitudes desrespeitosas, e não a confusão ou nomeação de pessoas pelas suas orientações sexuais.

Sapho disse...

Pois é...diariamente, esses e outros tantos preconceitos nos agarrando pelas pernas. Não tem humor e indiferença que deem conta!!
Eu sou casada com uma mulher absolutamente diferente de mim, sobretudo em relação a estilo e estética. Eu faço o tipo largada, desleixada. Ela gosta de maquiagem, roupas mais "ousadas", é "feminina".
Cada comentário que fazem dá a entender que eu ando com meu troféu na rua. Parece até que eu não tenho nada a oferecer na relação. E quando falam das duas, somos uma dupla desperdiçada. Afinal, lésbicas têm de ser feias (não sei bem o que significa ser feia), mal-humoradas, indesejáveis e feministas.
Quanta bobagem numa sociedade só!! A forma de combater é mesmo a gente se mostrar, discutir aqui e em outros espaços. Por mais que a homofobia e os crimes que têm acontecido nos assustem, não dá pra ficarmos alhei@s a isso tudo e vivermos uma experiência fictícia.
Eu gosto é de mulher, gosto da minha mulher...e infelizmente, não posso transferir a naturalidade da minha felicidade aos outros.
Aos desavisados de plantão, sejam felizes, que ganhamos todos!!

paulinha barreto disse...

gente, terminei a leitura desse post arrepiada. só isso a dizer :)

Aoi Ito disse...

Guest post demais. Mesmo com meu namorado agora (Que realmente mora em outro estado e realmente quase nunca está presente), eu mantenho a aparência super butch (Cabelo curto, camiseta, sem maquiagem, sem salto alto, etc), e acredito que passo a idéia de que eu gosto de mulher (Que não está errada ;D). O problema é só quando acham que eu sou um CARA, o que levou a mim e ao meu namorado a situações ligeiramente tensas na rua. Sim, consegui a proeza de sofrer homofobia num relacionamento heterossexual. Cadê meu prêmio? :DDD

Sei bem como se sente, Susanna. Há um bom tempo a Lola postou um texto meu que falava disso mesmo - O preconceito sofrido por lésbicas. É esquisito, as pessoas acham que lésbicas sofrem menos que gays porque ser lésbica é ser sexy, gostosa, querer threesomes bissexuais com um cara no meio, ou então é só uma fase universitária/do ensino médio e logo passa. No máximo, fofo. Mas passa. Obrigatoriamente passa, a mulher lésbica vai inevitavelmente um belo dia perder todos seus desejos e amores por outras mulheres e se tornar uma mulher hétero, de preferência, muito feminina, porque só mesmo um HOMEM para resolver dois problemas de uma vez: A sexualidade subversiva de uma mulher E o desafio aos papéis de gênero! EGADS!

Teresa Silva disse...

Gostei do post e da menção ao meu nome! Beijo.

Renata, que coisa horrível seus pais fizeram com você! Beijo pra você também.

Anônimo disse...

Parei de ler quando vi "opção sexual".

Rosangela disse...

Capitã Amélica, Suzanna... Essas mulheres me emocionam. Tanta força, tanta coragem, tanta lucidez. Meninas superpoderosas, vcs são maravilhosas!

João disse...

Parabéns, Lola, e autora, pelo texto de hoje. É realmente triste viver numa sociedade que dificilmente se levanta contra aberrações como corrupção exagerada mas não mexe um dedo contra a crítica ao diferente.

Sempre procuro respeitar os espaços das pessoas, assim como gosto que respeitem o meu. Minha liberdade vai até onde começa a sua. Solidarizo-me com todos aqueles que sofrem preconceito, seja ele qual for. E continuemos torcendo para um mundo com mais aceitação, mais empatia e menos crítica e controle da vida dos outros.

Robson Fernando de Souza disse...

O texto é bom, mas tem uma passagem que, mesmo curta, dá uma péssima impressão:

"O “problema” foi social. Minha família é nordestina/machista/sexista/chauvinista e o pior: é do tipo falsa preconceituosa."

A qualidade de "nordestino" acaba sendo confundida com um defeito. Fica como se ser nordestino fosse tão ruim quanto ser machista e chauvinista.

A saber, parte da elite paulista também é machista/sexista/chauvinista/falsa preconceituosa. Origem regional e classe social são totalmente irrelevantes pra uma pessoa ou família ser preconceituosa.

Eu daria parabéns a esse texto, mas esse trecho me desencoraja totalmente a fazê-lo.

Aoi Ito disse...

Cuteatheist, por que parou de ler? A opção sexual é dela. Em alguns casos sexualidade pode ser opção ativa ou passiva. Claro que o termo orientação é muito melhor para se usar quando se fala da população homossexual em geral, mas nem sempre o termo "opção" está errado. Gosto muito desse site que nos leva diretamente de volta a 1998 com seu design fabuloso: http://www.queerbychoice.com/

Flasht,
"Vemos tantos homens dizendo que seu lado feminino é lésbica, mas mulher dizer que seu lado masculino é gay nunca vi"

Favor conviver com mais mulheres, especialmente as que lêem muito mangá e assistem muito anime. Eu conheço UM MONTE de mulheres que dizem que a) Seu lado masculino é gay ou b) Elas deveriam ter nascido homens gays.

Rosangela disse...

E Renata Be também é outra mulher maravilhosa. Eu sofri maus tratos de meus pais algumas vezes em nome do que eles acreditavam ser o "melhor" pra mim. E tantos pais massacram os seus filhos por causa de crenças equivocadas. Ter a consciência de que eles nem sempre sabem o que é melhor para a gente e seguir em frente, procurando ser fiel aos nossos desejos, é o primeiro passo. Embora algumas marcas deixadas na alma jamais desapareçam, um dia a gente se liberta...

Anônimo disse...

Ótimo esse guest post!

Conheço muito bem esse tipo de preconceito - apesar de não ser lésbica, uma das minhas melhores amigas é, e claro que, para a sociedade, "amiga de sapatão também é sapatão"!

Acho isso o fim. Não me importo de ser confundida, o que me dá raiva é ver as pessoas julgando a mim e à minha amiga por algo que, absolutamente, não lhes diz respeito.

Na minha casa, toda vez que falo que vou sair com essa amiga é um inferno: minha mãe fica brigando comigo, dizendo que não devo sair com esse "tipo de pessoa", que todo mundo vai falar mal, etc. Logo ela, que sempre me aconselhou a não ligar para o que os outros pensam.

O que me deixa bastante aliviada em relação à minha amiga é que ela é aceita por sua família, é muito triste quando o preconceito vem justo de pessoas tão próximas.

Anônimo disse...

MAS SE ELA É LÉSBICA, MELHOR ELA ESQUENTAR MAIS EM CURTIR A MULHER DELA DO QUE DAR TANTA ATENÇÃO PRA TORCIDA.AFFF OUVIR ATÉ O QUE O CHEFE, O VIZINHO, O PADEIRO PENSAM?
GENTE, O POVO NÃO GOSTA NEM DE QUEM É GORDO, VAI GOSTAR DE LÉSBICA?
MELHOR É SER FELIZ E BANANA PRA OPINIÃO PÚBLICA MEU BEM

André disse...

A capacidade do ser humano de cuidar da vida alheia é infinita. Agride-se pela falta de namorado(a)s ou pelo excesso, pela falta de cabelo ou pelo excesso, pela falta de gordura ou pelo excesso, pela falta de dinheiro ou pelo excesso, e muito mais. E quando a pessoa, após um esforço sobrehumano para tentar seguir a cartilha, se mata de desespero, todos se surpreendem "Quem diria?".

Letícia M. disse...

Robson Fernando de Souza, sinceramente? Sou teresinense, piauiense, nordestina com muito orgulho! Amo o povo nordestino! Mas é fato que eles são muito menos tolerantes com as relações homoafetivas que os povos da região Sul/Sudeste, por exemplo...

O post foi brilhante!

Aproveitando, Lola, embora eu nunca tenho comentado antes, leio seu blog todo dia e admiro muito você!!! =******

Anônimo disse...

@Aoi Ito Porque é errado chamar orientação sexual de opção. Dentro do contexto do texto (que agora li até o final) não chega a ser um problema, mas chamar orientação sexual de opção é errado e só ajuda a alimentar mais ainda o preconceito.

Anônimo disse...

cuteatheist

o termo orientação é mesmo o mais correto e pelo que dizem, de fato não se trata de opção. nunca escolhi ser hetero. sou e ponto.

mas por que usar o termo opção fomenta o preconceito? só por que a a pessoa poderia ter escolhido ser "hétero" e mesmo assim escolheu ser homo existe justificativa pras pessoas serem preconceituosas?

lola aronovich disse...

Cuteatheist, entendo que seja errado chamar orientação sexual de opção sexual. Mas vc não acha um pouco intolerante deixar de ler um texto porque nele há uma palavrinha com a qual vc não concorda? É a mesma coisa de quem reclama de quem usou “homossexualismo” em vez de “homossexualidade”. Nem todo mundo é ativista gay/lésbica! Nem todo mundo sabe que não se deve usar opção sexual e homossexualismo. Eu, por exemplo, quando comecei a escrever o blog, usava tanto homossexualismo quanto homossexualidade. Não tinha a menor ideia de que só podia usar um. Alguns leitor@s me avisaram, com educação, com paciência, que é um jeito correto de informar alguém, não acha? E mesmo assim eu continuei errando em alguns posts iniciais, porque nunca sabia qual era o certo e qual o errado. Só aprendi quando alguém me avisou que a gente não fala em “heterossexualismo”, então por que deveria falar em “homossexualismo”? Aí ficou na minha memória.
Eu edito os guest posts que publico aqui. Em geral mudo pouquíssima coisa, porque o pessoal que escreve guest posts costuma escrever muitíssimo bem. Mas às vezes surge algum errinho, como surge pra tudo, às vezes está confuso, às vezes um trecho é redundante... E eu tento ao máximo tirar esses probleminhas pra que as pessoas possam se concentrar no que tá escrito, não em uma vírgula mal colocada. Neste post da Susanna eu só mudei algumas coisinhas de pontuação mesmo. Mas a prosa deliciosa, o senso de humor, o fluxo do post, é tudo dela. Só que ela escreveu “homossexualismo” e “opção sexual”. No caso de “homossexualismo”, eu fisguei e troquei. Mas na parte da “opção”, eu não reparei. Era 4 da manhã quando eu tava editando o post e, sem querer, deixei passar. Se eu tivesse percebido, teria trocado, pra evitar essa polêmica sem sentido. Mas que a Susanna ainda não tenha aprendido a nova cartilha faz dela menos lésbica? Faz com que sua voz não mereça ser ouvida? Faz com que que ela não deva ser lida?
Não seja intolerante, Cute. Lembre-se que ninguém nasce ativista gay.

Anônimo disse...

cuteatheist

quis dize; AINDA que a pessoa tenha ESCOLHIDO ser gay, não há justificativa alguma p proconceito.

concorda?

André disse...

cuteatheist

Aqui mesmo no blog, em outro post, foi aventada a questão de opção versus orientação. Eu sempre achei que era puramente genético, portanto orientação. Mas porque não a opção? Só porque algum maluco religioso pode querer tirar o encosto gay de alguém? Errado é quem acha que pode dar palpite na vida sexual alheia e não quem eventualmente e conscientemente queira experimentar o outro lado.

Anônimo disse...

Voltei aqui só para dizer que AMEI esse reply do André.

Posso colar no meu Facebook? :D

Rebecca disse...

Gente, sem querer criar confusão. Eu sei que muita polêmica gira em torno da expressão "opção sexual".

Mas, não poderia ser uma opção? Quer dizer, eu acho que seria uma opção 100% respeitável, como vestir azul OU/E branco.

Não vejo opção sexual como uma coisa ruim. Acho extremamente importante termos a liberdade de escolher do que e de quem vamos ou não vamos gostar, como e quem vamos ser.

Desculpem se estou falando besteira, juro que não quero ofender ninguém e não foi um comentário direcionado.

Adoro seu blog, Lola! Mil Beijos!

Marussia de Andrade Guedes disse...

Susanna:
Agente sempre paga um preço por cada atitude que toma. Mas o preço da liberdade, mesmo alto, sempre vale a pena pagar. Eu sei que é muito difícil mas, se você paga
um preço alto agora, pode ser que as gerações futuras paguem um preço menor pela liberdade ou quem sabe ela
sai de graça.
Ser feminista é também reconhecer os nossos erros e não nos colocarmos sempre no papel de vítimas. É saber que muitas conquistas só dependem de nós mesmas. Os homens mudarão depois que nós mudarmos. Eles estam numa situação muito confortável. Não adianta esperar concessões da parte deles. Por exemplo: eles só aceitarão
a liberdade sexual feminina quando nenhuma mulher aceitar abrir mão dela. Mas ainda hoje a maioria das
mulheres faz isso. E por isso que quem não faz paga um preço muito alto. Veja o exemplo da Letícia do blog cem homens. Foi tratada como uma vadia só por admitir que faz sexo casual. No dia que todas as mulheres disserem que fazem sexo casual as coisas mudam. Mesmo quando não fizerem (nada deve ser imposto!) devem dizer que podem vir a fazer ou , no mínimo, não criticar quem faz. Sinceramente, hoje em dia, quando uma mulher diz que só faz sexo com sentimento, é apenas para fazer papel de"mulher certinha"!

Marussia de Andrade Guedes disse...

E isso não contribui para mudar as coisas!
Bjs

Alan Raspante disse...

Nossa, acompanho o blog há alguns anos (2008/2009 por aí) e realmente, posso dizer que a Lola ajudou a formar o meu caráter e adoro esse espaco que ela dá para esses "posts". Muito bacana!

Sempre fui gay, mas sempre fui reservado e camuflado. Mãe opressora e completamente religiosa (completamente mesmo), e meu pai... Bem ele era nordestino, mas morreu antes de saber de mim. Uma verdadeira dádiva para a minha mãe.

Quero dizer que, desde que me assumi eu sofo preconceito, principalmente da minha família (virou gay? ou seja, virou drogado... Prostituta.. E por aí vai!). Mas esses dias eu estava pensando em como funciona o preconceito com os gays, principalmente com as lésbicas que ao meu ver acabam sofrendo mais. Como ela mesmo falou, mulher bonita então nem se fale... Se bem que, comigo também foi assim: "Ah, tão novinho, bonitinho... Vai comer buceta muleque!".

Enfim, só queria parabenizá-las... A mulher pelo belíssimo post e Lola, pelo excelente trabalho!

Abs.

Anônimo disse...

Marussia de Andrade Guedes

eu respeito quem faça sexo casual e não acho que pessoas assim tenham menos caráter ou menos dignidade ou mereçam menos respeito que eu. Eu so faço sexo com sentimento. Pelo menos até hoje foi assim, não posso dizer no futuro. Mas por enquanto, eu só transo com quem gosto, com quem tenho intimidade, cumplicidade, com quem faz parte dos meus planos. E não falo isso só p parecer certinha.

Arlequina disse...

Aoi Ito,

OPA, eu quero o prêmio de sofrer homofobia em relacionamento hetero também! Meu ex-namorado tinha cabelo comprido, bem comprido mesmo. Um dia, na praia (saca o absurdo da situação) fomos confundidos com um casal de lésbicas.

Acho interessante o comentário dos pais. Acho que meus pais só realmente tem medo que eu ou meu irmão sejamos homossexuais pelo tamanho do problema que isso é para sociedade. Eles não gostariam que tivessemos que sofrer, só isso. Mas nunca deixariam de nos amar, sem dúvida nenhuma.

Aliás, esses dias, com o fim da política "Don't Ask, Don't Tell" do exército americano vi o tocante vídeo de um soldado americano que está há um ano longe ligando para seu pai no Alabama e contando que é gay. A reação, é, felizmente, a melhor possível. Deu pra ver o alívio e a felicidade, o medo no rosto do cara. Muito legal.

Tati Leutwiler disse...

Lola, acabei de ver esse comercial na TV e fiquei indignada com o machismo enrustido (?) transbordando pra todo lado.

http://www.youtube.com/watch?v=MVaosOu9w8I

Anônimo disse...

paia mesmo essa propaganda hein?

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ane Brasil disse...

Bom texto, muito bom texto. eu teria também algumas histórinhas pra contar, das vezes em que fui confundida com 'sapata', das vezes que fui cantada.. mas isso não vai acrescentar. O que me chamou atenção nos comentários foi a implicância do povo com o termo 'opção'. Honestamente, eu acho esse papo de 'nasci assim' 'é genético' algo muito chapa branca. Bom, eu nasci como sou, mas OPTEI assumir quem sou. Gays, héteros, criaturas ranzinzas (eu) optam sim por viverem a sua sexualidade. Acho que assumir a opção é algo que impõe respeito sim.
Aceitação? também não gosto do termo. Não sou aceita em vários meios por vários motivos (e não faço a menor questão de sê-lo) neguinho não se metendo na minha vida, bom dia, boa noite, por favor, o respeito básico, tá de bom tamanho

Aoi Ito disse...

Mariana,

"só por que a a pessoa poderia ter escolhido ser "hétero" e mesmo assim escolheu ser homo existe justificativa pras pessoas serem preconceituosas?"

A pseudo-lógica dos anti-homossexuais diz que, se é uma escolha, eles podem parar de ser gays a qualquer momento e que essa coisa de direito dos gays é balela. Ou então que escolha é algo inferior a algo pré-determinado, que é o que muitos ativistas LGBTs TAMBÉM batem na tecla hoje em dia.

Eu concordo com a Rebecca. Pessoas são tão diferentes; é claro que ninguém vai chegar pra você e falar "oi, você quer ser gay ou hetero? Que tal bi?" e nem você vai acordar um dia pensando "hmm, quero ser hetero hoje" (Acho), mas seriam mais escolhas menos claras. Eu mesma posso me considerar uma pessoa que foi lésbica por escolha inconsciente, assim como várias feministas Lesbianas que tenho conhecimento... Se quiserem uma explicação de como aconteceu, eu posso até falar. Mas, como todos sabem, existe preconceito até mesmo dentro da comunidade LGBT. Já vi tanta gente dizendo que lésbicas por escolha não existiam, que na verdade você sempre foi lésbica, só não sabia! Lembro de um post no Tumblr onde uma menina confessava que ela ESCOLHEU ser lésbica, e mil pessoas responderam dizendo que ela estava errada, que isso não era possível, que ela manchava o nome da comunidade...

Isso, além de apagar experiências femininas, apaga feministas radicais e Lesbianas, a maioria que vê o lesbianismo como uma posição política, algumas delas que passaram por relacionamentos heterossexuais antes, mas que decidiram não se relacionarem mais com homens e dedicarem todo seu tempo, energia e esforço às mulheres.

Marussia, wtf? Não concordo! D:

"No dia que todas as mulheres disserem que fazem sexo casual as coisas mudam. Mesmo quando não fizerem (nada deve ser imposto!) devem dizer que podem vir a fazer ou , no mínimo, não criticar quem faz."

Eu não faço sexo casual (No sentido de ~não ter sentimento~), eu não tenho intenções de fazer porque tenho meu namorado. Não critico quem prefere o fazer. Mas sério, falar que mulher que diz que só faz sexo com sentimento é pra pagar de santinha é cair na dicotomia machista santa-puta, agora, ao contrário de 50 anos atrás, exaltando as "putas" e diminuindo as "santas". Mulheres de todo tipo existem! Todas as mulheres podem ou não vir a fazer sexo casual em algum momento de suas vidas, porque pessoas mudam blablablá, mas isso não significa que todas façam e que, no momento dado, todas queiram fazer. Tenho amigas que só conseguem sentir atração por uma pessoa com sentimento envolvido (Tipo demissexualidade). Não vou diminuí-las por serem "santas". Vou criticar, sim, o pensamento de quem diz que sexo é sujo, impuro, que quem faz sexo por fazer é puta; quem diz que sexo só é para ser feito depois do casamento para "preservar a pureza da moça e dá-la ao seu marido". Vou criticar as origens religiosas dessa idéia.

A NÃO SER, claro, que você esteja se referindo a sexo casual como sexo pré-marital, e isso eu faço mesmo e aprecio bastante.

Arlequina,

ME RECUSO A DIVIDIR O PRÊMIO! VOU TOMAR AS MEDIDAS JURÍDICAS CABÍVEIS E FAZER AUÊ! (brinks, OK?)

Rebecca disse...

Arlequina,

Você pode postar o link do vídeo do soldado, que você mencionou, por favor? =)

Aoi Ito disse...

Aliás, quanto ao preconceito por ser uma "escolha", que falei, que se é escolha supostamente isso pode ser revogado, blablablá:

Li há um tempo uma análise do possível preconceito que surgiria com a descoberta de um "gene gay". Born this way, born this way, e se acontecer um genocídio homossexual que nem acontece o femicídio abortivo com as mulheres da China? E se pais ultrarreligiosos (TÔ NAS NORMAS?) descobrirem que seu filho vai ser gay antes mesmo dele nascer? Claro que a idéia de uma eugenia é Orwelliana DEMAIS, mas se acontece femicídio abortivo porque fetos são XX e não XY, imagino o que possa acontecer que seja semelhante se descobrissem que o seu futuro filh@ seria XX<3XX ou XY<3XY...

Lu-Bau.Blog disse...

Toda opinião ou orientação que foge do status quo vigente, seja sexualidade, movimentos sociais e de genêro, ou até de campanhas sociais causa espanto e indignação em quem acha que tem razão mesmo que vc argumenta mostrando uma visão totalmente diferente. Infelizmente, as pessoas não param para analisar os motivos pelas quais você tem aquela opinião ou opção. Simplesmente te atacam pedras (seja verbalmente ou de fato).

Bruna disse...

Acredito q nenhuma mulher precisa dizer q só transa com sentimento (bom, mas ela pode dizer), basta dizer q só transa qdo quer. É tudo que precisamos saber.
Caindo de para-quedas num assunto do qual não sei nada... Sei q é correto dizer orientação sexual, mas não existe a tal opção em hipotese nenhuma? quer dizer gostaria de saber se para algumas pessoas não é opção mesmo, sei lá, já li em alguma super interesante da vida q biologicamente a minoria das pessoas é totalmente hetero ou totalmente homo, então dependendo da cultura poderia existir escolha... Não sei se minha dúvida na verdade é uma bobagem, mas sei q tem gente aqui q já estudou bem mais a respeito, então... E aí eu me pergunto, se fosse possível ser uma opção, não seria preciso lutar pelo respeito dessa escolha tbm?

Caroline J. disse...

Desde que "virei" (ou melhor, me descobri) feminista, tenho conhecido mtas lésbicas. E nisso eu descobri q sinto um tipo de atração por garotas... só q não é atração sexual. Uma vez eu comentei isso e várias amigas disseram "nossa, tbm sinto isso, achei q era a única!", quando falei q me sentia atraída por garotas, só q não tinha vontade de fazer sexo com elas.
Aí eu comecei a ver q sei lá, talvez isso seja o natural de uma mulher quando ama o fato de ser mulher... acaba amando as outras mulheres tbm. Não necessariamente implicando em atração sexual. É uma vontade de conhecer, trocar carinho, e dizer e mostrar como elas são lindas e fascinantes. A sociedade tirou muito isso da gente. Eu nunca tive mtas amigas, sempre tive mais amigos. Por diversos motivos: faltava afinidade (eu nao me identificava com o padrão de comportamento, interesses, etc das outras garotas), e tbm rolava aquela desconfiança de q a amizade não seria verdadeira, q haveria competição, inveja, fofoca. Essas coisas q o patriarcado nos ensinou.
Eu tô mto, mto feliz de me sentir fazendo parte do "clã das mulheres" agora. Ao mesmo tempo q me sinto mais livre e me aceito muito mais, tanto física quanto psicologicamente.

Aoi Ito disse...

Carol, seu registro é lindo. Irmandade é uma coisa linda mesmo...

Anônimo disse...

bruna,

também não sinto necessidade de sair espalhando por aí que só sinto vontade e só faço sexo com o meu namorado. só disse aqui pq pareceu pertinente. e também não vejo por que preciso afirmar que faço sexo só quando quero. por que as pessoas precisam saber disso? ninguém precisa saber nada da minha vida sexual. tudo oque eu expor, é por vontade minha.

Anônimo disse...

Já falamos muito a respeito, nos debates do nosso coletivo LGBT - http://janeladaparedeazul.blogspot.com/2011/09/sobre-o-plural-coletivo-lgbt.html, da semelhança entre as lutas Feminista e LGBT... Na abordagem da homoafetividade feminina, essa semelhança então é gritante! Mas este texto trouxe, ao menos para mim, um resumo perfeito de toda essa luta: "o gostar de si, no combate aos dogmas e paradigmas preconceituosos.

EXCELENTE!

Eduardo Marques disse...

Interessante o texto. A autora diz algumas coisas que eu não sabia sobre o universo lésbico. Eu pensei que os homens gays sofressem muito mais preconceito. Acho que o lesbianismo só é menos divulgado, conhecido, por isso ela ter essa opinião. No lugar onde eu moro, não sei se já é cool ter amigo gay.

Devo ser muito inocente nesta vida, porque não sei de estereótipo nenhum de lésbicas. Um casal de lésbicas, para mim, parece até, sei lá, algo chique, moderno. Minha opinião, claro. Não saberia dizer a opinião dos outros aqui.

Bruna disse...

Mariana, desculpa se vc entendeu q meu comentário foi pra vc. Não foi. Aliás, achei o q vc disse mto importante, afinal o principal é ter respeito pelo outro. Só quis comentar o q a Marussia disse. Mas independente disso, acho sim q precisa ficar claro para o mundo q mulheres só fazem sexo qdo querem, com ou sem sentimento, qdo querem e com que querem, vc não acha mesmo? Infelizmente isso ainda não é uma verdade para td mundo.

Bruna disse...

putz, seria impossível cometer mais erros ao escrever este último comentário, mas deixa assim mesmo...

TWO OF US disse...

Lola, clap, clap, clap! Obrigada pela sensibilidade de sempre!

Susanna, entendo perfeitamente cada palavra do seu texto, pois eu sou lésbica, casada com a única mulher que conheci em minha vida( primeiro beijo na boca da minha vida, primeira namorada, primeira companheira de um casamento duradouro e, se continuarmos investindo em nós e em nossa relação, até que a morte nos separe).

Lola, mais uma vez, te agradeço pelo super toque nas pessoas, principalmente nos ativistas mais "passionais": "ninguém nasce ativista gay." Isso é verdade. Eu não sou ativista de nenhum movimento na atualidade, mas já fui no PDT e, depois, no PT. Na época do segundo grau ( ensino médio hoje) participei ativamente da UBES e, na graduação, da UNE. O mais chato era ver tanta intolerância com os mais desinformados. Cansei! Eu sou feminista, mas não sou ativista. Sou consciente de muitas questões, mas não gosto de denegrir as pessoas por falta de conhecimento. Se temos como esclarecer, que seja da foma mais educada e mais tolerante possível. É mais fácil atingir as pessoas com palavras de respeito e amor.

Ah, e apenas há dois dias percebi que você publicou um texto meu. Rsrsr...Tive uma tanto de receios de ler os comentários, embora minha companheira os leu e me contou os positivos.

Nosso muito obrigada pelo respeito e carinho de sempre!

Abraços, na esperança de algum dia nos conhecermos pessoalmente!

Flávio Brito™ disse...
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Flávio Brito™ disse...

Acredito que é de conhecimento geral que gays e lésbicas sofrem preconceito.

Entretanto acredito também que há casos em que alguém sofra mais preconceito que as lésbicas e os gays, devido sua orientação sexual.

Travestis por exemplo sofrem, preconceitos por parte dos heterossexuais, e dos homossexuais também.

Por incrível que pareça gays tem preconceitos com travestis.
O preconceito social é bem maior em cima dos travestis, que são quase sempre associados a prostituição.
(Uma coisa é ser um gay que veste conforme a sociedade “manda” um homem se vestir; e outra coisa bem diferente é ser um homem biologicamente falando que se veste como uma mulher).
A violência é bem maior contra Travestis.

E por ironia há travestis que tem preconceito contra “os operados” (Acho que é transexual o termo).

E tem os bissexuais que sofrem preconceito de héteros e homos também.

TWO OF US disse...

Eu estou lendo alguns comentários sobre amarmos umas as outras. Sim, não é a mesma coisa que atração sexual. É diferente. Eu também amo minhas amigas ( héteros, ou não)! Sou do tipo que abraça, beija, palpita em roupas, cabelos, perfumes, empresta roupas, bolsas, sapatos, se viajo para fora, trago sempre um perfume e outros apetrechos que a mulherada curte.
Procuro lembrar de cada uma. Ajudo em maquiagens, dou telefones do meu cabeleireiro, da minha dermatologista, do gineco, da minha maquiadora ...Um verdadeiro clube da Luluzinha. Isso é super saudável, gostoso e faz um bem enorme na vida, gente!

Porém, o que muita gente não sabe, é que foi justamente o patriarcado que nos dividiu, que disseminou a cultura que disputamos umas com as outras e tantas questões neste sentido.

Simples assim: quem guarda o patriarcado são as mulheres. Foi isso que tal sistema nos delegou. Unidas, somos poderosas!

Eu já tive a oportunidade de ver quando uma mulher tornar-se gendrada. É lindo o seu relacionamento consigo e com a outra depois de tanto texto que a torna consciente!

Parafraseando Simone De Beauvoir, não se nasce gendrada, torna-se gendrada.

Marussia de Andrade Guedes disse...

Mariana, Aoi Ito:
Vocês já pararam para pensar sobre o motivo de somente as mulheres serem questionadas se fazem ou não sexo casual? Você vê as pessoas perguntando isto para os homens? Você os vê questionando isso entre si? Parem pra pensar um pouco. A necessidade de estar sempre presente a ligação entre sexo e sentimento funciona como um "cinto de castidade" "psicológico" . Em alguns lugares há a separação física entre homens e mulheres (burcas, separação de ambientes, etc), aqui, digamos, no mundo ocidental, há a ligação entre sexo e sentimento. Bingo! Que perdição seria se as mulheres fizessem sexo só por
prazer heim? Para quem não entendeu ainda eu vou traduzir: A LIGAÇÃO ENTRE SEXO E SENTIMENTO É A NOSSA BURCA!
Aio Ito
O fato de você ter um namorado não deveria impedir que você fizesse sexo casual. Não concordo com a exclusividade sexual. Não acho fisiológico. Num relacionamento, exigir exclusividade sexual é tratar o outro como sua propriedade. Não demonstra o amor que vc tem pelo outro e sim o amor que vc tem por vc mesma. Sabe aquela coisa: eu sou tão fantástica que ele não deve ter olhos para outra, eu devo bastar! Sinceramente, acho isso muito pequeno!

Arlequina disse...

Rebeca,

Taí o link pro soldado se declarando!

http://www.youtube.com/watch?v=DVAgz6iyK6A&feature=player_embedded

@Aoi

BRIGAREI PELO PRÊMIO ATÉ A MORTE!

Elaine Cris disse...

Lindo post e essas observações feitas pela moça são muito pertinentes, não só em relação a homossexualidade. Vivemos em uma sociedade em que realmente não somos ensinadas a gostar e respeitar mulheres no geral,
Dias desses mesmo tive um exemplo no meu trabalho. Trabalhamos em um lugar onde a maioria são mulheres e como em todo lugar ocorrem problemas. Aí outro dia, uma moça começou a dizer naturalmente que o local está desorganizado, nada funciona, porque mulheres são maioria, precisávamos de um homem como chefe porque homens são mais práticos, mais competentes. Pasme. Palavras ditas por uma mulher a outra mulher e na frente de outras mulheres, com a maior naturalidade do mundo, como se essas palavras que ela dissesse não ofendesse a todas nós ali e também a ela. Provavelmente foi criada com o mantra que homens são isso, mulheres são aquilo, mulheres não servem pra organizar, ter cargos de direção, não são objetivas, não são práticas, são fofoqueiras, invejosas, blábláblá.

Maria disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Maria disse...

Marussia,
já vi você comentando no blog da Letícia e agora te vejo comentando aqui. Sério, por que tanta arrogância? Ainda mais com suas companheiras de militância feminista.
Quem morreu e te elegeu líder para apontar dedos na cara das outras pessoas e dizer: faça isso! Não faça aquilo!
E daí que uma das estratégias dos machistas é nos FORÇAR a ligar sexo a "sentimento" (embora eu concorde com a Letícia nesse ponto e ache que "posse" não tem absolutamente nada a ver com sentimento, mas belê)? Se alguma mulher cônscia de seus direitos OPTA por ter relações sexuais apenas com parceiros fixos, é digno e justo que ela tenha o direito garantido a essa opção sem que ninguém venha dizer a ela se ela está se diminuindo como feminista ou não por fazer isso.

Falando assim, você só consegue diminuir seu valor diante dos outros e perder toda a razão que tem, porque você tem muita razão em parte dos seus argumentos.

Beijos para todos

Anônimo disse...

Proposta para todos e todas blogonautas que frequentam esse arejado espaço na internet: vamos desligar o preconceitômetro. Tem mais preconceito contra isso, tem menos preconteito contra aquilo, o preconceito contra mim é maior do que preconceito contra você... êta concurso desgraçado!

Anônimo disse...

Lolita, concordo totalmente e agradeço também, por me fazer cada dia mais perceber meus preconceitos. Eu não sabia de muitos deles!!!!
Beijos,
Olhar

Robson Fernando de Souza disse...

Leticia:
Vc tem provas de que os nordestinos são mais homofóbicos do que brasileiros de outras regiões? Considerar "fato" algo que não é corroborado por estudos científicos não vale.

Kinna disse...

Excelente texto! Achei muito pertinente ela falar sobre a homossexualidade feminina ser bem marginal ainda e vista como totalmente inadequada. Pode parecer polêmico o que vou dizer, mas acho mesmo que num mundo que valoriza os homens acima de tudo, que em todos os veículos de comunicação enaltece o sexo masculino e objetifica/menospreza o sexo feminino. É óbvio que vai haver muito mais gente, de ambos os sexos, que sinta mais atração por homens. Ou seja, vai haver muito mais gays homens do que gays mulheres num mundo desses. Ou, pelo menos, posso dizer que os gays homens tem muito mais visibilidade do que as lésbicas, porque nesse sentido, eles agridem menos o patriarcado. Claro, por serem homens eles já são vistos como "completos", senhores de seu desejo e de sua vida, a mulher é só um "item adicional" (se ele for hétero). Ao passo que as lésbicas são realmente vistas como um absurdo, como assim existirem mulheres cujo foco de desejo não sejam os homens? Se elas forem bonitas então, eles ficam putos.
Afinal, para os machistas, o único atributo a ser avaliado quando se refere a mulher é beleza. Se ela é “comível”, é um absurdo não ser uma opção para eles! Como aquela camiseta com os dizeres: “salva as bonitas, afoga as feias”. Como se a mulher fora do padrão de beleza não merecesse nem viver; então essa sim pode ser lésbica.
Numa sociedade falocêntrica, é visto como uma grande ofensa você não se submeter ao poder supremo do falo e da masculinidade. Imagina ser feliz sem um pinto para te completar? Um absurdo!

Liana hc disse...

Sexo "casual", sexo "com sentimento".. é tudo opção, não desmerece ninguém. O que não dá é para fazermos o caminho contrário, se antes eram as "putas" os alvos, hoje seriam as "santas". Liberdade e respeito é o que o Feminismo defende. Também percebo uma ênfase demasiada no sexo, na genitália como objetos de afirmação (antes só masculina, agora feminina), quando somos muito mais que isso. Sexo casual pode ser interessante, na maioria das vezes só me entedia então simplifico minha vida quando estou num relacionamento "sério". De resto, é festa.




Já escutei várias insinuações de que eu sou lésbica porque não sou lá muito "feminina". Também já fui confundida por andar com uma colega que é lésbica. Nunca me preocupei em negar.

A minha turma de colegas foi e é bem mista. Tenho duas amigAs e dois amigOs. Sempre tive fascínio pelo feminino, desde criança, só que de um ponto vista mais natural, sem necessidade de imitar o que aparece em revistas. Lembro de quando eu era pequena, olhar mulheres trocando de roupa, sentar num cantinho e observar todas aquelas formas, seios quadris magrezas gorduras cores pêlos gravidez tudo, quererendo crescer logo para ver como eu ficaria também. Ficava encantada. Havia uma identificação muito forte.




"êta concurso desgraçado!" Concordo :)

Babi disse...

Toda mulher devia ler esse texto.
Lindo, lindo, lindo.
Só não gostei de uma coisa Lola...Ela coloca "nordestino/machista/chauvinista" como se os termos fossem sinônimos um do outro. Como nordestina, isso me incomoda.
Enfim, te leio diariamente!Parabéns!

Marussia de Andrade Guedes disse...

Maria
Eu li novamente meus textos e , honestamente, não achei que fui arrogante. Só disse o que eu penso. É válido? Eu posso dizer o que eu penso?
Olha, se vc reconhece que a ligação entre sexo e sentimento pode ser uma armadilha da sociedade patriarcal, é racional se deixar cair nesta armadilha?
Olha, a partir do momento em que vc opta por exigir exclusividade sexual vc , automaticamente, já está abrindo mão da sua liberdade. Você pode ter somente um parceiro a vida toda, não tem problema, se isso acontecer naturalmente. Mas a partir do momento em que a exclusividade é uma coisa pela qual se batalha, aí , já não se pode falar em liberdade. Sabe, se vc pensar bem, vc se dará conta de que a exclusividade sexual é uma utopia. Não é real. É uma fantasia. Não é melhor agirmos como pessoas maduras, capazes de encarar a realidade e até curtí-lá exatamente como ela é?

Sara disse...

Poxa Marussia é incrível como vc tem a mente aberta, liberta de tantos preconceitos como se vê por ai, penso muito como vc, acho esse negocio de exclusividade sexual asfixiante, e pior é que é um assunto difícil de discutir, porque as pessoas caem de pau quando se fala isso, veja pelos comentários aqui, me lembra uma musica antiga do Raul Seixas que eu adoro, "O amor só dura em liberdade, o ciúmes é só vaidade"

Koppe disse...

É impressão minha ou a quantidade de trolls até agora foi incrivelmente baixa, levando em conta o assunto do post?

Só um aviso: tomem cuidado para não serem raptadas por piratas do espaço... :-D

Sara disse...

Marussia esses pactos que as pessoas fazem entre si de exclusividade, só geram sofrimentos, e complicações quando não se quer mais participar deles, como vc diz são verdadeiras armadilhas, principalmente para nós as mulheres, basta ver o numero de mulheres que morrem simplesmente porque não querem mais manter um relacionamento de exclusividade, porque ao que parece os homens esperam de nós essa fidelidade, essa exclusividade, esse sentimento ligado ao sexo, quando isso não nos satisfaz mais e queremos sair é que nos damos conta da ratoeira em que caímos.
Se os relacionamentos tivessem outras bases como as que vc expos haveria muito mais franqueza, sem falsas expectativas nas relações.

Daniela Rodrigues disse...

Concordo com a Marussia e com a Denise. Minha preocupação é sempre estabelecer relações significativas com todas as pessoas que cruzam meu caminho. Não gosto de passar em branco na vida de ninguém e não mantenho perto de mim quem não me acrescenta nada - e ponto. Essa é a minha única busca: relações verdadeiras, intensas. De resto, acredito que o que as pessoas (qualquer uma, mesmo meu marido) fazem no seu tempo privado NÃO me dizem respeito. Acredito no amor para a autonomia, para a liberdade do ser, e a coisa que menos tira meu sono nesse mundo é a vida íntima de quem eu amo quando essa pessoa não está comigo. O que ela quiser compartilhar, ótimo, estarei lá, sempre; mas só se ela decidir isso. E eu me sinto muito livre, muito feliz com esse jeito de viver. Respeito demais a liberdade do outro e consigo fazer com que a minha também seja respeitada. E, quando age assim, a gente perde o medo, tira das costas um peso desnecessário e tem sempre a certeza de que o que estamos vivendo é espontâneo, que o outro está nos escolhendo a cada momento.

Sinto que cada pessoa nos completa de um jeito diferente, o amor se manifesta de múltiplas maneiras... E eu amo tanto o amor!!! E é isso que tem trazido para a minha vida pessoas maravilhosas, verdadeiras, limpas de alma, que têm permanecido ao meu lado mesmo que distantes e que continuam a fazer parte de quem eu sou.

E o melhor de tudo é quando conheço alguém "tradicional", que num primeiro momento fica chocado, confunde com promiscuidade, com falta de capacidade de se apegar às pessoas, mas depois acaba se rendendo ao prazer de estar diante de alguém sem máscaras e com quem pode se relacionar sem jogos, sem rituais a cumprir. E descobrindo como é possível ir mais longe na relação com o outro, tocar a humanidade do outro, e saber que tudo isso, que é tão bonito e profundo, não é algo que se opõe ao sexo. Muito pelo contrário.

Desejo que as pessoas que eu amo tenham uma vida plena, experiências ricas e que se sintam realizadas em todos os sentidos. E não seria prepotente a ponto de achar que eu sou a única outra face dessas pessoas, a única via através da qual elas podem (re)descobrir a si mesmas.

Felicidades, meninas!

Daniela Rodrigues disse...

Opa, reli o texto e ví alguns errinhos de concordância, esqueci de corrigi-lo antes. Sorry.

Sara disse...

Daniela vc emociona sabia parabens, vale a pena a gente entrar nesse blog quando é contemplado com um um texto como o seu, tudo bem q as vezes a gente ve muita coisa ruim tambem, mas ler o que vc escreveu me fez muito bem, tenho certeza que vc e muito feliz .....

Anônimo disse...

Guest post muito bom. Eu também pensava que lésbicas sofriam menos preconceito, mas revi meus conceitos de um tempo pra cá, e esse post é mais um exemplo de como o preconceito vem de qualquer forma, tamanho e origem.

Sobre as discussões do post:
- NINGUÉM é livre de preconceitos, mas uma coisa é ter a consciência de que esse preconceito é errado, outra é usar o preconceito para diminuir, ofender, segregar. O que se deve combater é exatamente essa postura de achar é um "direito expor seus preconceitos ao mundo, e doa a quem doer".
- Sobre como a mulher deve transar: gente, é sério isso? Desculpe a vulgaridade, mas isso é pra f*der o c* do palhaço, né? A mulher já é julgada se transa casualmente, e agora querem julgar também a que transa "com sentimento"? AHVÁ! Cada uma transa como achar melhor, oras! Sabem o porquê de muitas mulheres se anularem sexualmente e se submeterem a opinião alheia na hora de transar? Exatamente por causa de gente mesquinha que se acha no direito de regular a vagina alheia. Fulana está "traindo o movimento" por transar com quem ama? Beltrana é "menos racional" se é mais sensível ao que os outros pensam? É válido apontar o dedo na cara dessas mulheres e dizer que são menos mulheres por causa disso? Agir desse modo não é se igualar aos machistas, que se acham no direito de decidir quem vale mais e quem vale menos? Bom senso é bom e todo mundo gosta.

Anônimo disse...

Liana! Nossa! Eu tb, desde pequena, sempre tive fascinio pela figura feminina! Observar...admirar....tb queria crescer logo para ver como eu ficaria...kkkk. Tao bonitinho isso...Ate hoje, apesar de heterossexual, continuo achando a mulher, do ponto de vista estetico, mais bonita que o homem, me desperta mais a atencao, a admiracao...Nada a ver com atracao sexual, passa longe disso, pq isso dai soh sinto com homem.
Tenho amigas lesbicas, amo-as todas, elas me amam tb e sabem q podem contar comigo - do mesmo jeito q as amigas hetero.
E outra: tenho uma filhinha de 3 anos e "I don't give a fuck" se ela ira no futuro se relacionar com meninos ou meninas. Contanto que tenha bom gosto musical (o meu, claro! kkkkkk), escreva portugues e/ou ingles decentemente e tenha raciocionio critico, o resto ta valendo....kkkkkkk (foi brincadeira o lance do gosto musical).

Liana hc disse...

Gente, mente aberta é aceitar que as pessoas têm necessidades diferentes. Demonizar tipos de relacionamentos porque se precisa ostentar "liberdade" a todo custo é um contra-senso. Essa "liberdade" de escolha só é válida para quem transa a esmo por aí mas não serve para quem difere disso? Alguém é infeliz só porque transa com a mesma pessoa há anos, décadas? Há um determinismo aqui?

Num canto temos o machismo objetificando mulheres, no outro temos revistas "femininas" dizendo que só decorando o kama sutra e rebolando bambolês em chamas para agradar namorado é que seremos verdadeiramente felizes e para não perder a onda, vemos feministas, simpatizantes e avulsas pregando que só mulher que transa a esmo em qualquer situação é que faz jus a sua autonomia.

Mais uma obrigação, mais gente para julgar mulher pelo que ela faz ou deixa de fazer com a sua periquita? Jura que só temos essas opções? Dá pra marcar "nenhuma das anteriores"? É, é difícil superar esse "detalhe", pelo visto.

O que eu vejo de comum é que todas essas abordagens catalogam e regulam a vida sexual da mulher. Com a pretensão de julgar que se uma não vive o mesmo tipo de relacionamento então ela não passa de uma iludida-robótica-controlada-pelo-sistema.

Levar uma vida sexual satisfatória é importante. Ponto. Como cada uma vai desenvolver isso é questão íntima.

null disse...

lola, você viu isso?? http://revistaforum.com.br/idelberavelar/2011/09/22/sobre-explicacoes-devidas-pelo-pt-bh-e-por-alguns-organizadores-do-blogprog-mg/

Daniela Rodrigues disse...

Denise, é muito bom saber quando a gente faz bem a alguém. Obrigada.

Apenas lembrando que o que eu disse foi em tom de desabafo, depoimento pessoal, apenas no intuito de colaborar com o debate a partir da minha experiência de vida - o que, creio, muitos que comentam aqui também tentam fazer.

É importante não encarar sempre o que o outro diz - seu posicionamento pessoal diante de certos assuntos - como tentativa de imposição deste, ou como crítica ou condenação automática de quem pensa/faz diferente (não achei que fosse necessário dizer isso, mas parece que muita gente se sente agredido com o fato de alguém ousar expor sua filosofia de vida).

Também acredito que a maneira como cada pessoa vive a sua sexualidade é uma questão íntima, mas como manifestamos e fortalecemos nossa individualidade através da vida social a troca de idéias é sempre saudável - desde que a gente não seja obrigado a pisar em ovos o tempo todo por conta da sensibilidade excessiva de algumas pessoas... Isso cansa, né? rs.


Liberdade, mesmo que quando esta implica num "aprisionamento consentido". O que, para muitos, é o amor...

"É um estar-se preso por vontade..." - Monte Castelo, Legião.

Daniela Rodrigues disse...

"Liberdade, mesmo quando esta implica..."

Please, ignorem o QUE entre "mesmo" e "quando".

Sara disse...

Liana acho q vc não entendeu o foco, que em minha opinião a Daniela e Marussia explicaram tão bem, quando a mulher se liberta desses padrões de amar com sentimento, de fidelidade, monogamia, exclusividade, ela pode começar relações mais maduras e reais.
Quando se vive da maneira como nossas mães, avós viveram o que muda pra mulher?
Eu mesma vivo uma situação assim, me sinto presa numa armadilha da qual não consigo sair, vc talvez esteja vivendo bem e feliz na sua, eu não na minha.
Talvez se no principio eu tivesse estabelecido outro tipo de relação, sem cobranças, exclusividade, sentimento ligado ao sexo, eu, e muitas mais mulheres teríamos o direito de não querer mais uma relação, sem correr o risco de sofrer ameaças ou ser descriminada como foi a Leticia.
Se esse fosse o padrão como disse tão bem a Marussia, não haveria as cobranças que ainda existem, e muitas, a nós mulheres principalmente.
Eu acho q um dia os relacionamentos serão assim, com liberdade a individualidade de cada um, e me desculpe, mas o ciúmes é egoísmo sim, e é nele e no sentimento de posse que são baseadas as relações da maior parte das pessoas.

Annah disse...

Acho que é mania pós-moderna achar que homossexualidade é genética. Nem chega a fazer muito sentido. E sempre falei "opção" mesmo, porque eu escolho com quem quero ficar.
_

"Sim, consegui a proeza de sofrer homofobia num relacionamento heterossexual. Cadê meu prêmio? " [2]
mas visual tomboy é tão massa. *.*

Marussia de Andrade Guedes disse...

É isso aí Denise, Daniela, concordo totalmente com vocês !

Gabriel Nantes de Abreu disse...

A.H.B.

Sinceramente, não estou aqui dizendo que é errado alguém dizer que optou por se envolver em relações homoafetivas, acho totalmente válido.

Mas dizer que achar que homossexualidade é genético é tendência é sacanear comigo e com muitos outros homossexuais que acredite Sr, não escolheram gostar de pessoas do mesmo Sexo!

Não vou cair no clichê de dizer "Se eu pudesse escolher teria nascido Hetero pra não sofrer preconceito" mas desde antes de eu verdadeiramente descobrir o que é sexualidade, quando criança, eu já queria andar de mãos dadas com os meninos e não com as meninas. Desculpe a sinceridade mas não foi uma escolha, pelo menos não consciente!

Susanna disse...

Olá pessoal,
Ver que algo que escrevi fez bem para algumas pessoas e deu um pouco de força para outras me fez feliz.
É óbvio que nem sempre o que falamos é comum acordo.
Então para esclarecer alguns pontos:
a- Opção - eu estava especificamente falando de mim. Orientação, escolha, ou qualquer outro termo,teria o mesmo sentido. Se vejo que fiz/faço/farei algo, é porque eu quis, optei por isso. Escolhi. Eu poderia ser freira. Poderia me anular. Seria uma opção minha, da situação.(hum, convento, mulheres, que delícia - brincadeira, brincadeira).
b- Eu absolutamente AMO o nordeste. Não tenho nada contra Nordestinos. E quando citei o fato de minha família ser nordestina é por que do lugar onde vim, e posso falar por grande parte do Nordeste que conheço (sertão mesmo, não as capitais), as pessoas tendem a ser bem preconceituosas, se preocupam muito com aparências, com o que os outros vão falar. Eu não disse em nenhum momento que todos são, e sim que minha família é: nordestina, machista, chauvinista. (por incrivel que pareça minhã mãe e minhã irmã conseguem ser mais que meu pai).
Então desculpem se de alguma forma ofendi alguém, não posso generalizar nada, mas falo com categoria sobre o que já vi, senti e vivi.
E Lola, obrigada.

Liana hc disse...

Daniela, caso seu comentário tenha sido dirigido a mim, já que foi logo depois do meu..

Bem, meu comentário não foi para você. Então, sensibilidade excessiva cansa, né. Mas vá lá, acontece.



Denise, eu entendi o que vocês disseram. Eu já vivi diversos tipos de relacionamentos, já me senti presa tanto em uns quanto em outros e pelos mais diversos motivos. Sexo foi só um deles mas nem foi o principal.

O que eu quis dizer é que um relacionamento não se baseia somente na rotatividade de parceiros sexuais. Isso não é uma premissa para ser feliz nem se pode supor que isso remeta a um suposto "aprisionamento consentido".

Grande comprometimento emocional, dividir as contas, morar junto, ter filhos, ter projetos em comum, tudo isso faz parte do pacote de possibilidades ao nos envolvermos com alguém mas não são individualmente obrigatórias assim como não é obrigatório o envolvimento sexual com outras pessoas. É tudo uma questão de escolha e de estar no momento para passar por aquelas experiênciais.

O que se deveria defender, na minha opinião, é a possibilidade de cada uma vivenciar o tipo de relacionamento que deseja e não ficar achando que existe um modelo certo a ser seguido.

Nem tudo no mundo é fruto do machismo. Mesmo em países nos quais a mulher tem liberdade para transar com quem bem entender, onde a educação sexual é outra, ainda vemos relacionamentos exclusivos, ainda vemos felicidades e infelicidades em ambos os casos. Então, transar com terceiros não é garantia isolada de realização pessoal, não sendo sensato cair nessa atitude de rejeitar arranjos que os outros façam para si sob a suposição de que com certeza serão infelizes ou que são joguetes da sociedade.

Liana hc disse...

Ah, Daniela, agora eu te incluí neste logo acima.

Michelle Silva Toti disse...

Liana, concordo com vc. É preciso ter liberdade para escolher o que queremos viver, da forma que queremos viver. Transas casuais, sem compromisso, relacionamentos abertos ou relacionamentos exclusivos, cada um sabe o que quer. E é possível mudar de ideia tb.
Toda e qualquer verdade absoluta sobre que comportamentos devemos adotar fere nossa liberdade.

TWO OF US disse...

Liana, gostei da sua observação tão lúcida!

Cada ser humano tem sua particularidade. Se uma pessoa tem necessidade de sentir prazer com corpos diferentes, ok, vá me frente e seja feliz. Libere sua libido com quer que seja, desde que seja consensual.

Regular o privado, ditar regras, é cair no mesmo sistema imposto há tempos.

O que eu faço com o meu corpo, só diz respeito a mim. Por exemplo, beijo a mesma boca desde que comecei a sentir atração sexual. Só fiz amor com a mesma pessoa. Sim, jamais senti atração por outra mulher. Já fui assediada por mulheres e homens e não fiquei com vontade de outros corpos. E aconteceu também com minha companheira. Conversamos muito quando este tipo de situação acontece, como vamos nos sair da situação sem criar maiores problemas para os outr@s. Faço amor com a mesma há anos e não sentimos o tal tédio, a tal rotina que tanto ouvimos. Sei lá, com a gente é assim. E, claro, já conversamos sobre a possibilidade de uma desejar fazer amor com outra pessoa. Mas até hoje não queremos mais ninguém. Não nos sentimos em uma prisão. Somos felizes e basta! Achamos ser ideal para tod@s? De jeito nenhum. Somos nós, é nossa estrada, nossa estória.

Lembrando que ser assexuad@ também é uma orientação! #ficaadica#

Aliás, quero indicar um filme sueco que estreou em julho deste ano sobre a temática lésbica: Kyss Mig. O melhor filme até hoje sobre a temática, pelo menos na minha opinião. Sou suspeita, pois sou apaixonada pelos filmes suecos!
Liana, tem como baixar na internet.

Boa noite, o sono veio com tudo agora!

Liana hc disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Juliana O. disse...

Muito bom mesmo! Gostei de ler!

Aoi Ito disse...

Postar aqui antes de ir:

Só faço sexo com meu namorado porque ele é o único homem que ganhou minha confiança. Com ele, eu confio e me sinto confortável que ele não vai me estuprar, não vai me tratar mal e, caso o pior aconteça, ele vai estar lá para reconhecer o filho dele. É, pra mim, sexo pênis-na-vagina com pessoas do sexo masculino (No caso meu namorado, o único) é sinal de nervosismo até o final do mês pra nós dois, mas mais pra mim porque se o pior acontecer vou ser eu que vou engravidar. Eu não conseguiria fazer sexo casual com outros homens porque deuzmelivreguarde, eu não teria confiança para abrir meu corpo. É coisa da Igreja, de escrava do sistema, mas se engravidar quem se fode sou eu, e sem confiança como eu vou no mínimo saber que eles vão estar lá para mim, for real? TOdo mundo é lindo e o mundo não é tão ruim assim, mas se até mesmo os caras que cometeram terríveis estupros e assassinatos eram "anjos de pessoa, nunca fariam isso", imagina um homem comum, que eu não conheço a fundo. A confiança que meu namorado conquistou veio com meu amor por ele, porque só sendo muito foda para me fazer confiar assim, e até então, tudo que ele demonstrou me faz ter bastante certeza que posso confiar nele.

Agora, sabem de uma coisa? Apesar de eu ser uma pessoa muito sexual, eu sou tão preguiçosa que acho que não vale a pena correr atrás de fuckbuddies. Para mim. Se as outras moças acham que valem a pena, it's OK. Eu prefiro ficar em casa desenhando, escrevendo ou produzindo alguma coisa.

Enfim, eu não acho que a solução dos problemas das mulheres seja com o "adote a postura de contra-santa e um dia, quando bastante mulheres aderirem a isso, vamos resolver grande parte dos problemas ou algo assim". Acredito que outro método seja melhor e que esse, por motivos que falei acima (Infelizmente meu sexo é oprimido, é violentado, engravida, e o principal, tenho preguiça), não se aplica a uma boa parte das mulheres. Também, posso argumentar que um método de opressão é manter mulheres numa dicotomia criada por eles, então ser sexualmente livre e exigir que as outras mulheres sejam assim também na verdade prossegue e ajuda o patriarcado, não colocando todas como santas, mas jogando todas no mesmo saco como vadias.

ENFIM, eu acho que, se o seu feminismo diz isso, que faça o melhor para você. Se não é nem questão de feminismo e sim de escolha pessoal e preferência de modo de vida, também, que faça como quiserem, toda subversão ajuda. Só que meu método de feminismo foca mais em outras coisas, como acabar de vez com gênero. TALVEZ eu mude de idéia no futuro, mas por enquanto a idéia que diz "faça bastante sexo casual e não fique presa a sentimentos" me soa falha porque esquece da parte da confiança, que mulheres estão sempre em uma posição mais frágil no sexo PNV, que podemos engravidar...

Lívia Pinheiro disse...

Quem acha que sul/sudeste é menos machista/homofóbico, precisa urgentemente passear por lá um pouquinho.

E seria lindo se a sexualidade fosse opção. Pena que, com exceção de bissexuais que porventura decidam só se relacionar com o gênero A ou B, não é.

Anônimo disse...

Lívia, claro que é um mito.
Entre o norte e o nordeste tem um negócio de falar que o pessoal do sul é tudo gay, quem nunca ouviu piada de gaucho?
Agora imagina se fosse o contrário, o sul falando do nordeste, no mínimo a patrulha politicamente correta ia sair gritando: RACISTA NAZISTA SAFADO MAAATA!!

Anônimo disse...

Marussia de Andrade Guedes

se você não concorda com exclusividade sexual, viva assim. eu não me sinto a vontade com esse comportamento, posso? tou errada e você certa? acho que nenhuma de nós duas estamos erradas, devemos fazer o que nos faz feliz. eu não pretendo ditar as minhas regras p vc.

quanto só a mulher ser cobrada, é verdade, mulheres sãom muito mais cobradas nesse e em outros aspectos. mas e daí? vou fazer sexo com todo mundo por rebeldia? não...

Anônimo disse...

aí vem a denise dizer que as pessoas descem o pau em quem defende a liberdade sexual.

marúsia e denise, por favor! vivam como quiserem! façam sexo com quantos, quando e como quiserem, sério!

agora vir falar que eu não ajo assim porque sou uma vítima da sociedade, e não por que quero, é um pouco demais não é? qual o problema de sentir desejo e tesão por uma pessoa só? de sentir tesão só quando amo? e não sei se vcs sabem, meu namorado também aje assim. eu só faço sexo com ele e ele só faz sexo comigo. qual a birra de vcs com o meu estilo de vida, quando eu não tenho nenhuma birra do estilo de vida de vcs?

Sara disse...

Talvez seja inútil, mas vou tentar novamente, eu não entendo de onde tiraram algumas pessoas que eu ou a Marussia ou a Daniela, estamos aqui defendendo o sexo casual pura e simplesmente, é bem mais embaixo a questão pra quem não notou.
Por favor, não é um tom de crítica, mas se vc ver a descrição de relacionamento que a TWO
FOR US, A AOI ITO E LIANA, descreveram que tem vivido, e em seguida entrar num blog machista radical, e ver o tipo de relacionamento que eles esperam, é exatamente a descrição que vcs forneceram de seus próprios relacionamentos com riqueza de detalhes dadas pela two for us.
O sonho do machista convicto é encontrar uma mulher nova e virgem, que de preferência jamais tenha beijado outra boca, que não a dele é claro, e que passe o resto da sua vida ao lado dele, “amando-te e respeitando-te, sendo fiel até que a morte nos separe”.
As pessoas que conseguem viver esses tipos de relacionamentos são louvadas pela sociedade.
Ainda que sejam relações homo afetivas, serão mais respeitadas.
Agora quando uma das partes quer quebrar esses votos que fez, é que aparecem os problemas, principalmente para a mulher, aja vista o monte delas que morrem, por não quererem mais esse papel que lhes foi imposto, a outra parte se sente ofendida, preterida, desvalorizada socialmente, afinal colocou o companheiro num pedestal de virtude, que ai desse se descer dele.
O que se vê é um grande preconceito contra as pessoas que não querem mais essas relações de cobrança, de exclusividade, de sentimento ligado ao sexo, como esta acontecendo aqui mesmo, são rotuladas de pessoas promiscuas, defensoras de sexo casual, quando na verdade não é isso apenas, há muito mais envolvido.
Acho que uma pessoa como a Marussia e a Daniela são plenamente capazes de amar até muito mais dos que as outras, porque elas não amam uma estatua num pedestal, elas amam o ser humano, com suas fraquezas e grandezas também, são capazes de ter uma relação longa e talvez que dure até a vida toda, mas sem o desejo de ser exclusiva, insubstituível, desde que estejam satisfeitas com a atenção e amor que recebem, pouco se importam se quem é objeto do seu amor, é capaz de amar outras pessoas também.
Não há egoísmo nem sentimento de posse, por isso me impressionou o depoimento delas, porque até então eu jamais vira alguém com tanto desprendimento, elas realmente são livres.

Ela, Clarissa disse...

Instigante depoimento.

Particulamente, tenho amor pelo Humano,por toda sua dimenssão.Essa condição humana me atrai, me excita.

Por isso, sou que nem a moça do post, amo todas, mas também amo todos. A filosofia faz isso.

A Sexualidade é uma construção. Sou partidária dos existencialistas portanto, tudo isso estar longe de ser pré-determinado, longe de se encerrar na biologia. Logo, não nascemos gays, héteros, machista, racistas. Não somos vítimas do destino. Fazemos nossa existência.

É uma pena que há aqueles que não contestam a história, o maisdomesmo, a herança-maldita e aceitam passivamente a crença arcaica que brancos são superiores, que gays são nojentos,
que lésbicas são mulheres frustradas e que feministas não amam, não trasam por amor, não querem casar, muito menos ser mãe e que odeiam homens.

O sexo casual, esclarecendo para a moça que só transa c/ o namorado, é mto mais que um sexo casual. é uma BASTA na opressão, é um CHEGA de negar os desejos das mulheres, é um PARA de me chamar de puta pq eu sei me defender

POr isso, viva o sexo sem repressão. E fim ao falso-puritanismo, aquela vontade brasileira de ser Santo!

Anônimo disse...

DENISE,

você me choca a cada dia nesse blog.

E DAÌ QUE A SOCIEDADE ESPERA ISSO DE MIM?
eu se eu QUISER isso. e se eu quiser passar o resto da vida com uma pessoa, fazendo sexo só com ela?


AGORA ME DIZ QUANDO FOI QUE EU ROTULEI A MARUSIA DE PROMISCUA?
pelo contrário, eu disse pra ela viver como quiser, e que ela não é melhor nem pior do que eu por isso. NA VERDADE, foi ela quem ofendeu, dizendo que mulheres que dizem fazer sexo só com uma pessoa, o fazem só pra agradar.

EU RESPEITO sua opinião, seu estilo de vida. Acho que se duas pessoas concordam, se não há mentiras, se são adultas, não vejo probelma nenhum em fazer sexo com quem quiser.

MAS EU também sou adulta. eu também escolhi e meu namorado está de comum acordo. EU SÒ QUERO FAZER sexo com ele. Não deixo de fazer sexo com outras pessoas por medo de ser julgada pelos machistas que sim, existem. Se fosse isso, nem sexo antes de me casar eu estaria fazendo, concorda? Eu ñão faço sexo com outros, por que eu me satisfaço completamente com um homem só, o meu namorado. E DENISE, quem é você pra julgar que A tem mais capacidadede amar e ser feliz do que B? se toca, por favor! Se você é infeliz na monogamia, não é assim com todo mundo, não é uma ciencia exata sabe?

aff, é cada merda que a gente lê viu?

Flávio Brito™ disse...

Longe de mim querer botar fogo no palheiro mas...
Quem afirma que exclusividade sexual não é natural/biológico ta forçando a barra!
E quanto a todas as espécies que se relacionam apenas com um parceiro na vida ?
Isso existe na natureza selvagem...
Não entendo qual o problema em uma pessoa se reservar apenas para outra...
Assim também como não vejo problema em uma pessoa tranzar com duas, três, quatro ou cinco em todo balada que for no FDS.
E também não vejo problema em não queira fazer isso com ninguém.
Liberdade é isso ai....

Niemi Hyyrynen disse...

Que isso...

Bom, sou super a favor da pessoa ter vários parceiros sexuais, acho que vc aprende muita coisa, mas se a pessoa está feliz num modelo monogamico, isso nao quer dizer que ela vá ser infeliz né? Mesmo pq tb conheço pessoas que vivem o relacionamento aberto e são infelizes.

Não é o tipo de relacionamento que vc escolhe que vai te fazer feliz ou não, é como vc se relaciona com as pessoas a sua volta, tem muita mais haver com se aceitar do jeito que vc é, sem culpas, e aceitar os outros como são, sem julga-las.

Pessoas que ficam nessas receitinhas de bolo do tipo, transo com todo mundo pq sou "Rebeldes", pra mim não são livres, estão querendo arrumar aprovação, isso lá é ser livre?

Eu tb não vejo problema algum, se caso for o que realmente acontece, da pessoa querer ser "fiel" a um unico parceiro, msm que seja para agradar, e dái? Se foi por escolha, isso não foi feito livremente?

Já tive relacionamentos monogamicos, optei por este tipo de relacionamento pq achei que aquele parceiro(a) valia a pena para tal molde, quis agradar, por causa disso eu fui fraca? Submissa? Menos mulher? Não, claro que não.


Vamos parar de medir os outros com a nossa régua né?

Como minha avó sempre dizia:

"Minha liberdade anda lado a lado com teu julgamento, mas nunca abraçada".

Niemi Hyyrynen disse...

"Quem afirma que exclusividade sexual não é natural/biológico ta forçando a barra!"


Prova ai então que exclusividade sexual faz parte da essencia do ser humano Flávio.

Só não vale wikipédia hein.

Exclusividade sexual, é uma prática cultural, assim como não ter pode ser também, vide a moda do bisexualismo.

Sara disse...

Mariana eu não me dirigia a vc querida em nenhum momento, mesmo porque vc não estava postando ontem quando discutíamos aqui esse tema.
Quem esta chocada sou eu com o seu preconceito, mas quer saber, minha resposta a vc é a mesma que a Capitão Amélica da aos que são preconceituosos com ela.
Agora o direito de julgar o tipo de pessoa que eu considero que é mais feliz vc não pode me tirar, é direito meu.
E quanto ao que vc acha sobre o que leu aqui, a recíproca é verdadeira.

Flávio Brito™ disse...

Agora eu falando apenas da MINHA PESSOA digo que para mim relacionamento tem que ser monogâmico.
EU não aceitaria o fato da pessoa que amo ou por quem estou apaixonado estar se “deitando” com outros.
(Fico imaginando como funcionaria isso:
Você chega em casa do trabalho e encontra sua mulher na cama com outro e diz: Oi amor e ai cara beleza? E então você vai pra cozinha pega uma cerveja e vai ver o jogo?
Ou sua esposa chega em casa e você diz oi amor onde você estava? e ela responde tava no motel dando uma... ah beleza e ai vamos pedir uma pizza)
Isso é muito estranho pra MIM.
Mas como eu disse cada um é livre para fazer suas escolhas.

Anônimo disse...

Denise,

1) eu já havia respondido a marussia muito antes de você ter dado as caras por aqui;

2) foi vc mesma quem disse que não é feliz em seu relacionamento monogâmico.

3) você respondeu sim pra mim, tanto que seu comentário pseudo exasperado foi logo depois do meu, e já tinha horas que a discussão estava parada. e mesmo se não foi pra mim, seu comentário foi feito em um blog e se eu quiser discordar, eu posso.

Flávio Brito™ disse...

Acho que me expressei mal Niemi ou talvez você não conseguiu me entender.

Alguém disse em um comentário que exclusividade sexual não é algo natural ou biológico, e eu disse que pode ser natural ou biológico sim.

Não sou biólogo e não vou buscar referencias no Wikipédia ta (rs)

Mas adoro ver o animal planet e sei que existem aves e outros animais que só tem um parceiro ao longo da vida.

Sara disse...

Mariana por favor pense antes de escrever, tanto não foi para vc meu comentario "pseudo exasperado"que se vc tiver o trabalho de olhar vera que seu comentario saiu no mesmo instante que o meu, que alias foi longo e eu por mais rapido que digitasse, não conseguiria a proeza de postar meu comentario com apenas um minuto de diferença.

Anônimo disse...

e só por isso eu não posso discordar dele?!

Niemi Hyyrynen disse...

Flávio

O que vc exemplificou não é um relacionamento aberto, é uma sitcom, das bregas aliás.

Vc acha que as pessoas vão fazendo sexo assim, por entre os comodos, pessoas saem, pessoas entram (nos comodos..rs) e tá tudo certo? Ninguem aqui é cachorro não....

Não é pq vivo um relacionamento aberto por exemplo que eu vou sair transando com meus parceiros por ai como se isso fosse trivial que se vê por ai o tempo todo.

Acho demasiado fantasioso pensar que quem tem relacionamento aberto, não vá ter controle de quando e com quem, como fazer sexo.

Sobre seu comentário das espécies.

Pq toda vez que alguem não consegue defender a "naturalidade" de algo referente ao ser humano, usa como argumento a suposta relação de nós com o modo de vida de outros animais?

churumelas não tem nada haver com braguetes.

Sara disse...

Mariana é claro que pode, em momento algum eu disse que sou contra quem vive como vc gosta de viver, apenas gostaria que não fosse a regra aceita pelo mundo, porque essa regra, traz muita infelicidade pra muita gente.

Niemi Hyyrynen disse...

To comendo Negresco, alguem quer uma?

Anônimo disse...

eu disse que é pra ser regra?
eu disse desde o início que cada um deve viver de modo que seja feliz.

já você sentenciou que pessoas que vivem em relacionamentos abertos tem mais capacidade de amar e ser feliz do que pessoas como eu.

ou seja, quem tá julgando aqui é você.

Anônimo disse...

acho que concordo com a nyemi e com o flávio.

existem exemplos de monogamicos e não monogamicos na natureza, mas isso não serve de parâmetro pra gente.

o homo sapiens pode ser o que quiser.

Susanna disse...

Niemi Hyyrynen, eu quero!

R. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Sara disse...

Mariana não vou mais me estender nesse assunto, só acho que ou eu tenho uma dificuldade muito grande me fazer entender, ou vc tem problemas com interpretação de texto, de qualquer forma sou responsavel por minhas ideias não pelo que vc interpreta delas.
Seja feliz, é só o que quero p vc querida.

Anônimo disse...

eu sou feliz, e pasme! num relacionamento monogâmico, como pode?!

Niemi Hyyrynen disse...

Mariana/Denise

É isso ai o ponto, o grande lance, o que nos diferencia dos animais (espero não estar sendo espicifista) é a nossa capacidade de escolher o que é melhor para nós, já que aparentemente, não temos este extinto de ser monogamico...poligamico...

Susanna

Toma negresco!

Liana hc disse...

Não entende essa coisa de discutir o que é "natural" nos animais em geral. Bem, animais matam, comem cocô, forçam o sexo com fêmeas, quando sentem dor ou ficam doentes não vão ao médico por conta própria, eles vivem vidas que são próprias a eles e que do ponto de vista de outras espécies não faria sentido.

Então, da onde que tiram essa idéia de que "vamos defender comportamento A ou B porque na natureza isso também acontece"? Vão comer cocô também? Eu achei que seres humanos, ao contrário das demais espécies, estivesse acima disso por ter condições de transcender o determinismo biológico ou o imediatismo de uma sociedade selvagem. Não somos só genética, não somos só sociedade. Nossa individualidade, nossa subjetividade nos possibilita muito mais que isso.

Denise, eu disse que tive satisfação e problemas tanto em relacionamentos abertos quanto em fechados e pelos mais diversos motivos.

O fato de fazer sexo casual não foi determinante para o bem estar das minhas relações, foi apenas algo que fez sentido em umas mas que em outras não me interessou. Muitos fatores concorreram para ambos decidirem o tipo de relacionamento que queríamos e creditar tudo a machismo não faz sentido.

TWO OF US disse...

Irei responder com @s comentarist@s de hoje ( porque meu nome foi citado), com um poema que escrevi ( (já publicado em um livro e em uma revista, registrado com todos os meus direitos autorais) para meu grande amor:

Saberia te ouvir no silêncio de tuas frases curtas
como as ondas nas tardes de verão


BUT

Prefiro a maestreza de teus pincéis desnudando
teus dialogismos (des) - personificados



E saberia te entender, delicadamente, como
a borboleta nascendo nas manhãs de outono


BUT

Prefiro a complexidade refletida na diversidade de teu olhar,
nos traços de teus encantos


E saberia te conduzir na aparente simplicidade e solidão
do Cerrado nos dias confusos de inverno


BUT

Prefiro a dualidade de tua face refletida na seriedade e na beleza
permanente de teu olhar

Apesar de ter me embrenhado na pesquisa, de ter ido fundo nas teorias, de ter participado de congressos e de um grupo de pesquisa que admiro e muito na área de estudos feministas, decidi não obter respostas nas teorias, mas na arte. Minhas veias pulsam apaixonadamente por toda expressão de arte.

Minha companheira, além de sua profissão formal, é artista plástica e pintou e pinta telas com muito dialogismo com seus sentimentos, sejam para mim, ou não. E em suas vernissagens posso ver o brilho no olhar de quem observa seus quadros! Não é dito, é dissonante, é sua maneira de expressar o que não é tão óbvio.

Teoria é muito interessante, mas sentimento...Me move, sempre!

Eu encontrei o amor de minha vida e sou feliz da forma que escolhi!
Podem pensar, teorizar, seja lá o que for como devo proceder. Sejam livres para pensarem, mas de mim...Bom, de mim...Eu sei muito mais! Não me importo com o que pensam, com todo repeito, menin@s! #ficaadica#

E viva a primavera, o amor, a LIBERDADE!

Feliz dia, com o carinho de sempre!
Preciso ir trabalhar agora...Até qualquer dia, pessoal!

Bruna disse...

O assunto do sexo casual rendeu... acho q é pq teve gente que palpitou nas histórias pessoais de cada um. Não consigo encontrar um comentário que escrevi ontem, mas repito: seria bom se fosse claro para o mundo que a mulher faz sexo com sentimento, sem sentimento - com quem quer, qdo quer e do jeito q quer. É td q precisamos saber.

Aoi Ito disse...

Quero saber quando vou poder começar a cobrar das mulheres que rejeitem completamente feminilidade exterior, que o mundo vê e julga. Ou seja, nada de salto, nada de rosa, nada de cabelo longo, nada de frufru, nada de maquiagem, nada de bolsa pequena, nada de saia (A não ser que seja um kilt), nada de depilar as pernas, nada de querer emagrecer.

Porque fazer isso mostra ao mundo que você se curva ao sistema patriarcal e que você cede a ele, é submissa e fraca, faz exatamente o que o sistema machista quer, além de ajudar a prosseguir estereótipos do que é a verdadeira feminilidade (Qualidades femininas, de mulheres, pura e simplesmente), já que o estereótipo gênero feminino foi criado por homens (Como classe, no poder) para oprimir e controlar mulheres.

Ah, e quem não rejeitar feminilidade como eu rejeito é uma vítima do sistema, não sabe o que tá perdendo, não é feliz, não é tão feminista assim, não tá ajudando pra causa, poderia estar fazendo melhor...

Espere, eu nunca vou poder cobrar isso de ninguém, apenas dar a sugestão e deixar a pessoa pensar por si só se é isso que ela quer, se ela gostaria de tentar, se ela concorda... Eu conheço N+1 mulheres muito "femininas" que olham meu cabelo curto e dizem "Nossa, queria tanto ter coragem pra cortar assim! Mas aí vão me sacanear e me chamar de sapatão" e eu digo para não ligar e cortar se quiserem. A sementinha tá plantada e o resto aí que vemos.

Ai gente, sério? Mulheres monogâmicas fazem exatamente o que o patriarcado quer? Então imagino o que mulheres não-monogâmicas fazem, se toda mulher que transa antes do casamento ou com mais de uma pessoa em alguma parte de sua vida é puta pro patriarcado. "Puta" é o que o patriarcado acha que toda mulher, uma hora ou outra, vai ser, mesmo ela sendo santa antes (Já oprimida). Então não tem bem como ganhar. (A não ser que você pare completamente de se relacionar com homens e vire Lesbiana, aí toda a sua energia, tempo e felicidade vão para mulheres e homens não ganham nada. Já sabem, né? Virem Lesbianas ou então estão sendo escravas do sistema e ajudando o patriarcado)

Pera, isso não tá errado?

Gente, vivemos EM UM MUNDO PATRIARCAL. TODO MUNDO é influenciado por ele, alguns de uns jeitos, outros de outros. Por isso mesmo, alguns quebram as idéias do patriarcado de um jeito, outros, de outros. Não acho justo cobrar nada de ninguém ou dizer que quem não segue o que você acha que é certo é infeliz, vítima do sistema, ajudante do patriarcado; como se quem diz isso fosse imune ao patriarcado e não ajudasse ele nem um pouquinho.

COMO eu vou dizer pra Denise, por exemplo, que ela é vítima do sistema e traidora do movimento porque ela usa maquiagem e tem cabelo longo (Tomando como exemplo sua foto de perfil), e que ela podia ser mais feliz sem, e blablablá, blablablá, whiskas sachê? Simplesmente NÃO POSSO!

Por que não podemos simplesmente ser mulheres, pensando sempre em nossas ações e refletindo sobre elas, e então, espalhando nossas idéias para que nossas companheiras, amigas, irmãs, colegas e leitoras de blog também pensem e ponderem e cheguem à sua própria conclusão e modo de vida, sem precisar de generalizações?

Sara disse...

A oi Ito eu realmente não devo me expressar muito bem, mas tente entender eu não critiquei quem quer que seja, nem acredito que a Marussia e a Daniele criticaram também, eu pincei o exemplo de relacionamento que vc e a Two for us nos deram, não em tom de critica pelamordedeus, apenas os usei para dizer que são relacionamentos que a sociedade aceita melhor como um todo, ninguém pode reprová-la por ter um namorado e ter um relacionamento monogâmico, muito pelo contrário, não acho que ninguém que seja feliz assim tendo um relacionamento desse tipo tem que ser criticado, muito menos acho que vcs estão ai a serviço do sistema, creio que estão porque querem estar, mas há muitos que estão infelizes nessas condições também.
Em nenhum momento critiquei quem quer que seja não entendo a revolta de alguns, estar dentro das normas que se esperam na sociedade não é ruim, o que é ruim é não estar nessas normas.
Se eu disse que quem é capaz de amar sem pedir exclusividade sem possessão é mais feliz, é porque pra mim esse é o modo como eu vejo a felicidade, não sou feliz dentro das regras que existem e me são impingidas, mas acredito pelo que vcs dizem que são felizes assim, não duvido disso.
O exemplo q vc deu não se aplica porque se eu deixar de passar batom não sofrerei nenhuma pressão do sistema, mas se eu quiser viver da maneira como eu acho certo, corro até risco de morte.
Não creio que seja tão incompreensível assim o que eu estou dizendo.

Anônimo disse...

Sim, Denise, o sistema monogâmico é aceito pela sociedade e quem está dentro dele é privilegiado quando comparado com quem faz sexo casual.
Critiquei o modo da Marussia ao referir-se a quem faz "sexo com sentimento", pois me pareceu idêntico ao modo que os machistas usam para desqualificar as que fazem sexo casual.
Posso estar enganada, mas foi o que me chamou atenção.

Mayara disse...

eu tenho uma tia lésbica, assumiu com uns 26 anos qdo já estava fora da casa dos pais..... minha avó sofreu muito coitada. Tentou aceitar mas sofreu. Ela foi criança nos anos 40, familia de imigrantes muito tradicional. Mas continuou tratando a filha muito bem, e se dá bem com a atual namorada dela.
E eu mesma, nos meus 16 anos era apaixonada por um professor de ballet, gay assumido..... maravilhoso. Nossa como doía meu coração.... chorei toda noite por uns 5 meses, depois me conformei. tenho o maior carinho por ele até hoje, muito inteligente e sensivel, soube me explicar que nunca aconteceria nada e a amizade continuou normalmente.

Liz disse...

TWO OF US, que poema lindo!

Não sei se você voltará aqui para ler mais comentários, mas te digo uma coisa, você está certíssima em não permitir que terceiros regulem sua vida pessoal. Não são sistemas Xs ou Zs que devem dizer como devemos proceder.

Saibam as Denise da vida que cada pessoa é única, dentro de sua subjetividade. Somos influenciados de alguma forma pelo que vivemos, pelo meio, mas há algo de único em cada um de nós.

Se há mulheres que sentem necessidade, curiosidade em transar com outras pessoas, transem, mas não digam que isso DEVE SER um padrão para todas. Se há mulheres como a Mariana, Aio Ito, a Two que escolheram uma vida monogâmica ( e me incluo neste time), qual é o problema??? Tamanha ignorância creditar uma escolha monogâmica ao machismo, faça-me o favor!!!

E, Denise, senti um certo preconceito em suas palavras em relação a Two of us. Será que pelo fato dela ter sido corajosa o suficiente para não ir no padrão imposto nos dias atuais? Hoje em dia o moderno é transar ainda na primeira fase da adolescência. Mesmo que meninas d e12, 13 anos não saibam ao certo como é seu corpo, estão seguindo uma moda imposta. E as meninas e meninos que não desejam isso são o quê? O fato dela ter beijado e se relacionado sexualmente com apenas uma mulher, não a faz menos, nem mais. É apenas ela. Uma escolha da moça. E se ela, ao contrário de tantos de nós, encontrou o amor de sua vida no primeiro namoro, que maravilha!

Liz disse...

Vamos ser livres amar, apenas isso.

Denise, lendo um dos seus comentários, caso você esteja infeliz em seu relacionamento, não seria mais corajoso sair dele e viver todas as consequências positivas ou negativas de tal decisão? Em vez de você sair julgando mulheres que fazem isto ou àquilo com suas vidas, não seria mais justo de sua parte se permitir ser feliz? Porque me pareceu que há em você uma certa frustração no campo afetivo amoroso, não sei...Pensa nisso.

Eu já fui casada com um homem e, agora, estou casada com uma mulher e estou grávida de trigêmeos feito por uma FIV...Um projeto familiar nosso. Conheci-me, fiz a escolha de ser feliz e não imponho nada ao outro.
Não sejamos patrulheiros de terceiros, por favor!

Liz disse...

Eu esqueci de mencionar algo para Denise: a única vida que temos é esta, então, ouse ser feliz! Vá me busca de tantas transas desejar se é isso que te fará feliz. Mas não fique impondo um padrão aos outros para você sentir-se confortável. Chamo isso de covardia!

Daniela Rodrigues disse...

Nossa, Liz, Mariana e a turma... tá difícil, heim? Quantas vezes a Denise vai ter que explicar que não tem a mínima pretensão de impor padrão nenhum à ninguém? Quantas vezes terá que dizer que ela apenas está fazendo uma análise em linhas gerais sobre o que se espera da mulher (em geral) na nossa sociedade e como podemos questionar isso? Questionar justamente para podermos, com conhecimento de causa, com consciência, escolher o que nos convém enquanto indivíduo. Pôxa, tá ficando chata essa pegação no pé. Estão claramente com má vontade na interpretação de texto.

Este é um espaço para debates, e vocês só têm se dado o direito de abusar na distorção das palavras da Denise porque devem estar se sentindo as legítimas representantes da "maioria monogâmica". Mas não se exaltem porque o outro lado também poderia facilmente inverter a situação e dizer que vocês é que estão querendo impor a vossa visão de mundo. Só não fazemos isso por conta de uma coisinha chamada bom senso.

Por enquanto, obrigada pela aula que vcs deram de como-travar-um debate-que-tinha-tudo-pra-ser-produtivo.

Marilia disse...

Daniela, ei não fui diretamente chamada ao debate, porque sequer comentei neste post, mas, relendo toda a conversa, pareceu que as meninas foram julgada, sim, por quererem um relacionamento monogâmico.

Se você diz que é mais feliz quem está em um relacionamento aberto, você julgou.

Refazendo o comentário, talvez fosse importante modalizar isso antes com um "Para mim, é mais feliz quem está em um relacionamento aberto". Pronto. Tudo solucionado, porque os outros entenderiam que é pessoal. Depois que o comentário foi feito, já se discutiu bastante.

Mas houve julgamento. "A sociedade machista espera isso; é egoísta ser monogâmico" - é julgamento.

Sou a favor da liberdade total, monogamia ou não, relacionamento fechado ou aberto, assexualidade ou não, pansexualidade, se for o caso. Mas jamais dizer que as escolhas estão erradas. É uma escolha, como posso considerar certa ou errada se nem é minha? Não é como se fosse tirar a vida de alguém.

Daniela Rodrigues disse...

Marilia, se você teve essa impressão eu não sei de mais nada então... rs. Devemos estar escrevendo cada uma em um idioma diferente ou coisa assim.

Bom, o blog é um diário eletrônico, quer dizer, algo totalmente pessoal. E ele tem um espaço chamado de "comentários", palavrinha que tbm carrega muita pessoalidade, não é mesmo? Então, parto do princípio que tudo o que as pessoas dizem faz parte de sua visão PESSOAL de mundo. Imagine começar cada frase se justificando, esclarecendo, pisando em ovos: olha, eu respeito muito a opinião de cada um, não quero impor nada, só queria manifestar a minha humilde opinião totalmente pessoal a respeito do tema em questão. Então, por favor, não se sintam ofendidas, busquem debater apenas meus argumentos e, please, tentem não fazer interpretações diversas das minhas supostas intenções ao escrever tal coisa. Obrigada.

Ufa, isso cansaria um bocado, né?

Achei muito corajoso a fato da Denise expor uma parte de sua vida íntima, mesmo sabendo que isso poderia ser usado contra ela (olha, se você não está feliz no seu relacionamento o problema é seu, não venha nos dizer o que fazer). Era uma ocasião perfeita para uma discussão mais aprofundada da coisa, quem sabe as pessoas poderiam até se desarmar um pouco e realmente falar sobre os dramas tanto da exclusividade sexual quanto da banalização do sexo na nossa sociedade... É possível um debate que vá além do "8 ou 80", não? Mas não foi nem de longe o que acabou acontecendo...

Liana hc disse...

Daniela, releia com atenção alguns dos comentários, por favor. Houve sim um julgamento sobre a vida sexual de mulheres, diga-se de passagem já temos que aguentar de machistas.

A "maioria monogâmica" defendeu a liberdade de escolha das mulheres, sem que se fique supondo que ela é infeliz por isso ou por aquilo. Acho que há mais bom senso nisso.

O machismo é grande mas não é responsável por todos os males e infelicidades do mundo. Mesmo em relacionamentos com a presença de machismo não se pode supor que isto seria o único ou maior responsável pela infelicidade das pessoas. São n coisas que influenciam a vida de um casal.

Daniela Rodrigues disse...

Liana, a Denise falou dela, foi um desabafo, e para isso fez considerações sobre como ela acha que a nossa sociedade machista interferiu e continua interferindo nas escolhas que ela fez. E também tentou ampliar a questão, imaginando tantas e tantas mulheres que não têm realmente o direito de escolha porque nunca pararam para questionar a educação machista que receberam... E, se nós duas vivemos no mesmo planeta, ambas sabemos que essas mulheres existem aos montes. Mas sinceramente não acredito que ela estivesse se referindo a nenhuma de vocês, ou de nós, leitoras deste blog e presumivelmente mulheres esclarecidas e plenamente capazes de fazer uma escolha consciente no que diz respeito à nossa própria sexualidade, certo?

No mais... acho este uma tema muito bacana para estagnarmos nesse ponto de debate.

Sara disse...

Daniela e Marussia como eu havia dito no primeiro comentario aqui ja sabia que pelo preconceito iam cair de pau em pessoas que pensam como nós, e venhamos e convenhamos ha muito pouco de pessoas libertas o suficiente pra entender o que queriamos transmitir, mas pra mim ja foi muito bom saber que vcs duas existem, e que ha mais pessoas nesse mundo que tem o mesmo sentimento que eu, e que não precisamos controlar, a sexualidade de alguem e nem de alguem pra controlar a nossa para poder amar e ser amada, que isso é possível mesmo sem a posse do outro.
Eu só lamento o quanto o modelo de relacionamento que o mundo aceita, faça tantas vítimas entre aquelas que não querem segui-lo.

Carla disse...

O preconceito é enorme. Nunca fiquei com rapazes, meu primeiro amor já foi por uma menina e estamos juntas desde então. Faz uns 8 anos e no nosso caso o pior nem foi a família nordestina. A mãe dela, evangélica, no começo não aceitou e tivemos muitas brigas. Mas hoje nos damos muito bem e ela até nos ajudou financeiramente quando decidimos morar juntas. Com minha mãe e minhas irmãs nunca discuti abertamente, mas dentro do nosso diálogo mudo nós acertamos que agora essa moça também fazia parte da nossa família. Como minha sogra fez questão de contar pra toda a família, até a mãe do meu sogro já teve que assimilar a ideia. Na verdade, ela reagiu surpreendentemente bem. No fim, funcionou como uma terapia em grupo e nós descobrimos que somos uma família e queremos manter nossos laços independente de quaisquer diferenças.

Mas com as outras pessoas é outra história. Minha namorada nunca contou no trabalho. Ela não quer se tornar "a lésbica" da empresa. Também não falamos sobre nossa vida na faculdade, no condomínio etc. Muitas pessoas concluíram que a moça com quem moro e divido tudo na minha vida é minha parente e não tento convencê-las do contrário.

Em muitos momentos, penso que somos medrosas. Concluo que deveríamos sair e dizer a todos que somos casadas. Ainda mais agora com a possibilidade da união estável. Mas desisto sempre que penso que terei que discutir minha intimidade e meus sentimentos com meros conhecidos. Acho que muitas pessoas já pensam isso sobre nós, mas prefiro que elas percebam que esse é um lado da nossa vida muito pessoal e que é ultrajante ter que compartilhá-lo com pessoas que fazem perguntas idiotas, como o chefe da nossa amiga.

Matheus disse...

A sua postagem é muito bonita.

Assim como existem mulheres/homens heterossexuais que elegem um/a homem/mulher como parceiro/a para toda a vida, nada mais natural que mulheres/homens bissexuais/homossexuais façam o mesmo com quem lhes convier.

Lésbicas sofrem tanto preconceito como gays. Ainda que muitos homens gostem de ver duas mulheres em ação na privacidade do sexo, a sociedade ainda enxerga como indesejável que uma mulher se relacione amorosamente e sexualmente com outra(s) mulher(es).

Em relação à homossexualidade ser de cunho genético, psicológico ou mesmo fisiológico (sim, já li teorias dizendo que a orientação sexual estaria condicionada à alimentação), não creio que a causa seja relevante quando se trata do respeito.

Mesmo que seja uma decisão consciente (o que eu não acredito), qual é o problema em uma pessoa "optar" por se relacionar com outra do mesmo sexo? Por que a homossexualidade deve ser combatida? Seguindo tal lógica, seria a mesma coisa que combater quem gosta da cor vermelha ao invés da azul. Cada um deve ser livre para viver como preferir, desde que não fira a dignidade alheia (o que não acontece quando se trata da homossexualidade).

Como prefiro acreditar que a autora do texto não seja xenofóbica, só sugiro que reveja a necessidade de se usar a palavra "nordestina" ao se referir à própria família e ao elencá-la junto a outros adjetivos que denotam desrespeito às diferenças.

Como Robson disse, a colocação de "nordestina" no grupo dá a impressão de que ser nordestino significa ser homofóbico, ou que nordestinos são mais propensos à homofobia que não-nordestinos - ambas suposições incoerentes.