sábado, 22 de junho de 2019

ELES SÃO MUITOS, MAS NÃO PODEM VOAR

Uma fake news que não colou muito de tão mal feita (aquela do Pavão Misterioso) estampou a capa de uma revista semanal que tem fama de produzir matérias pagas. Não é à toa que ela também é conhecida como Quanto É
Mesmo reciclando a mentira de que os russos estariam envolvidos no vazamento das mensagens entre o ex-juiz, atual super sinistro e ex-super herói Sérgio Moro e o craque do Power Point Dallagnol, continua não colando nem um pouco. E, enquanto isso, os reaças fingem que o vazamento é que é criminoso, mas que tudo okay um juiz tomar lado num julgamento e conspirar para prender e manter preso um ex-presidente. 
Reproduzo aqui o texto que a analista de Relações Internacionais Cacau publicou recentemente no seu blog sobre o que realmente importa saber sobre o Pavão Misterioso. 

No último domingo uma arroba anônima de vida curta usou o pseudônimo “Pavão Misterioso” para atacar o jornalista Glenn Greenwald e seu The Intercept Brasil no twitter. Nem vou entrar no mérito da fanfic em forma de denúncia tosca da história toda. Apenas fiquei encafifada pela escolha da alcunha.
Pavão Misterioso -– a música -– foi escrita pelo cearense Ednardo em 1974, em plena vigência da ditatura militar, e ganhou o Brasil ao entrar na trilha da novela Saramandaia (1976). A música é lindamente ritmada e ganhou mais de 20 regravações (Amelinha, Belchior, Elba, Paul Mauriat, etc). O que pouca gente sabe é que ela é baseada num cordel: O Romance do Pavão Misterioso, de José Camelo de Melo Rezende, de 1923 (esse aí da imagem do post). Não se trata de um folheto qualquer, mas do mais vendido de todos os tempos e considerado o maior clássico da literatura de cordel. 
O romance de 141 sextilhas conta a história de um jovem turco chamado Evangelista que, através de uma foto trazida pelo seu irmão João Batista, instantaneamente se apaixona por Creusa, uma jovem condessa grega que vive reclusa em um sobrado e aparece apenas uma vez ao ano para os turistas e curiosos que lhe aguardam abaixo da janela da propriedade de seu pai. Convencido de que está apaixonado e de que deve tomar Creusa por esposa, Evangelista cata sua pequena fortuna (metade da herança deixada por seu pai) e parte para Atenas, onde aguarda a aparição anual da donzela e confirma seu desejo. O jovem analisa suas possibilidades e resolve contratar um “artista”, alguém que lhe ajude no estratagema de chegar ao quarto da moça. 
Ele vai até a “Rua dos Operários” e conhece Edmundo, um “engenheiro profundo” (“Para inventar maquinismo / Ele é o maior do mundo“). O engenheiro-artista desenha então um mecanismo alado. Em suas palavras: “Eu fiz um aeroplano/ Do formato de um pavão/ Que se arma e se desarma/ Comprimindo em um botão/ E carrega doze arrobas/ Três léguas acima do chão.” E, voilà, temos nosso pavão misterioso! Aquele que é “pássaro formoso, tudo é mistério nesse seu voar". 
Notamos aqui que não se trata de uma ave mítica, de mágica ou mesmo de ilusionismo, tática normalmente usada por colonizadores contra suas colônias. É justamente o contrário. Trata-se de ciência e tecnologia usadas contra um opressor. Sim, opressor, afinal, a jovem reclusa implora ao pai por liberdade após conhecer Evangelista e o conde ameaça matá-la por isso. Ele não ouve a filha, não considera suas vontades ou seus argumentos e apela à opressão (seus guardas) e ao medo (a ameaça de matar qualquer empregado que fale com a filha) para manter seu status quo.
O romance -– de grande apelo popular -– retrata uma uma aventura de amor e até de heroísmo, onde um jovem herdeiro se dispõe a abrir mão de suas posses pelo amor da donzela e acha, na Rua dos Operários, sua solução. Ao transcrever o cordel para a música, Ednardo capturou brilhantemente essa metáfora para, em versos, atacar o autoritarismo e a limitação das liberdades individuais vigentes no regime militar. 
Com maestria ele despejou ambiguidade aos versos “Me poupa do vexame / De morrer tão moço / Muita coisa ainda / Quero olhar”, assim como em “No escuro dessa noite / Me ajuda, cantar / Derrama essas faíscas / Despeja esse trovão / Desmancha isso tudo, oh! / Que não é certo não” e finalmente em “Não temas minha donzela / Nossa sorte nessa guerra / Eles são muitos / Mas não podem voar”.
E o Ednardo está indignado com o uso de sua música pelos portadores de chapéu de alumínio

15 comentários:

Anônimo disse...

Chuif??? Você está realmente triste por seu canal de merda não ter bombado, porco? AGORA VOCÊ ESTÁ TRISTE E NÃO TEM MAIS COMO NEGAR, VOCÊ CONFESSOU. Meu Deus do céu, eu vou bater tanta punheta hoje a noite pensando nas suas lágrimas correndo pela sua cara gorda, vendo todo seu fracasso em uma plataforma em que até gente da laia de Felipe Feto tem milhões de inscritos. VOCÊ FRACASSOU,LOLA, E ISSO ME MOTIVO, ISSO ME DEU COMBUSTÍVEL PRA MAIS UNS DOIS OU TRÊS MESES. QUE DELÍCIA VER SEU FRACASSO, LOLA, QUE MARAVILHOSO. Eu imagino seus sentimentos por ver que afinal não é tão grande assim, e isso me deixa EXTREMAMENTE ERETO E MOTIVADO. Lola, obrigado, VOCÊ ME DEU UM PRESENTAÇO AO PUBLICAR AQUILO. EU AMO VER SEU SOFRIMENTO, EU AMOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

Anônimo disse...

a) O idiota 17: 38 fracassado e vc um adolescente viciado em punheta sem capacidade de conquistar uma mulher.

b) Lola este governo e uma usina de mentiras para esconder a incompetencia do governo

Anônimo disse...

Sério que o cara precisa anunciar que vai bater uma punheta em um blog? Nossa amigo punheteiro, seu comentário só me deu pena. Sério, sua vida é muito triste. De coração, saia um pouco da frente do computador, respire um ar para conhecer pessoas reais. Ter um motivo real para fazer sexo. Sexo é bom quando praticado com outra pessoa, espero que tenha oportunidade de fazer e para não ficar só na punheta. Sério...que dó!

Anônimo disse...

Cara, o que foi que vc bebeu???

Anônimo disse...

"O idiota 17: 38 fracassado e vc um adolescente viciado em punheta sem capacidade de conquistar uma mulher." (sic).

Conquistar uma mulher? Que conceito mais antiguado, isso não existe mais.

Sempre será mais barato e saudável uma bela punheta, que pagar R$ 50,00 para "conquistar" uma mulher.

Anônimo disse...

Parece que o assunto do blog é a punheta. Mas quem precisa dela?

Como o feminismo tivemos a liberação sexual e muitas mulheres aderiram um vício do masculino: sexo sem compromisso.

Sexo sem côrte, sem conquista, sem compromisso é tudo que o masculino quer.

donadio disse...

Mas também se a direita for usar somente letras de música escritas por direitistas, vai sobrar o quê? Mais pelo que cadela, ou sou chifrudo ninguém gosta de mim?

Anônimo disse...

Querida Lola o que importa é colocar suas ideias na rede, seja aqui ou no YouTube ou Twitter,quem quiser acompanha.

Não dá pra viver nossas vidas baseadas na expectativa dos outros. Muitos canais de valor tem poucos milhares de seguidores e views, canais que são pura bobagem tem milhões, vai entender... Beijos

Anônimo disse...

Sou contra a publicação desses comentários toscos de mascus doentes mentais, por que dar visibilidade pra esses inúteis?

Anônimo disse...

Mas se o nome veio de um romance de cordel, o cantor realmente pode processar quem usar? Não foi ele quem inventou.

Anônimo disse...

"Sou contra a publicação desses comentários toscos de mascus doentes mentais, por que dar visibilidade pra esses inúteis?"

Comento: Simples abra um blog e faça a sua moderação, ou vai querer cagar regras no blog do outros. Hegemonia, até nos comentários, é tosco.

Anônimo disse...

Pavão misterioso, denegriram a letra reflexiva de uma bela canção é de um cordel. Fruto de mentes doentias idólatras do Mijair, do Conje, do Pinóculos ad carterva... Nem criatividade esta corja tem, tsc, tsc, tsc...

Anônimo disse...

Lola, o que você linkou no “reciclando a mentira” não condiz com. No artigo em questão não fala nada de ser mentira ou verdade a história do hacker russo. Trata do vazamento sim, mas falando sobre outra coisa que não tem a ver com o que você quis linkar.

Anônimo disse...

Enquanto eu não ler todo o processo do Lula de cabo a rabo, eu nunca vou afirmar que ele foi condenado sem provas apenas baseado no que o disse o advogado pago para defendê-lo.

Da mesma forma que nunca formarei uma opinião sobre esse caso sem ler todas as mensagens seguidas, na ordem da conversa, tanto para o lado do Glen quanto do Moro.

Nos dois casos, não posso formar uma opinião convicta baseado no que outros disseram. Acho que as opiniões devem ser baseadas no conhecimento estrito dos fatos.

“... nunca vi, nem comi, só ouço falar...”

titia disse...

O autor da música deveria é meter um processo nesses desgraçados. Imagino que Carluxo está arrancando os pelos do rabo na unha ao perceber que o apelido da farsa mais recente da milícia virtual veio de uma música escrita por um nordestino de esquerda. Vai ver por isso esses direitistas minions são revoltados, são burros e precisam arregar tudo do pessoal de esquerda, e eles sabem disso.

12:15 a Lola sempre deixou um ou dois desses comentários aqui para que os leitores vejam o quanto essa corja é doente. Eu mesma não acreditaria no quão bosta esses sujeitos são se não visse os comentários deles. Vamos reviver a ideia do "Mascuzão Esperança" e juntar grana pra comprar boencas infláveis para a mascuzada. Assim eles ficam brincando de boneca e não vem encher o saco aqui.