Chegou “Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado”, o filme mais esperado do ano... pro maridão. Assim como o Tarantino e inúmeros marmanjos, ele é fissurado no Surfista. Tanto que, quando quero fazê-lo sorrir, só preciso sussurrar “Surfista Prateado” pra ele abrir um grande sorriso nerd. E tanto que ele se recusa a chamar a aventura pelo título. Pra ele, é “Surfista Prateado e Aqueles Quatro Lá”. Bom, e eu com isso, ou como abrevia um aluninho, e eu quico? Pra mim o Surfista parece o vilão de “Exterminador do Futuro 2”, só que menos sofisticado. E, como nunca fui fã da Marvel, não entendo bem o fascínio. Mas antes de falar nele, vou tratar daqueles quatro lá. Tenho quase certeza absoluta que houve uma primeira parte de “Quarteto Fantástico”, porque me recordo de ter escrito algumas linhas. Mas não sei, porque não lembro do cara do “Nip/Tuck” como vilão no anterior. Quer dizer, não lembro do “Quarteto” anterior, ponto. Pode ser um mecanismo de defesa empregado pela memória pra apagar acontecimentos traumáticos. Mas reli o meu texto de dois anos atrás e vi que o primeiro Quarteto era bastante intragável, com efeitos especiais de segunda, e fios brancos no cabelo do Sr. Fantástico aparecendo e desaparecendo sem nenhum critério. Sinal de que, nesta seqüência, os efeitos melhoraram, porque nem reparei nos fios brancos. Enfim, aqueles quatro lá estão de volta: o Fantástico doutor, que é um pitéu (interpretado por um tal de Ioan Gruffudd, que, com esse nome, não irá muito longe), prestes a se casar com a Mulher-Invisível (Jessica Alba, fraquinha que só ela) que, por sua vez, tem como irmão o Tocha Humana, que conta com um melhor amigo em forma de pedra, o Coisa (que pra mim continua parecendo o Hulk Fanta Laranja). Em total harmonia familiar, o quarteto é um dos poucos heróis que não precisam de
identidade secreta. Isso deveria render boas idéias de como aplicar superpoderes no dia a dia, mas a meia dúzia de roteiristas não consegue bolar nada mais criativo além do Fantástico Homem-Elástico esticar o braço pra colocar a bagagem num compartimento do avião. Há também uma cena de dança constrangedora em que ele empresta seus braços quilométricos a duas moças. O John Travolta fazia melhor com um braço só.
Minha fala preferida do Fantástico é quando ele, modestamente, proclama ser uma das mentes mais brilhantes do século. Só que, como a mensagem é pros nerds, ser um crânio não basta. Tem que casar com a garota mais quente do planeta. E, claro, a Jessica pode até ser a garota mais quente do planeta, versão tochuda do irmão, mas achei a prancha do Surfista mais expressiva que ela. Além do mais, a Mulher-Invisível é meio insuportável, porque acha que os preparativos pro seu casamento são mais importantes que salvar o mundo. Por que pegar no pé do doutor, se ele é capaz de ajudar nos preparativos matrimoniais, celebrar a sua despedida de solteiro, e construir uma ultra mega baita máquina, tudo ao mesmo tempo? Deixa o sujeito salvar o mundo sem tanta pressão!
Por falar em pressão, o maridão justifica a total ausência de referências sexuais no “Quarteto” porque s
ó existe uma mulher no filme, e ela é invisível. Mas não é verdade. O Tocha passa metade da aventura convidando uma militar pra jantar, sem sucesso. Só quando ele diz que ela precisa confiar nele se quiserem salvar o planeta é que ela concorda sem pestanejar. Anotem a cantada certeira, rapazes. Ah, uma dúvida: nos quadrinhos, o Quarteto Fantástico dizia “Vamos nós!”? Porque se dizia, eu tenho uma conexão sentimental. Já fiz parte de um grupo de música chamado “Os Pedregulhos Impossíveis”, e nosso lema era justamente esse.

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