terça-feira, 4 de outubro de 2016

GUEST POST: AINDA PERDIDA NA IDENTIDADE DE SER MULHER

Recebi este email muito inteligente da P.:

Leio alguns posts seus às vezes, geralmente compartilhado por amigas feministas, e foi assim que cheguei até esse guest post da leitora que descobriu que ama ser mulher.
O relato da moça mexeu muito comigo e resolvi te escrever também, talvez mais pra organizar as coisas dentro de mim do que por qualquer outro motivo.
Eu também cresci querendo voltar no tempo e nascer homem. Não tinha esse desprezo profundo pelas mulheres que a autora do post descreve, mas tinha sim um certo desgosto em ser mulher. Talvez porque eu nunca me encaixei naquilo que eu entendia por "ser mulher". E ainda não me encaixo. Diferente da autora do post, eu ainda não completei esse longo e doloroso processo que, talvez, um dia me levará a dizer que "amo ser mulher".
No fundo, também não me encaixo naquilo que entendo por "ser homem", ou seja, me sinto meio sem lugar no mundo, num limbo entre os sexos onde eu tento me esconder ao máximo pra ninguém perceber meu desconforto.
Lendo o post me dei conta de que, na verdade, eu apenas não me encaixo nos estereótipos socialmente construídos, mas isso não me diminui nem me anula como mulher.
Agora, uma coisa é dizer que "me dei conta disso". No fundo, eu já sabia. Outra coisa bem diferente é fazer essa ficha cair, de verdade, e me aceitar completamente e me sentir confortável comigo mesma. Nesse quesito, acho que estou há milhas de distância.
Pra você me conhecer: eu, como a autora do post, também não tive uma vida trágica. Nasci numa família de classe média alta, pai e mãe dedicados, dois irmãos queridos, uma infância feliz, uma adolescência muito problemática emocionalmente e uma vida adulta estável e também feliz. Tenho 32 anos.
Ainda assim, apesar de todo o carinho, educação e atenção que recebi da família inteira, nunca me encaixei socialmente. Esses dias minha mãe me mandou um vídeo meu com uns 10 anos, falante, super extrovertida, e eu fiquei me perguntando quando foi que eu virei essa pessoa introspectiva que sou hoje.
Parte disso aconteceu na escola. Sofri bullying pesado a vida toda. E eu digo TODA minha vida escolar.
Isso me marcou de maneiras que nem vou começar a descrever -- assunto pra anos de terapia que eu nunca tive coragem de começar -- e destruiu por inteiro minha autoestima. Cheguei a pensar que eu era uma das pessoas mais feias do mundo (é sério, eu realmente achei isso). E se você vir uma foto minha, verá que não é verdade, nem de longe.
Só perto dos 20 anos eu me resolvi (um pouco) com a minha aparência e entrei na faculdade decidida a ser feliz e a fazer amigos. Deu certo. Minha abordagem "aberta pro mundo" fez da faculdade os melhores quatro anos da minha vida. Mas ainda me sentia diferente, feia, um pouco rejeitada. E me sentia pior por ser tudo isso e ainda ser mulher.
O tempo passou, eu namorei, casei há um ano, e levo uma vida tranquila. Mas nunca resolvi direito essa bagunça interna que ficou em mim. Hoje, depois de ler o seu guest post, comecei a enumerar os motivos pelos quais sinto que não me encaixo em lugar nenhum e pelos quais não me identifico com o "ser mulher":
- Não sou delicada. Não tenho frescuras, não sou vaidosa, não gosto de rosa. Quando criança, eu era moleca. Gostava de correr, de bicicleta, de jogos inteligentes, de barcos. Nunca gostei de boneca nem de casinha. E, no nosso mundo, ser assim não é uma coisa muito "feminina". Por isso, não me via como pertencente ao clube das meninas.
- O trauma da menstruação. Várias tias me falavam sobre como menstruar era horrível. O sangue, o cheiro, a sujeira, todo mês, todo mês. Duas tias me disseram que queriam ser homem só pra não ter que menstruar. O drama era tanto que, quando eu menstruei, não achei nada de mais e pensei: "por que será que odeiam tanto"?
- O terror da maternidade. Já ouvi mulheres contando o quanto sofreram no parto, que a dor é horrível, e dizendo coisas do tipo "você vai ver só". Hoje tenho dó dessas mulheres que tiveram experiências tão traumáticas. Mas tudo isso criou em mim um certo medo e um certo desespero de pensar em ser mãe.
- Os sacrifícios da vaidade. Eu sou adepta do conforto e detesto coisas que causam incômodo físico. Por isso abomino o salto e não sou muito chegada em maquiagem, aquela argamassa na cara o dia todo, não dá nem pra coçar o olho. Também não gosto de usar saia. Fazer a unha foi algo que "aprendi" pra ficar "mais feminina". Por mim, uso calça jeans e tênis o dia todo. Mas não sei se isso é apenas a forma que encontrei de expressar minha revolta e, por consequência, de abominar as roupas e acessórios entendidos como "femininos".
Enfim. Eu me sentia, assim como a autora do post, uma mulher exceção. Gosto de ferramentas, de consertar coisas, de construir, de andar no mato, de explorar, de acampar. Dirijo bem e também achava que isso era uma exceção entre as mulheres.
Como forma de proteção, quando vejo uma mulher super feminina, segura e bem resolvida, tenho dois sentimentos automáticos: sinto desprezo e me sinto intimidada. Não me vejo à altura dela. Quero me esconder.
Já cheguei a pensar que meu namorado (agora, marido) merecia uma mulher "melhor". Uma mulher "mais mulher". No fundo, tenho vergonha de me arrumar bem, de usar maquiagem mesmo quando eu acho que poderia ficar mais bonita, de aparecer e chamar atenção. Na verdade, eu admiro as mulheres lindas e bem resolvidas, por mais que elas me intimidem.
Tenho vergonha do meu corpo, afinal, aprendi que corpo é pra esconder, pra resguardar, não pra mostrar. Sinto que preciso entrar em contato com minha natureza, mas não sei nem por onde começar.
Reflexos neste espelho podem
ser distorcidos por ideias social-
mente construídas de "beleza"
Aos poucos, vou descobrindo mais um jeito que o machismo encontrou de foder com a minha vida, com a minha imagem pessoal, com o meu conceito de mulher, com a minha autoestima.
Eu espero que um dia eu possa te escrever dizendo que pronto!, resolvi tudo isso, me amo como sou e não quero mudar. Mas, por enquanto, ainda estou perdida na minha própria identidade.

55 comentários:

Prof. Ane Santos disse...

Muito do que a autora falou, me definiu. Também não me sinto bem dentro do tal padrão feminino, e por um tempo fiquei meio "assim", preocupada. Agora não me afeta tanto. Só de vez em quando tenho que dar umas esquivadas ou respostas mais firmes, quando perguntam se sou evangélica (por não usar maquiagem), quando vou ter filhos (não vou!), comentam quando emagreço ou engordo (ignoro!), etc.
Não se sinta mal, menina. Quem não se encaixa se sente meio E.T., mesmo. Mas seja você mesma, e seja feliz. =*

Anônimo disse...

Coitadinha, meu deus quanta pena. Essa sociedade é muito cruel mesmo, ela é menina que gosta de coisa de menino e falam coisas malvadas pra ela. Quanta opressão!

Culpa desses machistas trogloditas que são 95% das vítimas de homicídio e 90% da população carcerária

Anônimo disse...

Lola, pra mim tudo o que a autora relatou "não se sentir parte" se refere ao estereótipo do que é ser mulher, a essa construção social da delicadeza, da subserviência, da vaidade, etc etc. Reconhecer que essa falta de pertencimento se deve à desobediência a um padrão arcaico, patriarcal e opressor, pra mim, é um alívio!
Mas algo que me incomoda e que gostaria de te sugerir como post futuro é uma abordagem sobre o que é ser mulher sem esses estereótipos todos... Pq toda vez que reflito sobre o assunto ou minhas conclusões recaem em algo bem pós-moderno de que toda a questão do gênero é construção social (e eu não sou adepta da teoria queer, então isso não me satisfaz) ou eu recaio em definições que resumem a questão aos genitais ou a esses comportamentos sociais (o que é transfóbico e machista e me insatisfaz mais ainda). É um pouco uma versão do debate entre Foucault e Noam Chomsky sobre a existência de uma "natureza humana" ou a humanidade em si ser por completo uma construção cultural, hahah... O que seria o feminino afora esses padrões, o que nos diferencia do masculino para além de questões biológicas? Me nego a me definir pela negação ao outro (o homem) ou pelo que este me atribui, mas não consigo mesmo chegar a uma resposta sozinha...
Não sei se fui clara, hahah.
Caso já tenha post sobre isso, me indica, ou se você (e as demais leitoras, claro) tiver algum texto/matéria externo pertinente, pfvr! :)

Obrigada e um beijo, Mariana.

(Comentando anônima para evitar o chorume de mascus e tbm a zombaria das feministas-faroletes-da-revolução que eventualmente aparecem aqui.)

Anônimo disse...

POST OFF

Gente, preciso de ajuda. Por favor, olhem meu problema com empatia e não saiam xingando meu namorado. Ele também é vítima do machismo.

Tenho 27 anos e namoro o cara mais incrível que conheço há 2 anos. O nosso namoro é perfeito, é um sonho, exceto por um detalhe: ciúme retroativo. Eu conheço ele faz uma década, ele me viu com meu ex namorado (com quem fiquei por cinco anos). Esse é um capítulo a parte da minha história, que eu preferia que não tivesse acontecido. Meu ex destruiu minha auto estima de todas as formas possíveis. Mas não é isso que vem ao caso agora. Meu atual namorado, com quem pretendo passar a vida toda, se lembra de muitas coisas, e outras ele procura saber pela internet, por exemplo. Ele alimenta esse ciúme e busca dentro dele concluir que eu só vou trazer infelicidade pra vida dele, porque uma hora vou deixar ele pra lá.

Eu só queria uma luz, sobre o que fazer. Tem sido horrível.

Alícia

Anônimo disse...

Culpa desses machistas trogloditas que são 95% das vítimas de homicídio e 90% da população carcerária

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Exatamente, a desgraça dos homens é culpa dos próprios homens. Só não entendo porque você, que sabe disso, vem chorar em blog feminista. Continuem com esta masculinidade tóxica e continuarão a matar uns aos outros. A desvantagem é que a estupidez de vocês acaba afetando as mulheres também.

Nah disse...

Lola!!!!
Você já viu o Filme "Paulina"?
Senti um desconforto TÃO GRANDE
É sobre estupro

Anônimo disse...

Se você realmente gosta do seu namorado se distancie o máximo possível desse ex, exclua ele de todas as redes sociais facebook whatsapp tudo. Mostre que realmente você não quer mais nada com esse ex. Qualquer contato que voce mantiver com seu ex será motivo pra ele desconfiar, afinal você passou 5 anos com ele, enfim não basta dizer que você não quer mais saber do seu ex, você tem q mostrar isso com ações.
Outra coisa você tem que mostrar que você tem carinho pelo seu atual e a melhor forma de fazer isso é surpreende-lo, por exemplo, fazer sexo oral nele quando ele menos espera, por mais que as mulheres não entendam isso é uma das coisas que o homem mais aprecia. Assim ele vai acreditar em você, não basta você dizer que o ama tem que agir.

Mila disse...

22:21

Isso deve ser de um bosta machista, quer q o cara n seja paranoico e ciumento, confie em vc? Faça sexo oral, resolve tudo, os omis gostam... pqp!

Eu n sei Alicia, vc n explicou, tá muito vago a história. Vc mantêm contato com o ex ou ele tem ciúme por nada, como os babacas q choram por n terem sido o primeiro ?

Anônimo disse...

Alícia,

Teu atual provavelmente deve ser da equipe csi da paranóia (sem julgamentos, o meu tb é e pra piorar como não tenho redes sociais ele fica mais doente ainda pq não tem muito o que stalkear daí fica fantasiando...) e eu poderia te dizer que apenas se afastar do seu ex de todas as formas possíveis e imagináveis já seria o suficiente pra o atual não ficar desconfiado, ficar de boas e viver o felizes para sempre contigo mas sei que isso não vai adiantar muito. Quando a pessoa busca por mil motivos pra ser infeliz, ele vai ser infeliz por mais que você faça por onde ele se sentir amado. :<

Anônimo disse...

Moça, os itens que vc listou não são as características que fazem de uma pessoa mulher e não te-los definitivamente não te fazem menos mulher do que qualquer outra que os preencha! E todas as características que vc listou como aquelas que te excluem desse "grupo" tbm não tem nada a ver com "não ser mulher" eu mesma me identifico com poucas das que vc listou como "não me fazem mulher". A vdd é que tudo aquilo que vc disse que te fazem senir dessa forma, são coisas que a sociedade, filmes e propagandas a anoooos vem nos dizendo que é o que uma mulher "deve" ser ou não deve. A verdade é que somos uns 4 bilhões de mulheres no mundo e cada uma é única e tem suas próprias características que nos diferenciam uma das outras, e pode ter certeza que muitas delas não fazem check em todos os itens listados como "isso me faz mulher", mas não é por isso que deixamos de ser uma ou passamos a ser mais mulher. Vaidade e feminilidade são características comumente atribuídas a nós e a verdade é que nos sabemos, ou pelo menos deveríamos saber, que não é isso que nos faz sermos deste gênero, mas sim a força com a qual enfrentamos dia após dia todas as pressões, vindas de todos os lados, para seguirmos os padrões impostos ou podemos nossos comportamentos. Ou seja, se vc nao segue e nao se ve representada por Taís padrões, vc não se deve considerar menos mulher, mas uma mulher forte e que enfrenta aquilo que lhe é imposto com força e resiliência.

Anônimo disse...

Nós mulheres somos sempre cobradas, para nós encaixarmos em um padrão, que as pessoas ao seu redor estabelecem. Não só a mídia. Eu, por exemplo, sempre fui bem magrinha, e nunca fui aceita como " uma mulher normal" para as pessoas. Mesmo sendo este o padrão que a mídia estabeleceu. Hoje que engordei um pouco, as pessoas dizem que estou acima do peso. Chega a ser inacreditável. Peso 53 kg e tenho 1,59 de altura. Sabe oque percebi?! As pessoas sempre irão criticar... temos que manter a cabeça erguida e seguir em frente. Eu ainda estou em fase de aceitação do meu corpo por isso. E super indecisa, tem dias que me acho gorda e pelada me acho magra. Porque as pessoas tem essa síndrome de que mulher tem que ser perfeita. O mundo ainda é muito injusto conosco.

Anônimo disse...

Mano, que anônimo escroto! Moça, já deu pra perceber que esse anônimo é muito sem noção ne! Faça tudo ao contrário do que esse complexado disse! Kkkk
Brincadeiras à parte, essa desconfiança na vdd é só resultado da insegurança do seu namorado, na real o problema nao está em nenhum comportamento seu, mas na própria cabeça dele. Então por mais que vc mova mundos e fundos pra acabar com esse ciúme, nada vai resolver se ele não enxergar o quanto esse ciúme é desnecessário e prejudicial, até pq como eu disse,é algo que ta na cabeça da pessoa e somente ele pode mudar. Sugiro que vc tenha uma conversa sincera e se não resolver, fale pra ele procurat fazer uma terapia, que ajuda muito!

haM disse...

Alícia: eu namorei com uma mulher q sentia esse tipo de ciúme. Foi bem difícil e as coisas foram ficando piores. Com ciúmes não só de ex meu, mas de amigos...com o tempo ela desconfiava de tudo que eu fazia.E eu a amava muito, ela era perfeita para mim; ela só não entendia que não precisava ter ciúmes pq eu só enxergava ela na minha frente, no meu mundo só havia ela. .. Depois dessa experiência eu cheguei a uma conclusão: o ciúmes é um problema do ciumento. A culpa não é sua, não há nada de errado com vc, por mais q as vezes queiram joga-la para o seu lado, não se agarre na culpa, ela não é sua! E, como vc já percebeu o ciumento gosta de alimentar o seu próprio ciúme, só que daí o bicho cresce, fica grande e não consegue passar pela porta...e fica enorme e toma conta da relação . Infelizmente é algo que vcs precisam conversar, mas ele deve entender que é um problema q ele deve resolver, vc pode dar apoio, mas a quem cabe enfrentar os próprios sentimentos destrutivos e não alimenta-los é a ele. Bjo grande querida! Boa sorte e mto carinho.

Anônimo disse...

Esconder minha sexualidade quando criança me tortura até hoje

Quando criança, eu era muito cuidadoso com meus livros e cadernos. Usava canetas diferentes para perguntas e respostas e criava símbolos para itens. Minha letra era redonda e bonita. Era um dos meus orgulhos numa vida que ainda havia pouco do que se orgulhar. Até que um dia disseram que minha letra era de menina…

Eu havia sido descoberto.

Entre tantos detalhes tentando fingir ser igual aos outros, eu deixei passar aquele pequeno detalhe: a letra. Passei a enfeiá-la e a ser descuidado com meu caderno.

Essa foi a primeira vez de tantas outras que fui ‘descoberto’ e tentei me cobrir. Uma criança. Uma pobre criança tentando esconder um segredo que ela não havia criado. Um segredo que nasceu semente junto a ela, e aos poucos floresceu.

Uma criança que tentava modificar sua voz, seu jeito, seus gostos. Tentava evitar que aquela flor que nasceu com ela ficasse frondosa e os outros percebessem.

Durante meu processo de autoconhecimento durante síndrome do pânico, essa foi uma das coisas que vieram à tona. O quanto esconder minha sexualidade desde criança agravou minha ansiedade.

Vim de uma família religiosa, então era comum em sermões da igreja ouvir reprimendas quanto a ser homossexual. Pequeno ainda não compreendia o termo relacionado à sexualidade, mas percebia que era vítima de piadas quando ‘desmunhecava’, ou queria fazer ‘coisas de menina’.

Eu me sentia tão diferente dos meninos de minha escola. Fazer educação física com eles, ou ter que participar de atividades ‘de meninos’ era desgastante. Tentar jogar futebol me embrulhava o estômago e tantas vezes tive que criar doenças para faltar a esses eventos.

Minha mãe me recriminou por brincar de boneca e casinha com minha irmã. Mas eu não sentia a mínima vontade de brincar com meu irmão e seus robôs, ou ver com eles animes japoneses violentos, ou filme de ação com meu pai.

Durante esse processo em que eu não podia fazer o que gostava e nem me interessava fazer o que eles queriam, eu fui me fechando. Tornei-me um menino introvertido e amedrontado. Que calava o que sentia. Que escondia quem era. Sem pertencer a um mundo.

Fugi.

Eu lia, lia muito. Lia mil livros. Criava mil histórias. E estudava.

Na minha primeira sessão pós ataque de pânico o analista perguntou-me: do que afinal eu fugi? Por que eu me martirizava tanto para estudar e ser melhor do que todos?

Antes eu pensava que eu estudei tanto para ser rico. No momento em que tive dinheiro percebi que não. Não comprei carro, apartamento. Nada disso me interessa ou enche meus olhos. Não sou nem um pouco materialista.

Mesmo assim aquela ansiedade infantil ainda me matava. Aquela vontade de fugir. Então enxerguei o quanto eu fui torturado. Eu tive que estudar para um dia fugir daquela minha cidade de 20 mil habitantes. Eu tinha que fugir para um dia poder ser quem eu era.

Eu consegui meu intento mas ainda me escondia. Tinha vergonha de ser eu.

Continuei lendo para fugir. Estudando para ter recursos para fugir. Escrevendo tanto para criar novos mundos e poder fugir.

E para qualquer lugar que eu fugisse, a angústia me acompanhava. Por que ela estava dentro de mim. E essa angústia voltava crescer, após o rápido alívio da fuga. Crescia, crescia até que eu a vomitava e enchia o ‘novo lugar’ com toda minha incompletude e insegurança.

Passei tanto tempo fingindo ser outra pessoa, sem poder ser eu que de alguma forma não sei como ‘ser eu’. Não me identifico com as coisas. Não me sinto em casa. Sinto-me amado e querido por tantas pessoas mas não consigo sentir o mesmo por elas.

Eu ainda sou aquela criança que se sente deslocada em todos lugares. Que se sente deslocada dentro do próprio corpo. Eu cresci mas ainda não pertenço a ninguém e a lugar algum.

Talvez as coisas fossem diferentes se eu não tivesse precisado fugir. Se eu tivesse me orgulhado de minha letra. Pudesse fazer parte do grupo das meninas. Desenvolvesse minhas habilidades de relacionamento desde a adolescência.

Mas essa não é minha história.

Anônimo disse...


E eu tenho que parar de fugir.

Só quando eu parar e olhar para mim mesmo, vou poder me despedir daquela criança ansiosa e com medo de viver.

O que me dói é saber que essa minha tortura é igual a de tantas outras milhares de crianças. Tantas outras que fingem ser algo que não são. E desenvolvem problemas psicológicos que vão carregar para o resto da vida.

Até quando torturaremos nossas crianças para serem aquilo que não são? Quando vamos perceber que nossa felicidade depende, antes de tudo, de sermos o que queremos ( e nascemos) pra ser? Quando vou libertar a criança que um dia eu fui e dizer para ela que não há problema em ser desse jeito… Desse jeitinho. Pode ser uma flor se quiser. E ter a letra mais linda e redonda do mundo.

https://trendr.com.br/esconder-minha-sexualidade-quando-crianca-me-tortura-ate-hoje-75293a43787a#.ggkirjpe3

Anônimo disse...

Que bosta de "conselho" escroto e extremamente machista é esse 22:21?

Não tem nada a ver com o post, tem nada a ver com nada, só tem a ver com inflar e confortar o ego masculino mesmo.

Anônimo disse...

Ser mulher não é identidade, ser mulher é ser uma fêmea humana adulta e cada mulher tem sua própria identidade e individualidade.

Tratar mulher como identidade é reflexo do machismo, que coloca que "as mulheres são todas iguais", "todas a mesma", todas com a mesma personalidade, os mesmos gostos, os mesmos interesses, os mesmos desejos, os mesmos sonhos e as mesmas aspirações: que são aquelas que os homens criaram para que as mulheres desempenhem os papéis, as funções e a utilidade que mais interesse a eles; algo que os homens podem se apossar.

A mãe dos gato tudo disse...

Quando a autora do post falou que nem se reconheceu no vídeo com 10 anos, super extrovertida, me identifiquei. Hoje tenho que 'forçar a barra' comigo mesma pra não deixar de dar minha opinião, pra participar...o bullying nos afeta profundamente, faz com que a gente se feche numa concha e é difícil sair dela.

Por outro lado, eu desencanei com a aparência. Sou feminista e adoro batom, maquiagem, roupas 'femininas'. Para mim, o feminismo não limita, liberta. É uma questão de escolha, de usar e ser o que tem vontade e se sente bem. Espero que a autora do post desencane também!

Anônimo disse...

Tem gente que anda na rua e sai abraçando todos os problemas que vê pela frente.

Fabrício disse...

Melhor resposta, achei! Sou homem e por mais que imagino ou tento imaginar tal drama, jamais conseguirei. No entanto os padrões oprimem mesmo. Com tal intensidade que por vezes é difícil aceitar como a principal razão. Olha, não se culpe e também não se cobre tanto. Se permita inclusive sentir assim. Acho e só acho quê: O fato de termos que encontrar um "modo certo" por si só já faz parte desse monstro. Claro, de forma nenhuma quero menosprezar o machismo. Nao mesmo! Talvez o maior mal da humanidade em todos os séculos! Se permita mas jamais se entregue! Tomara que ajude em algo.

Anônimo disse...

Gente, eu não mantenho qualquer contato com meu ex! Nunca mais nem vi o infeliz. Não tenho lembranças boas dessa época, foi algo horrível pela minhaa auto estima.

Eu realmente amo e respeito meu atual namorado, não tenho contato sequer com outros caras que já beijei.
É assim. qualquer filme que esteja passando na TV ele já fica se perguntando se eu assisti com meu ex, coisas do tipo.
Eu tento não alimentar isso dando mais informaçoes pra ele, mas eu sou péssima mentirosa e ele percebe que estou mentindo quando digo, por ex, que não, nao vi o filme com o ex.
É realmente um caso de terapia, mas ele sequer pode ouvir falar nisso... Estou perdida, pois amo ele e não consigo fazer as coisas funcionarem...

é exatamente isso q vc falou anon 01:00

Alicia

Anônimo disse...

É mesmo, é?

HeloInLove disse...

Moça, você é uma privilegiada. Alguém que pensa fora da caixinha. Veja por esse lado, reconheça o quanto você é especial justamente por não se encaixar nos padrões e, claro, invista em uma análise para te ajudar nesse processo

Anônimo disse...

Sempre me senti masculina e sempre causei estranheza nas pessoas porque eu costumo ser direta e falo pouco, além de não gostar de maquiagem, não gosto de cozinhar, etc.

E aí me surpreendi quando vi outras mulheres, que considerava femininas e bem resolvidas, dizendo que "não eram mulheres" por outra coisa qualquer.

Daí concluí que nunca se é mulher o bastante e desencanei. Não é que não me incomode, mas já sei que sempre vai ter alguém me criticando porque meu marido não anda bem vestido, por exemplo, é inevitável e um pouco chato quando vem de alguém que eu gosto.

Alícia, se ainda estiver lendo os coments: não tem NADA que vc possa fazer em relação ao seu namorado. Ele não vai mudar, e se vc tentar se adequar para que ele te aceite vai se restringir cada vez mais pra nada, pois ele continuará sendo abusivo. Se puder, termine o quanto antes, provavelmente só vai piorar. Desculpe falar assim, mas muitas mulheres não sobrevivem (literalmente) a esse tipo de relação. Te desejo sorte e força.

Anônimo disse...

Pergunte se ele ta apaixonado pelo deu ex, já que só pensa nele.

Anônimo disse...

E pare de ver filme repetido.

Anônimo disse...

Ah, e o teu namoro nao é maravilhoso se o seu namorado te enche tanto o saco. Por isso nunca acredito qd uma mulher diz q o namorado ê maravilhoso ou q o namoro é perfeito. 100% das vezes é mentira. Mulher hetero q ta acostumada a se contentar com pouca merda mesmo.

Hele Silveira disse...

Cara autora do post, não existe apenas um tipo de mulher. Há mulheres que amam rosa e mulheres que detestam tal cor. Há mulheres que amam saltos e mulheres que os abominam. Há mulheres naturalmente delicadas e mulheres que não o são. Listar a pluralidade é impossível. O fato é que não existe "mais mulher" ou "menos mulher." Todas são mulheres, cujas peculiaridades merecem respeito.

Mas saiba de uma coisa: você não está só, em seus questionamentos. Vou tentar resumir o meu caso, que pode te parecer amplamente bizarro, mas é verdadeiro:

Nos dias atuais, a palavra renúncia perdeu o sentido (ou nunca fez sentido) para a maioria, embora também se possa encontrar maturidade, paz e felicidade ao ceder.

Desde que me entendo por gente, olho para dentro de mim e vejo um cara me olhando de volta. Que sou eu. O espelho reflete um rosto feminino, um corpo feminino. QUE NÃO SÃO MEUS, mas escolhi ceder e aceitá-los. Acredito que a minha vida não é obra do acaso e se tenho condições emocionais de conviver com esse descompasso, só posso sair dele melhor e mais forte.

Se algum dia perceber (ou me for dito) que a vivência num corpo destoante de mim está me prejudicando, tomarei outra postura. Ressalto que as minhas filhas sabem que sou uma mulher bem diferente, rsrs. Nunca lhes escondi os fatos.

Não posso dizer que amo ser mulher, mas posso amar (e amo) a mulher que escolhi ser. Enfim, é isso. Beijos!

Anônimo disse...

Hele Silveira, pesquise sobre despersonalização, pelo que você disse pode ser que você sofra dessa desordem dissociativa.

Anônimo disse...

Parece mais um caso de possessão patriarcal, na verdade. Todas as mulheres precisam realizar um exorcismo massivo para expulsar de si mesmas e do resto do planeta o mal da possessão masculina. Expurgar todo o mundo desse mal terrível que nos assola.

Anónimo disse...

Boa sorte no tratamento amiga

Anônimo disse...

Parece que algumas mulheres odeiam ser mulheres. Mas, independente do que façam vão continuar sendo mulheres, e odiando a si mesmas, só vão piorar as coisas para si próprias e para outras mulheres. Mas eu gostaria de ver um estudo que mostrasse como que as mulheres veem esses estereótipos e se acham coerentes com suas próprias ações. E pelo que vejo, quase todas as mulheres do mundo estão insatisfeitas com esses estereótipos delimitados, obviamente porque foram os homens que criaram.

Anônimo disse...

Não se sente mulher. Você simplesmente é. Não é questão de sentimento, e sim de DNA.

Hele Silveira disse...

Tratamento? Da lucidez, rs? Vejo exatamente quem sou - por escolha minha - e estou de boa com isso.

Hele Silveira disse...

Não me leve a mal, mas acho que não "sofro" de nada. No meu interior existe um homem. No exterior, uma mulher. Escolhi (optei por isso conscientemente) dar vida à mulher. Aquilo que alimentamos cresce, floresce e frutifica. Simples.

Hele Silveira disse...

Se assim fosse, não teríamos sentimentos, posto que dispensáveis. Teríamos só DNA, que é mais prático, rsrsrs. O buraco é beeeeem mais em cima.

Hele Silveira disse...

Alícia, talvez a "luz" que serve para mim não sirva para ti, mas penso da seguinte forma: ele não muda e não dá sinais de querer mudar? Mude você. Aí, ele vai sentir o impacto de ficar inerte.

Anônimo disse...

Hele Silveira, sentimentos existem pra definir se você é mulher ou se é homem?

A anônima apenas disse que ser mulher não está relacionado a sentimentos.

Nada a ver com essa deturpação sem sentido que você falou que a definição do DNA negaria a existência de sentimentos porque o DNA é mais prático (oi?).

Anônimo disse...

Eu quando pequena odiava ser mulher. Mesma coisa.. era sempre eu entre varios meninos. Afinal, ser "menininha" era coisa ruim. Sempre fui mandona, a chefe da banda. Não era 'mulherzinha'. Mas sabe, aprendi que eu poderia achar o que fosse, para o mundo eu era sim ' mulherzinha'. Então, abracei o que o mundo me impôs.
Sou mulherzinha sim. Do meu jeito. Mandona, briguenta, sem saber cozinhar. Mas por outro lado, agoro rosa, sociologia, batom.

Como alguém ai disse, somos 4 bilhoes de mulheres no mundo. E cada uma da sua maneira, é 'mulherzinha'. Gostando de salto, de carro, de boxe, de maquiagem....

Essas coisas acabam sendo tão simples depois. Eh so se respeitar, se amar. E parar com tantas perguntas ' sou mesmo mulher?' Afinal, faze perguntas é 'coisa de mulherzinha'. :-) E vamo que vamo.

lulu

Anônimo disse...

Quem diz que existem homens em corpos de mulheres - pois é sua experiência de vida, muito provavelmente sofre de algum transtorno dissociativo como despersonalização e disforia, que são muito mais comuns nas mulheres do que se imagina - por motivos óbvios de vivermos em um mundo patriarcal que divide artificialmente todas as coisas em masculino/feminino.

Parece que você está levando às últimas consequências essa atribuição da dicotomia masculino/feminino à todas as coisas, Hele Silveira, classificando a meterialidade do DNA como algo prático ("masculino"?) e os sentimentos como algo imaterial, complexo ou confuso, não-prático ("feminino"?). Essa divisão que você deixou explícita na sua linha de pensamento mostra como ele está impregnado pela dicotomia masculino/feminino que o patriarcado força sobre tudo.

Anônimo disse...

Dizer que alguém pode ser uma mulher por fora e um homem por dentro ou um homem por fora e uma mulher por dentro, é cair nos velhos estereótipos patriarcais do que é "ser homem" e do que é "ser mulher", que todo mundo sabe: favorecem os machos colocando-os como superiores, fortes, valiosos, respeitáveis e o masculino representando tanto o neutro como o positivo, o protagonista, o essencial; e coloca as mulheres como inferiores, fracas, desprezíveis, sem valor e representando o auxiliar, o complemento, o dispensável, o negativo dos homens.

Anônimo disse...

Se você é uma mulher com um homem existindo em seu interior, desculpe ter que te informar mas você está sofrendo de possessão masculina. A solução para esse problema é respeitar a si mesma, ouvir sua sábia interior, se tornar feminista, se ligar às suas irmãs, expulsar essa parte do patriarcado que existe dentro de você e se recusar a vender sua liberdade, seu direito de nascença, por migalhas de "respeitabilidade" masculina em troca de ser usada como uma ferramenta do patriarcado contra suas irmãs.

Hele Silveira disse...

Você que está deturpando o que eu disse. Falei que ter DNA exclui os sentimentos ou que os sentimentos excluem o DNA? ONDE?

O que disse é que se o DNA tivesse todo esse "poder" de tornar as pessoas homens ou mulheres, não haveria questionamento de gênero.

E... sim, sentimentos definem muita coisa que só está escrita no livro do coração de cada um.

Hele Silveira disse...

Esta é a sua opinião e respeito, mas realmente estou bem com quem sou.

Anônimo disse...

Questionamento de gênero existe porque "gênero" é resultado da hierarquia machista que deturpa o que é ser fêmea e o que é ser macho, o que envolve todos os estereótipos e atribuições de valor e significância que a gente conhece bem.

Fêmeas "masculinas" continuam sendo fêmeas e machos "femininos" continuam sendo machos. Nada no mundo muda esses fatos. Dos mais duradouros ou permanentes aos mais mutáveis e efêmeros, nem sentimentos e nem adequações à imagem e aos estereótipos associados ao outro sexo mudam esses fatos.

Hele Silveira disse...

Olha, entendo diferente. Em vez de valorizar meu eu masculino, escolhi valorizar o feminino. Nada a ver com estereótipos. Acho que me leu ao inverso, pois não foi ao masculino que priorizei.

Anônimo disse...

Duvido que consiga dizer o que é esse eu masculino e esse eu feminino sem cair nos estereótipos.

Hele Silveira disse...

Duvida? Sinto dizer que vais continuar duvidando, porque não vejo motivo algum para provar a você algo que é apenas sobre mim.

Você pode tentar esvaziar o sentido da minha identidade, mas independente da sua ou de qualquer outra opinião, eu sou o que quero (escolho) ser e ponto. Se não te agrada, só lamento.

Anônimo disse...

A pessoa diz que tem um eu/identidade/personalidade dividida/dupla, mas não tem nenhum transtorno psicológico, imagina.

Anônimo disse...

Você acredita que a cara de pau da Penélope tava usando o meu acelerador? Cara ela é muito safada! Como é que ela mexe nas coisas das pessoas? Tô puta! Porque ela pegou o meu acelerador. Eu vi. Eu não vou abrir a minha boca, mas eu vou levar todas as minhas coisas pro celeiro. Essas coisas de bronzeador? Claro que pode. Eles tão pensando que vão se fartar enquanto eu não tiver aqui. Bicho, que ódio. Ela não consegue nem olhar na minha cara porque ela sabe que eu pe que eu vi. LÓGICO QUE ELA PEGOU. Se você entrar lá… Cê quer ver? Vamo entrar lá pra você sentir o cheiro que você conhece. Cê vai sentir o cheiro agora tá lá. Ó, aqui dá pra sentir. Ah mas vc vai sentir, não tem como sentir. Olha aqui. Como… como que não dá pra sentir? ELA NÃO TEM! Olha aqui ó, isso aqui tava aqui em cima assim ó… tava assim ó. Quem é que tem um tubo igual a esse aqui? Tava aqui ó. Tava! Tava e ela terminando de passar. Cara, a vontade que eu tenho é de chapar a cara dela. Ela é muito cara de pau, bicho. Muito cara de pau. E duvido ela contar pra alguém que fez isso. Não, o que ela levou era o dela… mas o que ela usou aqui dentro, marrom, que ela tava passando que tava em cima da bancada É MEU! É o meu acelerador. Lógico, É MEU! Ela é muito folgada! Muito folgada! LÓGICO QUE FOI SÓ EU! TODO MUNDO QUE QUER ME PEDE! Cara, como ela é folgada, meu sangue tá borbulhando. Tudo que eu tô passando aqui vai ter um preço, cê vai ver… Ahn? Não, por favor. Ela já num fez?… Se ela pensou que ela ia me provocar ela não conseguiu. Ela sabe que eu vi, a Nicole viu também. Cabô. Só precisava de uma testemunha.

Hele Silveira disse...

A pessoa quer cuidar da vida e da identidade dos outros, mas não tem NENHUM transtorno psicológico, imagina, rsrsrsrs.

Gente, na boa... já deu. O post nem é sobre mim.

Anônimo disse...

Descobriu que não é agora, flor?

Anônimo disse...

Minha esposa também não usa maquiagem, nem perfume, pois é alérgica. Não usa salto porque machuca. Não usa vestido porque dá trabalho, etc. Mas ela não parece preocupada com isso. De minha parte, sinceramente não fico reparando se uma mulher está ou não maquiada e tenho más lembranças de namoradas que iam de salto e roupa desconfortável para a balada depois ficavam reclamando.
Claro que tem coisas que minha esposa reclama. Por exemplo, ela reclama de menstruar, acha pouco prático. Acho que ela gostaria de usar anticoncepcional direto para não menstruar, mas a ginecologista dela disse que não é recomendável.

Anônimo disse...

Não me sinto pobre, não me identifico com pobreza. Meu coração e a minha mente me dizem que na verdade eu sou uma milionária por dentro. Essa é a minha identidade, ser uma multimilionária. Quero meus milhões de dólares para adequar a minha realidade externa aos meus sentimentos e poder viver em paz.

Anônimo disse...

Ok, analfabeto funcional, e o que isso tem a ver com sexo, sexualidade e gênero, tema do guest post?