segunda-feira, 13 de maio de 2019

FAZ UM ANO QUE O CARA QUE TENTOU ME DESTRUIR VOLTOU A SER PRESO

Marcelo sendo preso em Curitiba em março de 2012

Semana passada fez um ano que Marcelo Valle Silveira Mello, o maior criminoso da internet, foi preso pela Operação Bravata
Um dos muitos sites de ódio criados
por Marcelo (este em 2013)
Eu me senti muito aliviada em maio do ano passado. Foram cinco anos ininterruptos (de maio de 2013, quando Marcelo saiu da prisão, até maio de 2018, quando voltou à cadeia) de tentativas de destruir a minha vida, e a de muitas outras pessoas também. Cinco anos sem parar de sites de ódio, sites falsos no meu nome, do meu marido, e de inúmeros outros desafetos, de ameaças de morte e estupro, de recrutar rapazes frustrados para me atacar. Em dezembro último ele foi julgado e condenado a 41 anos de prisão. Uma grande vitória, mas a polícia ainda tem que prender outros membros da quadrilha. E tem que monitorar os chans, porque são espaços terroristas.
Quando Marcelo for solto, o que eu espero que leve muitos anos, voltará a fazer o mesmo de antes. Nunca vai parar. Ele é um cara que se move pelo ódio, inveja e rancor. Guarda mágoa da menininha que o rejeitou no jardim de infância. Persegue mulheres e negros que nunca ouviram falar nele mas ousaram ficar na sua frente em algum concurso. 
Dois anos atrás, uma das pessoas que Marcelo mais odeia no mundo entrou em contato comigo. Ele estava sendo atacado por Marcelo, pra variar. Não vou citar o nome dele, mas D. é um sociável engenheiro que vive viajando pelo mundo. Tudo que Marcelo jamais será. D. estudou na UnB na época que Marcelo recebeu sua primeira acusação, por racismo (ele foi condenado em 2009 -- o primeiro condenado por racismo na internet brasileira --, mas alegou insanidade e não cumpriu pena). Depois D. namorou uma prima de Marcelo, o que aumentou ainda mais o ódio que o incel sente por ele. 
O relato de D. sobre Marcelo ajuda a entender como funciona uma mente doentia. Vou intercalar o texto de D. com alguns prints que tirei do chan do Marcelo em 2017, quando ele estava surtado preparando sua vingança contra o antigo desafeto.

Carteira de estudante que Marcelo pos
no seu chan. É de pouco depois de
ter saído da UnB
As primeiras manifestações públicas de Marcelo foram na comunidade UnB (Universidade de Brasília), no segundo semestre de 2005, mesmo semestre em que entrei. Assim que saiu o resultado do vestibular, dia 11 de agosto, em que ele foi aprovado em Línguas Japonês, escreveu um tópico contra o sistema de cotas, que ainda estava em discussão para implementação naquela universidade, a primeira a implantar tal sistema no Brasil. 
Marcelo dizendo o que gostaria de fazer com D., em 2017 (clique para ampliar)
Aquele foi o último vestibular sem cotas, e era o assunto mais em voga na academia na época.
Caricatura de Marcelo feita
no seu chan
Depois de três semanas de aula, a UnB entrou em greve, e durante esse período de três meses, as manifestações de Marcelo sobre o sistemas de cotas da UnB evoluíram, atingindo como ápice a famosa postagem que lhe rendeu um processo só encerrado em 2009, com a declaração da semi-inimputabilidade dele, retirando a obrigatoriedade de pena de um ano e dois meses de reclusão a qual foi condenado.
Nesse período, eu e outros estudantes éramos ativos num fórum sobre a UnB no Orkut. Por conta da greve, não podíamos viajar, e estávamos a mil por termos acabado de ser aprovados em uma universidade como a UnB. O Marcelo era o típico... bem... Marcelo de hoje. A relação que desenvolvemos com ele é realmente de um bullying bem pesado sobre as ideias e o tipo caricatural dele. Uma pessoa que se destacou nisso foi um estudante de Pedagogia chamado R. 
Marcelo falando sobre D. no chan em 2017
Na volta às aulas, o R., capoeirista, agrediu o Marcelo em público. Isso ocasionou um processo que -- junto ao posicionamento de Marcelo na internet -- culminou na sua expulsão da UnB. O R. foi absolvido com recursos, mas acabou sendo perseguido acadêmica e politicamente até formar-se em 2011. 
O Marcelo vez ou outra surgia ainda na comunidade da UnB no Orkut, não mais com o próprio nome, mas como AshKetchum, sendo sempre muito zoado por mim, R., e outros membros, como o G., hoje jornalista da Veja, e L., hoje no MST. Nesse tempo foi quando ele dizia que ia metralhar a todos, e que já tinha uma Uzi em casa -- eu, L. e G. seríamos os primeiros a morrer. Isso gerava ainda mais zuação e piadas. É como faço até hoje, o Marcelo fala bastante, mas nunca fez nada. É um ser completamente inofensivo, muito divertido de ficar fazendo bullying, por conta dos devaneios de destruição nas ameaças fantasiosas que ele desenvolve. Por isso tenho um carinho tão grande por essa nossa relação. E acho que ele precisa disso.
Fastforward. Em 2007 conheço uma caloura no meu curso e nos damos muito bem. Descubro que ela é prima do Marcelo só quando ele mesmo me manda uma mensagem oferecendo R$ 5 mil para filmá-la nua e mandar o vídeo pra ele. Viajo em 2008 para morar na África, e quando eu volto, foco nos estudos. Só volto a ouvir falar do Marcelo quando começam as ameaças ao Centro Acadêmico de Sociologia em 2012. Ainda sem autoria conhecida, eu já tinha certeza que era coisa do Marcelinho. Nesse tempo, reencontrei a prima dele e começamos a namorar.
Marcelo no Profissão Repórter, em
dezembro de 2015
Aí o Marcelo vira aquela sensação linda toda, como você conhece. Nada de novidade, é tudo o que ele sempre sonhou. Eu estava sempre na casa da I. (que, como toda a família, usa outro sobrenome, justamente pra evitar associação com o Marcelo), onde a vó dele também mora. Não tocávamos no assunto, mas todo mundo sabia que eu pegava pesado com ele na época 2005-07.
Planejando um site de ódio no nome de D., em 2017

Marcelo em foto da escola
particular, em 1991
Apenas uma vez o vi na casa da I. Eu estava na cozinha lavando louça, ele entrou correndo e se trancou no quarto da vó. Eu estava de saída para o trabalho.
A I. falava do Marcelo, da época que eram crianças. Depois que o pai dele morreu, a mãe foi ficando catatônica, e é realmente uma pessoa bem estranha. A vó mimava extremamente o Marcelo, tinha muita pena dele por essas coisas. A família da I., como funcionários do Senado, sempre tinha tudo do melhor e iam constantemente pra Disney. Isso fazia o Marcelo ter muito ódio da I. e da irmã dela. O Marcelo com 10 anos quebrava portas e falava que ia matar as meninas, o pai delas sempre intervia, ele nunca teve muita paciência com o Marcelo. 
Mais tarde, já com uns 15 anos, Marcelo realmente queria matar a I. em uma briga, com um pedaço de ferro na mão. Ela saiu pela janela, e ficou dependurada para fora do prédio gritando por ajuda, e o porteiro colocou uma escada para que ela descesse, já que morava no primeiro andar. Ela tinha 12 anos. Terminamos em 2014 e nunca mais a vi.
Sempre que vejo notícia do Marcelo, vou atrás pra saber o que ele apronta. Fiquei muito feliz, aliás, com esses prints que você me mandou [enviei prints do Dogolachan em que Marcelo falava de D., estes que ilustram o post], saber que atinjo o pobre garoto no âmago de sua existência e através de todo esse tempo. 
Marcelo em 2017, cursando
Direito em Curitiba
Compreendo que esse meu posicionamento é maléfico para a sociedade, visto que ele utiliza dessa energia que nutre por mim e por outros como força-motriz para falar mais besteira. Mas reforço o que me vejo falando em 2006 e 2012: o Marcelo é um ser completamente patético, inútil e inofensivo. Não tem coragem de fazer nada na vida, e nem fará. Esse é o jogo pelo qual eu peço truco. Se um dia eu abrir a porta e der de cara com ele me dando um tiro, vou cair orgulhoso por ele -- "finalmente você fez algo, cara". Sou escrachado assim, gostei do termo "ultra-social" que ele usou, sou o estereótipo que ele odeia, porque no fundo, no fundo, a gente sabe que ele queria ser um indivíduo encaixado na sociedade. Todos queremos.
Marcelo falando no chan por que odeia a prima
Quando recebi os emails do Goec [D. sempre recebeu ameaças de Marcelo], logo sabia que era ele. 
Fiz uma busca e em cinco minutos achei o Dogolachan, com uma postagem duas horas antes do email, dele falando mal de mim, com um print de outro comentário meu em uma notícia dele. O email com meus dados e as ameaças foram enviados também para minha namorada, meu irmão, meu pai e minha mãe, os dois têm 67 e 62 anos, respectivamente. Já no almoço, rimos da situação toda. Meu irmão respondeu o email com: "Agora que tem meu endereço novo, não deixe de fazer uma visita. Qualquer dia fora de horário de trabalho, exceto de segunda à quarta (só chego em casa depois das 21h). Por favor, envie meu número do PIS, tô precisando dele e não encontro, obrigado", e uma foto de Marcelo no camburão.
Não é que minha família é adepta do bullying (contradizendo o que relato acima), é que não nos acovardamos frente a um ser tão desprezível, e respondemos na mesma moeda, mas com o coração aberto. Não acreditamos na justiça no caso Marcelo. Entretanto, pelos padrões Marcelo de falta de qualidade, e pelo que vi no Dogolachan, ele está prestes a receber uma nova visita. [Este email de D. é de março de 2017. Marcelo só recebeu uma nova visita da polícia um ano depois. Àquela altura, ele já achava que não voltaria mais à prisão].

20 comentários:

titia disse...

Esse texto é mais uma prova do que um monte de gente aqui, inclusive eu, já afirmou sobre Marmelo e sobre os tipinhos como ele: um bando de moleques idiotas, mimados e imaturos que não servem pra porra nenhuma, que sabem que são uns inúteis fracassados mas que tem preguiça demais de levantar a bunda murcha e suja da cadeira pra ir atrás de melhorar suas vidas de merda. A escória que não merece dó nenhuma, só cana e talvez uma surra de cinta pra ver se deixa de ser tão bosta.

Alan Alriga disse...

👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏

Alan Alriga disse...

Depois me perguntam do porque eu ser a favor da pena para esse tipo de lixo (eu ia dizer gente, mas nesse caso eu estaria ofendendo gente de verdade).

Mario Arkus disse...

Terrível. Eu sinto a mesma sensação esquisita que senti quando li aqueles posts que você fez sobre este assunto -raiva, impotência- e fico sem saber o que dizer. Apenas puedo imaginarme todo por lo que pasaste y me asusta saber que esta gente existe. Creo que durante mucho tiempo vivimos en una ingenua ignorancia, pensando que estos eran casos aislados que aparecían en las páginas policiales de la prensa amarilla; la Internet, que les dio voz e imagen, nos muestra que son muchos más de los que pensamos y que convivimos a diario con ellos. Nunca fui optimista sobre la condición humana, pero mi pesimismo antropológico crece por estas pruebas que lo avalan a cada momento.
Força! que a luta continua!
Saudações de Buenos Aires.

O Justiceiro disse...

Lola vc conhece o Márcio de Andrade um dos mascus

Lola Aronovich disse...

Não conheço, não que eu me lembre. Mas esse nome é bem comum. Quem é ele?

Anônimo disse...

Cometer roubos, estrupar e matar: 1 ano de cadeia.
Deixar de pagar pensão alimentícia: 3 meses de cadeia.
Trolar na Internet: 40 anos de cadeia.
O esquerdismo politicamente correto tomou conta dos tribunais. Algo está muito errado no nosso país. Vcs mesmas afirmam categoricamente: Marcelo só tem papo mas NUNCA teve atitude pra nada. Ou seja: NUNCA fez nada. Falar merda dá 40 anos de prisão? O que é pior: falar merda e nunca fazer, ou nunca falar e efetivamente FAZER a merda?

Anônimo disse...

Pessoas, boas notícias. Vejam: https://www.terra.com.br/noticias/brasil/cidades/sancionada-mudanca-na-lei-maria-da-penha-para-facilitar-medidas-de-protecao-a-mulheres,ad7d42f0286a02a3c615479a77b5ca97v730xvov.html

Anônimo disse...

Meu comentário vai ser publicado ou vc só publica o que é legal pra vc?

Anônimo disse...

O maior criminoso da internet??? Hahahahahaha... menos, Lola, bem menos.

Lola Aronovich disse...

Marcelo é terrorista (pra ser terrorista não precisa cometer um ato terrorista, só ameaçar já é terrorismo) e pedófilo, só pra começar. Além disso, ele criou um chan para recrutar e convencer homens a cometer massacres. Vc acha pouco? Continue com esse papo de "foi preso por crime de opinião". Terrorismo e pedofilia não são opiniões, são crimes. Discurso de ódio não é opinião, é crime. E de onde vc tirou que estupro e homicídio rendem um ano de de cadeia? Deve ter sido do mesmo lugar que vc tirou que Marcelo nunca fez nada.


Anon das 12:14, quem o chamou de "o maior criminoso da internet" não fui eu, foi a IstoÉ, em matéria de agosto de 2015. Aliás, acho que coloquei um print de parte da matéria ali.

Anônimo disse...

Por acaso vc não e aquele troll que se passava por uma misandria e é misogino?

Anônimo disse...

Sou contra publicar os comentários desses doentes que vivem por aqui e outros sites trollando e disseminando ódio e desinformação .

Tem que ver esses anormais no YouTube de algumas artistas "exigindo" que os comentários debiloides e raivosos deles sejam publicados.

Eles que vão vomitar as idiotices e nojeiras nos chats imundos deles.

Anônimo disse...

Esse cara que foi ameaçado pelo Marcelo está enganado, ele pode não ir fazer com as próprias mãos o que vomita na web, mas fica influenciando e até financiando ações terroristas feitas por seguidores de cabeça fraca.

Eu sei que ele está querendo demonstrar a covardia e falta de senso do Merdelo, mas isso não é prova de que ele é inofensivo não. Ele está enquadrado em vários crimes de ameaça, só pra começar. Tem a misoginia , racismo explícito, etc

titia disse...

08:54 se você quer mesmo deixar de ser burro e fracassado, a solução não é arranjar um inimigo imaginário pra culpar pela sua ignorância e escrotice. É estudar e ir atrás de se tornar uma pessoa de caráter mesmo.

Anônimo disse...

Não é porque a Istoé deu uma ‘sensacionalizada’ na chamada para a matéria que você precisa reproduzir a bobagem. Jornais e revistas sempre fazem isso.

Que ele é um criminoso que merece os anos de prisão, isto não se discute. Mas colocá-lo como maior criminoso da internet é ignorância em relação à Deep Web.

Anônimo disse...

No e-mail tem as infos.

Kasturba disse...

Viva!!! Que sirva de exemplo para aue outros fracassados entendam que existem limites, sim. Que peguem todo seu ódio e direcionem a algo diferente de perseguir pessoas reais (podem continuar direcionando a matar no mundo virtual, ou então poderiam temtar fazer algo mais útil e direcionar essa raiva toda pra capinar terrenos abandonados)

Anônimo disse...

E quanto ao Emerson Lola, quando as instituições judiciárias brasileiras, irão acionar a Interpol afim de capturalo? O sujeito, é "esquisofrenico"por conveniência, está livre e reincidindo na Espanha, gravando vídeos ridículos e os hospedando no YouTube. Abraço

Rodrigo disse...

não existe justiça no brasil, este rapaz infelizmente é fruto de uma sociedade doente, ele sofria muito bullying na escola quando era pequeno e adolescente, saia das aulas para ir chorar no banheiro e passava os intervalos jogando pokemon, ele nunca teve amigos, a mãe dele teve problemas psicologicos, foi afastada do trabalho e ele teve de morar com a avó quando pequeno, ele nunca teve pai.. ele só sofreu.