sábado, 9 de maio de 2009

O REINO MÁGICO DAS TATAJUBAS

Tatajuba não é parente próxima da jujuba.

Gosto de dicionários porque neles encontro palavras que nunca vi antes. Não acreditei quando notei que muita gente se refere a eles como "pai dos burros". Não há nada de burro em usar um dicionário constantemente, pelo contrário. O português tem quantas palavras? Pelo menos 300 mil? Ninguém conhece todas elas, mas sempre dá pra dar uma melhoradinha no nosso vocabulário. Voltando às palavras nunca dantes vistas, você sabia que tatuxima é um tatu-de-rabo-mole? Além de ser sonoramente legal, ela ainda serve pra ampliar meu vocabulário. Dá um bom insulto. Já tô me vendo xingando o maridão de "Seu tatuxima! Vai lavar a louça, miserável!", e ele respondendo: "Eu também te amo, meu anjo!". Tá, tá, doce ilusão. O maridão jamais responderia assim, você sabe. Taria mais pra "Vai lavar você, sua energumenóide!".
tatajuba eu pensei que fosse parente de balinha, tipo tataravô da jujuba, mas não. Descobri que é uma árvore da família das moráceas, que devem ser dessas árvores que dão morango, ué. Com este nome, só pode ser. Não sou lá muito rural, então nunca vi um pé de morango na vida. Logo, imagino que morango dê em árvore. Ou serão subterrâneos? Ah, talvez eles fiquem pendurados nos fiozinhos, como as uvas. Não importa – todos os morangos que conheço vêm em caixinhas.
Fuçando no Aurelião, me deparei com uma tal de paráfise, que o dicionário definiu como "hifa estéril que se encontra entre os ascos e basídios, no himênio de fungos e liquens". Oi? Perdão, mas continuei sem saber que diabos vem a ser paráfise. Nesses momentos difíceis do meu relacionamento amoroso com meu dicionário, só tenho uma alternativa: bater nele. Não bater forte, só uns tapinhas pra ele aprender que, se eu não sei a palavra, vir com um monte de palavras desconhecidas não vai me ajudar. Ou vai ver que dicionário tem personalidade própria. Pode ser que ele decidiu que a paráfise tava sozinha no seu canto e jogou outros vocábulos inúteis pra brincar com ela. Acontece.

14 comentários:

b disse...

Morango dá no chão... no inverno....e precisa ter uma cobertura da terra pra que não danifique a fruta e por cima pra proteger da geada.

COmo amoras, so que beeem mais rasteiro..

Masegui disse...

Muito instrutivo este post. Não sei como ficaria minha vida sem ele!

Ainda bem que o CM respondeu à altura a tentativa de esculacho e salvou o dia.

Pensando bem eu não posso reclamar, tive o privilégio de ler sobre os gatinhos antes do recolhimento...

Agora estou aqui imaginando o locutor do estádio anunciando a substituição "sai Calvim e entra Tatajuba" e a torcida toda vaiando!

Camila disse...

Lolinha, morango, como o Thiago disse, dá no chao. Só que no hemisfério norte ele nao dá no inverno, mas na primavera... Marido comprou mudinhas, que transplantamos umas semanas atrás e já temos 5 flores! Cada florzinha vira um morango, depois que as pétalas caem.

lola aronovich disse...

Foi sem querer, Mario! Ontem eu passei o dia inteiro fora de casa e quando voltei, à meia noite (!), a internet não estava funcionando. Vc deve ter visto que o post sobre o gatinho nem estava pronto! Não tinha ilustração, foto, nem nada.
Sei que este post não é grande coisa. Não é mesmo! Mas sábado é um dia fraco pra todos os blogs. Eu fico pensando se devo tirar pelo menos um dia da semana de folga, e esse dia seria o sábado. Mas acho melhor colocar crônicas levinhas e bastante inúteis. E vc, não reclama: é melhor do que nada!

babsiix disse...

Lola, falando em dia de ler coisas leves, achei um site q vc conta algo q aconteceu em poucas linhas, p mostrasr como sua vida é "fucked". Achei mto engraçado, acho q gosto de um humor negro. Dá uma olhada, vale a pena! É bem facil de ler.

http://www.fmylife.com/

L. M. de Souza disse...

o pé do morango é provavelmente um arbusto, rasteiro. nao sei prq o ingles decidiu chamar a fruta de straw-berry, já que straw tá mais pra palha que pra arbusto, coisas da linguagem.

Chaves disse...

Lola,
(atenção pelotão de fuzilamento! preparar...)
Elaborei várias vezes o comentário pra tentar dizer exatamente o porque de eu não ter gostado nem um pouco desse post, mas ainda não achei o tom certo.
Vai assim mesmo, e já me coloco no paredão:
É que quando você escreve alguma coisa tentando fazer graça da ignorância - seja ela qual for - é como se carimbasse um selinho assim: *stupid and proud*.
Pô, Lola! Você é uma doutoranda, na área de literatura, letras, sei lá, e vem com esse negócio de dizer que não entende o que o dicionário quer dizer, ou dá a entender que não percebe que se trata de vocabulário específico de uma área de conhecimento!
Eu sei que vc quis fazer piada, mas parece que fica fazendo tipo, e isso mata a graça do post. Soa falso.
É como um branco contando piada de preto pra um preto. Definitivamente não rola.
Você é tão melhor do que isso...
(fala sério, você realmente espera que o dicionário coloque um verbete sobre botânica, e diga que, p. ex. "pecíolo" é o mesmo que cabinho?).
E os níveis de linguagem, Lola?
Se vc tá realmente ruim assim, sugiro procurar o Dicionário Ilustrado da Xuxa.

Alfredo disse...

Chaves

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

querido!! vc nao respondeu minhas questions!!! ta lembrado?? please!!!

Masegui disse...

Lolinha,

Não liga pro que o amigo do Quico disse, o post não é fraco, só é pior um pouquinho do que o dos gatinhos.
Eu estava de brincadeirinha, queria arrumar um motivo pra implicar com você e defender o CM.

Tudo que você escreve é ótimo!

lola aronovich disse...

Obrigada, Mario, mas até concordo com o Chaves que esta crônica seja fraquinha. Vou contar a verdade pra vcs: ela tem uns cinco, sete anos, nem sei. É como eu disse: sábados são dias fraquinhos no blog, e isso não me motiva a escrever posts melhores. Porque geralmente há poucas visitas e comentários mesmo, independente do que eu publicar. Na realidade, faz muito tempo que não fico procurando palavras no dicionário. Mas eu não sinto que estou fazendo graça da minha ignorância, Chaves. Eu me sinto ignorante em muitas coisas e não vai ser um título de doutora que vai mudar isso. Eu não sou uma pessoa rural, por exemplo. Então meu conhecimento sobre plantas e flores é realmente triste. Eu só posso achar graça, porque não tenho muita vontade de aprender como nascem os moranguinhos. Não é tipo. Eu não faço tipo, eu sou do jeito que sou. E quanto à definição do dicionário pra paráfise, não acho uma definição apropriada mesmo! Tem montes de palavras desconhecidas pra explicar uma palavra!
E o que é interessante é que eu deixei de procurar palavras no dicionário não porque a pós-graduação me fez mais inteligente, mas porque ela me liberou. Uma das coisas que aprendi logo no começo, no curso de Escrita Acadêmica com meu querido orientador, é que em inglês não há problema algum em repetir palavras num texto. Isso obviamente influenciou meu jeito de escrever em português também. Eu sou muito influenciável, sabe?

Johanne D. disse...

Lola, eu queria saber o que você achou do trailer desse filme nacional.
http://www.youtube.com/watch?v=NRwSK8JFXvY

É sobre incesto e homossexualidade e está dando bastante polêmica por aí...

Flávio Amaral disse...

O texto me agradou, achei divertido e tão leve quanto gostaria de ler num sábado como esse - que para mim foi um dia muito tenso porque...deixa pra lá.

Mas concordo. Adoro dicionários. Tenho o Houaiss eletrônico - não vivo sem ele - e acho o máximo só selecionar a palavra e tchan! já tá ela ali inteirinha pra gente ler. E tenho outros nos meus favoritos que são o Encarta e mais uns 3 ou quatro que são free-web para a garimpagem nas línguas enstranjas. Enfim, gostei do texto, sim.

Ju Ribeiro disse...

lola, lola, lola, preciso te contar uma coisa: 'star trek' é muuuuuuuuuuuuuito bom! pelo menos eu, uma não-trekker, achei muito bom.

Christina Frenzel disse...

ADOREI!!!
Quando eu me achava intelectóide, tirava onda procurando palavras estranhas no dicionário, just for the fun of it....

Lola, vc conhece um jogo de tabuleiro chamado Leréia? Deliciosa repaginada no antigo 'Dicionário', da Grow.

Beijos