MINHAS COMUNIDADES NO ORKUT

Outro dia o Pedro tava falando, com a maior nostalgia, de uma vez em que me mandou um email, eu respondi carinhosamente e ele, embasbacado de paixão, foi ver no orkut se havia uma comunidade pra uma deusa como eu, não encontrou, e fundou uma. Talvez não tenham sido exatamente essas as suas palavras, mas foi o que entendi. Então preciso falar um tiquinho de tudo isso. Pra começar, eu devo ter sido a penúltima brasileira a entrar no orkut (o último foi o maridão). Acho que só em 2006 aceitei o convite de algum amigo que logo depois se suicidou (só no orkut, graças a Deus). Não sacava bem pra que servia o orkut, até que o Ricardinho me falou de uma das comunidades que fazia parte, a “Odeio Flor de Plástico”. Perguntei sobre o que eles conversavam no fórum, e morri de rir com sua resposta: “É, às vezes falta assunto”. Em março daquele ano, o Ricardinho fez uma comunidade em minha homenagem, a Crônicas de Cinema. Foi um sucesso estrondoso. Hoje tem 33 membros, se algum não debandou nas últimas horas. Não, não 33 mil, só 33 mesmo. E se você acha que falta assunto na Odeio Flor de Plástico, precisa ver os fóruns da minha comu. Pra você ter uma idéia, o Ric tirou uma foto minha, devidamente vestida, claro, quando estive no seu lindo apê – apesar da estátua do anão no banheiro! - em Floripa, e ele ainda não a colocou na comu. Isso deve fazer mais de um ano (e a pergunta que não quer calar: que moral alguém que gosta de estátua de anão tem pra odiar flor de plástico? Hein? Hein?).

Certamente por causa desse movimento incessante da Crônicas, o Pedro não encontrou essa minha comunidade ao procurar. Logo, decidiu fazer o que qualquer alma perdidamente apaixonada pela ídola faz: criou uma, a Escreva Lola Escreva. Isso foi em novembro de 2006, mas ninguém me avisou. Eu só caí lá sem querer, quando comecei a levar mais a sério (leia-se: quis aumentar o número de meus amigos pra mais de três) esse negócio de orkut. Fui lá, e, surpreendentemente, vi que não era uma comu contra a minha pessoa. Não tinha palavrões nem nada. Tinha até elogios. Deixei um recadinho agradecendo (eu havia feito isso com a comu do Ricardinho, ao que ele respondeu: “Quem é essa tal de Lola se intrometendo aqui?”, ou algo do gênero). A Escreva, graças aos esforços do Pedrinho e da Maira, que vivem criando fóruns que me deixam com lágrimas nos olhos (veja a enquete do Pedro perguntando se eu vendi minha alma pra elogiar Awake), é hoje um sucesso absoluto, com 69 membros. Somadas as duas comunidades, que nunca se falam entre si, eu pensei ser um dos maiores estouros do orkut. Hoje tenho mais fãs que a Odeio Flor de Plástico!

Eu tava até satisfeitinha com o meu inegável sucesso até que a Ju, faz um tempinho, me enviou algumas pérolas do orkut. E aí descobri que a “Eu tenhO uma sicatriz e vc???” não tem apenas uma cicatriz, mas também 68 membros. “Engrivel Ruk” (felizmente há um desenho do Incrível Hulk pra gente saber do que se trata) tem mais que as minhas duas juntas, 101. “Eu sou framengo”, 280. “Eu a doro a minei”, 430 (felizmente há um desenho da Minie, ratinha namorada do Mickey, pra gente saber do que se trata). “Chuck o boneco assacino”, 460. “Eu odeio acordar sedo aff”, 2800. “Em quanto você sonha...”, 5340. Mas a que eu mais gosto é uma comu sobre pitbulls que coloca uma enquete perguntando qual a raça mais violenta de cães - pinchi, bodog, rot vally ou prefere não alpinar.

Após ver que qualquer um que solta pum no orkut agrega mais membros que as minhas duas comunidades, nunca desci tão baixo. Troquei favores com meu menininho preferido. Ele insistiu pra que eu entrasse numa comu que ele criou sobre RPG. Expliquei que eu mal sei o que é isso, e ele disse que não tem que saber ou gostar, só entrar. Então fiz um trato com ele: ele entra na minha, e eu na dele. A lógica é que dá na mesma: ele também não gosta muito do assunto principal de nenhuma das minhas duas comus. Mas agora ele quer que eu integre uma outra, “Li todos os livros do Harry Potter”, e já tem mais uma na fila, algo como Ned Bigby. E eu tenho princípios, viu? Não me vendo por pouca coisa.