ELE É UM DOS SENHORES DO CRIME!

Sabe quem é esse senhor? Eu parei “Senhores do Crime” enquanto revia esse grande filme no DVD e tirei a foto. Ele é um dos chefões da máfia russa que entrevistam o Viggo Mortensen. Aparece pouco e fala tudo em russo. Bom, ele é o Michael Sarne. Normal você perguntar “Quem?!”. Ele foi o diretor inglês que passou uma temporada lá em casa, quando eu era criança e morava no Rio. Leia sobre meu encontro com ele (e com o Polanski) aqui. E só depois leia o parágrafo a seguir, senão você vai boiar.

Já voltou? Então, eu finalmente vi “Myra Breckinridge”, ou “Homem e Mulher Até Certo Ponto”, e é tudo aquilo que os críticos disseram na época: horrível, muito ruim mesmo. Praticamente só a Raquel Welch tá bem. 

Tem uns números musicais que surgem do nada e parecem pertencer a outro filme, e várias cenas de clássicos intercalando as cenas, que trouxeram inúmeros problemas ao estúdio. Uma das cenas era da Shirley Temple, menininha, chegando perto de uma cabra, e a cabra espirra leite nela. Vindo imediatamente depois de uma cena de sexo, é de um mau gosto atroz, digamos. Alguma estrela, esqueci o nome, processou o filme por “uso indevido da imagem” e ganhou a maior nota. Tudo tenta ser engraçadinho e tal, mas pra mim, pelo menos, deixa um gosto ruim (quer dizer, tem um estupro masculino na jogada).

Na edição especial do DVD havia entrevistas com os envolvidos. Acho que foram gravadas em 2001. O pobre Michael relata as muitas dificuldades que teve com os produtores e os astros. Raquel diz que Mae West se recusou a contracenar com ela (nas poucas cenas com as duas juntas, sempre tem alguém de costas). E aparece a Camille Paglia pra afirmar que a Raquel passa uma mensagem poderosa no filme. Mas o Michael ninguém defende, coitado. E “Myra” não tem defesa. Realmente deve ser um dos piores filmes de todos os tempos. Desses tão ruins que viram cult, sabe?