sábado, 30 de abril de 2016

"PENSANDO EM DESISTIR DO CURSO"

A D. me enviou este relato:

Acompanho seu blog há algum tempo e o acho realmente fantástico! Ler certos relatos me faz ver que não sofro sozinha. Sinto verdadeira compaixão pelas pessoas que compartilham suas experiências traumáticas com as leitorxs do seu blog. Bom, aqui vai a minha. 
Já faz alguns meses, tenho estado muito mal por conta de um problema psicológico. No começo foi assustador, minha família não entendia o que estava acontecendo comigo, eu mesma não entendia, só chorava, não queria sair de casa, não queria comer. Era meu último ano de colégio, isto é, era época de vestibular. Buscando ajuda na internet, encontrei o nome do mal que eu sofria. Acredite, isso me fez piorar, pois eu vi que era um problema considerado de difícil tratamento. 
Além disso, eu sabia que minha família não teria dinheiro para pagar ao menos uma consulta num psicólogo, muito menos o tratamento e os remédios. Assim, eu passei a fingir que havia melhorado, que estava bem, e finjo até hoje. Não queria preocupá-los nem fazê-los gastar um dinheiro que não tinham. Cada dia foi um sofrimento. Mesmo estando mal, eu me obrigava a sorrir. Consegui realizar a façanha de esconder a doença até de mim mesma.
Parece absurdo, mas funcionou. Eu fingia para mim mesma que estava bem. Meus amigos, mesmo sem saber pelo que eu estava passando, me ajudaram a superar e esquecer o problema. Depois de algumas semanas eu melhorei. Me sentia 100% novamente. 
Prestei o vestibular. Foi uma luta, mas, por incrível que pareça, tirei notas muito boas. Quando o ano estava para acabar, eu (não sei por qual motivo), fui pesquisar sobre o problema, talvez para ver como ele era ruim e como era bom tê-lo superado. Erro fatal, Lola. Imediatamente, ao ler sobre ele, tudo voltou em um turbilhão de memórias ruins e, dessa vez, eu não teria mais meus amigos para me ajudarem. Me senti pior do que no começo.
Emagreci, muitos perceberam. Não conseguia dormir, muitas vezes tive que tomar remédio. Eu sabia que era algo relacionado à depressão, estresse, ansiedade (sei que um autodiagnóstico não é o melhor a se fazer, mas tudo o que eu tinha batia com as informações que encontrei). Criei coragem e contei para os meus pais. Minha mãe compreendeu perfeitamente. Meu pai parecia mais bravo do que comovido, bravo por eu não ter contado pra ele antes. Disse que eles me levariam no psicólogo, que eu ia nem que fosse obrigada. Eu sei o quanto ele se esforça pra colocar comida na mesa, Lola. Não achava justo que ele fosse trabalhar mais do que já trabalhava por minha causa. 
Novamente, eu fingi que havia melhorado. Virou o ano, minhas notas das provas chegaram. Eu já não sabia mais o que queria da vida. Usei minha nota do Enem, escolhi um curso completamente diferente do que o que eu imaginava que fosse fazer. Entrei em uma universidade de muito nome. Me mudei de cidade para estudar. Fui morar sozinha com pessoas da faculdade. Eu sabia que devia ficar perto da minha família, me tratar e tentar vestibular outra vez, se necessário fosse. Mas eu também sabia que, estando sozinha, seria obrigada a agir naturalmente, o que podia ser a saída para o meu problema. 
Sinceramente, começou a dar certo. Aprendi a me virar, a engolir o choro e a ser mais corajosa. Até pouco tempo, eu estava bem. Até algumas pessoas começarem a fazer piada sobre um reflexo que o problema tinha sobre meu corpo. Por causa da ansiedade que eu tinha, eu transpirava muito. Quando o problema voltou, a transpiração em excesso voltou junto. Antes de eu vir para a faculdade, um médico do hospital público disse que eu estava transpirando muito por conta da ansiedade e que eu deveria aprender a controlar isso e me acalmar. Eu tentei, Lola. 
Mas, há pouco tempo, eu tive que realizar uma tarefa física sob um calor infernal durante uma hora inteira. Não deu outra, eu transpirei tanto que minha camiseta ficou manchada de suor. Estava praticamente encharcada. Uns colegas da faculdade viram. Alguns dias depois, eu comecei a ouvir algumas indiretas e piadinhas deles sobre o ocorrido. Nunca me senti tão triste como quando eu entendi que aquilo era pra mim. As pessoas são impiedosas, Lola. Elas não sabem um terço dos seus problemas e te pisam, te matam por dentro. Agora, o problema voltou mais uma vez, tão forte quanto antes. 
Tenho me segurado para não chorar. Estou super nervosa com os seminários que tenho que apresentar. Sinto que vou ser ridicularizada, que vão rir de mim quando eu falar. Não consigo nem pensar nisso que já me dá tremedeira. Estou criando coragem para ir no psicólogo da faculdade, não sei se vai me ajudar. 
Estou muito chateada, pois estou gostando do curso que escolhi, e até fiz bons amigos aqui, mas estou com medo da humilhação que posso sofrer. Eu não esperava isso. Achei que a universidade era um ambiente mais descontraído, sem infantilidade, com pessoas mais maduras. Mas não é, Lola, é um lugar muito opressor. 
Me ajude, Lola, não sei mais o que fazer, estou muito angustiada com o que aconteceu. Estou pensando seriamente em desistir do curso e voltar pra casa.

Meus comentários: Querida D., fingir que você não tem um problema não vai fazer com que ele vá embora. Ele pode até sumir por um tempinho, mas vai voltar. Por isso, você precisa de tratamento. Coragem! Procure o atendimento psicológico da sua faculdade. Muitas vezes demora até conseguir vaga, mas não desista. 
Pelo que percebi, você fica com o pé atrás para buscar ajuda psicológica. Senti isso quando você descreveu a reação do seu pai, quando ele disse que você iria nem que fosse obrigada. Antes você dizia que não queria ir por questões financeiras. Mas agora, que você tem certo acesso a atendimento na universidade (não que seja fácil, a procura costuma ser grande), você diz que falta coragem. 
E continua preferindo se autodiagnosticar. Vamos lá, linda! Você sabe que precisa, então vá lá, entre numa fila de espera, se precisar.
E sim, tem muita gente impiedosa na universidade. Tem gente impiedosa e cruel em todo lugar. Mas tente ignorar essas pessoas e se focar nas pessoas bacanas, naquelas com quem você estava começando a fazer amizade, em gente inteligente que não fica zoando de alguém que suou muito debaixo do sol. 
Lembre-se que praticamente todo mundo fica super nervoso com os seminários que têm que apresentar em sala de aula. Eu sei porque sou professora e meus aluninhos queridos sempre entram em pânico, mesmo sabendo que estão diante de gente legal, que vão falar pra pessoas que só querem o seu bem. É incrível como o nervosismo toma conta de todos. 
Tenho um aluno formidável, um dos melhores. E ele me mandou um email outro dia avisando que não viria pro meu curso porque iria dar sua primeira aula de inglês no estágio e não estava nem conseguindo dormir de tão nervoso. Antes do estágio, ele deve ter apresentado dezenas de seminários nas mais diversas disciplinas, e ele sempre brilhou em todos. Mas nem toda essa experiência e esses ótimos resultados adiantaram: ele continuava ansioso. Não preciso nem dizer que ele foi super bem, né?
Mas imagina você, ainda no início do curso, "enfrentando" uma turma que você considera hostil (talvez não seja). É compreensível que você fique nervosa. Mas nada de largar a faculdade por causa disso, ok? Prepare bem o que você vai apresentar, pratique, aprofunde-se no assunto, vá lá na frente da classe e dê o melhor de você, sem pensar  no que os outros vão achar. Dificilmente alguém vai te ridicularizar. E, se tentarem, os ridículos serão eles, não você. 
Mas não vão. Às vezes, quando estou ansiosa, eu tenho uma técnica chamada "pior cenário possível". Consiste em fantasiar o pior que pode acontecer comigo naquela situação. Ao pensar nisso, vejo que nem mesmo o pior cenário é tão desesperador assim. 
Então pense, D.: o que pode acontecer de pior contigo se você procurar o psicólogo na sua faculdade? (é não ter vaga, acredite). O que pode acontecer de pior nos seus seminários? Um babaca qualquer rir de você? Como você reagiria? Ele não estaria se expondo muito mais pelo bacaca que é do que te expondo? 
Não desista, D. Você tem um problema (que eu não sei qual é), e ele está te afetando. Vá à luta!

25 comentários:

Unknown disse...

Sobre isso de imaginar o "Pior cenário", eu uma vez tava conversando em um desses fórums na internet, e o assunto era ansiedade/depressão. Então, uma garota contou que o psicológo dela passou pra ela o seguinte exercicio quando ela se sentisse ansiosa. Primeiro,ela imaginava a "Pior situação possível", depois a "Melhor situação possível" e, por último, a "situação mais provável". Umas outras pessoas disseram que tbm praticavam esse método e que sempre funciona super bem! Comentando, por que talvez possa ajudar.

Bruno disse...

Me identifiquei com parte do relato, pois também sofro de hiperidrose (suor excessivo) relacionada a ansiedade.

Quanto à apresentação, sugiro que busque na internet técnicas de relaxamento envolvendo alongamentos simples e exercícios de respiração. Desde que aprendi tais métodos consegui realizar as apresentações acadêmicas de uma forma mais natural.

Já em relação às provocações, por mais difícil que isso pareça, lute para tirar o poder de os outros te constrangerem. Tenha um auto-respeito inegociável. Mantenha um aspecto relaxado (os exercícios mencionados ajudarão) e reforce em sua mente a ideia de que sua formação profissional é o objetivo mais importante dessa fase da vida, sendo essas agressões um obstáculo plenamente transponível.

Unknown disse...

D, muitos de nós temos um armário, dentro dele estão muitas máscaras, máscaras que pomos para fingir que está tudo bem, máscaras que pomos para convencer as pessoas a acreditarem na nossa força, simplesmente porque não queremos preocupar ou porque a sociedade tem essa cruel mania de pregar essa ideia de que a fragilidade é um pecado. Mas não é! Eu sei que é difícil buscar ajuda, porém é algo que só você pode fazer, e por favor faça. Como vc mesma disse, em todo lugar tem gente cruel, só que a maioria deles engole e sufoca seus problemas também, daí acabam tendo atitudes insensíveis; gente que endureceu de tanto acumular as próprias angústias. Porque é isso que acontece quando a gente não busca ajuda para "drenar" esse problema, ele endurece, ele se enrijece dentro de nós e volta sempre a incomodar. Citando Viviane Mosé, dor endurecida é tumor. Não deixe esse tumor crescer e se espalhar ainda mais, a saúde psicológica é tão importante quanto a física. Pense: se você percebesse uma abscesso crescendo em alguma parte do seu corpo, vc não procuraria o médico? Essa sua ansiedade também é um abscesso; não é visível fisicamente mas incomoda tanto quanto uma dor no corpo. Requer coragem sim, muita coragem, mas pense na pessoa maravilhosa, que eu seu que vc é, que está sendo sufocada enquanto o que ela precisa é respirar, e a ajuda psicológica vai ajudar sua alma, seu eu, a respirar melhor. Acredito que você consegue, vai lá linda!

Unknown disse...

Pelo jeito você deve sofrer de algum distúrbio de pânico, já que estas situações sempre são carregadas de muita ansiedade e causam a transpiração excessiva. Com relação aos seus colegas inconvenientes, que pelo visto se acham seres extraordinários e não humanos, porque rir de suor em excesso, é no mínimo, coisa de gente que não é "gente", mas sim se acha um semideus: erga essa cabeça e siga em frente! Cruzes os braços um dia na frente daqueles que já te apontaram e diga o quanto você se sente humilde por estar no meio de seres tão sublimes que sequer suam ou quem dirá defecam! Jamais desista de algo por causa de gracinhas alheias! Você tem tanto direito de existir e fazer o que lhe agrada quanto eles! Use sempre da ironia com aqueles que usam da palavra para diminuir ou humilhar! NÃO ABAIXE A CABEÇA, NUNCA. Procure ajuda e concentre-se naquilo e naqueles que te fortalecem.

Fabiane K B disse...

Oi, D. Eu sou psicóloga e queria te dizer que psicólogxs não são pessoas que estão sentadas em seus tronos de marfim, acima do bem e do mal, prontas para julgar os pobres mortais. Somos pessoas normais, com nossos problemas e limitações, que estudamos muito o ser humano, suas angústias, suas relações, e como ajudar as pessoas a se autoconhecerem, respeitarem e até encontrarem os recursos pessoais para fazerem as mudanças que desejarem - por desejo próprio, não por pressões externas. Então não tenha medo de procurar umx profissional capacitadx pra te ouvir sem te julgar e te ajudar a se (re)encontrar e superar essas respostas comportamentais que você tem emitido perante as situações aversivas na sua vida. Boa sorte em sua caminhada. Você não está sozinha!

Unknown disse...

Fiquei muito comovido com seu relato, D. Não tenho o que dizer além do q a Lola e os comentários disseram. Digo que, mesmo sem
saber quem vc é, torço que vc enfrente as situações difíceis pelas quais está passando, se trate e em breve publique aqui o relato de que está definitivamente superando o transtorno e caminhando para sua formatura. Felicidades. Vc é forte, digna, merece vencer e vai.

titia disse...

Meu apoio pra você, D. Meu problema psicológico é outro, mas eu sei como dá medo pedir ajuda. Você sabe que a terapia vai mexer nas suas feridas pra poder trata-las, vai rolar muita dor, muitas lágrimas e muito sofrimento, mas como paciente psicoterápica, te digo que vale à pena suportar a dor de mexer nas feridas pra poder curá-las. Quanto aos babacas eu apoio totalmente a ideia da Hellen William. Mande essa gente se foder sem dó, já fiz isso também e vale muito à pena. Um abraço e bote fé que você vai conseguir, você é uma pessoa forte.

Anônimo disse...

Olá D., primeira coisa: vá se tratar! Procure o serviço médico do seu campus, não sofra sozinha! Eu tenho depressão desde a adolescência e tentei por muito tempo abafar e tentar controlar, e só foi pior.Hoje eu me trato e a doença está sob controle. Mas o principal que eu quero te falar: a hiperidrose tem tratamento! Eu sou médica e trato casos semelhantes todo dia, existem inclusive medicamentos que podem ser usados esporadicamente para momentos como esse: apresentações, eventos, festas,ocasiões onde o constrangimento com o suor exagerado é pior.Procure ajuda médica, querida! Somente vc é responsável pela sua saúde e bem estar, isso não é sinal de fraqueza!Não desista dos seus sonhos, a vida é assim, nós humanos com nossas fragilidades!Fique bem um grande abraço!
Natália

Anônimo disse...

D., por favor, não desista do curso. Na universidade você tem acesso a tantas coisas, tantos cursos, atendimento médico e psicológico, aproveite essas coisas! Busque ajuda profissional. Tive depressão e entendo o quanto é paralisante, mas procurar um psicólogo foi a melhor coisa que fiz na vida. Depressão e ansiedade têm tratamento, existem técnicas pra tirar a gente do buraco ;)

A internet não ajuda nessas horas, nem pra auto-diagnóstico nem pra tratamento. Você pode achar algumas técnicas de relaxamento, como comentaram, que são bem úteis, mas ainda é preciso tratar também a raiz do problema.

Outra coisa, não deixe que dois ou três babacas definam sua relação com o curso. Tem muita gente legal aí, mais educada e menos espalhafatosa que os babacas. Podem ser pessoas mais tímidas, mas estão aí por perto.

Estou torcendo por você,

Jay

Anônimo disse...

Guia da boa esposa. Serve para nós, feministas:

1. Tenha o jantar sempre pronto. Planeje com antecedência. Esta é uma maneira de deixá-lo saber que se importa com ele e com sua necessidades.

2. A maioria dos homens estão com fome quando chegam em casa, e esperam por uma boa refeição (especialmente se for seu prato favorito), faz parte da recepção calorosa.


3. Separe 15 minutos para descansar, assim você estará revigorada quando ele chegar. Retoque a maquiagem, ponha uma fita no cabelo e pareça animada.

4. Seja amável e interessante para ele. Seu dia foi chato e pode precisar que o anime e é uma das suas funções fazer isso.


5. Coloque tudo em ordem. Dê uma volta pela parte principal da casa antes do seu marido chegar. Junte os livros escolares, brinquedos, papel, e em seguida, passe um pano sobre as mesas.


6. Durante os meses mais frios você deve preparar e acender uma fogueira para ele relaxar. Seu marido vai sentir que chegou a um lugar de descanso e refúgio. Afinal, providenciando seu conforto, você terá satisfação pessoal.


7. Dedique alguns minutos para lavar as mãos e os rostos das crianças (se eles forem pequenos), pentear os cabelos e, se necessário, trocar de roupa. As crianças são pequenos tesouros e ele gostaria de vê-los assim.

8. Minimize os ruídos. Quando ele chegar desligue a máquina de lavar, secadora ou vácuo. Incentive as crianças a ficarem quietas.

9. Seja feliz em vê-lo. O receba com um sorriso caloroso, mostre sinceridade e desejo em agradá-lo. Ouça-o.


10. Você pode ter uma dúzia de coisas a dizer para ele, mas sua chegada não é o momento. Deixe-o falar primeiro, lembre-se, os temas de conversa dele são mais importantes que os seus.

11. Nunca reclame se ele chegar tarde, sair pra jantar ou outros locais de entretenimento sem você. Em vez disso, tente compreender o seu mundo de tensão e pressão dele, e a necessidade de estar em casa e relaxar.

12. Seu objetivo: certificar-se de que sua casa é um lugar de paz, ordem e tranquilidade, onde seu marido pode se renovar em corpo e espírito.

13. Não o cumprimente com queixas e problemas.

14. Não reclame se ele se atrasar para o jantar ou passar a noite fora. Veja isso como pequeno em comparação ao que ele pode ter passado durante o dia.

15. Deixe-o confortável. Faça com que ele se incline para trás numa cadeira agradável ou deitar-se no quarto. Dê uma bebida fria ou quente pronta para ele.

16. Arrume o travesseiro e se ofereça para tirar os sapatos dele. Fale em voz baixa, suave e agradável.


17. Não faça-lhe perguntas sobre suas ações ou que questionem sua integridade. Lembre-se, ele é o dono da casa e, como tal, irá sempre exercer sua vontade com imparcialidade e veracidade. Você não tem o direito de questioná-lo.


18. Uma boa esposa sabe o seu lugar.

Anônimo disse...

lixo de psiquiatra nao resolve nada. tennha orgulho proprio e nao fique de socialização com as pessoas, o forte é forte sozinho. eu nunca sequer conversei com alguem na faculdade federal que estudei, que nao consegui terminar na epoca poois fui internado no hospicio, mas foda-se porque foii minha mae que escolheu o curso e nao eu, na epooca nao sabia o que cursar. hoje em dia faço curso a distancia, estudo em casa. pra quem faz presenncial, o ódio é o melhor combustivel, va cheia de odio pra faculdade, assim nao tera vontade de falar com pessoas logo elas nao falaraão com voce, e se falar manda tomar no cu, e se usaremm a violencia voce é mmulher vai em delegacia da mulher. foda-se a sociologia, a mesmma so serve pra homens misoginos e gays oprimirem as mulheres. com esse papoo de ''ser social''' e bla bla bla.

Anônimo disse...

O mundo não vai ficar melhor, esqueça estas baboseiras utópicas, você e que eve ficar mais forte para encarar um mundo naturalmente cruel .

Anônimo disse...

Eu não vou ser irresponsável e ficar fazendo diagnóstico sem conhecer o problema da pessoa. Porém, tem um ponto na narrativa que, para mim, merece atenção, que é o fato da pessoa se colocar atrás dos outros. Então os pais estão à frente (necessidades mesmo que imaginando um desfecho ruim, como "não ter dinheiro" ou "não querer incomodar"), os colegas estão à frente, as críticas estão à frente e ela lá no finzão da fila esperando a vez de ser feliz e enquanto ela não chega, finge, que é um ato que sem nenhuma dúvida sempre se faz em favor de outrem em algum nível. Infelizmente (ou não!) isso não costuma dar certo. Essa abnegação não é bonita nem em livros, nem em religião e na vida real costuma ter efeitos devastadores. Um caminho para a pessoa começar a entender as coisas em si e sair dessa situação é, para mim, ver isso com clareza e começar a trabalhar por dentro.

Anônimo disse...

Oi querida D.

Me comoveu bastante o seu relato, pois consegui me identificar um pouquinho com ele... Não desista, sério mesmo. Você conseguiu entrar numa faculdade, com muito esforço e dedicação ! Não "jogue tudo na lata do lixo" por causa desses babacas - pessoas infelizes - que te colocam pra baixo... Não liga, ignore esses comentários, que sinceramente, não fará diferença alguma na sua vida. Para de se importar com o que dizem... Eles não sabem do seu potencial ! Você é especial, acredite ! Todos nós somos ! Temos dons e capacidades que superam os de qualquer um ! Foque-se em descobrir e aprimorar os seus dons - e não no seu problema...

Ah ! E em relação ao seu problema, acho que procurar um psicólogo pode te ajudar sim... A superar sua ansiedade e te dar a autoconfiança que precisa ! Enfrente esse medo - psicólogo não é um monstro de sete cabeças. Ele vai tentar te ajudar da melhor maneira possível ! Te garanto ! Também fiquei com um pé atrás, muito relutante em ir no psicólogo - assim como você. Mas arrisquei e... Surpresa ! Foi a melhor decisão que tomei ! Acredito que fiquei da maneira que estou hoje graças ao psicólogo que me ajudou...

Espero que sua situação melhore ! Beijos e muita força pra você ! ~A.

Anônimo disse...

D., sua história é muito parecida com a minha. Eu sofro de depressão desde pelo menos os 13 anos, que vai (nunca completamente) e volta (geralmente pior). Como você, eu dava meu jeito e de alguma forma aos 19 passei para duas das melhores faculdades públicas do país em 2º lugar. Hoje com 27 finalmente pedi ajuda e estou na fila de uma universidade aguardando para ser atendida, pois minha mãe não tem como pagar um psicólogo e eu estou desempregada.

Nos dois primeiros semestres, a ansiedade tomou conta de mim, eu suava horrores, às vezes falava pelos cotovelos de tanto nervosismo, outras vezes falavam comigo e eu não conseguia responder. Alguns colegas e professores perceberam meu sofrimento e pisaram mais ainda em mim, outros perceberam e se afastavam como se eu tivesse algo contagioso, ou me davam um olhar de pena. Os três doem igualmente. Quantas vezes subia as escadas, não conseguia entrar na sala de aula e voltava para casa. Quantas vezes eu tinha média 9 mas perdia por falta. Outras tantas eu nem conseguia entrar em grupos para seminários e ficava sem nota. Alguns professores quiseram me oferecer bolsas. Eu tinha nota, escrevia bem, parecia interessada, me articulava muito bem sobre o que me interessava, era a melhor da sala em algumas matérias. Mas quando vinham falar comigo, desistiam de mim. Minha autoestima foi destruída. Passei a evitar minha turma original e a ansiedade melhorou ao longo do tempo, mas eu nunca mais fui a mesma em todas as partes da minha vida. Em casa eu dizia que estava tudo bem.

Continuei tentando dar o meu jeito com o problema, tentando resolver tudo por conta própria, fingindo que estava bem. Quase 8 anos depois eu ainda não terminei a faculdade. Minhas notas foram piorando, não conseguia mais puxar todas as matérias previstas na grade, então fazia 4 ou 3 por semestre pois era o que eu conseguia cursar com bom desempenho, mas aos poucos, nem isso eu conseguia mais. Em alguns fiz apenas 1, em outros puxei 8 e disse a mim mesma que pararia de "bobeira", não consegui nem saír de casa para ir a alguma aula. É tudo uma bola de neve. Eu só piorei esse tempo todo e agora cheguei a um ponto em que tem dias que não consigo levantar da cama, não consigo me concentrar em nada, minhas funções cognitivas pioraram muito, concentração, memória, não sinto mais prazer em nada que eu gostava de fazer antes, me isolei de todos. Estou no último semestre a que tenho direito, só falta a monografia. Estou com muita dificuldade para escrever. Se eu não terminar agora vou perder todo o curso. Tem dias que choro o dia inteiro até parecer que minha alma se esvaiu.

Nada disso aconteceu de repente. Foram pelo menos 8 anos piorando até chegar a esse ponto. Você pensa que é só um dia ou uma fase, que você vai pesquisar e encontrar uma forma de melhorar e quando você vê o tempo passou e chegou a um ponto em que não restou mais nada. Por favor, não faça isso com você mesma! Não faça o que eu fiz. Entre na fila o quanto antes, não espere chegar ao limite de não saber se aguenta viver mais um dia. Uma hora você vai ser chamada. Não tenha vergonha de pedir ajuda e de falar com psicólogos. Eles vão entender e vão saber te ajudar, não vão te julgar.

Peço que procure ajuda! Mesmo postando em anônimo tenho muita vergonha, nem as pessoas que estão me ajudando sabem de tudo isso. É muito doloroso. Só essa semana na consulta na faculdade, eu consegui pela primeira vez dizer a alguém o meu real estado. Dói, mas é o único jeito de melhorar. Estou te contando tudo isso, porque quero que sirva de exemplo do "pior possível". Procurar ajuda, por mais doloroso que seja, não é o pior. Seus pais se importam, querem te ajudar, mesmo que se sacrifiquem por um tempo sabem que é melhor do que estender isso indefinidamente. Você não está sozinha. Meu caso era o mesmo e eu me torturei por anos, por vergonha, por me enganar, por orgulho, por medo, tudo junto. Acabe com isso logo antes que piore. As pessoas só podem nos ajudar se nós permitirmos. Procure ajuda! Dê um primeiro passo. E não abandone o curso.

titia disse...

Muito legais suas dicas, 12:36. Mas você esqueceu de dar as duas últimas:

19. Agora faça tudo ao contrário, e se o homem reclamar, chame-o de vagabundo e mande tomar vergonha e deixar de ser parasita.

20. Se mesmo assim ele não quiser colaborar, chute a bunda do indivíduo e procure um homem que preste.

Pronto, terminei o comentário pra você. Que distração, menina! Eu não disse pra você prestar atenção?

Anônimo disse...

Off topic: Cunha de qualhiragem conosco.
http://brasil.elpais.com/brasil/2016/04/28/politica/1461876460_273342.html

Anônimo disse...

Off: mulheres e exército, um pouco de história.
"Quase um milhão de soviéticas engrossaram as fileiras do Exército Vermelho, em todos os postos"
http://brasil.elpais.com/brasil/2016/04/27/internacional/1461770802_382564.html

Anônimo disse...

Eu passei pra deixar a dica de um seriado chamado Doctor Foster, disponível na Netflix. Mas me identifiquei com o relato. Larguei a faculdade aos 26 anos depois de insistir muito num curso que eu não queria. Pra quem aconselhou o nucleo de psicologia do campus, acho que é uma loteria. Eu procurei o psicopedagogo da minha faculdade aos prantos (prantos mesmo, eu chorava até pegando ônibus e não conseguia fazer nada) e ele me disse que não tinha horári pra me atender. Todas as outras 3 psicologas que eu procurei falaram o mesmo. Espero que a sua história tenha um desfecho melhor do que a minha.

Anônimo disse...

Cara, queria abraçar a autora e a 15:05. Tenho "surtos de tristeza" desde que eu tinha uns 13, 14 anos igualmente. Evoluiu de forma parecida a ponto de eu perder vários semestres da faculdade, mesmo tendo facilidade com as matérias. Simplesmente não conseguia levantar da cama pra ir na aula, e quando ia, não tinha ânimo nenhum de estudar. Tinha insônia, estava cansada o tempo todo. Tentei ir no psicólogo, mas não conseguia falar o que realmente sentia. Não acredito mais na psicoterapia, queria poder tomar direto os remédios. Mas acho que a não ser que eu tenha uma crise fortíssima, nunca vão me receitá-los.

Denise disse...

D., achei muito triste o seu relato porque imagino a angustia que vc passou (passa) ao longo dos anos. Sei que não é fácil buscar ajuda profissional, e que muitas vezes inventamos mil desculpas (falta de grana no topo da lista) pra adiar isso, achando que com o passar do tempo o problema vai sumir. Não vai! Eu também sofro de ansiedade e aprendi da forma mais difícil que ignorar um problema só gera uma bola de neve que um dia vai estourar. O dia em que busquei ajuda, o simples fato de reconhecer que eu tinha um problema e não conseguiria resolve-lo sozinha já me fez um bem imenso! Um exercício que meu psicólogo me deu e que ajudava muito nos momentos de crise era parar tudo e focar em 5 coisas que vc estiver vendo, enumerando-as (ainda que mentalmente). Depois focar em 5 sensações que vc estiver sentindo (contato da roupa na pele, frio, etc), enumerando-as. Por fim focar em 5 sons que vc estiver ouvindo, enumerando-os. Daí ir repetindo do começo, mas dessa vez reduzindo para 4, 3, 2, 1 coisas a enumerar. Ajuda muito a clarear e acalmar a mente e fazer vc focar na realidade e não nas projeções que nossas mentes ansiosas fazem e que nos fazem sofrer por antecipação. Boa sorte na sua caminhada!

Anônimo disse...

Além das universidades outros hospitais do SUS atendem com psicólogos e psiquiatras, eu tive uma crise de ansiedade e voltei à terapia pelo SUS (quando tive plano de saúde fiz uns bons 3 anos exatamente na época do vestibular e começo da faculdade). É importante também que haja uma identificação sua com a linha terapêutica do profissional (e que o profissional lhe passe segurança para falar sem medo, lembrando sempre que a ética impede que se divulguem os assuntos das sessões). Boa sorte e não desista de você por conta dos outros!

Anônimo disse...

Oi D., eu sofro de ansiedade, tenho crises de pânico, depressão, nada nem um pouco bacana. Na real, só de falar sobre isso o monstrinho da ansiedade desperta no meu peito.

Ela sempre vem e vai e hoje, com 33 anos, finalmente tomei coragem de buscar um tratamento, depois de um acidente de carro, eu trabalho dirigindo, não podia me dar ao luxo de me fechar no meu mundo de novo, esse trabalho é o que sustenta meus 3 filhos. Estou sendo medicada e foi a melhor coisa que houve no mundo para mim. Não deixe a oportunidade de procurar o psicólogo da facul, pode demorar para conseguir vaga, mas quando chegar a sua vez poderá fazer diferença demais.

Sobre seminários... Eu me lembro do primeiro... Aquele medo de não conseguir... Mas fui. E não foi tão terrível assim, aliás, foi ótimo. Descobri que tenho o dom da oratória. Eu finjo que não tem ninguém na minha frente, marco uns 3 pontos no fundo da sala, sem ninguém, e é para esses 3 pontos que falo. Ando se necessário, escrevo no quadro, gesticulo e fico olhando para essas 3 pessoas que não existem. E quando fui dar minha primeira aula? Eu quase desmaiei de tão nervosa, de verdade. Tive que dar a aula em outro dia. Para descobrir que dava para fingir que tinha 3 pessoas lá no fundo também. Essas pessoas se interessam pelo que falo, são simpáticas e amigáveis. Ninguém sabe que eu fico com a visão turva antes de falar, que me falta ar, que eu tenho a impressão que vou morrer se abrir a boca. Só acreditam que eu sou uma pessoa que nasceu com o dom de falar em público. Já me chamaram para mesas redondas, entrevista na tv, cursos para 300 pessoas, já falei para presidente de empresa nacional, teatro lotado... Minhas notas em seminários eram sempre 10, pela desenvoltura e domínio. Mas o pânico está sempre ali, eu só me concentro nos 3 pontos lá no fundo. Não desista, procure ajuda, às vezes a gente só precisa ver as coisas por outro ângulo...

NS disse...

Eu assino aqui com outro nome, mas só queria compartilhar que tb sofro com um problema: tenho TOC. Alguém mais aqui tb passa por isso?

natalia disse...

Querida D,
não sei qual o seu problema psicológico, mas, como você deixou claro, envolve ansiedade. Ultimamente estava me sentindo muito ansiosa e procurei, na internet, por um remédio mais natural. Acabei por encontrar o CLORETO DE MAGNÉSIO P.A.; experimentei e minha ansiedade foi embora. Você encontra em qualquer farmácia ou loja de produtos naturais. Eu uso em cápsulas. Tente querida.
Boa sorte.