quarta-feira, 3 de julho de 2013

GUEST POST: VAMPIRAS ENSINAM MENINAS A REPRIMIR SUA SEXUALIDADE

Eu conheci a Patty pessoalmente numa palestra em SP no ano passado, e tenho foto pra provar. 
Patty Kirsche, além de ser mestranda em Estudos Culturais na USP, é comentarista frequente por aqui, tem seu próprio blog, e já contribuiu com posts muito importantes (como este, sobre a Marcha das Vadias de Guarulhos, e este, em que fala do protesto que participou em SP). Além disso, ela é uma linda que comprou meu livrinho. Fale aí sobre vampiras, Patty!

Vampiras e vampiros são seres cuja forma é humana, mas dotados de poderes sobrenaturais e intensos desejos. Em síntese, eles são mortos-vivos com pouco ou nenhum controle de suas pulsões básicas. Simplesmente porque elxs não sentem culpa. Embora tenham características diferentes dependendo do autor ou autora que os descreve, todos têm um elevado apetite sexual. 
A sexualidade humana é extremamente reprimida por sentimentos de culpa. Se nos vampirxs a culpa não aparece, a sexualidade é livre. O apetite sexual pode aparecer de forma metafórica, através da ingestão de sangue, ou de forma explícita, na prática da relação sexual humana.
Sendo a sexualidade tão importante na caracterização de vampirxs, é interessante observar como o mesmo padrão duplo utilizado para julgar a sexualidade de mulheres e homens aparece para nossos amigxs dentuços. 
Em Drácula, Lucy se torna presa fácil de Drácula por ser indiscreta e manter três pretendentes a cortejando ao mesmo tempo. Depois de se tornar vampira, ela aparece lasciva. E é o seu marido quem a mata, numa cena longa e cheia de detalhes, cravando uma estaca em seu coração. 
Lendo o autor Bram Dijkstra, conheci o termo "estupro terapêutico". Sabe quando a mulher diz "não, não, não", e o homem insiste nas carícias até que ela cede? Ou quando o homem agarra o rosto da mulher para roubar um beijo? Toda aquela história de "pegar de jeito", tão comum em romances e novelas, é entendida por Dijkstra como um processo educativo para as mulheres, no qual é ensinado a quem elas devem obediência (ao homem) e como devem se comportar (pudicas). 
Dijkstra também usa o termo "estupro terapêutico" para descrever o simbolismo de uma estaca atravessando o corpo de uma mulher a fim de torná-la "aceitável". Lucy é descrita como um anjo no caixão, depois de ser cruelmente destruída por seu próprio marido, ou seja, após ter sofrido um estupro perpetrado por seu proprietário, o homem que a disciplinou.
Esses estupros simbólicos aparecem em vários produtos culturais, especialmente no caso das vampiras. O horrível filme Matadores de Vampiras Lésbicas, de 2009, direcionado ao público jovem masculino, é um dos mais misóginos que já vi (você pode vê-lo inteiro aqui, dublado em português).
Atenção, spoilers!
O roteiro conta a história de uma pequena cidade amaldiçoada na qual todas as jovens habitantes estão condenadas a se tornarem vampiras lésbicas aos dezoito anos. Dois rapazes forasteiros chegam por acaso na cidade e acabam se encarregando de matar as malditas vampiras. 
Numa cena, a ex-namorada de um desses rapazes entra num bar procurando por ele. Sem qualquer remorso, o dono do bar a envia para um castelo assombrado. Um dos moradores do vilarejo diz para o dono do bar: “Essa era bonita”, ao que o dono responde: “Elas sempre são. Sereias, traiçoeiras...”, e logo em seguida cospe.  
A mensagem é clara: mulheres são sedutoras e traiçoeiras. O fato de ele cuspir logo em seguida só vem reforçar o repúdio que ele sente por essas mulheres. Afinal, elas são perigosas. 
Também chega um grupo com quatro moças lindas ao vilarejo, que, obviamente, também são enviadas para o tal castelo pelo dono do bar. Três delas são transformadas em vampiras e destruídas. A única que se salva é virgem e usa calça comprida. Todas as outras usavam saias curtas ou shorts e já eram sexualmente ativas quando foram transformadas em vampiras. Uma delas, citada por um dos rapazes como a garota que “não fala e tem seios grandes”, é morta de forma particularmente grotesca. O referido personagem a segura pelos seios debaixo de um chuveiro de água benta. Quando ela acaba de derreter, restam apenas próteses de silicone nas mãos dele. 
Quer dizer, ele se aproveita do corpo dela enquanto a mata. Mesmo sendo um filme B, a misoginia é explícita. A moça é morta de forma humilhante, sendo sugerido que a única parte aproveitável de seu corpo são as próteses de silicone, já que não são parte natural do corpo feminino.    
Elas podem ser destruídas sendo atravessadas por estacas ou galhos, ou degoladas, como é tradicional (quando são mortas, soltam uma gosma branca que lembra esperma); mas existe uma espada especial, a única arma capaz de matar Carmilla, a mãe de todas as vampiras. Logo, é bastante reiterativo que num determinado momento da narrativa, um dos personagens diga, em meio a gargalhadas, que o cabo da espada parece um pênis. 
E esse mesmo personagem, a certa altura, enche preservativos com água benta para atirar nas vampiras. São vários exemplos de falos para punir essas mulheres pelo crime de serem sensuais e lésbicas. São estupros que ensinam essas mulheres a não viverem suas sexualidades, especialmente sem homens. Estupros para ensiná-las a temer o falo a que devem obediência.    
De modo geral, essa exploração das ameaças da sexualidade feminina se deu em grande parte através de produtos culturais com a temática sobre vampirxs. As vampiras, por um lado, atuam como o fetiche da mulher sexualmente livre, mas, por outro, são punidas para exemplificar o que deve acontecer com mulheres que não controlam o apetite sexual. 
Toda essa ideologia aparece em produtos culturais de ficção, não só porque no fundo se acredita nisso, mas também com uma função educativa. O que se espera é que meninas e mulheres entendam como elas devem se comportar, principalmente no que se refere ao controle da sexualidade.  
Vade retro, sexualidade feminina! (Pelo menos o criador de Buffy tem outra opinião)

67 comentários:

° Emy ° disse...

Patty, belíssima leitura que você fez. Concordo em número, gênero e grau. Nunca parei pra fazer essa analogia, e ela faz todo sentido.

@satestoni disse...

Patty, parabéns pelo seu estudo!

Cada linha de seu trabalho está valendo a pena para melhorar a cultura e principalmente fazer uma reflexão e mudança dos padrões que uma sociedade machista insiste em preservar!

Tenho orgulho de você, amiga!

Drica Leal disse...

Aplaudindo o post! Muito bom!

Compartilho essa mesma visão sobre os filmes citados, mas não poderia descrever melhor. Outro ponto nesses filmes e séries atuais de vampiros é que eles muitas vezes parecem contos de fadas revisitados: o príncipe agora é o vampiro, cheio de super poderes, sempre superior à mocinha moratal, apagada, frágil, por quem o todo poderoso vampirão cai de amores. Não tem como não ver o conteúdo dosmcontos de fadas reproduzidos nessas histórias.

Aliás, indo além, aproveito para chamar atenção para um fato que reperei há tempos: nos filmes de terror em geral, as mortes das personagens femininas são sempre mais cruéis do que as dos personagens masculinos. Invariavelmente.

Anônimo disse...

A questão do controle da sexualidade das mulheres sob a ótica machista não é exatamente as mulheres não controlarem sua própria sexualidade, mas os homens não terem o controle sobre a sexualidade das mulheres, e dessa maneira não controlarem a sexualidade masculina.

O controle sobre a própria sexualidade, sobre o próprio corpo, é algo básico para alcançar a própria liberdade, não?

Lord Anderson disse...

Vampiros tem sido uma paixão para mim desde criança.

mexe com nosso medo da morte, nossa ansia por vida, e é claro com a sexualidade.

Eles são um dos mitos mais antigos e variados da humanidade, tendo centenas de interpretações.

Quando o mito se tornou materia para a ficção ele ganhou ainda mais nuances e interpretações.

Medo da noite, sedução, heresia etc.

Sobre Dracula, é bom lembrar que ele foi concebido dentro da moral vitoriana e sua culpabilização do sexo que não fosse para reprodução (culpabilização das mulheres é claro)

Mas o uso de estacas faz parte de lendas bem antigas, que existiam antes do livro ser escrito e o proprio Conde encontra a morte por ela.

Sobre Lucy, discordo pq nada no livro indica que ela foi vitima por ser "frivola" ou "facil".

Alias ela nunca é julgada assim. Não nenhum tipo de condenação social (por amigo ou familias) por ela receber varias propostas de homens diferentes.

Pelo contrario, isso é sempre dito como uma prova de como ela é querida.

Tanto que seus pretendentes respeitam o seu NÃO. E nenhum sai por ai a ofendendo ou se revoltando por ela escolher aquele com quem ficar.

A amizade de Lucy e Minna é sempre retratada como algo lindo e forte, e Minna é sempre admirada por sua capacidade profissional e inteligencia, mesmo que seja sempre a servição de homens (seu marido, o professor Van Helsing, etc).

Pelo que vejo, oq é repudiado não é tanto o aspecto sexual que ela ganha, mas sim ao seu estado não-natural de morta-viva.

O mesmo acontece com o conde que, ao contrario das versões modernas, não é colocado como alguem galante ou sedutor, mas sim como alguem cujo aspecto incomoda, mesmo sem as pessoas saber o pq, mas sentindo o monstro que ele é.

Oq acho mais machismo mesmo, são as novas adaptações do livro, onde Dracula vira um jovem sedutor e muitas vzs realmente apaixonado e Minna é mostrada como uma dona de casa entediada ao invez da mulher corajosa que participa ativamente da caça ao vampiro que matou sua amiga e a atacou.


Lord Anderson disse...

Sobre o outro "filme"citado, concordo totalmente.

É provavelemnte uma das coisas mais misoginas ja feitas, uma verdadeira ode ao preconceito mal disfarçada de "piada". (sempre o papo de que é uma piada).

Sobre vampiros e sexo, acho que outra leitura, seria do vampiro como o forasteiro sedutor que vem tentar e corromper as moças de familia, dai familia e amigos se unem para caça-lo por te-la desonrada.

Lord Anderson disse...

Drica Leal

Sim, ja comentei isso com amigos tb.

Inicialmente vampiros eram monstros horrendos que todos temiam, depois foram transformados em seres amargurados, anti-herois, herois e por fim, principes encantados com mais moralidade e principios que seres humanos.

Estão fazendo algo parecido com os zumbis aturalmente.

Anônimo disse...

6 tão de zueira ne ???? puts e isso o que dá essas faculdades federais de "comunismos gramcista avançado" ficar dado cursos de alto retardamento para os estudantes, lamentável ¬¬

lola aronovich disse...

Ha ha, em "cursos de alto retardamento" vcs mascus já são pós-doutores, né, anon das 11:57?
Continuem fora das universidades que vcs fazem um favor a tds nós que levamos o ensino a sério...

Nic disse...

Eu adoro vampiros e por isso tenho alguns pontos a por nessa análise.
O primeiro é que Drácula não é um livro contemporâneo, analisá-lo sob a estética atual é ser anacrônico no sentido que ele não era regido pelos mesmos valores que somos hoje quando foi escrito. Claro que há variações na história dependendo do filme que se for ver, mas Drácula assume esse papel de "comedor" de mulheres exatamente por ele ser o vilão. E no livro há passagens que sugere que ele não se alimenta só de mulheres...Sobre o “Matadores de Vampiras Lésbicas” eu concordo com a análise, mas acho que a questão é a utilização de uma mitologia para criar um fetiche, foram usados vampiros mas poderiam ter sido usado até aliens ou qualquer outro ser mitológico para criar esse filme horrível e nojento.
É sempre bom lembrar que no mundo dos vampiros a lógica da sexualidade vale tanto para o homem quanto para a mulher, a partir do momento em que eles só tornam vampiros eles perdem a “humanidade” e o senso moral. As séries contemporâneas mostram bem em isso. Em Vampire Diaries, por exemplo, os vampiros desligam a humanidade e se tornam criaturas sem piedade (e isso não tem a ver com o gênero), que veem no sexo apenas mais uma forma de diversão; em True Blood, os vampiros tem auto-controle, mas preferem simplesmente não usá-los. Inclusive em True Blood há uma grande variedade na sexualidade dos vampiros, muitos deles assumem-se bisexuais como se antes eles não pudessem ser. O mesmo vale para seriados como Buffy. Um filme interessante é o “Let me in”, um romance entre uma vampira que permaneceu em forma de criança e um garoto que ela convence a fugir com ela. Neste filme não há uma cena erótica, mas dá para perceber o poder sexual da vampira criança. Em resumo, há sim variações nos produtos culturais em que os vampiros subjulgam as mulheres, mas eu acho que a mitologia em geral se desdobra de uma maneira em que quem é subjulgado é a humanidade, não especificamente as mulheres.

Anônimo disse...

Sempre achei vampiros gays.

Fazer uma analise de um filme pornô para jovens adolescentes é obvio que sairia coisas machistas. Nao entendo como a autora levou a serio.

Lari Gambaro disse...

Que post excelente! Ótima a leitura da Patty, uma reflexão direta e muito elucidativa sobre o tema. Adorei! Essa semana está demais o blog Lola, sempre é ótimo, mas esses últimos posts estão superando expectativas. Muito obrigada!!

Raven Deschain disse...

Muito bom Patty, nunca tinha pensado por esse prisma. Só uma correção: a cusparada é um hábito nórdico pagão usado pra afastar o mal, que acabou sendo incorporado pelo restante dos europeus. Claro que no contexto do filme, continua tendo um signifcado horroroso (seriam as mulheres O Mal? Not!), mas não é nojo como você disse não. ^^

Maria Fernanda Lamim disse...

Gente,desculpa comentar fora do assunto, mas uma coisaque ja li em mais de um lugar e essa piracao de que as escolase universidades publucas tem "orientacao comunista". Sou prof. De escola publica, formada em univ. Federal e nunca vi nenhum "comunismo" nesses lugares. Ja li isso de genteesclarecida. De boa, inde que essa galera ve tanto Marx ? O.o
De resto, curti o post!

Anônimo disse...

Concordo com lord anderson

Além do mais, ate onde sei a estaca pelo menos no clássico desculpa de bram stoker nao significa falo de jeito nenhum, senão que o personagem dracula esta baseado num príncipe (real) da Rumania (me corrijam se estou errada) que era tao cruel que matava os seus inimigos empalando. Isso aparece no começo do romance e tb no filme. Esse príncipe realmente existiu de verdade e bram stoker o tomou como personagem e fez o dracula.

Hoje em dia é que os vampiros estao com esse rosto de principinho e estacas podem que agora sejam vistas como falso nos filmes meio pornográficos como essa que a autora analisa

Mas o original dracula nao tem nada disso.

Patty Kirsche disse...

Pessoal, agradeço todos os comentários. Eu não tenho tempo (estou de saída) pra responder todo mundo com a atenção necessária, então vou dar uma resposta geral, blz?

A Lola não citou, mas minha tese de mestrado é sobre sexualidade de vampiras, e esse post é só um pedacinho bem pequenininho...

Sobre Drácula, eu uso a análise do pesquisador Bram Dijkstra presente neste livro aqui: "Evil Sisters: The Threat of Female Sexuality and the Cult of Manhood". Eu concordo com ele por uma série de razões que não tenho tempo para enumerar aqui agora. É um livro ótimo para quem quiser saber mais sobre o assunto, recomendo fortemente.

A diferença básica entra Drácula e histórias mais recentes de vampiros é meramente o enfoque. Drácula é uma história focada no terror, e ultimamente tivemos abordagens mais focadas em romance. Mas por que vampiros deveriam ficar restritos ao terror? Um dos mais fortes questionamentos dos estudos culturais é quem pode estabelecer o valor dum produto cultural. E faço a análise partindo do princípio que não existe "alta cultura" ou qualquer coisa assim.

Anônimo disse...

e lembrando que não é o primeiro filme com 'Assassinatos de Vampiras Lésbicas', acho que pra ficar mais completo o post o filme original deveria ser analizado também: Jesus Cristo Caçador de Vampiros.

- anon só porque não consigo me logar do trabalho - Tomaz Canabrava

Lord Anderson disse...

Anonimo das 12:35

O correto seria Romenia :)

Sobre as estacas, alguns estudiosos dizem que inicialmente elas eram usadas para "prender" os cadaveres em seus tumulos e assim empedir que eles voltassem como vampiros.

Mais tarde passou a crença de que uma estaca de madeira (geralmente de alguns arvores especificas)deveria ser enfiada no coração do vampiro enquanto ele estivesse no caixão e depois sua cabeça ser decapitada.

Só bem mais tarde, nos filmes norte-americanos é que o pessoal resolveu simplificar e dizer que estaca no coração faz o vampiro virar pó.

Anônimo disse...

Vale também lembrar que o próprio Conde Drácula foi inspirado em uma vampira, Carmilla de Sheridan Le Fanu, que aliás foi escrita 25 anos antes do Drácula.A presa favorita da Carmilla eram mocinhas jovens.
E eu pessoalmente não entendo esse negócio de vampiros tendo relações sexuais, eles estão mortos oras. Prefiro os vampiros da Anne Rice.

André disse...

Maria Fernanda Lamim,

Concordo, na universidade em que estudei e na que dou aula até existem professores comunistas, mas a grande maioria é neoliberal. Muitos são até bastante hilários quando se põe a regurgitar os mantras da veja.

Lord Anderson disse...

Patty Kirsche

Quando sua tese estiver disponivel avisa a gente, vai ser otimo le-la.

Fiquei curioso para ver oq vc falou sobre a historia de Carmilla :)

Patty Kirsche disse...

Obrigada pela dica, RavenClaw~. Vou procurar informações sobre esse hábito. Mas, de qualquer forma, acho importante a leitura que as pessoas farão da cena. Todo mundo que não conhece esse significado do gesto vai entendê-lo pelo conjunto de significados já associados a ele. E o filme não procura explicar também.

André disse...

Lord Anderson,

Nunca tive muita simpatia por vampiros, nunca me atraiu a ideia de ter que morder o pescoço de um camponês perebento de higiene pessoal duvidosa.

Gabriela disse...

Eu amo vampiros.Eles são de longe o meu mito favorito por várias razões.Concordo com o lord Anderson sobre o Drácula.Sobre o outro filme não posso opinar já q nunca o vi.Eu só lembro de pensar se tratar de uma sátira.Aparentemente eu estava errada.Mas discordo quando se fala em duplo padrão moral como se ele estivesse ligado a lenda dos vampiros.Isso têm mais a ver com o autor do q com qualquer criatura sobrenatural da sua escolha.Sobre as estacas:todo vampiro vai se dar mal ao se deparar com uma,seja mulher,seja homem...então associa-lá ao falo e a um suposto estupro é muita forçação de barra.É muito provável q a madeira como arma mortal contra os vampiros tenha uma inspiração cristã,já q Cristo q derramou seu sangue em sacrifício pela humanidade tenha sido abatido por uma estaca.Quanto ao descontrole;depende da versão.Em algumas versões eles possuem controle sobre suas vontades mas seriam frios.Em outras são seres monstruosos q se comportam feito animais.Alguém mencionou o filme Let Me In... No livro a criança vampiro é um menino na verdade.Ela ou ele foi vítima de uma castração e desde então é tido como menina.

Lord Anderson disse...

Anonimo das 13:49

Antes de Carmilla ainda teve o livro, O Vampiro de Jonh Polidori, lançado em 1819.

Andre, não sabia que vc tinha preconceito de classe, heheheheh

Lord Anderson disse...

"Lucy se torna presa fácil de Drácula por ser indiscreta e manter três pretendentes a cortejando ao mesmo tempo"

Só corrigindo, Lucy NÂO mantem 3 pretendentes, assim que Jack Seward e Quincey Morris se declaram, ela recusa os pedidos pq só tem interesse em Arthur.

Anônimo disse...

Eu sempre gostei de vampiros, desde.. hm... bem... da novela Vamp, que em minha defesa, passava quando eu tinha 4 anos. Me apaixonei por Entrevista com o Vampiro quando assisti pela primeira vez, ainda bem cedo, com uns nove ou dez anos, mas hoje a única coisa vampiresca que eu tenho assistido é True Blood.
Apesar do meu gosto por vampiros e outras coisas sobrenaturais, eu nunca gostei muito do Drácula, mas não sei explicar por que. O livro eu acho chato demais, dos filmes, eu gosto do Drácula com o Bela Lugosi, gosto de Nosferatu, mas o Drácula de 1992 foi bem broxante pra mim, mesmo com dois atores que eu amo - Gary Oldman e Winona Ryder. Eu precisaria rever esse filme pra entender melhor por que eu não gostei.
De Crepúsculo eu nao gosto por razões óbvias e The Vampire Diaries eu nunca vi porque me parece mais uma coisa sobre adolescentes apaixonadas por vampiros. Me disseram que era legal e eu ia começar a assistir na Warner, mas eles começaram a exibir dublado e eu desisti.

True Blood eu acho bem legal. A protagonista é uma mulher forte, decidida. Ela se envolve com dois vampiros (muito gatos, by the way) e por isso ela é constantemente julgada e criticada pelos moradores da cidade, que a chamam de Fang Banger e a culpam por coisas que acontecem com ela por ela ter se envolvido com vampiros. Se envolvido sexualmente. Sabemos que ela tem suas razões pra preferir vampiros. Mas a critica da série não é sobre Sookie transar com vampiros, mas a critica é com os que a julgam por isso, a série os mostra como falsos moralistas, pessoas ignorantes com medo do novo.
E a Sookie não é a única mulher forte na série. Tara, Pam, Jessica e outras personagens menores também.
A sexualidade dos vampiros é mesmo bem interessante. A maioria é bissexual, inclusive a série já teve cenas gays bem picantes.
Eu sempre procuro sinais de machismo na série - e em todas as outras coisas que eu assisto -, mas nesse caso eu até vejo alguns personagens machistas, mesmo o próprio vampiro galã Bill, que age muitas vezes como se fosse o dono da Sookie. E em se tratando de uma cidade bem pequena no sul dos Estados Unidos, personagens machistas e racistas não poderiam faltar. Mas não são só os vampiros que transam intensamente na série. As vampiras, as humanas, as lobas, as metamorfas, todo mundo exerce a sua sexualidade da maneira que podem/querem.
Interessante mencionar que no livro os personagens são diferentes. A Sookie do livro é descrita como uma mulher lindíssima, com curvas, seios avantajados. Não que a Anna Paquin seja feia, bem longe disso, mas ela é mais "normal" em relação a descrição que existe no livro. O Bill é mais exótico. Diferente do bonitão misterioso que tem na série. E o Eric é bem mais interessante no livro, com um comportamento bem mais bizarro, como se ele tivesse mais dificuldade pra se adaptar ao comportamento socialmente aceitável dos humanos contemporâneos. Os outros personagens mal aparecem no livro. A Tara não é negra e o Lafayette (um dos personagens mais legais da série) só é citado quando aparece morto no segundo livro.

Anônimo disse...

Faz algum tempo eu li numa dessas revistas semanais (Época?) um comentarista fazendo um paralelo entre Buffy, True Blood e Crepúsculo e como as "mocinhas" perderam a agência (sem utilizar esse termo).
Mt triste.
Vou ver se acho aí posto aqui.

André disse...

Lord Anderson,

Nem é por causa da classe social, os camponeses tinham uma higiene pessoal duvidosa, mas sobre a higiene pessoal da nobreza não temos nenhuma dúvida.

CALL disse...

Nossa, fico um pouco chocada que um blog que fale de cinema seja tão ingênuo ao postar uma crítica de filme B, por mais que não seja sua.

Eu estudo filmes trash e uma característica marcante de todos eles é o grotesco na forma de escatologia e sexualidade exagerada. O filme, para quem não assistiu, é claramente uma paródia de tantos filmes, esses sim machistas, que são lançados. Inclusive é uma crítica consciente sobre a misoginia desses filmes de terror/de vampiro que costumamos ver por aí.

André disse...

Lord,

Eu achei muito bacana a mordida em Sheryl Lee no filme Vampiros de John Carpenter.

Bizzys disse...

Gostei muito do post. Adoro histórias de vampiros, principalmente as da Anne Rice. Também assisto True Blood.

Sobre a Lucy, de Drácula: no livro ela é bem recatada mesmo, e todos a adoram, mas no filme (que aliás, eu odeio - ele estragou a história completamente) a personagem foi transformada numa "vadia", usava roupas decotadas, seduzia vários homens... A cena em que o Drácula a ataca é horrorosa, e quando ela é morta, o filme dá a entender que ela mereceu, pelos mesmos motivos citados pela autora do post.

Uma coisa que notei nos livros da Anne Rice foi que os vampiros homens tem a sexualidade bem mais livre que a das mulheres. E apesar de ter várias personagens femininas fortes, elas ficam em segundo plano em relação aos personagens masculinos, como o Lestat e o Armand. Não é dito nada sobre vampiras se envolvendo com pessoas do mesmo sexo, coisa que os vampiros homens sempre fazem. E geralmente as mulheres se tornam vampiras porque estão apaixonadas por um homem vampiro, e são transformadas por eles.

Sobre True Blood, concordo com o que o anônimo das 15:13 escreveu.

Anônimo disse...

Pra quem gosta, tem um livro q gostei mt falando sobre a origem do mito do vampiro, chamado A Histórias dos Vampiros:
http://books.google.com.br/books?id=PBARYJ1Ux3EC&lr=&hl=pt-BR

Eu como historiadora gostei mt da pesquisa documental que ele fez, como leitora, fiquei entendiada com algumas repetições, mas nada que macule a obra.
O melhor d td é q não deu pesadelo. Hehehe

Anônimo disse...

Minha nossa! Agora eu entendo porque o cheiro de mato queimado sempre vem do alojamento desse povinho de Humanas...

Elaine Cris disse...

Vários filmes de terror tem essa mesma premissa.
É como nos filmes do Jason ou do carinha lá da Hora do Pesadelo. A sobrevivente geralmente é a menina inocente e virgem.
No filme Pânico lembro que até fazem uma referência a isso. Quando a protagonista deixa de ser virgem alguém comenta que se fosse em um filme ela não sobreviveria. Algo assim.
Patético né.

Sarah disse...

Tá, esse filme é realmente imbecil e misógino, mas quanto ao resto, não concordo. Acho forçação de barra dizer que a estaca seria uma penetração, até porque os homens vampiros também morrem assim. Acho que as mulheres vampiras da atualidade tem dado um belo exemplo de liberdade sexual, como Elena e Katherine, de TVD, que tem vários parcerios sexuais.

Luiz Prata disse...

Curiosamente, desde criança sempre torci pelxs vampirxs e contra os Van Helsing. Na verdade, eu sempre curti histórias protagonizadas por criaturas sobrenaturais de modo geral, como a Família Addams e os Monstros (The Munsters, com Herman, Lily, Vovô, Eddie e Marilyn).

Um filme que achei interessante foi a comédia Drácula– amor à primeira mordida, com George Hamilton (Drácula) e Susan St. James (uma psicóloga por quem ele se apaixona). A psicóloga é namorada do descendente atual dos Van Helsing (um chato, diga-se). No final, Drácula e a psicóloga ficam juntos e o Van Helsing fica a ver navios.

@Patty Kirsche:
Acho que histórias de vampirxs podem ser de qualquer gênero, não apenas terror (tanto que citei uma comédia acima), o que seria muito limitante para a variedade de leituras que o mito apresenta.
Na verdade, a qualidade depende do talento de quem escreve, independentemente do estilo.

Eli disse...

É engraçado como vampiras e bruxas se conectam. Elas poderiam ser julgadas já pelo simples fato de serem mulheres, mas tem o agravante.

Quanto a isso de relação sexual entre vampiros me lembro da minha amiga comentar que em um dos livros da Anne Rice um dos vampiros morde um humano totalmente contra a vontade dele e que pra ela a cena foi tão forte porque ela viu ali metaforicamente um estupro. Aqui pensando quantas cenas dessas não houveram nos livros mas que ela não percebeu se tratarem de estupros por achar que tem que haver violência e uma total resistência no ato.

Anônimo disse...

Essa história de vampiras é pura projeção da negatividade masculina sobre as mulheres. O verdadeiro vampirismo é a heterossexualidade. Heterossexualidade é invasão e parasitismo. Heterossexualidade é trabalho forçado e penoso. Hetossexualidade é o bloqueio da liberdade emocional e da liberdade corporal. Heterossexualidade é restrição das possibilidades e dos horizontes da vida. Heterossexualide é a ocupação e a dominação masculina no território da subjetividade mais íntima. Heterossexualidade é a base da fundação da Família, Propriedade, Estado e Guerra. A peça básica de manutenção do falocentrismo. É violação psíquica e colonização generalizada dos corpos das mulheres ao pertencimento dos homens. Heterossexualidade é reprodução compulsória, é a obrigatoriedade da realização de um ato sexual bizarro e antiquando, a fim de manter o interesse do seu "parceiro". Heterossexualidade é dizer sim ao sexo que você não quer e quando você não quer, porque você vive com medo de ser deixada por ele. Heterossexualidade é a divisão das iguais com os desiguais para dominar, é a política mestre em controlar nossos corpos, afetos e vidas. Heterossexualidade é um monte de promessas quebradas, às vezes ossos quebrados. Heterossexualidade é o meio fundamental de forçar indivíduos à obediência e ao silêncio. Heterossexualidade é morte.

Anônimo disse...

Falando em vampiros, alguém sabe do Raziel(Raphael)? Achei o perfil dele no facebook e por incrível que pareça aquele mascu está namorando. Isso me deixa muito triste, pois o que eu vejo é mais uma vítima de um mascu cretino!

D. C. Guterres disse...

Gostei das análises, mas a sexualidade feminina é infinitamente mais reprimida nos "comédias românticas" estreladas por Sandra Bullock, Jennifer Anniston, Hugh Grant e centenas de atores que nunca ganharão o Oscar. Se nos filmes de vampiros as mulheres mais "libidinosas" sofrem mortes grotescas (eu prefiro os filmes de zumbis e acabei de assistir "stripers zumbis", uma versão zumbi do Vampiras Lésbicas - ASSISTAM!), nas comédias-românticas de censura livre a mulher é retratada como desesperada por estar sozinha, sem filhos, no auge de sua carreira, porém infeliz por não ter um homem (que será a razão da sua felicidade!). Isso não é muito pior do que uma morte rápida e grotesca?

Hamanndah disse...

Lola ta na cara que este anonimo acima e um mascu tentando passar a ideia que nos somos contra a heterossexualida so porque apoiamos os homossexuais em sua luta contra a discriminacao e homofobia.

mascu nojento: ninguem aqui e contra sexo hetero. somos a favor do direito de todos exercerem a sexualidade que escolherem. Nenhum(a) de nos esta em guerra contra os homens, apenas contra o machismo de panacas imbecis como vc que vem aqui para tentar passar uma imagem de androfobia e heterofobia. que nao temos. o que todos(as) nos temos aqui e fobia ao machismo, racismo e homofobis. E contra isso que combatemos. Hamanndah

Audrey Hepburn disse...

Lola, sei que não tem muito com o tema do post, porém gostaria de saber qual se opinião (se é que você conhece esse fenômeno!hahahahha) sobre a boyband One Direction, porque vou te contar, atualmente parece não existir coisa que atiça tanto a sexualidade das adolescentes. É uma relação completamente diferente que elas tem com os ídolos. Na minha época nunca que existia fãs fantasiando com um suposto romance gay entre dois integrantes de uma boyband!(Sem preconceito, mas isso é uma postura sem precedentes no filão 'boyband'). Amo seu blog! beijos

Elisa disse...

O livro Dracula é vitoriano, ou seja, escrito em uma realidade muito diferente, e não dá pra julga-lo com os olhos de hoje. O post não faz justiça aos personagens da Minna e da Lucy, que no livro em momento algum são repudiadas por serem mulheres, ou por uma delas ser "facil". O livro deixa claro que Lucy não foi punida por seu comportamento sexual, mas por ter sido transformada em uma criatura não natural. E como o Lord Anderson disse, no livro todos ficam incomodados com o Conde, tanto que a primeira impressão que é causada é sempre de desconforto e de horror. Infelizmente a autora do post foi um pouco tendenciosa. Ja quanto ao "matadores de vampiras lésbicas", aí não dá pra falar nada mesmo, ainda mais se levarmos em conta a "continuação" que felizmente nunca aconteceu, que seria sobre lobisomens gays.

Patty Kirsche disse...

@Sarah: A simbologia da estaca é discutida no livro do Dijkstra que citei num comentário anterior.

Com relação aos vampiros, no início eles representavam homens discriminados, como o homossexual ou o "inferior" do leste europeu. Isso é discutido no livro
"História dos Vampiros: Autópsia de um Mito" do autor Claude Lecouteux.

É interessante vc citar Elena e Katherine, pq minha pesquisa está focada nelas. Eu sei que no senso comum a representação delas pode parecer progressista, mas a conclusão à qual eu chego após uma detalhada análise é de que TVD está apenas reiterando velhos padrões sob uma máscara de transgressão.

Patty Kirsche disse...

@Lord Anderson: Olha, tenho quase certeza de que minha tese ficará disponível em pdf após a defesa. Conversei algo sobre isso com meu orientador. Assim que isso acontecer, compartilharei o link aqui. :)

Patty Kirsche disse...

Agradeço pelos comentários! Infelizmente, não posso responder todos, mas foi um prazer conhecer outras opiniões.

Anônimo disse...

Arthur+ 1 verme
Desculpem,mas eu não ligo vampiros a sexualidade...em minha visão eles são seres que simplesmente não veem os humanos como seres de sua especie,achando que podme,estuprar,devorar,matar e oque seja,pra mim esse é o snetido do vampiro...mas é claro existme muitos autores com diferentes estilos de vampiro,um dos que indico é o MANGÁ (pois o anime é uma bosta)de Rosário to Vampire...alem de ser uma obra nas entrelinhas contra a xenophobia,há vampiras bem interessantes nomangá,não direi pra não dar spoilers!só dirie um consselho,ele é dividido em ano 1 e 2,sendo o 2 bem melhor...o único rpoblema do mangá é o ecchhi e venda do corpo feminino(apenas d eperssonágens específicas),mas há perssonagens femininas que não são usada srpa isso,como kahlua e akuha(vampiras) que são muito fodas!indico o mangá!nele o protagonista e´um humano sme poderes salvo pro 5 meninas monstro(uma vmapira,uma succubus,2bruxas e uma yuki onna) e tmabem por um ys=asha homosexual!todos os 6 gostam do aono que não repara nem que o mundo existe!aconsselho a elr,desculpe o flood ,mas acho bem eprtinente dize rque há infinitos outros modos de vmapiros e antes de ir AKUHA SHUZEN É A MELHOR VAMPIRA D ETODOS OS TMEPOS!pesquisem o nome e olhem rpa ver o tipo físico dela(é chineza) ela é bem realista e não um pedaço de carne randon...

Anônimo disse...

Audrey Hepburn, talvez seja realmente novidade no que diz respeito a boybands aqui no ocidente, mas há séculos que as fangirls do mundo inteiro fantasiam romances gays entre seus personagens favoritos. Dos mais diversos gêneros literários, dos romances aos quadrinhos, do cinema, seriados, e por aí vai...

Lala disse...

Elena, Katherine e outras personagens de The Vampire não reprimem sua sexualidade... Assim vejo, pelo menos... Todas tiveram vários parceiros e não lembro se algum episódio ter tratado alguma, apesar de personagens adolescentes, como virgens ou inseguras na vida sexual... Acho que o feminismo é uma grande luta, tem fortes motivos e conquistou - conquistará ainda - muitas coisas. Mas acho que generalizar personagens de cinema e série é forçar a barra. Sobre Crepúsculo que é uma grande bobagem ehehehe, mas não acho que a personagem principal - a Bella - tenha reprimido sua sexualidade... Acho que a sexualidade dela foi reprimida pelo Edward que durante toda saga trazia suas repreensões de outras épocas já que ele tinha sei lá mais de 100 anos...

Janaina disse...

Discordo de muita coisa, em especial porque o uso de estacas contra vampiros remonta aos "vampir" da Idade Media, que segundo a crença eram apenas cadavares que retornavam dos mortos para assombrar os vivos (algo mais proximo dos zumbis atuais). Recomendo o livro "Esquecidos por Deus", da historiadora Mary del Priore, que dá uma visão histórica bem interessante sobre muitos mitos e monstros.

Anônimo disse...

Lola, dá uma olhada nesse artigo que analisa a Maternidade a partir de algumas formulações filosóficas, psicanalíticas, histórico-culturais que se refletem na Literatura Inglesa: http://www.amulhernaliteratura.ufsc.br/artigo_cristina.htm

Luiz Prata disse...

Cometi um pequeno engano na minha descrição de Amor à primeira mordida: a personagem de Susan Saint James era modelo, não psicóloga. Era o mala descendente dos van Helsing que era psicólogo.

Anônimo disse...

Eu já não levo tão a sério essa história q homens odeiam mulheres lésbicas se elas tiverem um estilo considerado feminino e atraente pros homens, pelo contrário a mídia ensina os homens a achar legal mulher se pegando, no caso do filme, não acho q elas foram punidas por gostar de mulher, a história q vc contou da espada ser comparada com um pênis, deve ter sido pq já q se trata de mulher mesmo ainda mais mulher se pegando, os homens devem ter achado legal e gostariam de se aproveitar delas se possível.

Lord Anderson disse...

Patty Kirsche

eu preciso ler os livros e autores que vc citou, pq não conhecia essas interpretações.

Os estudioso que li apontavam o vampirismo como originarios de casos de porfiria, doença que entre outras coisas deixa a pele avermelhada e sensivel ao sol, alem do medo da volta dos mortos,principalmente daqueles nao sepultados com os ritos funerarios corretos (uma das lendas afirma que suicidas e hereges podem se tornar vampiros)e do desconhecimento sobre a transmissão de doenças, oq levava muitos a julgarem que mortes "estranhas" eram causadas por vampiros.

Dai os relatos de "epedemias" vampiricas que aconteceram em tantos paises do leste europeu e que contavam até com a interferencia de forças oficias dos paises.

Claro, justamente por ser um mito tão difundido e tão variado em suas formas, multiplas origens e interpretações podem ser avalaiadas.

Anônimo disse...

D. C. Guterres, Sandra Bullock já ganhou um Oscar.

Taly disse...

Perae, eu perdi alguma coisa ou é só um review desse filme específico? Se for só isso mesmo achei péssimo, achei interessante essa perspectiva da misóginia com relação a vampiros mas queria que ela tivesse sido aprofundada e mencionasse outros filmes e livros, como Entrevista com o vampiro e True Blood, que pra mim não há praticamente sexismo. Mas agora é muito fácil pegar um filme extremo do extremo e criar uma teoria doida baseado nele e no Drácula (que foi escrito em outros tempos) e falar que Vampiras ensinam meninas a reprimir sua sexualidade...

Anônimo disse...

Concordo com o/a D. C. Guterres! Comédias românticas reprimem bem mais. Acho que tem pouquíssimos filmes desse gênero que tratam de relacionamentos mesmo e não da necessidade da mulher de ter um homem e filhos. Se bem que há algumas que estão saindo mais liberais, como "Sexo sem compromisso", da Natalie Portman e do Ashton Kutcher.

Cláudia disse...

Quero lembrar que, em Drácula, os instrumentos fálicos são utilizados para matar também o próprio Conde Drácula. E, assim como aconteceu com a Lucy, quem termina de matar (mas ele já não estava morto? rsrs) Drácula é Mina, reencarnação de sua esposa. Então o que serviu para a personagem feminina Lucy serviu também para o personagem masculino Drácula. Logo discordo da autora nesse caso específico.

Lord Anderson disse...

Claudia

Só esclarecendo , essa historia da Mina ser reencarnação da esposa do Conde só aparece nos filmes.

Não tem nada sobre isso no livros, nem sobre a esposa em si.

Lá Dracula é mostrado como um monstro perigoso e só, não tem romance.

Verô! disse...

Eu me recusei a ver esse filme "Matadores de Vampiras Lésbicas", só pelo nome notei que seria um festival de misoginia e lesbofobia. O guest post só confirmou minhas suspeitas.

Enfim, eu achei interessante o guest post :)

De fato os vampiros são apropriados de diversas formas pela cultura pop e muitas vezes essa apropriação é bem negativa. Mas eu gostaria de lembrar de uma autora que escreveu muito sobre vampiros, a Anne Rice. Nas crônicas vampirescas dela há muitas personagens femininas e fortes. Destaco aqui o livro "A Rainha dos Condenados", não vou detalhar muito a trama para não estragar a graça, mas na história as personagens femininas desempenham um papel muito importante. Além disso, os vampiros da Anne são altamente sexuais, mas de uma sexualidade que foge bastante do padrão héteronormativo. O filho da Anne Rice é gay, talvez isso tenha inspirado a autora nesse sentido.

Verô! disse...

E um adendo. É bem interessante perceber como o "entrevista com o vampiro" e a "rainha dos condenados" foram para o cinema. No caso do "A rainha dos condenados", as personagens femininas praticamente desapareceram, o foco vai quase todo para o Lestat. Nesse caso o filme acabou com o livro, as diferenças entre o livro e o filme são gritantes!

Eu até curto o filme "entrevista com o vampiro", a Cláudia foi interpretada maravilhosamente bem pela Kirsten Dunst, ela roubou a cena! Na minha opinião a Claudia é a personagem principal tanto do filme quanto do livro. A personagem foi inspirada na filha da Anne Rice que morreu vitimada pela leucemia.

Lillian disse...

Sou aficcionada por vampiros e grande fã da Anne Rice, de quem eu já devorei praticamente todas as Crônicas Vampirescas. Achei que o artigo começou bem ao falar do Drácula - embora ele tenha sido escrito na era vitoriana, então, é lógico que ele se baseia nos valores vigentes da época. Agora, com tantos filmes e seriados sobre vampiros, como Entrevista com o Vampiro, Fome de Viver, Garotos Perdidos, Buffy/Angel, True Blood e a série Vampire Diaries, a autora foi pegar justamente uma coisa tão grotesca e escrota como Matadores de Vampiras Lésbicas pra tentar justificar seu ponto de vista? Sério, acho que o artigo perdeu o foco aí. Pra mim é o mesmo que analisar filmes épicos tendo como exemplo Espartalhões. Se a tese é sobre vampiros, imagino que esse artigo é só uma parte dele. Gostaria de ler a análise de outras obras mais relevantes sobre vampiros.

Digo isso porque o vampirismo ganhou uma significativa repaginada (e voltou a ficar em evidênci) com o movimento pós-punk e gótico das décadas de 70/80. E uma das premissas desse movimento era a androginia e a quebra dos padrões de gênero. Tanto que isso é claramente observado nos vampiros da Anne Rice, que são andróginos e têm mais experiências homoafetivas do que heteroafetivas. Outras obras da época como os filmes Fome de Viver e Garotos Perdidos também procuram romper com a identidade de gênero, seja no comportamento ou na caracterização dos personagens.

Ora, se as obras mais recentes e relevantes sobre vampiros foram fortemente impulsionadas por um movimento identificado pela androginia e pela ruptura da identidade de gênero, acho muito complicado falar em repressão da sexualidade feminina. Talvez isso seja válido para Matadores de Vampiras Lésbicas, ou, sei lá, Crepúsculo. Mas não para as obras datadas do pós punk e suas sucessoras mais recentes.

Enfim, talvez eu seja fã demais de autores de obras sobre vampiros onde o padrão de gênero é contestado e a liberdade sexual é enaltecida. Mas o fato é que eu não consigo fazer uma ligação entre vampirismo e repressão da sexualidade feminina. E tampouco acho que Matadores de Vampiras Lésbicas seja um bom exemplar da categoria obras sobre vampiros para se falar a respeito.

lola aronovich disse...

Alguém falou da Kirsten Dunst (nunca sei escrever o nome dela) em Entrevista com o Vampiro. Acho a Claudia a melhor coisa do filme inteiro, disparado! Rouba todas as cenas. Anos atrás, quando eu dava aula de inglês em escola de idiomas, eu trabalhava muito com atividades tiradas de filmes. E usei bastante Entrevista com o Vampiro, porque sempre me pareceu que o pessoal fala bem devagar lá (Matrix é outro filme fácil pra aluno entender o inglês falado). Estou falando dos primórdios da internet, internet discada mesmo, então era complicado encontrar legendas em inglês, close captions, pra facilitar o meu trabalho. E aí acabei parando num site que tinha roteiro de filmes (adoro ler roteiros!). E o que me chamou a atenção é que o Tom Cruise e o Brad Pitt podiam improvisar à vontade e abandonar os diálogos do roteiro original, mas a Kirsten tinha que seguir o roteiro à risca. Imagino que isso aconteça em todos os filmes: astros têm muito mais liberdade, obviamente, pra fazer o que quiser, inclusive improvisar e mudar falas. Mas, enfim, nem sei onde quero chegar com isso. Só que a Claudia é um personagem marcante. Ah, e lembro que a homossexualidade (principalmente do personagem do Antonio Banderas) estava muito mais presente no roteiro.

Unknown disse...

Pararam pra pensar que este filme ensina a ser mascu? Diz algo como "o feminismo é mau, já que empodera as mulheres, e as fazem ter liberdade plena sobre sua vida. Logo, temos que 'descer o pau' (em todos os sentidos) pra não perdermos nossa hegemonia e poder." Me admira a Carmilla não ter um lacaio gay do seu lado, já que os gays "são amigos das mulheres e distorcem a masculinidade, favorecendo-a ao molde feminino".

Mandy Carol disse...

Anita Blake então só exerce a sexualidade dela hahahahhaha! Mas foi escrita por uma mulher também.

Carolina disse...

Desculpa, mas o "Matadores de Vampiras Lésbicas" é uma sátira de todos os filmes gore/trash/vampirescos/giallo/o-que-mais-tiver-sangue-e-mulher antigos. Toda a misoginia que está ali é escancaradamente cômica. Você fez uma análise ótima, mas esses elementos todos não são "originais" do filme, são coisas cultivadas em tantos outros filmes (muitos nem de vampiros). Achei incrível ver tudo isso compilado sem cerimônia em um filme, que, pra mim, é feminista justamente por zombar desses elementos "clássicos" de tantos filmes que marcaram minha adoelscência e eu curti sem perceber o quanto eram horrendos. Po, Lola!