sexta-feira, 11 de abril de 2008

RESULTADO DA ENQUETE SOBRE CLÁSSICOS ADOLESCENTES

Não tem pra ninguém: a gente ficou em primeiro (com 10 Coisas logo atrás)

63 leitores votaram na enquete, e o vencedor foi Curtindo a Vida Adoidado, que recebeu quinze votos, ou 23%. Em segundo ficou, pasmem, 10 Coisas que Odeio em Você, com 17%, uma grande surpresa pra mim. Em terceiro Clube dos Cinco, com 14%, e em quarto o meu favorito e portanto claramente o melhor, As Patricinhas de Beverly Hills, com 12%. Em seguida, em ordem decrescente, vieram empatados A Garota de Rosa Shocking, Eleição e Superbad (4 votos cada), e Meninas Malvadas (3). Na lanterna ficaram Atração Mortal, talvez por ser o mais desconhecido, com 2 votos, e caindo pelas tabelas, Picardias Estudantis – nenhum voto! Incrível! Reparem que na lista da Entertainment Weekly, feita por críticos, ele fica em segundo, só atrás de Clube dos Cinco!

Durante a pesquisa houve muitos comentários inteligentes. A Andie, por exemplo, considera Meninas Malvadas um Clueless light (pode alguma coisa ser mais light que Clueless/Patricinhas?!). A Kaká fala de outro ponto que não estou habilitada a comentar: a maravilhosa trilha sonora de cada um desses filmes. E tenho que me convencer que o culto à 10 Coisas, com ou sem a morte do Heath Ledger, é forte. A Ju explica que foi assisti-lo pensando encontrar dois atores lindos, e acabou se apaixonando pelo Heath também.

Uma boa discussão foi o que é e não é filme adolescente. O Vitor não enquadra Eleição, por ser cínico demais, nessa categoria. O João vota em Conta Comigo; o Pedro quer incluir até Querida Wendy aí, e o Sheriff, Três Formas de Amar. Mas ninguém lamentou a ausência do ótimo Bem-Vindo à Casa de Bonecas (1995, foto, ainda vou falar sobre o filme). E pros amigos do filho adolescente da Mari, essa minha lista tá datada – teen movies pra eles hoje são Donnie Darko e Efeito Borboleta (que o maridão até hoje chama, sem querer, de “The Borbolate Effect”. Ahhhhh! Gente, meus tempos eram melhores).

O Leo foi o único a levantar uma outra questão: essa hierarquia tão marcante mostrada nos filmes americanos existe no Brasil? Ele acha que sim, mas menos. Eu realmente não sei. Não passei por isso na minha escola, e olha que era uma escola americana em SP (com alunos de todo lugar do mundo). Imagino que no Brasil o ambiente não seja assim tão segregado. O topo da pirâmide da popularidade nos EUA, líderes de torcida pras meninas e jogadores de futebol americano pros meninos, não existe na nossa terrinha. Mas eu saí da escola faz mais de duas décadas. Aguardo a contribuição de vocês pra me atualizar.

O mais legal é como esses filmes trazem lembranças pessoais. Tem quem encare até American Pie com certa nostalgia, como o pessoal da minha época meio que vê Porky's (que, nostalgia à parte, é um lixo só!). Ah, aprendi que o Ricardinho, antes de Clube dos Cinco, queria ser um Goonie!

14 comentários:

Anônimo disse...

Bom, eu votei no "10 coisas" muito pela histórinha que contei, mas tem várias coisas legais no filme. A trilha sonora é algo; as referências Shakespeareanas, óbvio; a própria história que é baseada na Megera Domada... Mas fiquie na maior dúvida entre ele e o Clueless, que também adoro! Só que ainda não li o Emma pra ver em termos de adaptação moderninha teen qual me agradaria mais.

Agora, vc me mata se eu te disser que nunca vi o Breakfast Club direito?? hehe

Mas o Curtindo a Vida Adoidado é clááássico de sessão da tarde. Com direito a "Baby" do Dirty Dancing de irmã de um ainda bonitinho Matthew Broderick, e um Charlie Sheen guri, todos usando aquelas clássicas roupas anos 80 das quais comentávamos em outro post...

Liris Tribuzzi disse...

O filme desconhecido da enquete era um dos poucos que eu conhecia (junto com '10 coisas'). Quandos os outros passarem na sessão da tarde, eu vejo.

Quanto ao assunto estudantil, eu sempre achei os filmes distantes até o ensino médio, mas nunca vi nada que lembrasse a segregação toda que tem nos filmes. Eu estudei numa escola estadual simples, de bairro, todo mundo uniformizadinho e equipes esportivas fortes (isso tudo mudou quando a diretora foi exonerada, agora a escola tá um lixo). No médio fui estudar numa escola mais 'cosmopolita', digamos assim. Tinha gente de tudo quanto é lugar de São Paulo e das cidades vizinhas, não era obrigatório o uso de uniformes e tinha vários armários nos corredores. A galera que entrava se sentia nos seriados americanos, hehehe. Apesar de eu nunca ter presenciado nada que lembra ataques de racismo, por mais simples que fosse, os alunos negros ou gordinhos eram em número terrivelmente menor do que os brancos de físico tido como 'normal'.

Andie disse...

Eu fui uma das duas pessoas que votou em Atracao Mortal (e ja expliquei porque em outro post) mas gosto de quase todos os outros.. Gosto ate de Eleicao! ;) Mas concordo com o leitor que disse que nao se enquadra no genero teen movies.
Tambem nao sei se a gente tem esse tipo de segragacao no Brasil. Na minha escola, as meninas populares eram as do time de volei (sei la porque!) e os meninos populares eram os mais rebeldes. Minha vida adolescente foi marcada por Dawson's Creek hehe.. eu e minhas amigas bem no estilo de falar muito rapido usando termos literarios que ninguem mais entende (talk about teen angst!!), mas acho que em geral o nosso segundo grau eh um tempo de stress com vestibular e festinhas de formatura, nao sei se temos tanto tempo pra "slack off". Ou sera que eu que era good girl demais???

lola aronovich disse...

Ju, nunca é tarde. Veja Breakfast Club, que vale a pena por muitas coisas. Acho que de todos esses filmes, deve ser o que tem mais fãs fiéis. É muito cultuado. Ah, tava tendo essa discussão com o Vitor (era o Vitor, eu acho): ele disse que o Matthew Broderick era bonito, e eu pensei - nunca achei aquela carinha de hamster super fofa bonita. Fofinho, claro. Bonito, sei não. Mas é desses que envelhecem mal, né? Porque nunca deixam de ter cara de adolescente! (o Anthony Michael Hall é outro). Então vamos lá, que eu tô na dúvida: quem acha que o Matthew bonito?

lola aronovich disse...

Li e Andie, pra vcs é fácil falar da adolescência de vcs porque foi ontem! Mas pra mim faz muito tempo, e não lembro de muita coisa. Só que foi uma boa época. Eu gostava da minha escola (apesar de ser escola católica, e eu... bom, vcs viram que não sou muito religiosa), e a minha turma era show. Claro que havia alguns atritos e panelinhas, mas no geral todo mundo se dava muito bem. Não me lembro de nenhum bully. E realmente não lembro de hierarquia em matéria de popularidade. Ah, acho que na oitava série os mais populares eram uns suecos bem rebeldes que adoravam Sex Pistols e se vestiam meio punk. Mas eles ficaram pouco tempo na escola (voltaram pra Suécia). Tinha cheerleaders. Minha irmã foi uma quando tinha 13 anos (tô chutando!). Mas realmente não sei se elas eram mais populares. Havia vários meninos que jogavam bem futebol (soccer mesmo! Um até se tornou profissional), e pensando bem, eles eram populares, mas não por jogar futebol. É porque eram legais mesmo.
Acho que a criança e o adolescente (e o adulto também) tem um instinto cruel de discriminar qualquer um que seja diferente. Então acho que existe em muitos lugares uma encheção de saco de quem seja gordinho(a) e efeminado, no caso do meninos, ou masculinizada, no caso das meninas. Agora, só porque existe e seja comum, não quer dizer que seja aceitável. Pra mim não é, e as escolas e os pais falham feio ao ignorar o problema. Mas gente, não conheço ninguém no Brasil contando histórias de horror que ouvi de gente daqui dos EUA (e que a gente vê em vários filmes). Aqui parece muuuuuuito pior.

Unknown disse...

eu adorei o Matthew em Ladyhawke, agora, realmente achei fofo, muito fofo, fofo mesmo.
Bonito era o Hutger Hauer, mas não era fofo....esse terreno entre o "bonito", o "fofo" , "charmoso", "gostoso" é meio pantanoso....mas que eu teria fugido com o Matthew Broderick naquela época, ah, eu teria!!!

Unknown disse...

ah, e quanto à adolescencia/escola:

aqui não tem nada parecido com essa hierarquia americana.

(tá, minha adolescencia começou quando voce nasceu, Lola,mas eu tenho boa memória!)

começa que ser bom no esporte não vai garantir vaga em universidade nenhuma!

eu era freak, bem freak mesmo, esquisitona, mas era popular e até hoje, no aniversário de 50 anos do velho colégio estadual, todos se lembram de mim! nunca vi ou vivi nada parecido com essa competição insana dos USA.....

Leo disse...

Eu acho o Matthew bonitinho! Carismático.. mas isso naquela época! Hoje ele tá um dragãozinho! E ainda assim casou com a minha ídola Sarah Jessica Parker (Ok, ok... não vamos mais discutir sobre Sex and the City! hehe).
Eu fui adolescente há poucos anos (tenho 24) e digo que a escola hoje é bem segmentada sim. Não da mesma forma, claro. Realmente não temos cheerleaders e quarterbacks. Mas temos aquele grupo extremamente auto-confiante, que só namora com meninas lindas e se sentem superiores. Temos aquelas meninas mais endinheiradas, que só usam roupas de marca e cheias de bijuterias, a ponto de parecerem um chocalho quando precisam apagar algo com uma borracha. Essas nem lembram da existencia de pessoas que consideram inferiores. Temos um grupo de nerd, que tiram notas boas, são tímidos e introvertidos. Temos os gordinhos, os afemidos, temos os não tão bonitsos, nem tão ricos.
A minha turma era tão segregada, que não conseguíamos eleger nem um representante, porque esse geralmente ganhava por 1 ou 2 votos, e os que votaram no outro, não consideravam a eleição válida.
Acho q outra diferença importante é que nos EUA todos os que moram naquela vizinhança estudam na mesma escola. Principalmente em cidades pequenas. Aqui, ainda mais em uma metrópole como o Rio, você tem amigos na escola, mas também tem amigos na sua vizinhança, que não necessáriamente estudam contigo. Isso nos torna menos dependentes dos amigos do colégio. Talvez um pouco menos massacrados!

lola aronovich disse...

Mari, concordo contigo. Coloca o Matthew do lado do Rutger Hauer, e "bonito" não cabe pros dois. Eu o acho fofinho, mas não fugiria com ele!
Olha, imagino que a situação nas escolas só tenha piorado da sua e da minha época pra cá. Nos filmes americanos o bullying se assemelha muito ao prazer de torturar visto nos soldados americanos no Iraque. É a mesma coisa: um prazer quase sexual em humilhar o outro, o diferente. Talvez pelo fato do Brasil ser um país infinitamente menos bélico que os EUA, as nossas escolas reflitam um pouco mais de paz. Ou tô viajando?

lola aronovich disse...

Leo, seu comentário me fez pensar: a cultura dos filmes americanos tá muito presente pra uma parte da classe média brasileira (e mundial). Pode muito bem ser que o pessoal de classe média nas escolas brasileiras queira copiar tudo que vê nos filmes, o bullying, a hierarquia, as castas sociais, o consumismo... Vc também toca numa outra questão interessante ao mencionar os subúrbios. Sem dúvida, morar num subúrbio (ou num condomínio fechado, no Brasil), convivendo quase sempre com a mesma classe social, afeta quem vc é. Ter amizades fora da escola e da vizinhança é importante.
Os gays americanos estão pressionando bastante pra que sejam passadas leis anti-bullying. O assunto é muito sério aqui, porque o bullying costuma ser violento e muitas vezes termina em morte (suicídios e assassinatos). Obviamente não são apenas os gays que são vítimas, mas qualquer um mais fora do padrão. E o jeito como pais e escola lidam com esse problema seríssimo é vergonhoso. Mas olha só, vc não acha que o fato da gente não ter uma palavra pra bullying em português já demonstra que no Brasil isso não é tão sério?

Lolla disse...

eu nunca vi o 10 coisas e tenho CERTEZA que vou odiar. tudo por causa daquele poema ridículo que volta e meia roda a blogosfera e que eu acho de uma pobreza imensa (sorry quem gosta, mas eu tenho fobia desse "poema" e isso meio que me bodou contra o filme... fora que a julie stiles me dá nervoso, algo na carinha dela, não sei precisar o quê.

concordo com Ferrys Bueller's, um dos melhores filmes não só teen, nem só dos anos 80, um dos melhores ever (na minha listinha).

eu adoro breakfast club, adoro os personagens e os diálogos, mas em média não acho um graaaande filme. o fato de não ter externas também me incomoda de leve (eu sou chata, viu).

acho o bullying na inglaterra bem mais violento do que na américa. aqui não rola a cultura do loser, porque nem é preciso ser gordo, preto ou nerd pra apanhar. basta que os valentões não vão com a sua cara. podem cismar com a menina mais bonita da classe, inclusive (isso, aliás, é frequente). acho terrível. mas não, no meu tempo não rolavam essas coisas. a cultura brasileira é muito diferente mesmo, mais friendly. precisei morar fora pra acreditar nesse clichê.

lola aronovich disse...

Eu vou fazer um esforço e tentar ver 10 Coisas novamente, desta vez inteiro e sem dublagem. Não ponho muita fé não.
Pois é, já me contaram horrores do bullying na Inglaterra. Como que pode? Não sei se tem relação com os alunos britânicos apanharem de professor até pouco tempo atrás (bom, década de 80?). Será que fica uma herança maldita e os alunos tentam se vingar do sistema descontando nos outros alunos?
Brasileiro é diferente sim. Não que não sejamos um país muito violento, mas é uma violência ligada à bebida ou ao crime. Não sei se o pessoal comete atrocidades de cara lavada. E pelo menos não temos o costume de travar guerra com montes de países.
Mas me diga, faz quanto tempo que vc mora na Inglaterra?

Lolla disse...

eu vou acabar vendo o 10 Coisas só pra ele não virar um Amelie Poulain na minha vida. aquele que eu vivia dizendo "não vi e não gostei", aí eu vi e, se não AMEI, pelo menos posso dizer que gostei. :)

moro em jersey (que é uma bagunça, na verdade - nem é inglaterra ou UK, é um protetorado da coroa britânica...) desde 2005 (descontando as frequentes visitas em 2004). :)

Gaúcho disse...

Olha, pelo que me lembro da época que estudava, por aqui as coisas são diferentes porque quase não existe essa disputa por popularidade. Alunos e alunas têm seus amigos, dentro e fora da escola, e não existe a enorme pressão que parece existir nos americanos para aumentar o número de amigos e ser mais conhecido por todos. Ser bom no futebol garante que o aluno vai ser convocado pra mais times e mais jogos, e só - ele não tem mais amigos, mais dinheiro, mais namoradas e mais chances de entrar na faculdade por isso. Aliás, eu estudei em colégio de vila, onde os alunos são pobres, então "entrar na faculdade" não é algo que todos planejam fazer (não sei se chegam a 10% os alunos da escola onde estudei que chegaram a ir pra faculdade). Também acho que no Brasil os jovens têm interesses que consideram mais importantes do que ser popular na escola, como entrar no mercado de trabalho, se divertir, arrumar um emprego e ajudar a família, escapar do quartel ou servir (aqui o serviço militar é obrigatório, diferente de lá). Não deixa de ter um lado ruim, o fato de que pros jovens brasileiros a escola não é o centro de tudo nessa época da vida mostra que não damos tanta importância para a educação quanto os americanos. Também percebi que, apesar de existirem alunos e alunas populares, aqueles que não são não dão a mínima pra isso, então não saem discriminando os diferentes pra tentar se aproximar dos populares.