sexta-feira, 22 de abril de 2016

ESCRITORAS NÃO DEVERIAM TER DE LIDAR COM INSULTOS E AMEAÇAS DE ESTUPRO

Meu querido Flávio Moreira encontrou e traduziu este artigo de Jessica Valenti publicado faz uma semana. Valenti é uma famosa e jovem feminista americana. Ela também é a colaboradora online mais alvejada do The Guardian. Adivinha por quê? Por ser feminista, ué.
Por um lado, é bom saber que não é só no Brasil que blogueiras (como eu) são ameaçadas há anos sem que a polícia faça qualquer coisa. Por outro, é terrível constatar que todo esse assédio é visto como "ossos do ofício". Eis o texto de Valenti:

Quando você descobre que é a melhor em alguma coisa, normalmente fica feliz. Não estou certa se essa reação se aplica, entretanto, quando você é a melhor em ser odiada.
Quando o Guardian examinou o 1,4 milhão de comentários bloqueados por moderadores desde 1999, descobriu que oito dos dez escritores que mais têm comentários bloqueados eram mulheres e que no topo da lista estava... bem, eu. Claro, tem uma pequena parte de mim que está orgulhosa –- estou em primeiro lugar! -– mas a grande verdade é que eu estou mesmo é exausta.
Estou cansada de rir desses comentários e revirar os olhos. Porque, ao passo que ameaças com erros de ortografia ou súplicas para que eu volte para a cozinha sejam fáceis de ironizar, o desprezo na forma com que são usadas não é muito engraçado.
Para todos os progressos conquistados por mulheres, há sempre uma seção de comentário online ou fórum de discussão em algum lugar para nos lembrar de que, quando têm o anonimato e um teclado, alguns homens usarão essa oportunidade para assediar e ameaçar.
Eu não leio mais os comentários, e mesmo se os lesse, os moderadores bloqueiam os piores, mas não é coincidência que, entre meus artigos, os que atraem mais insultos nas mídias sociais sejam sobre estupro, assédio, representação política ou exemplos cotidianos de sexismo. Qualquer coisa que sugira que ainda há trabalho a ser feito pela verdadeira igualdade de gênero lança alguns homens a ataques de fúria –- uma resposta que serve para provar meu argumento.
Se o simples ato de escrever sobre questões das mulheres deflagra uma torrente de assédio e ameaças, certamente ainda não chegamos nem perto de onde precisamos estar. E embora eu esteja na ponta que recebe os comentários abusivos desde que comecei a escrever online –- há mais de 12 anos –- estou exausta por não me sentir parte de uma comunidade para a qual contribuo. Dou duro nos artigos que escrevo, mas não vejo mais sentido em olhar a seção de comentários.
As pessoas que discordam do que eu falo não dizem simplesmente que não concordam comigo –- lançam ataques pessoais ou fazem comentários cruéis e depreciativos. Não dá para ter troca com alguém que aparece com a única intenção de te chamar de estúpida.
Vejo em comentários em outros artigos -– que não são sobre gênero, raça ou sexualidade -– pessoas tendo conversas interessantes e inovadoras. Fico chateada que eu raramente receba o mesmo tratamento. A maior parte do que recebo são diferentes versões dos mesmos dois sentimentos, repetidamente: eu sou burra; feminismo é um lixo. Em um dia bom, posso encontrar alguém que diz que um artigo que escrevi não é uma porcaria total, “como de costume”. Magoa, mas mais do que isso, é tedioso.
Estou cansada de ter que explicar, milhões de vezes, porque o tom dos comentários aos meus textos é efetivamente sexista. Não é só uma questão de crítica -– todos os escritores são criticados -– é a forma como ela se manifesta. Meus colegas homens são chamados por apelidos engraçadinhos? Eles recebem comentários sobre sua aparência?
Estou cansada de entrar no Twitter ou no Facebook apenas para me esquivar de ameaças de estupro e de morte em resposta aos meus artigos. O último que recebi veio em uma noite de domingo, logo após eu e minha família terminarmos de jantar.
Porque o assédio não começa e termina no site do Guardian -– estar nas mídias sociais tornou-se, para o bem ou para o mal, parte de ser uma escritora online. E as coisas que você publica em um site tem um efeito propagador que perpassa todos os seus perfis nas várias mídias sociais. É uma questão de assédio no espaço de trabalho que não se restringe a esse espaço.
Estou cansada de ouvir que o assédio não tem nada a ver com a identidade da escritora que está sendo abusada. Também é difícil discutir que a violência na comunidade Guardian não está focada em raça ou gênero quando os 10 escritores do site cujos artigos são os que atraem o maior número de comentários bloqueados são todas mulheres ou pessoas não-brancas. Só uma coincidência? Tá brincando, né?
Não que eu me surpreenda com a transparência do sexismo nas respostas -– escrever sobre feminismo na rede por mais de uma década faz com que você se canse um pouco dessas coisas –- mas isso causa um impacto tremendo na maneira como me sinto em relação ao meu trabalho. Imagine chegar para trabalhar só para entrar no corredor polonês de centenas de pessoas te dizendo quão sem valor você é.
Escrevo online há tempo suficiente para não associar meu valor como pessoa ou escritora às opiniões de estranhos, mas seria mentira dizer que o impacto cumulativo de ser ridicularizada diariamente não é prejudicial. É sim. Mudou quem eu sou em um nível fundamental. E embora eu ainda goste de me imaginar uma pessoa otimista, ser chamada de “vadia” ou “puta” todos os dias por uma década deixa uma marca.
Entretanto, não estou tão preocupada comigo, quanto com as mulheres mais jovens que cresceram vendo o assédio que escritoras aguentam. Dou palestras em escolas com frequência e em todas que visito pelo menos uma jovem vem até mim com a mesma preocupação: ela quer ser escritora, mas diz que não tem estômago para a violência online.
Isso é particularmente verdade para mulheres não-brancas e mulheres trans: estamos perdendo escritoras talentosas que são parte de comunidades marginalizadas porque não querem seguir uma carreira em que o assédio é considerado parte esperada do trabalho.
E não posso dizer que as culpo. Com frequência imagino: se tivesse que fazer tudo de novo, usaria meu nome verdadeiro? Eu certamente poderia ter poupado a mim e à minha família um monte de aflição se tivesse escrito sobre feminismo anonimamente. Não teria que abandonar minha casa às pressas, arrastando minha filha de um ano de idade, quando as autoridades consideraram uma ameaça em particular convincente e perigosa. Não teria ouvido mensagens de voz ofensivas ou ficado preocupada com minha segurança em eventos públicos.
O que pode ser a parte mais difícil -– para qualquer um que encare esse tipo de assédio ou ameaça -– é que simplesmente não parece que esteja melhorando. Assediadores seguem amplamente sem controle das empresas de mídias sociais e outras plataformas; as autoridades responsáveis pela imposição das leis ainda não resolveram como lidar com abusadores online; e os criminosos ainda são celebrados como guerreiros da “liberdade de expressão”.
Somos um mundo de pessoas inteligentes, inovadoras -- se houver vontade suficiente para mudar a cultura de comentários online, isso pode ser feito. Mas isso exige que se leve a questão a sério e que se coloquem as vozes daquelas que mais sofrem o impacto à frente da conversa.
Apesar da minha posição nº 1 no Guardian, eu ainda estou feliz com o que faço. Sou incrivelmente afortunada por ser paga para escrever sobre questões que me interessam. É um privilégio, reconheço. Ainda assim, espero que as coisas mudem. Se não por mim e meus pares, pelas escritoras que virão depois.

35 comentários:

Julia disse...

Lola, você viu isso?

http://www.nytimes.com/2016/03/20/upshot/as-women-take-over-a-male-dominated-field-the-pay-drops.html?ref=topics

http://m.folha.uol.com.br/empregos/2016/04/1757715-quando-mulheres-dominam-profissao-masculina-o-salario-do-setor-cai.shtml?mobile

Anônimo disse...

o The Guardian é o melhor jornal do RU, junto com a BBC formam o melhor jornalismo, e esta é uma excelente jornalista

Lamentável a maneira q omens reagem e são tão desprezíveis

Anônimo disse...

Oh troll 12:59, não enche!

Anônimo disse...

"o The Guardian é o melhor jornal do RU, junto com a BBC formam o melhor jornalismo britânico"

Concordo plenamente, pisa no tablóide de quinta fudido do daily mail, q mais parece uma veja versão gringa

Anônimo disse...

(Viviane)
Não tenho hábito de ler sites estrangeiros, mas frequento vários no Br e fico feliz de saber que "não é impressão minha" os ataques serem mais dirigidos a mulheres. Bom, feliz não é propriamente a palavra, mas...
Exemplos: já fiz o "teste" de comentar em um blog sob nickname masculino. É impressionante como as respostas mudam, mesmo entre quem se diz "de esquerda";
Em alguns sites, é nitido que existe um grupo de comentadores que buscam as palavras "mulher" ou "feminismo" no Google para encontrar artigos ligados ao tema e xingar a autora e as comentaristas (quem quer que comente sob nickname feminino). As colunistas da CartaCapital e do DCM que o digam;
Comentários criticando o machismo, mesmo em sites "de esquerda", se não forem sumariamente apagados pela moderação, são respondidos, às vezes pelo próprio autor, com argumentos como: "vai lavar louça", "mal-amada" etc.
Resumindo: e ainda tem quem diga que "mulheres não precisam lutar por mais nada, pois até votam e trabalham"...

titia disse...

É triste que ela tenha que passar por isso e ao mesmo tempo as ameaças e assédios sejam a prova de que ela está fazendo a diferença que quer fazer no mundo. Meu apoio à Lola e a todas as mulheres maravilhosas e fortes que não se calam por causa desses lixos humanos incapazes de tratar mulheres com o mínimo de respeito e depois vão reclamar que elas os acham monstros. Nós não vamos nos calar. Chorem mascus.


Simples, troll das 12:59. Uma trabalhadora de um posto de saúde que não tem razão nenhuma pra mentir veio num post do blog e contou algo que aconteceu com ela e com uma paciente.

Anônimo disse...

Lola! Adorei o texto, mas oq vc acha de substituir o "americana" por "estadounidense"? Pq quando falamos assim, parece que só as pessoas dos Estados Unidos são americanas, mas nós também, nao é?

Mila disse...

Eu ainda tenho o péssimo hábito de ler a parte de comentários e cada dia perdendo mais a fé nas pessoas. Em sites como o G1 a gente sempre espera o pior. Desde o "Vai lavar a louça" até defensores de estupradores pq a "essas menininhas já sabem mais que mulheres adultas". Tem também uma total falta de conhecimento aliado à má-fé dos discursos sobre o feminismo, atribuindo a nós todas as mazelas do mundo.
NO DCM e em outros lugares de esquerda, como a Viviane citou, não é muito diferente. Talvez as réplicas sejam menos rasas que o "vai lavar louça" (afinal o esquerdista não quer usar as mesmas palavras que os coxinhas, embora queiram dizer a mesma coisa", mas ainda assim, fundadas na falta de conhecimento e referendadas na falta de vontade de não se questionarem como homens. O que não falta é homem explicanismo, "not all men", o feminismo precisa lutar por coisas mais importantes, etc. Costumo dizer que em matéria de machismo os homens se esquecem das diferenças e dão as mãos. Brancos e negros, petralhas e coxinhas, heteros e homos, ricos e pobres. A misoginia não é restrita a etnia, raça, orientação sexual e política, classe social, ela ultrapassa todas essas barreiras.
Eu também noto o show de haters. Esses dias, comentei uma opinião feminista em um site. "O feminismo é simples, apenas uma questão de tratar a mulher como ser humano". É claro que com o número de curtidas, trolls (possivelmente mascus) não tardaram a chegar para iniciar uma guerrinha. A experiência aqui me ensinou que o que eles mais gostam é plateia, aplausos e que a feminista se descontrole para referendar a opinião de loucas e odiadoras de homens.

Anônimo disse...

Internet e redes sociais são os melhores ambientes virtuais para as pessoas soltarem seus monstros e suas vitimas psíquicas.

Anônimo disse...

Então, anon das 16:01. Que tal você dar o exemplo cometendo suicídio, cara?

Anônimo disse...

Jornalista? isto não e jornalista e colunista, colunistas são baseadas na "técnica cientifica" do achismo.
Colunistas são o fóssil das blogueiras, e como alguém que não sai do quarto pode te ajudar a viver melhor?

Anônimo disse...

16:29. A coluna é um gênero de jornalismo opinativo. A pessoa não precisa ser jornalista (vide Kim Kataguiri na Folha), mas deve teoricamente possuir expertise no assunto que se trata. Sendo ou não achistas (afinal o Jornal tem todo o direito de ter a coluna que ele quiser) não significa que devem receber ameaças de estupro.

Só mais um bônus. Já estão ligadas que o Brasil é um dos países mais inseguros para jornalistas né

Anônimo disse...

Jornalista brasileiro em 90% são lixo vendido para golpistas e o grande capital.

Anônimo disse...

O namorado da minha irmã recebeu uma mensagem pejorativa redigida bem genérica de um troll sobre a minha irmã. Ela comentou que várias mulheres que participam de grupos feministas no facebook também receberam mensagens ou os namorados delas. O que se faz nesse caso? Deve ser denunciado em alguma delegacia de crimes virtuais? Abraços Lola. Adorei a palestra em Floripa,fui assistir e estava cheio o auditório, parabéns!

Anônimo disse...

Fico muito triste quando vejo esse tipo de coisa. Toda vez que paro pra ler os comentários de textos feministas, perco a esperança e vejo que humanos são despreziveis, que não tem jeito, que sempre vai haver gente nojenta :( Não acho que um dia vá mudar, as pessoas tem a visão equivocada de que feminismo é querer andar na rua mostrando os seios, que é andar sem absorvente, que é ser gorda e não depilar, ninguem entende seu real significado e também fazem questão de não entender. Lamentavel isso, e ainda tem mulher que apoia esse tipo de pensamento.

Anônimo disse...

Jovem cristã é estuprada e morta por rebeldes sírios
Foto ela:http://www.folhadedourados.com.br/media/images/2898/19282/tmp/wmX-489x317x4-5229f4743fb9cb6fb548de4cf96a36b6da17993d04538.jpg

Um grupo de quinze rebeldes islâmicos sírios ligados à facção AKA Jabhat al-Nusra sequestrou, estuprou e matou uma adolescente cristã chamada Mariam, na cidade de Al-Qusair. A notícia está sendo veiculada pelos principais veículos de informação cristãos do mundo, e segundo o site Acontecer Cristiano, apesar de a jovem ter sido assassinada, a família dela conseguiu escapar da cidade.

A facção AKA Jabhat al-Nusra tem se tornado o principal grupo islâmico na guerra civil que divide a Síria e tenta depor o presidente Bashar Al-Assad.Quando a facção descobriu que Mariam era cristã, os representantes do grupo resolveram que ela seria esposa de todos eles. No primeiro dia, um dos rebeldes casou-se com ela, e depois de abusá-la, a rejeitou. Esse ritual se repetiu diariamente, até que todos os quinze a tivessem estuprado.

Após os seguidos abusos sexuais e psicológicos, Mariam foi assassinada pelo grupo. Esse tipo de crime é incentivado pelos rebeldes islâmicos na Síria. Um dos líderes muçulmanos do país, Sheikh Yasser Al-Salafi Ajlawni se pronunciou recentemente afirmando que os rebeldes estavam autorizados a capturar e estuprar mulheres não muçulmanas.

Agressões sexuais

Esse tipo de crime tem se tornado comum em países onde o cristianismo é minoria. Na Índia, quatro meninas com idades entre 12 e 14 anos foram capturadas e estupradas por um grupo de 20 homens.

Anônimo disse...

A interminável onda de estupros da India tem origem em outra coisa. Sexagem, feminicídio, aborto seletivo. Eu não sei os números corretos, mas a diferença entre quantidade de homem e mulher no país é gigantesca. Coisa de milhões a mais de homem do que mulher.

Na seleção dos casais são preteridos os homems pobres, os de pior aparência além do sistema de casta que apesar de perder força nas últimas décadas ainda é forte por lá discriminando os grupos de casta mais baixa. Uma mulher pode formar par facilmente com um homem de casta superior, mas considerando que está sobrando homem por lá, as mulheres de casta superior jamais escolheriam um homem de casta menor.

Anônimo disse...

Lola pode mandar pra caixa de lixo os comentários das 16:01, 16:36 e 16:41. Mascutroll se fingindo de "feminista" pra depois tirar print. Bando de vagabundo

Anônimo disse...

19:37 antes fosse, isto e copia de textos de foruns de RadFems que estão copiando e colando aqui.

Anônimo disse...

tá explicado então teu nível de idiotice 20:26

Anônimo disse...

As chances de um ser humano ser atacado por um tubarão é de 1 em 3748067. As chances de uma mulher ser estuprada por um homem é de 1 em 6. Entretanto, o medo de tubarões é considerado racional, mas quando uma mulher evita contato com homens isso é considerado "misandria", exagero, irracionalidade, histeria...

Anônimo disse...

A sociedade é implacável contra as mulheres que fogem da sua socialização de gênero e são vocais, opinativas, contra o sistema de acolhimento irrestrito do patriarcado, enfim contra a mulher que não é bela, recatada e do lar kkkkkkkkkkkkkk

Anônimo disse...

manipular videos e selecionar só o q é interessante pra mim é estratégia de bolçonaro e afins

Anônimo disse...

Vocês que selecionam frases do bolsomito fora de contexto pra faze-lo parecer facista.
É só escrever jessica valenti no youtube e ver o q aparece

Anônimo disse...

"manipular videos e selecionar só o q é interessante pra mim é estratégia de bolçonaro e afins"

e o mesmo patife q tentou difamar uma psicóloga, manipulando o seu vídeo, o mesmo q foi desmascarado por uma revista séria, o cuspe nesse vômito humano FOI POUCO

Anônimo disse...

Oi? Sistema de acolhimento irrestrito do patriarcado? Tá mais pra sistema de esmagamento e sufocamento...

Anônimo disse...

Evitar homem porque você não se sente segura? Ok! Vir fazer mimimi de anomalia genética, extermínio e o caralho a quatro? Femista misândrica sim. "Aiiiiiiin mas misandria n mata pq n falar da misoginia aiiiin sempre tem alguém pra defender homem". Linda, seu discurso é podre e ninguém é obrigado a bater palminha.
Pros homens que duvidam que mulher é assediada, façam o teste: posta num assunto polêmico com um perfil masculino e dps faz um comentário idêntico com um perfil feminino. Vê a diferença no tom das respostas e dps me fala.

Anônimo disse...

Miga, vamos fazer o seguinte:
Eu vou te dar um pote com 100 MMs e desses 100, eu vou envenenar 10 e misturar com os demais.
E ai? Os MMs estão envenenados? A maioria não, mas vc arriscaria a comer desse pote?

Anônimo disse...

"Oi? Sistema de acolhimento irrestrito do patriarcado? Tá mais pra sistema de esmagamento e sufocamento..."

Acolhimento sim. Mulher é ensinada a ter todo o foco em homem, o que eles pensam, falam, fazem, são ensinadas a defender homens, a se colocarem contra outras mulheres em defesa de homens, dentro do feminismo mesmo isso acontece direto.

Se você coloca todo o foco nas mulheres, você as acolhe. Então em relação a homens é acolhimento também.

E sabemos que a socialização é a coisa mais infalível do mundo.

Outro dia aconteceu uma coisa bizarra, em um grupo feminista uma garota pediu orientação sobre se ela poderia ser responsabilizada civil ou criminalmente por levar um print tenebroso ao conhecimento do RH da empresa em que o cara trabalhava. No lugar de orientá-la em relação a essa pergunta somente (sim? não? responsabilizada de que forma?) começou uma chuuuuuuuuuuuuuva de "não faça isso com o ómi, tadinho do ómi, não podemos ser vingativas, não podemos ser descontroladas, pense no ómi, pobre do ómi", eu mencionei que era um grupo FEMINISTA? E olha a socialização implacável ali. Deixa o óme fazer o que bem entende né? Nós, mulheres, que devemos ser responsáveis por tudo kkkkkkkkkkkkkkkkk é foda mas o nome disso é: gênero.

Em tempo: eu mando print pra empresa, pra namorada, pra mãe, pra amigas, tenho um perfil só pra isso. Vai ter #expomacho sim e se reclamar, vai ter Tumblr também!

Anônimo disse...

Gostaria de fazer apenas um relato sobre a minha vida.

Eu sou uma mulher "recatada". E nem por isso tenho respeito diante do machismo. Tenho 18 anos e nunca tive namorado, nem mesmo beijei na boca de homem algum. Todos vão dizer que sou uma boa moça, "para casar", uma mulher casta....até que descubram que eu sou casta demais. Sim, virgem sem querer casar pode ser um problema. Não tenho interesse nenhum no casamento. E até agora,não achei ninguém que me atraísse romanticamente,e provavelmente não vou achar, ou melhor,acho que eu nem quero achar. Isso porque eu nunca fui uma mulher romântica, e muito menos o tipo de mulher que aceita ser sexualizada. Porque mesmo uma mulher recatada, quando se casa na óptica do patriarcado,deve ser sujeita ao marido nas relações sexuais, aceitar suas perversões. Ai a mulher que se orgulha de ser amélia vira uma prostituta do lar, que assim como as outras que são sustentadas por homens para fazerem sexo, essa é sustentada pelo marido para ser submissa a ele, incluindo sexo. Nesse ponto, a mulher recatada também é criticada por se negar a certas práticas sexuais e inclusive é atribuído a ela a culpa por "não conseguir satisfazer" caso aconteça traição, visto que no casamento tradicional, a mulher deve ser uma puta na cama. Por isso, como uma mulher "recatada", eu encontro minha salvação no feminismo: poder estudar, me formar, arrumar um trabalho para não depender de casamento/cafetinagem nenhuma para me sustentar.

Anônimo disse...

Querida Lola, força para você e todas as mulheres feministas que resistem. Saiba que resistimos com vocês.

Um abraço.
Marcia.

Anônimo disse...

18:32
Por que é feminista. Sempre porque é feminista. Quem costuma falar merda são anonimos acéfalos que criticam com ofensas, como vc

Anônimo disse...

Pra dos mms, sua comparação é tão tosca quanto ditado engraçadinho comparando vagina com chiclete. Dito isso, não há problema algum você evitar homens - sair só com mulheres, cortar assunto com homens no trabalho, não ter homens em rede social. A decisão é sua. O que não rola è ficar fazendo discurso de extermínio masculino, homem anomalia genética e o caramba a quatro. Q
É O Q APARECE EM ALGUNS COMENTÁRIOS, trolagem ou não. Não estou te tirando o direito de deixar de ter contato com quem você bem acha e entende.

Anônimo disse...

Ok, juízes. Os senhores são os donos da razão. Mais uma vez os senhores estão certos, só me resta aceitar e acatar vossa decisão.

Anônimo disse...

Você falou "sistema de acolhimento irrestrito DO PATRIARCADO" e ficou confusa essa expressão. Eu tinha entendido que tava falando de um suposto acolhimento do sistema patriarcal em relação às mulheres, mas é o contrário, é o acolhimento irrestrito que muitas mulheres fazem em relação aos homens e ao patriarcado. Agora eu entendi o que você quis dizer e concordo plenamente. Agradeço pela explicação :)