segunda-feira, 1 de julho de 2013

GUEST POST: MÉDICOS CUBANOS FARÃO O QUÊ, BENZER O PACIENTE?

Em pronunciamento recente para responder aos protestos, a presidenta Dilma anunciou a importação de médicos. Faz anos que isso é discutido, e é sempre um assunto polêmico.
Mais polêmico ainda é que estamos falando de médicos cubanos, e se tem um tema que imediatamente divide as pessoas em direita e esquerda, é esse, Cuba. Pra reaças adeptos das teorias da conspiração, os médicos cubanos seriam agentes infiltrados prontos pra instalar o comunismo no Brasil, ha ha.
Já as pessoas de esquerda reconhecem que Cuba forma muitos médicos, tem uma escola mais humana de medicina, que enfatiza a prevenção, e conta com uma das melhores medicinas do mundo. 
Mas todos concordamos que faltam médicos no interior do Brasil. Como fazer com que médicos -- que estão no topo da pirâmide em relação à classe sócio-econômica -- exerçam sua profissão em cidadezinhas no meio do nada? (veja a proposta do Conselho Federal de Medicina). Eu não sou médica, mas sou doutora concursada, servidora pública, com salário que também me coloca no topo. E claro que prefiro ser professora numa capital vibrante como Fortaleza do que num pequeno município no interior do Ceará. 
Há vantagens certas em se morar no interior, sem dúvida, a começar pela baixa criminalidade e custo de vida. Mas, por exemplo, eu me mudei do Sul pra cá com minha família (maridão e mãe). Em Fortaleza meu marido conseguiu emprego(s) para sua profissão inusitada -- professor, técnico e jogador de xadrez. Se morássemos numa cidadezinha, ele provavelmente estaria desempregado. E isso que não temos filhos!
Por outro lado, ninguém discute que a interiorização das universidades federais é ótima para o país. Mas acho que estou mudando de assunto.
O que quero dizer é que é fácil julgar os médicos brasileiros que não querem atuar nos pequenos municípios. Mas eles não são os únicos que preferem morar nos grandes centros. 
Todas as profissões são corporativistas. E todas defendem com unhas e dentes sua reserva de mercado. Eu vejo a gritaria dos médicos brasileiros contra a importação de médicos cubanos como uma defesa corporativista. E não entendo muito, já que esses médicos cubanos nem concorreriam com eles. Mas sou leiga no assunto, e minhas opiniões, até agora, são baseadas em puro achismo. 
Por isso, pedi a M., que, além de médica, é uma leitora antiga e querida aqui do blog, a escrever um guest post com o seu posicionamento. E ela é tão boa gente que aceitou prontamente. Fiquem com os argumentos dela.

É com imenso prazer que recebi seu convite para escrever sobre o assunto. Não tem como não estar envolvida com isso, pois além de ser médica trabalho na saúde publica (medicina de família e comunidade) daqui de Campinas, ou seja, na '"linha de frente".
Então vamos lá :
Sou formada há 15 anos pela Universidade Estadual Paulista de Botucatu (UNESP), e nesse meio tempo já trabalhei em quatro cidades diferentes, todas em São Paulo: Iaras, Araras (cidade onde cresci), São Paulo (capital), e atualmente Campinas, de onde não pretendo me mudar mais.
Aqui em Campinas (como em qualquer cidade brasileira), as condições de trabalho estão bem longe de serem ideais para os médicos, mas ainda assim são melhores do que nas outras cidades onde trabalhei.
Aqui sou concursada, desde 2009. Tenho carreira estável, plano de carreira (não como os planos de carreira do judiciário, mas tenho) -- o que não tinha em nenhuma outra cidade onde trabalhei. Em Iaras (cidade de 3 mil habitantes) foi por anúncio, e em Araras (120 mil habitantes) foi convite para trabalhar lá, pois tenho família na cidade. 
Hoje os médicos de Araras são concursados, mas na época não eram, e muita gente vivia jogando na nossa cara que éramos "comissionados". Ora, era só fazerem o concurso que eu prestava e passava. Teve concurso para enfermeiro, para auxiliar, e estranhamente para médico, não. Depois isso foi regularizado, mas eu já tinha saído de lá. Tanto em Araras como Iaras o contrato de trabalho era por CTL, carteira assinada, mas sem os benefícios que qualquer outro funcionário da prefeitura tem.
Mudei para São Paulo em 2005, e ali, não sei se você sabe, a saúde está toda privatizada, através das OS's (Organizações Sociais) que, em convênio com a Prefeitura, pagam o nosso salário. Há muitos anos que não existe concurso público para médicos de posto de saúde em São Paulo. O médico virou ali um empregado de uma empresa privada. Se não estiver satisfeito, pede a conta e sai, sem poder reivindicar nada, nem mesmo melhoria nas condições de trabalho.
Todos que gostam da política de privatizações do PSDB [que governa o Estado de SP há vinte anos ininterruptos] acham que essa é uma solução maravilhosa, mas na prática não resolve nada, pelo menos na saúde não, e só afirmo isso porque trabalhei nesse serviço  na capital durante quatro anos. A única coisa que ajuda um pouco é o fato de que as OS's pagam mais que a prefeitura, mas como o custo de vida em SP é muito mais alto, e o local de trabalho muito mais longe de casa, para mim dava na mesma. Preferi prestar concurso para morar em Campinas [terceiro município mais populoso de SP, com mais de um milhão de habitantes], a 10 minutos do posto onde trabalho, mesmo ganhando menos.
Ledo engano achar que a privatização resolve. As deficiências continuam as mesmas: falta de remédios, de leitos, de materiais, de profissionais de apoio tão importantes quanto o médico (psicólogo, nutricionista, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, enfermeirx). E se isso já é deficiente em centros como Campinas e São Paulo, em cidades menores eles não existem. Esquece. Certo, enfermagem nunca falta, mas o número de funcionários é sempre menor do que o adequado.
Falando de Iaras, a primeira cidade onde trabalhei: eu atendia o assentamento dos Sem Terra. Atendia num posto improvisado na cidade e algumas vezes fazia visita aos assentamentos para atender lá. Nesse caso, íamos de perua, porque nosso carro não aguentava a estrada (de terra, esburacada), e levava uma hora e meia pra chegar no local de atendimento.
A cidade não tinha hospital, e muitas vezes eu era a única médica da cidade naquele dia. Uma vez chegou uma grávida em trabalho de parto e tive que transportá-la de ambulância até Avaré, cidade mais próxima (a 40 km), e felizmente, chegando lá no hospital, o bebê nasceu bem. Hoje há médicos treinados que fazem parto sem hospital, mas não era meu caso (sou clínica de adultos e crianças), e mesmo assim, era uma paciente que eu nem conhecia o histórico.
Lembrando que Iaras, além de ter assentamento dos Sem Terra (onde já teve muita rebelião e confrontos), tem um presídio. Ou seja, se chegasse um caso desses de baleado lá pra mim, era por na ambulância e rezar até chegar a Avaré, isso se chegasse vivo. Felizmente não passei por esse tipo de coisa, o máximo que aconteceu foi o caso da gestante, que se resolveu bem.
Pois bem, você acha que resolve colocar um médico cubano numa cidade dessas, onde não tem o que fazer com um paciente grave, onde não tem hospital, ou pior, em cidades onde não tem nem fio nem agulha pra você dar pontos num corte se precisar? Que não tem remédios? O que o médico cubano vai fazer sem essas coisas? Benzer?!
Tenho lido na internet comentários de pessoas mal educadas, e me perdoe, acho que até recalcadas, que dizem: "médicos são elitistas, egoístas, querem se dar ao luxo de viver nas capitais e grandes centros e não querem atender as comunidades carentes do interior". Ué? E desde quando tem lei que proíba o médico de morar e de exercer a medicina onde ele quiser? O único que esta excluído dessa premissa é o médico militar, que tem plano de carreira e uma série de benefícios e condições de trabalho melhores em algumas coisas. Fora eles, os outros moram onde quiserem.
Deixem de ser hipócritas, e mudem então com as famílias de vocês para uma cidadezinha dessas onde não tem estrutura! Vão trabalhar lá, onde não tem o que fazer num fim de semana, onde não tem escola decente para seus filhos, e depois disso a gente conversa.
Se a profissão de médico tem uma importância tão grande perante a sociedade ("responsabilidade em lidar com vidas", como adoram jogar na nossa cara), por que não pagam de acordo com essa premissa e não fazem um plano de carreira federal? Juízes, promotores de justiça, defensores públicos prestam concurso e são designados para uma cidade ao léu, sem poderem escolher. Mas, para isso, ganham muito bem (R$ 20 mil o salário inicial de um juiz), e têm plano de carreira. 
Por que não fazer algo semelhante com os médicos? Funcionários do judiciário têm esses benefícios e bons salários baseados na premissa da "responsabilidade". Ora, e os médicos, que "lidam com vidas"?
Basta fazer um concurso para médicos nessas bases, e claro, melhorar as condições (colocar remédios, estrutura, hospitais, ambulâncias, materiais, equipe multiprofissional), senão não tem santo nem milagre que dê conta, sinto muito.
E para quem ainda discorda dos meus argumentos, e que concorda com a vinda dos cubanos, tenho duas coisas a dizer: primeiro, não estou com medo de perder reserva de mercado, pois já tenho meu emprego. Segundo, ao médico cubano que vai atender sem as condições mínimas... BOA SORTE!

263 comentários:

«Mais antigas   ‹Antigas   201 – 263 de 263
lola aronovich disse...

Acho que tem gente que não entende o que é um guest post, né? É um post escrito por um convidadx, ou por alguém que me mandou um relato por email, ou é um comentário que vira post... Enfim, guest post não é escrito por mim. Logo, não é minha opinião, minha vivência, meu conhecimento. Muitas vezes eu concordo com muitas coisas de um guest post, quase nunca concordo com tudo. Neste guest post da Maria Valéria, eu a convidei pra escrever porque ela é médica. Sei que a grande maioria dos médicos brasileiros é contra a importação de médicos, então não fiquei surpresa quando li seu guest post e vi que ela também é. Mas pensei que minha introdução deixasse claro que esta não é minha opinião. Só que eu tento empatizar até com pessoas de quem discordo. E sei que muita, muita gente, provavelmente eu inclusa, não gostaria de morar numa cidade de 10 mil habitantes. Aliás, o Brasil inteiro, né? É só ver que como o Brasil foi de um país rural pra um país urbano nas últimas quatro décadas...
E outra: a discussão aqui foi/está sendo muito boa, apesar de uns comentários agressivos que não levam a lugar nenhum. Por exemplo, este do anon das 13:06. Que provavelmente nem leu o post, não sabe que a M.V. trabalha no SUS, ou que ela não é tucana. Mas enfim, comentários estúpidos existem em todos os posts.

Luiza Original disse...

Gostei muito do comentário da Graciema.

Anônimo disse...

Ih, Lola!
Faltou colocar sua introdução em itálico, como vc geralmente faz.
Sabe como é qnd se muda a cor do capim...

Se bem que tem uns que não adianta nem ter capim.

Anônimo disse...

Bom eu li toda a discussão, entendo alguns dos argumentos da M.V., mesmo que nao concorde com seu ponto de vista.

Entendo que nao deva ser fácil ir trabalhar em uma cidade pequena, com postos sem estrutura nenhuma etc...
Mas ainda nao entendo porque ser contra a vinda de médicos estrangeiros.
Eu morei na França 4 anos, e sei que é até uma comparação desleal, pois a França tem um dos melhores sistemas de saúde do mundo, mas lá funciona assim:

O médico pode escolher onde morar, se tem um consultório particular e trabalha por conta. Caso contrário, se quiser trabalhar em hospitais públicos é o governo que escolhe onde você vai, ou seja, quais as regiões com maiores necessidades.

E também acho que no Brasil deveria ser assim, pois nao é justo que pessoas de regiões afastadas ( que também pagam impostos) continuem sem assistência médica.

Também acho que a explicação da Maria mostra bem as condições ruins dos hospitais e postos de atendimento. E esse é outro ponto que precisa ser melhorado. Claro!
Abraço
Ana

Anônimo disse...

Graciema e Milene .obrigada pelos comentarios .depois respondo melhor pq. esse teclado è horrivel .bjs

Anônimo disse...

Elle. obrigada por seu comentario tambem .vou me informar .bjs

Unknown disse...

Cara Maria Valéria,

Gostaria de pedir desculpas se vc se ofendeu dos meus comentários.

Ariadne disse...

Gente, acorda, se for feita a revalidação dos diplomas dos estrangeiros eles estão aptos a trabalharem em qualquer região do brasil. Ou seja, eles podem migrar para os grandes centros e concorrer mercado de trabalho com os médicos brasileiros, deixando as regiões do interior sem médicos novamente. É por isso que não será feita a revalidação, será utilizado um modelo que restringe a atuação do médico estrangeiro somente onde for pré-determinado. Isso não significa que não há uma avaliação da capacidade técnica do médico, simplesmente não será feita a revalidação, que é um exame específico e que tem resultados legais específicos.

Lucila disse...

Sim, Dra. Cecília, equivoquei-me. A alteridade deveria reger não apenas o servidor público, mas todo e qualquer ser humano, na minha humilde exigência. Corporativismo é nocivo e caso sua hipótese estapafúrdia de importação de professores cubanos viesse a ocorrer, eu espero, mesmo, que a sociedade brasileira critique, e muito, qualquer corporativismo vindo da parte de professores... Não faço defesa ou campanha pela diminuição da remuneração do judiciário, Dra.Cecília. Só não me furto a analisar o tamanho da injustiça social que há no abismo entre a remuneração do judiciário e o salário mínimo do brasileiro, o que é mais um exemplo da concentração de renda no Brasil. Não me orgulharei disso é nunca. E continuarei, sim, a criticar que este seja justificado pela necessidade de “isenção e imparcialidade”na condução de suas funções, principalmente, porque se tratar de agentes da lei. Ou seja, está tudo errado... Não tenho nada contra médicos ou membros do judiciário, até tenho amigos que são =D
Maria Valéria, nem seria se justificar, mas tirar um consenso. Mas tudo bem, vou esperar seu post sobre pedágios =D
No mais, eu achei foi massa essa discussão, porque, geralmente, as discussões sobre esse tema se dão dentro de grupos homogêneos (tirando o meu facebook, que de vez em quando, rola uns coquetéis molotovs entre os pró e os contra a vinda dos médicos estrangeiros). Aqui, a divergência foi bem produtiva.

Anônimo disse...

Gostei muito dos comentários da Graciema, da Elle e da Milene
Vou responder melhor agora porque de onde eu estava tava ruim de escrever

Graciema, que colocou questionamentos sobre hostilidade contra médicos e do por que de certas coisas,

- eu fiz essa pergunta durante uma aula de pos graduação,e a reposta foi que por muitos anos, os médicos eram meio donos da verdade, o que o medico falava era lei e nao podia ser questionado.e aí de quem discordasse dele.
So que com a constituição nova (88) o código de ética medica tambem foi reformado e a população ganhou direitos que nao tinha antes.e tudo isso gerou uma reação, a reação que estamos vivendo agora, de revolta contra tanta prepotência e endeusamento dos médicos de antes,

Ha outros fatores tambem- entre eles, o que vc cita e que nao discordo, de médicos que se acham deuses, donos da verdade, e que atendem mal,
Eu mesma ja fui mal atendida por um cara que sabia que eu era medica,imagina se ele nao soubesse....meu pai tambem, ta num dos posts acima, nao lembro que horário eu escrevi.
São atendimentos vergonhosos em minha opinião.
E tem lugar onde de tanto vc ser mal atendido, vc acaba nao tendo ou nao sabendo em quem confiar.
Isso e muito pior!!!e isso tanto no SuS quanto no particular, nao se iluda,
Eu mesma , se me perguntam " conhece algum medico de sua confiança de tal especialidade" , dependendo da cidade onde me perguntam, fico insegura e prefiro nao indicar.
So indico quando conheço bem o profissional e vejo que ele atende e trabalha bem.
So que ao mesmo tempo nao acho certo que descontem isso em cima dos que são corretos,que nao tem culpa disso,
Ja recebi muita gente que veio com quatro pedras na mão, depois me conheceu melhor, pediu desculpas e hoje me dou super bem.
Teve um cara que me acusou, numa matéria de jornal, de ter demorado 3 horas pra atender o filho dele com gripe, enquanto isso eu salvando a vida de uma criança que convulsionou 40 min sem parar , tão complicado que ate o chefe da unidade, que era pediatra teve que me ajudar ( um prestava os socorros enquanto o outro ligava pro samu, por assim dizer) e eu era a única medica da unidade...
Um ano depois esse cara encontrou comigo, pediu desculpas, mas,meu nome ja tava no jornal...legal ser hostilizada assim, ne,,,se fosse o filho dele que estivesse com a convulsão....depois de entender isso ele pediu desculpas,demorou um ano mas ele entendeu,
Nao e porque tem maus profissionais que se deve julgar todos pelos que são maus,
Sei que a desconfiança anda muito grande, nao tiro a razão em muitos casos, mas acho que poderiam vir com menos pedras na mão,
A gente nao ta aqui pra ser inimigo de ninguém,
O que fazer com os maus? Se for particular, nao vá mais ao consultório, se for publico, formalize queixa.
Quanto as faltas em trabalho, plantão,: nao sei quanto ao resto da cidade de campinas, mas aqui no posto omde trabalho todos cumprem o horário correto.somente um fazia consultório particular, e esse e um dos mais corretos que ja conheci ( se aposentou esse mês) nao posso responder pelos outros postos de saúde, so pelo meu,
Tambem fica fácil falar so dos médicos : servidor publico nao tem essa estabilidade assim tão garantida,se começa a dar falta e nao justificar,se der motivo, põe isso no prontuário dele e exonera o cara,So que os gestores tem medo de fazer isso, e aí, me desculpe, a culpa e do gestor que e conivente com isso.
Claro que nao e tão simples assim exonerar um mau funcionário, mas muitos gestores simplesmente se omitem,: basta registrar que o cara faltou e nao avisou, junta testemunha, provas, etc..etc...
Enfim, o assunto da muito pano pra manga e gostaria ate de escrever mais e responder os outros questionamentos, mas daqui a pouco tenho que sair,
Beijo no coração de vcs,-:)


Unknown disse...

E para quem fala mal dos cubanos e é a favor do Revalida...

Do link:

"Segundo o Inep, dos 77 aprovados, 20 fizeram a graduação em Cuba, 15 na Bolívia, 14 na Argentina, cinco no Peru e na Espanha, quatro na Venezuela, três na Colômbia e Portugal, dois na Itália e no Paraguai e um na Alemanha, França, Uruguai e Polônia."

Já que os médicos gostam tanto do revalida, porque eles não são obrigados a fazer também...? Seria mais justo e mais seguro para a população.

http://noticias.terra.com.br/educacao/revalida-com-92-reprovados-cfm-cobra-rigor-com-medicos-de-fora,d34d67560b19c310VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html

Vanessa disse...

Aqui na minha cidade 2h da Capital de SP falta médico tanto no pronto socorro quanto nos Postos de Saúde, do PS não posso falar com certeza mas nos postos de saúde há remédio condições de trabalho e um salário de 8 mil, que tem gente que afirma que é pouco, mas não sei se eu sou pobre demais mas pra mim é um bom salário. O que não entendo é do porque sempre faltar médicos nos postos de saúde da cidade o que há de tão ruim aqui que eles simplesmente não ficam 1 ano na empresa, também não entendo o porque desses médicos com jornada de trabalho das 8h as 5h ainda assim quererem sair mais cedo e chegar mais tarde, infelizmente gostaria de acreditar que é por estrutura de trabalho a revolta deles, não por mesquinharia, deveriam ensinar em qualquer faculdade de saúde em primeiro lugar a amar as pessoas.

Vitória disse...

Não to acompanhando as discussões nos comentários, mas quase nem acreditei que vi um guest post REAÇA no blog da Lola.
Já fui pra Cuba, e os médicos lá SE VIRAM COM MUITO POUCO. A medicina também é PREVENTIVA, que salva muito mais vidas do que esperar a pessoa desenvolver doenças pra depois ganhar rios de dinheiro tratando-as. E quem é contra, já digo: É REAÇA. Se não quer ir pro interior porque não tem isso e aquilo, vai ter quem queira. Ou vocês não querem ir, mas também não querem que cubano nenhum vá? Hahahaha

Graciema disse...

Maria Valeria,

Isso é verdade, muitas vezes é falta do gestor mesmo. Embora na minha experiência reclamar, pedir nomes, ir na ouvidoria, essas coisas não sirva pra nada. Nada é feito e te dão, se vc insistir muito, uma respostinha esfarrapada anos depois. Se você tiver caminhos mais eficazes de atitudes a tomar para me indicar, ficaria grata.

Uma das coisas que eu estava pensando é que más experiências na hora em que você ou alguém amado está sofrendo, em dor, vão marcar mais que, digamos, ser pessimamente atendido na Receita Federal. Eu mesma tenho trauma de obstetras no geral (tô na estatística da violência obstétrica) e honestamente, me arrependo muito de não ter seguido a minha vontade e ter dado ao menos um soco na cara da obstetra que acompanhou meu primeiro parto. Medida extrema, mas inda acho que deveria ter feito. Se alguém reagir, quem sabe ela pára e pensa antes de agredir a próxima paciente?

É, eu sei que tem atendimento ruim (e muito) no setor privado também. Mas ai eu pego o telefone e marco outro. No SUS não tenho como fazer isso. Infelizmente, acho atualmente plano de saúde uma das despesas essenciais. Tenho crises de asma severas, que ocasionalmente evoluem pra pneumonia, e já fiquei 8 hrs esperando atendimento no SUS.

Quanto á questão da interiorização, o Brasil é um pais bastante diverso nesse campo. Acho que se deveria manter em mente que uma cidade de 30 mil habitantes no Sul, a algumas horas de capitais ou cidades de maior porte, é completamente diferente de uma cidade de 30 mil habitantes no Nordeste, e principalmente no Norte. Algumas cidades ficam a dias de barco das capitais. Por vezes, é o único acesso. Outras vezes existe uma estrada que não é trafegável na chuva. Não é o mesmo cenário, e nem deve ser tratado como se fosse. Isso se reflete nas estatiscas dos locais onde os postos de trabalho para medicos estão vagos.

Anônimo disse...

Graciema,

Entendo perfeitamente suas questões e vou tentar responder ,se puder ajudar

- quanto a espera de 8 horas por um atendimento no SUS - se for em PS, isso e porque nao contratam médicos em numero suficiente para atender a demanda que chega,
Em Araras,SP, onde ja dei plantão no hospital publico, cidade de 100 mil habitantes, tinha 2 clínicos e um pediatra no plantão.Sinceramente, acho pouco,
Em cidades maiores a discrepância pode ser maior , e o volume de pacientes e tanto que acaba gerando essas filas de espera de 8 horas ou as vezes a pessoa sai de lá sem sequer ter sido atendida.acontece sim, mas a culpa nao e do medico, e sim do diretor clinico do hospital, que nao colocou mais médicos para trabalhar ali,( obs : o diretor clinico do hospital e medico, ok? Ele tambem tem culpa no cartório.se o hospital for mantido pela prefeitura ou estado, e nao for ele que decide pela contratação de mais médicos, ele tem no mínimo a obrigação de informar o conselho de medicina que as condições ali estão insustentáveis,)

- quanto ao sofrimento por ser mal atendida, sim, eu sei, amiga, vivi isso na pele ha 2 anos,Por conta do meu entorse no tornozelo e lesão do tendão, que nao foram tratados direito a tempo, fiquei um mês sem poder dirigir, alias dirigir era o de menos : foi um mês sem conseguir dar uma volta do quarteirão, um mês sem poder ir a mercado ( 1 quarteirão da minha casa) fazer compras- ja tive ajuda de amigos na época pra fazer compras por mim,2 meses com MEDO de andar, de tomar banho, de escorregar e de torcer o pé e começar tudo de novo.depois do primeiro mês, mas dois meses com dor na outra perna que ficou sobrecarregada porque joguei todo o peso do corpo nela,por medo de machucar a outra.Nao tinha posição de alivio para dormir sem sentir dor em algum lugar,
Nao podia descer escadas, e toda vez que o elevador do meu prédio emperrava eu queria morrer, descia morrendo de medo de me machucar,por sorte moro no primeiro andar.
N mercado, varias vezes na época me viam andar mancando e me ofereceram caixa preferencial, eu nao quis usar,por vergonha, por saber que eu so estava daquele jeito na época por causa de um mau atendimento,,,enfim,,,me solidarizo com vc e acredito que vc sofreu.,,

- em relação a reclamar de maus profissionais do SUS: alem da ouvidoria, nao sei mesmo que outra orientação te dar.o que poderia ( talvez) ser feito: na ouvidoria, alem de reclamar do medico, reclamar do gestor da unidade que deixa o medico faltar,talvez pese mais.o gestor nao necessariamente e medico, so precisa ter curso superior,muitas vezes e dentista, enfermeiro, etc,
E se o medico falta e larga os pacientes esperando sem dar satisfação, ( exceção: motivo de saúde, mas aí normalmente o profissional liga e avisa que e esse motivo) , acredito que pode formalizar uma queixa no conselho de medicina,dizendo que o medico nao cumpre os horários,eles mandam um delegado do conselho averiguar os fatos, mas o CRM so pode punir admnistrativamente,com advertência, suspensão, etc,nao tem poder pra demitir ninguém,Porém, acredito que uma reclamação contra um medico que falta demais, que larga todo mundo esperando ao leu, se ele ja tiver um processo correndo no CRM contra ele por esse mesmo motivo, bem aí o peso pode ser maior,

Beijo, espero ter te ajudado, fique com deus,-:)

Anônimo disse...

Izabela patriota

So li seu ultimo post agora, porque estava ocupada na noite passada.hoje nem consegui ler tudo direito, li agora,
Obrigada,pelas desculpas, embora sinceramente nao me lembre de ter me sentido agredida por você.
-:)
Comentários como o seu mostram que discordar com educação nao faz mal a ninguém.
Beijo grande -:)

Anônimo disse...

Ana, que escreveu ontem

Eu concordo em parte com seu comentário, ou seja, que no Brasil poderia ser como na França: se vc escolhe trabalhar no sistema publico, o estado escolhe pra onde vc vai, ok,tranquilo,
Com delegados de policia e assim,meu pai foi delegado( aposentado agora)
Eles prestam concurso e nao escolhem onde vão.
So que tenho algumas ressalvas
1- para ser assim, o medico teria que ter plano de carreira.Nao precisa ter um salário inicial tão alto como citei no post, mas poderia progredir para salários maiores por promoção ( com delegado de policia e assim) e assim ser transferido para uma cidade maior., se assim desejar,
O que nao da e pra fazer acordo com prefeito de cidadezinha perdida no meio do nada, e ficar lá levado calote da prefeitura, como muitos mencionaram aqui.muitas cidades nem concurso publico tem,vai por acordo verbal, como muitos médicos disseram aqui,
2 - tem que ter condições melhores de trabalho,e nao me refiro a ar condicionado , a luxo, me refiro a coisas essências, como remédio para asma por exemplo, que ja faltaram pra mim e se chegasse uma crise de asma grave o paciente morria,
A culpa ia ser colocada em quem, em mim, claro!!
Ninguém esta exigindo luxo, mas o mínimo para as pessoas nao morrerem,
Se melhorarem isso e mesmo assim os brasileiros nao quiserem, por mim podem vir os cubanos,...entendeu?;))
Se vierem cubanos sem essas condições mínimas, eles serão processados pelas mortes no lugar dos médicos brasileiros.
E apesar de terem me acusado de ser egoísta em muitos comentários, medico virando bode expiatório de um sistema de saúde falido nao desejo pra nenhum, nem pra brasileiro,nem pra cubano , alias nem pros que são meus desafetos,..-:)
Beijao !-:)

Unknown disse...

Então. Muito dificl julgar sem dados mais precisos de custos.
Se promover um concurso e colocar medicos brasileiros nas cidades fosse viavel poderia ser feito.
Mas acho dificil. Nem as tão faladas vagas do judiciario sao preenchidas adequadamente com concursos nas cidades pequenas.

Anônimo disse...

Amélia,

As vagas em cidades pequenas são complicadas mesmo.
Mas, se houvesse progressão, plano de carreira, e a possibilidade de ser transferido pra um lugar maior , se. assim o medico desejar ( porque tem quem goste de morar no mato, pescar, etc....eu conheço médicos que gostam), acho que as vagas seriam preenchidas,sim,
Falei do cargo de delegado de policia como exemplo porque era profissão do meu pai.entao conheço.
Vc presta concurso pro estado de são Paulo, e definem em que cidade vc fica,do mesmo estado,
Meu pai começou numa cidadezinha chamada Arealva....rsrsrsr nao devia ter nada lá...kkkk mas logo depois foi transferindo, e com certeza um iniciante foi ocupar a vaga dele,
Com médicos podia ser assim, nao acha ?;)
Bjs.

PS : nao confundir cargo de delegado de policia com os do judiciário...aqui em SP ( o estado mais rico) , a policia do estado e a segunda mais mal paga do Brasil....kkk isso assunto pra outro post,e eu nem saberia falar sobre o assunto, porque nao entendo os motivos,
Meu pai nunca ganhou muito nao,mas gostava muito do que fazia,

Anônimo disse...

A arrogância de exigir revalidação do diploma do médio estrangeiro não condiz com o fato miserável de que mais da metade dos médicos não passaram no exame (tido como fácil) realizado pelo conselho de medicina e mesmo assim vão poder exercer a profissão.
Sobre a infraestrutura, há que se considerar que o sus tb é administrado pelo governo estadual e municipal, sendo o municipio o maior responsável pela saude de sua população. É o governo estadual quem implementa as politicas nacional e estadual em seu territorio, ou seja, o governo federal se responsabiliza pela maior parte do financiamento. A gestao fica por conta do estado e do municipio; mas quando os médicos batem o pezinho só se lembram do gov federal e esquecem de olhar como os outros responsaveis estão gerindo o dinheiro repassado. Também não se lembram de olhar de quanto foi o repasse.
Com o ato médico passando,a necessidade de mais médicos no sus vai aumentar e qual médico brasileiro vai querer ir pro interior, não é mesmo?
A proposta é que venham médicos estrangeiros de mais paises, além de Cuba (por que só reclamam dos cubanos?). Particularmente,gosto da ideia dos cubanos virem: sabem lidar com populações pobres, têm uma concepção de medicina profilática e não apenas curativa e já têm histórico de atuação em outros paises.
Penso que o que mais assusta na vinda dos cubanos é a mudança de paradigma.
Além disso, como vão ter salário de juiz se a concorrência diminuir, né?



Anônimo disse...

Lola, e agora mudando um pouco o foco do assunto, você pode ate me achar uma tonta por pensar assim, rs, nao no sentido pejorativo, mas no sentido bom, de ingenuidade de achar que as coisas poderiam ser melhores.

Minha irma mora em Londres.Ela tem diploma e mestrado em biologia, mas nao exerce,
Tirou a cidadania italiana( eu nao fui atras de tirar a minha) e vive muito bem lá em Londres,legalmente,
Como ela nao quis fazer exames pra revalidar o diploma de bióloga lá, escolheu trabalhar naquilo que chamam de ' subempregos' e que normalmente empregam imigrantes : garçonete,
Isso mesmo, garçonete , nao faz muito tempo ela foi promovida a garçom chefe e agora esta fazendo curso para assistência de gerente de restaurante.
Ela adora mexer com isso , gosta de clientes, gosta de publico e nao faz questão de usar o diploma universitário que tem,
Pois bem, ano retrasado eu fui conhecer a casa dela.
Ela mora lá desde 2007 e so fui conhecer em 2011.
Nao tinha idéia de como era a vida dela ali como garçonete, de quanto ganhava etc,Fiquei pasma,boba,
Ela nao ganha uma fortuna, ganha menos que eu.
Mas ali, com o salário dela, ela pode ir a bons restaurantes de vez em quando, pode tomar um bom vinho,pode viajar a outros países da europa( bom, lá as passagens são mais baratas ne,,tem esse detalhe)
Tudo bem, o custo de vida lá e bem menor que o do Brasil,: alimentação, transporte publico( que excelente), eletrônicos, etc etc...a única coisa que achei mais cara lá e moradia( tanto própria como aluguel )
Imagina quando um garçom no Brasil vai poder fazer essas coisas que minha irma consegue se dar ao luxo de fazer lá: comer num bom restaurante, viajar, tomar um bom vinho, .E nao me refiro a uma vida de luxo,nao,!!nem carro ela tem( bom, com o transporte que ela tem lá, ela nem precisa ne!)
E fiquei pensando no quanto isso e injusto.no quanto talvez essas discrepancias de salário aqui nao pudessem ser corrigidas,
Uma amiga que a professora universitária, tem mestrado, doutorado,ficou revoltada,porque aqui , ela viu que pelo jeito ganha menos que minha irma como garçonete lá!!
Nao podemos diminuir o salário de uma categoria que ja tem um piso estabelecido, que eu saiba isso e proibido por lei,nem o próximo concurso pra essa categoria oferecer salário menor que os atuais recebem.
Mas será que todos nao poderiam ter um salário melhor, todos mesmo, uma vida melhor, sem pesar tanto no orçamento nacional??
Claro que estamos falando de realidades de países diferentes, de economias diferentes,mas aqui acho que tem muito má gestão, e que com um pouco mais de boa vontade isso podia ser melhor,,,

Bem, nao sei se viajei,ou nao, mas queria sua opinião, -:)

Beijos !!!

Anônimo disse...

Anônimo das 15:14

Eu, como trabalho pela prefeitura de Campinas,concordo inteiramente que devemos cobrar da gestão estadual e municipal a gestão e os repasses, e nao botar a culpa no governo federal. Mesmo porque, antes do governo do PT a saúde publica nao era uma maravilha, e porque a lei de responsabilidade fiscal( grande entrave para melhor repasse do orçamento municipal para a saúde, segundo os prefeitos - SIC) nao foi inventada pelo PT...
E acho que tem muito medico de consultório particular , que nunca trabalhou pelo SUS, que nunca atendeu em posto de saúde,que deve estar lá fazendo protesto hoje na rua sem saber como nem por que esta lá...
Nisso concordo
Quanto a exigir revalidação, nao acho arrogância, uma vez que sou favorável a que o exame seja obrigatório para os médicos daqui tambem, nos moldes da OAB,

Beijos,

Anônimo disse...

A arrogância de se exigir a revalidação do diploma estrangeiro não condiz com o fato miserável de que mais da metade dos médicos brasileiros não passaram nos exames de seu conselho e vão poder trabalhar normalmente.
Bom, mas quem se importa com qualidade, quando os médicos impõem o ato médico e se colocam no direito de submeter mais de 10 profissões às suas condições, sucateando ainda mais o SUS (lembrando que com tal ato, a exigência de mais médicos vai aumentar pelo sus).
Quanto à infraestrutura, os médicos insistem em responsabilizar o governo federal, se "esquecendo" que o SUS é gerido também pelo governo estadual (quem implementa as medidas nacionais e estaduais em seu território) e pelo governo municipal (que é responsável pela saude de sua população). Sim, o governo federal é responsável pela maior parte do financiamento do sus; mas alguém se lembra (no meio de todo o mimimi) de verificar o que os estados e municipios têm feito com a verba repassada? Se lembram de olhar de quanto é o financiamento?
No mais, nao são só cubanos os estrangeiros que viriam, mas sao os cubanos que assustam mais. Por que?
Arrisco uma hipótese: os cubanos têm um paradigma outro de medicina: sabem lidar com populações pobres e enfocam a prevenção (saude da familia: modelo cubano). Isso é uma mudança brusca no modelo de medicina brasileiro.
Além disso, com a concorrência aumentando, como vão exigir salários de juiz, né?

Marina Moss disse...

Lola, sempre leio seus textos, adoro suas posições e compartilho. Mas este, me desculpe, me deixou infeliz.

Acho uma falta e respeito com o resto do páis se esconder atrás do discurso da "falta de recursos", na boa...

Imagina se professor decide recusar emprego pq não tem carteiras adequadas na sala? E olha que nem falei que ele recebe 1/16 do salário de um médico recém formado.

Acho uma mesquinhez essa justificativa. E ao contrario do que essa médica disse aí, sorry, mas o compromisso de uma pessoa que escolhe a medicina, é com as pessoas, e não com seu plano de carreira, seu dalario, seu consultorio completo.

medicina não se compara a profissões corporativistas. Não mesmo.

E se o probelma é estrutura, meu deus, o Braisl inteiro tem o direito de se recusar a trabalhar.

Aliás, estive na Amazônia agora, e nas comunidade ribeirinhas que visitei, não existe médico nem nada. Mas curandeiros que usam folhas naturais. Pois é. E estão lá, cuidando de uma população esquecida pelos médicos coorporativistas.

Também li o relato, publicado pelo Drauzio Varela, de um médico, cubano, que trabalha na Amazônia.

Ele é o único médico da cidade e atende 50 pessoas por dia. Exausto, mas tem conseguido mobilizar recursos para o lugar. Se o lugar nem médico tem, muito menos terá recurso. Neste caso, acho que o profissional tem que chegar primeiro.

Mas reconheço que esse lance da falta de recursos, não deixa de ser uma boa desculpa. Só fico imagindo se o resto do país, que ganha mil vezes menos que um médico, resolve usar o mesmo argumento.

Anônimo disse...

Apenas uma reflexão: deveria ser direito do brasileiro honesto obter o resgate do dinheiro que lhe tomam em forma de assalto, de roubo, e não me refiro aos gatunos focalizados pelas câmeras e que nem se importam mais, garantidos pela impunidade, exibidos em programas de TV... mas aqui "falo" daquele dinheiro equivalente a meses de salário do brasileiro, carcomido pela dobradinha inflação e corrupção, verba do trabalho diário e exaustivo, mas jogado no lixo, sem retorno e de forma IMPOSTA, e que vergonhosamente (humor negro) sustenta ALUNO RICO em universidade "pública" neste país de caras-de-pau? Médicos cubanos que se vacinem antes de pisar no país dos 'GERSONS' — isto sim!

Rosanna Andrade disse...

Fica difícil empatizar com a opinião da classe médica, quando em grande parte dos comentários, eles defendem seus pontos de vista partindo de pressupostos falsos. Não estou falando de ninguém especificamente, nem da Maria Valéria, pq acabei de ler todos os comentários, e n vou ficar caçando exatamente quem os fez.

Pressuposto 1: não faltam médicos no Brasil, apenas são mal-distribuídos. - FALSO

Faltam médicos no Brasil, pois a proporção de médicos em relação a população geral é abaixo do desejável, sendo satisfatória apenas no eixo sul-sudeste. Portanto, faz-se necessário sim a atração de médicos estrangeiros e/ou maior número de faculdades de medicina no país.

Pressuposto 2 - Sem o revalida não há como avaliar a qualidade desses médicos. FALSO.

Básico do básico gente: se os estrangeiros prestarem o revalida, eles estão legalmente autorizados a trabalhar em qualquer lugar do país, e aí sim estariam competindo diretamente com os médicos daqui. Se eles passam no revalida,

!!!!não há como segurá-los nas cidades pequenas, que é o objetivo da medida.!!!!

Nada impede que estes médicos passem por um outro tipo de avaliação, seja prova (não o revalida) ou análise curricular. Sendo a avaliação diferenciada, é possível criar um mecanismo que segure esses médicos nas cidades pequenas. Seria por três anos, e após isso eles teriam que prestar o revalida para permanecer no país.

Eu mesma questiono (sem ser médica nem nda) pq o índice de aprovação nessa prova é tão baixa em relação a outros países como Portugal e Inglaterra, bem como porque temos uma porcentagem tão pequena de médicos estrangeiros, novamente comparados a outros países.

Pressuposto 3 - No fundo tudo é um problema de falta de estrutura. FALSO.

Acho que ninguém, contra ou a favor a importação desses médicos, nega o problema da má infra-estrutura no país. Mas aí faço algumas observações:

- Não é mais fácil solicitar a infra-estrutura tendo um médico no local? Ou melhor colocando, como colocar infra-estrutura em um local sem a menor certeza que chegará algum médico lá para utilizá-la?

- Falta de estrutura vs resultados. Ver médicos cubanos pós terremoto no Haiti.

- O problema não é só de infra-estrutura, pois dada a taxa médico/habitante no Brasil vê-se que falta médicos no Brasil sim. Mesmo se conseguíssemos por milagre distribuí-los uniformemente pelo território, ainda assim não teríamos insíces desejáveis.

- O problema da infra-estrutura, para ser resolvido, demanda um prazo de médio a longo. O governo sinalizou que pretende dar atenção a isso também. O incentivo a médicos estrangeiros é medida de curto prazo. Nada impede que as duas sejam feitas em conjunto.

No mais, sem essas respostas não vai ser possível ficar do lado dos que não apóiam a medida. Mas ainda não fechei minha opinião.

Não só aqui, mas em vários lugares que li sobre o assunto, as pessoas partem de pressupostos falsos para defender suas posições, sejam quais forem. Aí fica difícil decidir!

Anônimo disse...

Marina moss

Vou responder somente a um trecho do seu texto:

Imagina se professor decide recusar emprego pq não tem carteiras adequadas na sala? E olha que nem falei que ele recebe 1/16 do salário de um médico recém formado.

Ao contrario do professor , se o medico nao tem o minimo( e nao estou falando de sala de luxo, de ar condicionado) , estou falando se coisa básicas : remédios, material para dar pontos, eletrocardiograma e outros, o paciente MORRE na mão dele, e ninguém, nem a família do paciente, ira entender ou defende- lo depois,

Gostaria de ver o link do medico cubano de quem vc falou, se vc puder, cole aqui que lerei com carinho,

Respeito sua opinião, mas discordo,medicina nao e sacerdócio, sacrifício,e uma profissão que como as outras deve ser remunerada e paga, mas essa sou eu,
Existem médicos que são heróis e que se arriscam atendendo sozinhos nesses lugares longínquos ?? Ótimo!! Mas todos os médicos do Brasil são são obrigados a fazer o mesmo trabalho no mesmo lugar e a se arriscarem como eles,

Eu trabalho muito , pelo SUS, so que numa cidade grande .a grande maioria da população que atendo e carente e muitos nao sabem nem escrever o próprio nome.( em cidades grandes existem pessoas assim tambem, nao existem so pessoas ricas )
Nao tenho consultório particular , mas nao condeno quem prefira ter e nao atender o SUS, são escolhas,

Concordo com parte do que vc diz, que tem que ter o profissional primeiro.Mas os recursos MÍNIMOS tem que ter sim, senao as pessoas morrem na mão do medico,

Se puder poste o link do medico de quem o Drauzio Varella falou, gostaria de ler.

Ao contrario do que meu texto possa ter dado a entender, nao sou uma pessoa que se acha dona da verdade,
Quem sabe lendo esse link nao posso aprender algo com ele, e ate mesmo aplicar aqui onde trabalho algumas boas idéias , ou repassar pros meus colegas, ou repensar meu ponto de vista?

Obrigada pela sua opinião,
Beijo grande,

charlles campos disse...

Marina Moss, que alívio ler esse seu comentário. Lendo o post, por um momento tive uma sensação de irrealidade: eu estou MESMO no blog da Lola?

bruna disse...

"Quando um grupo é muito grande, cria-se um tipo de alma animal coletiva. Por esse motivo a moral de grande organizações é sempre duvidosa. [...] O indivíduo na multidão torna-se facilmente uma vítima de sua sugestionabilidade. [...] Na massa não se sente nenhuma responsabilidade, mas também nenhum medo" - Jung
A classe médica tá precisando se autoanalisar um pouco, não?!

Anônimo disse...

Para Vanessa, que escreveu ontem( desculpe, so vi seu comentário com atenção agora):

Eu trabalhei num posto de saúde de SP capital que pagava 9 mil por mês,
Ano retrasado,eles estavam pagando 11 mil.
E mesmo assim , sai de lá, para vir morar em Campinas , ganhar bem menos,

Vou responder por mim: sai porque queria uma qualidade de vida melhor, poder morar perto do trabalho, num lugar bom, poder almoçar em casa todos os dias, nao ficar presa em engarrafamento como ficava em SP.
Tambem sai porque aqui e concurso publico,o que nao tem em SP desde muitos anos atras,na capital esta tudo privatizado,
Tem outros fatores, como condições de trabalho,que em nenhuma cidade são perfeitas, mas ainda assim aqui e melhor que SP CAPITAL.
E nesse posto onde trabalhei, embora eu tivesse gostado , e tivesse uma equipe super bacana trabalhando comigo, eu sai e muita gente que trabalhava lá tambem saiu,Nao so médicos saírem , nao se iluda...saíram enfermeiros, e outros profissionais,
Entao, o assunto e bem mais complexo que salário : se o lugar paga muito bem (9 mil era excelente pra mim) e mesmo assim ninguém para lá por muito tempo,...por que será?? ...o problema e com o lugar e nao com quem saiu de lá.,,se tantas pessoas saem, nao acredito que todas estejam erradas.quando o lugar e bom, ninguém quer sair, normalmente, concorda?;) e o problema nao e com a classe medica, ja que outros profissionais de saúde tambem saíram de lá,!;)
A questão e bem mais ampla para eu discutir num post so,
Pode ser que tenha gente que tenha saído pra ganhar mais que 9 mil,teve gente que saiu pra se especializar em outra area( uma amiga minha , por ex) , mas eu, com certeza, nao sai para ganhar mais, pois aqui ganho bem menos!!!
Entao, a questão nao e o salário...,
Depois, se quiser, converso mais com vc sobre isso, num post so fica complicado.
Beijo.

Anônimo disse...

MV,
É um pouco cruel comparar Brasil com a Europa.
há qnts anos eles já estão investindo em metrô? Possuem cidades com iluminação elétrica?
Qual o tamanho de um país lá?

Fora isso, há lugares e lugares na Europa. Minha irmã mora na Espanha, foi fazer o mestrado e não voltou mais. No começo, com o visto de estudante, ela só podia procurar subempregos, aí lá foi ela tentar ser garçonete, q nem sua irmã. Só q o cara, dono do estabelecimento queria q ela tb fizesse programa c os clientes, mostrou onde ficavam as camisinhas e tudo. Ela ficou uma arara! Xingou até a última geração desse homem.
Bom, depois de ter recusado várias encrencas desse tipo ela conseguiu emprego numa multinacional e esta tendo sorte. Graças a Deus.
Lá o 'piso'/moradia, realmente é o mais caro. Mas ela diz tb q o euro encareceu a vida por lá.
Outra coisa q ela diz é q as coisas lá sao mais baratas e de qualidade. Um vinho c a qualidade dos chilenos q compramos aqui por $30 lá sai por uns $5.
Roupa tb é bem mais barata, no entanto, sabemos de onde vem essas roupas q custam 3 euros, né?

No fundo, a qualidade de vida da Europa está relacionada a sua idade e as centena de anos de exploração (q nunca parou, né?)...
Não acho que seja um modelo a ser seguido.
Assim como alguns professores q tenho, acho q devemos olhar mais para nós e buscarmos modelos e soluções criativas condizentes com q queremos e com q temos.
Vide o álcool de cana de açúcar, a multimistura contra desnutrição infantil e por aí vai...

Anônimo disse...

Bem Valéria,
Acompanho o blog há um tempo, e embora não comente, já li comentários que você escreveu, e você parece uma pessoa bacana. E provavelmente uma médica também.
Agora há algumas questões nas objeções dos médicxs (que não é consenso) e o Conselho de Medicina à vinda dos médicos cubanos, espanhóis e portugueses que me fazem pensar, e até o momento, ser a favor dessa vinda. O salário dos médicxs tem diminuído mesmo. Contudo, já ouvi falar de que, em algumas cidades menores, para atrair médicos são oferecidos salários mais competitivos (tipo uns 10 mil reais, em média, não tô dizendo que é geral). Mas o problema é que pra muitxs, ainda é pouco. Num país como o nosso, 10 mil é uma grana de respeito. Ainda mais em cidade do interior.
Me desculpe dizer, mas o discurso que você expôs no texto, é o de alguns outrxs médicxs que, sinceramente, só iriam pro interior se oferecessem mesmo mais de 15 mil, e... pra tratar xs pacientes mal. Já ouvi argumento que, como os médicxs estrangeiros não falam português, não vão conseguir atender bem os pacientes. Eu fiz piada dizendo que os médicos brasileiros (a maioria, você não tá inclusa) sabem falar português, mas não escutam e não tão nem aí prxs pacientes, o que dá no mesmo.
E outra coisa, todxs contra a vinda sempre usam argumentação de emergências. Que é válido, mas é um argumento alarmista também. Porque esse pessoal, se vier, vai vir é pra tratar, em sua maioria, de prevenção à saúde, e saúde básica, ou seja, hipertensão, verminose, e outras coisas assim. Muita gente morre de verminose no interior de vários estados brasileiros. Em pleno século XXI. A vinda dxs médicos não resolve o problema precário da saúde e das condições de trabalho dxs médicos, e nem vai. Mas é uma resolução de emergência, prum déficit que já tem há tempos e que não vai se resolver tão rápido. É por condições de trabalho que xs médicxs não vão pro interior? Também, mas não é só por isso, e continuará havendo déficit ainda assim. E não dá pra ver galere morrendo em pleno século 21 de verminose enquanto a gente discute.
Ma.

Unknown disse...

Maria Valéria: estou acompanhando o debate e apesar de não concordar com seu post, acho ótimo ouvir o que um médico tem a dizer sobre o assunto. Para quem não é da área ou não tem parentes na mesma, é difícil saber o que os profissionais pensam. O que me incomoda é a sua postura frente aos comentários. Quando vc aceitou escrever aqui sabia que levaria pedrada. E essa não é uma oportunidade de vc expor seus argumento e entender pq 9 entre 10 comentaristas do blog estão contra sua visão do assunto? Sua primeira reação foi "beleza, não falo mais nada então." Esse tipo de atitude que leva as pessoas a terem uma opinião tão negativa da classe médica. Vcs não são abertos ao diálogo (veja, não estou questionando profissionalismo, estou falando da capacidade de comunicação, que falta a muitos profissionais da área). Minha questão é: pq a população fica contra os médicos nessa e em outras questões? Pq consideram vcs tão elitistas? Será que a crítica é tão infundada?
E espero que vc não se ofenda.com meu comentário, perceba que vc foi uma das poucas a abrir o diálogo e, portabto, está recebendo pedradas de todos os lados que são dirigidas a TODA a classe médica.

Vanessa disse...

Olá Maria Valéria, muito atencioso de sua parte responder os comentários, o meu especificamente, eu vivi a realidade de um posto de saúde e em breve se tudo der certo viverei novamente em uma cidade que você atuou Araras, os postos da minha cidade também são terceirizados e há muitos problemas decorrentes disso e quem já trabalhou nesse esquema sabe bem quais são, no total são 19 postos metade deles tem a sorte de poder contar com um médico que atua há tempos nele e isso em um ESF é fundamental. Lógico que ao sair do posto o médico tem inúmeras razões para isso, vocês tem o livre arbitrário para trabalhar aonde acharem melhor, mas eu apenas rebati alguns pontos do seu texto, como o da má estrutura, falta de recursos e má localização, afinal a cidade está a 2h de SP e Campinas e é do lado de SJC, aqui de fato não há nada pra fazer mas pegando a estrada rapidinho se chega a bons lugares, aqui não há transito e da pra se morar em bons lugares e praticamente escorregar pra dentro do posto (juro que não estou tentando fazer propaganda daqui para você se juntar ao corpo médico da cidade, mas se vier tem emprego garantido e será muito bem recebida, rsrs). Mas o que as vezes eu penso é se de fato não há pouco profissionais para atender a demanda como alguns tem dito, pois afinal até para se marcar uma consulta particular tem se levado 1 mês pra cima, por isso usei o termo mesquinharia porque há falta de médicos pelo menos é o sensação da população em geral seja da classe mais baixa até a classe média alta. E sobre o meu desabafo final sobre profissionais da saúde amar de fato o que fazem é porque tenho convivido com muita gente no mínimo bem equivocada com suas escolhas do tipo ficar brava porque chegava uma nova gestante no posto para iniciar o pré natal, ou de ter que realizar um curativo em um pé diabético. Nossa saúde está um caos, mas atender com humanidade e respeito é o mínimo que se pode oferecer. E sim, essa conversa duraria horas.

Anônimo disse...

Má,das 22:06

Vou tentar responder suas questões, se faltar alguma cois me diga que eu olho depois,ok?

A questão de ir pro interiorizao nao e somente o salário,10 mil pra mim, ta ótimo.as questões são :
1- em que condições são oferecidos esses salários? São concursos públicos ou são arranjos com o prefeito da cidade, que se vc nao fizer o que ele mandar, ele te põe pra fora, ou da calote da hora de te pagar? sim, porque medico tambem tem contas a pagar e tambem nao pode ficar se submetendo a assedio moral de prefeito de cidadezinha por causa de troca de favores,alias isso nao so com médicos , com qqer trabalhador,
2 - cidadezinhas nao são qualquer pessoa que gosta de morar.eu mesma cresci no interior, Araras-SP, e sendo uma cidade de 120 mil habitantes nao agüentei morar lá.minhas razoes? Pessoais: sou nova (39 anos em agosto) , solteira , meus amigos quase todos casados e mesmo assim quase todos foram embora de lá.
Nao tem lazer em araras, nao tem onde vc ir de noite, nao tem nem cinema ( pasme, 120 mil hab) , nao tem um curso pra vc fazer ou onde vc possa desenvolver um hobby,o único lazer que tem em araras e um pedalinho pra andar no lago aos domingos..rsrsrs .
Quer dizer,lazer tem, mas pra mocada de 20 anos, ( boate)nao pra minha faixa etária,
Entao, ha que se considerar o perfil da pessoa que vai morar num lugar afastado, longínquo.se quer morar num lugar desses, se ta bom pra ela.
Por isso sou a favor de planos de cargos e carreiras, salário nao precisa ser tão alto,nao precisa ser 15 mil, falei 20 mil no post mas ta ok, exagerei mas que haja uma progressão : vc presta o concurso, e escolhem uma cidade pequena pra vc ir, se vc nao quiser problema seu, ta fora.Mas depois de uns anos, vc poderia ser promovido e transferido pra uma cidade maior, se assim desejar,e tambem nao vai ser vc que vai escolher,a cidade maior pra onde vai,( com delegado de policia e assim, como na expliquei )

Qual a dificuldade tão grande do governo de criar isso? Nao entendo,e isso em minha opinião atrairia os médicos pra essas cidadezinhas,porque eles saberiam que e temporário, se eles nao gostarem de morar ali, e depois deles vem outro iniciante,)

Quanto as emergências que foram citadas por nos.sabe qual o grande problema que a gente escuta todos os dias? Emergências são raras, e o mais comum são as parasitoses sim,
Mas no dia que a emergência ( rara) acontecer com o SEU parente, vc nao vai querer saber se tinha remédio, se tinha ambulância ou nao, e a culpa vai ser do medico,
Eu ja trabalhei com falta de remédio pra asma,se chegasse um asmático grave ( o que e uma emergência bastante comum, atendo isso umas três vezes por semana no posto) , ...bem...o que eu ia fazer??
Eu sei, MA, que pode ser que vc nao pense assim, que vc seja uma pessoa esclarecida e que se acontecer um dia a,to desse tipo( que deus me perdoe, bate na Madeira , isola...rsrsrs) vc provavelmente nao vai culpar o medico,Mas 90% dos brasileiros nao pensam assim,li faz poucos dias uma noticia de que estão processando o medico que nao transferiu uma idosa com derrame pra um hospital de grande porte ( nao tinha vaga nesse hospital e a idosa ficou na maca n meio de um corredor) - quem a família esta processando ?? O medico!!!!
Por essas coisas , por esse temor que a gente pede os recursos minimos, repito MÍNIMOS, nao luxo! Entendeu?;)
Um processo destrói a vida ,a carreira e a auto estima de um medico pro resto da vida dele,
Se o processo for merecido e o medico tiver atendido mal, ele nao vai estar bem ai,mas se for injusto, por falta de recursos...coitado,nao desejo isso pra ninguém, mas acontece de monte,
Ta ai nos noticiários todo dia,,,
Nao faltando remédio pra asma, uma ambulância que nao quebre, que mal tem? Nenhum...a gente pede so o mínimo...

Espero ter respondido suas perguntas,
:) bj


Anônimo disse...

Má,ainda

Apesar de ter toda essa discussão em torno do ato medico, vc sabe que em algumas cidades os enfermeiros podem prescrever alguns medicamentos? ( Campinas e uma delas)
Eu sou a favor , acredito que verminoses os enfermeiros estariam aptos a tratar, sabia?
O diagnostico e por um exame de fezes, fácil de fazer, os medicamentos são de fácil manejo e com poucas contra indicações,
Nao vejo por que enfermeiros nao poderiam fazer essa prescrição,mas ai entra uma discussão entre conselho de medicina,conselho de enfermagem ,.,...são eles que tem que resolver isso entre si,...bjs

Anônimo disse...

Lola. To gostando das discussões,!!
Pra te agradecer pela amizade e por me dar esse espaco pra falar aqui, vai lá no meu blog ver um texto sobre a lenda do jogo de xadrez...mostre pro seu marido.,,muito provavelmente ambos conheçam essa historia, acho quem irão gostar-:)
Beijo carinhoso

lola aronovich disse...

A discussão está sendo ótima, querida Maria Valéria. Estou acompanhando tudo e aprendendo muito. Viu como foi bom não deletar o post? E muito obrigada pela sua paciência, fair play, e por responder aos comentários. Assim todo mundo sai ganhando.

Graciema disse...

Obrigada pelas respostas, M.V. (já tô ficando intima rsrs).

Quanto ao esperar demais, nesse caso eu não estava colocando a culpa no médico não, mas mas no SUS e suas deficiencias mesmo, e explicando o porque pra mim, plano de saude (com todas as suas mazelas e a exploração dos médicos, que eu sei que tem) é essencial).

Agradeço as respostas, viu? Você acha que procurar o Mp, na vara de saúde, nesses casos que ninguém toma providência, pode ser uma opção também?

E gente, mantenho todas as minhas opiniões sobre o corporativismo e arrogância dos médicos (com uma compreensão maior das origens dela dadas as explicações da Maria), mas medicina não é sacerdócio. Médicos são humanos como todos nós.

Acho que ocorre com eles e professores, em menor grau, o que ocorre com as mães. Um endeusamento da figura, do arquetipo tão grande, que quando as pessoas reais que estão na função não correspondem a ele (e nem podem), o descumprimento dessa expectativa social é recebido de forma extremamente hostil

Mariana disse...

Com todo respeito, eu me pergunto se o melhoramento das condições nas Unidades Básicas de Saúde realmente atrairia mais médicos. Como foi dito nesse post, ninguém quer morar em uma cidadezinha do interior sem recursos nenhum, o que é totalmente compreensivo, ainda que haja condições de trabalho excelente. Mas alguém tem que fazer isso, né? Acho que é completamente desnecessário falar que a importância de um médico em uma localidade muito pobre é de extrema importância e, me arrisco a dizer, prioridade!
Outra coisa, acredito que todos nós sabemos que em muitas universidades BRASILEIRAS, os estudantes saem sem nunca ter visto um parto, tampouco sabem lidar com os problemas sociais do Brasil. Logo, acho um tanto equivocado dizer que os cubanos são inferiores a nós só porque não passam numa prova absurda como o Revalida, sendo que muitos de nós, estudantes de medicina, também não passaríamos. É nítido que o corporativismo médico é quem dificulta essa prova e, assim, a entrada dos estrangeiros. Ademais, ainda que eu esteja sendo equivocada, acredito que não podemos admitir que tantas pessoas morram de doenças completamente negligenciadas, doenças que ninguém mais no mundo adquire, mas pessoas de áreas carentes ainda vem à óbito por conta dessas enfermidades. Isso pode ser resolvido com medidas preventivas bem simples, acompanhadas por um médico muito bem capacitado nessa área, como os cubanos. Ademais, não entendo o medo dos médicos brasileiros, é por desvalorização do trabalho?? Seria mesmo possível, levando em conta que existem quase 2 mil municípios com menos de um médico pra cada 3 mil habitantes. Seria possível essa desvalorização sendo que no Brasil tem 54 mil postos de trabalho a mais do que o número de médicos formados? Alguém aí conhece algum médico desempregado? Não me venham dizer que isso tudo é preocupação com saúde pública, porque seria coincidência demais toda essa indignação após a anunciação da vinda dos médicos cubanos. Por último, ainda posso estar sendo equivocada, mas essa infraestrutura e sistema de saúde que queremos hoje não vai totalmente de encontro com a ética capitalista e, portanto, de encontro com o nosso Conselho Federal de Medicina?

Anônimo disse...

Graciema

Vc pode tentar procurar o MP, sim,

Pode ser uma boa saída,

So nao sei se tem uma vara especifica da saúde...;)


Quanto a medicina ser sacerdócio, concordo com vc,pra mim e uma profissão, onde vc deve ser remunerado e atender bem seus clientes.como em qualquer outra.
Alguém mencionou os médicos sem fronteiras que trabalham sem condições mínimas,
Eu nao acho que essa e uma boa comparação
Médicos sem fronteiras e um trabalho mantido por entidade sem fins lucrativos, e nao sei se os profissionais que vão pra lá são remunerados ou nao, mas mesmo se forem, encaro como um trabalho voluntário,
E nao se pode comparar esse tipo de trabalho ao trabalho nosso do dia a dia,
Trabalho voluntário, faz querm quer,..eu ate quero fazer, sim, mas nao com medicina , mas com bullying em escolas...assunto pra outro post e outro debate,
:)
Beijo

Anônimo disse...

Lola

So vou fazer uma correção: quando falo se cobrar do governo federal um plano de carreira,so mencionei o federal e nao o estadual, porque do estadual de SP, com os tucanos mandando aqui ha 20 anos, ja desisti de esperadr alguma coisa.,,
Rsrsrsr
Tenho esperança de que pelo menos a Dilma nos ouça...!!! Rsrsrsr
Bjs

Anônimo disse...

Mariana,

Eu entendo seu pronto de vista, mas antes queria perguntar algumas coisas :
No seu post nao ficou claro, você e estudante de medicina?

Sim, ninguém quer morar nessas cidadezinhas , mas alguém ter que ir pra lá.concordo.Como seria essa escolha de quem vai ou nao vai? Um plano de carreira com a possibilidade de mudar pra uma cidade maior nao seria uma boa solução? Nem to falando de salários altos, mas so de mudar de cidade depois de uns anos,por promoção,

Por fim, nao vou responder pelos outros médicos, mas por mim: o MEU medo, EU, MARIA VALERIA, tenho medo e de que o cubanos acabem sendo alvo de processo no lugar dos brasileiros , por nao ter algumas condições mínimas ,e alguém morrer, como remédio pra asma, por ex, que ja faltou em cidade grande , que dirá nas pequenas.( A Graciema, como tem asma, pode nos confirmar que se nao recebe medicação em 5 min o doente de asma pode morrer)
Ai fica assim: ok, nao quero ir pra cidadezinha, o cara nao vai morrer na minha mão, vai morrer na mão do outro que vai(seria um pensamento egoísta, em minha opinião )
Nao sei se vc leu todos meus posts explicando esse meu ponto de vista e esse meu temor.

SE a criação de um plano de cargos e carreiras para a area da saúde, for algo tão difícil.tao impraticável,tao impossivel( nao entendo como,,porque professores tem, delegado de policia tem,judiciário tem,etcetc MENOS a a area da saúde, enfim nao entra na minha cabeça por que nao podemos ter) ( obs: se estiver equivocada e professor nao tiver plano de carreira,como eu imagino, me corrijam), ou SE mesmo criando o plano o medico brasileiro nao quiser ir pra esses lugares , ok, concordo com a vinda dos cubanos,
Se a situação ta tao caótica que eles tenham que vir mesmo antes de criar esse plano de carreira para nos daqui,ok, ainda assim concordo que eles venham
So peco, por amor a profissão e a saúde publica sim, que tenha no mínimo um remédio pra asma no lugar, um eletrocardiograma, uma ambulância que nao quebre,
Pelo amor de deus( nada pessoal com vc nem com ninguém, e so um desabafo mesmo), nada disso que estou pedindo e caro,!!! E SALVA a vida de um paciente numa hora critica.
A gente escolheu salvar vidas, e nao ficar olhando o cara morrer, e ficar de braços cruzados sem poder fazer nada, porque faltou uma medicação barata e eficiente que a prefeitura nao teve a capacidade de comprar.

To a disposição pra conversar mais com vc,, se quiser,
:)
Beijos

Anônimo disse...

veja isso http://www.ptsul.com.br/?doc&mostra&14665

Anônimo disse...

Cremesp paga táxi e hora extra para funcionários irem a ato de médicos na Paulista

http://revistaforum.com.br/blogdorovai/2013/07/04/cremesp-paga-taxi-e-hora-extra-para-funcionarios-irem-a-ato-de-medicos-na-paulista/

"O debate sobre a saúde no Brasil não pode ser exclusivo de uma única categoria. Há muitos problemas no setor, mas um deles é sim a forma como boa parte da classe médica brasileira se acostumou a atender apenas em áreas centrais. Além disso, é preciso moralizar o setor. Muitos administradores dizem que têm que fazer vistas grossas para o uso de artimanhas por médicos que são contratados para prestar uma quantidade de horas de serviço e não cumprem nem 1/3 do combinado. Os que tentam enfrentar esses esquemas, são chantageados exatamente porque faltam médicos no Brasil."

Amanda A. disse...

Ok, concordo que trazer médicos cubanos não é o melhor. Mas, então, a gente deve deixar essas pessoas sem atendimento, nem mesmo o básico? Não há só doenças graves - há doenças simples também. O que é melhor: deixar sem condições e sem doutores, ou deixar no mínimo com doutores?

Sério, na minha cabeça parece muito claro.

Beatriz disse...

Acho muito interessante a categoria se pronunciar sobre o assunto, podemos assim ver vários lados da questão. Porém, discordo de muitos pontos.
Sou estudante de Psicologia e o que mais me irrita enquanto futura profissional (não só na minha carreira mas em outras, como a medicina) é a "expertirização" da atuação. Não sei se me faço entender, mas o expert (psicólogo, médico, etc.) é aquele que se fecha naquilo em que é especialista, é extremamente aprofundado no que conhece, mas um leigo completo na horizontalidade.
Acho que isso se encaixa muito nas críticas que tenho ouvido sobre médicos estrangeiros virem a integrar equipes de saúde no Brasil, principalmente em regiões precárias em que médicos brasileiros (com todas suas razões, ninguém está aqui para apontar onde um ou outro deve trabalhar) não se sentem atraídos em trabalhar.
O que eu me pergunto à categoria dos médicos, daqueles que se fecham em seus consultórios, tratando de uma parte do corpo de uma pessoa, APENAS daquilo, com a maior competência e perfeição, mas que não possuem nenhum tipo de tato para com "o dono daquela parte", é O QUE A VINDA DE MÉDICOS CAPACITADOS EM ATENDER POPULAÇÕES A LÉGUAS DE DISTÂNCIA DO SEU CONSULTÓRIO NO CENTRO DA CIDADE, FORMADOS E COMPROMETIDOS COM UMA SAÚDE PRIMÁRIA E PREVENTIVA vai afetar no SEU trabalho?
Acredito sim que muitas críticas são fundadas no egoísmo de alguns profissionais, e isso, autora, vai muito mais além do que o famoso ~recalque~ (mínimo de criticidade agora tem esse nome, me parece) afinal, o que têm os médicos estrangeiros de melhor que eu, EU que passei num dos melhores vestibulares do país, estudei tantos anos, blablabla? ISSO é falta de solidariedade e respeito ao próximo, o que deveria ser a base de qualquer profissão. Infelizmente, não é novidade que a base da maioria das profissões (o que passa por todo o sistema meritocrática de educação) é o individualismo e a competitividade (inter e intra-profissões).

Formamos MUITOS médicos, sim. Efetivo não falta. O que falta é estrutura física e profissional para se trabalhar. O que muita gente não deve estar sabendo, acredito que por perder tempo esbravejando asneiras sobre a formação médica de Cuba (ah, Cuba, tão assustadora e ameaçadora...) é voltada justamente para a atuação preventiva, APESAR DOS POUCOS RECURSOS MATERIAIS. Isso mesmo, os médicos cubanos APRENDEM A TRABALHAR COM O QUE TÊM. Faz parte de sua realidade concreta (perpassada por todo modelo econômico e político daquele país).

Aqui, sabemos que a falta de recursos é fruto de uma política econômica desleal e, como bem colocou a autora, preza pela privatização dos serviços.

Enquanto não é possível mudar esse quadro sociopolítico, por favor, concentrem-se na atuação de vocês, pesquisem um pouco sobre socialismo, Cuba, importação de médicos em países desenvolvidos, unicórnios e o que quiserem.

Ah, e por último, se tiverem tempo, perguntem para uma mãe de cinco filhos, moradora de uma comunidade ribeirinha no Amazonas, se ela prefere que um médico especialista em ortopedia faça seu pré-natal, lhe explique como prevenir doenças comuns naquela região e trate da disenteria de seu filho, ou se ela se importa que um médico de outro país venha lhe fazer esse acompanhamento. O maior interessado nessa história, teoricamente, deveria ser quem mais depende desse serviço.

Abraços.

Anônimo disse...

Beatriz,

Obrigada pela sua opinião,

Concordo com muitos pontos,

Nao questiono a formação e a competência dos médicos de Cuba.Minha especialização em saúde de família e comunidade teve um cubano como orientador, eles entendem muito mesmo,

Vou refletir com carinho , obrigada por sua opinião,
Abraços :)

Anônimo disse...

Vanessa,
Escrevi um post enorme te respondendo. Mas sumiu..heheheh
Entao vou resumir:
Ha cidades e cidades do interior,algumas eu moraria tranqüilamente ( Botucatu, Rio Claro, por ex), alias Ca mpinas tambem e interior mas alguns acham que e capital...rsrs.

...de qualquer forma, seja bem vinda a Araras,nao conheço SJC mas parece ser uma cidade ótima,

Se quiser fazer contato,manda seu mail comentando qualquer post do meu blog,como tenho moderação, eu nao irei aprovar e expor seu endereço para os outros,
Dai quando vc mudar pra Araras a gente pode ate se conhecer por lá -:)
Beijos,

Beatriz disse...

Maria Valéria,

Obrigada por ler meu desabafo. A minha crítica é mais voltada mesmo às bobagens que tenho ouvido nas últimas semanas de pessoas que não fazem ideia (nem teórica nem prática) de como é a situação da saúde pública no país (sei pouco disso, faço estágio numa unidade de CREAS e a situação não é muito diferente da saúde, infelizmente...). Não pretendia mesmo botar em questão a sua formação.

Sorte e sucesso no seu trabalho sempre! Continuemos discutindo, refletindo e nos humanizando. (:

Vanessa disse...

Elle, disse muito do que eu gostaria de ter dito até o momento.

Mariana disse...

Maria Valéria, concordo com você, um plano de carreira seria muito interessante, vou me informar mais sobre isso. Respondendo a sua pergunta, sou estudante de medicina da UFSM.

Rosanna Andrade disse...

Vejam que amores:

http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/07/medicos-ameacam-homem-contrario-aos-protestos.html

Anônimo disse...

Lola,

Achei que deveria dar um feedback a vc e ass pessoas que dialogaram educadamente aqui comigo,

Pensei bastante em vários comentários, nao vou ficar caçando agora especificamente de quem,

Eu escrevi o post numa semana que estava atarefada e concordo com quem escreveu que esta superficial ,eu poderia , alias deveria ter explicado um pouco mais sobre o que são condições de trabalho e sobre o que eu consideraria um plano de carreira adequado, o que acabei fazendo ao responder os posts de quem me questionou algo,
Quem falou no salário do judiciário acho que tem razão, me convenci, pelos argumentos de vcs,que nao precisa ganhar como um juiz,.. -:) mas um plano de carreira nao seria mal, ne.com promoção e deslocamento pra cidades maiores depois, as menores pros inciantes e por ai vai,

Eu me convenci, pelos argumentos de muitos comentaristas, de que se as pessoas estão morrendo lá nas cidadezinhas perdidas, ok que Venham cubanos, chilenos, americanos, europeus, ou australianos, pra mim nao e a questão da nacionalidade, o que tambem nao deixei claro, e nao e questão de ter uma estrutura maravilhosa,basta ter remédio pra algumas emergências comuns, eletrocardiograma, ambulância que nao quebre, nada disso e caro ,gente, pelo amor, nada pessoal com ninguém daqui, mas salva vidas!!!

So nao entendo por que nao pode ter o plano de carreira federal, e falo federal, porque do governador do meu estado, SP, ja desisti de cobrar qqer coisa,,.rsrsrs .qual a dificuldade de criar isso???

Eu tambem nao entendo o que medico de consultório particular , que nunca atendeu sus, nem quer atender , ta fazendo protestando....

Alias, Lola, eu nao entrei e nao vou entrar na paralisação,que me perdoem meus colegas, mas acho que tem meios mais eficientes de se exigir alguma coisa do que perder um dia de trabalho, penalizar o paciente , remarcar consulta,etc... Minha posição,uma coisa.o que vou fazer dela e outra,tenho amigo que entrou e disse que se ficar com falta injustificada assume, etc...cada um, cada um,,,
Greve, pra mim, so se o assunto for MUITO serio, que nao e o caso agora,em minha opinião,

Eu so acho, Lola, que apesar de ter concordado com muitos comentaristas sobre questões salariais de outras categorias bem mais desvalorizadas que o medico( como citaram , professor) , nao acho que devemos nivelar por baixo- quero dizer : porque um ganha mal, os outros tambem e assim por tabela,
Poxa, todos nao poderiam ganhar muito bem??
Meu primo e professor na periferia de SP, filiado ao PSTU( n gosto do partido, Acho radical) mas sempre o vejo engajado em lutar por melhorias pra classe dele.
Alias, Lola, minha mae e professora, como vc , ( mas de filosofia),so que largou a carreria Pra ser bancaria,porque pagava mais e ela tinha as filhas pra criar,
E lembro que a minha avo( mae dela) era professora,e de ela me dizer que num passado nao muito distante os professores do estado ( como minha avo foi) tinham um salário muito bom para a media nacional e que com o tempo isso foi sucateado( como a saúde)...
Enfim,, acho que sonho demais, ne,,,!!!

Para encerrar, li o ultimo comentário antes desse meu, do medico que colocou o cartaz " vc que ta contra o protesto , vou marcar sua cara que um dia vc vai precisar de um atendimento meu"

De boa, esse tipo de fala, em tom de ameaça, usando do poder da relação medico paciente e da fragilidade do paciente que esta doente ???tenho vergonha de dizer que sou colega de profissão dessa pessoa, e por causa de médicos assim que todos os outros levam a fama de mesquinhos, egoístas, mercenários, ne,.,
Mas a vida e assim. A a gente segue,..
Bom debater com vc e aprender com muitas pessoas daqui,
Beijo e ate a próxima!!

Por mim, minha participação aqui ta encerrada, mas se alguém tiver mais alguma duvida, lógico que volto ora responder , afinal quem escreveu fui eu,...;))








Anônimo disse...

Exato!

Anônimo disse...

Exatamente...

Anônimo disse...

Nem preciso escrever nada... Disse tudo Izabela.

Anônimo disse...

Lola, esse post foi um fiasco...
#classemediasofre... Essa médica reflete bem como estamos mal de médicos no Brasil, hein... Quero ser atendida por um cubano, português ou espanhol... As pessoas confundem tudo com política... Pra médico brasileiro é tudo virose. Ah, e tudo culpa do PT...

Unknown disse...

É uma pena Elle voçê ainda se iludir de que as melhoras na estrutura acompanharão esses médicos e acreditar no que escrevem, tanto já foi se escrito. Fazer um incentivo e abertura de mercado para médicos estrangeiros não custeia nada comparado a tirar dinheiro pra colocar em interiores~, o que o governo não está preocupado, pois essa é mais uma propaganda populista da próxima eleição "6mil médicos"

Nathália disse...

Sabe qual é o problema, mais uma operação "tapa buracos" do governo. Não falta só médico!
1. Falta estrutura - óbvio. Mas o governo não anunciou aumento nos investimentos em estrutura --- jogou a culpa nos médicos (aqueles canalhas que estudam 11 anos em período integral(sem contar o cursinho)e querem o quê?! Bons salários, morar em boas cidades... Um absurdo!). Todos sonham mesmo em ganhar 3 mil reais pro resto da vida! Eu mesma, se passasse em um concurso para ganhar 20 mil reais (ou virasse gerente em uma empesa privada para ganhar 50 mil) recusaria! Não aceitaria ganhar tanto a mais que meus irmão brasileiros! Eita governo esperto! Deu certo! A discussão não é "mais uma medida paliativa do estado", mas o corporativismo e maldade da classe médica! Espertinhos esses nossos políticos...
2. Faltam médicos de qualidade. E o governo? Abrindo faculdade de medicina com 200 vagas em cidade onde não existe 1 só vaga de CTI. Fazendo vista grossa sobre as inúmeras irregularidades nas faculdades que sim, são ruins.
3. Falta distribuição. E o governo? a)Abrindo faculdade no sudeste e no sul do país!
b)Criando o Provab, que manda médicos recém formados e inexperientes pro interior e dá nota extra na residência. Ou seja, é quase um convite: "vai lá e ano que vem vc volta pra fazer especialização". Que médico experiente, desses que realmente fariam diferença na vida de uma comunidade, vai sair de uma cidade grande, onde consegue atender por convênios e consultas particulares, para ganhar 8 mil reais de BOLSA (repito: BOLSA, não é emprego!)? Pois é, o governo também sabe a resposta, NENHUM. Mas eles só querem números. Mas ahh... eu é que não vou brigar por isso, né?
c)Trazendo cubano... Porque NÃO! Espanhóis e Portugueses não abandonarão "as bobagens" que eles têm por lá, tipo saúde, educação, segurança, cultura, família, para morar no Ritintin do Acre por 8, 10, 15 mil reais!
4. A medicina em Cuba FOI muito boa. Essa não é mais uma realidade. Se fosse, o governo convocaria os médicos e os submeteria ao REVALIDA. E outra coisa... se fosse, nada mais justo seria o governo abandonar essa história de priorizar outras nacionalidades. Que falta de respeito com os Cubanos, não é?
É muito fácil: eu tenho UNIMED... deixa os pobrezinhos serem atendidos pelos Cubanos mesmo, é melhor que nada! Tadinhos, já não comem, estudam sentados em toco de madeira... é melhor ter um médico qualquer... pelo menos isso. Brigar por esses pobrezinhos?!?! Brigar de verdade?!?! Longe de mim...
5. POR ÚLTIMO, façam os cálculos: quem é que pagará 5 mil reais por mês de mensalidade, estudará 6 anos em período integral, fará até 5 anos de residência (60 horas semanais - finais de semana, feriados e noites inclusas), lidará com doenças e muitas pessoas insatisfeitas, terá que se atualizar todos os dias da sua vida (e não, você provavelmente não está entendendo a magnitude dessa atualização, e não, não passe a vergonha de justificar que todas as profissões precisam se atualizar. Você realmente não está entendendo o que é a atualização necessária para todos da área de saúde), tudo isso por 8 mil reais mensais, pro resto da vida? Todos os processos, todas as frustrações por não conseguir ajudar alguém, todos os dias e noites em que você NUNCA deixará de ser médico, nunca deixará de pensar no seu paciente, na família do seu paciente e no quanto você é inútil diante de um simples diabetes porque aquela pessoa só tem dinheiro para comprar macarrão e nunca vai ter a alimentação adequada? afff...
De todo o meu coração, odeio o fato de que amo a medicina!
Não sou contra a vinda de nenhum bom médico estrangeiro. No Brasil, faltam sim médicos! Mas não concordo que o senhor Geraldo, lá do Rintintin do Acre, mereça qualquer coisa, que mereça POUCA coisa. Não concordo que o governo que cuida dele, porque eu cuido de mim mesma, o trate dessa forma. O governo TEM que RESOLVER o problema da saúde no Brasil e NÃO, EU NÃO VOU ME CONTENTAR COM O GOVERNO ESCONDENDO ESSE PROBLEMA!

Nathália disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkk...
Cubanos escravos dispensados!!!
Iniciaremos o ciclo de brasileiros escravos!
Tá faltando médico? Aumenta o tempo de faculdade e obriga todo mundo a trabalhar no SUS! Tá faltando professor, enfermeiro, engenheiro?
Simples! Agora temos solução!
E vem comparar com o sistema da Inglaterra?!? Sabe como funciona lá queridos governantes?!? Os recém formados são distribuídos entre as vagas públicas existentes e, nesses locais, com salários de 7000 euros, são tutorados pelos médicos mais antigos! Como nos concursos públicos federais daqui, têm estabilidade no emprego e podem, quando surgem vagas, mudar para outras cidades. (Dilma, copia isso querida... É isso que nós estamos pedindo! É essa parte do sistema inglês, entendeu?!) O sistema lá é sensacional e não tem nada a ver com obrigar recém-formados a trabalhar em um canto qualquer. Isso não visa aprimorar a educação dos recém formados como agora eles vão tentar "vender".
Aí alguém vai falar que por 10000 reais os médicos deveriam estar gratos!
Você quer uma saúde como na Inglaterra? Eles recebem 7000 euros (20 mil reais), têm estabilidade no emprego, ganham tutores para não fazerem bobagem, moram em um país onde saúde, educação e segurança são realmente públicos E O PIOR DE TUDO, PAGAM MENOS IMPOSTOS DO QUE AGENTE!
Quer educação de verdade? Paga 4000 reais, como eles fazem, para os professores do ensino PRIMÁRIO!
aaaaffff... chega!
Esse Brasil tá uma comédia! Estou iniciando a contagem regressiva para mais essa proposta descabida ir ao chão!!!

O Desbunde disse...

Estou CHOCADA com esse post, Lola. CHOCADA!!! Bueno:

1 - Para ouvir o outro lado e expor tal opinião, é preciso contextualização histórica e responsabilidade com a informação e a sociedade

2 - Eu estive em Cuba, fiquei doente e fui atendida por médicos e no hospital. Mesmo com muitas dificuldades, por conta do bloqueio genocida dos EUA, tive melhor atendimento que no Brasil. Sem filas, ganhei remédio e ainda tive visita pós atendimento para certificarem que eu estava realmente bem. Cuba é exemplo em medicina e por quê? Investe em outro sistema: sistema de saúde pública focado em prevenção!!!!! A questão é estrutural

3 - Falar que o cubano vai "benzer" demonstra uma intolerância religiosa latente...

Enfim, tenho outros mil pontos sobre isso, mas fiquei CHOCADA em ler isso num blog dito feminista...

Anônimo disse...

""Anônimo disse...
O projeto de Gilberto Carvalho, assessor especial da presidência da republica( com intermédio de José Dirceu), e trazer 6 mil médicos cubanos para o interior do Brasil.""

Direita reacionária seu maior pesadelo começou! kkkkk

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