Pedi a super querida Elis para traduzir este texto interessantíssimo de Michael Sonmore. Saiu na New York Magazine mês passado e deu muito o que falar.
Relacionamento aberto e poliamorismo não são a minha praia, e podem não ser a sua. Ainda assim, a narrativa de Sonmore é muito válida.
Relacionamento aberto e poliamorismo não são a minha praia, e podem não ser a sua. Ainda assim, a narrativa de Sonmore é muito válida.
Enquanto estou escrevendo, meus filhos estão dormindo em seu quarto, Loretta Lynn está cantando no rádio e a minha esposa está em um encontro com um homem chamado Paulo. É o segundo encontro dela esta semana, o quarto este mês. Se tudo acontecer normalmente, ela chegará em casa no meio da noite, deitará ao meu lado e me contará tudo sobre como foi o sexo com Paulo. Eu não vou explodir com raiva nem remoer ressentimentos. Vou falar para ela que é uma história excitante e que estou feliz por ela ter se divertido. É excitante porque ela está animada, e eu estou feliz porque sou feminista.
Antes da minha esposa começar a dormir com outros homens, eu certamente me considerava feminista, mas na verdade só entendia o conceito de forma abstrata. Quando parei de trabalhar para ficar em casa com as crianças, comecei a entender em um nível diferente. Eu sou um dono de casa financeiramente dependente, que lida com a dificílima provação que é criar filhos. Agora que entendo a realidade da situação, eu não culpo as mulheres por exigirem mais para si mesmas do que a vida de uma dona de casa.
Ainda assim, como homem, se eu quisesse, poderia retratar o que faço como "trabalho" e, assim, reivindicar para mim o prestígio que os homens tradicionalmente derivam do "trabalho". Sempre que digo a alguém que fico em casa com as crianças, a pessoa invariavelmente comenta, "É o trabalho mais difícil do mundo." As pessoas dizem isso porque a única forma de tratar um homem que fica em casa com os filhos é falar que o que ele está fazendo é um trabalho duro.
Mas há uma mensagem subjacente ao elogio que faz dele ambíguo: todos nós sabemos que ninguém nunca diz isso às mulheres. Mulheres cuidam, homens fornecem cuidados. A diferença é crucial. Apesar da minha retirada completa do mercado e das fontes tradicionais da identidade masculina, eu ainda posso argumentar que sou um provedor. Eu forneço cuidados.
Mas há uma mensagem subjacente ao elogio que faz dele ambíguo: todos nós sabemos que ninguém nunca diz isso às mulheres. Mulheres cuidam, homens fornecem cuidados. A diferença é crucial. Apesar da minha retirada completa do mercado e das fontes tradicionais da identidade masculina, eu ainda posso argumentar que sou um provedor. Eu forneço cuidados.
Dessa forma, minha autoimagem masculina foi esticada, mas não quebrou. Apesar da sacola de fraldas, eu ainda era um Homem. Não foi até a minha esposa mencionar, uma noite, que ela tinha beijado outro homem e gostado e que queria mais do que beijar na próxima vez que eu percebi o quanto o meu status de Homem dependia de um único fato:
que a minha mulher transasse só comigo.
***
Quando as pessoas perguntam como tudo começou, eu respondo isto: nós nos casamos cedo. Ela havia transado antes, mas apenas com algumas pessoas algumas vezes. Ela nunca tinha tido um namorado, nunca teve um amante. Eu fui o primeiro homem que ela teve a chance de conhecer de maneira íntima.
Quanto ela tinha 30 e poucos anos, já tendo tido nossos filhos, entrando em sua melhor fase sexual, ela sentiu intensamente sua falta de experiência sexual. Felizmente para mim, ela estava disposta a conversar sobre o assunto, disposta a perguntar se eu estaria aberto a explorar outras opções. Nós abrimos uma garrafa de vinho e começamos a conversar, conversar e conversar.
Quanto ela tinha 30 e poucos anos, já tendo tido nossos filhos, entrando em sua melhor fase sexual, ela sentiu intensamente sua falta de experiência sexual. Felizmente para mim, ela estava disposta a conversar sobre o assunto, disposta a perguntar se eu estaria aberto a explorar outras opções. Nós abrimos uma garrafa de vinho e começamos a conversar, conversar e conversar.
Ela não apresentou a questão como uma questão feminista, mas depois de me perguntar muito por que a ideia da minha esposa fazer sexo com outros homens me incomodava, eu cheguei a algumas conclusões: a monogamia significava que eu controlava sua expressão sexual e, sem querer parecer um especialista em estudos sobre as mulheres, a opressão do patriarcado se resume, basicamente, ao medo dos homens de que mulheres independentes sexualmente sejam mulheres que eles não conseguem controlar.
Não temos medo de seu intelecto, seu espírito ou sua capacidade de ter filhos. Temos medo de que, quando for a hora do sexo, nós não sejamos os escolhidos. Esse medo mesquinho nos levou a uma cultura de fazer julgamentos sobre todo o espectro da expressão sexual feminina: Se uma mulher gosta de sexo, ela é uma vadia e uma prostituta. Se ela só gosta de sexo com seu marido ou namorado, é chata e sem graça. E se não gosta de sexo, é frígida e sem sentimentos. Toda opção é uma armadilha.
Não temos medo de seu intelecto, seu espírito ou sua capacidade de ter filhos. Temos medo de que, quando for a hora do sexo, nós não sejamos os escolhidos. Esse medo mesquinho nos levou a uma cultura de fazer julgamentos sobre todo o espectro da expressão sexual feminina: Se uma mulher gosta de sexo, ela é uma vadia e uma prostituta. Se ela só gosta de sexo com seu marido ou namorado, é chata e sem graça. E se não gosta de sexo, é frígida e sem sentimentos. Toda opção é uma armadilha.
O feminismo sempre retorna ao sexo, mesmo quando estamos falando de qualquer outra coisa. A questão não é que todas as mulheres devem ser aventureiras sexuais. O celibato é uma expressão tão válida quanto a licenciosidade. A questão é que as mulheres é que devem decidir, e não os homens -- mesmo os homens com quem elas são casadas. Para a minha esposa, a escolha entre honrar nossos votos e saciar seus desejos era uma escolha falsa, outra armadilha.
Ela sabia o quanto nosso amor era profundo, e sabia que o fato dela desejar uma variedade de experiências sexuais conforme nós passávamos a vida juntos não diminuiria ou atrapalharia esse amor. Eu precisei de seis meses -- muitas conversas longas e intensas e um oceano de vinho tinto -- para saber disso também.
Ela sabia o quanto nosso amor era profundo, e sabia que o fato dela desejar uma variedade de experiências sexuais conforme nós passávamos a vida juntos não diminuiria ou atrapalharia esse amor. Eu precisei de seis meses -- muitas conversas longas e intensas e um oceano de vinho tinto -- para saber disso também.
Quando minha esposa me disse que queria abrir nosso casamento e ter outros amantes, ela não estava me rejeitando, estava abraçando a si mesma. Quando entendi isso, eu finalmente me tornei um feminista.
***
Isso aconteceu há dois anos e, no momento, nunca fomos mais felizes, nunca estivemos mais em sintonia, mais próximos, unidos, fortes. Qualquer que seja o poder a que eu renunciei, não me faz falta. Eu não recomendaria isso a todos, mas digo a todos que funciona para nós.
Como funciona? Nós nos alternamos para sair. Como temos filhos pequenos (com 3 e 6 anos de idade), um de nós fica em casa. (Não gostamos de contratar babás porque limita nosso horário, preferimos sair despreocupados em vez de ficar pensando que vamos virar abóboras à meia-noite.) Sair sozinhos para encontrar outras pessoas foi uma transição fácil. Funciona para os dois e, sim, eu também tenho minha carta branca sexual. Só não uso a minha tanto quando minha esposa usa a dela. O que é importante é a igualdade de oportunidade, não os resultados.
Qual é a sensação? Ótima... na maioria das vezes. Na maior parte do tempo, a sensação é de estar lidando de maneira madura e responsável com nossos desejos e necessidades dentro de nosso casamento cheio de amor e apoio mútuo. A sensação é de ser adulto, especialmente porque tudo depende de uma comunicação honesta e aberta. Nós nos orgulhamos muito de todas as nossas conversas.
Eu conheço muitas pessoas que dizem que nunca irão se casar porque não querem se divorciar, e ouvir isso sempre me entristece porque elas estão se privando da magia que acontece quando duas pessoas compartilham suas vidas. As pessoas não se divorciam porque não aguentam mais compartilhar, elas se divorciam porque sentem que não podem compartilhar o suficiente. Eu nunca esqueço que minha esposa é uma pessoa completa em si mesma, um indivíduo completo e dinâmico e, embora estejamos juntos, não somos um só.
Muito frequentemente, as pessoas ficam presas nos papéis de marido e mulher, e abre-se uma lacuna entre o que elas acham que deveriam ser e quem realmente são. Abrir nosso casamento nos permitiu preencher essa lacuna, de modo que a pessoa que chamo de "esposa" é a mesma pessoa que minha esposa vê no espelho. Mentir para o outro começa com mentir para si mesmo, e agora não precisamos mentir para ninguém.
Eu conheço muitas pessoas que dizem que nunca irão se casar porque não querem se divorciar, e ouvir isso sempre me entristece porque elas estão se privando da magia que acontece quando duas pessoas compartilham suas vidas. As pessoas não se divorciam porque não aguentam mais compartilhar, elas se divorciam porque sentem que não podem compartilhar o suficiente. Eu nunca esqueço que minha esposa é uma pessoa completa em si mesma, um indivíduo completo e dinâmico e, embora estejamos juntos, não somos um só.
Muito frequentemente, as pessoas ficam presas nos papéis de marido e mulher, e abre-se uma lacuna entre o que elas acham que deveriam ser e quem realmente são. Abrir nosso casamento nos permitiu preencher essa lacuna, de modo que a pessoa que chamo de "esposa" é a mesma pessoa que minha esposa vê no espelho. Mentir para o outro começa com mentir para si mesmo, e agora não precisamos mentir para ninguém.
Existem, claro, momentos de ciúmes, ressentimentos e insegurança. Recentemente, minha esposa saiu para um encontro e dormiu no apartamento do cara. Eu não tinha notícias dela desde as 10 da noite, ela ainda não estava em casa às 6 da manhã. Minhas mensagens não foram respondidas e minhas ligações foram para a caixa postal. Um nó se formou em minha garganta enquanto eu imaginava todo tipo de situação perigosa e percebia que não só não sabia onde ela estava, mas não fazia ideia de com quem ela estava.
Eu me vi indo à polícia e dizendo, "Acho que ela está em Red Hook com um cara chamado Ryan. Não sei o sobrenome dele, mas acho que ele é designer gráfico." Não sei se existe uma palavra que descreva a mistura única de terror extremo e vergonha imperdoável que senti naquela manhã imaginando que tinha perdido minha esposa para Ryan, o possível designer gráfico. Quando ela finalmente me enviou uma mensagem às 7h30, o alívio me percorreu como se fosse morfina. Ela escreveu, "merdamerdamerda descuuuulpa. Eu dormi." Eu respondi, "Estou feliz que você está bem, mas na próxima vez nada de silêncio. Lembre-se: você não está sozinha."
Eu me vi indo à polícia e dizendo, "Acho que ela está em Red Hook com um cara chamado Ryan. Não sei o sobrenome dele, mas acho que ele é designer gráfico." Não sei se existe uma palavra que descreva a mistura única de terror extremo e vergonha imperdoável que senti naquela manhã imaginando que tinha perdido minha esposa para Ryan, o possível designer gráfico. Quando ela finalmente me enviou uma mensagem às 7h30, o alívio me percorreu como se fosse morfina. Ela escreveu, "merdamerdamerda descuuuulpa. Eu dormi." Eu respondi, "Estou feliz que você está bem, mas na próxima vez nada de silêncio. Lembre-se: você não está sozinha."
O que mais surpreende as pessoas é quando eu digo que o que me incomoda não é o sexo. O sexo é a parte fácil, a parte divertida. O que pode ser difícil é aquilo que o sexo representa, conecta, revela. Eu não quero que ela se apaixone por outra pessoa, e sempre que ela sai para um encontro eu enfrento a possibilidade disso acontecer.
Aconteceu no começo: a primeira pessoa com quem ela saiu após abrirmos nosso casamento se apaixonou por ela, e minha esposa, confusa com o ardor dele, tentou retribuir seu amor. Assistindo isso acontecer, fiquei confuso, com raiva e apavorado dela querer me deixar. Ela me garantiu que não queria e, qualquer que fosse o sentimento que nutria por ele, não diminuía o que sentia por mim. Acreditar nela naquela época foi o maior exercício de confiança possível. Nós sobrevivemos porque no fim eu acreditei nela, e também porque aprendi a confiar em mim mesmo.
Aconteceu no começo: a primeira pessoa com quem ela saiu após abrirmos nosso casamento se apaixonou por ela, e minha esposa, confusa com o ardor dele, tentou retribuir seu amor. Assistindo isso acontecer, fiquei confuso, com raiva e apavorado dela querer me deixar. Ela me garantiu que não queria e, qualquer que fosse o sentimento que nutria por ele, não diminuía o que sentia por mim. Acreditar nela naquela época foi o maior exercício de confiança possível. Nós sobrevivemos porque no fim eu acreditei nela, e também porque aprendi a confiar em mim mesmo.
Este tem sido o grande desafio do meu casamento aberto: criar força a partir das vulnerabilidades. Fazer isso requer uma autoconfiança suprema. Primeiro você precisa amar a si mesmo real e verdadeiramente. É o alicerce sobre o qual todos os outros amores são construídos. De todo lado vem a mensagem de que o que estou fazendo é para fracos, perdedores, fracassados. De que se eu tivesse dinheiro e status, conseguiria manter minha esposa "na linha". De que sua autodescoberta acontece às custas da minha autoestima.
Meu casamento aberto exigiu muito da minha capacidade de silenciar a voz da dúvida na minha cabeça, aquele sentimento corrosivo de ser uma pessoa sem valor. Mas eu acredito que consigo lidar com essas exigências, e que sou capaz de construir minha autoconfiança com base apenas na dignidade que todos nós temos.
Sou grato a minha esposa por ela nos ter levado a dar esse salto, e o que quer que aconteça conosco no futuro, eu faria tudo de novo. E quando chegar em casa hoje à noite, deitar ao meu lado e me contar a história excitante de seu encontro com Paulo, ela também fará tudo de novo.
Meu casamento aberto exigiu muito da minha capacidade de silenciar a voz da dúvida na minha cabeça, aquele sentimento corrosivo de ser uma pessoa sem valor. Mas eu acredito que consigo lidar com essas exigências, e que sou capaz de construir minha autoconfiança com base apenas na dignidade que todos nós temos.
Sou grato a minha esposa por ela nos ter levado a dar esse salto, e o que quer que aconteça conosco no futuro, eu faria tudo de novo. E quando chegar em casa hoje à noite, deitar ao meu lado e me contar a história excitante de seu encontro com Paulo, ela também fará tudo de novo.
232 comentários:
«Mais antigas ‹Antigas 201 – 232 de 232Mais importante dizer quantas vezes ela transa com o Paulo do que sobre o sexo deles próprios... pfff
E óbvio que sentir ciume, insegurança e ressentimento fazem parte de um relacionamento fechado também! E se a resposta e o alívio para isso for abrir o relacionamento, ótimo! Mas olha, ele mesmo disse como se sentia mais seguro e confortável quando o relacionamento deles era fechado.
Camila, Ilka,
É sempre bom conhecer pessoas de mente aberta pra trocar ideia nessa Brasília-Ilha.
Podem mandar um email para re.emailalternativotemporario@gmail.com
Beijos!
Anônimo 12:45,
No meu relacionamento não entram outros homens, até porque meu marido é hétero e eu nunca fui lá muito chegada em homem, meu marido foi uma exceção da regra.
Ele sente ciúme de outros homens e se fosse para abrir o relacionamento para homens talvez fosse mais complicado, mas não seria impossível, seria só questão de bater o pé e dizer "eu quero" e negociar mais um pouco. Mas nem me esforço pra isso. Ele dizer "não quero que vc fique com outros homens" pra mim é como se ele dissesse "não quero que você coma aquele pote de pimenta ali"... É algo que eu não faço a mínima questão, rsrsrs.
E não me sinto injustiçada, visto que assim como a esposa do autor do texto, eu uso minha carta branca bem mais que ele. Raramente meu marido sai com os amigos sem mim, ele é mais sossegado, não é muito de farra, gosta de ficar em casa e de programinha de casal... E eu com frequência viajo e saio pra farra sem ele. Então considero que estamos equilibrados. Eu me sinto livre, ele também, estamos felizes e é o que importa.
Rê, muito obrigada mesmo pela resposta. Não dá pra vc saber mas sou a anonima a quem vc respondeu. rs
Eu também gosto de ficar com mulheres, mas gosto mais de homem mesmo. Também comecei um relacionamento fechado, e por muito tempo estava ok. Fizemos menage com uma amiga, foram acontecendo outras coisas e agora estamos neste ponto: ficamos com outras pessoas se quisermos, sem necessidade de contar nada. Como trabalhamos em cidades diferentes, fazemos muita coisa separados, então este arranjo seria totalmente viável se não fosse este problema do círculo social. Como vc disse, vamos construindo meio que sem muitas referências externas e, na verdade, sinto que vamos meio que tateando com relação a nossos próprios sentimentos. Mas com uma certeza muito clara de que queremos continuar juntos, respeitando as experiências um do outro. Por exemplo: já senti que pra mim não rola isto de contar o que fez. Pq adoro sentir que isto é uma coisa só minha. Já dividimos tanta coisa na vida a dois que acho que sinto falta de mais individualidade. E alguém já mencionou que é libertador manter as rédeas de sua vida sexual. Não tenho vontade de dividir isto, nem de saber o que rola com ele.
Só mais uma coisinha: Quando vc fala em festas temáticas para casal, seria como casas de swing? Porque nós já fomos uma vez, mas não achamos muito nossa praia não. Não curto muito o clima de pegação/balada que rola. Mas pode ser que dependa do ambiente tb. Infelizmente moro no Rio , então não posso pegar suas dicas de Brasília.
Ah, e pra quem perguntou se ficaria com homem bi, eu ficaria. Sem problemas.
Texto sobre relacionamento aberto e poliamor são sempre muito controversos mesmo, mas não imaginava ver uma caixa de comentários tão unânime em julgar o autor do texto (parei no meio pois já tava ficando monótono). Eu não achei o texto dele nada demais, nem a vida dele miserável, nem a esposa abusiva. Só porque a mulher tem mais relações fora do casamento do que ele? (não sabia que era uma competição…) Só porque ele fica em casa com os filhos? (ele é “otário” por ser o cuidador principal? Sério?) Fora a quantidade de comentários especulando sobre a vida sexual do casal. E o que isso importa? O episódio que ele narra da mulher ter dormido e não ter dado notícias também não achei nada demais, mesmo num relacionamento aberto as pessoas podem cometer erros, e ela não fez deliberadamente. Sobre ele parecer estar sempre se justificando no texto: normal quando se narra algo ainda considerado um tabu pela sociedade, né? Parece que quem não segue o “padrão” tem sempre que estar se justificando pra sociedade. Saco isso!
Achei muito interessante o casal ter tido essa maturidade de conversar sobre seus desejos e abrir o relacionamento. Parece que mesmo quando o cara escreve que tem diálogo com a mulher, chegaram num acordo e ele está feliz com essa situação o cara é oprimido, submisso. E se fosse o contrário também iam dizer que a mulher é oprimida. É tão difícil assim aceitar que outras pessoas podem pensar e agir diferente de vc? Se vc não consegue entender poliamor, exige monogamia no relacionamento, não cogita outras dinâmicas familiares, bom pra vc! Mas é tão difícil aceitar que existem pessoas que pensam e agem de forma diferente? Essa patrulha do que é o “certo” e “errado” em relacionamentos é tão cansativa…
Anônimo 23:28,
"sinto que vamos meio que tateando com relação a nossos próprios sentimentos. Mas com uma certeza muito clara de que queremos continuar juntos, respeitando as experiências um do outro."
Disse tudo, é exatamente isso que eu sinto, tateando no escuro... Se por um lado percorrer o caminho desconhecido dá medo, por outro é libertador e emocionante.
E na falta de parâmetros, as pessoas usam a própria régua, da monogamia, para medir e julgar nossos relacionamentos:
De outras vezes que eu comentei sobre meu relacionamento aberto aqui choveu de gente pra me julgar... E pasme, a maioria se dizia feminista. Foi algo tipo "ah, você é uma coitada desesperada que abriu a relação pra segurar o marido. Escrava de macho" (como se apenas ele sentisse desejo de ficar com outras pessoas, mulher não sente desejo sexual né?) ou "você está numa relação desigual e levando desvantagem porque não fica com homens" (como se a vida sexual de uma mulher dependesse e se limitasse a ficar com homens)... Bem, não sei que "feminismo" é esse das gurias que me criticaram, mas enfim, problema delas, não meu, to aqui vivendo minha vida de boas. Mas acontece, não dá pra esperar compreensão das pessoas.
As festas temáticas que falei podem ser casas de swing ou um evento isolado, promovido por alguém do meio. Eu me sinto a vontade nesses lugares, mas meu marido não curte muito. Um dos meios que mais frequento hoje é o BDSM (mais uma prática "polêmica" pra completar minha lista de "hábitos sexuais estranhos", rsrsrs). O meio BDSM costuma ser "mente aberta" pra isso (nem todos ali curtem relacionamento aberto, mas mesmo quem não curte costuma respeitar).
Internet ainda é um dos meios mais discretos e práticos para conhecer pessoas, mas é necessário tomar alguns cuidados: marque o primeiro encontro sempre em lugar bem público e movimentado, pois você nunca sabe se a pessoa com quem você está conversando é quem diz ser (sempre tem o risco de vc marcar com uma mulher e aparecer um tarado ou marcar com um homem charmoso e encontrar um bandido). Sempre deixe alguém de confiança avisado com quem você está, o contato de quem você foi encontrar e para onde está indo e vá atualizando essa pessoa por mensagem de celular para ela saber que está tudo bem. Fique de olho no seu copo e não aceite bebida de ninguém até que tenha confiança nessa pessoa para evitar um boa noite Cinderela. Não beba demais ou use substâncias que alterem sua percepção e seu julgamento enquanto estiver com desconhecidos.
Te desejo felicidade, boa sorte e boas descobertas ai no Rio.
Bjão!
Denise, concordo com você!
13:56 homens tão sofrendo o que meu amigo? Os homens que as feministas falam não são homens que fazem bem as mulheres muito menos a homens então porque você ta se doendo? 16:10 Não tem vantagem nenhuma em ser mulher e receber mais propostas de sexo! muitos homens não ligam para o prazer da mulher então qual é a vantagem em receber mais propostas? Qual é vantagem que a mulher tem em receber propostas de homens que não ligam pro prazer da mulher? Essa coisa da mulher receber mais propostas deixa o mundo mais justo porque se homens recebessem que nem a mulher seria muito injusto porque a mulher infelizmente se importa muito mais com o prazer do homem do que o homem se preocupa com a mulher, mulheres recebem mais propostas de sexo de homens que só pensam no próprio prazer e homens recebem menos mas recebem de mulheres que se importam com prazer do homem entendeu a diferença?
Há dois anos lendo este blog e a Rê Bordosa continua sendo sincera e franca em seus comentários.
Não sei se deveria mas...meus parabéns por isto! Um abraço!!
Quanto a galera que viu tristeza e infelicidade no homem, olha, vou de Ilka. Também acho que algumas pessoas viram infelicidade provavelmente por causa do discursinho de felicidade monogâmica e desajuste de pessoas que não vivem uma relação baseada nesse pacto.
Obrigada, Daniels!
Abraço!
:)
Denise, obrigado pela lucidez - artigo que anda fazendo falta aqui na caixa de comentários.
Eee Rê rb vou te mandar um email! o/
Raven! Manda mesmo! Saudade de te encontrar por aqui. <3
O que eu gostei nessa história é,que tira o monopólio da bondade das mãos da mulher. Concordo com o cara quando ele diz que, no fundo mesmo, o grande medo do homem é não ser o escolhido pela mulher. Somente esse, pois medo da competência, da capacidade, do estudo da mulher, etc. o homem não tem mesmo! Mulheres podem ficar com até 99% das vagas nas faculdades e mesmo assim, mesmo em atividades humildes, a autoconfiança do homem em sua capacidade de sobrevivência não se altera. Agora, medo da escolha dela, isso sim temos pavor. Não sei a razão disso, mas com o tempo, com as chifradas cada vez mais comuns, com elas tendo todo o poder de escolha, etc. com o tempo vamos nos acostumando e nos libertando desse poder.Acho que algumas feministas ficaram chateadas com essa história pois, por um momento a mulher deixou de ser a coitadinha oprimida, e, nesse caso, pra que feministas né? Sugiro que façam um post sobre a situação e opinião de vários homens que se tornaram "empresários" de suas esposas que trabalham vendendo o próprio corpo, isto é, trabalham como prostitutas. Vocês poderão ver como nós, também, podemos ser muito modernos, mesmo que machistas.
Então, segundo você, as mulheres foram proibidas de estudarem na maior parte da historia por....?
A historia do casamento se resume em homens com medo de serem chifrados e mulheres com medo de serem estupradas e mortas.
Para mim, a principal questão aqui é a assimetria econômica.
Vejam bem, ele ser o principal cuidador das crianças, ok. lindo até, super desconstruindo o padrão.
Eles terem um relacionamento aberto. super maduro, ótimo.
Ela usar mais a carta branca do que ele: super desconstruindo denovo, aquela história toda de que mulher não tem libido e tal. great!
Tá. Mas então, quando ele vai sair com uma gata (conhece onde, na padaria? na fila do mercado? no posto de saúde? Mano, se ele é o principal cuidador e eles não tem babás provavelmente ele passa o dia de roupas nada atraentes e amassadas em casa, cheio de comida e vômitos - hehe - e no final do dia está absolutamente exausto, tendo estado absolutamente imerso no universo infantil, que não inclui sensualidade, sexo atraçao e etc.!), mas enfim, quando ele vai sair com uma gata ele diz: amor, hoje eu vou sair com a Paula, me descola 200 dólares? E me empresta o carro, por favor? Ah, preciso de mais alguns dólares para comprar uma camisa nova...
E ela passa o dia bem arrumada e cheirosa, no trabalho, tendo maior possibilidade de conhecer e se relacionar com outros homens, happy hours, etc. Se vai sair com alguém é com seu próprio dinheiro, não tem que pedir nem dar explicação a ninguém... vejam bem gente! Algo aqui não está muito equilibrado, e não é exatamente a questão do relacionmento aberto... esse homem está numa situação de opressão sim!
as anônimo 17:09, mas será que o fato dele estar em casa quer dizer necessariamente que ele não tem renda? Ele pode trabalhar em projetos em casa, ter casas alugadas e viver de renda, ter um fundo de investimento... E mesmo que ele não tenha nada disso, será que não há um acordo justo/amigável entre ele e a esposa sobre como administram a renda familiar? Uma conta conjunta, ou o dinheiro transferido para a conta dele no dia que sai o pagamento?
Porque ainda há tanto estranhamento, até por parte das feministas, quando o homem resolve ficar em casa e cuidar dos filhos? Porque o trabalho doméstico é sempre tão subestimado e desvalorizado?
17:09, nossa você vê isso como opressão! Mulheres tiveram uma vida assim por mais de 2 mil anos e todos diziam para elas calarem a boca e aceitarem. E até hoje muito homem vê normal um relacionamento assim se o oprimido for a mulher...sim, eu queria mais é que os homens reflitam como era ruim o casamento para a mulher, mas como a maioria é egoista egocêntrica, quero mais é que se fodam e calem a boca para verem na marra como um casamento pode ser ruim.
Eu pulei de um casamento aberto para uma bigamia monogâmica rsrsrsrsrsrs
Antigamente, existia eu e meu ex-marido.
Aí eu conheci o Fulano. Levou um tempo, acabei me apaixonando por ele, joguei limpo com o então marido e não rolou stress. Eu já saía com outras pessoas mas envolvimento emocional, o primeiro depois de casada foi com o Fulano.
Por razões 100% alheias ao meu relacionamento com ele, meu casamento acabou chegando ao momento de terminar, terminamos uma boa e somos muito amigos até hj.
Casei com o Fulano logo em seguida e passei a conviver muito com o irmão mais novo dele, o Cicrano. As coisas rolaram muito rapidamente entre nós e de novo, na maior civilidade, foi tudo colocado na mesa sem assombro para ninguém. Eu mesma não achei que a coisa fosse durar até porque trata-se de uma pessoa 15 anos mais nova que eu. Só que durou, cresceu, evoluiu e embora a lei diga que eu sou casada com o mais velho, o mais novo é meu marido também para todos os fins.
Eu acho uma beleza, economizei na sogra. As famílias ficaram bem chocadas mas nada que não fosse resolvido dando uma banana pro povo, agora virou coisa normal.
Hoje em dia eu só me relaciono com eles e eles comigo, embora a porteira não esteja fechada para ninguém.
Nós 4 (eu, meu ex e meus atuais) fomos de fato expostos a muito do machismo e da incoerência social, já que pular cerca é muito mais aceito do que todo mundo jogando limpo e concordando com as coisas. Não que fosse o caso de ficar dando satisfação, por outro lado nunca nos sentimentos criminosos em ficar escondendo as coisas. Só que se a gente ficasse dando corda pra isso, a verdade é que ninguém faria é nada. Todo mundo que ouve demais a opinião dos outros tá se colocando em último lugar na fila, de qualquer modo. O mundo é machista mesmo, só que eu não preciso trazer esse machismo dentro da minha casa e me influenciar por ele, essa é uma lição que nós 4 aprendemos juntos na prática.
O mundo é o que é mas dentro de nós a coisa pode rolar de um jeito bem diferente e é o que importa.
É só não ficar fazendo micagem pros outros, fazendo gracinha, que dá tudo certo dentro da nossa verdade.
Anônimo 04:35,
Interessante sua vivência, imagino o quão chocadas as pessoas em volta ficaram e as toneladas de preconceito e moralismo que vcs tiveram que enfrentar.
Adorei o texto!!! Acabei de mandar o link para meu marido. O casal do texto vive uma monogamia afetiva, mas que o sexo com terceiros é permitido e encorajado. Tenho uma relação aberta, em que meu marido e eu preferimos alimentar relações verdadeiramente afetivas. Tanto ele quanto eu temos outros parceiros há mais ou menos 8 meses, ele uma namorada e eu um namorado. Esses pessoas queridas frequentam nossa casa, almoços de domingo. No começo é um grande desafio, entretanto, tendo maturidade, respeito, empatia e principalmente amor as coisas se resolvem da melhor maneira. Já vi narrativas de mulheres idênticas a esse texto. E acho maravilhoso que dessa vez seja uma voz masculina. Não julguemos.
Esse cara é um bosta! E o tal de Jonas Klein é um coitado, só não deve ser corno porque parece que não pega ninguém.
E eu aqui sofrendo de amor por uma mulher. Sem saber que amor foi inventado para o homem dominar as mulheres. Pq ninguem me disse isso antes.
Deborah, você tem razão, na sua ótica!. Concordo plenamente que há alguns casais que não funcionam dessa forma de maneira alguma, mas outros sim! Essa é a grande questão, pessoas são diferentes e funcionam de maneira diferente. Não podemos querer criar regras, que se aplicam à nossa realidade, a outras pessoas. Isso seria uma espécie de fascismo, uma imposição, uma prisão.
Eu, particularmente, acredito que amar prendendo o outro numa relação monogâmica não é amor. Você deixa de viver desejos sexuais, só para que o outro se mantenha preso sexualmente a você! Amor e sexo se diferenciam para algumas pessoas. Perceber isso faz com que muitos vivam a plenitude do sexo. Não é porque alguém ama outra pessoa que terá de fazer sexo com ela, de maneira exclusiva, até morrer. É uma visão muito romântica, até bonita, mas não funciona pra muita gente. Por isso há traições, porque as pessoas querem fazer sexo com outras, mas não admitem que o seu companheiro também usufrua dessa liberdade. São relações abusivas.
Pra mim, funciona muito bem o relacionamento aberto! Não há insatisfações ou falta de amor. Por isso não se aplica o seu comentário. Pode até se aplicar ao autor do texto, mas não a muitos que vivem isso. Abraços!
Eu estou a procura de uma mulher para namorar, e casar, quero ser corninho manso, a única coisa que quero é sentir muito tesão em ver ela com outro, ser chifrado mesmo, tenho 45 anos.... Meu email procurovoce70@gmail.com
A pessoa ter suas inseguranças em relação à algumas coisinhas no relacionamento (tipo qto a família do parceiro gostar do relacionamento ou não) é até normal, mas qdo a pessoa é insegura e medrosa qto ao próprio modo como o relacionamento *acontece*, não é: Ela sai com outros, e ele fica sofrendo com isso, e tudo isso fica acontecendo em ciclos. Ele não é feliz com esse relacionamento e evidenciou isso em várias partes do texto:
"O sexo é a parte fácil, a parte divertida. O que pode ser difícil é aquilo que o sexo representa, conecta, revela. Eu não quero que ela se apaixone por outra pessoa" Aqui ele relatou o medo constante que sente dela acabar se apegando a outro e largar ele.
"Este tem sido o grande desafio do meu casamento aberto (...) Meu casamento aberto exigiu muito da minha capacidade de silenciar a voz da dúvida na minha cabeça. Mas eu acredito que consigo lidar com essas exigências" Nessa parte ele praticamente confessa que sofre com isso e que, p continuar nesse casamento, precisa suprimir seu sofrimento, caso contrário n conseguiria.
Há como ser feliz num relacionamento a que seu emocional reaja ficando desse jeito? Duvido. O engraçado é que nem a devoção ao casamento a esposa tem:
"a primeira pessoa com quem ela saiu após abrirmos nosso casamento se apaixonou por ela, e minha esposa, confusa com o ardor dele, tentou retribuir seu amor"
Mto interessante ler essas coisas.
Eu acho que qualquer tipo relacionamento pode ser ético e ensinar mto, mas a pessoa tem que estar num patamar adequado pra aguentar um relacionamento fora das normas. Eu acredito que esse cara sofre e racionaliza o que sente p continuar, mas quem sou eu p julgar?
Eu tenho um relacionamento cuckold ha 3 anos e nunca experimentei algo melhor.
Interessante como algumas mulheres querem ter tudo. Querem agir como solteiras e libertinas sem abrir mão do conforto de uma relação estável. Casadas ou em relacionamento sério mas com a liberdade de solteiras e sem compromisso.
Se o homem, naturalmente, exigir respeito e reciprocidade, elas são capazes de se dizer estar em um "relacionamento abusivo". E ainda se escoram no feminismo. Hipocrisia ou mal caráter?
Um homem que aceita a situação do texto nem homem é. Só pode ser um doente.
Relacionamento aberto é para ser aproveitado se caso rolar algo, se conhecer alguém interessante, enfim... Incômodo ver que algumas mulheres têm mais relações com outras pessoas enquanto estão num relacionamento aberto do que quando estavam solteiras. Perecem ter isso como estímulo e excedem.
Pessoalmente, não conseguiria estar com outra pessoa num momento e logo em seguida chegar em casa e dizer que Amo minha esposa ou namorada sem me sentir um canalha. Muito menos admitiria ouvir o mesmo de uma namorada sabendo que ela acaba de chega de um encontro com outro homem.
Concordo, eu sou cuckold a 3 anos. Mas não por feminismo e nem mesmo porque acho que deva algo a ela pra chegar a uma igualdade. Sou porque gosto da safadeza, tenho tesão na submissão (no momento, depois quero e exigo o respeito que ocupo como marido) e é gostoso pra mim. Mesmo assim, minha esposa é mais respeitosa, mais compreensiva que essa do post. A primeira atitude com outro foi muito conversada e ela tomou todos os cuidados para não me ferir, ao contrário desta mulher que já chega avisando e exige uma estrutura.
Como cuckold,sei que é um fetiche, não uma ideologia de igualdade.
Para mim o cara é cuckold e não tem nada haver com o feminismo.
O tesão vem de ter uma mulher que seja desejada por vários caras.
E por mais que a mulher seja a mais beneficiada, podendo transar com vários caras e ainda assim sempre poder contar com um companheiro que faça tudo por ela, ao meu ver é um pensamento machista porque na mente dos caras eles acham que são possuidores da mulher super "desejada".
Parece que só você se diverte nesse relacionamento! Por isso esse negócio de relação Aberta é bom só para mulher mesmo!
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