terça-feira, 23 de julho de 2013

GUEST POST: ROLLER DERBY, UM ESPORTE FEMINISTA

Tem muitos, muitos estudos provando que praticar esportes é excelente não só pra aquilo que é óbvio (não ser sedentário), mas também para melhorar o rendimento escolar de alunxs.
Não vou encontrar as referências agora. Só lembro da Peggy Orenstein dizendo que poucas coisas são melhores pra meninas que a prática de esportes. Melhora a autoestima, diminui as chances de gravidez precoce, e mais um monte de vantagens. Sem falar que é muito mais interessante que ficar correndo sozinha ou levantando peso em academia.
Mas, por incrível que pareça, de maneira geral, garotas não são incentivadas a fazer um esporte. 
Ainda existe a ideia absurda que esportes são demasiadamente competitivos, físicos, violentos -- ou seja, coisa de homem. E que praticar um esporte "masculiniza" a mulher. Assim, as atletas profissionais muitas vezes têm que provar sua feminilidade. É ridículo. Isso sem falar que esportes competitivos como alternativa de lazer para mulheres adultas não costumam ser uma opção.  
Bom, não quero dizer "seus problemas acabaram!", mas a May ofecere uma ótima pedida. Ela explica tudo neste guest post.

As minhas experiências com esportes nunca foram muito boas. Não gostava de jogar vôlei nem futebol, isso porque tudo era voltado ao público masculino. 
Na minha escola as meninas não tinham vez nas aulas de educação física. A professora nos passava coreografias de dança, enquanto os meninos jogavam futebol. Isso tornava praticar esportes algo fora de cogitação para a maioria de nós. 
Infelizmente, as coisas não evoluíram na sala de aula, e vejo a história se repetir com a minha irmã de 13 anos. Ela poderia muito bem ser uma atleta de alto rendimento. Minha irmã é maior e mais forte do que a média das meninas de sua idade. Ela é até mesmo mais alta do que eu, que tenho 20 anos. No entanto, da mesma forma que eu, ela nunca recebeu muito incentivo por parte da sociedade para praticar algum esporte, mesmo que seja pela questão da saúde. 
Mas ela teve a sorte de conhecer o Roller Derby muito antes de mim. 
Foi em 2011 que eu tive meu primeiro contato com o Roller Derby. Como a maioria das brasileiras que praticam o esporte, eu o conheci através de um filme intitulado Garota Fantástica (Whip It!). 
Já faz quase dois anos que pratico o esporte, e a cada dia me surpreendo mais com o imenso aprendizado que o derby trouxe para minha vida. Por isso, afirmo com toda a certeza que o Roller Derby salvou minha alma, assim como o feminismo.
Na verdade, eu conheci o feminismo através do derby. Quando fundei a primeira liga de Roller Derby do Rio Grande do Sul, conheci a Marta, uma das cinco meninas que fizeram parte da primeira formação das Chilli Queens. E foi ela quem me apresentou o blog da Lola, meu primeiro contato com o feminismo. Desde então, o blog da Lola virou leitura obrigatória, junto com os artigos sobre roller derby. 
Não quero me alongar muito explicando o que diabos é esse esporte, meu foco é outro. Quem quiser ter informações sobre o derby pode acessar o blog da liga à qual faço parte. A minha intenção é mostrar as mulheres que existe sim, um esporte feito pra elas. 
O melhor do roller derby é que o esporte por si é feminista. Pra começar, a filosofia do derby é “seja sua própria heroína”. Porque você pode ser o que quiser, independente de gênero. Aliás, o roller derby aceita também mulheres transgêneros (homem para mulher, pois é um esporte predominantemente feminino). Então, se você é transgênero, quer praticar algum esporte, mas é impedida de ter seus direitos devido aos preconceitos dessa sociedade patriarcal, vem pro derby. 
O derby é body positive. Você não precisa ser do tipo atlética pra jogar roller derby, o esporte se encaixa ao seu tipo de corpo. Todo mundo tem lugar no derby, seja magra, gorda, alta, baixa. Todos os tipos de corpo têm lugar no derby. 
O derby é também contra a homofobia. Há uma comunidade intitulada Vagine Regime que é formada por membros do roller derby que lutam contra preconceito e descriminação de gênero e orientação sexual. 
No derby você aprende a ser forte; ele dá a sua oportunidade de mostrar que mulheres também podem praticar esportes de contato. E o melhor de tudo, ensina que mulheres podem muito bem ser amigas umas das outras. Enfim, o derby quebra todo e qualquer tipo de dogma machista. 
A única restrição do roller derby é quanto a idade. Exatamente por ser um esporte de contato, ele não aceita menores de idade (no caso da nossa liga quem tem 17 pode entrar já), mas a minha irmã tem treinado, para quando chegar a hora dela de entrar pra uma liga. Era esse o incentivo que faltava pra minha Amanda também aprender a gostar de esportes. 
Quando eu comecei a praticar derby, eu não sabia nem subir em um patins, mas as pessoas estão aqui para ajudar umas às outras, então a gente vai aprendendo e ensinando, e é ótimo fazer parte disso. 
Eu me sinto na obrigação de apresentar o derby ao público que lê o blog da Lola, porque o feminismo tem me dado forças pra superar toda e qualquer barreira, e o roller derby tem completado, dando sentido a minha vida e me mostrando que eu posso me fazer feliz, que eu posso ser quem eu quiser.
Caso alguém tenha interesse em praticar o esporte é só mandar e-mail para chilliqueens@live.com que a gente direciona à liga mais próxima. 
Então, meninas: venham ser suas próprias heroínas.

28 comentários:

Thomas disse...

- Só lembrando que praticamente não há incentivo esportivo pra ninguém neste país, independente de gênero. A menos que você tenha grana ou talento e muita sorte, é extremamente difícil fazer uma carreira em qualquer esporte aqui no Brasil (mesmo no futebol, que é o único esporte que tem importância aqui).

- Olha, o governo e a mídia vivem falando da importância de praticar esportes e alimentação saudável, só não vê quem não quer. Isso sem contar o fato que está gravado nos nossos instintos que ser magro é melhor que ser gordo, só ver que quanto mais gorda uma pessoa é, menos atraente e saudável ela parece pra grande maioria dos seres humanos neste planeta.

- "Então, se você é transgênero, quer praticar algum esporte, mas é impedida de ter seus direitos devido aos preconceitos dessa sociedade patriarcal, vem pro derby. "

Quem dera esse problema tivesse uma origem tão simples quando os "preconceitos da sociedade patriarcal", porque aí seria só uma questão de falta de informação e seria bem mais fácil de resolver o problema. Transgêneros em esportes é um assunto muito, mas muito delicado. Principalmente porque a maioria dos esportes têm contato físico, por isso é necessário separar categorias para homens e para mulheres e, no caso de esportes de combate, também uma separação por peso. Um homem pode mudar de sexo e se tornar uma mulher, mas ainda é fato que nasceu homem, com a estrutura óssea e muscular de homem e viveu boa parte da vida movido a altas doses de testosterona, portanto, é no mínimo discutível uma pessoa assim competir com mulheres em um esporte em que há muito contato físico. Eu sou completamente contra. Acho que homens devem competir contra homens, mulheres contra mulheres e transgêneros contra transgêneros, para que as competições fiquem justas e ninguém saia machucado desnecessariamente.

- De resto, se você quer ser competitivo e render mais em qualquer esporte, é importante sim ir pra uma academia levantar uns pesinhos, fazer umas flexões e correr na esteira. Senão vocês só estarão brincando com seus amiguinhos, e não competindo de verdade.

Tainá Mello disse...

Que massa!! Sou de Porto Alegre e tinha visto um cartaz sobre o assunto. Acabei não procurando mais informações, mas vou olhar o blog de vocês e entro em contato! :)

Alice Gaarder disse...

Thomas, já tomou o seu toddynho hj?

Michele disse...

Muito muito muuuuuuuuito obrigada pelo post, eu amei!!! Já ouvi falar de roller derby, mas nunca imaginei que existia no Brasil, acabei de me informar e aqui em Curitiba achei duas ligas!!! Com certeza vou correr atrás! Beijos (:

Anônimo disse...

Putz, meu sonho é praticar Roller Derby, mas o único que eu conheço mais próximo, o Sugar Loathe no Rio de Janeiro, tem treinos durante a semana e se tornaria inviável pra mim. :') adoraria que tivesse uma liga em Petrópolis, eu participaria com certeza.

DOMME ÍNDIA disse...

Que "esporte" de gente frouxa! Vamos jogar um esporte para valer, um Futsal, Handball ou Boxe Inglês!
Vergonha alheia dessa patética desculpa feminista para "Róquei para Crianças".

lica disse...

Interessantíssimo o post... Eu entendi o que a autora quis dizer, mas devo fazer a observação de que todos os esportes são feitos pra 'elas'.

Eu me encaixo no padrão que a autora descreve da irmã dela. E sempre gostei demais de esportes. No entanto minha mãe sempre me incentivou a ser modelo enquanto desencorajava a praticar esportes.

Primeiro fui convidada a jogar na seleção de handbol da cidade, ela deixou eu treinar mas disse que eu não viajaria com o time (??).

Depois eu comecei a treinar uma arte marcial e ela pegava no meu pé pq 'não tinha colocado filha no mundo pra ficar chutando os outros'. Detalhe que qnd meu irmão mais velho tinha 10 anos, ela tinha colocado ele no mesmo esporte, mas ele não gostou e parou de fazer.

Eu tinha que colocar gelo escondido nos machucados, pois qnd estava treinando para campeonato, as vezes ficava com a canela roxa, e era mais motivo pra ela implicar.

E olha que eu fui campeã do meu estado várias vezes, e meu técnico dizia que eu tinha mto potencial para ser atleta de alto desempenho....

Sou muito frustrada neste sentido... queria ter sido atleta, mas acabei sendo modelo por dez anos, até abandonar a carreira para fazer faculdade.

lica disse...

Thomas,

Como mencionei, treinei uma arte marcial por muitos anos. E não poderia ser um esporte de mais contato que isso né?!!!

Na academia só havia separação por faixa... A técnica era a única coisa que separava dois alunos. Nem sexo, nem peso...

Um atleta mais pesado pode ser mais forte, porém outro mais leve pode ser mais rápido, e no contato vence que souber tirar maior proveito das suas qualidades, usando a inteligência.

Cansei de dizer pra menino folgado, que se achava o fortão e as vezes vinha de academia machista: pode bater forte pq eu não sou de vidro.
Enquanto eu tinha que pegar leve nos gospes, pq o cara não aguentava a dor.

As pessoas são maiores, mais fortes ou mais habilidosos em qualquer esporte. Saber respeitar a limitação do seu oponente é que te torna um verdadeiro atleta (ou ser humano).

Unknown disse...

Lola,

sem querer ser chata, mas já sendo... Corrida e Musculação também são esportes, embora individuais, assim como a natação. Profissionalmente, a musculação é o halterofilismo - veja a querida Marília Coutinho.

Há feminismo entre os corredores e os marombeiros! Sem estereótipos com o pessoal da academia! ;-)

Jeniffer disse...

Gostei do post, pois adoro esportes, todos os esportes. Mas discordo completamente de algumas partes...
No Brasil o incentivo aos esportes é mínimo pra todo mundo não apenas para mulheres... e lá vem o povo colocar sempre a culpa nos professores.... quem quer e tem interesse vai atrás, eu estudei em escolas publicas e sempre pratiquei esportes.... menino ou menina quem quiser mesmo vai atrás.... independente de incentivo sempre pratiquei esportes tanto quanto os meus primos homens...
Outra coisinha bem irritante é o preconceito com quem faz musculação, nunca considerando um esporte.... é sim!!!! tem machismo na academia como tem em quase todo lugar, assim como também tem feminismo.
Outra coisa que não gosto é essa historia de defender o seu esporte denegrindo os outros... Cada pessoa procura a atividade física que mais se identifica e pronto, praticado da maneira adequada toda atividade é excelente, não fale como se o seu esporte fosse melhor que outros...

Phaby disse...

Pra autora do texto:
Tem Derby em Porto Alegre, você sabe me informar??? TÔ louca pra fazer um esporte coletivo só com menines - nada contra os meninos, ok?

Bj

Jarina Cecconello disse...

Roller derby NÃO É hockey para crianças, muito menos um esporte de gente frouxa! É um esporte só para quem tem garra e "peito" pra encarar... Me desculpe, mas quem falar o contrário, é pq não conhece o esporte, então eu convido a conhecer!

Anônimo disse...

Domme Índia = mascu disfarçado, sim ou claro?

Julia disse...

O primeiro comentário ser desse estrupício é demais.


E EU sou completamente contra a sua existência nesse blog. E aí, como é que fica agora?

Desaparece desinfeliz!

Dá a mão pra Domme indígena aí e sumam!


Anônimo disse...

Mascu disfarçado?

Então o disfarce tá pior que do super homem, que só coloca uma curca por cima da calça e acha que engana alguém...

Anônimo disse...

Só pra contestar o que o Thuómas disse, tenho 1,87 e peso 95 kg. Sou do gênero feminino. E aí? Se uma trans mede 1,70 e pesa 65 kg, não compete comigo/contra mim?

Eu, hein.

MonaLisa disse...

Meu hobby atualmente é musculação.

Queria aprender a andar de patins, mas não desse tipo, daquele outro com uma rodinha atrás da outra. Mas não conheço ngm aqui que anda.

OFF: Lola, estava vendo a reportagem do caso da Bianca e ela reclamava pra família que o cunhado, assassino dela, vinha assediando e perseguindo ela, mas ninguém deu atenção e deu no que deu. Me lembrou daquele post seu dos stalkers. O que vc acha que poderia ser feito quando as mulheres são desacreditadas quando contam sobre abusos??? Teu blog é um exemplo de quanto, a maioria das mulheres passam aguentando isso.

raquel link disse...

aplausos para iniciativa de divulgar acredito que todo e qualquer esporte ou atividade que eleve a mulher merece sempre atenção nossa, já que não tem da sociedade.

e segundo para a lola: você viu uns comentarios na internet sobre o nascimento do filho do principe william e muitas pessoas aproveitando para fazer campanha contra aborto, do tipo " que lindo bebe, que linda a familia, imagina se alguem tivesse convencido a abortar ou algo do tipo".
as situações que as pessoas se aproveitam para empurrar seus interesses me assusta.

Anônimo disse...

Queria muito praticar derby, mas minha cidade é um ovo e não tem :/ Também descobri o esporte através do filme da Ellen Page.

Anônimo disse...

Bacana! Já comentei uma vez aqui que sou judoca e acho muito bacana quando uma mulher sai da sua zona de conforto e vai testar os limites do seu corpo. No judô, as competições são separadas por gênero, mas na academia treinamos todos juntos, então luto frequentemente com homens e quase sempre de igual pra igual.

Fiquei interessada em conhecer o Roller Derby, tem liga em São Paulo?

Carol (carolbrandao.bio@gmail.com)

Bia disse...

Fiquei muuuito interessada, descobri que tem um na cidade onde faço faculdade, porém treinam durante a semana também e não dá para mim já que trabalho e estudo.

Mas gostaria de praticar um dia...

Lorene Louvem disse...

Raquel, não vi a campanha contra o aborto, mas o que me chocou foram alguns comentários de que a Kate estava (pasmem!) fora de forma. Não tem três dias que ela teve o bebê e já exigem uma barriga lisinha?
Quanto ao derby, fico feliz de ter uma liga aqui no Rio, apesar de eu nem saber como subir nos patins!

Raíssa disse...

Achei muito legal, fiquei super a fim de conhecer voces, talvez assistir, só acho que eu não daria pra coisa pq sou grande (1,80) mas fraquinha por que não pratico esporte nenhum. Sempre odiei esportes pq sofria muito na escola e morria de vergonha por não saber jogar nada. Minha mãe me incentivada pq ela amava volei qdo era nova, mas eu odiava. Recentemente eu joguei algumas partidas de basquete com colegas do trabalho e comecei a gostar mais da coisa, por que não tinha aquela exigencia de saber jogar, mas tb eles não me tratavam como um bebê soó por que sou mulher, pq meus colegas de trabalho são muito massa. É ótimo descobrir que voce consegue fazer coisas que nunca pensou, que sempre achou que fossem pros outros.

cath_silva disse...

Oi, Lola!

Tava pensando esses dias na entrevista que li com a Marihlia Coutinho, irma do Laerte. Eu nao conhecia o Laerte direito até um amigo meu me falar dele. Mas me apaixonei quando vi a entrevista dele na Marihlia Gabriela. Gente, que pessoa inteligente, serena, ABERTA! O jeito que ele abordou o crossdressing me fez abrir a cabeça pra taaaanta coisa... A reaçao dele quando chamaram sua atençao pra que nao usassem o banheiro feminino... Você precisa assistir, Lola! E foi lendo sobre ele que conheci a irma dele, a Marihlia. Ela tem uma cabeça tao boa quanto a dele, mas uma histohria marcada por traumas. Vale a pena dar um Google. A parte mais legal é que ela é campea de halterofilismo e foi lendo a entrevista dela que me dei conta de que as mulheres sao guiadas pra certos tipos de esporte pra nao masculinizar o corpo. Gente, eu NUNCA tinha pensado na agressao que é isso até ela mencionar... E agora o post do Roller Derby aqui. Que legal!!! Um beijo, Lola!

Julia disse...

Não sei se a entrevista que a Cathi mencionou é essa, mas a estrevista que a Marília Coutinho deu pra Trip é sensacional!

Leiam!

http://revistatrip.uol.com.br/revista/196/reportagens/ela-tem-a-forca.html

"Marília Coutinho sempre foi uma intelectual. Irmã do cartunista Laerte, bióloga ph.D., passou anos lutando contra um distúrbio mental que quase lhe custou a vida. Quando percebeu que sua força poderia ser o remédio, tornou-se uma das maiores halterofilistas do Brasil. E encontrou a sanidade nos limites entre seu corpo a sua mente"

Camila Primieri disse...

Achei esse esporte muito interessante! Daí vi o filme e fiquei com vontade de praticar... Pena que me sinto meio inadequada, sei lá, tenho 23 anos e não jogo esportes coletivos desde a escola...
Sabe, mesmo que tenha gente que diga que não existe incentivo para o esporte em nosso país, o que eu até concordo no nível profissional, homens continuam jogando com os amigos de forma amadora a vida toda, enquanto nós mulheres ficamos restritas a esportes individuais...

Anônimo disse...

Ola Michelle, nós das Blue Jay Rollers adorariamos te conhecer e mostrar melhor nosso esporte.

Nos procure no face!
Bjs
ChopsChick

Ceres disse...

Lola, tem um filme chamado beautiful. Conta a historia real de um campeão de moai tay que fez cirurgia de sexo e virou miss! :) filme lindoo!