quinta-feira, 11 de julho de 2013

GUEST POST: MÉDICOS SE FAZEM DE COITADINHOS

Marussia, médica em Fortaleza, deixou este comentário no post das duas jovens médicas. O comentário foi tão aplaudido que está sendo publicado como guest post.
E por falar em aplausos, o maridão disse que tem lido aqui os melhores comentários (contra e a favor da importação de médicos estrangeiros) em toda a internet. Eu concordo: em geral, o debate está excelente. Então vamos a mais um post polêmico. 

Eu, como médica, sou a favor da vinda de médicos estrangeiros, de preferência, cubanos. 
Algumas considerações:
Há uma carência global de médicos no Brasil. Esta carência é grave em muitos locais do norte e nordeste para onde a maioria dos médicos não quer ir, mesmo com "estrutura" e bons salários. Não falta trabalho para médico nos grandes e médios centros. Médico adora se fazer de coitadinho mas a verdade é que não falta trabalho e nós ganhamos bem, muito bem. Não é qualquer salário que vai atrair para o interior uma classe altamente elitista como a classe médica.
Até pouco tempo só quem fazia medicina era quem vinha de escola particular. De uma turma de 70 alunos somente um ou dois eram de escola pública. Agora tem também os que se formam em faculdades privadas cujos pais, boa parte médicos, podem pagar até cinco mil reais por mês pro filho ou filha ou filhos fazerem medicina. E não me digam que eles pagam tanto só para seus filhos "amarem os seres humanos". Não vamos ser hipócritas.
Médico formado pela UFBA
Pode ser que com as cotas possamos formar médicos que vejam na ida para o interior uma oportunidade de juntar um dinheiro e ajudar a família. Pode ser também que com a formação de mais médicos o mercado nos empurre para lá. A verdade é que nós não vamos para lá por termos opções melhores.
Os mesmos médicos que falam tanto de falta de estrutura são os mesmos que criticam o bolsa família. Eu conto nos dedos os médicos que são a favor do bolsa família. Como médico reclama de falta de estrutura e critica um programa que garante um mínimo de segurança alimentar para as famílias? É totalmente incoerente e hipócrita. 
A verdade é que a classe médica é a classe mais reacionária que eu conheço. Os médicos, com exceções, são contra cotas, contra bolsa família, contra PEC das domésticas, enfim, contra programas sociais. O cartaz que a médica segura, "Dilma vá tratar seu linfoma em Cuba", mostra bem o perfil da classe médica. 
Nós não temos formação em saúde pública. Os cubanos são muito melhores nisso. Conheço pessoas que já trabalharam com cubanos e que dizem que eles são melhores, disparadamente. Vale lembrar que a mortalidade infantil em Cuba é menor que a dos EUA e que os cubanos também vivem mais que os americanos, embora, em termos de tecnologia, estejam muito mais atrasados. 
Ah, se há uma coisa que JÁ funciona aqui no Brasil é o esquema de vacinação, com ampla cobertura e eficácia. 
Os médicos que foram para as ruas são os mesmos que foram contra o programa do governo que incentiva o jovem médico a ir para o interior dando pontos na prova de residência para quem fosse. Claro! Isso tira vantagens de seus filhos na hora de prestar concurso para residência. 
O Conselho Federal de Medicina e a Associação Médica Brasileira já se manifestaram contra as medidas da Dilma. Afinal, o que querem eles?
Planos de carreira não são a solução. Mesmo juízes, de quem os médicos burramente costumam ter inveja, só podem ter um emprego. Os médicos podem ter vários vínculos públicos e privados. No final, a soma do que se recebe em cada um destes vínculos dá muito mais do que o que um juiz ganha. É uma questão de mercado. Como eu já disse, nós ainda podemos escolher não ir para o interior. Então deixemos que vá quem queira ir! 

191 comentários:

Anônimo disse...

A Lola apoia a vinda de guerrilheiros cubanos para o interior do Brasil.

A Lola e a favor de um golpe comunista no Brasil.

LSDiana! disse...

Marussia, já elogiei seu comentário e quero elogiá-lo agora como post.

Todos sabemos que há falta de estrutura assim como não há números de médicos o suficiente, não entrarei mais neste ponto.

O que tem me deixado atordoada é que em todas as outras profissões (como citaram os professores) há exatamente os mesmos problemas. Será que não há uma boa alma que curse medicina e pense em tentar mudar essa realidade de perto?
Tanta gente se esforça pra realizar seu trabalho, mudar uma realidade.
Não é mais fácil tentar começar isso nos municípios ao invés de sair atacando governo federal?

Ok, vamos lutar por melhor estrutura em cidades que nunca vamos pisar, enquanto isso não melhora, vamos deixar todos morrendo sem o mínimo da dignidade, de ao menos, saber a doença que lhe consome.
E vamos esperar que prefeitos usem corretamente as verbas da saúde.
Quando tudo for um lindo sonho azul, aí sim os médicos poderão "tentar a sorte" no interior.
E quem não tá feliz, que vá morrer em Cuba! (ironia)

Acho que falta um pouco de cidadania, empatia e vontade de fazer a diferença. Isso, realmente, não parece ser matéria no curso de medicina.

Obs.: salvo as exceções, sei que há médicos extremamente competentes e humanos. Outros que são só competentes, e outros que é melhor nem comentar.

Flavio Moreira disse...

Nessa discussão, uma pergunta me veio à mente: existe uma estatística dizendo quais as especialidades em que mais se formam os alunos de medicina? Seria interessante ter esse mapeamento, porque indicaria para onde vai o interesse do formando, quais especialidades parecem se concentrar mais na questão financeira (que dão mais retorno).
Já ouvi comentários de que há muitos cirurgiões plásticos, por exemplo, porque há uma demanda grande por cirurgias estéticas.
Por experiência própria, já passei por vários dermatologistas que atendem em clínicas de estética, somente. Foi difícil achar um profissional que não tivesse um perfil de "esteticista" - nada contra, mas para o meu caso, não era do que eu precisava.
Outra coisa que me passa pela cabeça em relação aos argumentos contra a vinda dos médicos por 'falta de estrutura' - então é melhor nenhum atendimento a algum atendimento, é isso?
Acho a posição da Dra Marussia mais consistente e realista.
De fato, medicina é um curso elitista e caro. Mesmo não se devendo generalizar, quantos, verdadeiramente estão ali por 'amor ao ser humano'?

nina disse...

aplaudindo. sem mais.

Anônimo disse...

E o movimento "cansei" dos médicos elitistas, vejam o perfil de quem participou das manifestações deles, todos brancos, estilo classe media alto, ou seja, NÃO REPRESENTAM O POVO, são a burguesia.

E quando a revolução acontecer, com certeza sabem que vamos exilar a burguesia e eliminar a direita.

Anônimo disse...

Outra coisa que me passa pela cabeça em relação aos argumentos contra a vinda dos médicos por 'falta de estrutura' - então é melhor nenhum atendimento a algum atendimento, é isso?
-
NÃO, o melhor e dar a estrutura, temos recursos para dar estrutura, são 86 bilhões em recursos, não podemos nos acomodar como "melhor pingando do que faltando' se sabemos que podemos muito mais.
O problema e que para dar esta estrutura, os velhos partidos de centro e esquerda e seus corruptos clônicos e encostados concursados no estado, devem deixar o poder, e esquerdista prefere viver nas mer#$ do que largar o osso.

Julianny disse...

Marussia, sua linda! Adorei seu post!
Ontem mesmo falava sobre "a classe que tem um rei na barriga" com uma amiga que é bióloga e educadora concursada. Mesmo com curso superior (eu sou fisioterapeuta), ambas temos formações acadêmicas que nos garantem salários de cerca de 10% do que vem sendo oferecido aos médicos para trabalhar nessas regiões. E pra eles não está bom? "Me paga 10 mil e eu vou ser a pessoa mais feliz desse mundo até no Acre" ela me disse. E é isso mesmo, eu também deixo o Rio Grande do Sul "bem faceira" por um salário desses!

Mari disse...

Tenho tantas críticas a esse post que nem sei por onde começar...
Concordo com a médica quando ela diz que muitos médicos são sim elitistas. Mas não acho aue sejam mais do que outras profissões. Além disso, é um erro grave de generalização querer colocar todos num mesmo pacote e dizer que ninguém quer ir para o interior porque é todo mundo um bando de filhinho de papai mimado. Que é basicamente o que ela diz no texto.

Segundo ponto que eu queria abordar aqui é: não sei de onde ela tirou que mesmo com ótimos salários e infraestrutura os médicos não querem ir. Tem MUITA gente que quer ir pro interior seja pra fazer um pé de meia legal e depois voltar pra capital, seja porque considera a vida no interior mais tranquila mesmo. Só que NÃO TEM ESTRUTURA, gente. É sério. E não dá pra vir com essa história de que mesmo sem estrutura dá pro médico trabalhar, porque não dá. Só com um estetoscópio e aparelho de pressão ninguém trata paciente, desculpem. Tem que ter medicamento, tem que ter material pelo menos para pequenos procedimentos (gaze, agulha, luva,...). Tem que ter acesso a exames laboratoriais básicos. Tem que ter saneamento básico! É isso que as pessoas deveriam reivindicar do governo, não vinda de médicos estrangeiros sem revalida.
Aliás, esse é outro ponto interessante do texto da médica. Ela afirma que os cubanos são todos muito bons (supostamente melhores que os brasileiros). Então por que não podem ser submetidos ao revalida? Lembrando aqui que o governo não está mais falando só em trazer cubanos, mas também portugueses e espanhóis. E que menos da metade dos estrangeiros que têm se submetido ao revalida são aprovados (mas são todos muito bons, não é?)
Eu conheço médicos que tem uma postura semelhante a da pessoa que esceveu o guest post. Não entendo, siceramente, como pessoas que teoricamente conhecem a realidade da saúde brasileira podem se iludir ao ponto de acredtar que essa medida tapa buraco vai resolver alguma coisa. Sabe o que vai acontecer se o governo trouxer milhares de médicos estrangeiros para trabalhar no interior? Eles vão fazer tanto quanto um médico brasileiro seria capaz naquelas condições. E depois de um tempo, eles vão migrar para os grandes centros. E o interior vai continuar sem médicos. E sem postos de saúde. E sem hospitais.
Ah, não, esqueci! Agora o governo vai mandar estudantes de medicina para lá! Porque isso sim vai resolver toda a questão.

Daniela Ferron Carneiro disse...

Adorei o post. Eu concordo com a autora; sou nutricionista, trabalhei 2 anos no SUS e a maioria dos médicos que conheci neste período tem este perfil (reacionários, contra programas de transferência de renda, contra o próprio SUS). Acho que está mais do que na hora da categoria médica sair do pedestal e tratar as pessoas com dignidade.

Sinceramente eu apoio o fato dos médicos e demais profissionais de saúde terem que passar obrigatoriamente por um período de trabalho no SUS antes de obterem o registro profissional definitivo. Afinal, a saúde no Brasil não se organiza por meio do Sistema Único de Saúde? Não está na Constituição que o SUS é o sistema de saúde do Brasil, e que é para todos os brasileiros?

Tem todo o sentido TODOS os profissionais de saúde passarem obrigatoriamente pelo SUS, viverem a realidade da maior parte da população brasileira, contribuir com a comunidade e depois, cada um faça o que quiser da vida!

O que acontece hoje é que a maior parte das faculdades não formam profissionais de saúde para o SUS, e sim para a lógica mercantilista da saúde privada. Não está certo isso. Independente de estudar em faculdade pública ou privada, os profissionais de saúde no Brasil têm que serem formados pra trabalhar no nosso sistema de saúde, a fim promover uma saúde pública com qualidade e dignidade pra toda a população.

deborah disse...

Só uma pergunta de uma verdadeira leiga: concordei com o que foi colocado no último post, mas qual seria o problema da revalidação do diploma de qualquer médico estrangeiro?

Carlírio Neto disse...

Saudações

Quero muito aplaudir de pé este post.
A verdade, para quem quiser ler.


Até mais!

Carlírio Neto disse...

Saudações

Este guest post bateu, exatamente, com o meu ponto de vista sobre a questão dos médicos no Brasil.

Vejamos como se encaminhará toda a questão, daqui para frente.


Até mais!

Marcia disse...

Meu comentário vai como estudante de políticas públicas e analista do bolsa família, que, aliás, contribuiu e muito para o sucesso do programa de vacinação (estar com as vacinas em dia é uma exigência para receber o benefício).
Marussia, você está coberta de razão. Trinta anos de avaliação das políticas de saúde são unânimes em demonstrar a falta de humanidade como regra geral dos profissionais da saúde. No estado de São Paulo, cidades como Campinas e a Capital, profissionais negam a parturientes a opção do parto normal com anestesia, adivinha por quê? "Ora, por que pobre e negra, se sentir dor, tem mais chances de ter menos filhos." E não tem melhor infraestrutura que irá mudar esse preconceito. Agora, um médico cubano, imagino que pense diferente.

A grande reclamação de beneficiárias do bolsa família é como são desprezadas e maltratadas pelo serviço público, especialmente pelos profissionais do SUS. Qual o motivo? Falta de estrutura? Não, o velho e ativo preconceito de classe, cor e gênero, tão comuns a classe média alta no país.

Não consegui sentir uma pontinha só de simpatia pelas reivindicações dos médicos, não que não ache importante a melhoria da infraestrutura, mas por perceber um desconhecimento e um preconceito com o interior do Brasil e seus cidadãos que é sem tamanho.

Será que tem explicação o comportamento da médica da uti de curitiba? E quão exceção ela é?

O Sus é desigual, nem todo hospital em São Paulo funciona como o Incor, nem todo hospital em Rondônia é um lixo. E me dizer que só temos problemas com infraestrutura...

Marcia disse...

Flavio, algumas pesquisas de opinião entre estudantes de medicina para ilustrar o que disse a Marussia:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022011000100005

Valéria Fernandes disse...

Como consumidora de serviços médicos, e mais ainda agora, na gravidez, eu concordo quase que 100% com a Marussia. Tinha lido o comentário e não tinha pontuado nada. Só comentando: o filho de uma amiga professora cursa medicina na UnB. Segundo ela, apesar do menino ter uma grande empatia pelos seres humanos, a cada novo semestre ele se apaixona por uma nova área baseando-se em dois critérios: mercado e rentabilidade. Neste momento, ele está com bolsa do programa “Ciência para Todos” em uma universidade no sul da França.

Eu, sinceramente, não acredito que o programa “Mais Médicos” vá vingar, periga ser mais um fiasco do governo Dilma, que se mostra cada vez mais frágil e covarde (*não abraço a tese da Lola de que o Governo do PT é refém*). Sabe coisa pensada a toque de caixa? Pois é... Não vejo como justo obrigar alguém (*estudantes de medicina, direito, qualquer área da educação, etc.*) a trabalhar em qualquer lugar em troca do diploma. No caso dos estudantes de medicina, pior ainda, pois é chantagem e com risco de vidas humanas. E ainda há um ponto que a Maria Valéria levantou no outro post o "quem vai supervisionar?”. Não há professores suficientes.

De qualquer forma, faz-se necessário humanizar os cursos de medicina, seja atraindo - via cotas e outros expedientes - jovens comprometidos com saúde pública e preventiva; seja mudando um pouco (*acabar com isso, impossível*) o pensamento mercantilista que impera em vários setores; reformando currículos e obrigando vários campos de saúde pública a se integrarem de forma menos hierarquizada; ou trazendo médicos estrangeiros (*com competência avaliada e de múltiplas nacionalidades*) para atender no país.

Acreditem, já li em textos de médicos e ouvi coisas como “se seu obstetra não quer fazer parto normal (*sem razão válida*) não insista, el@ não sabe fazer. Encare a cesárea ou mude de obstetra”. Isso no país em que o Conselho de Medicina (*co-participe junto com o governo federal-estadual-municipal de muitos males da saúde neste país*) desaconselha as casas de parto e tenta caracterizar o parto – coisa mais natural desde que humanos existem – como ato médico. Desculpem o desvio, mas minha experiência atual está meio que canalizando muito do que eu penso ou escrevo.

P.S.: Só comediante pode falar da vinda de guerrilheiros cubanos, quando o maior escândalo do momento é a questão da espionagem norte americana. Ah, sim, mas eles podem e, como disse o sábio Bóris Casoy, todo mundo espiona todo mundo e reclamar é uma bobagem...

Marcia disse...

E mais um aqui:
http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=500654&indexSearch=ID

Anônimo disse...

Excelente, perfeito!! Sou rodeada de médicos na família e tenho que ficar lendo hipocrisia no facebook todo dia, dureza.
Vc mencionou os juízes no fim do post. Sou da área jurídica, concursada, e digo, não existe problema em preencher vagas de juízes nessas cidades distantes e pequenas. É só abrir concurso que muitos se inscrevem. E nem vem dizer que "claro, a remuneração é alta", porque com remuneração semelhante (15-20 mil por mês) os médicos não topam.

Anônimo disse...

Anônomo 11H18: então apoiem o paliativo dos médicos cubanos e LUTEM POR MELHOR ESTRUTURA, PORQUE UMA COISA NÃO IMPEDE A OUTRA.

Anônimo disse...

Mari, eu acho, só acho, que o governo vai condicionar a vinda dos cubanos a que eles permaneçam nas cidades pequenas.
E mais uma vez, algum médico cubano e falta de estrutura é melhor do que nenhum médico e falta de estrutura. Ta difícil entender essa parte, hein?

Ricardo Arini disse...

Morro de rir com os "dotôres e dotôras" dizendo que "com o Revalida tudo bem, podem trazer médicos de fora". Hahaha...Um exame que reprova 90% do candidatos pode ser tudo, menos justo. Tá na cara que essa prova é um mecanismo de bloqueio da entrada de médicos formados no exterior.

Anônimo disse...

Flavio,

Recentemente saiu uma matéria num jornal de grande circulação, nao lembro qual, mas acredito ( aprendi a duvidar do que os jornais de SP publicam, mas essa nao teve como)
Muitos fazem dermatologia pra mexer so com estética,( claro, da mais dinheiro) e sequer se preocupam em estudar as doenças de pele mesmo, motivo pelo qual a dermatologia existe enquanto especialidade.
Muitos desses nao cursaram a residência medica em dermatologia, mas sim um curso de " especialização" ( alguns acho que são de qualidade duvidosa) , prestam a prova de título e se tirarem nota passam e pegam o certificado de dermatologista sem sequer saberem tratar uma doença de pele mais comum ou mais seria,so sabem fazer peeling. E procedimentos estéticos,
Tinha relatos dessa matéria de pessoas que passaram com 4 profissionais diferentes ( todos dermatologistas) e somente o quinto acertou o diagnostico...
Tem horas que acho melhor criar a especialidade " medicina estética" e deixar fazer dermatologia quem realmente quer tratar de doenças, mas ao que sei o conselho de medicina nao aprova essa medida....
:(

Beijos

LSDiana! disse...

"Quem, em idade ativa, tem mais chance de conseguir trabalho é o profissional de medicina, com 97%"

http://epocanegocios.globo.com/Informacao/Visao/noticia/2013/07/medicina-e-o-curso-mais-vantajoso-para-futuros-profissionais-diz-ipea.html

97% de chance de conseguir trabalho assim que se forma. Isso é ótimo, mas me faz desacreditar que com esse índice, alguém vá para o interior, com a estrutura que for.
Que seja, mas até ocorrer uma distribuição razoável de médicos pelo Brasil, o que a gente faz?


Flávia disse...

Não sou médica, não conheço a saúde pública, mas pelo que li o Revalida é um teste para "inglês ver", ou melhor, feito para reprovação. O nível é muito alto, praticamente impossível de obter aprovação. Mesmo os alunos brasileiros não teriam condições de ser aprovados.
Assim, não se critica que seja feito um exame, mas que ele seja adequado às funções e ao nível de conhecimento demandados para o trabalho de médico de família. Estou errada?
E, Mari (11:28), sinceramente, médicos são elitistas, sim! Compare a classe médica com a classe dos professores ou mesmo com outros profissionais da saúde, como enfermeiros.
Estudei em uma universidade pública e os alunos de medicina eram arrogantes ao extremo. Chegaram a destruir o Instituto de Biologia em uma festa para comemorar o fim das aulas lá (afinal, eles futuros médicos não tinham nada que aprender em relação à biologia).
Essa arrogância inicia com o vestibular, em que muitos alunos se sentem semi-deuses ao passar em uma prova concorrida e excludente.
Não acho que todos os médicos sejam assim (conheço profissionais fantásticos e muito diferentes do estereótipo). Entretanto, há um espírito elitista e corporativista associado à profissão e é contra isso que muitos estão bradando!

Anônimo disse...

O serviço medico em Cuba e maravilhoso, assim como todo serviço publico na ilha socialista dos irmãos Castro, e pro isso que vemos tantos norte americanos fugindo para la pelo mar, dentro de jangadinhas de madeira.
E quem duvida do programa de médicos cubanos exportados, basta pesquisar o sucesso que e na Venezuela e na Bolivia.

Anônimo disse...

Marussia,

Tem coisas que concordo no seu post, outras que nao, mesmo sendo medica,

Respondi seu comentario no outro post e ta melhor explicado lá, entao nao vou copiar tudo aqui

Porém, queria deixar uma opinião, a de que ser obrigado a atender 30 pessoas no intervalo de 4 horas( e nao porque vc vai pro se consultório), mas porque vc tem que almoçar e depois mais uma agenda de 4 horas coma mesma quantidade de pacientes,
Com alguns xingando,pela demora do atendimento, outros olhando feio se vc vai almoçar ou ir ao banheiro,outros exigindo que a consulta seja demorada(30 pessoas em 4 hs deve dar 8 min por consulta,) , enfim, reclamar dessa situação que ja passei em SP e outros lugares que trabalhei nao e exatamente se fazer de coitadinho,
Nao foi por acaso que pedi a conta e que vim pra outro lugar , onde nao sou obrigada a trabalhar nessas condições , triste. E com todo mundo me xingando lá fora,

Abraços

Lizzie disse...

Meses atrás quando soube da vinda de médicos estrangeiros pra cá fui contra. Por ignorância mesmo. Não sou medica, não tinha me informado sobre o assunto e sai dizendo que era contra. Hoje sou a favor. Dizer que falta estrutura de trabalho no interior não sustenta a discussão; falta nas capitais também, assim como as equipes costumam ser reduzidas e os hospitais mal aparelhados. Mas os médicos continuam por aqui não é mesmo? (Moro no RJ, capital). As prefeituras do interior podem até oferecer ótimos salários mas a maioria dos médicos não quer justamente porque eles receberiam aquele valor fechado por mês, sem contar que quanto menor a cidade menor a rede particular onde eles poderiam trabalhar também. Aqui na capital eu conheço vários jovens médicos que se acabam pegando plantão seguido de plantão, recebendo por cada 24h o que muito profissional não recebe por mês. Quando não se tem família é mais fácil fazer isso.
Outra curiosidade é essa insistência em que os médicos estrangeiros sejam avaliados, façam o revalida... Como se os profissionais formados aqui fossem, em sua maioria, competentissimos e os estrangeiros fossem contaminar o mercado com sua formacao inferior. Até parece. Os recem formados em medicina aqui devem agradecer o fato de ainda nao existir um exame obrigatório para conseguir o registro. E deveria! Os dados do ultimo exame do conselho de SP são bastante contundentes. Imaginem se fosse um exame nacional.
E tem mais, ter que ouvir o presidente do CFM dizer em cadeia nacional, em entrevista à Globo, que os recem formados aqui no Brasil não podem ser " jogados em ambiente brutalizado, com pacientes jogados pelo chão, como o SUS" foi de embrulhar o estômago.
Tenho uma duvida, como leiga: esses dois anos adicionados ao curso de medicina, como estagio obrigatório pelo SUS, é necessário? Ouvi um medico dizendo que os últimos 2 anos de curso atualmente já sao de experiência atendendo pacientes. Minha duvida é se no modelo atual os alunos já sao obrigados a estagiar por diferentes especialidades, e acompanhar os atendimentos na pratica.

Zrs disse...

Agora sim, finalmente!
Parabéns Marussia, precisamos de médicos assim.

Zrs disse...

Interessante que a classe médica não se mobilizou tanto assim para melhorar o SUS ou a estrutura precária do interior do país, mas quando mexeu na questão da reserva de mercado, aí sim, todo mundo saiu de nariz de palhaço na paulista, recebendo hora extra.

ps: sou filha de um médico, que sempre denunciou o distanciamento cruel e desumano de sua classe das mazelas da população carente desse país.

Marcia disse...

Lola, um milhão de desculpas pelos mil comentários, mas achei alguns dados que o pessoal pediu:

Queridos, a formação 'específica' com maior número de médicos no país é a pediatria, segundo dados do relatório demografia médica no país do Cremesp de 2011. Existe 27.222 profissionais desta especialidade, do qual a imensa maioria é de médicas mulheres. Para a especialização medicina preventiva e social, temos 942 profissionais. Segue link para pdf com dados da distribuição destes profissionais, relação SUS v. sistema privado, relação por região, estado e capitais versus interior. Se alguém tiver dados mais atualizados (eu não consegui filtrar profissão na base de dados do Ibge...) link: www.cremesp.org.br/pdfs/demografia_2_dezembro.pdf

Zrs disse...

Em tempo, o ABSURDO do Ato Médico foi aprovado com vetos! Vitória de muitos profissionais da saúde.

http://rafaelmarmo.blogspot.com.br/2013/07/parabens-profissionais-de-saude-vetos.html?spref=fb

Carol NLG disse...

Pergunta pra Mari, que postou às 11:28

Você disse que muitos estrangeiros não passam no Revalida, e isso seria uma demonstração que não poderiam atuar no Brasil. Quantos formados no BRASIL conseguiriam passar nesse exame? Sei que em SP fez-se o teste e a reprovação também foi na casa dos 60%. Será que é o exame que está exagerado ou a formação de todos?

Saia Gode disse...

Lola muito bom seu post, mas não posso deixar de falar que no acompanhamento das famílias do Programa Bolsa Família que fiz por anos, infelizmente sinto em dizer que a moioria das famílias não são as precisam minimamente dos recursos, acompanhei diversas que possuem terras e até mesmo gado! E o pior, nenhuma das minhas críticas ao sistema foram ouvidas, as famílias continuam recebendo os recursos!

Anônimo disse...

A médica que atendia nosso filho (depois de uma via sacra atrás de um médico que tratasse a asma dele) posta coisas no facebook contra a ida dos médicos cubanos pro Brasil. A mesma médica que nos cobrava 200 reais por uma consulta(fazendo um desconto porque fomos indicados por uma amiga dela e não tínhamos condições de pagar o valor total, quase 400 reais). Irônico, não? Isso há mais de 5 anos, imagino que ela deve cobrar mais hoje... Jana

Unknown disse...

Acho que a melhor analogia pra isso é: Temos sim que ensinar a pescar, mas enquanto isso, não podemos deixar ninguém morrer de fome.

Sou acadêmica do 4º ano de medicina e sonho em fazer especialização em Medicina da Família.

É claro que sou a favor da melhoria das condições de trabalho e da estrutura para a saúde nos interiores, por este motivo participei da passeata. Contudo, acredito que enquanto isso está acontecendo (TEMOS QUE COBRAR QUE ISSO OCORRA), precisamos achar sim um tapa buraco. Por isso sou a favor da vinda dos estrangeiros, principalmente dos cubanos, os quais, como já foi citado, possuem uma medicina maravilhosa.

Só tenho alguma aflição quanto à não realização do REVALIDA. Temos notícias de brasileiros que vão só farrear na Bolívia, compram o diploma, cursam medicina em 5 anos (!)... E ao abrir as portas sem a prova, isso também vale para estes profissionais. Mas ressalto que é apenas uma ressalva, longe de me fazer ser contra esta parte do programa.

Mas acho que podemos colocar em discussão aqui também o fato de que a partir de 2015 teremos serviço civil obrigatório (com outra denominação, mas é exatamente isso) para médicos. Já temos o curso mais demorado, ainda precisamos fazer 4-5 anos de especialização, agora coloquem na conta mais esses 2 anos. Complicado e ditatorial ao meu ver.

Unknown disse...

"Só uma pergunta de uma verdadeira leiga: concordei com o que foi colocado no último post, mas qual seria o problema da revalidação do diploma de qualquer médico estrangeiro?"

O Revalida permite que o médico atue em qualquer área do país, e como já há uma concentração enorme de médicos no sul-sudeste, não é de interesse que médicos portugueses, espanhóis e cubanos revalidem seus diplomas para aumentar ainda mais essa desigualdade. Por isso, o governo propôs uma nova forma de revalidação, mas restringindo a atuação deles às áreas do Brasil onde há ausência de médicos.

Sam disse...

Não entendo o porquê dessa polêmica sobre a revalidação dos diplomas. Em momento nenhum a Presidenta ou o Ministro da Saúde afirmaram que vão importar médicos estrangeiros indiscriminadamente! É óbvio que eles serão avaliados, supervisionados e selecionados dentro de critérios aceitáveis para desempenhar atividades de atenção básica. Pesquisem os pronunciamentos oficiais e algumas notícias confiáveis, sabe.

Outro mimimi apontado: falta estrutura. Certo. A ideia dos médicos que estão reivindicando (pra Dilma ir se tratar em Cuba) é que a população carente do semi-árido e dos longínquos amazônicos aguardem até os médicos brasileiros acharem ok a estrutura desses locais pra eles irem trabalhar lá? Enquanto isso, tem gente sem tratamento pra verminose e sem pré-natal. E eu não estou nem falando de condições que precisem de tecnologias de última geração e especialidades complexas ou 3 pós-doc no exterior. A atenção primária serve justamente pra contribuir com o desenvolvimento social e reduzir a precariedade nas comunidades sem muito acesso a estruturas mais robustas.

Enfim, todo mundo sabe que falta estrutura e que a vinda de médicos estrangeiros não é a solução final. No entanto, trata-se de uma medida de emergência, o que significa que não dá pra esperar que cada município construa o seu próprio Sírio-Libanês antes de contar com recursos humanos suficientes. Por sinal, acho muito pouco convincente que, de repente, os médicos passaram a se preocupar com estrutura só depois do programa do governo. Foi só esse ano que começou a faltar estrutura? Antes não tinha tanta importância lutar por isso?

Por fim, nunca é demais lembrar que a prioridade vai continuar sendo dos médicos brasileiros. Só virão médicos estrangeiros para preencher as vagas que os brasileiros não quiserem. Alguém duvida que vão sobrar?

Sara disse...

Parabéns Marussia, pra variar concordo com suas ideias, embora não entenda nada sobre medicina, tenho muitos amigos q são médicos, e não vejo nenhum deles querendo se aventurar fora de São Paulo, alguns até se formaram bem longe daqui , mas neca de pitibiriba de sair daqui, houve um deles q até tentou , mas não suportou muito tempo e voltou rapidinho.
Já havia dito que tenho parentes no Tocantins e por lá estão desesperados e oferecendo salários bem mais altos que aqui em São Paulo, mas não conseguem profissionais q aceitem ir pra essas cidades pequenas.
Espero q agora com essa importação de médicos pelo menos apareçam alguns por lá, pois há muita carência de profissionais da área da saúde nessas regiões.
Mas continuo concordando com os médicos q reivindicam melhores condições de trabalho, pq realmente isso é indesculpável, diante da bandalheira e roubalheira q esse governo promove.

Cláudia disse...

Pegando o gancho no post anterior sobre os médicos queria dizer o seguinte:

Culpabilizar os médicos pela saúde ruim do país é o mesmo que querer culpar os professores pela péssima educação nas escolas! Essa sempre foi a estratégia de quem está no poder: culpar o trabalhador! Se o estudante de medicina já faz estágio nos hospitais universitários (se não me engano são cerca de 2 a 3 anos), que pertencem ao SUS, e faz residência nos hospitais do SUS também (mais 2 ou 3 anos, acho), alguém me explica por que ele tem que trabalhar mais dois anos no SUS com a justificativa de que é para pagar seus estudos ou para ser um profissional mais humano? Afinal a medicina é a única profissão que trabalha num sistema público enquanto está na faculdade! E o interessante é que essa iniciativa de dois anos a mais de trabalho no SUS (a partir de 2015!) só veio depois que existem cotas para alunos indígenas e alunos de escolas públicas nos cursos de nível superior! Por que não fizeram essa proposta antes, quando só filho de rico entrava em um curso de medicina? E os engenheiros e advogados elitistas que não trabalham em sistema público nenhum, por que a dilma não está colocando eles pra trabalhar pro povo também? Porque o interesse não é melhorar a educação brasileira e formar TODOS os profissionais mais humanos, mas tirar a culpa do governo pelos vários anos sem investimento na saúde e jogar em cima do trabalhador. É isso que eles fazem quando os bombeiros entram em greve, quando a polícia entra em greve, professor, enfermeiro... Sempre vem alguém e diz que servidor público já ganha salários milionários enquanto o brasileiro ganha um salário mínimo! E além de culpabilizarem, ainda jogam a polícia em cima pra bater nos coitados! Dizem que médico ganha muito e mesmo assim não quer ir pro interior trabalhar, mas dêem um olhada nos concursos pra médico do interior. Tem uma prefeitura de Pernambuco oferecendo R$ 1950,00 pra médico cardiologista! É isso aí mesmo! E esse não é um caso isolado! A maioria dos concursos não oferecem mais de 5 mil reais. Basta conferir no link: http://www.pciconcursos.com.br/concursos/vagas/medico-cardiologista.

(continua)

Mandy disse...

Deborah (11:31) Vou te falar como leiga tb. Acho que o problema é que se revalidar o diploma eles poderão trabalhar em qualquer local (público ou privado) e isso pode atrair o tipo de médico que é citado no post, que só visam o dinheiro (que não são todos, mas são a maioria). Não revalidando eles ficariam "presos" no SUS, onde o Governo precisasse deles.

Anônimo disse...

Gente o que vcs acham desse ataque mascu aqui? Eles estao falando ate de deep web e estupro. Denunciei p policia federal e tal, mas acho que nao dara e m nada. Noa estou no Brasil entao nao posso ligar para o disk 100. Talvez eu estej aexagerendo, sei la! O link: http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2013/07/casal-sai-para-namorar-e-desaparece-sem-deixar-pistas-em-santos-sp.html

Vanessa disse...

Que a grande maioria dos médicos são elitistas se percebe logo na faculdade. Medicina é uma da poucas faculdades que o pai exige que o filho faça, que siga a tradição. Narrado uma vez por um estudante desse curso, que, aliás, digo por ele e sua irmã que logo se formarão, socorro, quero passar bem longe de onde eles trabalharão, pois a faculdade foi imposta pela mãe aos seus 3 filhos, o rapaz queria engenharia, e a menina certa vez vi encolhida no canto do ônibus quando uma turminha da APAE entrou, ele contou que seu professor em sala de aula certa vez falou que no hospital o importante é médico o resto equivale ao povo da faxina. Aí é que está o problema, quantas pessoas são maltratadas pelos médicos e ouvem besteiras desse nível, é claro que quando se encontra um profissional que ama a profissão e visa o ser humano com dignidade logo tratamos como semideus, porque eles merecem e merecem os muitos mil que ganham, mas aí os maus profissionais se aproveitam das glórias daqueles que realmente amam o que fazem, pois alguns amam seletivamente, tem que amar a criança limpinha cheirando a colônia e a de nariz sujo, amar o senhorzinho todo cheirando a talco e roupas boas e o que quando chega no posto de saúde exala mau cheiro, a grávida que planejou a gravidez e a mãe que já esta no seu 5º filho. Eles dizem que faltam estrutura e eu já disse em outro post tem lugar que da estrutura, remédio, exames complementares, equipe de apoio e nem é interiorzão do país e mesmo assim onde estão esses médicos, porque mesmo assim ta sobrando vagas? Por que quando eu tento marcar uma consulta particular eu tenho que esperar 1 mês pra frente, e 1 mês dependendo para que se marca é muito sim, e eu vivo no interior de SP. Como muitos já citaram há falta de profissionais, mas aí eu penso na lei da oferta e da demanda, quanto mais raro o médico mais ele ganhará e a profissão continuará mitificada. Eu li que o conselho de classe é contra o governo bancar a faculdade pro estudante com menos condições financeiras e depois ele continuar trabalhando por 5 anos no SUS, eles alegam que são contra a imposição ao profissional, mas se eu quisesse estudar med. e não tivesse condições eu aceitaria isso feliz, agora impedir isso me parece muito elitismo sim. Trabalhar no SUS não é fácil tem muito paciente mala que está errado e quer fazer escarcéu, quase nunca está tudo 100% as vezes falta alguma coisa, a estrutura de muitos lugares é de chorar, o descaso dos governantes é imenso, mas quando ingressaram nessa carreira sabiam que seria assim, não de hoje que a saúde está caótica. Por falta de profissionais, os médicos estão com a liberdade de no menor sinal de discordância, sair do emprego, eu vi uma médica pedir demissão porque ela não gostava de agentes comunitários de saúde, ela estava no direito dela, lógico, mas a o déficit é grande e essa sensação de hegemonia e autoritarismo é sentida pelos pacientes e colegas de profissão, para os médicos que pensam apenas no financeiro no status e no peso do Dr. na frente do nome realmente colocar mais profissionais no mercado não é lá um bom negocio, seja qual for a nacionalidade do cidadão.

Anônimo disse...

"Nessa discussão, uma pergunta me veio à mente: existe uma estatística dizendo quais as especialidades em que mais se formam os alunos de medicina? Seria interessante ter esse mapeamento, porque indicaria para onde vai o interesse do formando, quais especialidades parecem se concentrar mais na questão financeira (que dão mais retorno).""

Quem define a quantidade de especialistas são as vagas de residência médica. Praticamente não sobram vagas, pois o número de formandos é muito maior do que o número de vagas. Sobram vagas em poucas especialidades, como Medicina de Família e Comunidade. Quem vai querer se especializar em uma área que qualquer um pode fazer sem especialização (médicos estrangeiros sem revalidação, estudantes, etc)?
O que pode ser analisado é a concorrência para cada vaga.

Aí vamos para uma coisa interessante: a motivação para a escolha da profissão (e especialização). Muitos cobram do médico que a escolha profissional tenha se dado por motivos "humanitários" como salvar vidas, ajudar o próximo, etc. Medicina é uma profissão como outra qualquer (como vocês adoram frisar), e os motivos de escolha são variados, mas é óbvio, incluem a empregabilidade e perspectiva de ganhos financeiros. Os motivos que levam um adolescente a escolher ser médico são os mesmos que levam outros a escolherem serem administradores, contadores, farmacêuticos, advogados ou enegenheiros: conciliar uma aptidão, interesse científico e ganhos financeiros. Ninguém se espantaria ao perguntar em uma turma do curso de administração o que eles querem do futuro profissional e ouvir: "Ganhar dinheiro, ficar rico, ter um grande empresa, etc". Mas não esperam ouvir isso dos médicos/alunos de medicina. Por quê? Seriam os médicos uma classe superior de pessoas, quase santas, com mais amor ao próximo do que os outros profissionais????? Gente, nós médicos somos iguais a vocês!!!!

Muitos serão hipócritas e falarão que trabalham "por amor", mas colocando a mão na consciência saberão que NÃO é verdade.

O que me faz aguentar um plantão no SUS ou hospital privado (sim, trabalho também no SUS), muitas vezes sem boas condições de trabalho, correndo riscos não só de agressão como também o risco biológico (tossem e espirram na minha cara, já vomitaram em mim, etc) é o salário no fim do mês. O que faz deixar meu filho doente com a babá enquanto eu vou atender filhos dos outros é o salário.

Anônimo disse...

Muitos falam sobre o juramento que o médico faz ao se formar sem ter a menor noção dele...

Anônimo disse...

a verdade é que para saúde pública mudar, tem que mudar a maneira de condução da medicina no Brasil. Não podemos achar que morando em uma Capital ou Cidade Grande, com menos problemas que em outros locais, os médicos estão fazendo o trabalho como deveriam, são poucos que levam a profissão a sério.

Até com planos de saúde passamos dificuldade com eles, imagina atendimento SUS, MUITAS VEZES (sem generalizar):

* não cumprem horário de trabalho;
* usam o setor público para captar pacientes para suas clínicas;
* chatagiam os pacientes pela demora de atendimento pelo SUS para fazerem os tratamentos particulares;
* possuem ligação e indicam clínicas de exames e de tratamentos com comissões;
* receituam medicamentos de fabricantes com marca (normalmente mais caros que similares);
* deixam os pacientes plantados para atender representantes comerciais da indústria farmacêutica;
* ganham curso, congressos e viagens da indústria farmacêutica pelo trabalho com os produtos que fazem junto a pacientes;
* cometem erros médicos, inclusive que levam a óbito o paciente, mas pelo corporativismo da classe muita coisa não vem atona;
* entre outros pontos.

lica disse...

Mari

A Marussia disse "NÓS (incluindo ela) não vamos pro interior pq temos opções melhores". Então ela não está dizendo que os médicos não vão pq são todos filhinhos de papai...

Deborah

Um dos problemas é que se o médico for aprovado no Revalida, ele tem exatamente os mesmo direitos que qualquer médico brasileiro, pra ir pra qualquer lugar, e trabalhar por qnt tempo quiser, enquanto neste programa, vão ficar 3 anos e só na rede pública

Também vi um comentário que dizia que o nível do Revalida é mto alta, meio que pra galera reprovar mesmo. Que enquanto 70% dos cubanos são aprovados no 'revalida' de Portugal, só 10% de todos os países são aprovados aqui.


Verô! disse...

O debate aqui está bom mesmo. Legal ouvir a opinião de uma médica que é a favor da vinda dos estrangeiros porque todos os médicos que eu conheço são contra, então até agora eu ouvia sempre os mesmos argumentos.

Esse é um assunto sobre o qual, realmente, não tenho opinião formada.

Flavio Moreira disse...

Marcia, gostaria de entrar em contato com você sobre o bolsa família. A Lola tem o meu e-mail e ela tem autorização para fornecer para você. Vivo debatendo com amigos sobre o quanto o BF é importante, mas eles preferem se concentrar nos pontos em que o programa 'falha', não por cupa do programa em si, mas porque as condicionantes não são respeitadas e, principalmente porque a outra ponta, que é a responsabilidade dos municípios, deixa de cumprir sua parte.
Você, como analista do programa, deve ter mais informações concretas sobre o aproveitamento do BF e de como ele, de fato, beneficia pessoas. Se não puder entrar em contato comigo - sei que todos aqui tem seus trabalhos e não deve ser fácil manter contato com tantas pessoas isoladamente, por favor, me passe alguma fonte de dados confiáveis sobre o programa. Grato, Flávio.

Marcia disse...

Mas Mari,

mais médicos não é resolver toda a questão. E me desculpe, há prefeituras no interior que mesmo disponibilizando infraestrutura não conseguem médicos.
De nada adianta criar o posto de saúde se lá não terá nenhum profissional. Aliás, na proposta do governo, só se manda profissionais para lugares com posto de saúde (e tudo o que isso representa na tripartite competência de prover infraestrutura). Se será ou não suficiente, aí é um problema da competência de cada gestor local e varia muito. Nem só de pesadelos vive o SUS, como você deve saber.

Uma coisa que eu não entendo, contudo, é por que se espera que os médicos não devam participar da luta pela melhoria da infraestrutura. Como a classe médica pode se furtar a esta responsabilidade política de lutar pela melhoria da condição do próprio trabalho?

Não existe direito dado de graça. É elitista pressupor que só se pode atender ao povo, quando houveram condições ideais pra tanto!

É só olhar para a magistratura que os médicos tanto idolatram, os magistrados batalham até hoje por melhores condições de trabalho, me explica por que é que a população precisa lutar sozinha por melhores condições para a saúde? Ora, se há pressão, há mudança. É ilusório pressupor que um burocrata por si só, irá prestar infraestrutura necessária para um médico, se no lugar não há nenhum. Ele nem sequer saberia o que fornecer ou o faria de uma forma não adequada. É só olhar para a lei do SUS, a participação dos profissionais é essencial para a definição das políticas (das verbas, do quê, do quanto, para onde). Política se faz com gente, não com paredes.

A classe médica não tem responsabilidade política? Ou pensa que toda infraestrutura deve ser a mesma para um país com o tamanho, a diversidade e complexidade do Brasil? Formar toda a infraestrutura, sem nenhum profissional, seria temerário e ineficaz.

agora nenhuma infraestrutura também concordo que é inadmissível, mas será essa mesma a realidade de todos os municípios que solicitam médicos? Sabemos que a realidade é mais complexa do que esse preconceito difundido que o Brasil profundo não é país, só por que lá vive quem recebe bolsa família.

Pelo que entendi dos planos do governo, a dispensa do exame é, exatamente, para colocar condições para a estadia temporária dos médicos.

Também é fato que nos últimos anos se criou 50 mil vagas no país e se formou menos de 26 mil profissionais (aliás, permita um desabafo: como jurista eu fiquei chocada ao saber que não há exame obrigatório para retirar o CRM de médico, dado a condição do ensino no país, seria medida mais do que necessária).

A maioria dessas vagas não está nas capitais e nem no sudeste ou sul, onde fica a maioria dos médicos.
O que fazer em termos emergenciais?


Que o governo sabe que só trazer médicos não resolve todos os problemas, ele sabe. Mas resolver algum problema é melhor e mais humano do que não resolver nenhum.

Cláudia disse...

Falo por mim, que não sou nem pretendo ser médica, eu não estudaria 10 anos de curso integral
(incluindo residência e sem incluir os dois anos a mais) para depois ser obrigada a ir para um cidade longe de meus amigos, família, referências culturais. A tendência de qualquer pessoa é estar próxima de suas raízes familiares e culturais. Quantos brasileiros não vão para outros países para trabalhar, por necessidade financeira, mas ficam doidas para voltar? Ou quantas abrem mão de bons salários em outros lugares pra poderem estar perto da família? Tenho uma colega jornalista que
recebeu uma oferta de 10 mil reais para trabalhar no interior do Pará, com casa, plano de saúde, transporte pagos pela empresa. Mas ela, mesmo ganhando apenas 2 mil reais aqui, recusou a oferta
porque preferia ficar próxima dos pais. E ainda tem o fator de que o médico, quando termina os dez anos de curso, já tem cerca de 30 anos de idade ou mais, já que leva anos para entrar numa vaga de medicina. O médico não pode casar, ter filhos? Ou alguém acha que o emprego com bom salário para o médico, que o governo federal tá oferecendo, vai ser dado também para o companheiro ou companheira do profissional de saúde? Será que ele é elitista só porque tem as mesmas necessidades de qualquer outra pessoa em outra profissão? E com as outras profissões é diferente? Sou jornalista e trabalho com comunicação popular com os movimentos sociais, de graça, desde que fazia faculdade. E conto nos dedos de uma mão os jornalistas que não tratam pessoas pobre e negras como bandido ou os movimentos sociais como formação de quadrilha. E quando fui do
DCE da universidade em que estudei, eram pouquíssimos alunos, de qualquer curso, preocupados com qualquer coisa além de suas vidas.
No DCE, a gente apoiava as causas indígena, LGBTTT...E os estudantes (de administração e engenharia) chegaram a roubar e queimar uma bandeira arco-iris que deixávamos na sacada do DCE. Então a solução para a saúde do país é jogar trabalhador contra trabalhador e fazer de conta que só os médicos são uns crápulas mesquinhos?

Cláudia disse...


Além disso, dizem que exercer a profissão de medicina é antes de tudo salvar vidas, que tem que ser uma vocação. Dizem o mesmo sobre os professores, quando fazem greve por salários melhores! Mas os políticos que dizem isso sobre as duas classes aumentam seus salários todos os anos, sem a população poder opinar a respeito! E consideremos que pra ser político no Brasil basta mentir e ter talento pra roubar dinheiro público! A maioria só está na política porque é filho de um outro político bandido também! Então será que os médicos não querem trabalhar no SUS, especialmente no interior do país, porque não são feitos concursos sérios com plano de carreira, como na época da Fundação Sesp? Naquela época, vários médicos tinham carreira federal, para atenderem nos estados da amazônia e em todo o interior do país. Além disso, havia outros profissionais de saúde, laboratórios...
Esse artigo fala um pouco disso: http://piauinoticias.com/site/geral/40-geral/28233-lembranca-boa-a-fundacao-servicos-de-saude-publica-fsesp-.html

Outra questão que coloco e´que, se o governo tivesse tanto interesse em resolver a falta de médicos,
investia na educação brasileira. Não basta abrir vagas, como dizem que vão fazer, porque com os salários ridículos de professor e péssimo plano de carreira, é muito difícil achar professor pra medicina. Assim como é difícil professor para vários outros cursos. E digo isso porque vivo no interior do país e fiz faculdade pública aqui, com toda a carência
de professores e laboratórios. Sem a valorização do professor universitário, vamos passar o resto da vida importando profissionais. O que é absurdo, sim, num país que tem gente vivendo em lixões ou que catador de material reciclável é profissão, tirando 120 reais por mês. O brasileiro também tem que ter acesso a boas profissões! Acho sim que toda essa manobra da dilma é uma estratégia para culpar os estudantes e os trabalhadores de saúde. Vir dizer que está na hora de formarem profissionais mais humanos e menos comprometidos com o mercado! Esse é o mesmo governo
que estabeleceu as parcerias público-privado na educação? O governo que criou o prouni em vez de investir em vagas públicas
nas universidades, ou criou o reuni, com suas salas de aula de 70 alunos? Esse governo que hoje enche a boca para criticar o elitismo é o que não senta com os povos indígenas para falar sobre as demarcações de terra! Ontem foi a primeira vez que a dilma recebeu representantes indígenas!

Mah disse...

Esse guest post eu aplaudi de pé!

Sou enfermeira e assino embaixo de tudo que a Marussia disse!

Convivo com médicos na família, amigos e em âmbito profissional e a realidade é bem essa que ela colocou: uma classe elitista que, em geral, é contra programas sociais e só sabe olhar para o próprio umbigo.

Medicina por amor? Difícil de encontrar!

Estou cansada de ler/ouvir tanta hipocrisia com relação à vinda dos médicos estrangeiros!

Lola, obrigada por abrir espaço para essa discussão! Que venham mais guest posts de médicos de bom senso como a Marussia!

@dddrocha disse...

Decidi não comentar o guest post de ontem, porque nem acreditei nas coisas que li. Só consegui concluir o que muita gente já falou no outro post do assunto.

Mas concordo com todas as palavras dessa doutora de hoje, acho que ela é uma exceção na categoria e que sirva de reflexão aos doutores que passaram e passarão por aqui.
Nem tudo está perdido.

Mah disse...

Complementando meu comentário, gostaria de deixar uma observação a respeito do que vejo (por conviver na área médica) com relação às especializações dos médicos: sim, a área da estética está em alta, e não é a toa, pois ela dá lucro! Na cidade onde moro, existem muitas vagas em postos de saúde para pediatras, por exemplo, que não são preenchidas! Sabem por que? Ninguém quer mais fazer especialização em pediatria, pois não dá lucro!

O médico que convivo diariamente no meu ambiente de trabalho, quando foi escolher a área em que se especializaria, desistiu de cardiologia, segundo ele, porque os professores avisaram que iria trabalhar muito e ganhar "pouco"! Atualmente ele é cirurgião plástico.

Vitor Ferreira disse...

A impressao que tenho é que a classe medica é toda elitizada e elitista. E eu venho do mesmo meio social que eles. Muitos dos meus antigos colegas de classe estudam ou estudaram medicina. So passa em vestibular de medicina quem teve ensino fundamental e medio de qualidade (caro) e quem tem como pagar a mensalidade (caríssima) de particular. Ou seja, pobre ta fora. E sabemos bem que quem elegeu a Dilma nao foi a classe alta privilegiada.

Acho essa reacao dos médicos puro corporativismo. Nunca conheci um medico desempregado. Eles disputam no tapa as melhores residencias, nos melhores hospitais, mas ninguem fica sem. Ja gente sem medico pra atender é o que nao falta. Faltam hospitais e infra-estrutura? Faltam... Mas um problema nao exclui o outro. Um medico numa area carente pode ao menos fazer pressao para que o governo invista em infra estrutura por la. Sem nao houver ao menos quem interceda nesses locais, tudo continuara igual.

Protestam, querem a caveira da dilma, mas nao se põem no lugar de quem precisa por um segundo. Como nunca se puseram. Desde Cabral que a elite está no poder e a "massa" está aí do mesmo jeito, ao Deus dará. Por que agora seria diferente?

Eu me formei em Design grafico na UFPE e assim que saí da faculdade fui efetivado no meu estagio e me pagavam mil reais. Uma fortuna... Tudo o que eu queria era um emprego. O governo está propondo entregar de mão beijada dois anos de emprego e experiência pra esse povo e eles estão reclamando? Vão pastar, né! Esse povo só pode viver numa bolha.

Eu tenho (ou tinha) um amigo médico que de 5 em 5 minutos postava algum choromingo no facebook. Até que ele postou algo falando que a Globo é manipuladora e com uma hashtag #foraDilma. Aí uma comichão me possuiu e eu tive que finalmente comentar: você se esquece que a mídia brasileira inteira é anti-PT, se eles forem falar do governo, nunca será pra elogios.

Ele respondeu que nao ia discutir o assunto, "está aí pra todo mundo ver", e prontamente me bloqueou. E ele não é um caso isolado. Nao conheco um medico que nao reaja igual a situacao. Isso so me prova que alem de elitista, a classe é em sua maioria muito conservadora e/ou analfabeta politica, que ao menos sabe reconhecer seus proprios privilegios ou qual o interesse da midia brasileira. Classe média sofre mesmo... Alem da falta de solidariedade com quem realmente precisa

Marussia de Andrade Guedes disse...

Mari:
O que eu disse é que , até o momento, a grande maioria das pessoas que se formam em medicina são de classe média alta ou classe alta e que não é qualquer bom salário ou condições de trabalho que serão atrativos para elas.
Os médicos que querem ir para o interior são os que querem só passar uma chuva ou os que tem família com tradição política no local ou , mais raramente, os que gostam mesmo da vida mais tranqüila.
Só para dar um exemplo:
Uma medida simples como lavar as mãos com água e sabão reduz o risco de infecção pós operatória em 85%. E eu pergunto de estrutura dispõe o médico sem fronteiras ? Alguém duvida da importância dos médicos sem fronteiras? A verdade há locais onde não há médicos. Se estes locais não tem estrutura ou não pagam bem, o médico brasileiro tem direito de não querer ir . O que não faz sentido é querer impedir que vá quem queira ir. Se vc diz que os médicos estrangeiros farão o mesmo que os brasileiros então faz menos sentido ainda ser contra a atuação deles aqui. Com relação ao revalida vc está certa. Muito menos da metade que faz a prova consegue a revalidação. Tenho um colega estrangeiro que fez a prova junto com outras centenas de médicos e somente ele e outro passaram. A verdade é que a maioria dos médicos brasileiros não passaria no revalida. Sejamos honestos. A população está sem médico para atenção primária!

lucelialuts disse...

Sim, os médicos são em maioria "reaças" e elitistas.
Mas dizer que eles ganham bem e que não querem ir para um interior com estrutura já achei um pouco exagerado.
Eu, engenheira, desisti de ir trabalhar no interior do Pará por não ter estrutura (12 horas de balsa pra chegar na cidade e um hospital de dar vergonha! Se acontecesse qualquer coisa comigo lá, não ia ser médico cubano, brasileiro ou argentino que ia me salvar).

Acho que, para certos trabalhos (como trabalhar em posto to SUS por exemplo) o médico é muito mal remunerado.
"Ah! Mas eles podem ter mais de um emprego!" Eles o tem porque são mal remunerados. Isso é consequência e não causa.

É só fazer as contas: 6 anos de estudos, mais de 3 a 4 anos de residência - sem poder fazer estágio remunerado, como a maioria das carreiras, é tudo uma questão de retorno do investimento. O deles é alto porque muito é investido (anos de estudo).
Claro que, partindo desse ponto, demais carreiras (principalmente da saúde) deveriam ser melhor remuneradas, como professores, doutores e pesquisadores. Mas isso fica pra outro post... focando na saúde... acho que não falta médico, falta mesmo é estrutura para chegar lá e tratar. Porque não adianta nada oferecer 20 mil reais se o médico vai ter que ser gineco-obstreta, pediatra, plantonista, orto, etc...

Caroles disse...

É, Lola. Desde sempre eu achei que a classe médica era altamente elitista, com essas discussões e com os posts de amigos e familiares médicos que tenho lido no Facebook, esse meu "achismo" vira certeza. Que gente que não pensa nos outros! E como podem, se supostamente trabalham justamente em prol do outro? É um mistério pra mim. Só sei que é muito difícil ver médicos com opiniões como essa linda da Marussia.
Todo mundo sabe que a infraestrutura em diversos locais do país deixa muito a desejar, mas o que é melhor, um hospital sem estrutura e sem médicos, ou um hospital que tenha AO MENOS médicos? Me parece que a segunda opção, né! "Ai só um estetoscópio e uma máquina de pressão não adianta". Quanto professor dá aula em escolas que não tem quadro, não tem giz, não tem carteira? Desculpa a comparação, mas é impossível não pensar nisso. Lembrando que um professor nessas escolas ganha, sei lá, um décimo do que um médico ganharia trabalhando em condições precárias. Pra mim é pura falta de vontade. E também falta de CONHECIMENTO. Pelo que vejo dos meus amigos que estudam medicina, eles simplesmente não aprendem a trabalhar sem certos aparatos. Um professor de medicina de uma universidade renomada me disse que os médicos dão desculpa do tipo "ah, não tem academia", "não tem cinema" pra não ir trabalhar no interior. Bom saber com qual infraestrutura se preocupam. Eles vem aqui dizer que "não sabem da onde" se tira que a maioria dos médicos é filhinho de papai que não quer morar no interior... POR FAVOR, né? Quanta hipocrisia.
Ontem mesmo uma aluna da escola onde trabalho, médica, ficou reclamando que mesmo com a greve os profissionais da saúde do SUS teriam que ir trabalhar. O namorado de uma amiga, médico, disse que se alguém passa mal num local público ele não diz que é médico, pra não se incomodar. O que se passa na cabeça dessas pessoas? Esquecem tudo que juraram ao se formar? É como disse minha irmã, o juramente que eles fazem é de HIPÓCRITA né?
Agora além das discussões sobre os médicos cubanos também está rolando a coisa toda do Ato Médico, um monte de estudantes de medicina e médicos postando "Sra. Dilma, você só atrasa mais a saúde pública do país" porque ela vetou. Claro, os mesmos que são contra a vinda dos médicos estrangeiros.
Não sei Lola, essa classe caiu muito no meu conceito nos últimos tempos. Ainda bem que ainda tem gente que nem a Marussia por aí :)

Ah, eu li esse texto que fala sobre o Revalida, o tal teste que é tão importante que todos façam, e esclarece muita coisa: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/05/medico-brasileiro-comenta-gritaria-da-midia-sobre-medicos-cubanos.html

Lucas disse...

Acredito q todos os médicos q se formam em universidades públicas e federais deviam ser alocados em lugares que mais necessitam... pq a maioria que faz universidade pública são filhinhos de papai que ficam 5 anos no cursinho para passar... não generalizando, obvio que temos q passam por mérito... mas essa não é a realidade unanime que vivemos...
É uma boa solução, quer fazer faculdade pública então faça e vá ajudar quem precisa em todo Brasil... e não apenas para ganhar rios de dinheiro pq o papai é médico!

Anônimo disse...

Finalmenteeeeee uma médica falando a verdade!!!!!!!!Com esta eu me consultava sem sombra de dúvida!!!Chega de corporativismo!!

Bela Campoi disse...

Muito bem: nada como uma voz de quem tá dentro pra crticar e pontuar tão claramente a arrogância dos médicos brasileiros. Muitos tem mais de 2 vínculos e teriam que ser 2 ou 3 pra darem conta da carga horária oficial.

Anônimo disse...

Será que essa senhora que se diz "médica" não sabe que é impossível diagnosticar e tratar uma infecção sem um tomógrafo positrônico computadorizado, computadores de última geração com banda larga e participação contínua em simpósios internacionais?

Anônimo disse...

Deixou o post abominável da médica Maria Valéria no chinelo...

Anônimo disse...

Lola, o título do post não deveria ser: MEDICXS DE SE FAZEM DE COITADINHXS"?

Pâmela Stocker disse...

Ótimo ver que abriu-se espaço de contraponto à opinião da outra médica publicada há alguns dias atrás por aqui. Sentimento de alívio por confirmar que este blog é um espaço de debate que procura contemplar ângulos diversos sobre questões complexas.

Penso que o governo da presidente Dilma foi muito corajoso ao propôr medidas provisórias que sabidamente desagradariam os médicos e parte da população quando, estrategicamente, talvez fosse mais prudente manter tudo como está (como outros presidentes fizeram).
Todos concordam que a Sistema Único de Saúde no Brasil é precário, necessita estrutura, mais investimento e atenção especial dos três níveis de governo. Vejo como natural a divergência de opiniões e o desacordo com algumas medidas, posto que eu mesma não sou 100% favorável às propostas da MP voltadas para a saúde pública:

- Sou favorável à vinda de médicos estrangeiros para ocupar as vagas que os brasileiros não querem ocupar;
- Penso que o Revalida (Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos) deve ser aplicado aos médicos estrangeiros, mas sou a favor de um exame que avalie as mesmas competências dos médicos brasileiros;
- Estou de acordo que os estudantes graduados em universidade pública devem retribuir socialmente de forma efetiva para o país o conhecimento adquirido de forma gratuita;
- Considero mais do que justo um estudante de medicina recém formado em universidade pública trabalhar no SUS em contrapartida a gratuidade de sua formação. Como a proposta é que esse período seja remunerado (salário inicial de 8 mil reais) não vejo absolutamente nada de negativo nisso;

A questão da saúde no país é maior do que muitos umbigos que estão se pronunciando e evidenciando puramente questões individuais e corporativistas. A saúde é maior e mais importante do que a valorização do profissional médico ou campanhas para promover carreira de Estado.

Seria de bom tom que estes profissionais fizessem o exercício de colocar-se no lugar do outro, mais especificamente, no lugar do paciente do SUS das áreas mais longínquas e desamparadas. Digo isso porque ao realizar, diversas vezes, a tentativa de me colocar no lugar dos médicos, o único esforço que necessitei fazer foi descer do pedestal e me equiparar com os demais cidadãos, que não apenas desejam, mas necessitam que o SUS funcione - com mais estrutura, verba, seriedade e competência dos governos, mas também com a compreensão e boa vontade dos profissionais essenciais para que o sistema funcione. Como disse o ex-ministro da Saúde Adib Jatene, mais do que médicos, precisamos de especialistas em gente.

Espero, sinceramente, que essa medida provisória seja apenas o primeiro passo de uma reforma efetiva. E que a mudança continue na direção de beneficiar àqueles que mais precisam e não têm vez e nem voz nessa discussão.

Trauti Lang disse...

Moro no extremo sul da capital de São Paulo e só uso o SUS quando preciso de atendimento. Sou leiga sim, mas como paciente sei muito bem o que estou dizendo: O hospital Grajaú é bem equipado, limpo, organizado, tem leitos, medicamentos, vacinas e tudo o que um hospital precisa. Tem médicos? Não o bastante. Muitas vezes, quando o meu problema "não é sério", fico mais de cinco horas esperando para ser atendida. E quando finalmente entro no consultório, dou de cara com um médico mau humorado, que me atende como porco no abate. Ele está cansado? Está sobrecarregado? Ué, e por que existem poucos médicos num hospital "bem localizado"? (ao menos, não perdido num "fim de mundo" do interior brasileiro)

A marcação de consultas nas UBSs demoram de três a quatro meses. Exames? Pode sentar e esperar até dois anos para serem marcados (mais um ou dois meses para serem realizados), e essas UBSs também são bem localizadas. Frequento uma na Chácara Sto. Antônio. Lá, existem dois turnos de médicos - manhã e tarde. Por quê? Porque, senão todos, a maioria tem consultórios particulares FORA da UBS e atendem seus pacientes "pagantes" num dos turnos, usando a UBS apenas como muleta, um pé de meia, e atendendo os pacientes "gratuitos" tão bem quanto tratariam um inseto.

Ou seja, não me venham falar de infraestrutura. Se faltam aqui, numa cidade como São Paulo, imagine nos lugares mais afastados! Tem muito preconceito contra a população SIM e quem diz "amar o humano" deveria ter vergonha na cara.

Maria Fernanda Lamim disse...

Ja li mtas opinioes diferentes sobre esse assunto e ate agora essa foi a opiniao que me pareceu mais sensata.

renpmelo disse...

Excelente texto!

A propósito, se preparem para muito chororô.

Conselho Federal de Medicina diz que vetos de Dilma ao Ato Médico são "traição"
http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/cfm-diz-que-vetos-de-dilma-ao-ato-medico-sao-traicao

Annah disse...

Parabéns pela lucidez, Marussia. :3

precisávamos de mais pessoas com consciência social em áreas que lidam diretamente com o público.

um abraço!

Marussia de Andrade Guedes disse...

Gente :
Ouvi comentários que não sei se são verdadeiros. Mesmo conhecendo a minha classe é difícil acreditar.Parece que os sindicatos dos médicos tem orientado os médicos a se inscreverem nas vagas oferecidas pelo governo, só para que não sobrem vagas para os médicos estrangeiros.
Sendo verdadeira essa informação , eu pergunto:
A classe médica está mesmo preocupada com a saúde da população?
Isso é muito grave e precisamos ficar atentos!

Anônimo disse...

Ou a Direita está usando esses médicos para fazer manobra política ou a maioria dos médicos são de Direita..

Anônimo disse...

Para a Del

Se no seu PSF há alguns exames que demoram 2 anos para serem realizados, é uma prova de que lá nao tem infraesyrutura e é disso que os médicos reclamam.

Como atender com calma e tranqüilidade se há uma fila de pessoas aguardando???

Trabalho em pronto atendimento onde a equipe do meu plantao está completa, são 3 clínicos e 2 pediatras. E mesmo assim o tempo de espera médio é de 4h. Como eu disse, a equipe está completa, a prefeitura disponibiliza 5 médicos por dia. Se houvesse mais vagas eu tenho colega pra indicar. Muitas vezes o atendimento precisa ser lenificado ainda mais por falta de maca, cadeira, etc. Como atender se o hospital está lotado??? Nessas ocasiões só atendemos urgências e emergências.

Anônimo disse...

Lola,

Vou tentar responder a algumas questões aqui, porque de certa forma fui eu que escrevi o primeiro post, e acho que seria falta de educação nao dar um retorno a vc,

1- A Marussia tem razão em muitos pontos, porém discordo do " que nao querer morar no interior por ser mimado ou preconceituoso" .Eu cresci numa cidade do inteiror e ao redor com varias cidades menores.Nao gosto de morar em cidade pequena, porque nao e meu perfil.,porque ja morei e nao gostei,.Preconceito e quando você nao conhece e diz que nao gosta,Mas nao foi meu caso

2 - obrigada , Marussia, por me fazer repensar quanto a diferença entre o medico e o judiciário.Nesses pontos acho que vc tem razão, e eu nao tinha pensado por esse prisma,

3 - sou a favor do bolsa familia, de cotas( antes nao era, mudei de opinião falando com amigos meus e com minha mae ) e de programas sociais do governo da Dilma.nao sei se sou petista, mas com certeza nao gosto do PSDB, que governa o estado onde moro ha 20 anos e acho o PT de longe muito melhor,

4- pode se surpreender comigo( acho que vai ficar supresa, sim) que gostei da decisão da Dilma sobre o ato medico.o texto dela foi muito claro, e restringir algumas atividades so aos médicos, atrapalharia dos programas de saúde publica ( que enfermeiros fazem com tanta competência,) e outros profissionais,tambem.
Nao vejo porque uma parteira nao pode fazer parto( mas nao sei se a Dilma falou disso), nao sei porque um fisioterapeuta nao poderia fazer acupuntura,entre outros exemplos, certamente muitos amigos médicos se lerem o que to escrevendo aqui vai querer me linchar, mas dai e outra estória...

5 - sou a favor sim, de trabalhar pelo SUS por dois anos , mas so para quem estudou em universidade publica ( foi o meu caso), porém acredito que isso deveria ser feito depois de formado, pois se será " estagio" com supervisão de docentes, nao acho que vai ter tantos docentes disponíveis pra supervisionar tantos alunos em cidades longuinquas.Como te sugeri, convide um professor universitário de medicina pra vir aqui opinar.

6 - como a fisioterapeuta falou ai em cima ( acho que Dani?) concordo que vc são essenciais,no posto onde trabalho nao tem físioterapeuta, antes tinha um convênio que levava alunos de una faculdade, agora nem isso.fenho pacientes que ficaram com seqüelas graves porque nao conseguiram vagas de fisio, ou porque simplesmente o ortopedista que o atendeu so achou importante operar, botar gesso e esqueceu de mandar fazer fisio,resultado?? A pessoa mancando pro resto da vida.Um fisio salvou a minha vida quando torci o tornozelo e tive um rasgo no tendão ( creio que o fibular curto) , enfim, nao sei porque as prefeituras nao contratam, nao poderia ser reivindicação de vcs, físios??

7- pra quem perguntou " melhor ninguém atender ou alguém atender em mas conduções? Eu responderia: a segunda opção, DESDE que se faltar um remedio, ou leito, e algo der errado( nao sou eu que to falando, ta nos noticiários todos os dias) a familia entenda que nao foi culpa do medico,

8 - discordo do argumento " atender por amor ao ser humano" como disseram ai em cima, vc escolhe uma profissão porque tem que se sustentar.e nao somente por amor.que profissao e assim?Mas por favor, fazer com amor a aquilo que faz, se vc nao gosta, largue a profissão e deixe quem gosta atender bem, tratar bem os seus clientes, isso em todas as profissões,

9- por fim, Lola, depois de argumentos de comentaristas educados que li aqui e que me fizeram refletir muito(!!!) , eu concordo , que venham os estrangeiros,porém o que me fez ter mais certeza quanto a isso nao foi opinião vinda daqui, foi a opinião dos meus pacientes, com quem fiz um debate ontem, todos muito educados em exporem seus pontos de vista,eu expus os meus, e todos saíram ganhando,
A opinião dos pacientes que atendo pra mim foi a que mais pesou!!!
Beijo, querida, conte comigo quando quiser, e obrigada pela oportunidade de aprender com vc tbem,;)

Felipe disse...

Bem, parodiando a frase sobre o aborto "Você tem útero? Então cala a boca!", gostaria de dizer para os comentaristas daqui: "Você é médico? Então cala a boca!"

Anônimo disse...

Claudia

Medicina não é a única profissão que o estudante trabalha no sistema público.

Professores cumprem 400h de estágio obrigatório. Isso, quatrocentas. Muitos casos, inclusive, cumulativamente à uma docência já preexistente.

Agora, o que eu queria saber, é quem sustenta o cidadão durante um serviço civil obrigatório?
Eu toparia numa boa, desde que me provessem casa, alimentação, transporte e o sustento dos meus dependentes. Porque sem isso, só vai cursar graduação com serviço civil obrigatório quem tiver posses, ou seja, vamos elitizar de trás para frente.
Kátia

Anônimo disse...

Para a Del( esqueci,desculpe)

Eu ja trabalhei no extremo Sul de SP, capital.( divisa com Diadema, portanto acho que nao muito longe de onde vc mora, corrija se eu estiver errada)
Nesse lugar ,eu era responsável por atender 4.000 pessoas de uma mesma região , e cada medico ( 6 médicos no total) era responsável por mais 4.000 e assim por diante.
Trabalhei numa unidade de saúde da familia, que alias, gostei muito, a equipe era muito boa (médicos, enfermeiros, e um clima muito bom)
Porém, vc acha que um medico consegue atender sozinho 4000 pessoas ( considerando as com consultas agendadas, urgências, as que ficam doentes nesse meio tempo) em um mês?? Nao da!!!;)
Sem contar que vc sabe, uma unidade de saúde da familia faz visitas domiciliares a pacientes acamados, que nao conseguem se locomover ate o posto, visita bebes recem nascidos pra verificar se o bebe e a mae estao bem....eu tinha que dar conta de tudo isso , pra 4.000 pessoas, e eu atendia tudo, adultos, criancas e gestantes,...vc concorda que e pouco?;)
Sem contar que na unidade onde trabalhei,havia problemas com outras questões, mas prefiro nao entrar em detalhes aqui, com as quais nao concordava,
Por isso a demora de um, dois ou três meses pra marcar a consulta,
Ja vi muitos médicos de saúde da familia ( como meu caso), reivindicarem a redução do numero de famílias por médicos , deixando 1000 pacientes pra cada medico.
Mas isso o governo diz que nao pode pagar...
Entao ficamos sobrecarregados, nao tem jeito!!
A propósito, a região onde vc mora deve ser atendida por uma unidade que foi privatizada através das organizações sociais,( OS,s ) nas quais ( acho) rola muito dinheiro, nao sei por que nao contratam mais profissionais,
O salário ali era muito bom, alias.mas eu preferia um salário um pouco menor se for esse o problema e ter mais colegas médicos para auxiliar no atendimento de uma população tao grande.
Respondi sua pergunta?.)
Beijo,

carlos disse...

No Brasil, qualquer um que tome banho, vista roupa limpa e calçado fechado, não grite e saiba concordar uma frase de mais de 5 palavras já é arrogante.

Logo sou médico e sou arrogante sim, com muito orgulho.

Anônimo disse...

Eu não vi os médicos protestando contra os cubanos ou médicos de outros países vindo trabalhar aqui. Não me pareceu esse o ponto. O que eles alegam é que não adianta.

Médico que vai trabalhar pela grana se especializa em dermatologia, cirurgia plástica, psiquiatria e vai ser terapeuta. Quem se forma médico esperando o dinheiro e o status que a medicina proporcionava antigamente se fode.

A autora do post não faz a menor ideia de quanto um juiz ganha.

Quem aqui acha legal passar 10 anos da vida estudando, se especializando, pra depois não ter condições de trabalho? Eu não to falando de dinheiro. Eu não passaria 10 anos da vida me preparando pra uma profissão que não vai me dar condições de trabalhar decentemente.

Por que os médicos que estão aqui não podem fazer o Revalida?

Por que agora, justamente agora, o Ministério da Saúde resolveu aumentar a duração do curso de medicina de seis pra oito anos, tornando a formação do médico ainda mais dispendiosa.

Sim, o estudante de medicina não pode fazer estágios remunerados, portanto se é só filho de médico e outras pessoas ricas que fazem medicina é porque são somente esses que podem se dar ao luxo de passar anos da vida sem trabalhar, mesmo tendo que investir alto em livros e materiais pra faculdade.

Eu até hoje não vi ninguém citar a fonte dos dados sobre a mortalidade infantil e expectativa de vida em Cuba. Se os dados vêm do próprio governo cubano é óbvio esses números são maquiados. Eu não acredito nisso nem por um segundo!

Digo isso porque eles têm a melhor medicina para os anos 50. É o melhor que eles vão conseguir. Eles não têm tecnologia pra detecção de doenças precocemente. A única diferença é o número de hospitais e médicos em relação ao tamanho do país. Enquanto lá o cubano é tratado em um leito com tecnologia dos anos 50, aqui o sujeito morre no corredor do hospital por falta de hospital.

Aqui na minha cidade, no sul, elitista, cheia de gente branca e com dinheiro, escolas particulares, tem um único hospital (público). Insuficiente pro tamanho da cidade. No hospital a maioria dos médicos é recém formado, trabalhando sem muita estrutura. É bem desconcertante você vendo o médico suspeitar que você tem uma determinada doença infecto contagiosa, te dizendo pra voltar no outro dia porque laboratório só funciona de manhã, com cara de preocupado.
Você vai lá consultar pelo SUS, por plano ou particular, são os mesmos médicos que vão te atender, o mesmo laboratório. E é ruim, é precário. Eu, que já pensei em fazer medicina, iria me sentir muito frustrada se tivesse que trabalhar ali.

Anônimo disse...

Uma vez fiquei sem plano de saúde e tive a maior dor de ouvido da minha vida. Não era grave, mas a dor era deseperadora. Depois de 3 dias conseguir ser atendida, levou cinco minutos para o médico conversar comigo e receitar um antibiótico.

Claro que ninguém espera que o médicos construam um CTI com clipes de papel e folhas de bananeira, mas esses atendimentos básicos fazem uma grande diferença para quem não está se sentindo bem. E o fato é que numericamente faltam médicos no brasil. Então que venham os cubanos!

Anônimo disse...

Deus nos livre de médicos oriundos de escolas públicas...

E a bolsa família garante alimentação de quem? 154 reais?

Anônimo disse...

Por que o número de aprovados no Revalida é baixo????


Porque a imensa maioria dos médicos que fazem essa prova NÃO são estrangeiros, e sim brasileiros que estudaram no exterior, principalmente na Bolívia e Cuba.

Brasileiros incompetentes que foram estudar fora porque não passaram no vestibular. Então é de esperar que tenham dificuldade nas provas do Revalida sim...

Anônimo disse...

Desculpem o erro, por favor.

Corrigindo a crase, a língua portuguesa agradece: "a uma".

Kátia

Anônimo disse...

Anônimo das 19:52

Vc tem certeza de quem escolhe a especialidade pela grana faz psiquiatria!??

Eu so conheço um psiquiatra rico, alias podre de rico, mas e o bambambam da area, o melhor,
Que atende seis pacientes por dia, consulta com duração de uma hora,e pergunta tudo, desde se a pessoa esta se alimentando, ate vida intima, sexual , sono, etc etc, e ainda faz psicoterapia e cobra caro por isso.e que se preocupa com quem atende,
Pra esse, eu tiro o chapéu, porque e BOM mesmo.

Agora, quantos psiquiatras estao ricos assim!! Nao to sabendo!!!
Rsrsr
Outra area que muito comum de ser procurada por dinheiro e radiologia...se vc conseguiu montar uma clinica, ta feito...
Mas tem radiologista que escolheu essa area porque nao gosta de lidar com gente,( ja ouvi isso da boca de radiologista)
Ok, pelo menos o cara assumiu e vai fazer laudo, nao enche o saco dos outros.Melhor do que ficar atendendo mal ai algo que nao gosta...
Ou se nao gosta de gente, faz patologia,auditoria medica, sei lá...rsrs,
Beijos

pp disse...

Achei muito interessante ler esse guest post. Não sou da área médica, estudo para concurso para promotor de justiça, e ir para interior (bravo) será meu destino certo quando passar.

Apesar da imagem que as pessoas têm, não acho o Direito uma área elitista, tive muitos colegas de escola pública e de família simples. Talvez por isso as pessoas se disponham mais a ir para o interior, sem frescuras.

Quem passa para cargos como juiz e promotor aqui em Minas vai para cidades microscópicas, sem estrutura, com o peso de uma comarca toda nas costas (ilusão de quem acha que essas pessoas trabalham pouco), e como dito no guest post, não pode ter outro vínculo, no máximo dar aula. Ou seja, também não tenho a menor dó de médicos que não querem ir para o interior ganhar bem e estão reclamando.

Unknown disse...

"Digo isso porque eles têm a melhor medicina para os anos 50. É o melhor que eles vão conseguir".

Suponho, então, que você tenha passado por um tratamento médico em Cuba recentemente, para fazer uma afirmação tão categórica. Conte-nos sobre a sua experiência lá.

Anônimo disse...

Tenho 32 anos e poucas vezes na vida recebi atendimento médico decente. Acho que umas 5 vezes, se muito. Todas elas nos últimos três anos em que possuo um plano de saúde. Não é qualquer plano. A empresa que trabalho paga integralmente um plano muito bom. Ainda assim, espero no mínimo 1 mês para passar com médica ginecologista. Já fiquei 3 horas esperando no pronto socorro de um dos melhores hospital da região. As consultas no os não duram nem 3 minutos. (Até ri qdo uma médica nos comentários reclamou que só tinha 8 minutos para atender cada paciente). Tudo isso nos últimos 3 anos. Antes só podia contar com o SUS, nunca fui bem atendida. NUNCA. E sim, eu uso roupa limpa e calçado fechado. Não tenho conhecidos médicos, mas conheço auxiliares de enfermagem e profissionais administrativos que trabalham nos hospitais públicos e postos de saúde. E eles todos dizem a mesma coisa: os médicos só atendem o número de pacientes que são obrigados a atender, ou eles enrolam o resto do tempo ou vão embora. Tratam todo mundo como lixo e se sentem verdadeiros deuses. E inda tem coragem de entoar esse discurso de amor ao ser-humano. Tenho certeza que não são todos assim, mas fora esta médica do post, a Marussia, quantos mais existem? Eu aposto que se tiver mais uns 10 é muito.

Anônimo disse...

Carlos, não precisa ser redundante: basta falar que é médico, já se sub-entende.

E que silogismo mais torpe esse seu!

Anônimo disse...

Paula,

Eu tenho um amigo que e defensor publico numa cidadezinha do interior do MS, 5000 hab,

Bom, sem entrar em detalhes ele quase pirou, teve depressão, síndrome do pânico...me explicando que estava responsável por nao sei quantas comarcas, etc,etc,
Ele ate pensou em largar a carreira mas agora ja esta ok e pretende voltar,

Tambem tenho uma amiga promotora de justiça da grande são Paulo, que conta cada coisa que passa...

Vc tem razão, a gente fica deslumbrado , achando que uma carreira ou outra são perfeitas, que nao tem problemas,
Todas tem!!
Obrigada por me fazer refletir , porque eu era uma das pessoas que tinha essa visão equivocada da area de vcs,
Beijos,

Anônimo disse...

Hm...eu adoro o blog, leio há anos e mudou muito meu modo de pensar.

Menos no que se refere à Medicina.

Achei os outros guest posts sobre o assunto bem esclarecedores. O de hoje já é mais revoltado. Não que as informações fossem de todo erradas, mas foram bem tendenciosas. Com todo o respeito, mas só fez sucesso entre os leitores pois aqui todos odeiam a 'elitista' classe médica.
Nos outros post dava pra ver que não importava o quão bem explicado fosse a questão da vinda dos médicos estrangeiros, o que falavam era 'médicos são elitistas, tem que trazer de fora mesmo'. Ou alguém contava algum atendimento ruim. O post de hoje falou tudo isso: médico é tudo elitista que só quer saber de dinheiro.

É claro que é mais fácil generalizar que toda a classe é composta de filhinhos de papai elitistas e esquecer que boooa parte estuda em faculdade particular porque que tem FIES. Ou ignorar a parcela com PROUNI.
É mais fácil reclamar e reclamar e ser hostil à classe, mas no primeiro sintoma de doença ir no médico de sua escolha.

A.

Anônimo disse...

O fato de os médicos estarem agora se organizando para se manifestarem contra os vetos da presidenta ao ato médico fala por si próprio. São eles contra todas as outras categorias da área da saúde. E contra a sociedade também. Não conheço outra categoria profissional mais arrogante. Nem o judiciário. Nem na engenharia. Fala sério.

carlos disse...

Eu tenho uma ótima dica pra quem não gosta de médicos: não procurem médicos.

E outra: médico é pra resolver problemas médicos. Se você ficou irritada porque o médico não ouviu seus problemas pessoais ou "não colocou a mão" em você (90% dos diagnósticos são apenas anamnese), você procurou o profissional errado.

O sujeito vai no lugar, recebe tratamento adequado e sai reclamando porque não foi tratado com pompa e circunstância? Francamente...

LSDiana! disse...

"Anônimo disse...
Por que o número de aprovados no Revalida é baixo????


Porque a imensa maioria dos médicos que fazem essa prova NÃO são estrangeiros, e sim brasileiros que estudaram no exterior, principalmente na Bolívia e Cuba.

Brasileiros incompetentes que foram estudar fora porque não passaram no vestibular. Então é de esperar que tenham dificuldade nas provas do Revalida sim..."


Olha só, pra manter o bom nível do debate, nem vou responder isso como você merecia, alias, isso nem resposta merece. Mas vamos lá!
Já vi muito brasileiro fazendo medicina na Bolívia porque não teve dinheiro (nem papai e mamãe) pra bancar o curso aqui e muito menos bancar cursinho pré vestibular ou escola particular.
A medicina de Cuba é tão ruim como vc diz, mas lá, de maneira ou de outra, conseguiram reverter inúmeros problemas que aqui no Brasil estão longe de serem superados (como taxa de mortalidade infantil, ex.).
O revalida aqui no Brasil tem uma taxa ridícula de aprovados se comparado ao de Portugal.

Já tentou sair da sua bolha de preconceito e deduções infantis pra questionar o que realmente tá errado?

Já parou pra pensar que, talvez, o que esteja errado não é Cuba, Bolívia, Portugal, mas VOCÊ?

Desculpe-me todos os médicos formados no Brasil, sei que muitos são competentes, mas daí pra dizer que o curso de medicina aqui É MUITO MELHOR que qualquer outro, como este "cidadão" tenta impor, não sei não...
Na prática, me parece que a história é outra!

Marussia de Andrade Guedes disse...

Lola:
Obrigada pelo espaço. A questão é mesmo polêmica e precisa ser debatida.
Valéria :
Os médicos não precisam e não querem ir para o interior por terem opções melhores nos grandes e médios centros. Eu mesma não quero ir. Não é por isso que eu os considero reacionários. Eu os considero reacionários pelas suas posições políticas, suas opiniões sobre os programas e questões sociais . Não é coerente criticar falta de estrutura e ser contra um programa que garante um mínimo de segurança alimentar para as famílias. Para eles quem recebe bolsa família é vagabundo. Eles são contra as cotas. Eles acham que por pagarem muito imposto a universidade pública deve ser só deles. Nossa , vc não faz idéia de como os médicos reclamam dos impostos que pagam. Realmente nós pagamos muito imposto. Pagamos muito por que ganhamos muito. Mas os médicos não pensam assim. É por essas e outras que eu os considero reacionários. A postura da classe em relação a esta e outras questões é ideológica .

LSDiana! disse...

Carlos, tenho uma dica pra você:
Se você não entende que em um momento de dor (ou debilidade) as pessoas precisam de medicamentos e o mínimo de atenção, NÃO SEJA MÉDICO!
Vá para qualquer outra área onde o contato humano não seja tão frequente.

Ninguém tá dizendo que quer ser bolinado.

Que absurdooo!!!!



Anônimo disse...

Para o anônimo das 20:36

Eu entendo que vc nao acredite, mas eu ja fui OBRIGADA a atender 30 pacientes numa manha, o que da 8 min/ consulta,
Em alguns casos, ouvi o famoso" atende todo mundo sim, porque se alguém ligar pro prefeito e reclamar vc perde o emprego " ( na época, eu nao tinha estabilidade, tinha carteira assinada, mas fui trabalhar a convite da prefeitura da cidade, ou seja, ou eu fazia o que eles mandavam ou me mandavam embora)

Eu entrei em depressão na época, por ser obrigada a atender assim.

Hoje, no lugar onde estou , a consulta tem duração de 20 minutos,
Ainda considero o ideal que fosse 30, mas ok, 20 minutos são melhores do que 8.
Lamento profundamente o mau atendimento que vc teve no SUS,
E muita gente nao acreditou em mim quando disse que todos com quem trabalhei no SUS cumpriam o horário e pelo que sei atendiam bem( se atenderam bem ou nao, nao posso garantir , porque eu nao entrei na consulta) mas cumprir horário todos cumpriam,
Aqui omde trabalho so UM medico tinha consultório particular, o qual ele conduzia fora do expediente, e os pacientes gostavam muito dele,(ele se aposentou agora)
Existem maus profissionais? sim, eu e meu pai ja fomos pessimamente atendidos por três médicos no espaco de menos de um ano( um atendeu meu pai, e dois me atenderam pro mesmo problema ) - sendo que nenhum dos dois fez o diagnostico correto, e no caso do meu pai, o medico era meu colega de turma da faculdade, nao olhou na cara do meu pai, nao examinou, e quando descobriu que era meu pai( porque se fosse qualquer um ele deixava passar batido, ne) pediu desculpas pelo mau atendimento e justificou que tinha 3 empregos,que tava estressados etc,etc.
Os três eram do sistema particular e nao cobraram barato pelas consultas,
Nem tinha a desculpa da 'falta de tempo, ' ou que tinha que sair pra ir correndo atender em outro lugar, foi descaso mesmo!!( desculpa no sentido figurado, ok, porque isso nao e desculpa). Eles estavam de plantao ali no horário deles( no meu caso) e outro foi consulta agendada do convênio do meu pai( so tinha meu pai pra ele atender naquele dia, a sala de espera vazia,qual o motivo de tanto stress?)
Bem, nao sei mesmo o que te dizer....fica meu relato.,..
Beijos , se quiser conversar mais estou por aqui.

Anônimo disse...

Marussia,

Quanto as questões políticas e ideológicas dos médicos, eu sou a pessoa mais suspeita pra falar dos meus colegas e concordar com vc,
Como vc deve ter visto,sou paulista.
E aqui o PSDB governa nosso estado ha 20 anos, parece que fez lavagem cerebral na cabeça das pessoas daqui, com todo o respeito a quem prefere esse partido, mas tem coisa que nao consigo entender,
Meus amigos médicos são PSDB, TODOS, sem exceção, todos xingam o governo do PT( tem falhas? Tem, mas por ser paulista eu te digo por experiência própria que de longe melhor que do FHC)mas meus amigos paulistas adoram esse governo, tanto que ha 20 anos eles mandam aqui,
O discurso e o mesmo: bolsa familia pra sustentar vagabundo, etc, sem contar comentários ate racistas, preconceituosos que escuto,como se SP fosse a " locomotiva da nação" e os estados do nordeste fossem todos vagabundos( e por isso, para os paulistas , os nordestinos votaram na Dilma, claro) sem contar quando eles dizem que carioca e preguiçoso, etc...olha, em questões de política aqui aprendi a fazer assim" alguém me fala algo e pergunta ' concorda que o PT e uma roubalheira,?" E tem horas que prefiro fingir que concordo pra evitar maiores problemas e nao brigar com o amigo.
Eu escuto isso de todos os médicos que conheço todos os dias.todo esse discurso vazio .e nao so de médicos, mas de todos os paulistas em geral.
Pelo que vc ta falando. , entao todos os médicos , e nao so os de SP que estao assim...
Bem entao a coisa ta grave!!!
Obrigada por sua resposta,!!! Vamos juntas pensando numa solução ;))
Ps : eu acho que a Dilma errou a mão em algumas medidas, apesar de achar justo,poderia ter feito uma consulta aos interessados( claro que a resposta ia ser nao) mas pelo menos teria tido a consulta e as medidas nao pareceriam autoritárias.
Tambem poderia ter explicado mais, ampliado mais o debate, do jeito que foi ficou parecendo imposição,embora eu entenda a posição dela e concorde.
So nao concordo que o serviço para o SUS deve ser antes de se formar, ...omde vai ter tantos docentes pra supervisionar esse estagio?? Eu acho melhor fazer isso depois de formado.

Anônimo disse...

A nossa revolução se aproxima. Aí, todos esses médicos mauricinhos e riquinhos vão ter quer ir para qualquer outro lugar. Faremos inúmeras universidades comunitárias com vagas para todos que desejarem fazer uma medicina humanizada e com amor. Não importo se você escolheu ser professor, médico, advogado, pedreiro ou padeiro. Salários iguais. Uma Vida justa e comunitária.

Valéria Fernandes disse...

Essa Valéria não sou eu, sou?

N. Nadai F. disse...

Fácil falar isso morando em Fortaleza...
Quero ver trabalhar no interior, quero ver chegar o paciente morrendo e ter que improvisar e depois ficar rezando para que dê certo...Quero ver ficar de mãos atadas enquanto teu paciente morre.
EU PASSEI POR ISSO... mais de uma vez!
Quando se trata de vidas, o que menos deveria fazer é improvisar, deveríamos ter uma estrutura adequada ao inves de gambiarras! Vai adiantar trazer mais médico, onde não se tem saneamento, maca, leito, medicamento?
Não sou contra trazer estrangeiros, sou contra eles não fazerem prova do revalida... Eu fiz a prova e achei ridiculamente fácil... Apesar de ter me formado no Brasil, fiz a prova por curiosidade. O ensino médico precisa de uma reestruturação, concordo... Mas o governo precisa manter o revalida, e talvez até aplicá-lo aos brasileiros.

Anônimo disse...

Nao, Valéria Fernandes, acho que sou eu :)
Rsrsrs !!!

Anônimo disse...

Não adianta nada esses 'médicos' pedirem 'estrutura'. Tendo estrutura de hospital particular, aparelhos de primeira classe e laboratório equipado, um médico não CONSEGUE fazer um parto. Meu primo quase morreu porque o médico não conseguiu diagnosticar uma apendicite! Apendicite! Obviamente o médico pediu 50 mil exames mas não tocou nele. Quem diagnosticou foi meu tio-avô (tb sem tocar no paciente), CRM de 1958, que foi visitá-lo e ouviu as queixas. Disse 'isso aí tá parecendo apendicite, volta pro hospital correndo'.

Anônimo disse...

Passou da hora de a medicina ter seu 'exame de proficiência'. A OAB tem. E não me venha com chorumelas que uma prova não engloba a 'humanidade', o 'contato' e etc que a profissão de medicina exige, porque isso é o que menos se aprende na faculdade. Ou se aprende, é o menos aplicado e buscado pelos profissionais.

Jaqueline disse...

"Só uma pergunta de uma verdadeira leiga: concordei com o que foi colocado no último post, mas qual seria o problema da revalidação do diploma de qualquer médico estrangeiro?" Tb não entendo qual o problema de fazer a prova?
E dizer que se médicos estrangeiros revalidarem o diploma, eles vão poder trabalhar em qualquer lugar,não cola. Como terão um contrato para trabalhar no sus, eles vão ter que cumprir. Agora se quiserem fazer bico no hospital particular, qual o problema? Ou é escravidão? Só pode no sus? E tb como vão controlar, fiscalizar isto? Como vão garantir que o médico estrangeiro vai ficar só no sus e nas cidades do interior?
E só para explicar a prova do revalida é feita pelo inep(instituto do governo), então não seria do interesse do governo que eles fossem reprovados. Mas os índices de reprovação são de 90%.
Peguei a prova e achei ela bem razoável, cobram coisas que um médico generalista precisa saber para atender no PSF(centro de saúde).
A prova de 2011 aqui:http://portal.inep.gov.br/provas_e_gabaritos
Quanto a questão de mais dois anos no sus para pagar o investimento, durante a graduação já existem estágios obrigatórios nos sus, seja nos hospitais ou nos centros de saúde. Os últimos quatro anos do curso tem a parte prática, que incluiu atendimento no ambulatório, no PA, no centro cirúrgico do hospital universitário, seis mese em um centro de saúde, três meses de internado rural(trabalha no centro de saude do interior). Estudei em uma universidade federal. Tb fiz estágio por seis meses em um pronto-socorro e mais um ano em outro pronto-socorro, todos do sus.
Eu só acho que o governo quer colocar toda a culpa da mazelas do saúde nas costas dos médicos elitistas e e cheios de mimi, mas é incapaz de reconhecer a sua própria incopetência em gerir a saúde. Por exemplo, colocam merenda escolar, saneamento básico, serviços de limpeza urbana como gastos da saúde, com isso atigem o mínimo que deve ser investido em saúde. E quantos casos de desvio de dinheiro público, medicamentos que ficam no depósito até perderam a validade e não chegam a quem precisa? O problema não é só mais dinheiro, é como ele será investido.

Anônimo disse...

Um país que precisa importar médicos é uma vergonha. Se não se estabelecem políticas de médio e longo prazo acontece este tipo de situação emergencial na qual as soluções mágicas e "ideológicas" servem como uma luva. É a mesma coisa dos estádios para a copa, como advertiu Romário, no final acaba uma roubalheira total porque se apela para o pretexto de urgência para não se fazer concorrências públicas e se eleger os apaniguados para a farra das verbas... Brasil, acorda"

Anônimo disse...

"Professores cumprem 400h de estágio obrigatório. Isso, quatrocentas. Muitos casos, inclusive, cumulativamente à uma docência já preexistente."

Só vou rebater com uma informação...
O estudante de medicina no 5º e 6º ano (o internato, ou "estágio obrigatório"), faz uma média de 600h de estágio em cada um dos anos... Ou seja, um total de 1200 horas de estágio no SUS.. E como ja foi dito, não remunerado...

Suas 400h ficaram pequenas de repente...

Anônimo disse...

LSDiana

Quem faz a prova de revalidação em Portugal são médicos estrangeiros, cubanos inclusive, que querem mudar de país. Muitos se preparam por muito tempo e são ótimos médicos nos seus paises de origem.

Quem fã a prova de revalidação no Brasil é, na maioria, brasileiro que estudou no exterior e quer voltar ao Brasil. São pessoas que não chegaram nem a exercer a medicina no país onde se formaram. Os brasileiros que se formaram em Cuba na ÉLAN não são autorizados a exercer a medicina em Cuba.

Cuba tem baixos níveis de mortalidade infantil porque tem saneamento básico e bons níveis de educação. E não por causa dos médicos.

Anônimo disse...

O que me deixa revoltada e, principalmente, muito triste é que todo mundo tá comprando muito bem a ideia de que a culpa do caos na SUS é dos médicos... ah, teria tanto pra falar... mas cansei, viu :( e já aprendi que não adianta debater com gente preconceituosa, então...

Anônimo disse...

Começo me apresentando como feminista, vegetariana, a favor das cotas em faculdades publicas, a favor de PEC das empregadas domésticas, a favor de políticas públicas para destribuição de renda... antes que me rotulem como classe elitizada opressora.
Eu sou médica, recém-formada, trabalho em um município do interior do Ceará. Como trabalho em zona rural, não atendo em um consultório normal, atendo em escolas, em associações de trabalhadores, em casas alugadas pela prefeitura... Locais às vezes sem água para higiene das mãos, sem água para beber, sem banheiros, sem eletricidade. Sem maca para examinar o paciente, sem privacidade para o paciente (não há portas nos consultorios), sem cadeiras para os pacientes aguardarem a consulta (imagina como ficam os idosos e gestantes, em pé aguardando o atendimento)... Tem dia que falta remédio, abaixador de língua, o aparelho pra medir a pressão (esfignomanometro) quebra, o aparelho pra escutar o coração do feto (sonar) quebra,... O exame não chega, não tem leito pra internar o idoso com pneumonia, o pai de família está com dor no peito e não tem eletro, a criança está com diarréia e não tem soro de reidratação oral, a gestante evoluiu com pré-eclâmpsia e não tem maternidade de referência... Todo dia é uma luta para fazer o básico.
É possível atender com pouco? É, mas de forma medíocre. Felizmente para os pacientes, o médico responde pelos seus atos, então ele é responsabilizado pelo atendimento medíocre. O nosso código de ética nos responsabiliza pelo nosso local de trabalho. Se não há condições para trabalhar, qualquer problema decorrente disso é responsabilidade do médico, ele aceitou trabalhar em tais condições. É por isso que muitos não vão para interiores. Um engenheiro responde pelo edificio que ele constroe, se ele cair e matar várias pessoas ele é responsabilizado, será que ele aceita trocar o cimento por areia? Isso é para proteger o médico? Não! É para proteger os pacientes!
Por conta dessa questão da responsabilidade que não podemos nos jogar no meio da Amazônia sem saber o que vamos encontrar. Como vamos nos responsabilizar para acompanhar uma população sem saber se eu vou poder mandar a gestante que evoluiu com pré-eclâmpsia pro hospital? Como vou atender um idoso com pneumonia e não tenho onde interná-lo? Como vou atender uma criança com diarréia se não tenho soro de reidratação oral? A Medicina é feita com protocolos, temos que segui-los. A falha em segui-los, é a falha do médico, ninguém vai culpar o gestor, a Dilma, ou o prefeito. A culpa vai cair no médico. Você assumiria a responsabilidade pela vida de alguém sem a certeza de que você vai ter o suficiente para fazer o seu máximo? Infelizmente no SUS, nos acostumamos com o medíocre. Temos que nos acostumar, é a realidade do exercício do SUS, mas você iria mais longe? Teremos que nos acostumar com menos do que o medíocre? Eu não quero o medíocre para mim, nem para meus pais, nem para meus pacientes.

Anônimo disse...

(continuação) Além desse problema, médicos não vão para o interior porque as prefeituras vivem dando calotes nos médicos (eu já recebi calote e não conheço nenhum colega que não tenha passado por isso). Não temos carteiras assinadas, não temos direito a férias, não temos 13° salário, mas como se não bastasse, recebemos calotes. Quando isso não acontece, há os atrasos no pagamento, a falta do repasse do inss (eles descontam do salário, mas não repassam!), demissões sem aviso prévio (querem cortas gastos, querem trocar pelo sobrinho do vereador, o médico não assinou a declaração de óbito do paciente sem ve-lo – isso é ilegal -, o médico não deu um atestado falso pro filho do vizinho do prefeito, o médico não renovou a receita do diazepan da avó do vereador...). A bolsa do governo resolve em parte esses problemas, sabemos que seremos pagos, não podemos ser demitidos sem causa..., mas não temos os direitos trabalhistas que são nosso DIREITO, nem INSS será repassado, ou seja, médico não se aposenta? Os concursos resolveriam essa problemática! Com os concursos, sabemos que seremos pagos, sabemos que teremos direitos trabalhistas, teríamos segurança. Isso não é questão de salário, é questão de dignidade. Espero que vocês não achem que pedir direitos trabalhistas é demais!
A criação desses últimos programas, PROVAB, Mais Médicos, nos aparece como um indicativo de que esses direitos trabalhistas nos serão negados sempre. Qual a diferença entre fazer um concurso público pagando 10mil reais e o de fazer um programa com uma bolsa de 10 mil reais? O programa acaba. O médico vai embora depois de dois anos e a população mais uma vez está abandonada a sua própria sorte. Com o concurso isso não acontece, o médico vai criar sua CARREIRA no SUS, pode lutar pelo SUS e por seus pacientes. Ninguém reforma uma casa que alugou, você reforma a casa que você comprou! O Conselho Federal de Medicina já criou o projeto da carreira de estado do médico, porque não efetivá-lo? E antes que alguém diga, não, há muito poucos concursos para médicos. O que vocês vao ver hoje em dia são seleções, não concursos.
Os médicos tem que chegar na Amazonia, tem que chegar na periferia, mas será que esse programa é o melhor para a nossa população? Eu acredito que não. E se um juiz vai para o fim do mundo por causa do seu concurso, pode ter certeza de que o médico também irá.
Ah, mas ainda não há médicos suficientes, pois essa será a hora de buscar a resposta em medidas de importação de médicos. E, mesmo assim, acredito que é necessária a revalidação do diploma. Em qualquer país com sistema de saúde decente, se exije uma avaliação dos profissionais que vão integra-lo (Canadá, EUA, Inglaterra, Nova Zelândia, Austrália...). Quem não é atendido pelo SUS escolhe o profissional que prefere, quem está no SUS não tem essa escolha. Será que qualquer coisa é melhor do que nada mesmo? Quem busca o atendimento do SUS é a população mais vulnerável, essa população é a que precisa dos melhores médicos, tem certeza de que qualquer um serve?
Os médicos não entraram na medicina desumanos, eles foram brutalmente desumanizados enquanto escolhem quem vai morrer na emergência, quem vai ficar sem remédio, vêem um paciente esperar um ano por um tratamento de câncer, vêem seu paciente morrer sem a vaga da UTI. Os médicos se desumanizaram no SUS!
Obrigada pela atenção,
Uma médica infeliz com o rumo do nosso SUS.

Raul Pontes disse...

Os comentários estavam até coerentes mas quando se fala em igualdade horizontalizada acho que as coisas fogem da realidade. Não sou a favor do capitalismo por estimular uma competição nem sempre justa, sem falar nos disparates de vc ter um jogador de futebol ganhando o que um professor, um médico, um cientista, etc jamais vai ganhar em sua vida toda.

Não acho certo eu me matar de estudar pra entrar num curso e ganhar o mesmo que alguém não se matou. E antes que os dedos apontem estudei em escola pública e passei em universidade federal, fiz cursinho pra passar no vestibular de graça por causa das minhas notas, e não foi fácil,tentei 3 vezes. Não sou filhinho de papai, meus pais são assalariados e foi com sacrifício que concluí o curso. Também não tenho empresários ou políticos na família. Hoje em dia filhinho de papai pra mim é o filho do Lula.

Se eu não tivesse aguentado teria desistido como muitos colegas desistiram (inclusive alguns filhinhos de papai), mas agora não entendo, quer dizer que porque estudei, tive mais esforço que os outros sou filhinho de papai? Ou essa expressão tem hoje outro significado? E não era só eu, muitos colegas vieram de escolas públicas ou eram bolsistas de escolas particulares. Havia 3 que moravam no alojamento da Universidade e uma colega morava numa espécie de convento. Pelo menos 60% da minha turma estudava no sacrifício, comia no restaurante universitário, pegava ônibus como eu. Se esse quadro é diferente numa faculdade particular aí não posso afirmar, não foi meu universo e não costumo julgar o que não conheço. Mas dizer que Medicina é um curso de elite só se for elite de notas, pois pra passar na minha época minhas notas (quando não passei) permitiam eu entrar em qualquer outro curso menos em medicina.

Da mesma forma que não acho justo um médico plantonista ter um salário parecido com o de ambulatório. Não é questão de um ser melhor que o outro, mas já dei plantão (hoje não dou mais) e sei o quanto é estressante, desgastante e quanta responsabilidade fica nas mãos de quem assume uma UPA ou qualquer outra unidade 24h nos dias de hoje. São verdadeiros heróis em campos de guerra. É lamentável algum destes profissionais abrir uma página e ser chamado de mercenário, na verdade mercenário são os políticos que deixaram as unidades de atendimento 24h chegarem ao caos que está hoje, e mercenários também os que os apoiam batendo palmas e fechando os olhos para os seus feitos.

Nada mais justo também que um cirurgião e um anestesiologista recebam mais, não sou uma coisa nem outra mas tenho que admitir que estes colegas servem ao momento mais crítico, deles dependem diretamente a vida que está literalmente em suas mãos.
Essa hierarquia de valores é salutar em qualquer profissão. Se tem um professor que pretende se aperfeiçoar, fazer um mestrado, um doutorado, vai ter a mesma valorização dos demais? Isso é a história do nivelar por baixo, se não estiver um estímulo uma competição justa não há progresso acaba ficando bom pra quem gosta de menos esforço, pois vai se apoiar no que se esforça mais.

Anônimo disse...

Colega do post de 01:02, concordo com absolutamente tudo que você disse de maneira tão clara!

Vanessa disse...

Não acho que estejam comprando a ideia que o problema do SUS são os médicos nem que eles sejam os totais responsáveis pelo caos da saúde, acho que alguns profissionais que atuam no sistema são corresponsáveis, mas aí engloba todas as profissões envolvidas na coisa, e vai de como cada um encara a responsabilidade e ética o exercício da sua profissão. Se a pauta fosse enfermeiros teria muita gente falando suas vivencias ruins aqui com esses profissionais, mas não é esse o foco. Porem ninguém esqueceu que falta todo o resto em muitos lugares (medicamento local adequado para o atendimento, exame complementar), uma coisa não exclui a outra, e se convocarem pra ir a um protesto junto aos médicos reivindicando melhorias nas condições de trabalho todo mundo apoia com toda certeza, afinal no fim de tudo isso o que todo mundo quer é saúde humanizada, com bons profissionais e estrutura digna, só que dessa vez o protesto deu uma sensação que tinha segundas intenções.

Anônimo disse...

Texto mais generalista impossível. E dizer que não temos formação em saúde pública é uma mentira das brabas. Hoje em dia, o que MAIS se investe nas faculdades de medicina é a formação em saúde pública. Sinceramente, o que eu vejo são médicos lutando por uma medicina DIGNA e de BOA QUALIDADE para todos. Infelizmente, parece que não é o que o governo federal (nem a maioria das pessoas comentando aqui) quer.

Anônimo disse...

Acha que um psiquiatra que cobra 200, 250 por uma sessão de terapia de 50 minutos não fica rico? Eu não conheço só um assim.
Eu não to falando de psiquiatra que atende por plano de saúde pra te dar receita de Rivotril sem nem olhar na tua cara direito. Eu já passei por vários assim e a maioria nao fica mais do que 15 minutos com você.
Assim como tem dermatologista que passa o dia inteiro tratando pereba pelos míseros que a Unimed paga por consulta, enquanto outros estão lá cobrando 500, 600 reais por uma sessão de 20 minutos de laser.

Eu estou me referindo a TERAPEUTAS, inclusive tive um que eu pagava 200 reais semanalmente pra ele e ele nem era tão bom. Imagine se fosse bom. Pelo movimento que ele tinha no consultório (você nunca conseguia falar com ele por telefone, por exemplo), eu calculei que ele deveria ter pelo menos uns 6-8 pacientes por dia. Em um mês o cara tira mais de 20 mil. Desconta disso aí as despesas que ele tem com o consultório e uma secretária, você vai dizer que o cara é baixa renda?
O outro psiquiatra que tratava da depressão da minha mãe hoje ta cobrando mais de 400 reais uma consulta. E esse atendia bem mais do que 8 pacientes por dia, inclusive porque ficava além do horário comercial com os pacientes.
Não sei você, mas eu não ganho isso por hora e a minha hora de trabalho não é ficar sentada ouvindo alguém falar. O que eu ganho por hora também não é só pra mim e pra pagar o meu espaço de trabalho, mas também pelos equipamentos que eu uso pra trabalhar.

Unknown disse...

Tá com cara de post FAKE. Não parece que a Marussia seja realmente médica. Mas vá lá...
De mais a mais, trazer médicos cubanos que não falam o português e que possuem uma formação próxima a de um enfermeiro aqui no Brasil solucionaria os problemas da saúde ou causaria novos entraves? Também não sou contra médicos estrangeiros no Brasil, mas devidamente aprovados por uma prova que atesta a capacidade e a proficiência na língua. Independente da nacionalidade!

Anônimo disse...

Anônima da 1:02 falou praticamente tudo, é só parar e ler pra parar de falar tanta besteira por aqui!

Anônimo disse...

Para quem está falando dos terapeutas que cobram muito, devemos lembrar que nem todos os terapeutas são médicos, muitos são psicólogos.

Anônimo disse...

Eu concordo com muitos comentários a favor da importação de médicos cubanos,mas nao posso deixar de discordar de muita coisa que o Raul e a anônima da 01:02 falaram .

Uma curiosidade, se algo acontecer por falta de condições com o paciente do medico estrangeiro( como a anônima da 01:02 citou) , o conselho de medicina vai punir o estrangeiro por ter aceitado e ter sido conivente em trabalhar num local que ele sabia nao ter condições,com o mesmo rigor que pune o brasileiro que se submete a isso??
Ou o estrangeiro ao ver as condições precárias de onde esta,das duas uma , ou fica ali, tentando virar" herói" ( ou podendo virar vilão aos olhos da população quando ffaltar algo essencial - medicamento, leitos, ambulancia e algo der errado), ou será que ele vai pegar suas coisas e se mandar , como os brasileiros que foram embora desses lugares ja fizeram??
Fica minha perguntam e ai queria ver a opinião dos colegas médicos,
Nao levem a mal eu direcionar a pergunta so a médicos, mas acho que essas suas perguntas so um medico conseguiria responder.se alguém mais quiser tentar, aceito repostas,
Um abraço

Unknown disse...

Desculpe, é muito difícil evoluir uma discussão quando argumentos são repetidos ad nauseaum.

O problema da falta de equipamentos e materiais é real. Acho que ninguém aqui é louco de dizer que não existe, que os médicos estão mentindo etc. Apoiamos os médicos e todos os profissionais de saúde nessa luta, por óbvio. Agora: qual a relação disso com a falta real de médicos que existe no Brasil? Sim: FALTAM MÉDICOS NO BRASIL. Vou repetir, porque parece que isso não entra nunca em discussão! FALTAM 200 MIL MÉDICOS NO BRASIL.

Segundo a própria CFM, o Brasil tem 371.788 médicos. Países com o mesmo grau de desenvolvimento econômico que o Brasil têm, em média, três médicos para cada mil habitantes, ou seja, hoje o Brasil precisa de 600 mil médicos, faltando, então, mais de 200 MIL MÉDICOS para cobrir esse déficit. Mesmo que houvesse estrutura em todos os cantos do Brasil e planos de carreira e o que mais os médicos querem; que houvesse a completa redistribuição dos médicos brasileiros pelo território nacional; ainda assim faltariam 200 MIL MÉDICOS.

E não, a culpa dos problemas do SUS não é dos médicos. Só me pergunto o porquê de tanto silêncio sobre isso tudo até esse presente momento. Quem é usuário do SUS sabe da precariedade do serviço, mas nunca se viu algo assim da classe médica. Já vi enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, maqueiros, outros profissionais da área da saúde protestarem pela falta de condições de trabalho, mas médico eu jamais vi. Ah, sim, já vi médico protestando, sim: contra valor pago por plano de saúde a consulta. Nunca tinha visto uma mobilização dessas a favor do SUS. Então vocês nos perdoem se a gente acha que o protesto de vocês é corporativismo, mas, dado o histórico e as circunstâncias, é exatamente isso o que parece.

P.S.: Não sei como alguém pode achar uma vergonha um país importar médicos, se essa é uma prática comum em vários países. Inclusive na Inglaterra (37% de médicos estrangeiros), que tem um orgulho tão grande de seu sistema de saúde que falou dele na abertura das Olimpíadas.

Anônimo disse...

1. Falta médico. A prova está nos salários que são pagos à categoria. Se sobrasse médico, eles seriam mal-remunerados. É assim que funciona a "lógica" do mercado. As pessoa não são remuneradas por serem esforçadas, ou inteligentes, ou altruistas, ou possuírem conhecimento. Elas são remuneradas por serem raras.

2. Parte dessa falta é real, parte é relativa, parte é artificial. É real por que 1,8 médico por habitante ainda é pouco. É relativa por que com certeza não há poucos médicos em Copacabana, Plano Piloto, Morumbi, Pampulha, Moinhos de Ventos, ou outros esconderijos da classe média. Faltam médicos na área rural, nas cidades pequenas e médias, nas periferias dos centros urbanos. (Coincidentemente, onde faltam médicos também falta estrutura.) E é em parte artificial porque não ser formam médicos para as especialidades necessárias ao atendimento da maioria da população, e sim as necessárias ao atendimento de quem tem dinheiro (e, por este motivo, já tem os problemas básicos de saúde resolvidos). Aliás, faltam médicos generalistas, que são os mais necessários; há uma superespecialização que não é nada benéfica, nem para a saúde nem para a economia, e que ajuda a manter uma escassez artificial de médicos.

3. O problema não se resolve com medidas punitivas contra os médicos, tipo diminuir salários ou exigir deles contrapartidas irracionais. Se resolve com uma mudança na grade curricular das faculdades, repriorizando as especialidades, e valorizando o médico generalista. O que só é possível com o atendimento de uma das reivindicações dos médicos: a carreira federal de médico. Mas esta também só faz sentido se houver uma reforma geral do sistema de saúde (que não é só SUS, mas SUDS: único e descentralizado), com a criação de uma rede de saúde federal. E, é claro, isso demanda também a revogação do "direito" dos médicos de terem mais de um vínculo empregatício.

4. Os médicos não querem ir para o interior (e os que vêm do interior querem ficar nas cidades grandes), não por que falte "estrutura" (que também falta nos grandes centros, especialmente nas periferias), mas porque lá não é possível, ou é muito mais difícil, transformar os atendimentos na rede pública em uma clientela particular.

5. É um equívoco achar que no passado foi melhor. É como a rede pública de ensino; sim, houve um tempo em que os professores eram valorizados e faziam parte da "elite", especialmente nas cidades pequenas. Era também um tempo em que a escola era para poucos, um tempo em que 90% da população era analfabeta. Da década de 50 pra cá (e especialmente sob a ditadura militar), a educação foi massificada. Não se faz educação de massa com professores de elite; é preciso um verdadeiro exército de professores, e exércitos bem-pagos não são muito comuns. A rede pública de saúde passa por um processo semelhante de massificação, e os médicos reagem como podem, sendo parte dessa reação o corporativismo e a defesa da relação promíscua entre o emprego público e o consultório/clínica particular.

Anônimo disse...

Outra coisa... muita gente falando que se o médico aceitar atender um paciente sem ter as condições (a famosa "estrutura") e algo der errado, ele pode ser criminalmente responsabilizado. Donde isso? Cadê a jurisprudência, cadê o texto legal?

Brincadeira, né?

Anônimo disse...

Juro que eu não entendo essas questões de responsabilidade por atender sem recursos....
Se alguém cai engasgado em um restaurante, o médico é obrigado a prestar socorro ( ou isso é só em filmes?). Se ele tiver que fazer uma intervenção com vodca e caneta bic, ele fará, certo? Agora se a pessoa pegar um infecção por isso, é culpa dele? Ou ele fez o que pode com o que tinha no momento? A infecção seria uma problema muito menor do que deixar pessoa sufocada até morrer.
Antender onde não há condições não seria algo que cairia no mesmo dilema? É melhor que se faça algo do que nada. Tem médico que opera em meio a guerras em uma estrutura improvisada.
O CFM seria muito hipócrita se desse tratamentos diferentes para estas duas situações.
Se algum médico pudesse me explicar a diferença, eu agradeceria.

LSDiana! disse...

Mas ninguém tá colocando culpa nos médicos brasileiros, gente. Só achamos que se vocês têm empregos a ponto de poder escolher onde querem trabalhar, é justo que deixem as vagas serem preenchidas por outros.
Aliado a isso, vocês podem continuar lutando por melhorias no SUS, quem disse que não?
E outra, se o pessoal fizer o revalida, poderão atuar em todo o Brasil. Vejo essa medida como algo que proteja os médicos daqui.

Agora quanto ao médico ser responsável pela vida das pessoas, eu não faço ideia do peso que vocês carregam. Mas nunca vi alguém dizer (com exceção de casos grotescos) que a culpa é dx médicx. Alias, de todos que conheci e morreram, nem o nome dx médicx eu sei, até pq era raro eu encontrá-lx. A responsabilidade, geralmente, é dada ao hospital. Daí como o hospital trata o médico eu não sei. Mas a população também é consciente que vocês não fazem milagres.

Mas entendam, a população tá carente, não só de médicos, de dignidade, atenção...que tenha um médico pra ela recorrer próximo, é só isso.

E quanto a Cuba, já foi citado inúmeras vezes sobre o saneamento básico, os médicos de família, medicina preventiva. Não acho que isso seja desmérito nenhum, muito pelo contrário.

Enfim, que venham pessoas dispostas a atender onde for e buscar por recursos. Amém. hahaha

Marcia disse...

Flávio, tudo bem? Segue referência da pesquisa da qual fiz parte, onde posso lhe dizer que sem sombra de dúvida as 150 entrevistas precisam e muito dos parcos recursos recebidos!

Vozes do Bolsa Família - Pinzani, Alessandro e Rego , Walquiria Domingues Leão.

Pedirei a Lola o seu e-mail.

Anônimo disse...

Se um médico mesmo fora do trabalho socorrer uma pessoa e algo der errado, sim, ele será penalizado. Um exemplo muito comum e que dá muita dor de cabeça aos médicos: atendimento em avião.
Já imaginaram o stress que passa um médico nessa situação? Ele pode não ter experiência alguma no caso (ex, um oftalmologista que há 40 anos só atende sua especialidade ter que atender alguem com dir no peito), estar cansado, bêbado, etc, etc. Mas ele tem que prestar os primeiros socorros, pois é a pessoa mais capacitada no local. E terá que tomar decisões que interferem não só na vida daquela pessoa, mas que têm impacto econômico importante (ex, orientar pouso de emergência). Erros decorrentes de atendimentos voluntários também são punidos!! E nesse caso vale lembrar que MINGUÉM pagará o médico. A cia aérea não manda nem uma cartinha de agradecimento.

Anônimo disse...

Muitos ficam falando que os médicos não cumprem horário no SUS porque vão para seus consultórios particulares onde a consulta é cara, que nao vão para o interior porque lá não conseguirão pacientes particulares, etc. Isso é opiniao de quem não entende NADA do cenário atual da medicina no Brasil.

É cada vez menor o número de pacientes particulares. Quem tem um pouquinho de dinheiro tem plano de saude, sem falar nos planos empresariais. E os anos de saude pagam cerca de 50 reais a consulta e nao paga o retorno. Ou seja, 25 reais brutos por consulta!!!!!
Quem tem grande clientela particular já saiu do SUS há muito tempo...


Isabella Oliveira disse...

Bom dia!

Não sei pq demonizam tanto a figura do médico no Brasil...
Parece que ser bem sucedido é crime. Se o médico é bem remunerado e outros profissionais não, deve-se lutar pelo aumento dos salários dos outros e não pela diminuição do da classe médica.

Muito se fala sobre os R$10 mil que as prefeituras do interior pagam aos médicos e que os mesmos (que são uns mercenários!) não querem trabalhar lá mesmo assim!
Na verdade a questao é mais profunda. Pra começar, esses supostos 10 mil reais são BOLSAS e não salários. Não há contrato. Não há regulamentação. Não há férias. Não há 13°! E além disso o profissional pode ser despedido do nada, sem reservas e sem direitos!

E ainda há a falta de estrutura. Faltam simples remédios, macas, respiradores, leitos de UTI, agulhas etc. Um profissional que estudou 6 anos + 3 de residência tem o direito de trabalhar em um lugar que ofereça condições!
Até por que, em caso de óbito a culpa é do médico! Então quem vai querer arriscar seu CFM (que foi conseguido com muito estudo e luta) em um cenário de desvalorização?
E é muito desgastante lidar com vidas em risco e saber que se o instrumento necessário fosse oferecido pelo governo, o médico conseguiria trabalhar dignamente e salvar uma vida.

Infelizmente a mídia e o governo tratam a questão como se a culpa fosse do médico.
Achei o final do texto extremamente infeliz: "Os médicos podem ter vários vínculos públicos e privados. No final, a soma do que se recebe em cada um destes vínculos dá muito mais do que o que um juiz ganha." Pois é! Como a autora mesmo disse, vários vínculos! E onde é que isso é vida? Quando se tem que pular de plantão em plantão, trabalhar fim de semana e mais de 12 horas por dia para ganhar um salário justo?
E me mostre na ponta da caneta aonde que esses tantos vínculos somam mais que um salário de juíz! Isso é uma utopia, minha cara! Me apresente aqui um médico que ganhe isso e poderemos conversar.

A população parece que esquece, mas MÉDICO TAMBÉM É GENTE. Médico também tem contas a pagar, filhos para manter, lazer e outros gastos como qualquer outra pessoa.
Estou dizendo isso pois é bom lembrar, pq a implicância que sente-se por esse profissional provavelmente é pq se esquece q ele também é um ser humano. Passível de erros e acertos.

Medicina por amor é lindo, mas contas não se pagam com amor! A humanização no atendimento pode estar em falta no país, mas isso não é culpa só do médico. Colocam UM profissional para atender mais de 150 pacientes por dia! Como que uma consulta conseguirá ser humanizada e satisfatória?

E mais uma vez: a maioria da classe não é contra a vinda de estrangeiros. A questão é o REVALIDA! Em qualquer país digno é necessária uma prova que avalie se o profissional tem condições de atuar na área. Você permitiria que sua mãe ou sua filha fossem atendidas por um médico que não se sabe se tem condições de fazer um bom atendimento?
Se é assim em todo o mundo, pq aqui há de ser diferente?
Deixe que façam e se passarem serão muito bem vindos!

Nas provas de 2011 e 2012 os índices de aprovação foram mínimos!
Pra se ter uma idéia, na de 2012 dos 884 candidatos ao REVALIDA apenas 77 foram aprovados. (fonte: noticias.terra.com.br/educacao/revalida-com-92-reprovados-cfm-cobra-rigor-com-medicos-de-fora,d34d67560b19c310VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html)
Vale lembrar que quem regulamentou a prova foi o próprio Inep/MEC e a maioria dos médicos brasileiros que tiveram acesso à avaliação concordam que é de nível médio, que é cobrado realmente o MÍNIMO que um profissional deve saber.

E gostaria apenas de salientar que a Dilma e seus companheiros podem falar o que for, mas quando o bicho pega mesmo é pro Sírio Libanês que eles correm, onde aí sim existem médicos de classe média alta, onde uma consulta custa 2500 reais e o hospital parece mais um hotel de cinco estrelas.

Então para o povo está bom médicos estrangeiros sem comprovação de boa conduta médica e para os políticos serve o Sírio Libanês? Que história é essa? Não acho justo!

Anônimo disse...

Sim, o médico é responsabilizado por qualquer atendimento que ele venha a prestar. Inclusive quanto a falta de estrutura. Isso é fato. E se voc~e nunca viu ninguém colocando a culpa no medico, escreva erros médicos no google. Muitos dos casos não tem pé nem cabeça, mas sempre a cupa é do médico.
E qual a parte de faça concursos vc não entendeu? Faz concursos o que sobrar manda pros cubanos.
Infelizmente o pessoal acha que os fins justificam os meios, mas mesmo que os médicos sejam profissionais bem remunerados não deixam de ser trabalhadores e pprecisam ter seus direitos respeitados, o que o programa não propõe.
Qual a diferença entre fazer um concurso pagando 10 mil e um programa de 10 mil? Repito mais uma vez: O programa acaba. O médico vai embora depois de dois anos e a população mais uma vez está abandonada a sua própria sorte. Com o concurso isso não acontece, o médico vai criar sua CARREIRA no SUS, pode lutar pelo SUS e por seus pacientes.

Luana Bessa - Anonima 01:02

Unknown disse...

"Você permitiria que sua mãe ou sua filha fossem atendidas por um médico que não se sabe se tem condições de fazer um bom atendimento?"

Acho que todo mundo que vai a médico no Brasil faz exatamente isso aí, já que não há provas como da OAB para obtenção de registro profissional.

O governo quer adotar validação específica para que estrangeiros atuem só em determinadas localidades. Acho justo e preserva a tal reserva de mercado dos médicos brasileiros, não entendo a grita quanto a isso. Eles não vão entrar indiscriminadamente, e não vão poder atuar em todo o território nacional.

Quanto ao Revalida: acho bom explicar que o exame é composto por duas etapas - exames escritos (objetivos e discursivos) e avaliação de habilidades clínicas, prova prática aplicada por uma banca examinadora. O grande problema é essa última etapa, com grandes chances de subjetividades (i.e, corporativismo, má vontade, o que seja) agirem em detrimento de um exame verdadeiramente justo. A taxa de revalidação de médicos cubanos em outros países é muito superior à conseguida no Brasil. Por que será? E só para constar: na última avaliação do Revalida, entre os 10% aprovados, a maioria havia se formado em Cuba.

Anônimo disse...

"Se um médico mesmo fora do trabalho socorrer uma pessoa e algo der errado, sim, ele será penalizado."

Besteira.

Desculpa o mau jeito, mas é isso mesmo, besteira.

Aqui tem um texto que explica um pouco essas coisas: http://www.saude.sc.gov.br/gestores/sala_de_leitura/artigos/outros/erro.pdf

Há muitos parágrafos relevantes no texto, mas vou citar um só:

Exoneram, também, o médico, da responsabilidade civil, em caso de dano ao
paciente, a força maior ou o caso fortuito. A força maior considera-se um fato
natural, superior às forças humanas, não sendo possível ao ser humano evitar sua
ação e conseqüências, apesar de identificada e previsível. Não se resiste a ele
mesmo que se queira. Portanto, a força maior se caracteriza por ser um evento
externo à relação médico-paciente,


A tal "estrutura" é exatamente isso, "força maior" ou "caso fortuito". A não ser quando, é claro, é responsabilidade de alguém (faltou remédio contra asma, como foi exemplificado? Bom, se faltou por que o caminhão que trazia atolou no caminho, é caso fortuito; se faltou porque o hospital não fez o pedido, é responsabilidade do hospital, ou do funcionário que foi desidioso - se esse funcionário era o médico, bem, aí sim, ele é responsável).

Daí, se o médico não diagnosticou o câncer por que não tinha tomógrafo computadorizado, a pergunta é, "dava pra diagnosticar sem o tomógrafo, era razoável fazê-lo?" E é isso que vai determinar a responsabilidade civil, e até mesmo penal do médico ("não, não era possível, ou não era razoável, os sintomas não eram característicos", ou, ao contrário, "com aquele calombo no pescoço, o médico nem desconfiou que pudesse ser câncer?!")

Posso não entender de medicina além do chá de arnica, mas não tentem me enrolar com falsos argumentos jurídicos, que são evidentes mentiras, não encontrando respaldo na lei, na jurisprudência, ou na vida real (quem já viu médico condenado por erro, fora dos absurdos evidentes, como anestesista que vai tomar cafezinho durante a cirurgia ou "médico" que assassina pacientes em lipoaspirações?)

Ora essa!

° Emy ° disse...

Anônimo disse...
Texto mais generalista impossível. E dizer que não temos formação em saúde pública é uma mentira das brabas. Hoje em dia, o que MAIS se investe nas faculdades de medicina é a formação em saúde pública. Sinceramente, o que eu vejo são médicos lutando por uma medicina DIGNA e de BOA QUALIDADE para todos. Infelizmente, parece que não é o que o governo federal (nem a maioria das pessoas comentando aqui) quer.
12 de julho de 2013 02:19
E onde estava estes mesmos profissionais esse tempo todo? Em seus consultórios particulares? Por que só agora que a Dilma lançou o programa vocês resolveram "lutar por mais qualidade no SUS"?
Por favor, né, estão querendo enganar quem? Vocês ou nós? Ah vá!

Anônimo disse...

Reposta para os anônimos das 09:28 e 09:39 que perguntaram sobre jurisprudência,

Em parte o anônimo das 11:52 tem razão, mas so em parte,

Vou explicar porque ja li jurisprudência sobre erros médicos, tem um livro excelente, alias, de um juiz chamado Miguel Kfouri Neto, creio que se chama ' a responsabilidade civil do medico"

Como diz o juiz em seu livro,e pelo que tenho lido, o juiz costuma ser bem justo e analisar: tinha as condições de trabalho? Tinha os exames a sua disposição!? Dava pra resolver o caso sem exames,? O medico era especialista na area em que atendeu?( do medico especialista se exige mais se for acusado de erro na sua própria especialidade)e o juiz nao resolve isso sozinho,ele conta com um perito medico judicial para auxiliar com a parte medica, técnica da profissão,e pela jurisprudência que lol,com exceções, os juízes costumam ser bem ponderados e justos,

Porém:

1 - ate o juiz decidir e absolver, ou nao, o medico ja esta sendo processado.e ninguém quer sofrer o desgaste de um processo.vai pagar advogado, o que nao e barato, etc etc,,,,

2 - quem nos proíbe de trabalhar em mas condições nao e a justiça comum, e sim o conselho de medicina.as punições por aceitar trabalhar assim vem do conselho e nao do juiz.se concordo com essa proibição e um assunto muito polemico que daria um outro post inteiro,

Responder um processo , seja na justiça comum ou no CRM, mesmo que nao de em nada,( no CRM um caso assim acredito que daria uma advertência registrada na carteira do medico, que pode nao ser nada para alguns, mas para outros e sofrido)- bem, isso acaba com a pessoa, desgasta, etc.ninguem quer passar por isso,

Outra coisa, hoje em dia a maioria dos concursos públicos ou processos seletivos para médicos exige certidão negativa de antecedentes criminais e certidão negativa de processo ético no CRM ou mesmo de condenações do órgão.os dois últimos que prestei exigiram os doís documentos,

Entao, como e que o medico vai se arriscar a trabalhar sem condições e depois passar por uma coisa dessas, correndo o risco de nao ser aceito em outro emprego, mesmo que a punição ou a situação seja injusta
???


Espero ter respondido as perguntas,
Abraço :)

Isabella Oliveira disse...

Elaine Pinto minha cara,

Só pra esclarecer aqui: Quem faz o REVALIDA é o INEP/MEC e não as entidades médicas! Então não há por que se preocupar com "corporativismos" já que não são as entidades médicas que fazem esse exame! É o MEC quem determina o que deve ser avaliados neles ou não.

E outra, quando você se submete a um médico brasileiro você não está "permitindo que sua mãe ou sua filha possam ser atendidas por um médico que não se sabe se tem condições de fazer um bom atendimento" JUSTAMENTE por que ele é formado no Brasil e aqui temos certeza (ou deveriamos ter!) que as faculdades brasileiras seguem REGRAS de carga horária e formação.

Mas se há dúvida nisso então que se estabeleça também um exame aos médicos recem formados. Tenho certeza que quem é bom não vai ter medo do exame e fará com o maior prazer.

Luta-se pela saúde do povo e ainda ficam contra a classe.
Duvido muito que se a senhora ficasse com uma doença muito grave gostaria de se tratar com um médico que não teve suas habilidades testadas e comprovadas.
Não é só aqui que tem-se maus profissionais!

E se eles são tão bons assim, pq não fazem o exame?
Quando aprovados serão muito bem vindos!!! ;)

Anônimo disse...

Maria Valéria,

qual é o documento do CFM que proíbe os médicos de trabalharem "sem condições"?

O Código de Ética médica não é (ele diz que é direito do médico recusar-se a trabalhar sem condições, não que é proibido).

Em todo caso, ficam devidamente desmascarados os absurdos segundo os quais o médico que atende num avião, por exemplo, sem instrumental nenhum, pode ser responsabilizado por um fracasso (fora do evidente erro, como tentar uma traqueotomia e seccionar a jugular do paciente).

Cássia disse...

Ao ler o texto da Marussia, a única coisa que pensei é: nem tudo está perdido! Ainda há profissionais com plena consciência da realidade. Quisera eu que ela fosse regra e não exceção.

Anônimo disse...

Anônimo,

O trecho que vc cita do código de etica medica " direito do medico recusar a trabalhar em locais sem condições mínimas " , em alguns casos, pode ser usado CONTRA a gente se algo der errado.

E uma polemica, algo com que ate nao concordo , um direito seu ser usado contra vc num processo, mas enfim, a orientação e essa e aqui vale o ditado " manda quem pode, obedece quem tem juízo" ...rsrsrs ...
Um debate com o CRM, mas nao so com médicos , coma sociedade , poderia ajudar nessa questão,

Um abraço :)

Anônimo disse...

Ao Anônimo das 00:15

Deixe-me explicar algo: caso não tenha reparado, não é uma corrida de horas e só quem chega em primeiro lugar leva o troféu do reconhecimento.

A colocação é uma resposta ao "médico é a única classe que trabalha quando estudante". Não é a única, ponto.
Poderia também citar fisioterapeutas, TO, fonoaudiologia, nutrição, enfermagem, psicologia e tantas outras classes com extensos estágios. Boa parte cumpridos em serviço público.

Agora, se diante disso, a única coisa que lhe ocorre é desmerecer estágio alheio, sinto muito. Depois não reclame das acusações de arrogância ou egocentrismo.

Kátia

Anônimo disse...

Maria Valéria,

"O trecho que vc cita do código de etica medica " direito do medico recusar a trabalhar em locais sem condições mínimas " , em alguns casos, pode ser usado CONTRA a gente se algo der errado.

E uma polemica, algo com que ate nao concordo , um direito seu ser usado contra vc num processo, mas enfim, a orientação e essa e aqui vale o ditado " manda quem pode, obedece quem tem juízo" ...rsrsrs ...
Um debate com o CRM, mas nao so com médicos , coma sociedade , poderia ajudar nessa questão,"

Bem, com certeza o código de ética médica não proíbe o exercício da profissão em condições insuficientes. O que ele diz é que o médico pode se recusar a trabalhar nessas condições, e que deve registrar e comunicar o fato, por escrito, a quem de direito - inclusive, sendo o caso, ao CRM. E, em outro lugar, diz que o médico deve "empenhar-se para melhorar as condições de saúde e os padrões dos serviços
médicos". E, finalmente, no artigo 17, diz que "O médico investido em função de direção tem o dever de assegurar as condições mínimas para o desempenho ético-profissional da Medicina."

Não vejo em lugar nenhum a hipótese de o CFM/CRMs punirem o médico por aceitarem trabalhar em condições não-ideais. Nem conheço casos em que isso tenha acontecido.

Processo, todos nós podemos sofrer, até por revelar ao mundo a absoluta falta de humor de um humorista profissional (não é, Lola?). Ou por bater com o automóvel. E ninguém deixa de dirigir por causa disso, ou de reconhecer que o Marcelo Tas, bem... só é engraçado quando tenta ser sério.

Então, de novo... não, nenhum médico será condenado por não salvar um paciente de asma por falta de remédio contra asma no hospital ou posto - nem pela justiça, nem pelo CRM. A não ser, claro, que soubesse da falta do remédio e tivesse deixado de tomar as providências ao seu alcance, o que, aí sim, poderia ser caracterizado como negligência.

Abraços!

Anônimo disse...

O motivo pelo qual " cubanos" são mais aprovados em Portugal é simples; em Portugal quem se submete às provas são cubanos que querem mudar para Portugal.
E no Brasil são raros os cubanos, a maioria que estuda em Cuba e faz as provas são brasileiros que estudaram em Cuba e querem voltar.

Eu acho que deveria ter prova para os médicos brasileiros tsmbém, mas não una única prova no fim do curso, e sim ao longo da graduação como jos EUA.
E acho que a aprovação nao seria alta, pois estão abrindo faculdades de medicina sem nenhuma condição de funcionamento.

Unknown disse...

"Duvido muito que se a senhora ficasse com uma doença muito grave gostaria de se tratar com um médico que não teve suas habilidades testadas e comprovadas".

Eu me trato com médicos brasileiros. Não há exame para registro profissional de médicos brasileiros, então, sim, venho me tratando com médicos que não tiveram suas habilidades testadas e comprovadas. Obrigada por apontar o risco, devo então procurar médicos estrangeiros para me tratar a partir de agora.

O exame é organizado pelo MEC mas, obviamente, aplicado por médicos, e é aí que se abre a janela de oportunidade para o tal corporativismo.

° Emy ° disse...

Ah, e Marussia, agradeço por sua visão. Muito enriqueceu e é a primeira que pra mim valeu a pena das que a Lola postou.

A. disse...

Maria Valéria, eu sou o anônimo das 20:36.
Acredito que uma pessoa tão gentil quanto você certamente é uma profissional incrível. Infelizmente moro na capital e não em Campinas. Não sei se aqui é pior, pode até ser. Mas isso de os médicos não cumprirem o horário eu ouvi da minha irmã que trabalhou na recepção de um PS, por isso confio plenamente, mas respeito a informação que você está dando. Fora isso, não dá pra querer que a população tenha simpatia pelos médicos brasileiros. Por mais que você seja uma pessoa muito esclarecida e atenciosa, são 32 anos (no meu caso) de péssimas experiências. Todos essas vezes não podem ter sido exceções. Sabemos que a estrutura é péssima, mas onde é que tem estrutura boa? Estudei a vida toda em escola pública e nunca fui tão maltratada por um professor (e tive alguns ruins), como já fui várias vezes por médicos, inclusive em hospitais particulares, principalmente no pronto atendimento. Tenho alguns problemas de saúde frequentes, mas só vou ao hospital se estiver desmaiando e alguém me levar "à força", porque enquanto eu conseguir decidir sozinha eu não vou. Ainda assim, depois de esperar horas (pq a estrutura é péssima, eu tenho consciência disso) fui várias vezes maltratada e ofendida por médicos, inclusive quando era criança e a ofensa se dirigia à minha mãe que é uma mulher simples e, como eu, negra. Tem coisas que eu nem consigo contar aqui nesse espaço aberto, mesmo como anônima, porque foram violências muito marcantes. Penso que os médicos tem que mudar a postura se quiserem o apoio da população. Tem que ver o que o seus colegas estão fazendo antes de defende-los. Esse argumento de que tem gente ruim em todo lugar não pega, porque as boas experiências são muito poucas.

cadu disse...

Sou médico, paraibano, de esquerda, a favor da Bolsa Família, da PEC das Domésticas e de todas as outras medidas que visem dar dignidade e visibilidade às classes menos favorecidas.

Com todo o respeito, Marussia, mas o que você relatou é ridículo. Os médicos não estão se fazendo de coitadinhos, estão se defendendo! O governo foi muito esperto em desviar o foco de todos os protestos que estavam acontecendo para os médicos... e, obviamente, jogar toda a culpa do caos na saúde em nós!

Absurdo! Trabalhei meus primeiros 7 meses de formado no interior da Paraíba e Pernambuco. Decidi não fazer residência logo de cara porque ainda não tinha certeza da minha especialidade após me formar (e Medicina da Família era uma das minhas opções). A não ser pelo carinho que tinha pelos pacientes, esses 7 meses só me deram desgosto! Sim, porque diariamente tudo o que eu aprendi durante o curso era contrariado com a realidade que eu me confrontava.

Tenho a impressão de que quando falamos que queremos estrutura pra trabalhar, vem no imaginário dos leigos que nossa luta é por melhores camas no repouso, tvs de LCD na sala de espera e Nespresso na recepção. Não é isso. A gente quer insumo e exame, do contrário NÃO DÁ PRA TRABALHAR!

Sabe por que? Porque Medicina não se faz só com estetoscópio e as mãos. A gente não tá no meio de uma guerra ou em situação de desastre natural pra se contentar em oferecer o básico do básico aos pacientes. Essa coisa de "Medicina pobre pra pobre" tem que ser esquecida. Como trabalhar num lugar sem luva DE PROCEDIMENTO, sem SORO FISIOLÓGICO, DIPIRONA ou ÁGUA ENCANADA, pra não falar em outras mil coisas mais. E isso não é delírio, EU passei por situações do tipo corriqueiramente.

Acontece que isso tudo vai minando seu ânimo e o sonho de ser médico que finalmente está se concretizando acaba por desmoronar. Pra quem tá de fora, não tem ideia de quão sofrido é ver um paciente morrendo na sua frente porque você não tem um kit de intubação, desfibrilador automático ou não teve como dar o diagnóstico de infarto porque o ECG estava quebrado há anos... Já perdi as contas de quantas vezes reclamei com diretor de hospital, secretário de saúde, prefeito e acionei o Ministério Público sem N-U-N-C-A ser atendido.

Eu quero ter sanidade mental pra trabalhar. Quero colocar em prática o que me foi ensinado, do jeito certo e completo. Alguma adversidade sempre vai existir, mesmo em grandes centros repletos de tecnologia. Mas não dá pra aceitar fazer Medicina pela metade, EU NÃO ESTUDEI PRA ISSO.

No dia em que os governos municipais, estaduais e federais ajeitarem a casa e darem cabo PELO MENOS da infraestrutura e dos insumos, aí sim podem cobrar que os médicos rumem ao interior. É irracional pedir o contrário, ainda mais de um dia para o outro.

No interior do Nordeste eu ganhava o dobro do que ganho em Jundiaí e trabalhava menos. Vim morar aqui pra ganhar metade, mas meu rendimento e felicidade ao trabalhar é o dobro. Porque o paciente é, acima de tudo, responsabilidade minha. Não é a secretária de saúde, o prefeito ou a presidenta que vão assinar o atestado de óbito dele. Sou eu! Então quem sabe o que tá faltando é quem tá na base do problema.

Nós não fazemos de vítima, nós somos vítima do sistema tanto quanto a população. E nossa briga não é por melhores salários, até porque já ganhamos bem o suficiente -- poucos discordam disso. Nossa briga é por vergonha na cara e transparência na hora de dar explicações sobre o porquê da saúde no Brasil ter virado esse caos... e o do porquê só ter sido objeto de preocupação do governo às vésperas da eleição presidencial.

No mínimo estranho.

Anônimo disse...

Querida A,

Essa parte do seu comentario foi a que mais me fez pensar na resposta que vou te dar:

Penso que os médicos tem que mudar a postura se quiserem o apoio da população. Tem que ver o que o seus colegas estão fazendo antes de defende-los

Sim, querida,você nao esta errada e tenho certeza de que vc nao esta mentindo,
Eu li seu desabafo com um no na garganta,porque acredito.
Eu nao defendo esses ai que estao fazendo coisas erradas, defendo os que trabalham honestamente e levam a culpa pelo que os outros fazem .

Bem. Mas onde quero chegar? A questao e que pra mim, apesar de o medico ser culpado de nao cumprir horário , pra mim o maior culpado e o diretor da unidade que deixa ele faltar, e conivente e aceita tudo passivamente,sem fazer nada,
Sei bem que muitos usam de chantagem " vc nao vai me mandar embora, porque nao vai achar outro pra por no lugar" .so que errado o gerente que cede a essa chantagem,
Eu discordo de uma pessoa que disse " melhor um mau medico atendendo do que ninguem atendendo" , eu penso o contrario, se for para ser atendido de qqer jeito, nas coxas, melhor nem atendimento,!!! Enquanto formos ( e incluo todos nos, inclusive médicos) complacentes com essa postura de " melhor um ruim do que nenhum" a população continuara a ser mal atendida.
Entao, pra mim vc e prova viva do que digo, quando afirma que " so vá no medico se nao resolver sozinha e estiver morrendo, porque nao quer ser atendida que nem um lixo" claro!! Vc esta certíssima e eu tambem sou assim,!!
Poderiam dizer que eu sou assim porque sendo medica, posso pagar particular e escolher, mas vc pelo que me conta nao tem muito poder aquisitivo e mesmo assim prefere ficar doente em casa do que ser mal atendida,aposto que se eu fizer uma enquete com meus pacientes eles irao responder a mesma coisa!!!

Se eu puder te ajudar de alguma forma, bem: entre no meu blog e deixe seu mail em um comentario de qualquer post,meus comentários tem moderação e por isso nao aprovarei e seu mail nao ficara exposto.
Dai conversamos por mail, vc pode me contar quais são seus problemas de saúde,
Eu morei 4 anos em SP, e conheço muitos médicos de lá, posso tentar de indicar alguém bom, ver se atende seu convênio, se particular,etc, nao importa,faca contato comigo que tentarei te ajudar,!;)) beijos e confie que vai dar tudo certo,

Mônica disse...

" e saiba concordar uma frase de mais de 5 palavras"

Preconceito linguístico manda lembranças!

Unknown disse...

Respondendo a Elaine Pinto,

Há sim uma prova para médicos, não são todos que a fazem, mas quem faz a prova de título, por exemplo título de especialista em cardiologia, o que é feito após a residência em cardiologia, ou após 5 anos comprovados de trabalho em um serviço de cardiologia.

Após ter em mãos tal título a cada cinco anos é preciso fazer uma prova objetiva e comprovar participação em pelo menos um congresso na área por ano (no caso cardiologia.

Neste caso a prova pode não ser tão reprovativa como a OAB mas avalia melhor uma vez que avalia sempre o profissional. Pelo que eu sei a OAB é só uma vez.

Unknown disse...

Desafio a quem diz que médico é uma profissão muito bem paga a mandar o link de algum edital de algum município que ofereça esse salário que dizem ser altíssimo, não vou nem limitar o valor.

Não adianta ser enganado pelo que diz a rede globo ou seja lá qual instrumento de manipulação tenha como referência. Antes de tomar como verdade o que é dito, inclusive por nós aqui, não acredite, vá conferir, pesquise.

Não vale anúncio de jornal, estou falando de link de edital de concurso MUNICIPAL.

Unknown disse...

Outra coisa, que vi aqui e em outros locais foi gente dizendo:

"Ah se está tão ruim a saúde por que não reclamaram antes? Por que só agora que pegaram no pé de vocês?"

Mais do que já reclamamos? Quantas e e quantas comunicações não já foram enviadas ao secretário de saúde e daí? Se o prefeito quiser ele vai fazer do jeito que ele quer. O fato de eu e tantos outros saírem ou desistirem de atender nessas condições é nossa forma de protestar.

Muita gente hoje sai de cidades do interior pra ganhar até menos em outros locais por conta exatamente disso, médico no interior é cabo eleitoral de prefeito.

Quer mudar isso de verdade? ofereça concurso público, a exemplo do INSS, que leva médicos a várias cidades de interior por esse país a fora. A exemplo de delegados, promotores. Com estabilidade, segurança, perspectiva de crescimento e garantia de que não vai ser só um instrumento para o prefeito ganhar as eleições daquele ano muito médico é capaz de fechar consultório e não se "aventurar" como é hoje mas ir com um propósito.

Mas por que não é proposto isso? Porque essa medida foi exatamente para responder à comissão de prefeitos e para eles não é nada interessante ter um profissional que não possa ser manipulado.

Anônimo disse...

"Ah se está tão ruim a saúde por que não reclamaram antes? Por que só agora que pegaram no pé de vocês?"

Mais do que já reclamamos? Quantas e e quantas comunicações não já foram enviadas ao secretário de saúde e daí? Se o prefeito quiser ele vai fazer do jeito que ele quer. O fato de eu e tantos outros saírem ou desistirem de atender nessas condições é nossa forma de protestar.

Muita gente hoje sai de cidades do interior pra ganhar até menos em outros locais por conta exatamente disso, médico no interior é cabo eleitoral de prefeito.

Raul, disse tudo.

Anônimo disse...

Raul,

Eu ja fui da comissão de etica medica de um serviço, e comuniquei ( como era minha obrigação , vc sabe) depois de termos tentado dialogar de todas as maneiras com o pessoal lá de cima,o CRM, de uma situação irregular que punha em risco nosso atendimento e a saúde de pacientes.
Vc sabe, ser da comissão de etica medica tem algumas implicações, e uma delas e ser OBRIGADO, mais do que os outros, a denunciar irregularidades,senao o CRM te processa e com razão...vc nao foi escolhido ali pra defender a etica da sua profissão e colaborar com isso?
Pois bem, denunciamos
Adivinha o que aconteceu? Eu e cada um dos membros da comissão de etica medica recebemos um telefonema ameaçador naquele dia de um superior...
Bem, naquele emprego eu nao tinha estabilidade, nao era concurso....
Nao precisa dizer mais nada...
Melhor nem contar o próximo capitulo,

....

Mônica disse...

Raul Pontes,
te desafio a encontrar um edital de concurso de Município em que o salário oferecido ao médico não seja maior do que o oferecido às demais profissões.

Anônimo disse...

Mônica,

O desafio do Raul foi pra quem disse que os salários oferecidos a médicos são milionários de 20 a 30.0000 e não de que os médicos ganham mais.

Se tu for ver, a profissão que mais tem responsabilidade é a do médico e do cirurgião dentista, se tivesse nos postos também poderia se considerar a do fisioterapeuta pois são diretamente responsáveis por por melhorar ou agravar um quadro.

Não estou desvalorizando as outras profissões, mas levando pra outro lado, pra ver se limpa um pouco a análise dos preconceitos incutidos,se eu for construir uma casa acho justo pagar mais a quem tem mais responsabilidade primeiramente o engenheiro, depois o eletricista (tenho maior medo de eletricidade), depois quem for trabalhar com a parte hidráulica, e dpois os pedreiros. Mas isso é uma questão de prioridade, se a pessoa acha que todos devem ganhar igual então valorize quem você acha que ganha menos mas também não chame os outros, aliás tem pedreiro que hoje já faz quase tudo.

Da mesma forma é na saúde, tem gente que acha que não precisa pagar mais a profissional a ou b, mas isso é de cada um, então quando for se consultar valorize quem você acha que deve ser mais valorizado, mas faça suas coisas com ele.

Se eu tivesse na minha casa duas empregadas (ah quem me dera poder ter pelo menos uma). E uma soubesse só fazer a limpeza e detestasse cozinhar, e tivesse uma outra que soubesse fazer a parte da limpeza e da comida também, é justo pagar o mesmo pelas duas?

Agora se você me perguntar se eu acho justo o que os outros profissionais recebem claro que não acho. Enfermeiro hoje está muito desvalorizado, mas a culpa é dos médicos? Dentista está muito desvalorizado, mais ainda, como falei acima é outra profissão que toma decisões as quais refletem diretamente na saúde do paciente. Só explicando aqui o que sei que vou ser questionado, lógico que as demais profissões também podem comprometer a saúde do paciente, mas quem toma decisões está mais sujeito a ser responsabilizado, é lógico, é diferente de você colocar no papel "a conduta com o paciente é essa" e tu colocar no papel "fiz isso de acordo com prescrição de fulano (se acontecer alguma coisa a culpa é dele)". Na hora da complicação, muita gente que alega se tratar de um trabalho de uma equipe multiprofissional, grita logo: a "doutora" aqui não sou eu.

Mas voltando ao assunto da desvalorização, o que os médicos tem a ver com essa desvalorização? Não pedimos pra pagar melhor a uns em detrimento a outros. Já participei de uma reunião entre profissionais da saúde em que a classe médica aceitou receber um aumento menor e os dentistas e enfermeiros receberam um percentual maior devido à grande diferença o que não achamos justo, mas essa decisão não é nossa, já ouvi um dentista dizer na cara do outro que se não tivesse satisfeito ele tinha uma coluna de currículos à espera.

Entendo perfeitamente a raiva que isso deve gerar mas não fomos nós médicos responsáveis por isso. O problema é que todo mundo chega aqui e diz "ah mas não estamos contra vocês médicos", não mesmo? foi uma forma de canalizar coisas engasgadas como essas que falei mas que não são culpa da classe.

http://www.youtube.com/watch?v=YTqyIQRgqGE

Esse vídeo é de um filósfo, bem imparcial até, no próprio vídeo faz algumas críticas aos médicos, mas ele mostra muito bem essa questão do ódio que a população está usando pra descontar na classe suas decepções, etc.

Unknown disse...

Desafio fácil Mônica, só vi agora, caso tivesse visto ontem à noite teria postado antes. Quer que te dê mais de um? vou procurar e colcoco já aqui.

http://site.pciconcursos.com.br/arquivo/1201775.pdf

Unknown disse...

Lá vai mais um Lola:

E esse é interessante 1000 mais "vantagens adicionais inerentes ao exercício da profissão"

http://site.pciconcursos.com.br/arquivo/1208771.pdf

Anônimo disse...

Gostei muito do comentário da Marussia, que virou post. Ainda que tenha visto os posts anteriores, com outras médicas, com boas intenções, sobretudo a Maria Valéria, me alinho mais com o ponto de vista da Marussia. E olha, gostaria que xs médicxs admitissem mesmo, que se tratam de uma elite sim. É mais honesto gente! São elite mesmo uai. Ou tem muitos médicos pobres? Ou não brancos? Então vamos parar com isso! É uma classe média, ou alta e branca e burguesa em sua maioria.
E sobre o Revalida. Tô de saco cheio mesmo de escutar médicxs daqui falando como se esse exame fosse justo. Porque não é. Várixs médicxs de outras nacionalidades passam nos exames exigidos para o exercício em determinados países. Em países em que a saúde e a formação dos médicos é considerada superior? Então o que é que é? A medicina daqui é mais foda? Me poupem! Esse exame é um baita exercício de má fé e corporativismo, e o CFM só tá botando pilha nessa prova porque sabe que, da maneira como é estruturada, estrangeiros não vão passar.
Ma.

Unknown disse...

Mais um, Mônica:

http://site.pciconcursos.com.br/arquivo/1175272.pdf


Em pouco tempo coloquei aqui 3 editais de municípios, com salários entre 1000 e pouco mais de 2000, iguais para vários profissionais. Podem argumentar que são a minoria, mas o desafio foi cumprido. Já o que fiz ninguém até agora achou, salários que anunciaram de 30.000 ou coisa parecida, e que faz quem ganha muito abaixo ficar revoltado, nós médicos ficamos por saber que não é verdade imagina que vê isso e acha que é verdade, deve ficar com mais ódio ainda da classe, "eita classe mercantilista", "coxinha de jaleco" (até agora não consigo entender a mente de quem criou essa expressão, mas tudo bem, cada qual usa o que tem na mente).

Mas veja por si só que a realidade é bem outra. E olha que não temos duas férias no mês, ou trabalhamos em regime de uma semana de trabalho e folgar 3, ou 2, mas de que importa? tem profissionais de outras áreas que ganham de dez a 20vezes isso, pra trabalhar praticamente 6h por dia e só vão de terça a quinta, mas não a mídia e a estratégia do governo canalizaram tudo para a classe médica.

Quem analisar vai perceber o engodo, quem prefere ouvir e ver sem pensar ou fazer uma análise crítica vai continuar repetindo as mentiras e brigando pelo que os outros pensam e não pelo que deveria pensar (em alguns isso não é possível e devemos respeitar as limitações em outros casos é preguiça mental mesmo)

Sara Marinho disse...

Gostei do guest post, foi a primeira médica brasileira que trabalha no Brasil que vi defender a vinda dos médicos estrangeiros (tinha lido anteriormente a defesa de médico brasileiro residente em Portugal). As críticas dos médicos em geral parecem bem classistas.A única que vi que para mim parece fazer sentido é que esses médicos em tese não fariam prova alguma para trabalhar aqui,isso é verdade? Sei que só receberão uma autorização temporária de trabalho( 3 anos, é isso?),mas mesmo assim, é complicado,não existirá nenhum meio de averiguação da qualidade desses médicos? Li em algum lugar que haveria um curso antes do início do trabalho, no decorrer deste haveria algum meio de avaliação?Alguém sabe? Isso já foi decidido?

Vários conhecidos meus compartilharam fotos em redes sociais de hospitais lotados de pacientes em situações precárias, com dizeres que o problema seria de estrutura,e não de falta de médicos...É óbvio que o problema também é de estrutura, mas em boa parte destes hospitais, se houvesse uma quantidade decente de médicos, talvez não precisasse ter tanta gente aguardando. É uma bola de neve né? Não só ali no momento em que o cara está morrendo na fila do hospital, quando está com algum problema muito sério,mas desde quando recebeu um atendimento ou orientação de baixa qualidade quando teve primeiros sintomas,ou desde que não foi atrás de atendimento por não ter plano de saúde ou condição de pagar um médico particular, e saber que pelo SUS é extremamente demorado e de baixa qualidade (muitos médicos nem olham na sua cara...)
Enfim, tem que se começar em algum momento a mudar algumas coisas, é necessário uma melhora estrutural da saúde pública,mas sem médicos não adianta...

cadu disse...

Mônica, sendo bem chulo nas palavras: vai querer comparar merda com bosta?

Assim fica parecendo que toda a raiva contra os médicos é porque ganhamos melhor que a maioria. Sim, e? Por isso temos que carregar o mundo nas costas e nos submeter a tudo? Epa, epa... Se os outros profissionais acham o que ganham injusto -- e sempre o é --, que lutem pelo aumento.

cadu disse...

Sara,

Essa é uma visão de quem NÃO tem vivência em saúde pública. Já trabalhei em vários hospitais do interior do Nordeste onde o quadro médico estava completo, mas faltavam insumos, exames, etc. Não que não haja falta de médico em algumas regiões, isso é fato. Mas a pergunta que deve ser feita é: POR QUE faltam médicos? É só salário? É só distância? Ou é porque a gente não quer trabalhar em condições indignas e nem quer arriscar se deslocar pra tão distante e, tão logo se mude de prefeito, leve um pé na bunda sem direito trabalhista algum? Isso aconteceu numa cidade do interior de Pernambuco próxima à que eu trabalhava: mudou o prefeito, T-O-D-O-S os médicos da Atenção Básica foram demitidos. Uma cidade com um histórico desses quer atrair médico COMO?

Unknown disse...

Que alívio esse Guest Post.. tinha ficado meio brava com o Blog colocando só a visão "coxinha" da coisa.

Beijo

Anônimo disse...

Sobre a idéia de vocação médica, disposição para salvar vidas e que não deveria se fazer por grana... Eu não entendo assim. Já deixei claras minhas críticas à classe, mas todo mundo tem direito de pensar na remuneração sim. Mas quem começou o viés dessa conversa foram xs médicxs, ao inicialmente colocarem esse trabalho como algo da vocação e divino sim, que vi comentários em vários lugares nesse sentido. Agora vão ter que aguentar galere cobrando humanismo e vocação sim... por que vieram com esse argumento primeiro. Eu acho mesmo que médicxs merecem ser bem pagos, bem como todas as profissões deveriam ser melhor remuneradas, sem tantas hierarquias de saber-poder, igual tem hoje. Mas uma coisa dinheiro nenhum paga: maior humanidade dos profissionais. Nenhum salário baixo é desculpa para a falta de humanização da maioria da classe médica diante dos pacientes.
Ma.

Anônimo disse...

O desconhecimento do povo é tão grande que acham que a demora nos pronto atendimentos é porque faltam médicos... Em alguns casos é verdade, mas em muitos a equipe está completa e mesmo assim demora muito. As vagas para os médicos são limitadas, pode ter 10 médicos dispostos a trabalhar naquele dia no pronto atendimento, mas a prefeitura só contrata 3 por exemplo.

Anônimo disse...

Pra quem tá reclamando de quem chama a classe médica de elitista e, normalmente classe média, dizendo que tem muita gente do PROUNI e FIES. Isso não é argumento válido, pelo menos não para agora. Essas medidas/programas são recentes. Falem isso daqui a alguns anos, quando a composição de classe socioeconômica/racial dos médicos realmente mudar, ok? Por enquanto, o status quo é maioria.
Ma.

Unknown disse...

Vou tentar simplificar as coisas.

Nossa revolta, não é por nenhum medida em si unicamente, isso não significa que concordo com elas. Mas nossa revolta é que há anos, isso antes mesmo do PT, o problema é que o PT é quem está no poder atualmente e se comprometeu inclusive na campanha a investir em saúde, educação, segurança etc. Mas como dizia, há pelo menos 20 anos batemos de frente com as gestões públicas.

Tentamos conversar, mostrar o que há de errado. O que ouvimos? médico não gosta do sus, médico é contra o povo. Lutamos novamente, fazemos denúncia ao CRM local, ao ministério do trabalho, ao ministério público e o que acontece? o máximo que o ministério público faz é um tal de TAC(termo de ajuste de conduta - é algo assim)mas muitas vezes não acompanha, não fiscaliza até receber outra denúncia, em alguns outros locais o ministério público é mais atuante mas aí vem os advogados dos prefeitos e tudo continua do mesmo jeito.


A gente se cansa sai do emprego e o que acontece?? Somos chamados de mercantilistas egoístas? Vá viver primeiro antes de falar. Já chega de hipocrisia. Por que a população não reclama dos prefeitos, vereadores? Principalmente em cidades pequenas pelo menos metade da população é empregada ou tem parente empregado pela prefeitura. Então vai ficar contra quem??

O que nos revoltou dessa forma é que após tanto tempo de reclamações e denúncias nossas o governo decide agradar os prefeitos exatamente esses que contribuíram pela má administração da saúde. E agradar a eles com medidas que não foram discutidas de uma forma mais ampla, é até interessante uma entrevista na globonews onde colocoram dois médicos como se um fosse a favor do governo o médico Adib Jatene e o outro contra Antônio Carlos Lopes, tb médico.

O tiro saiu pela culatra, o próprio Jatene admitiu que foi avisado por telefone que o programa mais médicos seria lançado pelo governo, ele que fazia parte de uma comissão que discutia sobre o assunto no governo, e reconheceu que o assunto deveria ser mais amplamente discutido, por outras entidades, instituições de ensino que seriam envolvidas, etc. Mas não, o governo decide, arbitrariamente (discussão unilateral, em que todos estão do mesmo lado, apenas divergem em alguns pontos não é discussão aberta).

Outra tacada contra foi quando o próprio Jatene criticou o ensino cubano dando seu testemunho que quando visitou cuba na grade curricular do curso de medicina tinha disciplinas como comunismo, dialética de Hegel, Marxismo, ou seja mostrando que a formação lá tem um cunho político, mais uma reforço a questão do médico ser usado como cabo eleitoral. O que acham de diversos médicos atendendo de perto uma população desassistida, carente, vulnerável, e fazendo lavagem cerebral sobre o ideal comunista?

Não somos contra nenhuma medida que leve a saúde para o interior, desde que ela não tenha unicamente cunho eleitoral ou política, que seja discutida de forma ampla levando em conta de verdade o que é melhor pra população que está abandonada não só de médicos, mas de saneamento básico (e isso não é papel do médico) de defensores públicos (e isso não é papel do médico), de fisioterapeutas (e isso não é papel do médico), de dentistas (e isso não é papel do médico) e PRINCIPALMENTE DE EDUCAÇÃO BÁSICA (e isso não é papel do médico). Nesses locais poucos vão saber ler a receita prescrita pelo médico, já fiz isso, expliquei a receita pro paciente, “perguntei se ele entendeu pedi que repetisse, era pra tomar a medicação de 8 em 8h, 3 vezes ao dia certo?” tudo bem, entendeu, repetiu, ao fim da consulta perguntei pra confirmar se estava claro, lá vai a resposta: “entendi sim, de manhã e de noite”.

Se houvesse uma educação básica nesse país, mais da metade dos problemas com saúde não existiriam.

Anônimo disse...

Você concorda que TODOS os profissionais da saúde devam prestar serviço civil obrigatório? Preste atenção... Todos.

Anônimo disse...

Triste ver gente q pensa assim, generaliza e rotula os medicos, so prova que a ignorancia prevalece... Triste mesmo.... Fico bem chateada por pensar qu todo meu esforco, todo o sofrimento, tudo q passo falta, pra poder me tornar uma medica, por amar o ser humano, e ter a chance de poder ajudar alguem, e considerado como mercenarismo, todas as noites sem dormir, todas as oracoes, choro engolido, cada parte de mim q morre cada vez q vejo algo q nao posso ajudar e isso e considerado um lixo, pra eu ser taxada de burguesa que so quer ganhar dinheiro.. EXTREMAMENTE TRISTE...

Anônimo disse...

Má,

Nesse ponto vc ta certa,

A maioria dos médicos ( especialmente aqui no sudeste e Sul, nao sei falar de outras regiões , ok?)são brancos, de classe media ou media alta e portanto se trata de uma elite sim,comparados ao resto do Brasil e a media salarial.
Aqui em Campinas so conheço 2 médicos negros, alias, um deles conheço so pela internet porque e amigo de um conhecido meu,
Numa cidade de mais de um milhão de habitantes so ter dois médicos negros,?? Entao, correto seu argumento,
Porém, o que discordo e o medico ser chamado de elitista, egoísta, quando nao quer morar em cidades pequenas do interior.

Creio que com as cotas iremos diminuir essa discrepância entre a quantidade de médicos brancos, negros ou vindo de familia pobre ou classe media pra cima,
E como alguém disse acima , nao sei se vc ou a Sara, nada justifica atender mal porque esta descontente com o salário,

Eu inicialmente era contra a vinda dos cubanos, lendo argumentos de muitos de vcs, e ouvindo meus pacientes, abri minha cabeça, tendo meus pros e contras,
Se nao querem abrir concurso e nem fazer plano de carreira pra esses lugares, vamos deixar que eles venham e aguardar o resultado,;) alias, eu nem entrei em protesto, passeata, nada.so fiquei na minha e postei minha opinião porque a Lola pediu. porém, nao entendo a dificuldade de certas prefeituras criarem o concurso, se aqui onde moro e tantas outras cidades tem.



Abraço :)

Anônimo disse...

Então agora o médico tem que trabalhar de graça? Você sabia do valor da consulta.

Anônimo disse...

Querida Dani Ferron, não sei se você sabe, mas todas as faculdades de medicina que conheço têm disciplinas nos postinhos de saúde, que são as unidades básicas do SUS. E isso só nos ensina desde a época de estudantes o quanto esse sistema é defasado, o quanto falta de investimentos e a dificuldade dos próprios pacientes em terem acesso a serviços básicos, como um transporte até o posto ou um ECG!
É absurdo, dá pena e posso garantir que o maior sonho de um estudante é poder ajudá-los! Mas como??? Com certeza não trazendo estrangeiros, que talvez sejam uma ótima solução imediata, mas não a longo prazo. Quem sabe se o governo fosse menos corrupto e hipócrita e investisse no que realmente importa não tivéssemos que chegar ao ponto de importar até assistência médica!

Anônimo disse...

O desafio de Raul nada, as pessoas falam mas na hora de provar não conseguem.

Anônimo disse...

Acho que quem não vive a situação de saúde do país não está entendendo, vou tentar esclarecer.
Médico precisa de condições de trabalho sim, pois a partir do momento que aceitamos trabalhar em uma cidadezinha qualquer somos responsáveis pela vida da população de lá, imagine se um paciente infarta e não há nem medicamentos ou um eletrocardiograma lá e por isso o paciente morre, de quem é a culpa? É a do médico! pois ele não viu isso antes, e o médico pode ser processado e perder a licença médica por isso SIM! Por isso não adianta dar salários enormes, a pessoa ter disposição, amor e humanidade para ir. Sem essas ferramentas básicas nenhum médico vai arriscar a sorte nesses lugares afinal é muito difícil conseguir o diploma de médico e botar tudo a perder por falta de condições.
Sou estudante de medicina e muitos colegas meus são do interior, eles querem voltar pra cidade natal mas não o farão por falta de estrutura.
A partir do momento que nossos impostos realmente chegarem na saúde e haver uma estrutura mínima para o exercício da medicina, com salários dignos, estabilidade no emprego e sem calotes, não será preciso obrigar estudante a ir ou importar médicos, os médicos vão para o interior espontâneamente e com isso irão desaparecer as longas filas de espera e a consulta de 5 minutos

Mariele Rios disse...

Desculpem-me mas essa medica é completamente sem noção. Estudei em escola pública. Sou de família pobre e não tenho nenhum médico na família. Nem distante. Sou a favor da bolsa família e não vejo problema nos que são contra. São opiniões. Essa médica não deve trabalhar no sus. Ou se trabalha deveria me passar o contato. Pq aqui onde moro a realidade está longe disso. A idéia de que medicina de cuba é avançada é a mais arcaica de todas. É caotico. Isso é história para boi dormir. Ou melhor, para comunista dormir. Gente q fala sem conhecer causa.... boto o dedo no fogo que essa menina é pwtista

Anônimo disse...

Marussia,

Quando você diz " planos de carreira nao são a solução" , por que você acha isso?
Vc acha que mesmo com o plano de carreira os médicos daqui continuarão nao querendo ir para o interior ( mesmo com a chance de serem promovidos para uma cidade maior,se quiserem ) ou que o plano de carreira pressupõe que a dedicação seria exclusiva ao SUS e muitos nao iriam querer abandonar o consultório particular ???
E so uma duvida minha, se puder responder sua opinião agradeço,
Os planos de carreira do judiciário nao sei exatamente como são as promoções,
So sei falar do plano de delegado de policia,(. Caso do meu pai, e totalmente diferente do judiciario)e ao contrario do que muitos podem pensar essa carreira eu nao ia querer pra mim nao,
Delegado de policia nunca fica muito tempo na mesma cidade,porque nao acham bom que o delegado crie muito vinculo, amizades numa cidade por muito tempo o que poderia, em tese, fazer que ele nao cumprisse suas obrigações com tanta isenção,
Entao ele fica um tempo numa cidade e depois mandam pra outra maior sim, mas bem longe da anterior, e delegado de policia nao pode ficar ' recusando ' promoção , nao....vc e promovido, recebe o convite pra ir ora outra cidade e meio obrigado a aceitar o convite,
Meu pai, como faz um ótimo trabalho na região , segundo dizem,conseguiu sempre ser transferido pra cidades próximas ,viajando a trabalho, e dessa maneira nunca precisamos mudar de cidade.
Mas do medico, ao contrario do delegado , e esperado que crie um vinculo bem grande com a população.entao no caso do medico, teria uma vantagem , de ele poder aceitar ou recusar mudar pra outro lugar, se gostar de morar aonde esta,
Entao,por que vc acha que um plano de carreira nao seria uma boa idéia?
Abraços :)

Anônimo disse...

Ridículo. Vivemos em um país em que NÃO FALTAM MÉDICOS, as faculdades de medicina estão lotadas. O que falta é ESTRUTURA para que esses "médicos do interior" trabalhem lá. E não é só no interior não, como alguém vai exercer um trabalho decente em plena São Paulo se pra agendar uma US Transvaginal a espera é de 3 meses?

Que adianta trazerem mais médicos? Por um acaso eles vão usar de seus PODERES PARANORMAIS para curarem os doentes por imposição das mãos?

País desgraçado, que bom que eu já saí desse lixo faz tempo e só venho pra cá nas férias de verão.

Ana Paula M. disse...

Do ponto de vista humanitário, concordo que precisamos de pessoas para ajudar aqueles que estão necessitando do mínimo, morrendo de diarreia e verminose, por exemplo. Mas é só o médico que atua nessa posição? O enfermeiro e nutricionista também podem ter esse papel. (Teve briga de Ato Médico pra tudo quanto é lado, mas pra essas coisas daí é só responsabilidade do médico...). Mas o grande problema é que nesses locais e em todos os locais desse país, não tem só pessoas morrendo por verminose, nesses locais tbm tem gente precisando de remédio para o controle de diabetes, precisa de cirurgia, precisa de acompanhamento do pré-natal, e isso não se resolve com o médico e seu estetoscópio. Dizem que o médico tem o rei na barriga, mas querem que eles façam coisas de deuses. Dizem que o médico é mercenário, mas tem gente que diz "por 30mil um professor ia e ensinava as crianças escrevendo com graveto no chão", daí isso não é ser mercenário, é aderir a causa da educação para todos... Se o médico aceita um salário de 10mil em SP daí é mercenário, mas se aceita lá na cidade do interior, daí é humanitário?...Esses valores estão meio estranhos...
Há o depoimento de uma médica que serviu o exército e ficou um ano nas regiões ribeirinhas da amazônia, e em seu relato ela disse que nunca chorou tanto na vida, via pacientes morrer pq o governo recusava transporte, ou que ela não tinha como tratar, pq era ela e seu estetoscópio.E aí, isso é 'mimimi'?

Aqui fala-se tanto em preconceito, mas tem muita gente ralando pra ser médico, eu por exemplo sou de classe baixa e consegui por um milagre uma bolsa (culpa de quem tem grana, ou dos políticos que não alteram a forma de acesso?). O bando de filhinho de papai da minha faculdade em vez de entrar em férias, saiu para mutirão de uma semana numa cidade do interior de SC, dormindo no chão e no frio da serra
***(mas ahhh, tudo filhinho de papai que não quer ir pro sus finalizar cirurgia com fio de pipa, escolher se o paciente morre de infecção generalizada antes ou depois da operação, e aguardar o processo por erro médico)...***

Na minha sala também, dos 37, pelos menos 10 tem o FIES (financiamento) de 100% da mensalidade, ou seja, vão sair com uma dívida mesal de 3-5mil reais para depois de formados, e se o profissional nega trabalhar em local que pague menos que isso é pq ele é desumano e mercenário...
Já dependeu do pai por 6 anos, pq não pode depender por mais 6 com uma dívida dessa né? Aliás, por mais 8 se a querida presidentA incluir mais 2 anos, baseado em pesquisas de escolas médicas europeias (que aliás tem uma repasse excelente para a saúde, mas isso eles não copiam...). Se o cara é filhinho de papai, que dependa de seu pai para o resto da vida, ué!

Para vários comentários que vejo, o sistema capitalista não é algo para se enquadrar no profissional médico, pq se o médico reclama de NÃO PAGAMENTO DE SALÁRIO (é minha gente, não tô falando de PAGAR POUCO estou falando que NÃO PAGA, inclusive professores e colegas formados repassam essa informação), daí ele é de novo o mercenário, lá vem de novo o 'mimimi'...Vi comentários do tipo: se o colega é de faculdade pública e não fizer o serviço obrigatório, devia tirar ele do público... como se educação NÃO FOSSE UM DEVER do estado pelo tanto de impostos pagos... quem estuda agora tem que ficar devendo favor pro governo, que paga (e rouba) com o dinheiro que o trabalhador (e aqui tbm incluímos os médicos) pagam de impostos.

A SAÚDE É UM DEVER DO ESTADO, e não é obrigação do médico aceitar trabalhar em um local onde os meios para o seu trabalho é ineficiente. É muita hipocrisia chamar o médico de desumano pq escolhe onde quer trabalhar em uma sociedade capitalista onde todos fazem a mesma coisa: vc aí, QUANDO PODE, não escolhe o local com melhor salário, ambiente e benefícios? Mas não, de médico isso é mimimi, ele é filhinho de papai, só quer ir pro shopping. Parabéns para esses pensamentos!

afrolesbofeminista disse...

A burguesia fede
A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia
(...)
A burguesia não repara na dor
Da vendedora de chicletes
A burguesia só olha pra si
A burguesia só olha pra si
A burguesia é a direita, é a guerra
(...)
As pessoas vão ver que estão sendo roubadas
Vai haver uma revolução
Ao contrário da de 64
O Brasil é medroso
Vamos pegar o dinheiro roubado da burguesia
Vamos pra rua
Vamos pra rua
Vamos pra rua
Vamos pra rua
Pra rua, pra rua
(...)
Porcos num chiqueiro
São mais dignos que um burguês
Mas também existe o bom burguês
Que vive do seu trabalho honestamente
Mas este quer construir um país
E não abandoná-lo com uma pasta de dólares
O bom burguês é como o operário
É o médico que cobra menos pra quem não tem
E se interessa por seu povo
Em seres humanos vivendo como bichos
Tentando te enforcar na janela do carro
No sinal, no sinal
No sinal, no sinal

Sem mais.

Jhonny F. disse...

Sou contra a vinda dos médicos.

eis meus argumentos:

1)Em 2011 a folha de São Paulo noticiou que de 628 inscritos (em boa parte,cubanos) para prova de revalidação somente 2 passaram!

Vocês acham que se a medicina fosse de ''ponta'' o médico recém formado teria tanta dificuldade em ser aprovado??

2)Qualquer um que pesquise a sério sobre o que acontece em Cuba(além da propaganda de esquerda) sabe que a realidade da saúde publica é sofrível:pacientes jogados em leitos imundos,chão cheio de fezes,etc..

3)Na Venezuela e na Bolivia, onde esse profissionais também ''desembarcaram'' várias reclamações por parte dos Conselhos Médicos,entre eles:

a)Não haver apresentação de diplomas comprovando a graduação médica.

b)Falta de habilidades técnicas como arrancar um rim de um paciente que só possuia um desses órgãos.

4)Qualquer acordo com um país cujo regime é ditatorial,onde a população vive na miséria total,onde não há liberdade de imprensa e de livre pensamento e onde os homossexuais eram presos e mortos é ser cúmplice desses crimes,é ter as mãos cheias de sangue.


Matéria da folha: http://www1.folha.uol.com.br/saber/986716-exame-de-revalidacao-de-diploma-tem-baixa-aprovacao-na-1-fase.shtml




Anônimo disse...

"Que adianta trazerem mais médicos? Por um acaso eles vão usar de seus PODERES PARANORMAIS para curarem os doentes por imposição das mãos?"

É a pergunta que eu sempre me faço quando vejo gente defendendo que falta médico no Brasil ou que devemos obrigar os profissionais a clinicarem no tal do interior.

Vão importar hospitais também?
E salários? E leitos? E equipamentos? E insumos?

Já que é pra trabalhar sem condições, deveriam institucionalizar a pajelança logo de uma vez. Coloca o doente lá pra receber um passe, tomar umas ervas, pede pra rezar bem forte pro seu animal interior e pronto, tá curado.

Vergonha deste país.

Ana Paula M. disse...

Repassando um texto feito por uma professora de letras, Vera Lopes:

O discurso ressentido em relação aos médicos brasileiros precisa ser melhor refletido, pois não precede de uma análise imparcial, exaustiva e séria. Garanto: o buraco é bem mais embaixo! Os nossos governantes se acostumaram a intervir no trabalho de algumas categorias apenas com o intuito de precarizá-lo e transferir para os profissionais a responsabilidade de darem conta, sozinhos, dos muitos problemas que estão enraizados nas políticas públicas. Foi assim com o magistério, com a enfermagem e agora tentam com a medicina.

Eu, como professora que sou, posso trabalhar precariamente, sem recursos (instrumentos) e com salário baixo, mas ninguém morre por isso. Sem dúvida, as consequências são graves: preserva-se o ciclo de miséria humana que nos é histórico e alija-se as potencialidades de muita gente, inclusive as minhas. O prejuízo entretanto é subjetivo: desperdícios de potenciais de vida produtiva, que se refletem na sociedade e nos seus inúmeros problemas. Todos pagamos por isso! Na medicina, a falta de recursos é fatal: mutila e mata! Vidas se perdem objetivamente! Chega a ser cruel pretender que profissionais sozinhos e desinstrumentalizados sejam obrigados a assumir o fracasso anunciado de seu trabalho, quando o Estado faz de conta, cinicamente, que cumpre com o seu papel e a sociedade se refugia na ignorância voluntária a que se apega para isentar a própria consciência da tarefa árdua de vigiar as ações quase sempre nefastas dos seus representantes. É inadmissivelmente leviano desviar o foco da crítica, que deve ser ao o tipo de sistema confuso que nos governa: ora estado mínimo (no lucro), ora estado máximo (no prejuízo), em que as prioridades são eleitas sem qualquer critério de sensatez e nunca em favor da coletividade, mas de segmentos a que se destina os interesses hegemônicos ou eleitoreiros. A medicina é uma profissão muito cara para quem a exerce. Cara em todos os sentidos! O médico estuda mais e estuda a vida toda. O médico não tem dia nem hora para trabalhar e tem responsabilidades que nenhuma outra profissão tem e com o que é mais importante: a vida das pessoas! Mais respeito e seriedade antes de assimilarem e reproduzirem irresponsavelmente o discurso populista, que nunca é desprovido das piores intenções!

Danielle disse...

Lola, gostaria de aproveitar o momento e o espaço para fazer um desabafo. Venho me sentindo muitíssimo triste e até mesmo fui hostilizada por colegas por ter mostrado publicamente uma visão contrária a da classe médica em geral. Sou estudante de medicina e meus colegas, alguns por inocência, outros por ignorância (apesar de precisar ter bons estudos para entrar numa faculdade de medicina, ainda mais uma pública, a maioria dos meus colegas são politicamente ignorantes e preguiçosos quando se trata de correr atrás de obter algum conhecimento além da medicina) e outros por serem de fato mal intencionados são nitidamente contra políticas sociais, anti-esquerda e aquela postura de "classe médi(c)a sofre". Muitos participaram das manifestações da classe e o que eles mais sabiam falar era sobre a falta de infra-estrutura, o quanto a Dilma toma decisões horrendas, que não falta médico no país e frases muitas vezes de conteúdo xenofóbico contra os cubanos (não vi falarem dos médicos vindos de outras nacionalidades). Minha sensação é de quase total desamparo (por sorte tenho amigos que pensam parecido, mas se conta nos dedos), incoerência vinda de todos os lados, uma raiva que não se justifica e uma falta de vontade de reflexão. Para mostrar o quanto são humanitários e justificar sua postura reacionária, se escondem atrás dos clamores por estrutura, falam dos pacientes morrendo no chão sem maca. Mas quando é feita alguma medida social, que possa dar uma condição mínima para que aquele paciente deixe de estar lá por uma doença boba, que uma boa alimentação, boa higiene e mínima noção de cuidados pessoais evitaria que ele se tornasse um doente, eles são avidamente contra. Porque nesse momento, não é no paciente em que se pensa, é na aversão típica da classe média contra a pobre. É assistencialismo, populismo, "migalha". Se querem tanto que o povo tenha um posto de saúde e um hospital bons, por que não querem que ele tenha a mesma condição em suas vidas cotidianas? Isso não me parece humanismo, parece que só se quer um lugar bom para trabalhar sem passar por precariedades.
Resumindo, está sendo angustiante fazer parte disso e não poder me manifestar. O "debate" é quase sempre burro e cego, pelo menos por parte dos acadêmicos. Acho que, de fato, algumas coisas poderiam ter sido feitas de uma forma melhor, conversado e não imposto, mas também não sei até que ponto isso poderia ser frutífero, visto que o interesse geral é somente o de se colocar contra todas as medidas.
Beijos Lola, seu blog é um suspiro de raciocínio e coerência para meus dias.
PS: adorei o texto que a Adri escreveu sobre a classe média e também adorei sua resposta. Simples e sincero.

Anônimo disse...

Lola,

Gostei muito do comentario da Ana Paula M.

Gostaria que vc olhasse esse link( pode pular a foto, que e meio chocante,mas leia o texto):

http://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano/vc-no-g1-tvdiario/noticia/2013/06/familia-acusa-hospital-guido-guida-de-negligencia-medica-em-poa.html

Resumindo, o cara bate a cabeça, sofre fratura de crânio, e nao tem aparelho de tomografia, que o exame indicado nesse caso.
O paciente morreu, e estao acusando o hospital de " nao ter conseguido " uma transferencia para outro hospital onde tivesse o exame que fizesse o diagnostico da extensão da fratura e do seu tratamento( que pode iinclusive ser cirúrgico)
E se nao tinha vaga mesmo no outro hospital!!??como e que os médicos iam conseguir transferir? Fazendo milagre, fazendo surgir uma vaga como um passe de magica??
Em casos como esse, e comum a familia acionar a justiça, e o juiz quase sempre determina que um hospital próximo ofereça uma vaga e receba o paciente,podendo ate ser hospital particular inclusive.O que nao tenho certeza e se o juiz verifica se ha vaga no hospital que manda receber, ou se escolhe sem verificar,dai os médicos do outro hospital ficam sem saber o que fazer: como receber um paciente que vc e obrigado, sem ter o leito para recebe- lo? E claro que tem muitos hospitais com doentes graves em macas improvisadas no corredor,(melhor deixar na maca e tentar cuidar do que mandar pra casa ) , nas esse caso e um caso típico de alguém que nao poderia ficar em maca.muito provavelmente teria que ser operado, e o leito depois para ele e de UTi,e se nao tem leito de UtIl o que vc faz? Tira alguém de lá do respirador pra por esse outro?? Escolhe quem vai viver e quem vai morrer??Isso e cruel!!!
Mesmo quando me posicionei contra, Lola, nunca disse que ia fazer nada pra impedir que viessem cubanos, ou qualquer nacionalidade,a questao que me preocupa e essa.
E como fixar um profissional no interior onde ninguem quer ir? Criando uma carreira de estado, pois a partir do momento que vc presta o concurso vc assume que nao escolhera onde vai morar, vc será mandando pra região que mais precisa,porém com o tempo pode ser transferido , se desejar.
Se nao houver outra solução,Ok que venham os estrangeiros,.
Beijos e ótimo ter participado com debate,;)

Jhonny F. disse...

Mais um link útil para aqueles que ainda acreditam que a vinda dos médicos cubanos é coisa muito boa.

http://biodireitomedicina.wordpress.com/2013/05/30/paraguai-rejeita-medicos-cubanos-formacao-mediocre-impede-exercicio-de-profissao-no-pais/

Unknown disse...

Só acho que se esses médicos estrangeiros estão vindo para cuidar da população carente dos interiores e periferias, eles serão muito bem vindos. Agora, assim como precisamos de mais médicos que queiram trabalhar no lugar onde médicos brasileiros não querem ou não tem capacidade, também precisamos de hospitais qualificados, de macas, medicamentos, reagente para exames de sangue, raios-X, material básico e fundamental para tratamentos, curas e atendimentos dos pacientes. E precisamos disso não apenas nas cidades interioranas, mas também em grandes hospitais de grandes cidades em que médicos brasileiros fazem descasos. Enquanto há uma rixa entre médicos que tem medo de perder um emprego que não querem e um Estado que quer mostra que está fazendo algo, é o povo que está no meio da briga morrendo em corredores de hospitais sem médicos e remédios. E quando eu digo POVO não somos nenhum de nós que tem condições de paga um plano de saúde ou fazer uma consulta particular por emergência. Mas sim pessoas que mesmo se esforçando muito não tem a mínima condição de se quer pagar um exame de sangue. Médicos não ganham pouco para brigar por um emprego que eles não desejam, e o Estado tem capacidade suficiente para não apenas disponibilizar médicos, mas também tratamentos. Eu acho que está mais do que na hora de os dois lados esqueceram o ego e pensarem em quem precisa de saúde urgentemente. Saúde que está prevista em nossa constituição.

Anônimo disse...

Lola,

Nao me sentiria bem se nao viesse aqui expor alguns pontos de vista, depois de ter conversado com meu pai.
Meu pai, e delegado de policia aposentado. E ja viu muita coisa no decorrer da profissão dele.
A primeira coisa que ele me disse que chamou a atenção foi " nao sou medico, mas sei que sou brasileiro,entao vou opinar como brasileiro que a saúde tem que ser resolvida JA e nao pode esperar"
Ele acha que as reivindicações de planos de carreira, de leis trabalhistas pro PROVAB, etc, poderiam ser feitas sim, DEPOIS, num segundo momento,primeiro deixa os caras virem aqui cuidar de quem esta precisando,
Em parte concordo com ele, porque os próprios médicos que irao trabalhar nesse programa irao dizer se esta bom ou ruim. Se estiver ruim eles nos ajudam a reivindicar o que queremos ou entao vao acabar saindo do programa, se nao for bom., e o governo vai perceber.
O que nao pode ( concordo com meu pai) e deixar a população sem assistência,
Bem, ele ainda acha , pelo que leu e observou, que os conselhos de medicina tem que tomar cuidado por que tem horas que parece que eles mesmos que colocam a população contra os médicos,
Nao entendo muito disso, porque nem acompanhei as manifestações dos conselhos,mas por ex, nao concordei com a medida judicial pra suspender o mais médicos.( os conselhos entraram na justiça)
Nao e o ideal? Nao, mas ja que esta feito deixa eles virem e depois a gente conversa,
Outra coisa, tem muita gente dizendo que esse programa da certo no Reino unido, etc.Mas com conhecimento de causa, pois minha irma mora lá, vou te dizer que Reino Unido nao e igual ao Brasil.
Quando minha irma fica ruim da garganta, o medico orienta por telefone o que ela deve tomar,em quanto tempo deve aguardar melhora, e so caso nao melhore nas tantas horas liga de novo e marca consulta.Logico que se for um pé torcido, quebrado( como ja foi o caso do marido dela) o medico orienta a ir lá no mesmo dia.
Entao, nem todos os pacientes de lá que precisam de medico necessariamente passam com o medico no mesmo dia
Aqui nem poderia ser feito,imagina orientar um paciente que nem sabe escrever o nome a qual remedio ele deve pegar e tomar.nao da, são realidades e populações diferentes. E o conselho proíbe do prescrever sem examinar o paciente , so se for muito urgente mas assim que puder o medico deve examinar,
Minha irma trabalha em restaurante, e se tiver diarréia nao pode ir trabalhar por questões de contaminação alimentar,ela nao precisa levar atestado medico lá, ela so liga e avisa que esta com diarréia e na pode ir, e eles aceitam.Aqui no Brasil nao e assim,, e portanto as filas ora atendimento , especialmente de coisas leves que o próprio paciente sabe resolver em casa sozinho aumentam porque ele vai lá so por causa do atestado,
Tem toda a questao da lei trabalhista,
Nao sei se no reino unido todo e assim, mas em Lomdres onde mora minha Irma e desse jeito.
Mas nao da pra comparar países com realidades diferentes, com leis diferentes,
Eu , sinceramente, vou ficar quieta,aguardar, e torcer pra dar certo,
Se essas bolsas nao forem uma boa opção, os próprios médicos que aceitaram trabalhar nelas, irao ser o termômetro, continuando ou saindo do programa,
Meus pais ja foram mal atendidos muitas vezes, ( Contei aqui so a mais grave), mas minha mae por ex tem um problema de saúde serio,que um medico nao deu o diagnostico certo, e ainda debochou do outro que tinha acertado o diagnostico e estava fazendo tudo correto,
Entao , ela a primeira a dizer que os médicos tem aprender a atender SUS, sim, pra se humanizarem e verem a realidade.
(. A reclamação dela e com relação a médicos particulares, especialistas , e que deveriam aprender a tratar o SUS e ver como atender com mais humanidade,)
Eu so discordo que, deveria ser depois de formado, e nao antes.e alem disso, poderia colocar outros profissionais de saúde pra atender o SUS por dois anos, pois saúde nao se faz so com médicos.mas com equipe multidisciplinar,
Beijos!!!

Anonima disse...

Quem pediu edital de emprego para médico com salario de 10 mil?

Esse aí está quase lá, VAGAS não foram preenchidas, é interior do RS, um cidadezinha linda, ótimo IDH, boa qualidade de vida, saneamento, habitação, acesso de tudo. Fica a 30 min da segunda maior cidade do estado e a 2 horas da capital Porto Alegre.

http://www.carlosbarbosa.rs.gov.br/site/uploads/files/edital_12-2013_e_anexos_i_e_ii_processo_seletivo_ii-13-_sa%C3%BAde_e_oper%C3%A1rio.pdf

e o edital de inscritos:
http://www.carlosbarbosa.rs.gov.br/novo/editais/arquivos/1319.pdf

Anônimo disse...

Vejam só, a mídia divulga salários de 20 a 30.000, mas até agora o máximo que consigaram achar foi algo que nem chega a 10.000,00. Estão vendo como funciona a manipulação da notícia? Muitos disseram que médico ganhava muito mais que os outros vejam quantos exemplos foram colocados evidenciando exatamente o contrário, médicos com o mesmo salário de outros profissionais. Mais uma mentira plantada na cabeça de quem acredita sem procurar averiguar o que lhes é dito.

upgrade disse...

acredito, que nos brasileiros temos médicos e políticos que nos merecemos ter, pois ninguém faz nada para mudar isso, aproveitando o embalo, para que queira fazer um plano de saúde Unimed www.planodesaude.net.br

Anônimo disse...

Frustrada, simples assim. Você gostaria de ouvir um médico falando que nutricionistas são assim e assado?!? Aliás, no interior bravo em que trabalhei não tinha nutricionista na equipe, afinal, eles gostam de ficar tranquilos nos consultorios com ar condicionado enchendo as it de whey! Bom demais generalizar uma classe nao é?

o canto do Palhaço Noir disse...

Lola, queridíssima, espero que a senhora ou qualquer um da sua família jamais tenha um AVS na parte posterior do cérebro, pois se tiver, vai precisar de uma ressonância magnética e uma ressônancia magnética, encarecida jornalista (???) ou melhor escritora (???????), não será fácil de encontrar em uma rede pública. E acredito que você, como uma verdadeira devota do comunismo cubano, JAMAIS iria usar de um recurso PRIVADO em benevolência de sua saúde sendo que a grande classe da população não pode arcar com esses mesmos custos.

Anônimo disse...

hahahaha, os medicos ganham uma mixaria perto da maior parte dos juizes. vc acham que um juiz ganha 20000? HAHAHA, os juizes e agentes politicos ultrapassam facil os 50.000 por mes, facil facil... O que eu to falando nao e segredo, bastam ver portal da transparencia de diversos estados. Agora imaginem os Juizes casados com Juizes, ultrapassam facil a casa dos 100.000, e os donos de cartorio ricos? ae nem precisa falar nada, visto que muitos ganham mais de 1.000.000 por mes.

Dr Alexandre Lima Dermatologista disse...

Só hoje caí nesse post, vendo um colega médico apoiando a vinda de cubanos. Hoje, 2 anos depois, o jornal do CRM alardeia que não conseguimos melhorias com essa medida.

Eu penso que conseguimos pelo menos um benefício: discutir o assunto.

Tirar alguns colegas do pedestal pode ser muito importante para a classe médica, e principalmente para a sociedade.

Dr Alexandre Lima - Belo Horizonte

Alexandre Cheng disse...

Bons médicos são caros, mas com uma busca detalhada podemos encontrar boas opções ao seu alcance.