Vi esses dias no Copyranter um comercial divertido que parodiava a cena dos codinomes do fantástico Cães de Aluguel, do igualmente fantástico Tarantino. Lembra qual cena? Aquela em que o chefão, planejando um roubo, diz a seus ladrões que eles não devem dizer seus nomes ou qualquer dado que os identifique para os outros (veja aqui). Assim, cada um terá um codinome. Você será Mr. White, você será Mr. Green, você será Mr. Blue, e você será Mr. Pink. E um impagável Steve Buscemi se revolta: “Por que eu tenho que ser Mr. Pink?” O criminoso responde: “Porque você é uma bichona”. Inconformado, Mr. Pink quer escolher sua própria cor. “Não funciona,” explica-lhe o chefão. “Já tentei isso uma vez. Ficam nove caras brigando pra ver quem será Mr. Black”.
Bom, no comercial, o bando briga (e acaba se matando, como no final de Cães) porque todo mundo quer ser Mr. Pink. E, pessoalmente, acho bem mais espirituoso que todo mundo deseje ser chamado de Mr. Pink do que nenhum dos machões querer ser Mr. Pink. O comercial (português) é pra anunciar um festival de cinema gay e lésbico de Lisboa. Gostei. É um estereótipo e tal, mas não me parece ofensivo (minha queixa seria que as lésbicas ficam totalmente de fora). Não sei se homossexuais sentiriam-se insultados. Provavelmente não, porque o comercial foi feito, se não por eles, pra eles (ok, esse não é um bom argumento. Um monte de comercial idiota é feito pra mulheres).
Apesar do clichê, pra mim é engraçado que o gordinho-diva do casal gay de Modern Family diga pra câmera, num dos episódios: “Eu não amo rosa! Rosa é que me ama!”.
E isso me fez refletir sobre essa associação da cor. Rosa nunca esteve tão codificado quanto hoje. Pros gays acho que está mudando (afinal, a cor-símbolo dos movimentos GLBTTT é, convenientemente, mais arco-íris que rosa). Mas se a gente ficar nos dois gêneros-padrão, tudo que é pra menina é rosa. E tem um monte de gente que acredita que isso é natural, que garotinha nasce automaticamente babando por rosa. Outro dia me peguei pensando se essa codificação por gênero não ficou forte desse jeito nas últimas duas décadas, quando conhecer o sexo do bebê antes do seu nascimento virou procedimento comum. Em outras palavras, não é que a criança passa a ser tratada como menina ou menino assim que nasce -- ela já começa a ser vista como menina ou menino meses antes, ainda no ventre da mãe. E dá-lhe (pelo menos da classe média pra cima) vestidinhos rosa, paredes do quarto rosa, brinquedos rosa, e o indefectível brinquinho na orelha para que a menina já se acostume, desde cedo, que ser feminina equivale a sofrer e se adornar, e pra que ninguém imagine que aquele bebê seja um menino. Isso soa ainda mais estranho quando a gente sabe que, até 1899, as roupinhas de bebê eram totalmente unissex.
Nem sempre foi assim do rosa ser a cor oficial da femininidade. Numa revista Time de 1927, um artigo falava sobre a filha de uma princesa belga, e mencionava que o berço era logicamente azul, já que rosa era “cor de meninos”. Na tradição cristã, o vermelho sempre foi uma cor forte, e por isso associada à masculinidade. Azul era ligado a Virgem Maria, portanto, feminino. E rosa, mais fraco mas no mesmo tom do vermelho, era visto como cor de garoto. Só que durante a Primeira Guerra Mundial, azul virou a cor dos uniformes e, deste modo, tornou-se uma cor masculina. E a partir dos anos 1940 o rosa passou a ser considerado feminino. Um dos slogans para que as mulheres fossem femininas era “Pense Rosa”. Quando essa lição passou a ser ensinada para meninas, não teve mais volta.
E claro que, nessa confusão que as pessoas fazem entre sexo, gênero e orientação sexual, rosa virou símbolo não só das mulheres, como também dos gays. Esclarecendo a frase acima antes de ir adiante: sexo é biológico, mulher ou homem. Gênero é uma construção social, feminino ou masculino. Não há nada biológico que determine que quem nasce com uma vagina deve adorar cuidar da casa, ou ser dócil, ou se maquiar, ou se equilibrar num salto agulha, ou amar rosa acima de todas as cores. Isso é ensinado desde os primeiros meses de vida, e repetido direto durante quase toda a vida (imagino que quando a mulher envelhece a patrulha dá um descanso), para que a mulher nunca se esqueça o que é ser feminina, e o homem, como é ser masculino. Logo, um homem hétero que ouse usar rosa está negando seu gênero. Ele não está sendo homem o suficiente. As pessoas vão olhar pra ele e pensar que ele é gay. Afinal, o pessoal pensa que um homem gay deixa de ser homem, e que uma lésbica deixa de ser mulher. Esquece que a orientação sexual de alguém não muda em nada sua anatomia.
Mas, voltando à codificação do rosa: na Alemanha nazista, os prisioneiros gays eram identificados com um triângulo rosa. É horrível, mas o objetivo dos nazistas era bastante igual ao nosso: rotular para fácil identificação. É pra isso que a gente cobre um bebê de rosa, pra que ninguém corra o risco, nem por um segundo, de confundir a menina com um menino (e, principalmente, um menino com uma menina, já que o pior que pode acontecer na vida de um menino é ser confundido com menina. Na vida adulta, “mulherzinha” continua sendo insulto e representação de tudo que um homem não pode ser).
Não sei, mas acho que hoje em dia gays e lésbicas têm mais sorte. Pelo menos sua cor-símbolo é um arco-íris. Que, convenhamos, é bem mais completa que rosinha.
Apesar do clichê, pra mim é engraçado que o gordinho-diva do casal gay de Modern Family diga pra câmera, num dos episódios: “Eu não amo rosa! Rosa é que me ama!”.
E isso me fez refletir sobre essa associação da cor. Rosa nunca esteve tão codificado quanto hoje. Pros gays acho que está mudando (afinal, a cor-símbolo dos movimentos GLBTTT é, convenientemente, mais arco-íris que rosa). Mas se a gente ficar nos dois gêneros-padrão, tudo que é pra menina é rosa. E tem um monte de gente que acredita que isso é natural, que garotinha nasce automaticamente babando por rosa. Outro dia me peguei pensando se essa codificação por gênero não ficou forte desse jeito nas últimas duas décadas, quando conhecer o sexo do bebê antes do seu nascimento virou procedimento comum. Em outras palavras, não é que a criança passa a ser tratada como menina ou menino assim que nasce -- ela já começa a ser vista como menina ou menino meses antes, ainda no ventre da mãe. E dá-lhe (pelo menos da classe média pra cima) vestidinhos rosa, paredes do quarto rosa, brinquedos rosa, e o indefectível brinquinho na orelha para que a menina já se acostume, desde cedo, que ser feminina equivale a sofrer e se adornar, e pra que ninguém imagine que aquele bebê seja um menino. Isso soa ainda mais estranho quando a gente sabe que, até 1899, as roupinhas de bebê eram totalmente unissex.
Nem sempre foi assim do rosa ser a cor oficial da femininidade. Numa revista Time de 1927, um artigo falava sobre a filha de uma princesa belga, e mencionava que o berço era logicamente azul, já que rosa era “cor de meninos”. Na tradição cristã, o vermelho sempre foi uma cor forte, e por isso associada à masculinidade. Azul era ligado a Virgem Maria, portanto, feminino. E rosa, mais fraco mas no mesmo tom do vermelho, era visto como cor de garoto. Só que durante a Primeira Guerra Mundial, azul virou a cor dos uniformes e, deste modo, tornou-se uma cor masculina. E a partir dos anos 1940 o rosa passou a ser considerado feminino. Um dos slogans para que as mulheres fossem femininas era “Pense Rosa”. Quando essa lição passou a ser ensinada para meninas, não teve mais volta.
E claro que, nessa confusão que as pessoas fazem entre sexo, gênero e orientação sexual, rosa virou símbolo não só das mulheres, como também dos gays. Esclarecendo a frase acima antes de ir adiante: sexo é biológico, mulher ou homem. Gênero é uma construção social, feminino ou masculino. Não há nada biológico que determine que quem nasce com uma vagina deve adorar cuidar da casa, ou ser dócil, ou se maquiar, ou se equilibrar num salto agulha, ou amar rosa acima de todas as cores. Isso é ensinado desde os primeiros meses de vida, e repetido direto durante quase toda a vida (imagino que quando a mulher envelhece a patrulha dá um descanso), para que a mulher nunca se esqueça o que é ser feminina, e o homem, como é ser masculino. Logo, um homem hétero que ouse usar rosa está negando seu gênero. Ele não está sendo homem o suficiente. As pessoas vão olhar pra ele e pensar que ele é gay. Afinal, o pessoal pensa que um homem gay deixa de ser homem, e que uma lésbica deixa de ser mulher. Esquece que a orientação sexual de alguém não muda em nada sua anatomia.
Mas, voltando à codificação do rosa: na Alemanha nazista, os prisioneiros gays eram identificados com um triângulo rosa. É horrível, mas o objetivo dos nazistas era bastante igual ao nosso: rotular para fácil identificação. É pra isso que a gente cobre um bebê de rosa, pra que ninguém corra o risco, nem por um segundo, de confundir a menina com um menino (e, principalmente, um menino com uma menina, já que o pior que pode acontecer na vida de um menino é ser confundido com menina. Na vida adulta, “mulherzinha” continua sendo insulto e representação de tudo que um homem não pode ser).
Não sei, mas acho que hoje em dia gays e lésbicas têm mais sorte. Pelo menos sua cor-símbolo é um arco-íris. Que, convenhamos, é bem mais completa que rosinha.
43 comentários:
Sempre achei que o arco-íris deveria ser símbolo de gêneros, afinal, limitar gênero apenas ao masculino e feminino padrões é frustrante. Canso de ouvir "mas você pensa como homem." etc.
Esses rótulos...
Sobre o rosa, concordo contigo, Lola, isso é de agora, e arrisco a dizer que foi uma maneira que acharam de colocarem as mulheres em seu 'devido lugar' por causa do feminismo que veio e abalou as estruturas do patriarcado.
kkkk esse papo do rosa me atrai
Minha mãe só foi descobrir que eu era menino quando nasci, ela comprou todo enxoval rosa, pensou só em nome de menina, foi uma surpresa pra não dizer um susto...rs
E olha que todos os ultrasons indicavam que eu seria um bebê do sexo feminino, minha mãe brinca que eu resolvi "virar" homem de última hora! rs
Compartilhando essa história com amigos todos me zoam, acham que vou ficar complexado com isso.
Mas se me perguntam, eu digo que não, acho que eu teria tanto orgulho de ser mulher como tenho de ser homem. Ser um ser humano antes de tudo.
:)
Sabe uma coisa engraçada? Minha irmã mais nova A-DO-RA-VA azul e aviões até os 2 anos de idade. Não podia ver essas coisas que ficava doida.
Mas daí entrou a família, ne? Afinal, qual será o futuro de uma menina que goste de azul e avião? Daqui a pouco vai querer fazer engenharia!! Moral da história: hoje ela tem trauma de matemática (mulher não tem jeito pra isso!) e azul não presta pra ela. É uma pena...
Esse negócio de cor e sexo, gênero, nunca funcionou comigo!
Meu pai, melhor que todo mundo, sabia que eu ODIAVA MORTALMENTE essa cor, quando bem pequena, lá nos meus 4 a 6 anos.
Eu só aceitava presentes azuis, gostava de carrinhos e de bola, dizia que as brincadeiras de meninos eram mais divertidas.
As mulheres da família queriam de todo o jeito que eu gostasse de bicnhinhos de pelúcia e de rosa, mas eu odiava todos os brinquedos e coisas de menina, dizendo que eram pra me treinar pra ser dona de casa e que eu não ia casar, ia trabalhar, queria ser aviadora, astrônoma, paleontóloga... hoje sou Guarda Civil, uso azul 90% do tempo!
E quem gostava de vermelho e suas nuances era meu irmão mais novo.
Nenhum de nós teve dúvidas de sua orientação sexual por isso....
Muito bom seu texto, Lola! Concordo com quase tudo. A única coisa que não dá pra dizer é que "sexo é biológico e gênero é social". Já existem estudos na antropologia de gênero que dizem que o sexo também é social, já que o biológico é social. A gente vê o biológico como determinante de papeis sociais (homem, mulher, pai, mãe, etc), enquanto outras sociedades não o fazem. É só pegar o caso de hermafroditas: e aí? Homem ou mulher? A gente vai definir essa pessoa como, se oq define é a genitália? Alguém define que é mais mulher ou mais homem, de acordo com o tamanho da "coisa", e depois que a criança cresce, dá num(a) transexual presa em corpo oposto à sua identidade de gênero.
Enfim, tudo isso pra dizer que tanto a genitália como o azul e o rosa são marcadores sociais. :)
Abraço!
Mariana
É uma pena que o mundo se divida em trincheiras até nas cores, quando se sabe que grande parte das atitudes das pessoas são construídas e não inerentes, é curioso q ha pouco tempo estava no supermercado, qdo escutei vozes de crianças rindo, quando passei no corredor pude ver um bando de meninos mexendo nas caixas de bonecas abertas pra demonstração, eles se divertiam e riam, das habilidades das bonecas que falam, andam, fazem xixi ou coco, tomam mamadeira, enfim eles pareciam tão felizes ali brincando com as bonecas, mas ai quando me viram apesar de serem crianças percebi o desconforto por se verem descobertos brincando com bonecas, e começaram a mudar o tom do que diziam e debochar das bonequinhas expostas ali.
Tomara que um dia isso mude, e as pessoas aprendam a ser o que gostam de verdade, e não um estereotipo do que é determinado como o correto.
eu sou lésbica e gosto de rosa. como você comentou, é um vermelho meio se esmaecendo pra não dar bandeira que a gente tá em guerra full time(rs..).
mulher é vermelho: o "homem" (http://escrevalolaescreva.blogspot.com/2011/07/guest-post-o-masculino-como-genero.html) que todo mês se confronta com o sangue menstrual não tem outra opção de cor.
fã do blog.
Nunca gostei de rosa, achava super enjoado, mas brinquei bastante de Barbie, carrinhos, aviões, polícia-e-ladrão e todo tipo de brincadeira possível. Acho medonho esses pais que enchem a criança com roupas rosa, fica parecendo um farol, muito feio e brega... Já os meninos podem usam praticamente todas as cores e ta tudo lindo.
Muito triste um ser humano com encéfalo altamente desenvolvido acreditar que o cromossomo XX A-DO-RA rosa...
Essa história do rosa ter sido masculino me deu um nó na cabeça. Faz sentido, mas não consigo imaginar isso...
Essa coisa de azul é de menino, rosa é de menina me parece tão legítima quanto o tal do amarelo é "unisex".
conheço gatos lindos que usam rosa, como ninguém! acho que existe preconceito com tanta coisa, até com as interpretações, de tudo. às vezes, um charuto é só um charuto, não é? teoria demais, parece aquela da "conspiração".
as cores são para todos, assim espero.
Como é difícil nos reeducar sobre esses estereótipos. A exemplo da visão do rosa percebo a dificuldade em algumas pessoas de se permitirem ver de outra forma a questão da homossexualidade. Ontem ouvi de uma amiga que a mídia está polemizando muito ao colocar casais gays em novelas. Mas o objetivo não é esse? A intenção de que assunto possa ser debatido em nossas casas não é válida? Óbvio, não sou hipócrita de desconsiderar os interesses comerciais e de ibope, mas penso que as diferenças devem ser pautadas sim. Aí essa mesma pessoa se preocupa com a influência dessa exposição sobre os filhos ainda crianças. Foi então que me percebi explicando e refazendo análises em que acredito. Sem comparar caráter com orientação sexual, mas há que se considerar a pergunta/ exemplo que cito: E se fôssemos tão influenciáveis pela mídia, não só em relação à moda, mas ao comportamento errado dos vilões e mocinhas interesseiras? Pronto, a solução é: tirar nossos filhos da sala, desligar a televisão e vivermos dentro de um cubo de vidro porque ao sairmos de casa vamos lidar com várias formas de vida e isso pode ser contagioso não é mesmo?. Foi quando questionei a essa mãe: Você prefere educar segundo seu entendimento as diferentes formas de amar, ou quer que o mundo faça isso? Quando seus filhos saírem na rua não será melhor que tenham noção de respeito sobre as diferenças ou vai criar pessoas intolerantes que diante de uma incompreensão possam reagir com violência? Sobre esse ponto penso que aquilo que não entendemos nos assusta. A homossexualidade ainda é para muitos uma questão de comportamento e influência. Para fundamentar essa crença, outra pessoa citou como exemplo o personagem Eduardo de Insensato Coração. Que por ter como contrapeso uma namorada fútil e com moral duvidosa ele preferiu ficar com o Hugo por influência deste, já que ele é o oposto da Paula. Não sei se desisto ou se continuo a discussão mesmo após quase enfartar toda vez que ouço absurdos como esses. Não há interferência maléfica no simples fato de respeitar o diferente. Ou seja, se o rosa para o homem é de difícil entendimento, há como mensurar o quão complicado foi explicar a essas pessoas que é válida a exposição de casais gays na TV.
E tem aquele negócio de que bebê menino é o garotão, o homem, e bebê menina é a pequenininha, a menininha. Eu gostava demais de rosa quando pequena, mas nunca vi problema num homem vestir rosa, acho muito bonito até.
Adorei o post, só poderia ter sido mais desenvolvido no final :D
E eu que nunquinha na vida gostei de rosa... na verdade nunca gostei de nada que fosse modinha onde todo mundo parecia andar uniformizado! Na escola mesmo achava ridículo as meninas todas com roupas, acessórios e tudo o mais rosa. E os meninos usavam e abusavam de todas as cores (menos o tal rosa). Desde que fui pra escola minha mãe deixava eu e minha irmã escolhermos nossas roupas nas lojas e ela sempre no tal rosa. Eu, normalmente, ia no preto e no branco, nunca gostei muito de cores pensando bem, nem maquiagem, roupa apertada, desconfortável, salto alto, pintar unhas e etcs, e por isso muitas vezes ouvi um "nada feminina essa Carolina"!
Pois bem, quando fui fazer o enxoval das minhas filhas fiz questão de comprar muuuito vermelho, muuuito azul marinho, amarelo, verde musgo, branco, e ficava fula da vida porque simplesmente não existiam roupas pretas ou lisas para bebês (ao menos não em lojas que eu podia pagar)!
O fato é que, como toda boa mãe, eu também cuspi pra cima bem bonito. As duas são loucas por rosa, roxo, lilás, florzinhas, coraçõezinhos e tudo que eu sempre abominei... hoje tenho que conviver com isso porque também não acho justo ficar cortando o barato delas, só tento moderar um pouco. Acabei cedendo à uma parede rosa "chiclete" no quarto delas, mas não abro mão das roupas básicas com muito preto, branco, vermelho, azul marinho, cinza e marrom... quem sabe com a adolescência elas vejam que o mundo é feito de outras cores e pra ser menina não precisa ser pink? Quem sabe o meu amado preto, branco e xadrez não deixe de ser careta no mundo delas...
Gente, e esse pessoal que não deixava o filho ver Barney e Teletubies porque o Barney é rocho (haha) e um dos fofinhos do Teletibies usava uma bolsa?
Porque influenciará demais, hein.
Eu nem gosto nem desgosto de rosa, uso todas as cores, basta achar que a roupa está bonita e tal. O mesmo para homens, não me fixo na cor, pois é apenas... cor.
É frustrante quando vou comprar brinquedos ou roupas para minhas sobrinhas, é muito frufru e rosa, além de uma imensa quantidade de bonecas - que aliás, não dou nem que me paguem para dar - exceto uma vez que dei uma boneca negra porque ela só tinha bonecas brancas ou morenas claras, e foi dificílimo achar uma boneca de etnia negra.
desde que me entendo por gente, me lembro de estar coberta de rosa, brincando de boneca... ai, isso me dá até arrepios, pq me lembra "Admirável mundo novo"... não é a mesma coisa? quem leu o livro deve lembrar da história do condicionamento, das desigualdades sociais naturalizadas por meio de hipnose, dos Betas felizes por não serem Alfas, superiores a eles em direitos mas que também "trabalhavam mais".
só sei que, se um dia tiver um bebê, não vou usar esse condicionamento nel@... rs
A minha questão foi diametralmente oposta à do Rubens: minha mãe pensava q eu seria um menino, já me chamavam de "Douglas" ainda na barriga e ganhei tudo azul...roupinhas, banheira.
coincidência ou não, todo mundo me confundia com menino quando eu era bb (mesmo sem as roupinhas - naquela época bb pelado em público ainda era inocente) e até hj adoro azul e me cai muito bem, huahauah
Dani Montper, sei como é. Acho que o comércio mesmo impõe muito dessa cultura do "rosa". Esses dias eu tinha um aniversário infantil pra ir, a mocinha ia fazer 7 anos e eu queria dar um livro a ela. Meu maior problema foi escolher o livro pelo nível de fluência, eu não sei o quanto ela lê, os livros não tinham indicações e os vendedores parece que nunca abriram um livro na vida. Mas enfim, o fato é que tinha 874749 livrinhos frufrus de princesas da Disney, fadinhas, tudo cor-de-rosa, etc. Eu sabia que se desse um livro assim ia ser sucesso na certa, mas eu não queria contribuir pra fixar esse ideal da princesa de contos de fadas na menininha tão cedo, eu pensei que não ia querer que fizessem isso com filha minha (e eu nem tenho filhos hahaha). Comprei um livro de cantigas tradicionais brasileiras, vinha com o CD, eu mesma tive esse livro e adorava, mas quando ela abriu não deu muita trela... Eu me pergunto até que ponto a gente consegue controlar isso. Pra mim, a publicidade tem um papel gigantesco. Acho absurdo publicidade pra criança, elas são muito manipuláveis, tem países em que isso é proibido, inclusive, e com aprovação da maior parte dos pais. Aposto que se falarmos nisso por aqui vai vir logo uma galera gritar sobre "liberdade de expressão".
Sempre achei pavorosa essa história de isso é coisa de menina, isso é coisa de menino. Tem uma tirinha do (da?) Laerte que é simplesmente perfeita, que termina (spoilers!) com as tias colocando as criancinhas em camisas de força, azuis para os meninos e rosas para as meninas.
Mas o caso mais chocante que já ouvi falar era do vizinho da minha namorada, cujo filho não podia nem mascar chiclete rosa "para não virar viado".
Certeza que as princesinhas de rosa são um fenômeno bem recente. Tenho 25 anos e não consigo me lembrar de ter tido um brinquedo todo rosa. Os brinquedos, tantos de menina quanto de menino, variavam muito de cor. Acho que minha única boneca rosa foi a Moranguinho. Me lembro bem de um conjuntinho de chá que era branco e vermelho. Hoje é insuportável, TUDO de menina vem em rosa!
Não tem a ver com nada, mas lembrei disso agora: Lola, vc tem alguma resenha do Rocky Horror Picture Show? Não achei mecanismo de busca no blog...
Olha aqui Lola:
www.pinkstinks.co.uk
:^)
Olha aqui, Lola:
www.pinkstinks.co.uk
:^)
Oi Lola, tudo bem?
Só pra falar que eu morei na China 6 meses, e estranhei que MUITOS homens lá usam camisas e gravatas cor de rosa. Questionando, me falaram que na China o rosa é considerado um tipo de vermelho, e pra eles o vermelho é uma cor muito auspiciosa - para ambos os sexos.
Nunca fui muito fã de rosa, sempre achei cores consideradas "masculinas" tão bonitas! Quando eu era criança repetia sempre que minhas cores preferidas eram azul, verde e amarelo, por causa da bandeira do Brasil (que eu achava muito linda).
Tenho duas irmãs e um irmão, sempre gostei muito de brincar com os brinquedos dele e nunca fui proibida. Ele também participava das nossas brincadeiras com bonecas, e não tinha nada de mais.
Apesar de saber que vim de uma família que eu diria "normalmente machista" (nada extremo, mas ainda assim várias idéias machistas por parte de pai e avós), sei que fui privilegiada por nunca ter sido tão podada nessas questões de gênero (menino brinca disso, menina daquilo). Vivi uma infância muito gostosa!
Tenho 25 anos e sei que essa história de "mundo cor-de-rosa" pra meninas já vinha dos meus tempos de criança. Tinha muitas amiguinhas cujo sonho era ter um quarto cor de rosa. Mas acho que hoje em dia o bombardeio de propagandas em cima das crianças consegue ser muuuito pior que no meu tempo.
Lola, adoro cada dia mais seu blog! Com ele aprendo muito (como já disse pra você por e-mail). Não apenas pelos seus posts, mas pelos excelentes comentários dos outros leitores.
Beijos pra todos! =)
Off-topic: eu não conhecia essa afirmação do arcebispo, achei interessante postar no comentário, pois vai de encontro a muitas outras afirmações inconcebíveis que discutimos aqui no blog.
http://wp.clicrbs.com.br/mardeideias/2011/07/18/estupro-consentido/?topo=87,1,1,,,87
Lola, so um detalhe... a foto do campo nazista que vc postou não é do triângulo rosa dos gays, mas sim do triângulo roxo das Testemunhas de Jeová. Só comentando, rs...
Mas o lance de "colocar num quadradinho" feminino é a mais pura verdade... como se uma cor pudesse nos marcar como seres humanos e nos estereotipar.
Concordo com tudo o que foi dito até agora, e gosto muito de ler os comentários porque eles enriquecem muito os textos maravilhosos da Lola.
Mas fiquei me perguntando a cerca das diferenças entre homens e mulheres. Porque nós somos diferentes certo? Gostaria de saber como falar dessas diferenças sem ser considerada machista ou coisa que o valha. Ou como até mesmo realçar essas diferenças sem subjugar um ou o outro. Ou será que no fundo, no fundo não somos diferentes? Mas se temos hormônios diferentes em quantidades diferentes, não tem como não sermos diferentes, não acredito que tuuuuudo seja cultural. Gostaria muito que alguém soubesse a resposta para a questão: até onde as diferenças são biológicas e até onde elas são culturais.
Parabéns pelo blog Lola, sou super fã.
Engraçado, eu sempre tive a impressão contrária nesse assunto das cores. Quer dizer, nesse aspecto, sempre achei que meninas e mulheres estivessem em vantagem porque poderiam usar todas as cores, enquanto meninos e homens teriam que evitar cores "femininas". Meninas e mulheres, pra mim, podem usar qualquer cor: rosa, vermelho, azul, roxo, laranja, marrom... Roupa feminina aceita qualquer tom e matiz. Já meninos, principalmente, mas também os homens, "não podem" usar rosa ou lilás, porque são tons "femininos", segundo nossa cultura.
Se você for a uma loja de roupas infantis vai ver isso mesmo: roupas de meninas em todas as cores, e roupas de meninos com menor variedade de cores.
Quando eu era menina usava de tudo e meus brinquedos vinham em todas as cores, inclusive, mas não predominantemente, rosa. Eu não ligava muito pra essa cor, mas depois que cresci me apaixonei perdidamente! Meu quarto de menina foi branco, amarelinho... Hoje, que eu posso escolher, é rosa pink! Hehehe!
Mas no meu caso, o uso do rosa é mais rebelde do que conformista. Eu tinjo o cabelo de rosa, o que é visto como radical e destoante. Ou seja, meu rosa é rebelde porque não se limita à esfera comumente reservada para ele (roupas, acessórios, brinquedos).
Eu acho o rosa uma cor de personalidade forte e que pode mostrar a ousadia de uma mulher, desde que seu uso não seja imposto.
Essa história do rosa, bem como tantos outros paradigmas banais da sociedade, já deveria estar superada. Bem ressaltado por Lola a honra que temos em erguer a bandeira colorida!
Gostei do texto! Já viu este aqui? http://miriangoldenberg.com.br/content.php?option=com_content&task=view&id=108&Itemid=106
Eu, muito felizmente, tenho uma mãe com uma mente super aberta que mais felizmente ainda, não condicionou os filhos nesses estereótipos bitolados. Minha primeira camisa rosa foi comprada com meu próprio dinheiro, aos 23 anos, por livre e espontânea vontade. Claro que as tias mimavam a única menina da familia com todas as "rosicidades" que pudessem encontrar...e claro que a unica menina da familia também tinha que ser a ovelha pensante e crítica do rebanho e pintava todas as coisas rosas com uma cor mais interessante, como azul, roxo, preto, laranja... Vi ontém mesmo uma matéria num site de moda por aí falando que a "tendencia" é o terceiro gênero, é o unissex,o andrógeno, que isso seja real e se estenda não só para o visual, mas também para o comportamental com um "gênero neutro", igualitário (utopia, eu sei)
eu sempre gostei de roxo, lilás e afins. escolhi essa cor como favorita qd era bem pequena e minha mãe sempre respeitou. às vezes ela até falava "aquele [objeto de outra cor] ali é mais bonito... oq vc acha de levar ele?" e aí eu pensava um pouco e decidia. mas geralmente acabava levando meu roxinho mesmo
claro q eu tive inúmeras coisas coloridas, sempre gostei de verde, azul, rosa, branco, preto, cinza. acho saudável e não sinto essa imposição da cor rosa.
mas como alguém aqui em cima já disse (desculpe, n lembro qm foi), essa questao da cor é tranquila pras meninas. quem acaba tolhido pelo machismo, nesses casos, são os meninos: basta colocar algo rosa q são chamados de gay, etc. mas sabe q eu acho q até isso é raro hj em dia? tem q ser mto "escrotossauro" (adoro esse seu termo hauhauha) pra implicar com esse tipo de coisa. entre as mulheres eu sei q a camisa rosa é um fetiche, desde q o sujeito tenha "cara/jeito de homem" blabla
ah! alguém aí tb falou sobre cabelo: aí sim eu concordo q é algo q restringe ambos os gêneros. menina de cabelo 'joãozinho' é chamada de menino (eu sei pq qd eu tive piolho, minha mae não soube lidar com os bichinhos e tacou a tesoura. me deprimia ser chamado de menino ¬¬)
depois de grande, com peitos, quadris, até pode usar, desde q tenha um "jeito bem feminino"blabla.
e menino de cabelo comprido é esquisito, hippie, roqueiro, doidão, drogado, gay, etc.
enfim, eu particularmente n gosto mto, n acho bonito na maior parte das vezes. o cara q fica gato de cabelo comprido, geralmente tb é gato de cabelo curto (já o oposto, quase nunca se aplica). mas há exceções, claro... sei lá, n vejo polemica nisso
Concordo com a Elisa: geralmente existe mais pressão pros meninos não usarem cores 'femininas' do que o contrário. Antes de saber o sexo do meu filhote (inicialmente chamado Letícia, eventualmente nomeado Arthur) eu fiz todo o enxoval sem me preocupar muito com a cor, desde que não fosse rosa (até porque eu DETESTO rosa). Verde, amarelo, branco, azul, vermelho, laranja... Inclusive a primeira roupa que eu comprei era listrada com todas as cores pasteis, uma das poucas que eu guardei, porque é completamente indiferente para o suposto sexo.
Engraçado que por todos esses anos eu fiquei muito tempo pensando - desejando - uma menina porque acho linda as roupinhas cheias de frufru, os vestidos, e a VARIEDADE MUITO MAIOR do que os meninos tem. Porque, com eles, é short/calça e camiseta. No máximo uma roupinha social. A menina escolhe tudo que vai vestir - vestido (que benção não ter que conjugar peças!), jardineira, calça, short, saia, vários modelos de blusa, de sapato, de qualquer coisa para se adequar melhor ao seu estilo, ao que você se sente mais confortável usando.
Quando menor ele tinha o cabelo comprido, cheio de cachinhos dourados, e as pessoas na rua achavam muito que ele era menina (ignorando completamente as roupas, diga-se de passagem), mas nunca me incomodou. Eu só cortei quando veio o verão e eles incomodavam de tanto suor. Mesmo assim ele já pediu para deixar o cabelo crescer de novo "igual ao papai". Eu acho uma idéia idiota neste calor, mas, como não é o meu... vai fundo! xD
Qdo era menina, eu odiava rosa e qualquer coisa que me ligasse a "como as meninas devem agir". Nunca entendi pq tudo para os meninos era possível, permitido. Acho que negar o rosa era meu protesto infantil (além, claro, de questionar minha mãe com reivindicações humanistas). Qdo soube q estava grávida de uma menina, disse, não quero saber de rosa! O quarto dela vai ser lilás e branco :) E a Valentina veste todas as cores! Fica linda de azul marinho, vermelho, verde, e rosa tb, pq gosto de todas as cores. E adoro perceber o quão moleca é a minha menininha :D
É interessante ver esse movimento contra o rosa que algumas mulheres tem. Várias dessas inclusive se apressam em dizer que adoram o azul, para ficar bem claro que elas não tem nada contra uma representação masculina, é só com a feminina mesmo. Eu até entendo uma certa rejeição à imposição do rosa que há hoje, mas algumas mulheres beiram ao ódio e isso eu acho exagerado, é pôr a culpa no lugar errado.
Eu também acho estranho entrar numa loja de brinquedos e ver que quase tudo no setor feminino é rosa. Na parte dos meninos é mais colorido. É o consumo aliado a cultura que restringe as pessoas a uma coisa fácil de ser identificada e mensurada, padronizada e massificada. Vende mais assim.
Quando eu era criança meus brinquedos eram mais neutros e acho que é melhor assim. Os brinquedos que me identificavam como menina eram em menor quantidade.
Acho que quando há uma divisão sexual muito grande na infância se separa meninas e meninos muito cedo e acabam perdendo uma referência de convívio com o outro sexo. Como uma menina vai querer brincar com um menino se tudo o que ela tem é boneca barbie e o garoto um carrinho camuflado? Em pouco tempo ambos se cansam pois não há correspondência ali. E justo numa fase importante na qual formamos a base que vamos carregar para o resto da vida e que dificilmente muda. A neutralidade permite uma troca maior.
É importante que crianças sejam primeiro crianças, para só depois ocupar outros lugares na sociedade. Os hormônios da adolescência já se encarregam do trabalho, não é preciso forçar tanto. Acho que a criança não deve ser uma referência de gênero por si mesma, o exemplo deve vir da família, da mãe, do pai, dxs professorxs etc
minha filha tem 4 aninhos ama cor de rosa, laços, só quer brincar de maquiagem, poneis, barbies....
encheu o saco que queria uma sandalinha de salto e o pai dela deu como presente no aniversário, eu tenho medo que vire o pé e nao deixo usar muito mas se fosse pela vontade dela era todo dia. eu confesso, acho lindo rs. brinco ela não usa pq a bobona aqui ficou com dó de furar a orelhinha mas sei que logo vai pedir (ama pulseirinha e colarzinho)....
ela parece a suri, filha do tom cruise, toda princesinha,
eu não acho nada demais, nunca disse pra ela que tinha que ser assim, é tudo escolha dela e ela tá muito feliz.... será que estou fazendo errado?
(sem ironia nenhuma..... queria opiniões mesmo)
beijos
Mayara, você pode nunca ter dito nada, mas e os demais dos locais que ela frequenta? E a televisão? E os presentes que ela ganha? E as meninas que ela vê? E o seu sorriso bobo e dos demais em volta dela quando ela faz essas coisas? E o nº de gente que diz que ela está linda com laço x, vestido rosa y, batom etc?
Tudo bem ela usar e gostar dessas coisas, mas é bom apresentar outras para ela e nunca deixar que ela pense que somente isso é bonito ou que isso é coisa de menina ou que ela não possa gostar de outras coisas - como coisas tidas de meninos, aliás não deixá-la pensar que tudo está dividido em coisa de menina e coisa de menino, porque ai é sexismo.
ah Dani obrigada..... eu era casada com o pai dela enquanto ela era pequenininha, nossa relação era dificil, vivíamos brigando e nos separamos, ele nunca deu muita atenção pra ela.... paga uma boa pensão e sempre em dia, mas ver mesmo é 1 vez por mês e olhe lá.... eu fico com dó e acabo mimando mesmo. as amigas dela várias são peruinhas tb, e eu fico toda orgulhosa quando alguém elogia hehehe..... e tb tem influência minha, ela vive grudada em mim e eu adoro comprar roupas pra mim e pra ela, adoro ver filmes e ela sempre vê comigo, então.....
eu fui mãe nova com 19 anos, quando ela era bebê achei super fácil cuidar, agora que tá maior tenho medo de mimar muito, ou de ficar muito ausente, trabalho de segunda a sábado e as vezes quero sair, não vou toda semana pra balada mas vou de vez em quando, ela nunca reclamou, mas.... enfim, ela é o amor da minha vida mas tenho medo de fazer tudo errado!
beijos
Esse post me fez lembrar muito de um videozinho que ví esses dias de uma mennininha se questionando de "porque meninas só podem ter brinquedos rosas".. e dizendo que aquilo não era justo.. o vídeo é uma graça.. passo o link aí:
http://www.youtube.com/watch?v=JQT7uccY18o&feature=player_embedded
Fiquei muito feliz com esse post, pude ver que, por mais que eu reclame deles e as vezes não concorde, tive pais maravilhosos! Mesmo sendo menina, meu enxoval foi todo amarelo e meu pai me presenteava com carrinhos (e bonecas tbm) o tempo inteiro. Mesmo após meu irmão mais novo nascer, nunca houveram diferenças no tratamento. Hoje percebo o quanto isso influenciou positivamente minha personalidade e a do meu irmão.
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