quarta-feira, 22 de junho de 2022

HORROR: JUÍZA PÕE MENINA DE 11 ANOS NUM ABRIGO PARA IMPEDI-LA DE ABORTAR

Desculpem demorar tanto para escrever sobre isso, mas falta tempo. E vontade também. Parece que só tem tragédia acontecendo ultimamente: Genivaldo morto numa viatura que serviu como câmara de gás, a execução de Dom Phillips e Bruno Pereira, a procuradora Gabriela que foi espancada pelo colega covarde em Registro... Tudo isso e muito mais no Brasil de Bolsonaro num prazo de um mês.

Mas o escândalo da semana parece ter sido desencadeado por uma ótima reportagem colaborativa entre o Portal Catarinas e Intercept Brasil, assinada por Paula Guimarães, Bruna de Lara e Tatiana Dias. Uma menina de 10 anos foi estuprada. Quando ela e sua mãe descobriram a gravidez, foram ao Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago, ligado à UFSC. A menina estava grávida de 22 semanas e dois dias. Por algum motivo inaceitável, a equipe médica não aceitou realizar o aborto. Disse que só realizaria o procedimento até a vigésima semana, e que a família teria que trazer uma autorização judicial. Cada semana aumenta o risco que a garota enfrenta, já que sua estrutura física é frágil para prosseguir com uma gestação (e a gestação não para pra esperar decisões da justiça).

Dois dias depois da ida ao hospital, o Ministério Público catarinense mandou a menina para um abrigo, “até verificar-se que não se encontra mais em situação de risco [de violência sexual] e possa retornar para a família natural”. A promotora Mirela Dutra Alberton, do MP, reconheceu que a gravidez era de alto risco.

Em despacho, a juíza Joana Ribeiro Zimmer, então titular da Comarca de Tijucas, declarou que tomou a decisão pelo abrigo para garantir a proteção da menina em relação ao agressor. Porém, ela elencou outra razão: “Salvar a vida do bebê”. Em outras palavras: uma menina de 10 anos foi posta num abrigo, longe da mãe e da escola, para que fosse forçada a seguir com uma gravidez indesejada, fruto de estupro. Mesmo que o aborto nesses casos seja permitido por lei!

No dia 9 de maio houve uma audiência judicial, e partes do vídeo chegaram ao Intercept. O que se vê é um show de horrores comparável àquela audiência icônica em que o advogado do réu ataca violentamente Mari Ferrer, vítima de um estupro, e o juiz e promotor se calam. Pelo vídeo da audiência ter vazado é que temos, há mais de um ano, a Lei Mari Ferrer, uma grande conquista das mulheres. Mas mesmo a Lei Mari Ferrer não impediu que uma menina de 10 anos, completando 11, fosse agredida pelo Estado que deveria protegê-la.

(No Twitter, uma moça chamada Michelle Barouki apontou: "Não pensem que é mera coincidência o caso Mariana Ferrer e o caso dessa menina de hoje ocorrerem em Santa Catarina. É um reflexo da sociedade catarinense e o que ela pensa sobre estupro, meninas, mulheres e gravidez").

Na audiência de 9 de maio, a juíza Joana faz uma série de perguntas absurdas à menina: "Você tem algum pedido especial de aniversário? Se tiver, é só pedir. Quer escolher o nome do bebê?". A garota responde "não". Afinal, ela não quer o bebê! "Você acha que o pai do bebê concordaria pra entrega para adoção?", indaga a juíza, referindo-se a um estuprador! Desde quando um estuprador pode decidir alguma coisa?! A menina diz "Não sei".  

“Você suportaria ficar mais um pouquinho com o bebê?”, quer saber a juíza. A promotora Mirela também defende a manutenção da gestação. “Em vez de deixar ele morrer – porque já é um bebê, já é uma criança –, em vez de a gente tirar da tua barriga e ver ele morrendo e agonizando, é isso que acontece, porque o Brasil não concorda com a eutanásia, o Brasil não tem, não vai dar medicamento para ele". Não sabemos quais vídeos anti-aborto a promotora tem visto, mas não é assim que acontece (aliás, especialistas afirmam que seria muito menos perigoso para a vida da menina tomar medicamentos abortivos do que ter que se submeter a uma cesariana. E não estamos nem falando da parte emocional). A mesma promotora está envolvida em outro caso horrível em Santa Catarina, o de uma quilombola que perdeu a guarda das duas filhas em 2016, "em um processo recheado de termos racistas, sexistas, e violações dos direitos quilombolas", como reportou o Portal Catarinas.

Numa audiência com a mãe da menina, a juíza Joana, depois de dizer que o aborto depois de um certo prazo "seria uma autorização para homicídio" prega: “Hoje, há tecnologia para salvar o bebê. E a gente tem 30 mil casais que querem o bebê, que aceitam o bebê. Essa tristeza de hoje para a senhora e para a sua filha é a felicidade de um casal”. A mãe responde: “É uma felicidade porque não estão passando pelo que eu estou passando”. E implora a juíza para deixar a menina sair do abrigo e ficar com ela. A juíza nega. Um trecho de sua sentença pontua: “O fato é que, doravante, o risco é que a mãe efetue algum procedimento para operar a morte do bebê”. 

Só ontem, após toda a repercussão do caso, depois da menina passar sete semanas sequestrada num abrigo, é que ela foi liberada, agora na 29ª semana de gravidez. Ainda não se sabe o que a família fará (e é melhor que ninguém saiba mesmo, pra fundamentalistas não atacarem a menina).

A socióloga Tabata Tesser, integrante da ONG Católicas pelo Direito de Decidir, declarou numa entrevista: "Cada dia mais é um risco de morte para a menina. Interromper esta tortura é o mais urgente". E realçou: "O aborto legal não é crime. Parece redundante dizer isso, mas o que temos visto é jurisdições se baseando em opiniões e em cunho fundamentalista. A tarefa da justiça deveria ser garantir que crianças não pudessem ser mães depois de passar por inúmeras violências, não passar um mecanismo de tortura do Estado".

Já a advogada criminalista Tania Maria de Oliveira, coordenadora executiva da ABJD (Associação Brasileira de Juristas pela Democracia), condenou toda a postura do juizado: "Uma instituição não pode criar regras que sejam contra a legislação. Essa menina foi vítima de uma série de ilegalidades neste processo, em prejuízo da infância". Ela tampouco absolveu de culpa o hospital: "O Código Penal não cita um prazo para a realização do aborto legal nos casos previstos em lei. Não fala em semanas. Isso não existe. Essas interpretações são invenções de instituições médicas. Qualquer mulher que passou por um estupro tem esse direito".

Os fundamentalistas cristãos que estão no poder são contra a educação sexual nas escolas e a favor do homeschooling e alegam que tudo que fazem é para proteger as crianças. Mas não todas as crianças. As não nascidas são infinitamente mais valiosas que as meninas de 10 anos. Parece que a preocupação é proteger o estuprador, os familiares que estupram, garantir o direito do estuprador ser pai. Na realidade, fundamentalistas são contra as mulheres decidirem e terem direito sobre seus próprios corpos. O resto é mentira. Se tiverem dúvida, basta ver como tratam meninas de 10 anos que foram estupradas e engravidaram: trancando num abrigo ou gritando "Assassina" pra uma que conseguiu abortar em outro estado!

Dá muita raiva! E a gente assinando petição exigindo o afastamento da juíza Joana Ribeiro Zimmer. Aí a gente descobre que ela já foi afastada. Foi promovida! (e esta foi uma das sentenças que veio à tona, graças aos esforços de jornalistas. E as outras? Quantas outras vidas essa juíza já arruinou?). Será aberta uma investigação na Corregedoria-Geral de Justiça do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) para avaliar a conduta da juíza, mas todo mundo já sabe o que vai acontecer, né? Nada! 

Opa, nada não! Não tenham qualquer dúvida: assim que a poeira baixar, alguma deputada bolsonarenta ou a própria Damares vai condecorar a juíza que enfiou num abrigo uma menina de 11 anos grávida que foi estuprada e queria abortar. E óbvio que se a garotinha morrer no parto foi porque Deus preferiu assim.

26 comentários:

Anônimo disse...

Eu gostaria que estupradas e pedófilos recebessem 1/3 da pena que suas vítimas são submetidas. Talvez assim teríamos algum tipo de punição contra essa abominação que é o estupro.
Mas ao mesmo tempo eu imagino o tamanho do furor e da repercussão caso um "pobre omi vítima inocente do sistema e dessas mulheres megeras" fosse tratado dessa maneira.

(...)Código Penal não cita um prazo para a realização do aborto legal nos casos previstos em lei. Não fala em semanas. Isso não existe. Essas interpretações são invenções de instituições médicas(...)
Assim como são invenções médicas ou interpretações distorcidas da lei para se conseguir realizar uma esterilização voluntária.
Ahhh.. se as contas públicas fossem regradas e vigiadas como são os úteros, ovários e vacinas...

Não importa em que sociedade você vive: função de mulher - mesmo que ela ainda seja uma menina - é procriar!!
Afinal, como vamos mante-las mansas e nos seus devidos lugares?

Jane Doe

Gabi disse...

Não existe preocupação alguma com o "bebê" (que na verdade é apenas um feto). Basta ver como os conservadores tratam crianças: as responsabilizam pelas violências que sofrem, acham que bater é educar e as entendem como propriedade, não como indivíduos com direitos e sentimentos. A preocupação é em controlar o corpo das meninas e mulheres, é controlar a capacidade de gestação de pessoas do sexo feminino. Torturar uma criança de 11 anos para dar a luz, a colocando em risco não apenas físico, mas psicológico também, mantê-la longe da mãe num momento tão delicado, tudo isso é cruel e extremamente maligno. Não existe qualquer preocupação com vítimas de estupro, sejam elas crianças ou adultas. Essa gente tem na cabeça que os estupradores são provocados pelas vítimas, e não se importam de revitimizá-las quantas vezes mais acharem necessário porque para eles elas não são dignas de consideração, porque conservadores não as veem como humanas, mas apenas funções sexuais e reprodutivas.

O aborto é a pauta mais urgente desse país para as mulheres. Milhares estão morrendo, sendo torturadas pelo Estado, tendo gravidez de risco, tendo filhos sem querer, apelando pra métodos que não são seguros porque nosso corpo precisa estar sob o controle do estado e dos homens... Nós temos que estar a serviço dos homens para procriar, para fazer outras pessoas felizes trazendo bebês para esse mundo, mesmo que isso custe a nossa própria felicidade e saúde. Ter crianças grávidas já é uma aberração por si só, porque são sempre vítimas de estupro, mas obrigar uma criança a levar adiante uma gestação perigosa fruto de um estupro vai além do horror. O sistema judiciário é tenebroso.

Anônimo disse...

É tudo sobre o controle masculino do genoma e da reprodução VS. o controle feminino. Supremacia masculina significa estupros e forçar as gestações até o parto; de acordo com os desejos, a vontade e ideação masculinas, em detrimento das meninas e mulheres, em detrimento da vida, da natureza e dos ecossistemas, em detrimento do controle natural que as fêmeas possuem sobre a reprodução.

Supremacia masculina significa o desejo de forçar que cada óvulo fecundado "vingue", como se cada macho que fecundou um tivesse o direito a isso, como o "vencedor" que alcançou o seu objetivo monomaníaco da ilusão de "perpetuação de si mesmo". "EU EU EU EU." Os casos de manutenção de gravidez decorrentes de estupro são especialmente reafirmadores dessa situação de controle masculino pois deixam óbvia, explícita e inequívoca a vitória das vontades, dos desejos, dos controles e idealizações dos machos; contra a vontade, o desejo, o sentimento, a idealização, a saúde e a vida das fêmeas, que estão sendo forçadas a sustentar estas gestações.

titia disse...

Pois é, obrigar uma criança estuprada a parir pode, mas se eu der um tapa nessa juíza e chamá-la de abusadora de crianças quem vai presa sou eu. Não consigo expressar em palavras o que eu sinto em relação a esse caso, mas realmente desejo que essa juíza se ferre muito na vida. Pior é ver gente da esquerda passando pano... o youtuber Paulo Ghiraldelli fez um vídeo condenando a juíza, depois voltou atrás e disse que tudo bem obrigar criança estuprada a abortar só porque a mulher dele (30 anos mais nova, obviamente os dois tem probleminhas) disse que a norma médica limita o aborto a 22 semanas.

Anônimo disse...

Muito suspeita essa articulação entre médicos de um hospital público, promotores do ministério público e juízes de primeiro e segundo grau para obter, através de sequestro e tortura, um recém-nascido para "adoção". Será que no Brasil não existe nenhuma criança esperando ser adotada? Só tem fila de candidatos a pais e mães?

Já é repugnante, uma verdadeira tortura apenas ler as títulos das notícias sobre esse caso. Não dá nem pra imaginar o que as vítimas sofrem.

Isso daí pode ser até a ponta de um aicebergue: uma quadrilha de tráfico de bebês?

Anônimo disse...

Juíza encarcerou a criança vítima, mas teve empatia com o pedófilo estuprador:
https://youtube.com/watch?v=uP0cIVSsqsk

titia disse...

19:42 os adotantes desse país querem meninas recém-nascidas, 0 km, brancas e completamente saudáveis - e que tem que ser filhas únicas, pois a lei não permite que irmãos sejam separados. Quantas crianças nessas condições tem nos abrigos? A maioria são meninos negros com mais de 7 anos e que tem irmãos com histórico de abuso, e os super papais e mamães "do coração" não querem lidar com isso. Se não podem fazer uma cópia genética, querem um bebezinho fresquinho pra moldar como bem quiserem, então não é uma possibilidade remota que seja sim uma quadrilha de tráfico humano. Afinal, que maneira mais fácil de conseguir um recém-nascido que obrigando uma criança negra e pobre a parir e depois simplesmente levando a cria do estuprador embora?

Quem não tem exigências de idade, sexo e aceita irmãos não fica seis meses na tal "fila de adoção" de que tantos papais e mamães "do coração" reclamam.

avasconsil disse...

Minha expectativa de que essa juíza se ferre é zero. Em 2012 fui vítima de assédio sexual por um promotor de justiça, na época o braço direito da chefe suprema da instituição em que trabalho. Eu não fiz nada contra ele, pois não tinha como provar o assédio. A única coisa que fiz foi, por desabafo, contar a minha chefe da época. Ela descobriu que esse homem, apesar de casado e pai de 02 filhas adolescentes, já tinha assediado guardas, motoristas, outros servidores, todos subordinados hierárquicos, como costumam fazer os assediadores covardes (se ele importunasse alguém da mesma hierarquia, ficar impune seria mais difícil...). Um dos servidores assediados abriu um processo contra ele na corregedoria. Pensa que deu em alguma coisa? Deu em nada. Ele sofreu apenas uma punição indireta, que foi perder o cargo de fáctotum da chefona do órgão, tendo que retornar à promotoria de justiça de origem dele. Deduzi que minha chefe, que era bem próxima da chefona geral, contou pra ela do assédio que eu havia sofrido. Deduzi isso recentemente, por causa do jeito como esse homem me olha, quando temos o azar de passar perto um do outro. Meu assédio, os boatos dos outros assédios, mais o processo sobre assédio que corria na corregedoria, aberto por outro servidor, e que oficialmente não deu em nada, fizeram a chefona geral decidir por exonerá-lo do cargo de assessor-mor, claro, não pra puni-lo, mas pra zelar por sua própria reputação. Recentemente esse homem foi promovido ao topo da carreira dele. Como ele soube que eu contei do assédio à minha chefe que, por sua vez, contou à chefe dele (minha chefe e ele não se davam bem, então eu acabei por ajudá-la a sacaneá-lo), que, por conseguinte, por causa do imbróglio dos assédios, o exonerou do cargo de braço direito, hoje em dia esse homem passa por mim com ódio nos olhos, mesmo eu tendo sido uma das vítimas dele. Resultado: eu fui vítima de abuso, e ainda ganhei um inimigo com poder pra me prejudicar. O assediador impune foi promovido e percebo que ele me detesta. Enfim, não vai acontecer nada com essa juíza sebosa, que se duvidar um dia vai ser promovida a desembargadora do TJ-SC, um dos estados do Brasil onde mais há nazifacista.

Luise Mior disse...

É mais um caso escabroso neste País. O Judiciário precisa ser refundado. Tomara que a menina consiga se recuperar depois desta série de violências.

Anônimo disse...

a) Lola sou sua fã amo seu blog

b) Devemos ter em mente que este ano tem eleições e não basta eleger Lula presidente Devemos eleger mulheres progressistas para defender nossos direitos estes conservadores nojentos querem transformar o Brasil em um Conto de Aia

c) Vamos eleger para Brasília as deputadas Samia Bomfim ( Psol ) Erika Hilton ( Psol) Lidice da Mata ( PSB) . Para a Eles Alesp Mônica Seixas e o coletivo pretas para a Alerj Renata Souza Coletivo das periferias e etc.Vamos a luta

Anônimo disse...

MGTOWs, redpills e incéis em geral vivem prometendo que vão se livrar das mulheres de vez quando inventarem as bonecas sexuais ultra realistas e os úteros artificiais (boa sorte em gerar um bebê viável nessas geringonças)...

Por favor, POR FAVOR, tornem isso realidade o mais rápido possível. POR FAVOR, esqueçam da nossa existência, "nos abandonem", se isolem em suas "sociedades sanctas" e nunca mais voltem. Levem embora com vocês e suas maravilhosas artificialidades toda essa merda de cultura de estupro, fundamentalismo, essa tara pedófila por engravidar crianças (sim, pra mim isso já é tara, e tá circulando que "ain, mas o pai do bebê é um garoto de 13 anos, logo, é ineputável e não foi estupro, aborto não pode ser permitido!". Ou seja, foda-se mesmo se a vida da menina tá em risco, sequer checam se a informação procede, o importante é que ela leve essa loucura até o fim e vão procurar exaustivamente por quaisquer brechas para realizar esse tesão mórbido de ver meninas morrendo em partos. Não, sério. Me diz se isso não é uma doença mental digna de creepypasta nível "lolita slave dolls").

"Ain um monte de gente queria adotar o bebê!" Desde que os adotantes sejam apenas héteros, né? Por que se fossem casais homoafetivos, não, aí não pode. Aí "dois erros não fazem um acerto", MAS DUAS MORTES FAZEM UM ACERTO, NÉ? Matar a criança pela gestação e consequentemente o intocável fetinho (ao qual vão cagar baldes depois de nascer, como de praxe), AÍ TÁ TRANQUILO, TÁ FAVORÁVEL!

Que esses malucos misóginos e suas biscoiteiras pickmeshas se afundem em sua própria Gilead sozinhos e nos deixem em paz.

Anônimo disse...

Uma notícia boa: a menina conseguiu fazer o aborto. FINALMENTE!!!

https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2022/06/23/menina-de-11-anos-que-foi-estuprada-em-sc-consegue-fazer-aborto-diz-mpf.ghtml

Anônimo disse...

Também tenho raiva dessa juíza e acho que essa menina tem sim o direito de abortar, mas o post devia ter dito "direitos reprodutivos de pessoas com útero". O T do LGBTQIA+ também existe, nem toda mulher tem útero, e nem todo mundo que tem útero é mulher.

Anônimo disse...

1-O médico tem o direito de se recusar a fazer o aborto , caso seja contra os ditames de sua consciência ( código de ética médica , capítulo Direitos do Médico )
PORÉM : O hospital tem a OBRIGAÇÃO de providenciar um médico que faça , caso os médicos de seu corpo clínico não concordem em fazer o procedimento.

2- Não vai acontecer NADA com essa juíza ,pois já está na magistratura há mais de 2 anos . O " máximo " que vai acontecer é ser transferida de cidade ou ser afastada ou aposentada ganhando salário das juiz com $$ público.

3 - Homem deveria se proibido de opinar sobre esse assunto

4- Até parece que ia ter gente querendo adotar uma criança prematura , nascida de 24 semanas, que ia passar pelo menos um mês na UTI neonatal e provavelmente teria sequelas - ALÉM de ser nascida de família pobre , negras e fruto d violência sexual. Ahammmm .

5 -NOJO DE TUDO ISSO !!!!!!

Maria Valéria
Médica.

Anônimo disse...

A suprema corte da Gringolândia acabou com o direito ao aborto por lá.

Anônimo disse...

Se manca, lixo misógino. Ninguém vai cair nesse papo furado desgraçado para apagar mulheres e meninas e retroceder ainda mais seus direitos.

titia disse...

16:52 homens trans não engravidam devido ao tratamento hormonal e mulheres trans não engravidam nunca. Se um homem trans quiser engravidar, terá que suspender a medicação e começar outra, e fazer um loooongo tratamento - ou seja, ele só vai passar por gravidez e parto se quiser. Mulheres não tem essa opção, podem engravidar no susto, num dia em que teve diarreia e a pílula não foi absorvida, um médico babaca não avisou que o antibiótico cortava o efeito do AC ou o macho merda tirou a camisinha sem ver no meio do ato pra "gozar dentro". Ou seja, é questão de mulher sim.

Anônimo disse...

Tratamento hormonal? Você quis dizer envenenamento por testosterona e mutilação peitoral?

Tratamento seria curar ou aliviar ao máximo possível a dismorfia corporal, não validá-la, piorá-la, aprofundá-la, agravá-la e causar danos psicológicos e corporais irreversíveis. Nenhuma pessoa sensata fala que o tratamento para anorexia é reforçar que a anoréxica está certa, que está percebendo bem a realidade e ela está muito gorda mesmo e precisa ficar sem comer, emagrecer mais para viver bem e "ser ela mesma", "da forma que ela acha que deveria ser", etc.

titia disse...

13:13 respondi no contexto que o comentário foi feito, até porque pessoas trans hoje existem e, embora sejam desprezadas e agredidas pela sociedade, são frequentemente usadas para invalidar as lutas das mulheres cis. Pode não ter sido a intenção do comentarista, mas é a de vários outros misóginos; portanto, respondo essas palhaçadas levando em consideração as pessoas trans e suas identidades de modo que os/as trans não possam ser usados para invalidar as pautas e lutas das mulheres cis. O que eu acredito é que, sem os padrões de gênero extremistas e castradores que temos hoje, as pessoas dismórficas provavelmente não sentiriam essa necessidade desesperada de fazer cirurgias e tomar medicações com efeitos colaterais graves, e defendo o fim desses padrões.

Anônimo disse...

valéria, eu adotaria o bebê prematuro e a mãe dele, a fim de salvar ela desse lar abusivo e deturpado.
Tenho 3 filhos adotados legalmente, além de 2 biológicos.
Os 3 adotados legalmente são irmãos. Um deles com síndrome de down. A mais velha tinha 9 anos quando adotei e o caçula 2 anos.

Vi dezenas de pessoas ingualmente dispostas a adotar esse bebê e essa criança.

Se seu coração é mesquinho, graças aos céus nem todos somos assim.

Mari

Anônimo disse...

"Se seu coração é mesquinho, graças aos céus nem todos somos assim"

Escuta aqui ô "Garota " ,( MARI ) :

Toma MUITO CUIDADO como se refere a mim
Você não me conhece e NÃO TEM O DIREITO DE JULGAR

Que bom que vc é tão pura, cheia de virtudes a ponto de adotar tantos bebês

Que bom que vc " viu " "dezenas de pessoas" querendo adotar esse bebê prematuro - você " viu " essas dessas de pessoas aonde ? No noticiário? Ou na fila de adoção assinando papelada prontas para ficar com a criança?

" Coração mesquinho" tem vc , por achar que essa criança de 11 anos tem que aguentar uma gestação e parir depois de um estupro só pq existem pessoas santas castas puras e cheias de virtudes como vc querendo adotar
.

Quer adotar outra criança ? Vá em frente mas não obrigue uma criança de 11 anos a parir - isso sim é crueldade .

Sou prof de saúde e tenho contato com vários assistentes sociais - e por isso sei que essas "dezenas de pessoas " querem mais aparecer (pq o caso foi noticiado na mídia .) do que realmente ficar com a criança .

E sim , respondi a vc sem papas na língua pq não tenho saco pra dialogar com gente hipócrita e mal educada que nem vc

Maria Valéria

( Desculpa pela falta de compostura Lola , mas não deu pra ficar quieta )





"

Anônimo disse...

Ué, mas quem aqui disse que a garota deveria ser obrigada a continuar com a gestação?

Entenda, ela estava de 29 semanas quando a interrupção da gravidez foi realizada.

O procedimento, nesses casos é: parar os batimentos cardíacos do bebê dentro do útero e, após, iniciar o parto (expulsão vaginal).

Você consegue entender como foi desnecessário interromper os batimentos cardíacos do feto, uma vez que ele era já completamente viável naquele estágio gestacional?

Ela iria passar exatamente pela mesma coisa. Não precisaria ver o bebê. Não precisaria ouvir o bebê. Não precisaria nem saber se era menino ou menina, assim como ela não precisou ver o cadáver dele, morto.

Não seria obrigar ninguém.

E eu não quis sinalizar virtude não. Eu me ofendi com o fato de você dizer "quem é que iria querer um bebê prematuro cheio de problemas?"

Eu penso no meu filho escutando isso. Pq ele vai escutar, ao longo da vida? quem vai querer um namorado com síndrome de down? quem vai querer esse problema? quem quer um filho assim? um funcionário assim? um marido assim.

Espero que o mundo o olhe não como um peso.

Mari

Anônimo disse...

Mari , agora eu entendi sua colocação

Eu não quero lhe ofender pq vc tem um filho com síndrome de down .

Você o adotou, é um gesto lindo , parabéns, ok certeza vc o adotou com
amor .

PORÉM:
Como médica , gostaria de fazer algumas ressalvas :


1-
Não são todas as mulheres que estão preparadas para criar um filho com síndrome de down.
Vou além- quando digo " criança prematura ou cheia de problemas de saúde não é pra estigmatizar a criança .Alguns " problemas de saúde " decorrentes de prematuridade ou
tempo prolongado em UTI neonatal não são de fácil convivência ( digo , cuidados )
Alguns exigem um gasto de tempo que a mãe não pode dar. Seja pq trabalha, seja pq não tem condições emocionais de dar .Algumas dessas crianças exigem alimentação especial. Sonda . Fisioterapia, fonoaudióloga. Nem todo mundo pode pagar por isso - e o SUS é INSUFICIENTE para oferecer fisioterapia e NÃO TEM fonoaudióloga ( exceto para casos extremos )- aqui em Campinas é assim.

Eu conheço mulheres que abortariam se o bebê tivesse síndrome de down .Não são pacientes minhas , são conhecidas .Não sei se abortaram ou não .Entendo perfeitamente que e nem todo mundo tem condições emocionais ou financeiras de cuidar de crianças com essas condições de saúde.e que abortariam São pessoas maldosas ? Pra mim não são ; são pessoas que reconhecem seu limite .
" Ahh mas nasceu assim , se não tinha estrutura vai jogar a criança no lixo ?"
Algumas aguentam e criam com. Amor . Outras abandonam ( vc adotou uma que deve ter sido a abandonada ,outras
criam e tratam mal a criança

Eu sou do " lema " eu não pedi para nascer "
Se eu pra criar em más condições por não ter $ ou pq não quer ser mãe, talvez seja melhor não ter o bebê
Minha opinião!!
Como médica eu lido com vida e salvo vidas - PORÉM aprendi a NÃO JULGAR um paciente
Faz parte do juramento que prestei respeitar o ser humano que estou atendendo e não julgar
Vc pode entender que isso é " errado " em minha profissão , é direito seu


2a ressalva

Mari : não ter que " matar o bebê " e aguardar mais 2 semanas ( se parir antes o bebê MORRE SOFRENDO)- É UMA VIOLÊNCIA PARA A MENINA DE 11 ANOS EU além de prolongado dia vc o de vida da garota
" Ahh mas o bebê morreu com a injeção instantânea " - morreu sim. - mas c . sofrimento infinitamente menor
Nesse caso , o que seria pior ?
Prolongar o sofrimento dessa criança que JÁ VIVEU 11 ANOS!!

Essa é minha visão como médica e como pessoa
Eu peço desculpas por ter sido grossa com você
Você pode achar que estou errada e discordar - mas não me chame de sem coração ou de mesquinha pq vc sequer me conhece e ao sabe o amor que tenho por pessoas e pelos meus pacientes :)

Ps : não sou mãe , nunca tive vontade - sempre fiz o possível e o impossível para não engravidar para não dar ao meu pai o desgosto de me ver ar pra fazer aberto ( eu sei que ele entenderia minha decisão mas jamais quis que ele sofresse com isso )

Beijo espero que fiquemos em paz uma com a outra :)
Maria Valéria

Anônimo disse...

MARI
Ahhh entendi ...espere ...
29 semanas sim seria viável

Mas ela ficou até 29 semanas só pq a juíza NEGOU O DIREITO de ela fazer o aborto em tempo hábil sem que fosse preciso " matar o bebê "

Entendi agora a colocação Mari.
Agora ... Talvez CESÁREA numa CRIANÇA DE 11 ANOS seja muito mais arriscado para a criança do que interromper a vida do bebê
Parir por parto normal aos 11 Anos nem pensar.

Ainda acho que ela teve o direito de interromper a gravidez. Sim.
Imagina a dor da menina de assinar papelada pra adoção ? Ainda maisq ue o caso repercutiu na mídia.
Isso acaba com a vida da criança , é MAIS UM DESGASTE pra uma Criança que está na idade de brincar e estudar.
Veja , ela nem entendeu o que aconteceu com ela

Passar por todo esse processo ?.

Enfim isso da uma boa discussão em bioética ( não sei se vc conhece esse ramo da medicina )
Mas minha opinião ainda é que ela agiu certo
Um beijo

Maria Valéria


Anônimo disse...

Mari

Eu entendi perfeitamente onde vc ficou ofendida e peço desculpas

Seu filho ,qqer pessoa com SD não merece escutar essas coisas

Eu me expressei mal

Eu não falei em momento algum sobre as down no meu comentário anterior


Falei " prematuro cheio de problemas "pensando numa sequela neurológica ou respiratória de um bebê nascido de 24 semanas ficando pelo menos um mês em UTI

FALEI DISSO!!

percebe que não é todo mundo que tem ( na falta de outro argumento ) condição financeira pra isso ?

Se vc teve um bebê assim,é seu ...vc tem que cuidar. É seu filho


Agora ,adotar um bebê que tem dificuldade pra falar , pra respirar .que pode precisar de uma " mini uti " em casa ..as chances de alguém querer ( e poder ) criar essa criança são mto menores !!


Sobre síndrome de down não sei dizer se está "certo " querer abortar por isso
SD tem casos leves ( hoje em dia um adulto com SD já consegue se formar em faculdade) e tem casos graves com problemas cardíacos ,etc...que requerem todos esses cuidados que nem todos podem pagar

Não sei opinar Mari

Só sei dizer que nada que tenha AMOR é um " peso " - NUNCA VOU E REFERIR A NINGUÉM ASSIM

Aberta a essa discussão sobre SD tá
Não sou dona da verdade

MARIA VALÉRIA;)

titia disse...

Na verdade, dona Mari, na prática o feto provavelmente não era viável. Ia passar dias sofrendo na UTI ocupando vaga, aí morrer. Os casos de fetos menores de 30 semanas sobrevivendo com UTI são raros, são a exceção, o ponto fora da curva. Tirando todo o fato de ser inadmissível querer que uma criança estuprada passe pelo parto só rpa satisfazer essa sanha sádica que a sociedade tem de obrigar vítima de estupro a parir.

E sim, era necessário parar o coração do feto. Seria mais difícil e doloroso, além de mais arriscado para a menina, se o feto estivesse vivo na hora da expulsão - e como já mencionado pela Valéria, iria morrer em sofrimento porque não era viável. Agora olhe para seus filhos e responda com honestidade: se tivesse acontecido com a sua filha, e não com a de alguma estranha que nem o nome você sabe, ia fazer o mesmo? Ia virar pra sua filah vítima de estupro e dizer "Amor, aguenta mais uns quatro meses de dor, mudanças terríveis no seu corpo, noites de pesadelos, terrores e revivendo sue trauma todos os dias e depois passa por um processo incrivelmente doloroso que pode chegar a durar 12 horas só pra gente não ter que abortar a cria do seu estuprador". você faria? Se faria, sinto muito pela sua filha.