quarta-feira, 2 de abril de 2008

CRI-CRITICANDO TRAILER: SEX AND THE CITY

Nunca fui grande fã de Sex and the City. Assisti à primeira temporada em DVD num só fim de semana e até que foi engraçadinha. Gostei. Mas não o suficiente pra querer ver as outras. Aí teve um dia que minha mãe pegou a quinta ou a sexta e emprestou pra mim e pro maridão. Foi um sufoco ver uns três episódios. Nos EUA, quando tínhamos TV a cabo, vi uns quatro, talvez. Não é que a série seja ruim – é só que tem tão pouco a ver comigo que perde a graça. As quatro amigas vivem num planeta em que todo mundo é rico, magro, hiper bem-vestido, e branco. Meu planeta é um tiquinho diferente. E elas usam casaco de pele, o que me revolta. E compram mais sapatos que a Imelda Marcos. E não entendo por que uma mulher precisa ter mais de, sei lá, dez pares? (tipo um pra cada dia da semana, sem precisar repetir?). Faz pouco tempo li uns depoimentos de críticos americanos gays que aguardam o filme com ansiedade, e aprendi uma nova perspectiva, que eu não conhecia (perdoe se isso é hiper antigo e, mais uma vez, sou a última a saber). É o seguinte: as quatro amigas no fundo não são mulheres! São gays disfarçados de mulheres! Por isso a obsessão com roupas e sapatos e, ahn, a promiscuidade! Não sou eu que tô dizendo, são eles. E essa foi uma opinião unânime entre os vários críticos gays. Quer dizer, essas amigas não foram criadas pra representar um público feminino, entende? Talvez com essa nova visão eu consiga apreciar melhor o filme, que tá marcado pra estrear aí no Brasil no dia do meu aniversário (6/6). Mas o trailer, pelamordedeus, o trailer é fracote. A gente vê a Carrie da Sarah Jessica Parker como a noiva mais feia a pisar na Terra (gosto muito dela como atriz, mas cansei de fingir que ela é bonita), prestes a se casar com o Big (não o supermercado, o outro. Esse apelido do cara me incomoda tanto...). Por algum motivo o casamento não se concretiza durante o trailer, e Carrie conta um conto de fadas pra uma menininha, avisando-a que o “viveram felizes para sempre” nem sempre corresponde à realidade. Isso é tão clichê! Pra quem que ela tá falando esse lugar-comum, pra gente, público que Hollywood assume ter QI de ostra, ou pra menininha? Eu me senti totalmente subestimada. Só gostei de dois momentos no trailer. Um foi a breve aparição da Jennifer Hudson (Dreamgirls), que será a primeira e única atriz negra e com mais de 50 quilos a habitar aquele universo. Também gostei quando a amiga mais predadora, a Samantha, critica alguém por não estar bem depilada na área do bíquini, dizendo: “Essa daí é casada e nem por isso está deixando crescer uma selva”. E achei divertido mais pelo jeito como a ótima Kim Cattrall diz “essa daí” do que pela piada. Enfim, mais consumismo desenfreado pela frente. Não me entusiasma nem um pouco. Nota 2.

Leia a crítica do filme aqui.

20 comentários:

Anônimo disse...

Não sei, mas esse "Nota 2" no final me lembrou os domingos à noite da minha infância, quando tinha a zebra do Fantastico anunciando: coluna do meio, coluna da direita etc.

:)

Acho o seriado divertido (não sou muito de seriados - Prison Break, Six Feet Under e cia. ltda.; o maximo que ja vi foram 5 temporadas de Friends :) ) e estou esperando o filme, vamos ver como vai ser. O trailer, de fato, é bastante clichê e o achei sobretudo mal estruturado/editado. Não me convenceu como "teaser". Mas, sinceramente, acho melhor assim. Sei que é um filme do qual não se pode esperar muito (não é nenhuma obra de arte, é soh entretenimento), mas prefiro ir ao cinema sem expectativas; no geral, me decepciono menos :)

EJ

Anônimo disse...

Ah estava ansioso para vc postar um novo post de trailers para que eu comecasse a pedir por algum hahaha primeiro vou pedir um e depois no post dele eu sugiro o outro hahaha se não com certeza vc vai prefirar fazer o post do outro :S.
Mas dah uma chance ao suspense, me lembrou mto ILS um filme acho que françes, aqui é encontrado nas locadoras "Eles". E é o primeiro suspense da Liv :D, será que ela fala em elfo no filme ? EAHUEAhueaeA

Quanto a Sex and city, só digo, por favor né ? :P

http://www.youtube.com/watch?v=nCU0k_jbCUo

lola aronovich disse...

Oi, Eltinho! Eu tô tentando dar nota pros trailers. Vc nem é da época da zebrinha do Fantástico, rapaz! Concordo que o trailer tá mal editado. E aí, quando que vc vai colaborar com informação sobre blogs e sites e quetais? Vc que sabe tudo disso?!
Pedrinho, seu cérebro deve estar um pouco atrofiado, sim, ou talvez o meu, porque não entendi patavinas do que vc disse! De que filme vc tá falando? Um francês que se chama "Ils"? Coincidência, porque sabe que anteontem eu vi um filme chamado "Them"? Acho que era francês, ou romeno. Mas nao era com essa tal de Liv. Aliás, que Liv? Liv Tyler?

lola aronovich disse...

AHHHHHH! Não acredito! O que vc tá fazendo, Pedrinho? Me espionando?! Como vc sabe qual filme eu vi anteontem? Sério, eu vi o original francês pelo "Watch instantly" do Netflix! Nunca tinha ouvido falar do filme. Nem antes nem depois. E aí vc fala dele?! Como é que pode? Mas achei o original uma decepção total. Talvez esse remake seja melhorzinho. Vão ter que rebolar muito pra transformar aquela historinha em algo legal. Se quiser eu critico, tudo bem. Sabe quando vai estrear nos EUA ou no Brasil?

Anônimo disse...

HEHEHE Pelo jeito vc achou, a Liv é do The Strangers, que eu tava falando e tal o link tava no final do post, a estreia é nos eua no final de maio, 29 se nao me engano, acabei de fechar a pagina do imdb que tinha olhado e já não tenho certeza hahaha.
Bom, eu gostei bastante de Ils mas eu tenho os dois pé no genero suspense, terror e derivados, achei o filme bem dirigido com um clima de tensão foda.

Ah Lolinha e esclarecendo, não é re-make não, só falei que eu achei a historia BEM BEM parecida HEHEHE... pelo trailer e tal.
Abr

Anônimo disse...

Quanto ao sinistro, melhor deixar no sinistro mesmo HEHEHE mas essa foi cabulosa, achei que era o tipo de filme que vc mudaria de canal sem pestanejar ao ver oq tava passando.

tia Léia disse...
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lola aronovich disse...

Moi?! Quem disse?! Eu gosto de terror e suspense! Pedro, tem certeza que não é remake? Parece igual!

Leo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Leo disse...

Ok... tenho que me manifestar! Eu ADOOOOORO Sexy and the City! Gosto muito mesmo. E acho que existem sim muitas mulheres como elas. Eu conheço muitas. Fútil? Talvez. Mas não cabe a nós julgar. O fato é que série é honesta e deliciosa. O trailler deixa um pouco a desejar, sim. E A Sarah Jessica Parker não é bonita! Mas ela fica bonita. Ela é elegante, sofisticada, sexy, inteligente... casaria com ela fácil! hahaha
No mais me ofende um pouco essa história de que gay é promíscuo. Levei a maior bronca outro dia por generalizar e não acho que você deveria fazer o mesmo. Não sou nem um pouco promíscuo, nem são meus amigos. Além do mais, não acho que a série como um todo pregue a promiscuidade, apenas por falar abertamente de sexo, em relacionamentos contemoporâneos.

Anônimo disse...

Oi Lola,

Já que comentou sobre um seriado, que tal fazer uma critica ao Friends?

lola aronovich disse...

Tá, tá, aceito sua bronca, Leo! Admite que tava ansioso pra devolver a minha bronca! Não, sério, como eu disse no meu post, não sou eu que tô dizendo, são os críticos gays! Claro que a gente não deve generalizar. Mas tem alguma coisa na construção dos homens - gays e heteros - que os faz mais promíscuos que as mulheres em geral. Não acho que seja algo biológico nem nada, mas relativo à maneira como são criados. Não conheço pesquisas, mas acho que elas existem. Durante a vida, homens costumam ter mais parceiros/as que mulheres. Normal que gays tenham mais parceiros que as mulheres! (e também, dizer que alguém é promíscuo não implica necessariamente um julgamento de valor, certo? Por mim, pode ser promíscuo o quanto quiser. Só recomendo camisinha). Pessoalmente, não conheço nenhuma mulher como a Samantha. Muitas mulheres, eu inclusive, passam por fases com muitos parceiros, mas geralmente são fases, não um projeto pra vida toda. Até porque a mulher fica meio invisível pra sociedade depois dos 40, quando já não se encaixa no padrão imposto de beleza e juventude. Ah, e a série pode ser deliciosa, dependendo do gosto, mas honesta?! Essa é a maior crítica a ela, a falta de contato com a realidade!

lola aronovich disse...

Oi, Anônimo, valeu pela sugestão. Vou pensar no assunto. É que faz tempo que não vejo Friends, e nunca vi muitos. Mas gostei bastante dos episódios que vi, bem fofos e ingênuos. Certamente acho Friends mais engraçada que Sex.

Leo disse...

Hahahaha... nem tava ansioso não! rsss... Mas num é porque um bando de críticos diz algo, que necessariamente isso se torna verdade. Reconheço como o mundo gay, por ser um tanto "por baixo dos panos" possa se tornar um pouco mais promíscuo, como na ânsia por viver tudo o que não foi vivido ou reprimido. Mas generalizar sempre gera problemas.
Também não conheço nenhuma mulher como a Samantha. Mas acho que a idéia é criar esta mulher que pensa e age como um homem. É uma forma de quebrar tabus e inverter o jogo. Não é pra retratar a realidade e nem estimular todas a serem assim. Tanto que as amigas sempre a recriminam. É uma forma de crítica ao comportamento masculino esteriotipado.
acho que contato com a realidade é uma coisa muito relativa. Realidade de quem? A série tenta ser honesta, principalmente quanto ao sexo. Sem rodeios ou floreios. Romantica às vezes, mas não melosa. Apenas honesta.

Alexxs disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Alexxs disse...

Eu tb adorooo Sex and The City! Acho que a série conseguia mostrar de uma maneira não caricata a busca pelo amor, e seu caminho, que muitas vezes é o Sexo. O trailer ficou normal, não achei nem muito ruim nem espetacular. Mas sinceramente, estoum muuuito ansioso pra ver o filme.

Sobre o comentário da ligação que se faz entre gay/promíscuidade, é que acredito que os gays sejam mais sinceros nos seus desejos sexuais, nao se reprimem como normalmente a maioria cristã hetero faz. Até porque normalmente a gente precisa se reprimir a innfância/adolescência toda.

Anônimo disse...

Uow a Lola citou os criticos, afirmou que não era ela que estava falando e apenas que achava a ideia pelo que eu entendi não mto descabivel e que poderia tornar o filme por outra perspectiva até interessante... não sei que parte disso não ficou claro O_o.

A serie é ruim. Série de verdade é Lost a melhor até hoje, Band of Brothers, My Name is Earl, 24 horas, Prison Break...

lola aronovich disse...

Eu acho que, se gay é mais promíscuo, é porque homem é mais promíscuo que mulher, ponto. E aí vc junta dois (ou mais) homens... Vamos reconhecer que homens gays sofrem coisas parecidas a que as mulheres sofrem por serem objetos sexuais dos homens. Por exemplo, distúrbios alimentares pra se manter dentro de um padrão de beleza bastante inatingível. 90% das pessoas com distúrbios como anorexia e bulimia são mulheres. E a grande maioria dos 10% de homens que resta é gay. É o que acontece quando vc vira objeto sexual dos homens, vítima do "male gaze" (olhar masculino).

lola aronovich disse...

Concordo com vc, Alex, que talvez pelos gays terem que reprimir sua sexualidade durante a adolescência, ao descobrirem a novidade ficam empolgados. Mas isso de gays serem mais ou menos sinceros que os heteros, não sei não... Imagina se vem um negro e diz que negros são melhores que brancos. Também é preconceito, né não? Vejo bastante isso entre os gays - ah, a vida sexual dos gays é muito melhor, gays são mais liberados, são mais fashion etc. Hmm... Gays têm problemas muito parecidos com os dos heteros - inclusive no que envolve repressão sexual e religiosidade! Sem falar nos gays que brigam com sua orientação sexual a vida toda!

lola aronovich disse...

Leo, não considero a série "honesta". Quer dizer, até agora não entendi bem a definição da palavra em relação à série. Se a gente não conhece muitas mulheres como a Samantha, como a série é honesta, verdadeira? Se muitas mulheres de NY reclamam por a série inventar personagens tão longe da realidade das mulheres de NY, então não é muito honesto. E o sexo ser tratado de forma "honesta"? Não, o sexo na série é tratado como qualquer outra mercadoria. É glamurizado, feito pra vender. Só o fato de não haver gordos/as e negros/as na série já a faz bastante "desonesta", ao meu ver. Mas taí: é possível que o público gay goste da série mais que o público feminino? Aí ganha força o argumento que as 4 amigas da série são gays disfarçados de mulher!
24 Horas, Pedrinho?! Faça-me o favor! Ó, ficando no esterótipo, dêem uma olhada na lista favorita das séries do Pedro e me digam se ele é gay ou hetero. Não resta a menor dúvida, resta?