Por falar em “Chefão”, “13” traz várias referências a esse clássico. Porém, ando tão mal das pernas que nem reconheci a piadinha do Elliot Gould citando o diálogo do Marlon Brando: “Ninguém me conta nada, sei-lá-quem tá deprimido, Zé Mané não pára de chorar. Me diga o que está acontecendo”. Mas o pior, pior mesmo, foi passar o filme inteiro achando que fizeram um bom trabalho em envelhecer a Cameron Diaz. Não era a Cameron, era a Ellen Barkin! Vai ser fácil reconhecê-la: ela é a única mulher do filme (lembra dela em “Vítimas de uma Paixão”? Lá ela tinha cenas calientes com o Al Pacino).
Não dá pra negar que haja um excesso de personagens e de tramas, o que resulta no desperdício do George e do Brad (se bem que o chiste com o George sobre tentar não engordar entre um golpe e outro, numa referência ao peso que ganhou pra fazer “Syriana”, já vale o ingresso). Pelo menos o Matt Damon aparece bastante e o Andy Garcia tem algum destaque, embora quem controle o filme seja o Al, com aquele cabelo acaju. Além do mais, qualquer produção que tenha o ótimo Don Cheadle (“Hotel Ruanda”) como ator coadjuvante tem um grande elenco. Outros figurantes que se saem bem incluem o Carl Reiner como o crítico imposto e o David Paymer como o crítico de cassinos. Eu, como crítica de cinema, me identifiquei com ele. Como sofre o coitado! (o David é um coadjuvante que sempre chama a atenção. E o Carl é diretor do fofo “Um Espírito Baixou em Mim”). Mas tem tanta coisa complicada acontecendo que chega uma hora que a gente desliga o cérebro e tenta apenas se divertir, sem acompanhar a história. Por exemplo, no começo da aventura o George compra um gerente do cassino. Ele é usado pra alguma coisa? E o celular de ouro do Al, dá em samba? E não pode ser tão fácil assim provocar um terremoto nos EUA. Imagina alguém cavar um túnel embaixo de um cassino com a mesma máquina usada pra fazer o Eurotúnel, sem nenhuma interferência das autoridades. Da próxima vez que terroristas quiserem derrubar um Torres Gêmeas da vida, taí uma boa idéia.
Em compensação, é uma gracinha que precisem criar um desastre natural para que o pessoal saia do cassino após faturar, porque senão eles ficam lá até perder tudo. Essa é uma verdade absoluta: cassinos nunca perdem. A gente já sabe disso, não gosta deles, e acha legal que carinhas calmos e lindos se reúnam para assaltá-los. Estive uma ou outra vez em cassinos no Uruguai, só que nunca joguei nada, porque a compra mínima de fichas era algo como 20 dólares, o que achei caro demais. Então só fiquei vendo, e não tinha muita graça. Além do mais, os seguranças não tiram os olhos da gente. Todo mundo é suspeito pra eles. Eu odeio ser tratada como suspeita por um negócio em que só os donos ganham e que convive com acusações diárias de lavagem de dinheiro.
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