quinta-feira, 20 de outubro de 2016

GUEST POST: A REBELIÃO DAS MULHERES NA ARGENTINA

A arquiteta Carla Fernandes me enviou este guest post sobre o que está acontecendo na Argentina: uma enorme onda de revolta deflagrada pelo brutal estupro e assassinato de Lucia Perez, uma garota de 16 anos morta em Mar del Plata.

Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu.
A Flor e a Náusea,  Carlos Drummond de Andrade 

Lucia Perez, de 16 anos, por dias sofreu estupro coletivo e empalamento, que repetida e violentamente perfurou seu útero e órgãos internos até assassiná-la, na Argentina.
Outras meninas e mulheres tiveram recentemente mortes horrendas por lá, por ataques sexuais. Muitas outras aqui também. Agredidas e mortas, esfaqueadas, socos, pontapés, gritos, sequestro, chantagens, manipulações, na palavra grosseira ou no elogio machista que a coloca subserviente e menor. No silenciamento, no ataque gratuito, na censura, no hater, no troll, é quase sempre notícia de jornal.
Mas Lucia Perez virou um símbolo, pela sua morte horrenda e desumana. Nesses casos extremos fica flagrante o ódio reservado às mulheres. Como passeia no inconsciente coletivo essa herança do patriarcado: a de que mulher vale menos. Que pode ser abusada ou punida. Que é moeda de troca. Que seu valor depende de outros e não dela mesma. Que a culpa é dela. A miséria deste inconsciente coletivo patriarcal que faz com que sim, todo homem, no inconsciente de uma mulher, se torne um potencial estuprador.
Muitas mulheres não têm consciência de que sua educação está calcada no medo: Você vai sair vestida assim? Não beba. Cu de bêbado não tem dono. Não saia. Não namore. Não transe. Vai ir em tal lugar? Sozinha? Alguém tem que te acompanhar. Não posso deixar minhas filhas saírem! Você não vai em tal lugar. Está proibida. Não fale com estranhos, não aceite balas, não converse. 
Mulher tem que se dar o respeito. Assim ela tava pedindo. Melhor ser atendida por mulher. Vai ficar falada. Volte mais cedo. Você vai viajar sozinha? Não confie em ninguém. Que amigos são esses? Prenda suas cabritas que meus bodes estão soltos. Se ela não estivesse na rua, na igreja, na escola, no ônibus não aconteceria isto. Se ela estivesse em casa isso nunca iria acontecer.
Mas a gente precisa viver, internaliza o medo e procura sublimar essa parte da vivência porque vai conviver em sociedade. Muitas vezes tudo é naturalizado. À mulher resta o medo, a culpa, a vergonha, o retrair-se, o apagamento, ser discreta, ignorar. Por outro lado, há sim homens  com os quais é possível conviver bem. São seres humanos como todos. São pais, amigos, parentes. 
Mas em certas situações, mesmo aquele colega de faculdade que parece gente boa quando fica sozinho no elevador com você, aqueles trabalhadores reunidos num canto da calçada, o seu chefe, o motorista de táxi, o motorista e o ajudante da van, uns caras que apareceram num ponto de ônibus, os policiais, os bandidos, o passageiro de ônibus que está ao seu lado, aquele carinha que vc está começando a conhecer que parece legal, todos eles, nem que seja lá no fundo vão fazer a gente pensar: será que ele vai avançar em mim? 
Vai respeitar o meu limite? Será que ele vai abusar da circunstância? Depois como vou reagir? Vou ter como reagir? Vou ter força física? Se ele falar isso ou aquilo, como vou fazer? Vou ceder psicologicamente em algum momento? Vou ter como fugir?
Porque a gente vê acontecendo com Lucia Perez. Porque a gente vê como é permitida a agressão ao corpo feminino toda vez que assistimos exaustivamente os que procuram argumentos para contemporizar e justificar a agressão culpando a vitima por uso de drogas e álcool, prostituição, comportamento fora do padrão machista, transitar por lugares julgados imorais ou inseguros. Por ver como temos acesso à educação, cultura, empregos e salários diferentes. Por ver que uma blogueira feminista, por defender os direitos das mulheres, é perseguida e agredida continuamente na internet, com casos registrados em inúmeros BOs que ficam impunes para homens continuarem difamando, agredindo e difundindo ódio.
Por essas e outras, como não pensar que homens que têm coragem de fazer isso com Lucia Perez não podem estar na rua convivendo comigo, com minhas filhas, irmãs, mães e avós? Que vão julgar e até atacar, por seu pensamento torpe e misógino que ah, devem ser todas putas? Que vão afirmar seu ego, autoestima e poder com sua misoginia. Por essa força desse inconsciente machista, dessa cultura patriarcal, dessa cultura do estupro, que autoriza esse poder sobre o corpo feminino?
Sim, nós temos medo  Mas temos também coragem. Não vamos desistir de viver, de ser mais, de ser gente. Nós resistimos. Somos todas Lucia Perez. Somos todas hermanas. A América Latina vai ser toda feminista. Ni Una a Menos!

65 comentários:

Unknown disse...

Parafraseando Chimamanda Ngozi e a Cora Coralina, Sejamos todas feministas, tem mais estrada 'nos nossos corações' do que medo em nossas cabeças!!!

Anônimo disse...

Muito triste isso, mas coisas assim só reforçam o feminismo em mim!Ni Una a Menos!

Deborah Maugeri disse...

Ni una a menos! \o/

Anônimo disse...

Tão vendo, isso que acontece com mulher que usa saia curta demais. Meçam as suas! A altura mínima para não sofrer estupro é 35 cm, pra não sofrer nenhum tipo de assédio é 45 cm. Quem sai na rua mais curta que isso é porque ta querendo coisa...

Unknown disse...

Que história mais triste, lendo esse relato comecei a chorar, me fez lembrar quando fui estuprada.
Ninguém culpou o agressor e sim me culparam que eu provoauei, como uma criança de 12 anos pode provocar um adulto de 45 anos???

Anônimo disse...

O que dizer para suas filhas então ?

Não tenha cuidado ?
Confie em todo mundo ?
Ande com roupas provocantes por lugares ermos/ perigosos ?
Beba até cair na noite que tudo bem, não tem perigo ?


É isso ? Alguém pode responder para mim ?

Mila disse...

Não cheguei a ler detalhes do caso da argentina. Simplesmente estou cansada de ver todos os dias o sofrimento de mulheres nas manchetes principais: estupro, estupro coletivo, empalamento, assassinatos pelos ex-companheiros, mutilação. E a gente não poder ignorar porque a violência contra a mulher está gritando por onde quer que a gente vá, a gente não tem nem mesmo a opção de se iludir e achar que vai ficar tudo bem. Junto com esse hábito quase que diário de ver sangue feminino como sendo pauta de violência todo santo dia vem o sentimento de impunidade. É no Brasil, na Argentina, na Zâmbia, na Inglaterra ou no Japão. A violência contra a mulher é universal e nada parece capaz de freá-la.
Pior ainda é ver gente de "bem" se regozijando com esses crimes, como se pagar com a vida fosse uma punição aceitável pela nossa conduta. Bebeu, usou roupa curta, estava na parada à noite esperando um ônibus, ousou confiar num homem? Merece pagar com a vida, merece carregar o trauma de uma violência para sempre. É como se a nossa vida e nossa dignidade valessem menos que nossas condutas.

Anônimo disse...

12:50,
quando mulheres resolvem proteger suas filhas não deixando com que elas fiquem sozinhas com parentes homens (inclusive pais)
quando mulheres falam em homens como potenciais estupradores (que é o que justifica uma mulher preferir ver o diabo num beco escuro que um homem);
quando mulheres não sacrificam sua segurança física e/ou emocional em detrimento da desconfiança da honestidade de um homem;
quando mulheres apoiam iniciativas que as impeçam de ficar num ambiente com potencial abuso com homens (como meios de transporte lotados)
quando mulheres temem situações em que possam ficar entorpecidas mesmo na companhia de amigos
quando mulheres querem falar sobre cultura de estupro
ou em qualquer situação na qual uma mulher possa confiar num homem...

Eis que surge o NOT ALL MEN. O velho "argumento" de que vocês estão todas loucas, não são todos os homens que fazem isso, meu pai não me ensinou a estuprar, vocês querem viver num ambiente segregador, vão viver num lugar longe de homem suas loucas misândricas. Você pode viver a vida desconfiada, mas se der um voto de confiança à filosofia do "not all men" e se ferrar por isso, a culpa é toda da "vadia" que escolheu o homem errado, como assim você bebeu na companhia do seu amigo de infância de boa família? como assim você se casou com esse homem abusador?

Contradições, contradições. Todas elas usadas quando se quer culpar a mulher, ora por ser prevenida demais (a neurótica misândrica), ora por ser relapsa demais (a descuidada, burra e que merece ser vítima de crimes).

Leonardo Neves disse...

Anônimo 12:50,

Sempre penso nisso quando vou orientar minha filha, falo que estar esperta pode evitar muita coisa e que não quero que ela cresça como uma dessas gurias retardadas que não enxergam a malícia do mundo.

Se tivesse um menino a orientação seria a mesma, evitar companhias escrotas, ser educado, se portar como gente e saber que cada lugar, cada grupo e situação social automaticamente exigem de você um tipo de conduta.

Pintar um mundo de sonhos e dizer que ela pode agir como quiser sem calcular os riscos e consequências seria uma falha absurda como educador.

No caso do post principal a questão de roupa, tamanho de saia, bebida, não tem nada a ver. O que pegou foi o fato de a menina ter se envolvido com os traficantes. Aí eu me pergunto, pra que andar com um vagabundo desses? Pra que?

De certa forma penso que isso passa pelo cuidado que os pais têm com os filhos, mas será que ela ouvia os conselhos? Penso no último post aqui desse blog em que uma menina reclama "meus pais não confiam em mim", porque o pai dela invocou por ela usar maconha e andar com uma galera estranha, cara tatuado, todo errado.

Não acho certo o pai ficar jogando isso na cara o resto da vida, enchendo o saco, mas fazer a parte dele ele fez, orientar e mostrar (conforme a experiência dele em relação às pessoas) o que muito provavelmente seria mais interessante pra vida dela.

Talvez o pai dessa menina argentina não tenha tido o mesmo procedimento... vi a foto dela malucona, sei lá... galera assim não ouve ninguém.














Anônimo disse...

Isso foi ironia, por favor, que seja ironia e não mais um mascutroll...

Anônimo disse...

Pode dizer, é claro ! Ninguém aqui está te impedindo, não é ? Vá em frente !

Mas você apenas vai estar contribuindo para a Cultura do Estupro - e não evitando um.

Afinal, mulheres são seres humanos e não um pedaço de carne, incubadora de seres irracionais que não "controlam seus desejos sexuais". Mas vá em frente, enine sua filha a não ser estuprada, ao invés de ensinar os garotos a não estuprarem (ao meu ver, o ato de estuprar alguém não é o correto, de acordo com direitos humanos e constituição brasileira... Mas a lei está errada, temos que ensinar as meninas que o corpo delas é de domínio público e por isso ela têm que esconder ele. Belo senso comum !).

Aliás, esses garotos, crescem vendo que a sociedade não os culpa pelo estupro, então acham que conseguem fazer isso com qualquer uma. A garota de burca no parque. A pobrezinha que está no ponto esperando o ônibus. A menina que estava apenas andando por aí. A menina que estava de biquíni numa praia.

Enfim, qualquer uma delas pode ser a vítima. Mas, claro, a culpa é dela. Bebera demais, estava provocando...

Não estava. Você pode andar de bermuda e shorts nesses lugares e não correr o risco de ser estuprado. Ela sim. Porque ? Não é digna de ter os mesmos direitos que você ?

Beber até cair ? Quem nunca fez isso numa balada ou festa ?! Todos os garotos enchem a cara como se não houvesse amanhã, pois sabem que não correm o risco de serem estuprados quando não tem condições de fazer nada. As meninas têm que se vigiar para não passar desse ponto, pois elas correm. O corpo não é delas ?! Bah, "corpo de bêbada não tem dono" ! Será ?

Confiar em todo mundo ? Oh ! Não seria perfeito se pudéssemos fazer isso ?! Mas infelizmente, há pessoas cruéis nesse mundo e elas não vêm com um carimbo na testa escrito "boa" ou "má". Aliás, elas também não vêm escritas "estuprador" e "não estuprador" ! Que chato !

Ter cuidado é fundamental, mas com o corpo, saúde... Pois somos seres humanos, não ratos que devem viver se previnindo do risco de encontrar um caçador em casa esquina.

Mas a escolha vai de cada um. Só sei que estamos nos unindo para que sua filha não precise ser ensinada à não ser estuprada. Pra que ela seja vista como humana.

Coisa que essa Lucia Perez não teve a sorte. A Cultura do Estupro não é terrível ? Porque você não se junta a nós ?


Flavio Moreira disse...

Lola, eu sei que você não tem tempo de moderar os comentários, mas dá para excluir o das 12h20? Porque pessoas vítimas de qualquer tipo de abuso não precisam ler uma boçalidade dessas em um post sobre um ato brutal e desumano.

Anônimo das 12h50, não acredito que essas sejam as respostas para esse problema. A resposta está em transformar a sociedade para que ela deixe de agir como um parque de diversões inconsequentes de machistas e se torne de fato, igualitária, baseada no respeito, na tolerância, na empatia. Para quem acha que não é possível, essa matéria (em inglês) fala de uma comunidade na Etiópia em que foi exatamente isso que aconteceu, graças à iniciativa de um homem, por incrível que pareça: http://www.upworthy.com/theres-a-community-in-ethiopia-where-everyone-lives-as-equals-and-it-works

Para os que vão usar o argumento cultural, a sociedade em que Zumra Nuru (autor da iniciativa) vivia se identificava com os valores patriarcais do Ocidente. Diz o texto:

"He saw that inequality was baked into a lot of the traditions. Like the accepted norm in many Western countries, women in the village he lived in were expected to be both providers and caretakers. They worked during the day and tended to the house and the children at night. The same wasn’t expected of men."

Eu vou tentar traduzir o texto o mais breve possível e passar para a Lola publicar, porque vale a pena.

Se matarmos em nós a esperança de conseguirmos um mundo igualitário para os que virão depois de nós, o que restará de nossa dignidade? A luta é cansativa, vide as tantas histórias da Lola, de guest posts e de comentaristas que sofreram ou conviveram com mulheres que sofreram e sofrem todo tipo de abuso. Não se sensibilizar com esses relatos e ter um mínimo de empatia para mim é tão absurdo quanto qualquer guerra.

Anônimo disse...

Não vejo todo homem como potencial estuprador não, o fato de crimes de estupros serem mais cometidos por homens não torna todo homem um estuprador. Aliás isso é ótimo, faz a festa para trolls ''radfems'' sem escrúpulos que também poluem os comentários. Alertar as pessoas, sejam elas mulheres ou homens não é culpabilizar a vítima. Quem comete crime seja de estupro, assassinato é o único culpado, deve ir para a cadeia, de preferência a vida toda e pronto. Agora censurar as pessoas de orientar as outras sobre situações que podem ser perigosas chamando isso puramente de ''culpabilizar a vítima'' é muita escrotice.

Anônimo disse...

Lembro da vez que fui conhecer pessoalmente um amigo com quem trocava ideia pela internet. Perguntei a ele "teve receio em me conhecer?", ele respondeu que não. Já eu disse "morri de medo de você!"

Unknown disse...

Ola a todas

Quero manifestar também meu total repudio e horror pelo caso da mulher de 34 anos, moradora de São Gonçalo - RJ, em 4 anos sofreu 4 estupros coletivos de traficantes da região em que morava e fugiu da cidade.

A mulher de Sao Gonçalo aqui no Brasil, Lucia la na Argentina.

11 mulheres em goiânia mortas por maridos, companheiros e ex-companheiros, recentemente!

Por favor, eu quero ir para as ruas nem que seja com cinco mulheres dizer que não queremos este estado de terror. Por mim precisamos repetir a passeata de junho na candelária pra dizer ni una a menos, nem Lucia, nem a mulher de são gonçalo, nem as mulheres de goiania!

Ja cansei de ver homem que tolera tratar mulher de jeito mais ou menos civilizado. Antes dessa tolerância acabar, precisamos recorrer a força do feminino. Essa força que a gente acha que não tem. Precisamos mostrar que somos todas Lucia Perez. Somos todas a mulher de São Gonçalo. Por todas elas.

Greve de mulheres, eu apoio.

Carla

lola aronovich disse...

Flavio, querido, eu entendi o comentário das 12:20 como uma ironia. Quero dizer, claro que tem mascu que acredita nisso, mas decidir quem "merece" ser estuprada ou não pelo tamanho da saia? Tem que ser muito ridículo para realmente acreditar numa coisa dessas...
Traduz e manda sim, querido!

T.H disse...

A empatia masculina me comove.
Vejam alguns "lindos" comentários feitos no yahoo notícias.

"Tarcisio. Ontem

Vai comprar maconha numa boca de fumo com a amiga e acha que não vai acontecer anda? Pobre mundo cruel e inocência das pessoas."
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Não pode faltar aqueles que estão mais preocupados em criticar o movimento feminista, do que os casos de crimes brutais.
O feminismo causa mais revolta do que um estupro:

"Formigabelha. há 8 horas

"mobilizações contra a violência sexista". Fico pensando quão grande foi a destruição, a alienação...que a esquerda provocou no cérebro e nos princípios das pessoas, a manipulação e confusão é tão grande que a violência provocada pelo vício e consumo de drogas, usam para atacar, destruir, desunir...o que sobrou da estrutura familiar, relacionamento homem/mulher."
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E pra fechar com chave de ouro:

"Gatts.há 21 horas

Olhem só: Uma maconheira(que sabe lá o que fazia da vida) vai em um lugar super saudável que é uma boca de fumo, é estuprada lá pelos traficantes e eu sou obrigado a morrer de dó né?! O pior é um país inteiro se mobilizar por conta disso. Engraçado que morre diariamente gente de bem, honesta nas mãos de bandidos, traficantes e ladrões e ninguém levanta uma bandeira pra defender. Morre uma maconheira, um traficante ou um artista global vira comoção nacional. Gente de bem e honesta passou a não ter valor nenhum nesse mundo."

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Nojo e revolta definem meus sentimentos sobre esse caso, mas não somente esse como vários outros que aconteceram e vários que infelizmente ainda irão acontecer.

Biana disse...

Sugiro o livro Virtudes do Medo do Gavin de Becker e o post "Sinais a temer" aqui mesmo no blog da Lola para a sua resposta. São táticas de defesa ativa e não passivas, como "não use saia", que é tão útil como ventilador no frio.

Unknown disse...

12:50

O problema acontece até quando a gente usa roupas "normais". Uniforme de escola. Roupa de trabalho.

E isso acontece.

Quando se está em casa.

E isso acontece.

Quando se está indo pra escola e para o trabalho

E isso acontece.

Quando ela decide se separar do seu companheiro e ele a assassina e seus filhos.

Vc acha que as mulheres mortas em goiania sairam de casa, seminuas?

http://g1.globo.com/goias/noticia/2016/10/seis-vitimas-de-violencia-domestica-sao-mortas-em-uma-semana-em-go.html

Eu mesma tenho medo e dependendo do lugar e da ocasião eu tento me cobrir mais. Já evitei inúmeras situações de suposto risco. Eu moro num bairro considerado seguro. Mas e quem não pode, por situação econômica e social? Pq tem a lei do traficante, que já não é a de 15 anos atrás? Mas eu acredito que a culpa nunca é da vítima, mesmo que ela se coloque em risco. Pq risco ne? francamente qualquer lugar é lugar.

Mas o ponto é: se são capazes de fazer com uma, podem fazer com qualquer uma.

Ainda mais agora, com essa onda de ódio, de crise econômica. Guerras de tráfico. Precisamos mostrar que não queremos que esse ódio continue, isso precisa parar e que estamos vivas, que somos gente.

Ninguém deve tratar outros seres humanos assim.

Anônimo disse...

14:38: A maioria das pessoas encara o termo "homem como estuprador em potencial" e esquece da parte do "em potencial". Por potencial leia-se a capacidade (e aqui vamos falar de capacidade física, psicológica e social) de cometer um crime de estupro. Da mesma forma, todos nós somos assassinos em potencial. Nem por isso somos assassinos. A lógica é a mesma. Falar sobre estupradores em potencial é diferente de falar que todos os homens são estupradores.
Por que há o discurso do estuprador em potencial? Simples. Porque isso ajuda a entender situações que as mulheres passam por não saber se tem escrito na testa do homem estuprador ou não. Situações como as já citadas: se uma mulher encontrar com um homem num local ermo, ela vai ter medo de, entre outros, ser estuprada; mulheres estão sempre alertas se um homem seguir seus passos num local público, mesmo que seja uma simples coincidência ele seguir o mesmo caminho com ela. E isso ocorre em outras situações nas quais as mulheres não podem arriscar sua segurança num homem, conhecido ou não, que podem se aproveitar de uma situação ou do estado delas para violentá-las. O discurso do estuprador em potencial é válido porque ele ilustra que o medo que as mulheres possuem de homens em certas situações não é irracional ou neurose.
Meu comentário foi de elucidar as contradições. Não raro qualquer mulher que demonstre seu medo de confiar em homens e/ou arriscar a sua segurança para não ferir o orgulho do homem de ser confundido com um maníaco estuprador é chamada de louca, neurótica ou misândrica pois nem todos os homens são assim. Mas se uma mulher confiar num homem, mesmo que ele seja seu amigo de anos e tenha, digamos "boas referências", e se este homem a violentar, ela será a culpada da violência que sofre. Em todas as situações as vítimas, ou as potenciais, vítimas são culpadas.

Anônimo disse...

Blogger lola aronovich disse...
Flavio, querido, eu entendi o comentário das 12:20 como uma ironia. Quero dizer, claro que tem mascu que acredita nisso, mas decidir quem "merece" ser estuprada ou não pelo tamanho da saia? Tem que ser muito ridículo para realmente acreditar numa coisa dessas...
Traduz e manda sim, querido!

Não é questão de merecer Lola, mas estupradores compulsivos procuram pela vítima mais fácil, que vá oferecer menos resistência. Mesma tática de assaltantes e ladrões. O drogadito vai preferir assaltar a casa com pátio aberto, ou a que tem grade e cachorro? E o estuprador compulsivo (aquele que vai no instinto mesmo, que não planejou), óbvio que vai preferir a menina com roupa mais curta, fácil de arrancar ou rasgar.

Agora quanto a merecimento, claro que é bobagem, quem justifica o ato assim tem merda na cabeça.

Anônimo disse...

Pena de morte para estupradores já.
E não voc~es não vão re educa-los com feminismo, eles não absorvem educação muito menos feminismo. Estes protestos tocam mulheres e homem empáticos não estupradores.

Anônimo disse...

Olha que legal, Lola!! Podemos enxergar uma mudança positiva:

Turma do STJ condena por estupro jovem que beijou adolescente à força


O estupro é um ato de violência, não de sexo. Seguindo esse argumento do ministro Rogerio Schietti Cruz, a 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça reformou decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso e restabeleceu sentença que condenou um jovem de 18 anos por estupro, por ter dado um beijo forçado em uma adolescente de 15 anos.

Após a sentença haver condenado o réu a oito anos em regime inicialmente fechado, o TJ-MT o absolveu por entender que sua conduta não configurou estupro, mas meramente um “beijo roubado”.

Para o ministro relator do caso, Rogerio Schietti Cruz, a decisão do TJ-MT utilizou argumentação que reforça a cultura permissiva de invasão à liberdade sexual das mulheres. “O tribunal estadual emprega argumentação que reproduz o que se identifica como a cultura do estupro, ou seja, a aceitação como natural da violência sexual contra as mulheres, em odioso processo de objetificação do corpo feminino”, afirmou o ministro.


Ao absolver jovem, tribunal reproduziu pensamento pensamento patriarcal e sexista, afirmou Rogério Schietti Cruz.
Reprodução
Rogerio Schietti criticou a decisão que absolveu o réu e o mandou “em paz para o lar”. Na opinião do ministro, tal afirmação desconsidera o sofrimento da vítima e isenta o agressor de qualquer culpa pelos seus atos.

Uso de violência
Rogerio Schietti disse que a simples leitura da decisão do TJ-MT revela ter havido a prática intencional de ato libidinoso contra a vítima menor de idade, e com violência.

Segundo o processo que o acusado agarrou a vítima pelas costas, imobilizou-a, tapou sua boca e jogou-a no chão, tirou a blusa que ela usava e lhe deu um beijo, forçando a língua em sua boca, enquanto a mantinha no chão pressionando-a com o joelho sobre o abdômen. A sentença reconheceu que ele só não conseguiu manter relações sexuais com a vítima porque alguém se aproximou naquele momento em uma motocicleta.

Mesmo com os fatos assim reconhecidos, afirmou o ministro, o tribunal de Mato Grosso concluiu que eles não se enquadravam na definição de estupro, prevista no artigo 213 do Código Penal: “Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso.”

Para o desembargador relator do acórdão do TJ-MT, “o beijo foi rápido e roubado”, com “a duração de um relâmpago”, insuficiente para “propiciar ao agente a sensibilidade da conjunção carnal”, e por isso não teria caracterizado ato libidinoso. Afirmou ainda que, para ter havido contato com a língua da vítima, “seria necessária a sua aquiescência”.

Decisão inaceitável
“Reproduzindo pensamento patriarcal e sexista, ainda muito presente em nossa sociedade, a corte de origem entendeu que o ato não passou de um beijo roubado, tendo em vista a combinação tempo do ato mais negativa da vítima em conceder o beijo”, comentou Schietti. Segundo o ministro, a prevalência desse pensamento “ruboriza o Judiciário e não pode ser tolerada”.

Ele classificou a fundamentação do acórdão do TJ-MT como “mera retórica” para afastar a aplicação do artigo 213 do Código Penal, pois todos os elementos caracterizadores do delito de estupro estão presentes no caso: a satisfação da lascívia, devidamente demonstrada, aliada ao constrangimento violento sofrido pela vítima, revela a vontade do réu de ofender a dignidade sexual da vítima. Os demais ministros da 6ª Turma acompanharam o voto do relator. Com informações da Assessoria de Imprensa do STJ.

Anônimo disse...

Moral da história: os dois são burros inconsequentes por marcar encontro com desconhecidos via internet

titia disse...

Imensa tristeza pelo horror que essa menina passou e imensa revolta por ainda haver quem a culpe.

12:50 apenas diga pras suas filhas nunca confiarem em homem nenhum. Nunca. O resto elas já sabem, o fundamental (não confiar em homem nenhum nunca) é que precisa ser dito.

Biana disse...

Acho engraçado esse Gatts aí usar o nome do protagonista de um mangá onde o estupro é assunto recorrente e onde a terceira personagem mais importante é estuprada, fica traumatizada e não quer nem saber mais de homem. Só mostra a burrice dos mascus. Na verdade o próprio Gatts do mangá é violentado também, na infancia, mas parece que certa galera só cria empatia mesmo por personagem fictício. Pena.

Anônimo disse...

"Pior ainda é ver gente de 'bem' se regozijando com esses crimes, como se pagar com a vida fosse uma punição aceitável pela nossa conduta. "

Também tenho a mesma sensação (ilustrada pelo post de T.H.): as pessoas ditas de "bem" comemoram o estupro e/ou a morte de qualquer mulher que não seja considerada digna, de família e da direita. Sua conduta, seu posicionamento político, sua postura filosófica, suas atitudes viram desculpas para sua vida valer menos.
E triste saber que não é coisa de troll de internet anônimo. Os caras já colocam a cara à tapa, você vê esses comentários todos os dias repetidos ad infinitum por gente da sua convivência: seus familiares, amigos, professores, colegas de trabalho. Gente cristã que vai À igreja, paga dízimos, paga impostos e diz que "bandido bom é bandido morto", com exceção dos que estupram e matam gente que leva uma vida contrária a que eles acham dignas. Esses merecem a morte e não podem reclamar.

Anônimo disse...

Não é que ache todo homem um estuprador, mas sim, toda vez que esbarro com algum por aí, me preocupo com o que ele pode ou não fazer comigo. Não por que pensei "é estuprador", mas sim por que não o conheço e não tem placa na testa dizendo se é bom ou mal.
E eu entendo que devem sim alertar dos perigos q as mulheres infeçizmente ainda correm, mas o problema é que mesmo que ela siga todas essas orientações a risca, se algo acontecer, a culpa ainda sera dela e somente dela. E as pessoas tinham sim que começar a falar pros filhos homens a respeitar mulher, que roupa curta ou bebedeira não é desculpa pra avançar sem permissão, que quando ela ta dizendo que não quer é por que ela realmente não quer, que não é por que ela não quis nada com você que você precisa xingar ela de galinha, vadia, piranha e etc.
No dia em que além de ensinarem as meninas a terem cuidado, tambem ensinarem os meninos a respeitar, aí sim vou ver algum avanço.

Unknown disse...

Ola meninas

Irei na próxima manifestação aqui no rio de janeiro dia 25 as 18h pra gritar Ni una a menos.

Nem Lucia Perez
Nem a mulher de Sao Gonçalo
Nem as mulheres de Goiania
Nem de qualquer uma na america latina e no mundo

Se puder faça em sua cidade. Procure as meninas. Não vamos parar.

https://www.facebook.com/events/1856096718010030/

Biana disse...

Ainda bem que o ministro Schietti se manifestou né! Pensamento simplista e estereotipado num ambiente jurídico, é o cúmulo, é descer um degrau. Fala sério. Me lembrou o livro O Mágico, onde um advogado brilhante faz uma (dupla) tentativa de homicídio parecer uma briga entre garotos no maior estilo "boys will be boys"... O que mais me espanta é ele ter sido o único a falar algo. Beijo roubado uma ova. Esse cara é um exemplo a ser seguido pelos formandos de direito.

Flavio Moreira disse...

Lola, infelizmente eu não entendi como ironia - texto escrito, difícil ver essas coisas se elas não estão sinalizadas. Ou então eu fiquei indignado muito rapidamente, sem refletir que poderia ser ironia.
Ainda assim, a realidade do post é tão dolorosa e absurda que eu não consigo pensar em ironia nessa hora.
Vou traduzir o texto sim e te mando em breve. Só não mando hoje porque estou passando por um dolorosíssimo processo de separação e as coisas estão um pouco atrapalhadas para mim.
Abs.

Anônimo disse...

"eles não absorvem educação muito menos feminismo"

Eu vivi o dia em que concordei com um mascu (arrg) mas e uma verdade, os homens não nos ouvem, só nos resta radicalizar, feminismo que não incomoda o patriarcado não funciona.

Anônimo disse...

O meu sentimento é de desolação. Que direito esses protozoários acha que tem sobre as mulheres? Isso é o "privilégio " do machismo, já que omi nenhum quer abrir mão dessa zona de conforto. Eu tenho uma tristeza enorme cada dia que uma irmã se vai.E penso que isso nunca vai ter fim porquê o respaldo e a hipocrisia dessa sociedade para com os algozes é pura condescendência.

Malu disse...

Lola, sei que não tem exatamente a ver com o tema aqui discutido, mas você já ficou sabendo que as "escolas para princesa" estão se espalhando no Brasil? Além daquela em Uberlândia que você citou em post recente, agora uma das herdeiras Abravanel resolveu abrir sua "escola de bons modos" em SP. Essa matéria me fez querer chorar em posição fetal, apenas. A matéria (no link abaixo) até começa dizendo que é uma polêmica mas logo em seguida vangloriza o local.

http://www.msn.com/pt-br/entretenimento/noticias/silvia-abravanel-inaugura-sua-escola-de-princesas-ap%C3%B3s-pol%C3%AAmica-online-confira/ss-AAjbgkJ?li=AAggXC1#image=12

Anônimo disse...

Anon 15:47. Não. O estuprador vai atacar a vítima mais vulnerável. A adolescente tímida, a mulher sozinha as 7h da manhã indo pro trabalho, a menina medrosa. Há estudos que provam que a roupa nao tem nada a ver mas gente como vc continua usando esse argumento pra culpar a vítima.

Anônimo disse...

Não sao burros. Nao é errado conhecer pessoas na internet. Mas certamente tem toda uma prevenção que se pode tomar antes de conhecer a pessoa de fato. Conhecer alguem na net é arriscado sim, e muito, mas conhecer pessoas no dia a dia nao me parece tão mais seguro assim. Pelo menos hoje em dia.

Anônimo disse...

Anônimo Anônimo disse...
Anon 15:47. Não. O estuprador vai atacar a vítima mais vulnerável. A adolescente tímida, a mulher sozinha as 7h da manhã indo pro trabalho, a menina medrosa. Há estudos que provam que a roupa nao tem nada a ver mas gente como vc continua usando esse argumento pra culpar a vítima.

20 de outubro de 2016 21:53

Quem falou em culpar a vítima foi você, não eu. Interpretação de texto mandou um abraço!

Anônimo disse...

aAnônimo Anônimo disse...
Anon 15:47. Não. O estuprador vai atacar a vítima mais vulnerável. A adolescente tímida, a mulher sozinha as 7h da manhã indo pro trabalho, a menina medrosa. Há estudos que provam que a roupa nao tem nada a ver mas gente como vc continua usando esse argumento pra culpar a vítima.

20 de outubro de 2016 21:53

Exatamente. Quem é a vítima mais vulnerável, a mulher de minisaia, ou a de calça? A de vestido ou a de macacão? Nâo tem nada a ver com culpa da vítima (que não existe), tem a ver com menor risco para o estuprador. Eles são monstros, mas não são burros.

Anônimo disse...

Blogger Malu disse...
Lola, sei que não tem exatamente a ver com o tema aqui discutido, mas você já ficou sabendo que as "escolas para princesa" estão se espalhando no Brasil? Além daquela em Uberlândia que você citou em post recente, agora uma das herdeiras Abravanel resolveu abrir sua "escola de bons modos" em SP. Essa matéria me fez querer chorar em posição fetal, apenas. A matéria (no link abaixo) até começa dizendo que é uma polêmica mas logo em seguida vangloriza o local.

http://www.msn.com/pt-br/entretenimento/noticias/silvia-abravanel-inaugura-sua-escola-de-princesas-ap%C3%B3s-pol%C3%AAmica-online-confira/ss-AAjbgkJ?li=AAggXC1#image=12

Pois vá chorar em posição fetal em qualquer lugar, menos na escola pra princesas. Não pregam tanto o "meu corpo, minhas regras", "minha vida, minhas regras"? POIS ENTÃO RESPEITA AS PESSOAS QUE TEM REGRAS DIFERENTE DAS SUAS!!!

Anônimo disse...

Anônimo Anônimo disse...
Pena de morte para estupradores já.
E não voc~es não vão re educa-los com feminismo, eles não absorvem educação muito menos feminismo. Estes protestos tocam mulheres e homem empáticos não estupradores.

20 de outubro de 2016 15:48

Pois é, mas quando o Bolsonaro fala da castração química só falta crucificarem o cara. E fazem isso só porque não gostam dele, não querem dar o braço a torcer que por mais bostão que ele seja, ESSE PROJETO DELE É BOM! O que a sociedade, e principalmente esquerdistas, tem que aceitar é que tem gente que não tem recuperação e não merece segunda chance, e estuprador entra nessa lista. E antes que alguém fale "ah, quero ver se fosse teu filho..."... Cara, se um dia eu tiver um filho e souber que ele estuprou alguém... tomara que a polícia pegue ele antes que eu...

Anônimo disse...

08:20
Esses bolsonetes que acham Bolsonaro tudo de bom por causa de um projeto de castração química quibado de outro parlamentar empurrando esse homem goela abaixo de feminista são engraçados. O cara se diz contra estupro mas defende métodos de tortura com base em estupro, vai entender.
Como a castração química funcionaria para o caso da jovem que foi empalada com um pedaço de cana-de-açúcar? Vocês não conseguem entender que um homem não vai estuprar pela ausência de sexo ou forte desejo sexual. Ele estupra por poder, para humilhar e para subjugar alguém. Ele procuraria outras formas de estuprar uma pessoa, como empalar com uma cana de açúcar, caso recente.

Anônimo disse...

anonimo 09:47

Em nenhum momento foi falado que o Bolsonaro é tudo de bom, mas se você pensa assim, é a sua opinião né!

O que o vocês não entendem é que estupradores e outros tipos de monstros só entendem uma linguagem: a do medo. Como você citou, estupram pelo poder de subjugar alguém. A punição tem que ser a altura, algo que meta medo neles. Se a castração química não é o suficiente como dizes, que pensemos em algo mais radical então. Algo que faça ELES terem medo ao menor pensamento de violentar alguém.

Esse pensamento é radical e bárbaro sim, mas pessoas como esses que empalaram a menina na Argentina não serão reabilitados com boa educação, paz, amor e cartazes. Gente assim não tem solução. Se não for a pena de morte, que seja algo que tire eles de circulação terminantemente.

Anônimo disse...

Então está me dizendo que uma mulher de calça mas claramente mais medrosa, mais fraca fisicamente e quem sabe, bêbada ou perdida, vai ser preterida em favor da de saia curta, mesmo que essa pareça mais atenta e mais forte?
É se for uma menina de 12 usando calça e uma lutadora de mma usando saia, ainda assim escolherão a lutadora única e exclusivamente pela roupa curta?
Acho que alguém aqui não entendeu que não é apenas a roupa que traz uma sensação de facilidade pra um estuprador.

Unknown disse...

Ah os mitos sobre o estupro e os estupradores. Não, não há qualquer relação entre moças de saias e estupro. A maioria das vítimas atacadas de madrugada, por exemplo, costuma estar de calças, assim como é maior o número de vítimas com calças no sudeste e sul (clima) do que no nordeste. Resta lembrar, que em números absolutos, há mais vítimas no sul e sudeste. Vide aí o último relatório sobre violência sexual do Mapa da Violência.

E, não: estupradores não são monstros. Eles são pessoas, na sua imensa maioria homens, sem qualquer tipo de problema mental, mas convictos de que podem violentar mulheres por que tem poder para tanto. Sentem prazer na humilhação e no fato de que podem ostentar sua concepção de masculinidade, doentia, diga-se de passagem, livremente. Luta contra o estupro é também lutar contra a cultura que diz que mulheres devem se submeter ao estupro.

Caro amigo da saia, é isso que o seu argumento representa: você está associando uso da saia - feminino - com ser estuprada - coisa que só acontece com mulher 'muito mulher'. Ignorando completamente que mulheres de calça são tão estupradas quando as de saia.

Tu não é estuprador, mas está aqui, validando a cultura do estupro, mesmo quando acredita que está criticando. Infelizmente, isso é normal. Todos nós somos socializados a acreditar nesse monte de besteira, mas te juro: procura os dados, nada sustenta empiricamente esse blá blá de que estuprador só procura mulher frágil, marcada com os símbolos clássicos da feminilidade. As fortes também são estupradas, vou te dar um exemplo: oficiais do exército. Assim como no resto do mundo, no Brasil é muito alto o número de oficiais militares mulheres estupradas. Vai me dizer o quê? Que mulher sargento é fraca e frágil?

E, o pior: você também ignora que homens são estuprados (e depois somos nós, as feministas, que nunca na história desse país, falamos do estupro de homens - mas são vocês, os primeiros a associar estupro como vítima exclusivamente mulher e muito frágil), já que né? Deusa que nos livre de homem de saia, se saiu assim, bem feito que foi estuprado.

Tratar algo tão generalizado como estupro, especialmente no Brasil, que tem índices próximos de países em guerra, onde o estupro é arma amplamente utilizada para humilhar o inimigo, é tampar o sol com a peneira.

Amigo, é triste, é verdade, precisa ser combatido: ensinamos estupradores que eles podem cometer o crime, que eles podem se safar. Precisamos mudar mentalidades urgentemente, ou nunca diminuiremos os números de estupro. Para mim, tão importante quando haver justiça para as vítimas, é batalhar para que nunca mais ninguém, mulher ou homem, seja estuprado.


Marcia disse...

Carla Fernandes, estou com você! Aqui em Campinas ainda não tem manifestação agendada, mas ontem falei na sala de aula sobre lúcia e o movimento na América Latina. Vamos juntas!

Anônimo disse...

Como uma manifestação de mulheres pode impedir um estuprador de estuprar? Ele não liga para mulheres.

Anônimo disse...

14:38 vc é um palhaço, numa hora vc diz: "Agora ~sençurar~ as pessoas de orientar as outras sobre situações que podem ser perigosas..." , numa vez q escreve isso: "Não vejo todo homem como potencial estuprador não"

Ô meu caro, se decide aí, eu sei q vc é omen e q precisar limpar a barra dessa sua raça aí, mas simplesmente não dá pra "orientar as outras sobre situações que podem ser perigosas" (como se ng fizesse isso) sem salientar a potencialidade do omen como um estuprador, vc quer dar uma de ~antipoliticamente~ correto, mas recai na mesma retórica q vc julga:

"Ain, não pode impedir de falar pra menina não frequentar tal lugar ou se encontrar com tal pessoa" (como se no feminismo essa discussão não fosse pauta principal todos os dias, seu cínico)

- Ok doutor, sendo assim, vou orientar a milha filha a não andar ao lado de um omen

"Ain não sua loca, isso tb não pode, é misandria"

Ah, sinceramente, vá se f%rrar, vc ainda acha q é capaz de dar algum conselho útil, mas só falou asneira e redundâncias, tinha q ser omen, pra variar

Anônimo disse...

14:02 a manifestação não visa impedir um estuprador de estuprar.
O objetivo é mais complexo: conscientizar mulheres que elas não devem ser culpadas (o que diminui a subnotificação) e repensar nosso papel como sociedade em casos de estupro: porque estupro continua sendo tão banal e impune; porque, nós como sociedade, ponderamos mil e uma coisas acerca do comportamento da vítima para julgá-la inocente ou culpada de sofrer um estupro e é claro, manifestar indignação social visando mudança de valores e legislação. Vamos lá, não é tão difícil chegar a essa conclusão.

Anônimo disse...

14:02, não é pra impedir alguém de estuprar, seu cínico idiota, quem deveria fazer isso é a segurança e a educação

É pra conscientizar a sociedade, o poder público, o privado, e omens feito vc, seu traste

É a mesma coisa q dizer: "de q serve se manifestar contra o governo, se o Temerda não liga pra população?" Mas f&da-se né, isso não impede a coxinhada de fazer o super útil serviço de bater panela, e isso ainda pra vc é legítimo, né seu babaca?

Anônimo disse...

10h56, ué cê tá aí achando ruim que a gente só falte "crucificar o Bolsonaro" e eu estou lhe apontando como a castração química é um paliativo muito parcial das situações de estupro no país. E de bônus, o fato do Bolso achar de boa métodos de tortura que envolvam estupro (como os usados na ditadura, mas desde que aplicados em mulheres que não sejam de direita né) não o torna o defensor das mulheres injustiçado pelas feministas. É por isso que nós não caímos nesse papo.

Unknown disse...

Legal, Márcia!
Ta valendo, tamos juntas ;-)

Esse é o motivo da manifestação: consciência. É principalmente pra dizer que nos importamos e repudiamos esses crimes e ódio contra mulheres. E que queremos que a lei vigente funcione, que a vítima consiga encontrar apoio junto ao poder público, que consiga ser atendida numa delegacia da mulher.

É o caso de atender gente como a moça que disse que foi estuprada criança aqui nos comentários. Ninguém acreditou nela. Aonde uma pessoa assim acha apoio? E lamento muito por sua dor, que vc tenha paz...

Punições extras como a "castraçao química" não previne ódio contra mulheres.

Pra mim é só uma punição a mais que nem sei como será mantida. O punido tem q tomar medicamentos com regularidade pq a castraçao química não tira a fertilidade e só interrompe a libido durante o consumo do medicamento. Há muita controvérsia nesse assunto entre especialistas pra dizer que essa solução é uma panaceia.

Se eu fosse criminoso eu ia rir d tomar um remedinho por um tempo e depois voltar a ativa de boas, pq a libido volta... ainda ia culpar o estado que não me deu o remédio... entre outras bizarrias. Mas especialistas é que devem ser ouvidos, não achistas, eu incluida.

Mas talvez bom ajustes na lei p/ penas maiores, considerar alguns casos como crime hediondo e restringir as reduções de penas.

Com a Franga Solta disse...

Puts me peguei pensando na afirmação do texto que diz que qualquer homem para nós pode ser uma possível ameaça. O q realmente acontece.Nos preocupamos "Até aquele carinha bonitinho e gente boa que estamos a fim". Infelizmente!
Apoio as Argetinas e todos que estão envolvidos no movimento!

Anônimo disse...

TODO feminismo incomoda o patriarcado querida, basta ver a reação ao nosso movimento...

Não é apenas o radical que incomoda o patriarcado (inclusive algumas feministas)...

Anônimo disse...

A Lola só deixa passar comentários fracos de machistas burros.
Comentários fraquíssimos que é pra "provar" pra suas leitoras que o machismo é isso e aquilo.

Lola não aprova comentários bons de CRÍTICAS ao feminismo.

Lola é esperta.

leonardo neves disse...

Rapaz, tive a mesma experiência,

postei um texto com argumentos claros e objetivos, uma análise sobre o fato, sem qualquer termo ofensivo e a administração do blog vetou.

É uma estratégia meio desonesta da blogueira, já que ela realmente deixa passar textos com argumentos do que parecem ser os caras mais burros e sem noção desse mundo.

Parece mesmo uma estratégia para atiçar os ânimos das meninas que defendem esses pontos extremistas e acham que por nascer homem alguém é menos ser humano.

Por ela ser professora universitária, eu sinceramente esperava um pouco mais. Mas é assim que conhecemos verdadeiramente essas pessoas que advogam tão firmemente pelo mundo 'democrático' e ´ético'.

Leonardo Neves.

Anônimo disse...

Ser machista e esperto nao encaixa. A não ser que não tenha sido uma escolha sua ser contra a igualdade entre os gêneros. Por que não me entra na cabeça alguem achar que tudo bem um ser socialmente superior ao outro. Você ter criticas ao movimento feminista e certas atitudes do mesmo até vai, mas ser contra a igualdade quando somos todos seres humanos, isso eu certamente nunca vou entender.

lola aronovich disse...

Leonardo, vai pastar. Eu publiquei quase todos os seus ridículos comentários, apesar de várias comentaristas por aqui pedirem pra deletá-los, porque seus argumentos são tão ignorantes que parecem coisa de troll ou, na melhor das hipóteses, de um cara com problemas cognitivos. Devo ter publicado 90% dos seus muitos comentários. Comentários de um babaca machista vindo falar mal de feministas num blog feminista! E ainda reclama de censura. Sério, vai catar coquinho.

Anônimo disse...

"Exatamente. Quem é a vítima mais vulnerável, a mulher de minisaia, ou a de calça? A de vestido ou a de macacão? Nâo tem nada a ver com culpa da vítima (que não existe), tem a ver com menor risco para o estuprador. Eles são monstros, mas não são burros."

A vítima mais vulnerável é a sobrinha que vai ter vergonha de contar o que o tio fez com ela. Se ela estiver de calça ou saia não vai fazer a mínima diferença.

Anônimo disse...

Não,lola
Parece ser do leo Vieira q tão pedindo.esse é outro apesar da abobrinha.

Catarina a grande

lola aronovich disse...

Tinha DOIS Leonardos chatos ao mesmo tempo? Nem notei. Pra vcs verem como só passo os olhos pelos comentários ignorantes.

leonardo neves disse...

Na minha concepção, é um papelão ofender quem participa das discussões aqui em seu espaço.

Aos usuários até que é aceitável, todos se escondendo no anonimato, agora quando o "babaca", "chato", "ignorante" etc.. vem do dono do blog a gente vê que tem algo errado.

A crítica respeitosa a comportamentos e opiniões é taxada como "chatice", o fato de o blog ser feminista implica no fato de não poder manifestar opinião contrária à maioria daqui, é isso?

Maioria que resume suas ideias a: homens são porcos, homens são estupradores, homens são violentos, homens não prestam, homens são o pior do mundo. Uma abordagem tão pobre e ridícula quanto a do machismo.

Tapar os ouvidos e fingir que só mantra de vocês existe e é a verdade do mundo não faz dele correto. As mulheres ocupam uma posição de fragilidade na sociedade, o caminho para mitigar essa realidade cruel não é iniciar uma guerra contra as pessoas.

Passei a ler este blog porque tinha interesse em conhecer mais a fundo o feminismo, ou feminismos como aprendi aqui, por reconhecer que algumas pautas colocadas são realmente importantes. Mas saio com a impressão que esse movimento - apesar de se colocar como a salvação das mulheres - tem um fim em si mesmo, não se preocupa em pensar filosoficamente o problema da mulher, e além de tudo é um sistema fechado que não aceita críticas, ou mesmo autorreflexão.

Felizmente, isso também foi aprendizado e certamente agora vou saber o que dizer quando me perguntarem sobre o que penso do feminismo.










Anônimo disse...

Abominável Leonardo das Neves;

Aguentei muitos comentários seus calado, mas agora que você está atacando a Lola diretamente, resolvi falar.

Curiosamente, você percebe que tem idéias machistas ao falar que tem "opinião contrária à maioria" (está num blog feminista. Se têm opinião contrária, bem... Será o que então ? De uma outra corrente feminista ? Pelo teor dos seus comentários, eu duvido). E a Lola não é obrigada a ficar te aguentando, com suas opiniões retrógradas. O blog é dela ! Ela faz o que quiser. Tá insatisfeito ? Crie um blog e fala todas suas opiniões lá. (A gente agradece a compreensão).

Na minha concepção , é um papelão maior ainda vir num blog feminista falar asneiras machistas e taxar de opinião. Você é tipo um cristão entrando num site ateu pra cagar regra. Ou seja, um chato que não tem nada pra fazer e resolver encher a paciência de quem não tem nada a ver contigo.

O fato do blog ser feminista não implica que você não possa discordar (Ora, aguentamos até as feministas radicais ! Depois delas, acho que dá pra aguentar numa boa todas correntes feministas !). Mas é uma falta de respeito tamanha que a gente deve aturar "pitacos" de alguém que nem faz parte do movimento (se fissese, não teria essas opiniões. Homens que são feministas tem opiniões muito diferentes da sua) e nunca passou pelas situações que tivermos que passar. É basicamente isso o que você está fazendo, caso não tenha percebido. Não há nada de respeitoso nisso.

Aliás, você falou que aprendeu que existem vários feminismos (parabéns !) - mas contradisse ao falar que todas as feministas tem o mesmo ponto de vista das radicais. Sabe, quando você falou que a maioria dos nossos ideais resume a "homem isso, homem aquilo" ? São radfems que pensam assim. Várias feministas discordam delas. Mas nós respeitamos elas - pois temos que nos unir para acabar com o tal machismo.

Aé ? Fala como a gente deveria "pensar filosoficamente" enquanto as mulheres são agredidas, estupradas, assassinadas, espancadas... Não temos tempo. Não sabemos se iremos sobreviver amanhã. Você viu as estatísticas ?! Provavelmente não. Deveria.

Bem; a gente não tá tapando os ouvidos. Estamos super dispostos a acolher e receber todos que almejam a derrubada do machismo. Veja os guest posts ! Estamos ouvindo as vítimas desse sistema opressor e tomando decisões que melhorem a vida das vítimas - não dos algozes.

Não deveríamos ter que aceitar suas opiniões. Quer falar ? Fique a vontade. Mas temos muito pelo que lutar ao invés de ficar debatendo respeitosamente com você.

Que bom que já tem uma opinião formada (é a mesma de antes né ? Então não tem diferença coisa nenhuma) ! Quer dizer que vai nos deixar em paz ?!

Mas antes espero que a Lola te dê uma resposta lacradora como só ela sabe fazer !

Anônimo disse...

Isso aqui não é budismo,meu caro.
Mas aqui não é guerra,é perca de paciência msm.Ainda mais em tempos reacionários!

Autorreflexao não vem a partir de vcs.com certeza nao.

Aqui é um escape pra muitas, seja de forma pacífica ou não.

Feminismo não é uma seita pra ser fechado.

Feminismo é apenas respeito no ir e vir.
O resto,o q vc chama de guerra e falta de exemplo,é falha humana q nos todos temos.

Unknown disse...

Sobre os Leonardos e outros moralistas.
O blog da Lola é importante justamente porque tem o espaço dos comentários, para que as pessoas possam se expressar, trocar idéias e dúvidas. Mas o que vejo na fala dessas pessoas são falácias ciclicas com fins de auto afirmação. Começa com "vir aprender e ouvir", um discurso hipócrita de lobo sob pele de cordeiro pra disfarçar a ânsia de reforçar suas próprias certezas, despejando sua falta de empatia e humanidade sobre quem é oprimido; e num segundo momento, após uma reação natural de defesa das pessoas, por eles se auto afirmarem desdenhando da dor dos outros, perversamente vem dizer que estão sendo incompreendidos ou agredidos numa inversão e negação da realidade que pretende praticamente enlouquecer o oprimido que ele vê como opositor ou palanque pra que ele mesmo suba sobre ele, sobressaia e infle cada vez mais seu próprio ego. Para de novo se auto afirmar. E por fim, vem desqualificar, desacreditar e silenciar um espaço e pessoas que só vem aqui para minimamente se propor a um diálogo, mesmo que seja para simplesmente discordar.
Também acho q Lola está certa em publica-los, apesar dessas atitudes execráveis, não podemos recusar que infelizmente convivemos com muitos deles por aí e não raro sao nossos algozes. Acredito que é bom resistir a isto reconhecendo essas sistemáticas, esse modus operandi, enfrentando diretamente, pq infelizmente faz parte de um sistema naturalizado, o patriarcal. Precisamos conhecer o que pretendemos desmontar. Mesmo sendo de embrulhar o estômago diante de tanta estupidez, cegueira e perversidade.

Anônimo disse...

(Viviane)
Pois é, Carla, já tivemos vários desse tipo por aqui. Para mim, falta também que eles sejam ignorados por quem quer debater a sério.