terça-feira, 23 de setembro de 2014

GUEST POST: ODEIO SER MÃE

Num post de uma leitora que estava sentindo-se pressionada a ser mãe, apareceu a menção a um blog que ocasionalmente fala que a maternidade não é nenhum mar de rosas. 
A J., autora do blog, decidiu entrar em contato comigo e me enviou seu relato:

Olá Lola! Costumo ler seu blog de vez em quando e qual a minha surpresa quando vejo que estou sendo mencionada em alguns comentários. Já tinham me dado a sugestão de escrever para você, mas eu sou muito tímida e na época tinha sofrido uns ataques de um tal de fórum mascu ou coisa que o valha. Em suma, não estava a fim de mais gente me insultando, mas agora sinto-me um pouco melhor para expor-me aqui.
Eu sempre quis ser mãe, brinquei de boneca até os dezessete anos, todas as minhas amigas diziam que eu era do tipo que ia casar primeiro e ter filhos. Apesar de desejar ser mãe, não tinha a intenção de engravidar cedo, porém as coisas mudaram quando conheci meu marido, trinta anos mais velho do que eu. Vivemos no início um romance à distância, nos víamos uma ou duas vezes no ano e só fui finalmente morar com ele depois de ter terminado a faculdade.
Quando passei a viver em Portugal sentia-me muito sozinha e a vontade de ser mãe começou a aflorar. O problema era que meu marido havia feito vasectomia, pois já tinha dois filhos adultos e não desejava mais embarcar nestas aventuras. Ele conseguiu segurar meu desejo por três anos, quando resolvemos fazer uma fertilização in vitro que acabou por dar errado. Eu chorei, resolvi me dedicar a outras coisas, trabalho voluntário, voltei a fazer faculdade, desta vez o curso que eu sempre me identificara. Mas ao mesmo tempo, me inscrevi em um hospital público do Porto, fui às consultas, repeti os exames, e exatamente um ano depois do primeiro tratamento, eu  estava esperando ansiosa pelo exame de sangue. 
Naquele dia, na véspera de Natal, descobri que estava grávida. Nossa, foi uma alegria só! Resolvemos guardar segredo para a família durante os três primeiros meses e como um mau presságio, passei-os em cima da cama com sangramentos e risco de aborto.
A gravidez foi completamente diferente do que tinha imaginado: eu super ativa, em forma, vi-me transformada em uma gelatina ambulante, engordei muito, tinha várias mudanças de humor, mas na maior parte do tempo sentia-me triste e angustiada. "Será que vou amar este filho? Quando será que vou ser arrebatada por este amor tão forte e incondicional de que as mães tanto pregam?"
Ele nasceu de parto normal, senti-o saindo de meu ventre, escorregando pela minha vagina. Pari um filho, mas não pari o tal amor incondicional. Ele não veio em um pack junto com um choro estridente. Olhei para ele e não senti nenhuma paixão especial, só estranheza.  
Depois de um mês minha mãe foi embora, meu marido continuava a trabalhar (ele não tinha direito a férias nem licença) e eu fiquei sozinha com um recém nascido. Encolhi-me. Estava restrita a uma cama de casal e assim fiquei por três meses. Fazia as coisas automaticamente, cuidava, dava banho, amamentava. No fundo esperava, mas esperava o quê? Alguma mudança para melhor em minha vida, quando será que ela começaria a ter realmente algum significado? 
Hoje reconheço que tive depressão pós parto. Não sei ao certo quando iniciou; no entanto, quando percebi estava imersa em pensamentos horríveis. Tive medo de mim. Era como se ouvisse vozes sussurrando para fazer mal ao meu filho. Tinha momentos em que olhava para a moleira dele pulsando e sentia-me hipnotizada, imaginava uma faca transpassando-lhe. Outra vez, quando voltava da consulta semanal no posto de saúde, avistei um caixote de lixo e imaginei-me a colocá-lo lá e sair andando. 
Eram pensamentos tão pavorosos que eu tinha vontade de morrer antes de concretizar qualquer coisa. Contei ao meu marido, mas ele não levou muito a sério e sequer desconfiava o quanto eu estava enlouquecendo aos poucos. O meu refúgio foi a comida, comi, comi, comi até engordar os dez quilos que tinha perdido após o parto. Eu só saía da cama para questões biológicas e dar banho no bebê, o resto tudo eu fazia nela, almoçava, via TV, embalava-o e o amamentava. O que me tirou deste torpor foi a vinda da minha sogra e a posterior ida ao Brasil para que a família o conhecesse.
Meu filho sempre foi uma criança exigente. Nunca sequer ficou em uma espreguiçadeira, balancinho ou bebê conforto que fosse mais que o tempo de perceber que estava sozinho. Por consequência, eu não tinha como tomar banho ou fazer qualquer tarefa doméstica se não fosse ao som de gritos. Tinha momentos que eu começava a chorar também e às vezes aproveitei os gritos dele para dar os meus, enquanto soluçava sozinha no quarto. Eu tinha raiva de quando me diziam que isto era a melhor coisa que podia acontecer a uma mulher. 
O quê? Fraldas, cocôs, choros, noites sem dormir? Sentia-me sugada e velha como uma meia murcha. Todas as necessidades que importavam eram as do bebê. A perda da identidade talvez tenha sido a que até hoje custa-me recuperar. Mesmo contando isto agora, parece-me que foi em outra vida. Acho que o sofrimento psicológico foi tão grande para mim que as memórias ainda me vem meio que anuviadas como se não fossem totalmente reais. 
Não era possível que eu estivesse tendo uma experiência completamente diferente do que todos me falavam. Doía-me ver qualquer coisa que tivesse a ver com a exaltação da maternidade, qualquer mãe que me dissesse as maravilhas que sua vida tinha se tornado, qualquer propaganda de dia das mães... Ah, o dia das mães, eu tinha raiva que me parabenizassem, que me marcassem em fotos do Facebook, que me perguntassem como andava minha vida agora que finalmente "descobri" o que é o amor. Decidi então que a melhor forma de lidar com isto era interpretar uma personagem, aquiescer com as verdades sóbrias da maternidade-sacrifício e dar-me por vencida nesta luta interior para ser eu própria.
A maior parte do tempo, criei meu filho longe da família (o que em termos de críticas por um lado foi bom), sem apoio a não ser do meu marido -- que ajuda bastante e, por incrível que pareça, tem muito mais paciência do que eu.
Escrevi aquele desabafo no meu blog (único lugar em que me permiti tal fato), que era até aquele momento pouquíssimo lido, talvez por meia dúzia de amigas virtuais que me acompanharam desde a infertilidade em um fórum português. Como não tinha os comentários moderados, não sabia que havia tantos acessos, até me deparar com mais de uma dezena de comentários certo dia. 
Pois então, eu odeio ser mãe, me saiu pelos dedos em um momento de desespero, depois de tanto tentar absorver meus sentimentos com relação à maternidade. Eu sabia que filho dava trabalho, que ia me varrer noites em claro, que ia me tirar (quase) toda a liberdade e que em alguns momentos me faria desejar atirá-lo ao Tejo. Eu sabia. Mas depois de citarem a via crucis materna, elas diziam no final que compensava. Todos os sacrifícios compensavam. Ninguém nunca havia se arrependido de ser mãe, por que eu haveria? No início achei-me um monstro, pensava que se eu não conseguisse sentir aquele amor arrebatador pelo meu filho então eu era um lixo, não valia nada. E com culpa, admiti em silêncio que gostava mais do meu marido do que do meu próprio filho.
Quando eu digo que odeio ser mãe, não quer dizer que eu seja negligente: eu cuido dele, leio e brinco, educo, xingo, interesso-me pelo percurso escolar, levo a passear como qualquer mãe. Resolvi ficar com ele em casa até ele completar um ano porque achava importante ele ter esta maior atenção que não teria em uma creche, mas senti-me imensamente feliz quando voltei à faculdade. Fomos pegos pela crise de Portugal, voltamos ao Brasil por mais de um ano e agora estamos em outro país. E novamente sozinhos, eu e ele. Meu marido está na outra ponta da França, em um novo emprego que se der certo, provavelmente voltaremos a morar juntos em três ou quatro meses.
Acho muito bom que meu blog, apesar de não ter a intenção de focar apenas na maternidade, seja conhecido por mais mães que permanecem na penumbra e no anonimato, e só de lerem ou desabafarem este sentimento, saem de lá mais leves. Admito sem dúvida que, se pudesse, voltava atrás nesta decisão. 
Tem um filme do Nicolas Cage, Homem de Família, que explica bem o que penso, mas o meu caminho seria o oposto ao que ele escolheu. As pessoas julgam e desejam coisas terríveis para nós e no entanto, conheço tantas histórias de super mães de Facebook e fóruns de puericultura que não fizeram as opções que fiz nem se sacrificaram como eu, uma mãe que fica quase 24 horas com o filho, que está há mais de um ano sem uma escapadinha a dois, mas ainda se acham no direito de criticar e insultar. 
Cada um sabe como vive a sua vida entre paredes, e como dizem os portugueses, "quem está no convento é que sabe o que lhe vai dentro". Mas eu acho fundamental que seja dito que o tal amor incondicional materno não é uma verdade incontestável. Sendo muito mais uma construção do que um toque de mágica. Há mulheres que o sentem, e fico feliz por elas. Mas não há unanimidade neste cenário. Nem sempre, nem para todas, vale a pena ou compensa ser mãe.

239 comentários:

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Anônimo disse...

Sei não. Como ela disse que tem depressão pós parto esse depoimento não conta muito. Mas é claro que tem mães que não sei porque que são mães.

Anônimo disse...

Oi J. tudo bem? Achei o seu relato comovente e verdadeiro. Espero que a maternidade fique mais fácil com o passar do tempo para você. Espero que você tenha acompanhamento médico, não sou mãe, mas lido com depressão e não me vejo sem tratamento hoje em dia. Os problemas não desapareceram, mas sinto que eu lido melhor com eles e há mais momentos felizes na minha vida, agora que eu me cuido.

Como profissional, infelizmente, já acompanhei casos em que mães adoeceram e fizeram mal a seus filhos.

É uma merda total: para mãe, que sente um monstro, para a criança, que não entende o por quê sofreu violência, justo de que espera cuidado.

E o que não falta é gente para criticar e dizer o quão 'antinatural' é machucar o próprio filho (mas na maioria das vezes, até acha que uma palmada pedagógica ensina...).

Há um lado terapêutico importante de se admitir a insatisfação com a maternidade, e você é corajosa por o fazer. Mas espero que você também se cuide, não só por seu filho, mas por você.

Afinal, essa é uma aventura de todo uma vida, você merece ser feliz nela.

Um abraço solidário.

Anônimo disse...

Admiro a coragem dessa mãe.

Muitas vezes é difícil admitir pra gente mesma que esse amor que sentimos pelos filhos não é tão incondicional como dizem.
Da mesma maneira que existem tons de cinza na questão da sexualidade e em tantas outras questões, creio que há os mesmos tons de cinza na questão da maternidade.
Eu amo as pessoas que meus filhos são. De verdade. Mas eu não gosto de ser mãe. Não gosto das responsabilidades. Das cobranças. Das demandas. Não gosto.
E, antes que me perguntem por que fui mãe, já respondo: foram acidentes de percurso. Não vou explicar todo o blablabla de métodos anticoncepcionais que falham. Aconteceram. Eu cuido. Eu me preocupo. Eu aconselho. Eu amo. Mas, repito, não gosto de ser mãe.

Abraço

M

Anônimo disse...

Nunca quis ser mãe e sou tratada como um et egoísta.
Minha irmã era tão doida para ser mãe que adotou meu sobrinho com 17 anos!!! agora, que ele não é mais um bonequinho , mas um homem de 21 anos, o rejeita. Ama, mas rejeita.
Eu tive que apoiar e ajudar a criar uma criança que não desejei, mas que a gente passa a amar, pois a grande maioria dos seres humanos se afeiçoa às crianças e filhotes. Isto não quer dizer que a maternidade seja uma experîência maravilhosa e sem conflitos para todas. Aliás, quando se convive intimamente com mulheres, vemos que é bem ao contrário.
Vide o caso da minha irmã e de várias mulheres que tem sentimentos contraditórios em relação a mesma.
Mas, dizer que na relação mãe e filho, como em qualquer relacionamento, pai e filho, romântico, de amizade tem problemas e contradições, nossa, você é uma vaca, piranha , prostiuta, não vale nada, insira o insulto de sua preferência.
Todo amor é uma construção, e poucos se dão conta disto. Tratam mal os filhos, os amigos, os pais e os parceiros e depois são abandonados e não sabem porquê.
Mesmo com toda a depressão sofrida e incompreensão da sociedade, a autora se dedica ao filho e cumpre com o papel que assumiu e ainda tem gente que não faz nem a metade pelo próprio filho se sentindo no direito de criticar. Tenha a santa paciência, Batman!
Não assinarei desta vez para não expor minha irmã e meu sobrinho.

Anônimo disse...

Muito corajosa a J.
acho q muitas mães devem sentir o mesmo mas não admitem. e, pior, ao contrário da J. que admite não amar incondicionalmente mas cuida com carinho do filho, essas q não admitem maltratam o filho(a) na intimidade.
a questão é que a mãe, na nossa sociedade, ñ pode ter qq sentimento q seja diferente do que foi determinado como padrão: ou sente amor incondicional ou é uma "bruxa insensível". Já o pai pode abandonar um monte de filhos ao longo da vida e o que ele vai ouvir é que é um garanhão.

agora, diretamente para a J. eu queria, além de admirar a sua coragem de admitir, dizer que os filhos passam por diversas fases. o fato de vc não sentir tanto amor por ele agora, pode mudar quando ele estiver em outras fases. dê tempo ao tempo. E, novamente, parabéns por não ser hipócrita.

aiaiai (lola, to usando anonimo pq não quero logar no google agora, tá, mas sou eu mesma kkkkkk)

Anônimo disse...

Minha esposa teve depressão pós-parto, e até uns dois anos meu filho não ia no colo dela, não gostava de ficar com ela. Eu entendi, e sofria tendo que rebater comentários de toda a família, de que ela não o amava etc.., hoje em dia ele já está independente, mas os dois não se separam, ele virou um grande companheiro e admirador dela.

Mas não há nenhuma regra absoluta, como disse a autora do post, nenhuma unanimidade.

Anônimo disse...

Os bons e velhos mitos da maternidade fizeram mais uma vítima. Aliás, tenho certeza que há milhares de vítimas por aí. Moça, todo meu apoio e comprensão pra você. Que sua vida melhore e você encontre um meio de ser feliz mesmo depois de tudo isso. Eu tenho um caso parecido, claro, guardadas as devidas proporções: minha irmã e eu nos detestamos. Uma não suporta a outra, não há nenhum sentimento fraterno nem amor entre nós. As cobranças pra que passássemos a agir do jeito que as pessoas acham que irmãs devem agir, céus! E que só EU tive que ouvir, pq como eu sempre fui molenga de querer agradar os outros em tudo, só eu ouvia as recriminações por minha família não ser igual as de propaganda de margarina. O dia em que eu me rebelei "É, eu detesto a minha irmã, e daí? Acha ruim? Vá se lascar!" e todo mundo calou a boca foi um dos melhores dias da minha vida. A sociedade ocidental em geral tem ideias muito estúpidas sobre como devem ser as famílias e as mulheres. Claro, tem cobranças pros homens tbm, mas é bem pior pras mulheres.

Li um comentário em algum outro post, não me lembro dx autorx, que disse que a maternidade ainda é a melhor maneira de se controlar uma mulher. E eu não só concordo como fiquei pasma sobre o controle que a maternidade "permite" aos outros exercerem sobre a mulher. Imagine, querem controlar até o q ela sente, se a mulher não amar incondicionalmente o filho logo de cara ela é um monstro! Tem cabimento? Que absurdo! Deve ser por isso que a sociedade tem horror a mulheres q decidem não ser mães... o que mais dá aos intrometidos oportunidade pra controlarem até o que alguém deve pensar ou sentir? Maternidade, tô fora. Acha ruim? Vai dar meia hora de bunda q eu tô me lixando pra ti.

Junior disse...

O preconceito com quem não deseja ter filhos, é, ao lado do preconceito com quem é ateu, os mais difíceis de quebrar na sociedade, pq até as pessoas que não são racistas, homofóbicas ou machistas acabam não entendendo que existam pessoas que não querem ser pais, não querem ter religião, etc...

Anônimo disse...

Me identifico com o post :(
Tive uma gravidez indesejada e queria fazer o aborto, mas minha família não deixou (até ameaçaram me denunciar). Por não ser aquela gravidez que se encaixa nos padrões (namoro -> noivado -> casamento -> filhos) sofri e ainda sofro com os preconceitos, também sofri com a família do pai do meu filho que sempre me tratou como uma vagabund*. Acho que tudo isso prejudicou meu relacionamento com meu filho, cuido dele muito bem, sempre dou atenção, tento ser a melhor mãe possível, mas apesar de ver aquele sorriso todos os dias não consigo ama-lo como filho e eu não faria tudo por ele, queria deixa-lo com o pai, mas com certeza seria crucificada se fizesse isso...

Anônimo disse...

Admiro muito a coragem dela em expor o lado real da maternidade. Eu já acompanho o blog dela a algum tempo, ela escreve muito bem, e sobre diversos outros assuntos. Já estava na hora de acabar com a hipocrisia e aceitar que ser mãe não é a melhor coisa do mundo para algumas mulheres, não é o que a maioria das mães dizem, e que nem todas as mulheres sentem o tal do amor incondicional, ou nasceram para isso. Basta ver a quantidade de comentários que o post sobre o assunto gerou. Há mulheres que não querem ser mães, não se identificam nem um pouco com a maternidade, e são julgadas, assim como as mulheres que são mães, mas não sentem o tal do amor incondicional. Acho isso um absurdo, pois as escolhas e os sentimentos de cada um deveriam ser respeitados. E há outras que escolhem a maternidade achando que será tudo lindo e perfeito, e que o amor incondicional irá superar qualquer problema. Talvez para algumas isso até aconteça, mas não é uma regra, já que cada um é cada um, e reage de um modo diferente diante das situações. Li um ótimo livro que fala sobre isso, "O mito do Amor Materno". É importante evitar os julgamentos à essas mulheres que sofrem sozinhas e em silêncio por medo de expor seus sentimentos sobre esse assunto que é um verdadeiro tabu.

Danilo Henrique disse...

É exatamente como o amor conjugal

Não existe essa de "amor à primeira vista"

Existem pessoas que por motivos orgânicos e culturais possuem mais facilidade ao afeto do que outras, apenas isso

A mãe não deve se sentir mal das críticas, assim como não deve procurar se enquadrar no "normal"

Se abrir a uma nova experiência exige tempo

E cada um tem seu tempo

Meus parabéns a mãe desse relato. Está aprendendo a superar a desilusão e aprender com ela mesma



Anônimo disse...

Não adianta vc dar tudo para o seu filho se te falta amor. Ele vai sentir mesmo que vc tenha dedicado a sua vida a ele. Sei disso pq a minha mãe não gosta de mim. Não "como mãe". Tive ela senpre por perto, mas de que adiantou? Preferia que ela tivesse me dado pra adoção quando eu era um bebê

Anônimo disse...

Minha mãe não esconde de ninguém e nem de mim que ela também não é fã da maternidade e que teria feito escolhas diferentes se pudesse. Aliás uma ela fez, que é a de não ter outros filhos. Parou em mim e acabou.

Tem muito preconceito nisso porque a sociedade mistura funções com papéis. Existe a função de mãe, aquela de cuidar da prole até esta ter condições mínimas de independência mas também existe o papel de mãe, que é a coisa fantasiosa, abnegada, de cortar os pulsos para dar o sangue para o bebê matar a sede, de levantar caminhão, essas bobagens que se lê por aí. Bobagens que motivam a competição pra ver quem é mais mãe, mais mulher, quem sofre mais, quem merece um altarzinho do lado de Nossa Senhora. Tudo besteira, mas uma besteira que pesa porque as pessoas se sentem obrigadas a cumprirem não só a função mas ao papel também, a custo da própria individualidade.

Anônimo disse...

teve filho pq quis e a culpa é da sociedade por ela n gostar de ser mãe...

Anônimo disse...

Entendi que vc não gosta de ser mãe, mas vc ama seu filho? vc ao menos gosta dele? sinto pena de vc

Tatjana Lipcke disse...

Bem, ela quis ser mãe, motivos x ou motivos y, foi uma escolha dela, tanto que optou pela fertilização. Consigo entender ela, o amor incondicional de mãe é mesmo um mito, mas como filha de um pai que me abandonou, sinto muito mais pela criança do que por ela, que certamente sente o arrependimento, e é triste pensar que nossa vida é um arrependimento para alguém.

Anônimo disse...

Me vi em muitas partes desse relato. Mas meu problema maior foi na gestação. Aquele carrossel de hormônios e mais uns outros tantos problemas pessoais me fizeram odiar a maternidade e essa aura de amor incondicional puro e verdadeiro...mas...justamente eu que sou reconhecidamente a antítese do instinto materno no meu círculo de amizades faço exatamente como a moça do post: crio só, educo, me dedico, cuido, faço questão de não delegar aos avós ou a terceiros nada além do estritamente necessário e me cobro muito...coisas da vida, né? o amor pra mim não veio mesmo com o crescimento da barriga (que eu detestava) ou o parto. Veio aos poucos nessa construção e nesse cuidado com a criança. No meio disso tudo tem uma luta interna pra não perder a individualidade. Mas é difícil....

Anônimo disse...

Todo amor é uma construção, evidentemente, o convívio diário tende a facilitar essa construção, sobretudo se o carinho é algo presente na relação. Sou pai de um menino, amei aquele garotinho no momento em que o vi saindo da barriga da minha esposa, na época pensei que minha teoria sobre o amor ser uma construção tinha caído por terra, mas refletindo melhor, minha relação com ele começou na barriga, foi sendo contruída dia- a -dia, espero que eu seja correspondido, se não for, que haja respeito ao menos.Mas é isso ai Autora, o amor é uma obra coletiva.
Rafael

Camila Fernandes disse...

Eu meio que concordo com o primeiro comentário, de que a situação da J. é problemática por causa da depressão pós-parto. Quando o bebê nasce, ele estabelece um vínculo afetivo com as pessoas próximas (pais, mães, irmãos) logo nos primeiros meses de vida, antes mesmo de começar a falar ou andar. Se existe algo que interrompe esse contato ou afeta de forma negativa, o vínculo pode jamais ser construído - o que vale para os dois lados. Aí que entra a depressão, não é? No caso da J., ela não conseguiu desenvolver essa relação com a criança, possivelmente por causa da doença.

Não estou dizendo com isso que toda mulher tem "vocação" pra ser mãe, mas talvez, se a J. tivesse encontrado apoio para lidar com a depressão pós-parto e acompanhamento psicológico, a história dela podia ser diferente. A situação parece um pouco com a da Eva de "Precisamos falar sobre o Kevin", com a diferença que no livro a protagonista nunca quis ter filhos, e desde o começo rejeitava a ideia da gravidez. Como a J. conta que sempre quis ter filhos, eu fico me perguntando onde foi que esse sonho se transformou em um "pesadelo". Bem, eu não tenho filhos, e imagino que seja difícil mesmo cuidar de uma criança em tempo integral, mas eu fico aqui pensando se não foi justamente isso que atrapalhou a relação da J. com o filho.

O tempo toda ela fala em como cuida dele sozinha, que nunca mais teve um momento só entre ela e o marido, que se dedica à criança o dia inteiro. Para mim, isso parece cansativo. Eu entendo que a maternidade faça com que a J. se sinta esgotada. Na minha infância, eu me lembro de passar algum tempo na casa de primos e primas, o que devia dar um descanso para meus pais. A J. morando longe da família, não tem como fazer isso, e parece que deixar o filho com uma babá para que ela e o marido possam se dedicar um ao outro não é uma opção. Talvez seja tudo isso que a deixa tão infeliz. Quer dizer, ela já começa dizendo que pensou em ter um filho porque se sentia muito sozinha em Portugal... Mas uma criança não é companhia, certo? Pelo menos nos primeiros anos de vida. Não é alguém pra você sair junto, ir fazer compras ou ir ao cinema. Depois veio a depressão pós-parto, a ausência da família, e todo o resto. É complicado, mesmo, mas parecesse que ela tem mais problemas com o cenário que ela está vivendo a maternidade do que com o menino em si. Até porque em nenhum momento ela fala que o menino seja uma criança realmente difícil, que causa transtornos na vida dela além do que qualquer outra criança poderia causar.

É claro que a J. sabe melhor do que a gente o que ela mesma está sentindo, e isso são apenas especulações da minha parte. Mas eu continuo achando que um acompanhamento adequado na época da depressão pós-parto teria resultados muito diferentes.

Anônimo disse...

Eu sinceramente li esse depoimento sentindo muita pena da criança. Você pode até exercer seu papel de mãe como precisa, mas não pense que em algum momento da vida ele não vai notar que a mãe é "diferente".
Procure um tratamento, sério. Vá a um terapeuta, talvez isso te ajude. Mas não deixe essa criança crescer ao seu lado com um sentimento tão mesquinho, pode ser bem prejudicial, tanto pra você - que em um momento de raiva pode acabar falando/fazendo algo que não deve - quanto pra ele.

Anônimo disse...

Eu entendo essa situação, apesar de morrer de vontade de ser mãe.

Eu tenho uma irmã deficiente, mais velha que eu, e eu gosto muito dela. No entanto, morro de medo de um dia meus pais não poderem mais cuidar dela e "sobrar" para mim, sabe? Especialmente porque, diferente de um bebê, ela não vai amadurecer nunca, então a "prisão" é para sempre, não por uns poucos anos. Eu vejo como minha mãe é frustrada por ter tido que abrir mão de tantas coisas (faculdade, viagem, trabalho) para cuidar da minha irmã para sempre...

Já conversei com meus pais a respeito, e minha mãe disse que se soubesse que seria assim, teria abortado. Eu faria o mesmo.

Anônimo disse...

Excelente. Obrigada. É exatamente assim que me sentia...

A. disse...

Grande e corajoso depoimento. Está mais do que na hora de desmistificar a maternidade. Esse universo cor de rosa não existe. E, como já foi dito, a maternidade é sim a melhor forma de controlar as mulheres. Sou mãe, adoro meu filho, mas Zeus e eu sabemos a dureza que foi. Os primeiros anos são punk. Depois melhora um pouco, para piorar de novo na adolescência.
Tenho a dizer que tudo seria bem mais fácil se aceitássemos nossas limitações, como pessoas comuns que somos. E, sobretudo, se a sociedade parasse de exigir um comportamento magnânimo e irreal só porque tivemos um filho. Meu filho é amado, cuidado e protegido, talvez até demais. (Sim, nisso também somos cobradas. Temos que proteger, mas não demais. Precisamos ter a fórmula exata, nem mais nem menos. Em resumo, precisamos apenas ser perfeitas.)
Enquanto isso, os pais não são cobrados em nada, fora a merreca de pensão que o estado obriga.
Acho que a maternidade real deveria ser uma bandeira do feminismo. Desmistificar esse papel ridículo e irreal que a sociedade impõe às mulheres como forma de controlá-las, de fazê-las se sentirem sempre culpadas e insuficientes. E isso, sem apoio nenhum, sem creche, sem escola decente, sem participação paterna concreta, quem dirá emocional. Arcamos sozinhas com todas as exigências e limitações que um filho impõe, e ainda somos apontadas com o dedo por não sermos.... perfeitas. E mais ainda se não desejamos ser perfeitas. Mãe é para sofrer e se sentir culpada, senão, não é mãe de verdade.

Anônimo disse...

Sinceramente, fiquei muito preocupada com a integridade física desta criança. Não quero ofender a autora do post nem nada, mas não é irrazoável pensar em alguma agressão a esta criança que parta desta mãe, mesmo porque ela mesmo já imaginou diversas cenas de violências terríveis que desejou cometer contra o seu próprio filho.
Lola, acompanho o seu blog e gosto bastante, sei que você não concorda com tudo o que é escito nos guest posts, mas a impressão que eu tive foi que você quis (ou não, posso estar errada), de alguma forma, "naturalizar" (sei que esta não é a melhor palavra) a situação de mães que detestam e maltratam os própios filhos, o que não é algo saudável.
Tudo bem, entendo que para algumas pessoas é difícil criar um laço forte e de amor intenso com os filhos logo após o nascimento destes, ou mesmo anos depois, mas imaginar uma faca atravessando a moleira de um bebê, seja seu ou de qualquer um, é algo terrível e inadmissível!
A autora do post, de fato, arrependeu-se de ter se tornado mãe e odeia a vida que leva agora. Mas o que me intriga é que a gravidez foi planejada e desejada! Foi uma escolha deliberada! É claro que ter filhos não é um mar de rosas, mas o que ela esperava? Perfeição? Vida perfeita?
Não a julgo, mas também não passo a mão na cabeça.
Acontece que hoje em dia as pessoas querem ter tudo: casamento maravilhoso, marido romântico, filhos perfeitos, vida profissional lucrativa, ser culto, viajado, etc, e, quando não consegue, por que é impossível, se frustra, o que eu acho algo totalmente desgastante e sem sentido.
Mais uma vez digo que ela não precisa amar esta criança se ela não sente isto de verdade. Eu nunca concordei com esta ideia de amar parentes só por que são parentes. Eu, por exemplo, morei 5 anos com a minha avó paterna, que me dava tudo do bom e do melhor, mas nunca a amei de verdade por conta de varias coisas que ela fez e falou sobre a minha mãe, minha outra vó, etc.
Enfim, o que quero dizer é que a mulher do post não precisa e nem deve se forçar a sentir coisas que não consegue sentir, contudo não concordo com a mensagem que ela pretende passar, ou a própria Lola, não sei, de que é OK imaginar cenas de violências abomináveis contra os próprios filhos. Espero nunca imaginar estas abominações quando tiver os meus filhos, se um dia os tiver.

Anônimo disse...

[OFF]

Lola, você viu as recentes notícias envolvendo a Emma Watson (sim, aquela atriz do Harry Potter)?

Depois de fazer um discurso MARAVILHOSO como embaixadora da ONU pelos direitos das mulheres (tem no youtube), o pessoal o 4chan está ameaçando divulgar fotos dela nua porque, segundo eles, "this feminist bitch deserves". Fizeram um site com uma foto dela chorando e um cronômetro marcando 4 dias pra divulgarem as fotos, chantagem emocional. Os jornais e a mídia estão todos comentando o lindo discurso dela e mostrando que essas ameaças ironicamente apenas confirmam que a Emma estava certa. Isso está dando o que falar por aí. Se você ou alguma leitora do blog puder pesquisar sobre isso, é uma história muito interessante para um guest post. No aguardo para ver como a Emma irá reagir.

Morgause disse...

Bem, eu não desejo ser mãe.Filho é para sempre e esse "para sempre" eu não quero na minha vida não.
Sou muito independente e antissocial,não gosto da ideia de ninguém depender de mim. Sinceramente, eu amo a minha família,só que tem dias que eu quero ficar sozinha, e há vezes em que me sinto sufocada quando a casa tá cheia.
Eu paro e penso: "e se eu tivesse filhos?" filho não dá pra ignorar, sair ou me livrar dele.
Essa história de que toda mulher muda com a maternidade é mentira. Tem um monte de gente que conheço que tiveram filhos e continuam as mesmas de sempre, seja para o bem ou para o mal.
Há coisas na vida que são assustadoramente irreversíveis.

Rosilda disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
O tempo destrói tudo... disse...

"O preconceito com quem não deseja ter filhos, é, ao lado do preconceito com quem é ateu"


Resposta: Quer comparar o preconceito de quem não deseja ter filhos do que ateu? Fala sério, o ateu nem sofre mais tanto preconceito assim. Até porque o ateísmo está em processo de crescimento na sociedade ocidental.

Anônimo disse...

Ela ama o filho gente, só não incondicionalmente...Se pudesse voltar no tempo, não faria de novo. Acho muito normal, é o que mais temo na maternidade, a irreversibilidade, não adianta não gostar, vai continuar sendo mãe.
Eu tenho vontade de ser mãe, mas morro de medo de acontecer algo assim comigo...Não não gostar de ser mãe um dia ou uma semana, isso certamente acontecerá, tenho medo de me arrepender mesmo, de ter esse sentimento de queria ter feito diferente.

Eu não serei uma mãe como a minha, ela é quase a personificação do estereótipo da mulher que se anula pela família, e o faz há uns 25 anos, eu não posso ser essa mulher, eu sucumbiria.
Eu sofro muito porque eu não consigo amar minha mãe da maneira como ela me ama, ela é incondicional aos filhos e ao marido doente, e ninguém é assim para ela, ninguém larga toda e qualquer situação para cuidar/ajudar quando ela precisa. Eu não sei explicar, em certa medida, talvez seja eu que mais entenda como a vida foi e é injusta com ela, e ainda sim, me entrego ao cansaço, a outras ocupações, e deixo ela resolver todos os problemas da família sozinha, desde a casa suja, ao banho do meu pai, à burocracias que é preciso resolver...
De todas as minhas culpas, a maior delas é como trato minha mãe, moramos juntas mas temos uma relação afastada, ela me protegeu de mais, é muito controladora e crítica em coisas desnecessárias, isso criou uma relação distante com os filhos que ela tanto protegeu...Não sou mais criança, deveria tomar atitudes para tentar resolver isso, mas não consigo, e não sei como tentar, ela anda sempre tão cansada, não admite críticas e não dá para resolver conflitos de maneira racional com ela...Ou se adere ao que ela pensa, ou se finge que o faz, ou o conflito permanecerá eternamente

André disse...

Talvez eu viva num mundo à parte, mas minha mulher e eu ouvimos muito mais conselhos sobre as dificuldades de se ter filhos do que sobre as suas maravilhas. E sempre encontramos muita abertura para nossas dúvidas e desesperos.
Também concordo com o primeiro comentário: uma experiência de maternidade marcada pela depressão pós-parto não deve servir de parâmetro, isso também não quer dizer que devemos fingir que não acontece.

Anônimo disse...

É fácil se decepcionar com a maternidade, assim como é fácil se decepcionar com uma relação qdo as suas expectativas são equivocadas e alimentadas por fantasias midiaticas. Antes de ser mães ou pais as pessoas deviam lembrar mais como era o cotidiano da própria família e prestar menos atenção em comercial de frauda. É uma pena que a autora do post tenha passado por isso. Assim como ela, eu também não gostei de ficar grávida (quem gosta de passar 9 meses com prisão de ventre?), mas eu nunca achei ou esperei por essa tal experiência mágica que tanto falam, então não foi nada demais. Acho que é importante desconstruir esses mitos, nisso admiro quem tem coragem e vem a público falar do tema. Por outro lado, fico um pouco bolada com a parte confessional. Fico pensando qdo esse menino crescer e descobrir que a mãe tem um blog assim. Não vai ser legal. Não consigo deixar de pensar nisso.. É triste demais. Espero que vc consiga construir uma relação positiva com essa criança, independente de qualquer coisa.

lola aronovich disse...

Anon das 14:25, acho que vc está confundindo um pouco as coisas ao associar não gostar de ser mãe com mau trato às crianças. Em nenhum momento há qualquer indicação de que a J. maltrata o filho. Uma coisa é questionar a maternidade, e mesmo se arrepender de ter se tornado mãe. Outra é maltratar o filho. Não necessariamente uma mãe que maltrata o filho odeia ser mãe. Tem mãe (e pai) que nem sabe que está maltratando, que acha que está educando, dando o melhor de si... Enfim, não tem naturalização alguma. A questão justamente é a J. desnaturalizar o mito de que toda mulher quer ser mãe, o mito do amor incondicional, o mito do instinto materno, o mito de que não há nada mais maravilhoso que ser mãe. Concordo muito que tudo isso seja questionado e debatido. Como eu disse num outro post, não sei até que ponto é eficaz "se arrepender" de ser mãe, porque não é algo que vc pode deixar pra trás, na maior parte das vezes.
Bom, por enquanto os comentários estão muito bons. Obrigada!

Anônimo disse...

"14:25"
Achei que eu era a única que se sentiu desconfortável com esse relato. Tô vendo aqui é todo mundo passando a mão na cabeça e apoiando a mãe que odeia o filho e imagina uma faca na cabeça dele.

Leio Lola Leio disse...

Acho que o amor de mão, tal como se comenta por aí é um ideal, como o amor romântico, não é algo visceral, mas sim um conceito. Buscar esse amor, para que acha que não o sente, resulta em frustração porque é como buscar o que não existe, o inalcançável. Agora, a autora precisa de terapia, porque parece uma pessoa passível de se ressentir por ser mãe. Nenhuma criança merece isso. Ela não precisa ser a mãe coruja, mas não precisa se sentir desperdiçando longos anos da própria vida por uma decisão que ela própria tomou. Aliás, essa invertida na sua sensação - ora ela deseja muito ser mãe, ora se arrepende profundamente - tem mais a ver com ela, com as questões dela, problemas em ser responsável pelas próprias escolhas e ações, delegar ao outro a tarefa de lhe fazer feliz, etc. Não a conheço e estou analisando superficialmente, mas, com certeza, ela deveria fazer terapia para o bem dela mesma e para não causar tantos danos numa criança que não pediu para nascer.
Quero deixar claro que ela não precisa ser a mãe coruja, mas os relatos dela nesse texto e no blog da autora só sugerem o quanto ela se ressente por ter tomado a decisão de ser mãe e não acho que ela estar 24 horas ao lado do filho resolva nada, pelo contrário, causa mais frustração a ela, mais ressentimento e, na boa, isso afeta a criança, muitas vezes para o resto da vida.

Anônimo disse...

Por essas e outras, morro de medo de ser mãe e ainda não decidi se o serei um dia. Tenho 33 anos, estou há sete anos casada e tenho consciência que o relógio biológico está correndo, mas nunca senti esse tal de "instinto maternal" chamar por mim. Tenho medo de me arrepender no futuro, mas se for pra me arrepender, que seja por não ter gerado ninguém, do que gerar e não amar. Tenho dó da criança desse post.

Fernanda disse...

Anônimo das 13:45, tô na mesma situação que tu. Com a diferença que eu faço questão que a minha mana fique comigo, pois ao contrário de ti, eu tenho caráter. Tu deve ser esse tipo de gentalha mesquinha que só gosta do que é fácil, de quem pode te dar algo em troca, e quem não te causa vergonha. Cretina.

Anônimo das 15:55, EXATAMENTE!
A menina vem num blog feminista que óbvio que defende que maternidade não é mais a melhor coisa que pode acontecer com uma mulher pra ganhar mimo e aplauso pois aqui ninguem iria julgar ela.

O fato é que ela diz ter filho porque se sentia sozinha e teve depressão pós parto. Não que viu que não foi preenchida pela maternidade.
Guria, procura ajuda, depressão é complicado mesmo, mas tem cura. E evita o isolamento social, isso só piora as coisas pra ti.

Anônimo disse...

Se alguém disser aqui que tem um cachorrinho ou gatinho e não gosta dele, vão chover comentários agressivos mandando dar pra alguém que goste, se solidarizando com o bichinho e tal.
Quando alguém diz que não tem saco pra um filho todo mundo acha normal e fica do lado da mãe.
Ok, ninguém é obrigado a gostar de ninguém, ter filho dá trabalho e é um saco as vezes, há uma cobrança enorme para que as mulheres sejam mães ideais, incondicionais etc. Mas pariu, infelizmente, não tem mais jeito, ou cria ou dá pra adoção.
Incrível que só alguns poucos aqui se preocuparam com a criança que, provavelmente, terá que gastar muito dinheiro com terapia, porque não ser gostado pelos pais, sem nenhum motivo concreto, é barra pesada.

Anônimo disse...

Anônimo das 14:25:

Você já teve depressão? Eu espero de coração que não e que nunca venha a ter.
Quem tem depressão pensa coisas bizarras. Eu luto contra essa doença há dois anos. Eu perdi a conta de quantas vezes, mesmo em momentos que eu estou relativamente bem, em explodir meus miolos com uma arma... e penso em detalhes... penso na massa encefálica escorrendo pelos azulejos do meu banheiro, penso no sangue escorrendo pelo ralo... é esse o nível de coisa que passa pela cabeça de quem sofre dessa (maldição?) doença!!!

Em casos MUITO RAROS a depressão pós parto pode evoluir para psicose pós parto, e causar sérios danos ou mesmo a morte da mãe e do bebê.

Pelo relato do post, a autora está beeeeeeeeeeeem longe disso...

Jane Doe

Anônimo disse...

"Tem muito preconceito nisso porque a sociedade mistura funções com papéis. Existe a função de mãe, aquela de cuidar da prole até esta ter condições mínimas de independência mas também existe o papel de mãe, que é a coisa fantasiosa, abnegada, de cortar os pulsos para dar o sangue para o bebê matar a sede, de levantar caminhão, essas bobagens que se lê por aí. Bobagens que motivam a competição pra ver quem é mais mãe, mais mulher, quem sofre mais, quem merece um altarzinho do lado de Nossa Senhora. Tudo besteira, mas uma besteira que pesa porque as pessoas se sentem obrigadas a cumprirem não só a função mas ao papel também, a custo da própria individualidade."

É esse "papel de mãe" que implica o amor incondicional de cortar os pulsos, do "mãe que é mãe não faz isso e aquilo" que faz as pessoas lerem um relato absolutamente sincero de uma mãe verdadeira e ficarem com uma (falsa) pena da criança.

Amor idealizado não é função. É papel.

Unknown disse...

Acho que se mais gente pudesse ler esse relato, haveria muito menos sofrimento. De mães que não podem ser ex-mães, mas se sentem sufocadas nesse papel e de filhos, que mesmo que bem cuidados, sempre vão sentir o estranhamento de ser filhos de uma mãe arrependida.

Vejam que mesmo com o desejo anterior de ser mãe, ela sofreu muito. Imagina quem resolve ter filhos para segurar casamento, 'completar uma etapa necessária' e (o mais odiado por mim) 'espalhar seus genes'...

Tem que se pensar bem antes de assumir esse risco.

Anônimo disse...

Nossa, se falar em arrependimentos e duvidas é comigo mesmo: namorar ou curtir solteira?trair ou terminar? casar ou nao? ter filhos ou nao?
Mas acho que a duvida e o arrependimento sao conseauencias naturais e inseparaveis do poder de decisao que temos agora... é bom ter essas duvidas e arrependimentos, porque significa que temos/tivemos a liberdade de escolher! (nem sempre... excluindo quando as pessoas tomam decisoes pressionadas por outros....)
Tambem acho que muito do que vc sentiu deve ser por conta das condiçoes em que vc é/foi mae: todas as responsabilidades sem ajuda, isolamento, solidao...
Espero que melhore!

Anônimo disse...

Não dá pra acreditar que tem gente que não sabe que toda relação de afeto é uma construção ai ai, gente burra é foda

Anônimo disse...

Anônimo 16:51:

Então os leitores deveriam encarar esse relato como desabafo de uma pessoa que sofre depressão e deveriam falar para ela procurar ajuda, não praticamente aplaudir ela por dizer que odeia ser mãe. Só falta aparecer uma aqui falando "é por isso que não quero ter filho", por causa de uma situação que é EXCEÇÃO. Claro que a vida de mãe não é um mar de rosas, pelo contrário, mas quase todo mundo que eu conheço que teve filho me diz que ele é a melhor coisa que aconteceu na vida dela e sim, o amor é incondicional. Isso não significa que a vida é perfeita. Mas sem o filho seria pior. Essa é a visão da maioria, e me perdoe, mas a maioria normal. Quem detesta o filho deve observar que tem algo errado e tentar procurar ajuda psicológica. Um bando de gente dizendo que é isso mesmo e incentivando esse comportamento/pensamento em nome do feminismo, sinceramente, é pra acabar.

Anônimo disse...

Vou repetir ad infinitum - se a mulher ainda não alcançou a equidade social do homem um dos grande responsáveis é o mito da maternidade.
Por esse motivo (e por muitas pessoas que eu amo serem mães) eu já li e pesquisei bastante coisa sobre a maternidade dentro do feminismo. E fiquei decepcionada em muitos pontos.
Não vejo muito esforço (com algumas exceções) por parte do feminismo para destruir esse mito - pelo contrário - vejo a luta JUSTA, NECESSÁRIA E URGENTE pelo parto humanizado virar o mito do "parto encantado" e da "maternidade encantada".
O direito de ter filhos parece estar acima do bem e do mal e qualquer questionamento é um ataque aos direitos reprodutivos.

Se as pessoas não param pra pensar sobre a maternidade/paternidade e tudo o que isso traz - bom e ruim - depoimentos como desse post e inúmeros outros posts de filhos abusados e negligenciados só tende a se multiplicar.


Jane Doe

Anônimo disse...

Pra Fernanda aí xingando os outros: ter filho é escolha, ter irmão não é.

Gle disse...

A verdade é que a as coisas mudam. A gente muda. A vida dá voltas e voltas. É natural que depois de uma gravidez hiper complicada, com tensão, o psicológico fique abalado, a mãe fique sensível, etc. Acredito que com um tratamento você consiga ficar bem e ao menos curtir mais seu filho. Infelizmente voltar no tempo não dá, mas já que foi e está sendo assim, desejo que você consiga encontrar o equilíbrio dessa situação para ficar bem, com você mesma e com seu filho. Não se culpe, esse já é o princípio. Paz e luz!

Anônimo disse...

Cara autora do guest post,

Gostei muito do seu texto, chega a me dar agonia os seus sentimentos.

Gostaria de saber se está fazendo ou fez algum tratamento para a depressão pós-parto. Este assunto é tabu e não pode ser apenas confundido com "odiar ser mãe", é algo muito sério.

Sei que é difícil para vc, mas o seu filho também sofre e vai sofrer muito por causa disso.

Abraços.

Anônimo disse...

Fernanda, so pq a pessoa nao quer cuidar da irma deficiente nao quer dizer que ela seja horrivel e sem coraçao: se ela nao quiser nem mesmo ter os filhos dela, que podem muito bem serem saudaveis e tudo de bom, pq ela deveria querer (obrigatoriamente) cuidar da irma? Nem todos gostamos das mesmas coisas, nos sentimos confortaveis nessa situaçao. devia ser uma obrigaçao do estado cuidar das pessoas que tem um nivel de exigencia tao alto, justamente pq nao se pode obrigar a irma que nao escolheu nada disso se tornar a "mae" da pessoa deficiente.

Eu ja fiquei uns dois meses com uma prima deficiente (ela é paraplegica, nao tem nenhuma deficiencia mental). De tanto que na casa dela, todos fazem tudo pra ela, foram os dois meses mais insuportaveis possiveis pra mim: ela berrando o dia inteiro que queria copo de agua, suco, lanche, biscoito. Tivemos que aprender a passar sonda pq ela; com 23 anos, nunca tinha se interessado por aprender, tinhamos que ajudar a fazer tudo como botar roupa, tomar banho (que em geral os cadeirantes sabem fazer sozinhos) pq ela achava que era obrigaçao de quem tivesse cuidando dela... como uma criança mal educada e mimada, mas com 23 anos (e na cadeira de rodas)

Nem sempre é facil ou nos queremos assumir essas responsabilidades, nao é mesquinharia é a nossa vida e nossas escolhas

Anônimo disse...

Uma coisa é não gostar de ser mãe, outra coisa é não amar o filho.

É perfeitamente possível amar um filho, querer o melhor e estar sintonizada com ele, e não querer (ou recusar) uma ligação materna.

Tudo beleza.

Agora, filhinha, foi você que procurou pela maternidade. Segura a bronca, que a sociedade não tem nada que ver com isso.

E lucidez: a criança não pediu para ser sua filha. Mais uma vez, o ônus é seu - e do seu parceiro, claro.

natalia disse...

Acho que minha mãe nunca gostou de mim. Mas não por questão de depressão pós parto, mas sim porque nasci mulher. Minha mãe não é totalmente machista, mas achava que mulher sofria muito e teve uma grande decepção quando nasci. Ela teve outras filhas e filhos. Como sou a mais velha, ajudei a cuidar dos meus irmãos e me acostumei com a falta de carinho por parte dela. Sempre fui estudiosa e cuidava da casa, sempre desejando que ela gostasse de mim pelas coisas que eu fazia por ela. Isso nunca aconteceu. Tenho quase 50 anos e só recentemente, quando estava com quase 48 é que me toquei que se ela não me ama o problema é dela. Eu sou uma pessoa sã e independente e não vou mendigar amor nem dela e nem de ninguém.
Quero esclarecer que não me casei e não tenho filhos, mas amo criança e bicho. Portanto, se tivesse um filho que não conseguisse amar, eu entregaria para adoção, pois é difícil superar a falta de amor.
Mais uma coisa, apesar de não ser amada por minha mãe, ela vive comigo, na minha casa e nossa relação é, até, harmoniosa. Eu acho que o meu amor por ela diminuiu bastante, mas ainda é o suficiente para não desampará-la.

André disse...

17:21

Enquanto o aborto não for legalizado, ter filhos não é exatamente uma escolha.

Anônimo disse...

Anônimo das 17:15

Mas quem aqui está aplaudindo de pé??
É lógico que quem tem depressão deve ser tratado com todos os recursos necessário. Várias pessoas aqui estão sugerindo terapia para que ela lide com essa situação de uma maneira melhor.

A questão tratada aqui vai além da depressão pós parto - estamos no referindo no mito de que toda mulher quer ser mãe e de que toda mãe é tomada por um estado eterno de graça - e qualquer outro sentimento é proibido, reprovável e passível de punição.

A maternidade como é hoje foi socialmente construída!!! Não estimular as pessoas a olharem além da propaganda da pampers e negar que há mulheres que não gostam de ser mãe (mas nem por isso abusam de seus filhos) ou que não se sentem "iluminadas" é justamente a forma mais eficaz de evitar problemas como esse.
O fato de mães serem "proibidas" de expressar qualquer coisa que não seja esse amor de conto de fadas e uma alegria constante e inabalável é que impedem mulheres com depressão pós parto procurem ajuda ou que a doença seja reconhecida...

Ninguém aqui está feliz ou satisfeito com a desgraça alheia...

Jane Doe

Claudio disse...

É normal que as mulheres não gostem de seus filhos, onde elas os veem como moeda de troca.

Cuidado, há grandes chances no futuro de ele se rebelar contra você.

Roxy Carmichael disse...

A maioria das pessoas fica grávida sem planejar. Existem dados estatísticos sobre isso. Mas sinceramente não sei se planejar resolve automaticamente a equação do "filho na barriga ou fora dela = amor incondicional". Tendo a pensar que não resolve: porque você apenas imagina como será, pode ler livros, ouvir diversas fontes, mas só dá pra saber mesmo na hora que o filho tá ali nos seus braços e ali ficará por um período considerável de tempo. Acho totalmente coerente que muitas pessoas, tanto as que planejaram, como as que não planejaram, se arrependam. Acontece assim com inúmeras decisões que tomamos ao longo das nossas vidas, as quais só teremos a verdadeira dimensão ao passar por elas na pele.
A autora do texto revela ter passado pelo período da depressão pós-parto, mas dá pra depreender a partir da leitura que esse período já passou, portanto quero manifestar meu incômodo diante de comentários que procuram patologizá-la, reafirmando que se você não ama incondicionalmente o filho ou o papel de mãe você é doente. Me incomoda porque essa não é uma mera opinião. É sintoma de uma normativização que oprime inúmeras mulheres: aqueles que amam os filhos mas cujas atitudes nunca satisfazem o ideal de mãe perfeita, aquelas que amam os filhos mas não amam o papel de mãe e aquelas que não sentem a menor vontade de serem mães, também aquelas que sim sentem, mas não são porque seus organismos não permitem (questões de infertilidade). Ou seja, essa normativização é nociva a TODAS as mulheres.
Também foi interessante Lola ter esclarecido essa confusão entre não amar o papel de mãe e os maus-tratos. Poxa tão querendo policiar até pensamento? Até no pensamento a norma deve reprimir?
Sim a autora DECIDIU ser mãe e está arcando com todas as responsabilidades que essa decisão requer. O problema antes era: transou e agora não quer assumir responsabilidade (para mulheres que abortam). Mas agora é também em relação às mulheres que ASSUMEM A RESPONSABILIDADE? Qual é o próximo passo? quem tem filho deve assinar um termo em que os próprios interesses nunca serão considerados, sob pena de levar uma letra escarlate de egoísta na testa?Um termo em que qualquer queixa permite que qualquer um te julgue e te puna? Que você deve dedicar todas as horas do seu dia e da sua noite ao filho sob pena de que ele vai se sentir negligenciado?

off topic
lola a edição da folha de hoje casualmente dedicou alguns textos que tocam em temas caros ao feminismo: tem uma reportagem sobre sexismo no esporte no caso da capitã da equipe de tenis da espanha, sobre crimes sexuais numa cidade da inglaterra e sobre a velha cantilena da juventude criada com leite com pera que reclama do feminismo

Anônimo disse...

Eu acho que você fica alimentando esse seu ódio em ser mãe. A maternidade não é mil maravilhas, concordo. Mas também não é bacana criar uma página pública de ódio, principalmente quando inevitavelmente isso atingirá seu filho, que crescerá sem uma referência importante. E se você passa 24 horas por dia cuidando do seu filho, isso não quer dizer muito, muito pelo contrário, demonstra que você não está conseguindo desenvolver outros aspectos da tua vida. Desculpe-me, mas você tem obrigação de superar isso e quem sabe parar de culpar apenas a maternidade pelos seus verdadeiros fantasmas.

Anônimo disse...

Jane Doe:
Concordo que não é toda mulher que quer ser mãe e que se dá bem com a maternidade, seja ela uma escolha ou não. Cada uma tem que ter a liberdade de escolher se quer ter filho ou não. O problema é que, como já disseram aqui, parece que esse post é uma licença pra "aí tá vendooo?? Ser mãe é uma merda, esse negócio de amor materno é uma falácia pra submeter as mulheres ao patriarcadooo." E não é assim. Essa situação do post é exceção. A maioria das mães ama os filhos e não se arrepende de tê-los. Mais uma vez, vale destacar que "não se arrepende" não significa que a pessoa não teve que abrir mão de várias coisas pra ser mãe. Apenas a maioria acha que vale a pena.

Anônimo disse...

Fernanda, eu fiquei com pena de furar tua bolhinha mágica... hum, nope, vamos acordar pra vida, filha. Primeiro: não é pq uma pessoa é da família q vc a ama. Eu já contei lá em cima, eu e minha irmã nos DETESTAMOS e não houve defecação de regra que fizesse isso mudar. Então, que tal você acordar pra vida real e entender que uma pessoa ser da família NÃO GARANTE q vc vai amá-la ou que ela te ame? Segundo: caráter? Ok, vamos lá: você ao menos tem algum parente com necessidades especiais? E se tem, já ficou um ou dois dias tomando conta delx integralmente (muita atenção nessa parte) 24hs, fazendo tudo SOZINHA, inclusive dar banho e se preciso limpar a pessoa pra que os pais delx pudessem descansar? Ou você é daquelxs HIPÓCRITAS que adoram apontar o dedo e julgar sem nunca ter passado pela situação? Que enchem a boca pra dizer "Ai, eu faria de tal jeito, por isso sou melhor que vc, sua baranga" mas nunca nem encostou no rojão q as famílias dessas pessoas tem que segurar? Se for, você não merece nem o trabalho de te mandar praquele lugar.

Anon das 16:51 muito boa a sua sugestão. Muito mesmo. E quantas crianças nessa situação você já adotou? Ah, e quantas mulheres que descobriram não gostar de ser mães você apoiou pra doarem os filhos? E quantas mulheres nessa situação você defendeu dos apedrejadores de plantão? Pra quem vc já comunicou sua ideia? Quantas famílias de mulheres vc já convenceu a deixar a mulher dar o filho pra adoção? Quer um óleo de peroba pra passar na cara?

Anônimo disse...

Eu descobri que gostaria de ser mãe quando trabalhei em um berçário, e por sinal adorei, e quando vi meu marido, que na época era meu namorado, aninhando um bebê. Descobri que quero ser mãe e quero vê-lo como pai. Acho que ele será um ótimo pai, ele é carinhoso, atencioso e dedicado. Já estamos casados há quatro anos e esse ano farei 30 anos, então as vezes eu falo sobre isso com ele, mas confesso que sinto muito medo. As vezes que suspeitei estar grávida, ele ficou feliz, eu fiquei assustada.
Sou bastante realista, vejo amigas e conhecidas que são mães, sei que é bem dificil. Vejo o relacionamento que tive com a minha mãe, vejo amigas minhas que tem relacionamentos péssimos como eu tive e me parece óbvio que maternidade é para poucas, paternidade, nessa sociedade machista e atrasada, menos ainda. Penso que posso me surpreender, me realizar como mãe, mas tenho medo de ser como a maioria das mães que conheço, que são mães apenas por que é assim que deve ser. Que criam os filhos sozinhas, com o marido posando pras fotos e a família palpitando, mas que na hora do aperto ficam sozinhas. Algumas são boas mulheres, outras nem tanto, e seriam mais felizes sendo outra coisa. Tenho medo que seja como ser dona de casa, algo que eu até admiro, aquela mulher organizada, que gosta de cozinhar, mas que eu nunca serei, que eu nunca consegui ser. Eu posso ser casada e não cuidar da casa, posso comer fora e faxinar quando estou a fim. Mas mãe eu seria todos os dias, não há como fugir.
Aos que criticam as mulheres que questionam a maternidade: deixem de hipocrisia! Por causa de gente como vocês que temos tantas mulheres infelizes. Dizem que a mulher que quis mas fecham os olhos para os pais ausentes, negligentes.

Anônimo disse...

Oi, Lola!

Esse caso me parece ser tão mais complexo do que o post deixa transparecer. É só dar uma olhada no blog da J. (que, gostaria de ressaltar, não conhecia até hoje). Naquele espaço, entre tantas outras coisas que escreveu ao longo dos anos, a J. diz ter enxergado o marido, que é bem mais velho, como o “príncipe virtual” que a fez se sentir, enfim, bonita (pois, antes dele, se achava feia), aceita (pois havia sido rejeitada pelo pai) e levou-a para morar em seu castelo (“Conto enfadado”, 30.03.2009). Ao mesmo tempo, esse marido é apresentado como um pai, preenchedor do vazio deixado pelo pai biológico da J., que não quis assumí-la; de modo semelhante, ela se vê, em parte, como mãe do marido (“30 anos”, 31.08.2011). Antes de engravidar, a expectativa dela com relação à maternidade é de que fosse encontrar ali o “amor maior”, tendo mencionado anteriormente a mãe que sempre havia sido distante (“Porque [sic] quero ser mãe?”, 22.09.2009). A preocupação com a forma física (com a magreza) aparece em várias passagens, documentada com fotos - e é claro que a gravidez (i.e o bebê) contribuiu para que a J. engordasse (ela, que havia emagrecido motivada pelo amor ao príncipe). Tendo chegado ao mundo, o filho é descrito como um intruso, alguém que compete com ela pela atenção do marido (“E como fica o sexo?”, 25.12.2010). Uma frase sobre o marido que me impactou: “Sinto falta da época em que fazíamos amor e eu era a única sombra que refletia nos olhos dele.” Ela grita com o menino e diz que ele nunca deveria ter nascido (“Eu no divã”, 22.11.2011). Segue a passagem em questão: “algo dentro de mim vem à tona, borbulhando, desato a gritar, a dizer coisas ofensivas e muitas vezes disse a ele que não queria que ele tivesse nascido.” No mesmo post, ela diz não ter sentido o amor da mãe.

Em suma: na minha opinião, o problema da J. não está nem na maternidade em si, nem na criança. O menino, neste caso, me parece ser a famigerada “ponta do iceberg”. Fico com a impressão de que a J. precisa de ajuda profissional – para ontem! Aparentemente, ela foi rejeitada e está repetindo a rejeição que sofreu.

Abraço,
L.

Camila Barreto disse...

Eu acredito que ninguém tem que gostar de ninguém só por ser parente. Ninguém é obrigado a amar mãe, pai, filhos, irmãos, primos, avós. Somos obrigados a respeitar, não amar. Mas acho que quando pais decidem ter filhos, eles tem a obrigação de cuidar do filho - coisa que a mãe do post claramente faz.

Pelo texto que eu li, ela passou por depressão pós parto e se curou, e hoje vive uma vida tranquila com o filho, apesar de não amar incondicionalmente o "papel" de mãe que ela exerce. Honestamente, eu não vejo problemas e "perigos" como tem gente moralista comentando aqui. Acho bem normal a pessoa não gostar do papel de mãe, não se realizar com isso. Não acho que isso signifique maltratar a criança.

Anônimo disse...

Minha mãe me teve aos 17 anos, saiu de um relacionamento abusivo com o meu pai uns anos depois de eu nascer. Percebo que não sou amada como filha por ela, mas sempre achei que fosse fruto da minha mente, até porque ela faz muita coisa por mim. Mas não vejo amor nessas ações, não tem afeto e muito menos diálogo. Há uma disparidade muito grande da relação que ela tem comigo comparada com a relação que tem com a minha irmã, que é de pai diferente. Acho que o fato de eu ser muito parecida com meu pai tanto fisicamente quanto em gênio a faz ter uma certa raiva de mim. Não é culpa dela, até porque sou fruto de uma gravidez indesejada e fruto da ilegalidade do aborto. Por isso defendo fortemente a legalização do mesmo, para que mulheres não passem o que minha mãe passou e filhxs indesejadxs como eu não passem pelo mesmo também.

Anônimo disse...

Eu não acho que a J seja doente por se sentir assim. Ela reconhece que teve depressão pós parto (que por sinal, estudos mostram que mulheres que passam por tratamentos para engravidar estão mais propícias por causa dos hormônios).
No entanto, eu acho que ela precisa sim de um acompanhamento de um psicólogo. Repito, isso não quer dizer que eu acho que ela seja doente. Pessoas totalmente sãs se beneficiam de ir a um psicólogo. Digo que ela deveria ir pq essa criança provavelmente vai sentir essa "rejeição" em algum momento da sua vida e a própria J pode vir a ressentir seu filho de uma forma não saudável.
Ser criado por uma mãe que não te ama não é fácil e acho que, por ter planejado tanto essa gravidez, a J deve a seu filho ajuda-lo a passar por isso e ser uma pessoal emocionalmete saudável.

Anônimo disse...

Larga a cara de pau e pega no perfex filha, você nao precisa concordar pra ajudar.

Anônimo disse...

Charlatafeminismo chato de todo dia! Já não basta achar que Sexo e as negas é preconceituoso, agora querem dizer que tudo bem a mãe não gostar do filho! Me desculpe, mas uma mãe que não gosta do filho sem uma razão forte não é uma boa pessoa e pronto! Não tem nem como defender. Essa mulher, coitada, me pareceu mais um misto de alguém em estado de depressão que precisa de tratamento e sem preparo. Desejo o melhor para ela.

Anônimo disse...

Eu sou leitora do blog da J., passei a acompanhar quando cai lá, meses atrás, por engano...
Gente, ela não tem depressão pós-parto mais, o filho dela já é grandinho, tem mais de 4 anos...
Na minha opinião, o problema dela (e o meu tb) é que ela é meio pessimista, e está sempre focando nos aspectos negativos da maternidade... acho que a grande diferença entre a pessoa que odeia ser mãe e as que amam, é o foco.
Sobre não sentir um vínculo com o filho, acho que ela deve ter algum tipo de bloqueio, recomendo o livro "A Maternidade e o Encontro com a Própria Sombra", da Laura Gutmam, ele é excelente e pode ajudar.
Abraços
Lidia

Aline J disse...

"Achei que eu era a única que se sentiu desconfortável com esse relato. Tô vendo aqui é todo mundo passando a mão na cabeça e apoiando a mãe que odeia o filho e imagina uma faca na cabeça dele."

Pessoas burras: Como lidar? Em nenhum momento a J disse que vai estripar o filho ou bater nele com cinta. Aí sim a gente poderia dizer que ela está errada.

Parem de cagar regra sobre como ela deve se portar, não foi dito nem uma vez que ela agrediu a criança. É perfeitamente possível ela gostar do filho e tratá-lo bem, mas não sentir o amor incondicional de mãe que como idiotas dizem "é instinto materno".

Anônimo disse...

Nossa. Obrigada. Sempre quis ter filhos porque idealizava muito a maternidade. Tenho dois com diferença de 1 ano e 8 meses entre eles. E, puxa, que difícil! Passei por uma depressão gravíssima, faço análise há dois anos e, hoje, o que mais quero é que cresçam logo e que cada um cuide da sua vida. Ter aquela sensação de "missão cumprida", sabe. Seu texto me amparou. Obrigada de novo.

L. G. Alves disse...

Eu ainda sou filha. Não quero ser mãe. Sou filha de uma criatura que nunca deveria ter engravidado. Ela deve ser como essa mulher do post. Em parte tem muito disso nela. É uma péssima mãe e eu não consigo perdoar gente assim porque até hoje sofro as consequências desse desamor. Eu sinto uma raiva muito densa. Uma revolta sem que tem fim. Preferia que ela nunca tivesse engravidado. Até cheguei a preferir que ela tivesse tido me dado para adoção. Bem, só quem sabe é quem passa pela situação de ter uma "mãe" como essas.

Julia Niquet disse...

Concordo plenamente com a Camila Fernandes. Não consigo ver nesse texto a quebra dos mitos da maternidade angelical, apenas uma historia triste sobre as consequências de uma depressão pós parto não tratada.

L. G. Alves disse...

Eu ainda sou filha. Não quero ser mãe. Sou filha de uma criatura que nunca deveria ter engravidado. Ela deve ser como essa mulher do post. Em parte tem muito disso nela. É uma péssima mãe e eu não consigo perdoar gente assim porque até hoje sofro as consequências desse desamor. Eu sinto uma raiva muito densa. Uma revolta sem que tem fim. Preferia que ela nunca tivesse engravidado. Até cheguei a preferir que ela tivesse tido me dado para adoção. Bem, só quem sabe é quem passa pela situação de ter uma "mãe" como essas.

Anônimo disse...

Olhando os comentários vejo como as pessoas estão projetando esse post nas suas próprias vidas familiares. O texto não levantou só questões feministas de maternidade e sim como é difícil essa coisa de família.

Foi dito muito aqui que ninguém é obrigado a amar a família. E eu concordo. Mas fica claro tb como isso gera ressentimento e mágoa nas pessoas.

O que a J sente é perfeitamente normal mas não dá pra ignorar que terá conseqüências para ela e para o filho no futuro.

L. G. Alves disse...

O que ela escreveu : “algo dentro de mim vem à tona, borbulhando, desato a gritar, a dizer coisas ofensivas e muitas vezes disse a ele que não queria que ele tivesse nascido.” Coitada dessa criança. Eu sei o que a aguarda.

Anônimo disse...

1- pelo que li no relato, os pensamentos em que a autora tinha vontade de maltratar o filho ocorreram no período de depressão pos- parto.
Antes de dizer que a autora esta fazendo apologia a maus tratos, precisamos saber se esses pensamentos nao fizeram parte de um quadro de depressão após parto / psicose puerperal . Provavelmente sim. Isso tem tratamento.

2- nao sou mãe, nunca quis ser , e quem sou eu pra julgar a J. Porém fiquei preocupada somente com uma coisa : nao deixe su filho saber , mais pra frente, que vc escreveu esses relatos. Se preciso, ponha pseudônimo no seu blog onde escreveu isso, troque os nomes, iniciais, etc. Eu seria muito infeliz se soubesse que minha mãe escreveu um texto na internet dizendo que se arrepende de ter sido mãe. Entao,desabafe, mas preserve seu filho , para seu bem e para o bem dele . Um abraço .

Anônimo disse...

Tudo nessa vida requer sacrifícios e isso é em todas as áreas,cada escolha tem o seu lado bom e o seu ruim e para lidar com ambos é necessário amar o que faz.

Respeito as mulheres que não querem ser mães porém discordo de que toda mãe enxergue no filho um grande sacrifício ou se arrependa de ter-ló tido.

Eu conheço mulheres que ter filho foi um sonho realizado e muito satisfatório e também conheço aquelas que não tiveram e que também são felizes.

Portanto é equivoco generalizar que ser mãe é um fardo.Mas reconheço que ser mãe é um "talento" que nasce com algumas mulheres.

E ainda ouso citar alguns depoimentos de mulheres que engravidar para elas foi um erro e muitas pensaram até em abortar,só que eis a surpresa da vida,esses filhos se tornaram a salvação dessas mães, que mais tarde passando por tantos problemas graves viram muitas portas se fecharem,vindo o socorro somente dos filhos que as amam e as protegem e hoje agradecidas se sentem aliviadas por não terem abortado.Não crio a ideia de se ter um filho como segurança,mas que aqueles que foram desprezados se tornaram o porto seguro de muitas delas.

Cada caso é um caso.

Anônimo disse...

Também me identifiquei com muitos relatos aqui... não sou mãe, mas não sinto a mínima vontade também.
Minha mãe sempre preferiu o meu irmão mais velho, é uma relação doentia e ele se aproveita disso.
Decidi me afastar, casei e moro bem longe, sem chances de ficar por perto. Minha família também é muito machista e minha mãe não fica atrás, tenho vários problemas com minha sexualidade por causa dela, tenho 29 anos e carrego marcas de repressão, abuso sexual por parte de vizinho e muita mágoa de tudo que ela já me disse e continua dizendo em qualquer situação.
Nos últimos anos sinto que nossa relação é cada vez mais superficial, não sofro mais (antes eu quase morria de paixão por me sentir preterida) e sigo minha vida independente da dela e do restante da família.

Anônimo disse...

As moças aqui falam como se pessoas não precisassem de afeto para ser felizes e saudáveis. Como os pais são a principal e quase única referência externa de um bebê, é obrigação deles prover esse afeto.

Anônimo disse...

Mulheres com depressão pós-parto podem sim (no sentido de que há possibilidade) pensar em matar os filhos. Em jogá-lx pela janela, em afogá-lx na banheira.

Se vocês anons, não estavam cientes disse, pois fiquem. Ninguém tá passando a mão na cabeça dela, só não somos ignorantes.

Anônimo disse...

Vamos falar de violência domestica.
Segundo dados da Unesco, a maioria de casos de maus tratos contra crianças, e praticado por seus progenitoras, os números no Brasil por exemplo, são alarmantes. Não digo que devemos cria uma "lei Juninho da Penha' ou nada do tipo, mas sim discutir isto de forma franca.
E da mesma forma de homens não podem se esconder atrás de pseudo patologias da mente, para praticar abusos e outras monstruosidades, os pais e especificamente as mães não devem se esconder atrás de "disturbios de fabricação moderna" para praticar torturas fisicas e emocionais contra crianças.

Anônimo disse...

"Mulheres com depressão pós-parto podem sim (no sentido de que há possibilidade) pensar em matar os filhos. Em jogá-lx pela janela, em afogá-lx na banheira"

Um homem sob forte pressão emocional e hormonal, pode sim cometer um abuso sexual ou fisico contra uma mulher.

Aposto que esta frase te fez ter vertigem né?! Pois você tem agora uma ideia em relação a como nos sentimos referente a sua.

Anônimo disse...

Feministas deveriam serem castradas.

Anônimo disse...

Ninguém pode dar aquilo que não tem em si.

Anônimo disse...

Faz esse favor pra mim, anon das 22:17? Você não sabe o quanto é dfícil uma mulher sem filhos fazer laqueadura e eu tô doida pra não precisar mais me preocupar com gravidez. E aí, me castra? Pode ficar com meu útero pra você se quiser, eu não quero essa droga mesmo. Meu sonho é jogá-lo no lixo, que é o lugar dele.

Anônimo disse...

Anon das 18:51 fez a análise mais acurada. No caso da J, ela foi vítima da idealização do amor materno. Mas não consigo sentir empatia por ela. Ela admite pra si mesma que não sente o tal amor incondicional, o que é saudável. Mas daí parece culpar a criança por ter engordado, por lutar para ter a própria individualidade, pelo trabalho com os cuidados do menino. E já chegou a dizer para ele, mais de uma vez pelo que dá a entender, que preferia que ele não tivesse nascido. Tudo bem chegar à essa conclusão; jogar na cara da criança é o cúmulo. Se continuar assim, se prepare para ele responder que não pediu pra nascer e que preferia ter sido abortado do que ser seu filho.

Anônimo disse...

"Mulheres com depressão pós-parto podem sim (no sentido de que há possibilidade) pensar em matar os filhos. Em jogá-lx pela janela, em afogá-lx na banheira"

Um homem sob forte pressão emocional e hormonal, pode sim cometer um abuso sexual ou fisico contra uma mulher.

Aposto que esta frase te fez ter vertigem né?! Pois você tem agora uma ideia em relação a como nos sentimos referente a sua.

23 DE SETEMBRO DE 2014 22:14

A diferença é que essas mulheres estão PENSANDO e os homens estão COMETENDO ABUSOS. É extremamente uma mulher com depressão pós-parto realmente machucar fisicamento x filhx, mas pensar na possibilidade é normal, é um sintoma. Ninguém acha que seja bom, mas é preciso reconhecer que o problema existe, que é uma doença e que existe tratamento.

Anônimo disse...

Anom das 22:14,
que genial que vc é, parabéns, essa comparação faz todo o sentido (sqn). como diria luciana genro, se vc estudar um pouquinho...

e pessoas tão apressadas em dizer que J. é exceção, ou que é louca ou que simplesmente escutar o que ela diz é "passar a mão" na cabeça:

talvez, só talvez, vcs estejam mais preocupados em proteger os seus preconceitos sobre o que é ser mãe e como ela deve se sentir do que com o bem estar da criança.

mas tenho visto que simplesmente é mto raro alguém se propor a escutar uma mãe falando dos seus problemas com a maternidade.

isso porque, ou as pessoas se vêem como vítimas, se colocando no lugar do filho ou, então, se colocam como mães muito melhores, que nunca na vida tiveram dúvidas (mães que nunca têm dúvidas me assustam demais, mas parece que não à maioria das pessoas)

mas qualquer que seja a posição que que o interlocutor assuma, o saldo é a desumanização: não se permitem fraquezas à mãe.

a vida se torna mais solitária e miserável, mas estará sempre tudo bem, desde que a mãe seja forte e não ofenda, com os seus sentimentos, a sensibilidade dos estranhos.

Elaine Cris disse...

Não sou mãe, não sei se serei um dia, mas fiquei pensando se não existe outro jeito de ser mãe que talvez você não odeie... Não sei...
A autora relatou que fica sozinha vinte e quatro horas por dia com a criança, em um país estranho, longe do marido, dos amigos, da família. Fiquei pensando que mãe gostaria de estar exercendo o papel de mãe nessas condições... e acho que muito poucas...
Será que não tem nada que possa ser feito pra melhorar essa situação?
Abraços e tudo de bom pra autora.

Anônimo disse...

Espero que essa criança se sinta amada ao longo da vida, eu simplesmente acho que a autora do texto é uma mulher problematica pois ja começou numa relação que via o marido duas vezes por ano? E ainda tem cabimento de dizer que a ama mais um homen q ela ve de vez enquando, mais do filho que ela luto pra parir? Que pelo jeito quis parir ra prender o cara,ja que é muito facil ter uma relação que nao precisar se dedicae como ela precisar se dedicar a criança, uma mulher depressiva, com a vida toda errada, tenho pena dessa crianca, que realmente acho que uma mulher sabe sim se quer ser mae ou nao, antes de parir ela sabia se queria ou nao se tinha vocaçao, sou afavor do aborto, da adoção do que vir aqui relatar algo tao inutil e desprezivel,minha mãe me da muito amor quando estou triste e me sinto perdida me sinto acolhida por esse amor que ela tanto me da, agora penso numa criança com uma mãe dessas prefiro acreditar que ela tem depressao e é doente do que ser mimada e toa inutil ao ponto de nao ter doado ou abordado essa criança antes de escrever tamanha asneira.

Eli disse...

Entendo essa necessidade da autora de encontrar pessoas que passem pela mesma coisa. Em dia das mães eu me acho uma filha horrível porque eu vejo as pessoas falando o mundo e o fundo das mães, daí eu entro no tumblr na tag "child abuse" pra me sentir melhor, não sou só eu que fui abusada pela própria mãe (antes q alguém pergunte, a minha mãe me ama, só que em compensação ela sempre me bateu muito e me criou numa redoma de medo).

Anônimo disse...

"Um homem sob forte pressão emocional e hormonal, pode sim cometer um abuso sexual ou fisico contra uma mulher."

hm... Não. Ele comete porque é uma pessoa ruim, é misógino e lixoso mesmo. Se você acredita que estuprador estupra porque está sob "pressão hormonal e emocional", só lamento por você, defensor de estuprador.

Sobre essa comparação sem pé nem cabeça:
"Se eu pudesse desver isso, eu desveria"

Vai chorar na cantareira.

Jéssica disse...

"O CASO DELA É UMA EXCEÇÂO, NÃO DÁ PARA SE BASEAR NISSO!"

"Estima-se que cerca de 60% das novas mães passam por uma forte melancolia após o parto conhecida internacionalmente como baby blues. No Brasil cerca de 40% desenvolvem depressão sendo que 10% apresentem a sua forma mais severa. Recomenda-se que uma psicoterapia seja iniciada o mais rápido possível." (Erika Harvey (2002) Depressão Pós-parto.)

40% das brasileiras são exceções agora? Você nunca ouviu falar porque o assunto é tabu, não porque é raro.

Anônimo disse...

"Feministas deveriam serem castradas."

Machistas deviam ter as bolas arrancadas à sangue frio.

Estamos quites.

Jéssica disse...

E a comparação com pets é péssima, se menos pessoas "amassem" seus pets e mais pessoas de fato cuidassem deles, não veriamos tantos casos de mal-tratos de animais.

O povo falando que a situação dela não tem culpa nenhuma da sociedade só pode estar de brincadeira. Até a mulher mais anti-social já teve duvidas se deveria ser mão por pressão social e propagação de mitos.

Anônimo disse...

Mudando um pouco de assunto, vc viu Lola? http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/folha-online/equilibrio/2014/09/23/mulheres-usam-redes-sociais-para-contestar-bandeiras-do-feminismo.htm

Jéssica disse...

Anon das 22Ç14, você está tão cego que nem percebe a diferença entre "pensar em cometer" e "cometer"?

Sinceramente, a maioria das famílias tem filhos para formar o comercial de margarina, para segurança na velhice, para espalhar genes ou qualquer besteira do tipo (ou, também, porque não teve escolha). A maioria das famílias brasileiras acha que espancar crianças é educar, prova de amor. Não acredito nem por um instante que essas pessoas que dizem ter pena da criança realmente sintam isso, e não apenas prazer em desmoralizar a guest.

Minha mãe me teve sem querer, decidiu que me queria depois de já ter engravidado (pena que não é como se ela tivesse outra escolha...). Casou com meu pai grávida. Meus pais me criaram bem, acredito que me amam, mas eles não tinham maturidade emocional e foram pais extremamente controladores, cabeça-quente e com pouco diálogo (só me dou bem com minha mãe hoje em dia porque nós vemos só 1 vez por mês). Já perguntei para minha mãe se ela se arrepende, ela diz que não, mas eu sei que se ela não tivesse me tido, ou pudesse ter planejado melhor, ela poderia ter casado com um homem melhor e não teria se sentido tão pressionada. Lembro inclusive que quando eu era nova ela mentia dizendo que eu era fruto de gravidez planejada, mas mesmo criança eu sabia que eu não era, achava ruim, mas ok. Sinceramente, não vejo problemas em admitir que minha mãe poderia estar melhor se eu não existisse, ela é uma pessoa.
Meu marido é outro que sabe muito bem, desde cedo, que foi uma gravidez indesejada e que seus pais só cuidaram dele porque tinham que cuidar, essa falta de "amor incondicional" não impediu que ele crescesse saudável, bem cuidado e com um bom relacionamento com a família (inclusive com a irmã, que foi uma filha desejada).

Anônimo disse...

Diva

Eu já era fã dessa menina pelo enorme talento que tem, e não bastasse ser linda e talentosa ainda é politizada e feminista!!!

Ao contrário da vacilona da Shailene que disse que "não é feminista porque gosta de homem"(que tola!) a Emma afirma seu feminismo de forma bela e orgulhosa!

https://br.mulher.yahoo.com/emma-watson-faz-discurso-na-onu-sobre-feminismo-162251665.html

Maria Fernanda Lamim disse...

hm, muita coisa pra comentar!

antes de mais nada digo que o que vou escrever aqui e so a minha opiniao, nao pretendo julgar nem "cagar regra" na maternagem de ninguem. so vou falar como funciona pra mim...

eu conheço o blog da J. acho interessante o que ela escreve e acho corajosa a atitude de assumir a decepçao com a maternidade, pq isso e um tabu. mas acho que tem mais caroço nesse angu...

hm, claro que a depressão pos parto teve influencia no inicio. mas me parece que uma certa idealizaçao da maternidade tb fez parte dessa decepção. quando vc imagina que uma situação vai ser maravilhosa, acaba se decepcionando qd ela mostra suas dificuldades. e o caso de muitas maes "arrependidas".

e nessa coisa de idealizar entra tb a ilusao de que a maternidade sera boa o tempo todo. nao e, nada e! a minha mae me amava muito, mas ela sempre brincava dizendo que "filho tinha que ter botao de off". hj penso a mesma coisa, rs. amo muito meu bebe, mas seria otimo "desliga-lo" as vezes, hehehe. isso e humano e normal. td mundo as vezes se cansa do proprio trabalho, do marido, e normal cansar dos filhos as vezes. mas a sociedade nao permite que mae se sinta assim...abrir mao da propria carreira e pessimo tb, claro. eu jamais faria isso, e por isso tive que me organizar de forma a conciliar a maternidade e o trabalho.
(continua)

Maria Fernanda Lamim disse...

(continuaçao) outra coisa: faltam, muitas vezes, informaçao e orientaçao corretas. por exemplo, ela menciona que nao conseguia fazer nada em casa sem o filho chorar. meu bebe de dois meses e EXATAMENTE assim: reclama se eu fico longe. mas ai e que ta a importancia da orientaçao: minha doula me orientou a usar o sling. assim, eu ando pela casa e faço de tudo, com ele amarradinho a mim. e toda vez que eu ouço uma mae que amamenta dizer que ta sem dormir e exausta, eu me pergunto por que nao faz cama compartilhada. qualquer pessoa vai ficar exausta e deprimida se tiver que sair da cama e ir amamentar em outro quarto 4, 5 vezes por noite (frequencia com que um bebe pequeno mama). se o bebe estiver na mesma cama que vc, ou em um bercinho acoplado, faz TODA a diferença! e não, nao e perigoso pra criança compartilhar a cama e nem mamar deitada, isso sao mitos. tb nao fica "mal acostumado". as indias carregam seus bebes amarrados ao corpo, amamentam em livre demanda, dormem com eles na mesma rede e nao se ouve falar em curumins mimados.

outra coisa que noto no relato dela e de outras maes no mesmo blog: elas ficam sozinhas o dia todo com o bebe. isso e um fenomeno da nossa sociedade atual: a mulher de classe media sempre fica sozinha com seu recem nascido, o que é um absurdo. quando nasce um bebe numa tribo, a mulher esta cercada de cuidados; no interior e na favela, as vizinhas, amigas e parentes se mobilizam; ja a mulher ocidental de classe media urbana esta sozinha! isso e pessimo para a mae e para o bebe. mulher puerpera precisa de apoio. eu topei abrir mao do meu espaço e me mudei pra casa da minha sogra nesse primeiros meses do meu bebe exatamente pra ter esse apoio.

e por ultimo, as vezes eu acho que falta uma dose de bom humor a maes e pais. quando eu estava tentando engravidar, muita gente me desencorajava dizendo "e terrivel, sua vida vai acabar, vc que gosta de trabalhar e ter liberdade nao vai aguentar, vc vai ter depressao, nao faça isso, vc tera que limpar coco, e nao vai conseguir comer nem tomar banho etc etc etc". olha, sobre isso, tem dias sim que meu filhote me obriga a comer com uma mao so, dias em que ele suja varias roupas... e eu procuro rir disso! tem um lado comico, ne. e se a gente nao ri dessas pequenas adversidades, a vida fica muito pesada.

e, finalizando, sim, esses mitos machistas de que "mae e sagrada e infalivel" e tb o "toda mulher precisa ser mae" devem ser desconstruidos, pra ontem. ser mae e escolha.
outra coisa que nao ajuda e a mae ser sempre mais cobrada que o pai. isso so sobrecarrega as mulheres.
e nao, o amor nao e instataneo e incondicional, ele e sim cosntruido, desde a gravidez; vc e seu bebe vao se conhecendo aos poucos e se envolvendo...e um processo. e pode sim ser muito bom, apesar dos percalços. :)

Anônimo disse...

"Ao contrário da vacilona da Shailene que disse que "não é feminista porque gosta de homem"(que tola!)"

Qual o problema da menina gostar de homem?

Crl disse...

Concordo sim com a desmitificação da maternidade, mas não do modo que foi proposto no texto. Ao meu ver, afeto, carinho e amor são sim essenciais na criação de um ser humano saudável, e são portanto, parte da função dos pais, juntamente com alimentação, abrigo, ensino. E por mais que esses sentimentos conflitantes existam não são uma coisa sem vítima. A vítima é a criança, que carregará graves consequências, talvez a vida toda. Uma.coisa é desconstruir o mito em cima da maternidade, outra muito diferente é ser conivente com negligência emocional. Não que tal assunto não deva ser discutido, mas também não deve ser assim, tão aceito

Anônimo disse...

Eu entendo o lado da autora do post, mas por outro lado, esse assunto mexe comigo, pois sou filha de uma mãe que se encaixa perfeitamente nesse caso de quem nunca quis ser mãe e detestou quando o foi.

Sempre ranzinza, implicante e falando aos quatro ventos que eu nasci por um acidente e minha irma nasceu porque meu pai queria outro filho e eu pedia uma irmã.

Então, não dá pra passar a mão pela cabeça, tivemos uma péssima relação durante muito tempo e, depois de um tempo, devolvi pra ela toda a rejeição da infância.

Somente ano passado, depois de muita terapia, que fiz com o dinheiro dela, inclusive, eu comecei a entender que ela é uma pessoa depressiva que precisa de ajuda, mas ao contrário do que ela afirma, essa depressão nunca ocorreu por causa das filhas em si, e, sim, como uma doença que ela já tinha no mínimo uma predisposição e o fardo de criar filhos só fez com que ela arranjasse um bode expiatório pra jogar a culpa por um problema que ela tinha que resolver com ela mesma, no analista.

Então, acho que essas mulheres deviam fazer um tratamento sério, para que pelo menos, pudessem cultivar uma boa relação com a criança ou melhor separarem já o dinheiro da terapia futura dos filhos de vocês, porque afirmo, com conhecimento de causa, que não é nada fácil ter uma mãe que cuida, mas é incapaz de um gesto real de afeto.

Anônimo disse...

O problema não é gostar de homens; O problema é ela dar uma declaração dizendo que, porque gosta de homens, ela não pode ser feminista. Como se as feministas fossem todas lésbicas ou odiassem os homens...

Anônimo disse...

Uma pessoa que procura tratamento pra engravidar e depois reclama de não gostar de ser mãe claramente tem sérios problemas.


Acho que a L. de 23 de setembro de 2014 18:51 analisou bem a situação.

Anônimo disse...

Acho lindo que eu postei um comentário anônimo e alguém respondeu a réplica pra mim exatamente como eu faria.
Vocês são lindas, amo vocês :)

Sara disse...

Se formos pensar friamente e racionalmente, porque queremos ter filhos??
Aquela história de continuar a familia, e ter alguem q cuide de vc na velhice não tem mais lugar nos dias de hje.
A verdade é q muitas vezes os filhos nada tem a ver com vc, vivem e pensam de maneira muito diferente.
Eu acredito q os q nascem ainda, são frutos de descuidos, ou necessidade biológica.
Tive depressão pós parto, mas q durou poucos dias, e creio q provocada por um parto muito difícil, eu nem queria ver a criança, mas lutei contra esse sentimento, pois me sentia responsável por ela.
Fiz o melhor q pude por elas, dei tudo o pude tb, acho q elas devem ter boas memórias da infância.
Mas hje, embora goste de minhas filhas, quando vejo aquelas fotos antigas de quando elas eram pequenas, eu não me reconheço ali, não me imagino mais repetindo tudo aquilo.

Cheio de Luz disse...

Diante do relato,vi claramente a manifestação do amor incondicional de mãe,amor este capaz de abrir mão de si mesma para acolher o rebento;essa pessoa queria ter experiência de Ser Mãe(não imaginava que teria de passar por um deserto...porém continuou a caminhar ,trôpega,cambaleando ou até mesmo rastejando.), se submeteu a ficar numa cama por dias a fim de gerar uma vida;abriu mão de individualidade para ser altruísta;foi guerreira estando só com suas responsabilidades de mãe;sentiu o alívio da ajuda(sogra),pois, ser mãe é EXAUSTIVO,exige fisicamente e psicologicamente da mulher, esta "shirá"teve depressão pós parto e como uma batalha a ser travada com os pensamentos nebulosos de quem está sendo vítima,não algoz,reagiu vitoriosamente;amamentava e ainda abriu mão da creche .Quando chorava junto com o bebe,expressava emoção,ao desabafar no blog se auto-terapeutizava;enfim essa pessoa soube enfrentar com coragem e perseverança de quem sabe o que quer;claro que sentiu o impacto da "nova forma de viver"(abrindo mão de grande parte da vida sem filho pra criar),SUA ESCOLHA e...PARABÉNS por ser essa mãe tão dedicada e poder relatar ao mundo o quanto é difícil ser mãe e tenho certeza que a noite ao ver o rostinho de seu/sua anjinho dormindo você não diz a si mesma:ESTÁ VALENDO A" PENA"!!!!!!!!!! FELICIDADES MAMÃE!

Raven Deschain disse...

Emma Watson s2

A Maria Fernanda falou tudo. Todas as dicas que ela deu foram excelentes pra mim tb. Meu filho sempre, sempre dormiu comigo, pq na boa? Não vou abrir mão do meu sono ¬_¬. Maaaas meu bb era megabonzinho. Não acordava a noite pra nada.

E assim, como eu disse no outro post, me arrependo sim. Não queria ter tido nenhum, não quero ter mais e por aí vai. Repito: Meu filho e eu parecemos mais irmãos do que mãe e filho, só que isso funciona pra gente. Pra gente tá ótimo. Uma das coisas que a J. precisa, plmdds parar de fazer: Pare de ficar sozinha. Relegue algumas atividades, principalmente agora que ele tá maiorzinho. Vá ao cinema, a biblioteca, a um parque sozinha ou com alguma amiga. E deixe ele conhecer pessoas tb. O Andreas era jacu, jacu, desses de se esconder atrás de mim quando conhecia alguém novo, porque eu não deixava ele fazer nada sozinho. Era sempre ele e eu pra tudo (aquela coisa de quem pariu Matheus que balance, sabe?). Mas isso não é bom, nem pra ele que vira um bicho do mato, nem pra vc que perde sua individualidade. Falando nisso, esse povo burro que tá falando que a gente não perde a individualidade ou tá de má fé, ou é ingenuidade ou é só burro mesmo...

E gente, parem de projetar a vida de vcs no relato da menina. Minha mãe teve depressão pôs parto em todas as gravidezes, nunca matou nenhum de nós, mas tb não foi essa mulher amorosa e santificada que vcs queriam que a mãe de vcs tivesse sido, inclusive ela disse que amava sim, mais o meu pai do que a gente, e nós somos todos bem criados, ninguém é traficante nem assassino, nem partidário do PSDB.

No mais, tanto comentário burro que nem vou me dar ao trabalho. Aliás só um: Anon, homens são castrados porque vcs tem o órgão sexual pendendo para fora do corpo. Mulheres são esterilizadas. E se vc soubesse a dificuldade de se obter uma esterilização em nosso sistema médico, evitaria passar vergonha na internet. Aliás, só de vc acreditar que apenas feministas se arrependem de suas crias, já é vergonhoso. :) Tenho certeza que sua mãe se arrependeu de ter parido essa criatura besta e ela nem deve ser feminista.

Anônimo disse...

Seu relato parece uma descrição quase perfeita do que eu senti quando tive um filho. Também tive muita vontade de ser mãe - na primeira gravidez tive pré-eclampsia e a bebê nasceu prematura, vindo a morrer depois de dias de UTI, por isso fiquei super preocupada na segunda gravidez - e depois ficava me perguntando "mas POR QUE mesmo eu queria ser mãe?". Acho que eu estava entediada e queria ter uma nova experiência. Acho que todo esse blablabla sobre a mulher só se realizar sendo mãe é me fez ter essa curiosidade. Enfim, também morava longe da familia (mas não tive a sorte de ter um marido participativo e paciencioso), nem tinha condições de ter alguém me ajudando, e meu filho também demandava atenção 24hs, tive muita dor pra amamentar (empedramento, mastite, um tormento). Como você não vejo virtude nem glamour nenhum em ser uma mater dolorosa, sacrificar-se pelo filho pra mim foi falta de opção, só por que ele precisava sobreviver e mais ninguém assumiria esse cuidado. Também acho um saco essas super-mães de facebook e blogueiras fundamentalistas da maternidade que ficam arrotando pra todo o mundo que SER MÃE É A MELHOR COISA DO MUNDO E QUE TUDO COMPENSA. E ódio dos babacas psicanalistas silvestres que botam a CULPA de tudo que acontece de ruim na cabeça da criança na mãe, por mim eu faria uma fogueira de Winnicots e Kleins dançando ao redor! Uma leitura que me ajudou muito foi a "O mito do Amor Materno" que peguei aqui nas listas da Lola, para me sentir uma pessoa normal já que eu não era uma super-mãe. Hoje meu filho tem um 1a e 4m, ainda acho ele um saco porque chora muito e é muito grudado em mim, mas já consigo me comunicar com ele, rir e me emocionar das coisas que ele aprende, ter orgulho da sua esperteza e ver que sua personalidade é muito sui-generis. Acho que ser mãe de criança grande é bem mais interessante. Ainda bem que eles crescem (embora algumas super-mães se ressintam de não precisar mais dar colo e peito). Enfim, eu queria saber oque era essa experiência de ser mãe e hoje sei, isso valeu muito pra mim como ser humano, mas não vou repetir por nada neste mundo!
Gel

Ráisa Mendes disse...

Para o Anônimo das 18:43 -
"Segundo: caráter? Ok, vamos lá: você ao menos tem algum parente com necessidades especiais?"

A Fernanda foi bem clara ao dizer que tem sim uma irmã deficiente.

Pôxa, até entendi a revolta dela. Ler um depoimento de alguem cuja mãe gostaria de ter abortado o irmão se soubesse que ele era deficiente, nossa, pesado isso, putz.

Tipo, ok, vc detesta o seu irmão deficiente, mas e aí? Vai abandoná-lo na rua por isso, se fosse o caso dele ficar aos seus cuidados?

Anônimo disse...

Moça, se você ainda odeia ser mãe, você não deveria procurar um psicólogo? Eu me senti assim, mas antes mesmo da minha filha completar 10 dias, isso passou. A causa pode ser hormonal, se cuide! Mas a perda de identidade é ruim mesmo... Comigo não foi ruim porque minha identidade nunca foi muito bem definida, tenho 17 anos e minha filha faz 2 meses daqui uma semana e pouquinho. Muito boa sorte, e espero que a maternidade se torne prazerosa pra você como está sendo pra mim :)

Anônimo disse...

Não tenho nenhuma pena da autora, sequer empatia. Ela tem problemas, e deve procurar ajuda especializada, simples. Mas tenho muita pena da criança, que é culpabilizada por tudo no texto, e ainda que a autora afirme não maltrata-la e ser presente, logo a criança perceberá como a mãe é 'diferente' com ela. E serão grandes as chances da mãe descarregar todas a suas frustrações no filho.

Unknown disse...

Autora linda do post ( parabéns pela coragem!) Eu moro na França e uma coisa que sempre me chamou atenção aqui é que as mães não param de viver...
Vão pro bar com o bebê, saem, vão acampar.. enfim, claro que com muitissmo menos frequencia que os casais sem filhos, mas elas tem uma vida sabe? Não igual no Brasil que pariu, pronto! Te enterra!

Posso estar tedo uma visão limitada, só do meu circulo- mas acho que não. Um amigo brasileiro veio e reclamou que aqui vai no bar pra encher a cara e se irrita com o tanto de carrinho de bebê que tem.

No brasil nunca quis ter filhos, mas hoje em dia penso que posso continuar a existir, mesmo sendo mãe ( acho eu!)

Pra mimlé facil falar, não tenho filhos, mas se solta! Contrate uma babá, nem que seja pra que ela fique três horas com a criança pra que você possa ir ver vitrine. Ache o que te dá prazer, e faça! Depois de véia decidi fazer ballet, e sabe o que? Tem uma mulher de 30 anos, que teve filho ha três meses, e ta la, toda saltitante aprendendo ballet, enquanto a filhinha ta com o marido.

Desabafe com quem quiser, faz bem! Mas pense em como você poderia fazer sua vida melhor..

Lembro quando cheguei e não conhecia ninguem..eu era sempra "a namorada do fulano". e tudo que eu queria era só ser a Lia, com oum ser inteiro e independente... e dai procurei minhas atividades longe dele. FAça o mesmo. Se você nao quer ser mãe em alguns momentos, procure atividades onde você é somente você. beijim

Gle disse...

Raven, tu és muito engraçada, mesmo! kkkkkkkkkkkkkk. A tua ironia é demáááxxxxxxxx :D hahaha!
Acredito que existam pessoas que vivem perdendo a oportunidade de ficarem quietinhas mesmo.

Anônimo disse...

E OUTRA PARA A AUTORA DO POST: não ligue para esse monte de comentários que desvalorizam a sua vivência. O senso comum não consegue compreender a ambiguidade e a complexidade, o senso comum faz questão de converter tudo a categorias de bom e mau (para poder se identificar com o bom/virtuoso, é claro) porque não opera com mais de 2 neurônios. Além de o assunto ser um tabu completo, tem muita gente dodói que adora culpabilizar a mãe por tudo. Entender a complexidade, e aceitar a ambiguidade, exije um esforço além, um esforço de auto-critica muito grande. Ser mãe pode ser uma experiência muuuito ambígua (para 40% das mães pelo que entendi), só vivendo e refletindo a gente elabora isso. Entendo que sua expressão "Odeio ser Mãe" foi um desabafo necessário de um momento único e que você ainda vai dizer muitas outras coisas sobre ser mãe. E seu filho tem sorte de ter uma mãe que é honesta consigo mesma, e que vai ensiná-lo a reconhecer emoções ambiguas/frustrações e lidar com elas de uma forma muito mais sadia que esse monte de gente sem auto-critica que adora julgar os outros.
Gel

Anônimo disse...

Gente, eu quase morro de rir com os comentários da Raven, muuuuito bons e engraçados, leio sempre que posso.
O guest post é ótimo, eu já tinha acompanhado a discussão anterior e achei muito bom ler o texto aqui hoje para complementar. Que sorte eu tive de nem ter tentado ter filhos, lendo isso percebo que realmente não era pra mim, imagina se tivesse tido por descuido, curiosidade ou porque é assim que todo mundo faz? Acho que eu também teria cuidado do meu/minha filhx, mas ia ser muito infeliz com a escolha. É muito importante que de discuta e é praticamente um tabou, por isso há que se agradecer a honestidade de mulheres como a do guest post e da Raven ao invés de julgá-las.
Eu acho que minha mãe, por exemplo, não curtia ser mãe de criança, acho que aquilo era um tormento para ela, mas, na década de 60 et 70 ela fez o que a maioria fazia, 4 filhos, criou-nos como pode, cumpriu sua obrigação. Obrigação, não mais.
Leila

Anônimo disse...

Acho que ela deve procurar uma terapia...Pelo relato esta questão é só a ponta do iceberg...tem MUITA coisa aí que precisa ser trabalhada...

Anônimo disse...

Sentir algum tipo de melancolia após o parto, que, diga-se, é PASSAGEIRA, não dá embasamento pra uma afirmação do tipo "ser mãe não vale a pena" e "por isso não vou ter filhos". Normal sentir algo do tipo, vc se sente gorda, feia, e ainda por cima tem um nenê que não te deixa dormir. Mas, repito, é PASSAGEIRO. Pesquise e veja que dura algumas semanas.
E baby blues é bem diferente de pensamentos de enfiar facas na cabeça da criança e desejar que ela nunca tivesse nascido - pelo menos se esse pensamento dura mais de algumas semanas.
Agora se vcs acham que não vale a pena ser mãe por causa dessas algumas semanas, têm todo o direito.

Anônimo disse...

Diva

Caro Anônimo MAL INFORMADO das 01:08

Querido você é praticamente um ANALFABETO FUNCIONAL!!!
Não há problema em gostar de homem(até pq sou hétero e gosto mutcho!!) como também não há problema em não gostar.
O problema, caro mal informado que não sabe LER o que os outros escrevem, é associar feminismo com lesbianismo.
Opção sexual não tem a ver com uma ideologia!!!
O "que tola" que escrevi se refere à ela ASSOCIAR Feminismo com uma condição sexual.
Há feminista héteros e lésbicas, como há mulheres machistas héteros e também lésbicas!!
A própria Shailene que alegou "gostar de homens por NÃO ser feminista" é apontada como um suposto caso da assumida e talentosa Ellen Page.
Então se ela for lésbica(no caso, enrustida) isso mostra que mulher ou homem ser machista não é prova de heterossexualidade, só ressaltando que hetero ou homossexualidade não tem NADA a ver com caráter e inteligência.

Diva

Anônimo disse...

"quando eu estava tentando engravidar, muita gente me desencorajava dizendo "e terrivel, sua vida vai acabar, vc que gosta de trabalhar e ter liberdade nao vai aguentar, vc vai ter depressao, nao faça isso, vc tera que limpar coco, e nao vai conseguir comer nem tomar banho etc etc etc". "

Pois é, achei que só quem não tem filho sofria "perseguição" dos pró-filho. Vemos que o contrário também acontece. Assim como os ateus sofrem preconceito, já cansei de ver ateu fazendo piadinhas com quem acredita em Deus.
Solução: por que cada um não cuida da porra da sua própria vida?

Anônimo disse...

Cheio de Luz:

Era só o que faltava, prêmio de mãe do ano.

Anônimo disse...

"Vou repetir ad infinitum - se a mulher ainda não alcançou a equidade social do homem um dos grande responsáveis é o mito da maternidade. "

FATO

Ter filho é a forma mais rápida de uma mulher perder qualquer empoderamento que ela possa ter no seu contexto social.

Pra homem não muda nada. Nada lhe é exigido além da pensão, que só vai pagar se o juiz mandar. Não é automático.

Mulher esperta não procria.

Anônimo disse...

Acho engraçado que todo mundo mete o pau na mãe que não ama o filho incondionalmente, mas quantos pais que vc conhece que gostam, não é nem amar, e cuidam e se sacrificam pelos filhos? eu pelo menos, conheço pouquíssimos!
Na hora do vamos ver, a mulher fica sozinha, e se não tiver o apoio de outras mulheres como citado em um dos comentários, se ferra de verde e amarelo.
Homem não deixa de : trabalhar, sair com amigos, beber, estudar, ter hobbies, jogar poker, ter outras mulheres ( quando assim o querem), absolutamente nada, para cuidar de criança e todo mundo acha normal, afinal , ele é homem!
Só eu acho um absurdo?
E não falo nem da imensa quantidade que abandona os filhos a deus dará, sendo obrigados a darem pensão pela justiça, mas dos que ficam com as mulheres e os filhos e forma a família "margarina". Vc vai ver , a criança chora, chamam a mãe, o filho tá doente, a mãe que se vira pra levar no médico e dar conta de trabalhar fora, fez coco, mãe troca.
Claro que há exceções e que há homens que são pais participativos e maravilhosos, mas a regra é claro, Arnaldo Cezar Coelho: se ele não for, tudo bem, continua sendo uma ótima pessoa.A mulher é um monstro, se der um grito de falta de paciência com a criança, que ela tem que aturar em todos os momentos da vida, até quando está longe, pois ninguém quer cuidar do filho dela.
E vou dizer mais: minha mãe também não foi a melhor das mãe, falou que eu não deveria ter nascido, sou cheia de traumas, mas hoje entendo, que ela me amou sim, mas tinha depressão e meu pai era um grande folgado e irresponsável. É muito fácil falar mal dela e não ver que meu pai, enquanto vivo, nunca trocou uma fralda e deixava a gente passar fome, se fosse o caso, para não ter que aguentar desaforo de patrão.
Senti anos mágoa e ressentimento dos dois, fiz terapia, me resolvi e perdoei os dois, mas pra mim ficou claro que o machismo destrui minha relação com os dois. Tanto se meu pai fosse orientado a ser um bom pai quanto minha mãe tivesse sido orientada a saber o quão difícil era ser mãe, acho que as coisas teriam sido mais fáceis para todos nós como família.
Daí a necessidade de acabar com o mito de que maternidade é fantástico o tempo inteiro para todo mundo.
Mais mulheres tomarão a decisão de ser mães e mais homens a de ser pais com consciência e sabendo que terão dificuldades, deverão procurar auxílio de profissionais, amigos e parentes.
Carol H

Anônimo disse...

Eu confesso que alguma tempo atrás eu realmente acreditava neste mito da maternidade, de modo que achava estranho algumas atitudes e palavras da minha mãe que iam contra isto. Para mim ela era perfeita, mas hoje consigo enxergar que ela é, antes de tudo, uma pessoa, com sonhos e desejos próprios.
Ela deixou de trabalhar para cuidar de mim e dos meus irmãos, o que eu acho insano e jamais faria. Mas em nenhum momento eu a vi reclamando ou amaldiçoando as próprias escolhas! Sim, por que a vida da gente se trata de escolhas!
De fato, algumas pessoas acabam não tendo essa chance de fazer escolhas, sobretudo mulheres de classe social baixa (ou alta também), que muitas vezes costumam depender financeiramente dos companheiros, e sequer tem pra onde ir, assim como aquelas mulheres com pouca instrução que não conhecem métodos contracepctivos ou são forçadas pelos companheiros a não usarem e acabam tendo vários filhos.
Tudo bem, posso incluir também neste grupo as mulheres que ficam grávidas de maneira acidental, não querendo aduzir com esta frase que a "culpa" foi delas, pois é sabido que ninguém fica grávida sozinha e o companheiro dela também tem sua parcela de responsabilidade na história.
Tirando este grupo de mulheres que não tem escolhas, sobram nós, as mulheres que tem oportunidades de fazer escolhas e devem ser corajosas o suficiente para fazê-las!
Ter filho é uma decisão muito séria, que jamais pode ser tomada sob pressão de sogros, amigos, familiares, etc. É claro que como feministas lutamos para que este tipo de pensamento que fundamenta esta pressão seja varrido do mundo, mas creio que sempre ficará com um vestígio ainda, e se este vestígio for pra cima de você, e você não quiser ter filhos, seja forte, não ceda a pressões sociais!
Caramba, eu sei que pode ser complicado, mas as pessoas precisam se colocar em primeiro lugar e parar de querer agradar!
Eu tenho 24 anos e não sou casada, o que para mim não é algo relevante. Na minha familia existe esta pressão enorme para que eu arrume alguém, só que esta pressão sequer me faz cócegas, e eu não vou me relacionar com qualquer pessoa apenas para agradá-los.
A mesma coisa eu digo a todas as mulheres: coloquem-se em primeiro lugar! Se você não que ter filhos, mas seu marido ou sua sogra quer que você tenha, ignore-os! Se o seu marido não te quiser mais por conta disso, bola pra frente, como você poderia querer continuar com uma pessoa que te obriga a fazer coisas tão serias como esta contra a sua vontada? Ele não te respeita!
Tudo bem eu sei que você ama seu marido, mas você não se ama antes? Sei lá, eu não consigo entender muito bem este amor incondicional que alguns cônjuges alimentam entre si, de modo que são capazes de se anular e se humilhar em prol do outro...
Mulheres, mais uma vez: coloquem-se em primeiro lugar! Se você não quer casar, não case! Se você não quer ter filhos, não os tenha! Se você não quer entrar no padrão de beleza que a sociedade impõe, não entrem!
É claro que não podemos e nem devemos desistir do nosso ideal de modificar os diversos pensamentos machistas que existem na sociedade, mas enquanto realizamos este trabalho árduo, temos que procurar ser felizes, fazendo nossas própias escolhas e estando satisfeitas com elas!
Não estou com isto querendo dizer a mulher do guest post: "Não queria o filho, agora aguenta!". Não estou mesmo. O que quero dizer é dirigido a todas as mulheres que ainda estão na fase das escolhas, como eu estou, e a mensagem é muito clara: coloquem-se em primeiro lugar na vida de vocês e reflitam sobre as suas escolhas, tomando-as de maneira livre e independente. É claro que isto não vai imepedir que você cometa eventuais erros, mas eles somente poderão ser imputados a você, o que é uma coisa boa, e não à sociedade que te pressionou, que depois te dará as costas e te criticará!

Raven Deschain disse...

Ah brigada galera. :3

june_miller disse...

Não acho esse post corajoso como muitos dizem. Me parece mais um desabafo. Não tenho pena dela porque ela procurou por isso, ninguém forçou. Ela quis um filho para poder suprir qualquer vazio existencial/emocional que tinha, e deu de cara com a parede quando percebeu que teria que abrir mão de sua vida para ter que cuidar do menino, coisa que toda mãe diz. Lembro das palavras uma filha não desejada de uma mãe que se encaixa direitinho com o relato deste post. A mãe foi presente, mas nunca amou a filha. Anos mais tarde a menina cortou relações com ela e disse que queria ter sido abortada para não ter sofrido tanto.

Anônimo disse...

Pra mim, esse negócio de amor incondicional de mãe é uma desculpa pra cobranças o resto da vida.

Fui criada por uma mãe que não me desejou, fala até hj q se pudesse voltar no tempo não teria me tido e etc. E ok, ela tem esse direito. Meu pai era super participativo, mas td mundo falava dele como um super pai e marido, não como algo normal q todos deviam fazer. E a viam como mãe preguiçosa só pq ela revezava as trocas de fraldas com o pai da criança.

E com essa minha criação eu sempre fui mais livre que meus amiguinhos... eu podia fazer várias coisas sem meus pais perto, passar finais de semana na casa das amigas, viajar com a família delas, ir nos aniversários das avós (eu não tive), etc e tal. Eu não precisava ser o alicerce deles e podia escolher o que queria ser e fazer.

Minha sogra teve meu marido pra ela. Diz q amou incondicionalmente desde o segundo q o óvulo foi fecundado e td esse bla bla bla normal de super mães. Só que até hj ele sente uma culpa tremenda sempre que precisa ir contra o q ela "quer". É uma dependencia tão forte ali que mtas horas chega a me irritar.

Eu fui amada, da maneira que minha mãe conseguiu, mas mtas vezes achei q era menos q os outros por causa dessa visão romantizada q td mundo tem da maternidade. Inclusive os filhos são influenciados por essa visão de comercial de margarina. Hj vejo que o jeito que fui criada foi mto melhor pra mim, pro meu desenvolvimento e pra minha liberdade de escolha.

Se eu pudesse escolher, jamais teria como sogra uma dessas super mães, que na verdade deixaram de ser qq outra coisa por esse papel e qdo os filhos crescem, enlouquecem!

sueli halfen ( POA) disse...

Contrate uma pessoa que goste de crianças,delega o teu filho.Poderás passear,estudar,etc...sem culpa nenhuma.Afinal,muitas mulheres já fizeram isso ao longo da história.

Unknown disse...

"Em 2002, surgiu a ideia da série, quando Marc Cherry e sua mãe estavam vendo na televisão uma matéria sobre Andrea Yates, mulher que havia afogado seus cinco filhos na banheira, um por um, aparentemente porquê não suportava o peso da maternidade. Cherry ficou horrorizado e comentou: "Você pode imaginar uma mulher tão desesperada para fazer algo assim?" Ele perguntou em voz alta, retoricamente. Depois de um silêncio pesado, sua mãe disse: 'Sim eu entendo.'".Tirei este trecho da wiki pq ñ lembro mais onde foi q vi esta entrevista c/ o criador de Desperate Housewives e eu preciso concordar c/ a mãe dele e c/ a J,Eu entendo.
Eu sou mãe de um menino de 13 e uma menina de 3 anos amo ser mãe mas ñ escondo de ninguém q está longe de ser um mar de rosas. O amor é uma construção pra mãe como pro filho, nossos filhos tb ñ são obrigados a nos amar, por isso educamos p respeitar as pessoas independente se gosta ou ñ mas até isso é incerto pois apesar de toda a educação nunca sabemos como no final os filhos ficarão.Eu por exemplo sou o oposto da minha mãe, o q foi e é um choque pra ela q acreditava q eu seria td o q ela queria ser.
Nunca foi fácil p mim ser mãe,engravidei qdo tinha 1 ano de namoro e terminei o relacionamento na quarentena e voltei c/ ele qdo meu filho tinha 7 durou + 5 anos, trabalhei em turno noturno e abri loja td pra poder levar na escola, almoçar juntos, ficar esperando o ônibus da excursão sair pra dar tchau mas esta sou eu como mãe ñ posso quer q todas sejam como eu , até pq tenho falhas tb, baseado nas minhas experiências e sempre digo: ser mãe é mto,mto,infinitos mtos difícil.

Anônimo disse...

Vamos julgar a mulher que se atreve a dizer que não é uma mãe perfeita, que é no mínimo o que se espera de toda mulher, ser irrepreensível em tudo o que faz.
Homens que não estão nem aí pra seus filhos, que nem cuidam, nunca trocaram uma fralda, nem pagam pensão, não querem saber se estão vivos ou mortos, mas enchem a boca pra falar que amam ser pais, não tem um décimo desse julgamento.
Pelo contrário, todo mundo morre de dó do pobre pai que nunca trocou uma fralda do filho ou do cara que tem pagar uma miséria de pensão pro filho todo mês.

Anônimo disse...

Anonimo das 14:33,

então o cara ser um pai ruim dá carta branca pra mãe ser ruim? Uuau, lógica fantástica!

La Piriguete disse...

-autora do post -
Notei que muitos comentários passaram por "procure ajuda psicológica" e na verdade isto nada mais é do que me dizer, você não é normal e/ou não é normal sentir-se assim porque só há uma maneira de viver a maternidade e quer seja consciente ou não, sinto que os comentários reproduzem a idéia da maternidade do senso comum. Só estarei "curada" depois que passar a reproduzir o mantra de que ser mãe me fez sentir este amor transcendental? Será que se fosse um pai a desabafar mandariam procurar um psicólogo com tanta convicção? Eu não posso falar por todo mundo, mas eu não consigo mandar nos meus sentimentos, não consigo forçar-me a gostar de alguma coisa que eu não gosto. O que hoje eu tento com todas as forças é aceitar esta situação, procurar conviver da melhor forma possível com as minhas escolhas, mesmo que isto signifique andar na contra-mão do que os outros pensam que deveria me sentir em relação à maternidade.
Não escrevi para sentirem pena de mim, nem para mudar quem tem posicionamentos que se encaixam com este ideal, mas para dizer às mulheres que sentem-se assim que não estão sós. E ainda, para aquelas que se encontram neste momento em pressão para se tornarem "mulheres completas" que isto não é tão simples como parir.
Respondendo às sugestões, eu fiz terapia por seis anos até ir morar em Portugal e depois que voltei para o Brasil de férias, quando relatei o episódio de depressão. Foi justamente graças a este período de tratamento, que hoje consigo ver claramente e sem receios as minhas fraquezas. Os tais pensamentos perturbadores que relatei não existem mais. O blog tem sido como li por aqui, minha forma de terapia e por enquanto a única terapia possível.
Ps: Roxy Carmichael, você me representa!

Roxy Carmichael disse...

vocês acham que depois de muito amor, um casal se senta na varanda de uma casa de praia no pôr do sol e diz: vamos ter um filho que será a materialização do nosso amor? que iremos educá-lo de forma humanística para que possa contribuir para o mundo?

no fim das contas as familias são arranjos, são devires, que vão se constituindo a partir das circunstancias objetivas e subjetivas que são muitas vezes precarias e isso é o lindo da vida, a surpresa, a forma como as pessoas se conectam nas adversidades, as estrategias diversas que encontram pra sobreviver, mas também para serem felizes. sem um modelo pronto que deve ser seguido à risca.

concordo totalmente que pais devem ter mais humor. acrescentaria que os filhos também. nunca achei que a minha mãe (ou mãe de qualquer outra pessoa) se transformava num ser sobre-humano, no momento em que seu utero era fecundado. protetora, mas que incentivasse a liberdade, fomentadora da auto-estima, mas sem fomentar narcisismo/individualismo, afetuosa, mas sabendo impor limites de forma clara e não agressiva. divertida, mas também uma fortaleza. é muita loucura exigir tudo isso de uma pessoa. como muitas outras pessoas, tive uma mãe super guerreira, mas que não era esse poço todo de afeto, ao menos nao expressava afeto da forma tradicional, em algum momento senti que deveria ter recebido mais afeto, mas no fim das contas, ela é humana e fez o melhor que pôde.

pra finalizar concordo muito com a lola, o foda de se arrepender da maternidade é que ela é irreversível, então seria mais prático até encarar assim: ok, tomei uma decisão que não era a melhor. não existe forma de voltar atrás. como posso fazer pra viver bem com isso? e como posso fazer que meu filho viva bem com isso tb, sem precisar de uma poupança pra pagar terapeuta como muitos aqui sugerem? acho que a autora já tá encontrando o caminho. quem sabe voltar pro brasil? estar mais proximo dos amigos, dos familiares, poder contar com apoio, poder se divertir com o filho ou sozinha? poxa sei lá, de repente rola essa vontade de constituir familia margarina, mas ao preço de vc estar num país estrangeiro sozinha numa missão super complicada que é a maternidade.

Roxy Carmichael disse...

essa história de amor incondicional e instinto materno tem se mostrado MUITO eficaz ao transferir pra cabeça das próprias mulheres a responsabilidade total em forma de culpa e silêncio, pela mão de obra que o capitalismo necessita pra se perpetuar. o mais interessante é que conseguiram fazer com que as mulheres não só façam isso de graça, como sem reclamar.

que fique claro que esse comentário não é simplismo, não estou tratando de reduzir a relação mãe-filhx a uma conexão necessária para a sustentação do regime econômico/político.

a relação é bastante mais complexa, mas não há como ignorar mecanismos muito claros que atuam para que mulheres sejam responsáveis pelo âmbito doméstico (menos prestigioso) e homens pelo ambito público (mais prestigioso), que continuam operando, agora na forma de culpa e autopunição pelas próprias mulheres.

algumas comentaristas apontaram aqui esse movimento ao perguntar pelos pais. porque parece que o dano irreversível provocado pela falta de amor é perpetuado somente pelas mulheres. será que 1) os homens não tem obrigação de amar? 2)a falta de amor dos pais é menos danosa? 3)o papel do pai é um (provedor financeiro) e do mãe é outro (amor incondicional, abnegação e dedicação exclusiva)?

não acho que mães ou pais tem o direito de abandonar seus filhos. ou que mães devem conquistar o direito que já dado aos pais, de não se responsabilizar por uma criança. acho que OS DOIS DEVEM AMAR E GARANTIR TODAS AS CONDIÇÕES OBJETIVAS PARA O DESENVOLVIMENTO DESSA VIDA.

também é muito importante ver os dados das crianças que sofrem abuso infantil. ué, ma não era que não amar o filho era a EXCEÇÃO? (e sim, a violência física e simbólica é incompatível com amor) em que mundo vocês vivem? não duvido que apoiem a diminuição da maioridade penal, sem saber que as crianças sofrem MUITO mais violência do que perpetuam.

dois: já procuraram saber a quantidade de pessoas que tem filho sem planejar? acham que isso é hábito só da pobreza? já ouviram motivos comuns que as mulheres da classe média usam pra justificar a gravidez? um médico argentino listou: "meu marido disse que me deixava se não desse um filho homem pra ele", "estávamos bêbados uma noite e nos esquecemos, foi um acidente", "me sinto entediada e sozinha"

Anônimo disse...

Acho que a minha mãe se arrependeu de engravidar de mim. E, olha, autora do post, as coisas melhoram, e muito!

Minha infância toda eu percebi uma tentativa muito forte da minha mãe de se tornar próxima de mim, de me educar, etc, mas sempre via que aquilo não era natural. Ela nunca teve, e ainda não tem o perfil de mãe, não essa mãe estereotipada que vemos por aí. Minha mãe sempre trabalhou fora, o dia todo, e eu via o quanto era difícil para ela ter que abrir mão de uma vida muito boa, livre e confortável para vir para casa toda noite.

Sempre tive muitas babás, que me educavam, ensinavam dever de casa, me colocavam para dormir... A minha mãe não tinha o "dom" da maternidade, e era visível que ela queria estar em qualquer lugar, menos ali.

Hoje tenho 21 anos, minha mãe tem 51 e a vida vai bem, obrigada. Nos damos muit bem, porque entendemos e respeitamos o espaço uma da outra. Não seguimos nenhuma regra da "família padrão". Nossa relação é nossa, e pronto. Aprendi a entender que a minha mãe tentou ao máximo ser uma boa mãe. E conseguiu. Esse é o jeito dela, e não cabe a mim nem a ninguém julgar. Acho que ela fez um bom trabalho, do jeito dela.

Zero ressentimentos. A gente se dá bem, temos uma relação boa e pronto. Ela teve os motivos dela para me ter, e me criou muito bem, mesmo tendo outras prioridades e vontades na vida.

Marcia Alvim disse...

Sugestão importante de leitura sobre o tema.
Badinter, Elisabeth. Um amor conquistado, O Mito do Amor Materno.
Ed: Nova Fronteira.
Tradução: Waltensir Dutra.

Anônimo disse...

Nossa, discussão muito boa desse post, por mim não acabava nunca apesar de uns panacas acharem que têm o direito de julgar. Muito muito bom.
Leila

Anônimo disse...

É a primeira vez que vejo uma mãe se referir a uma criança mimada como sendo "exigente".
Acho mais estranho ainda esse pessoal falar que é normal um filho xingar a mãe de vaca, prostituta etc.
Acho que sou de outro planeta.
No mais, também não sei o motivo pelo qual as mães ficam com a guarda, já que são despreparadas emocionalmente, desequilibradas e impacientes.
Os pais são muito mais pacientes do que as mães no trato com os filhos.

Raven Deschain disse...

Gente, me desculpem. Dessa vez não tenho a intenção de ofender ninguém, mas essa dependência emocional de alguns de vcs me preocupa. Tudo é um "mas e o amor?". Que amor cacete? Meu pai me amou a vida inteira, mas eu trocaria todo esse amor por ajuda quando meu filho e eu passamos fome. Trocaria esse amor por tratamento médico quando minha mãe teve uma crise da trombose tão grave que teve que amputar a perna. Trocaria esse amor por credibilidade quando engravidei e meu pai preferiu acreditar no cara que disse que havia feito vasectomia aos 20 anos. Trocaria esse amor por um monte de coisas que vejo gente que nem se ama tanto assim fazendo, mas que meu pai, apesar de tanto amor, não conseguiu fazer.

Me desculpem mesmo, mas amor é o menos importante. Cuidado sim, importa. E pelo post eu entendi que a J. tem muito cuidado com o filho. Se mesmo assim, ele crescer como alguns de vcs cresceram, achando-se injustiçados, pois amor é tudo nessa vida, sendo que a mãe de vcs não os largou doentes, nem com fome, nem com frio o problema é dele (e de vcs), não da mãe.

Sabem, mãe é gente. E gente erra. Gente não é obrigada a sentir nada. Gente faz e fala merda. Gente infelizmente, é limitada. Não há ser perfeito. Se vcs tão tudo marmanjo e ainda não foram capazes de entender isso, repito, o problema é com vcs, não com suas mães.

Anônimo disse...

Sendo sincera. Acredito ser normal estar desapontada ou infeliz.Mas não acho normal nenhum ser humano no mundo ter vontade de matar ou se desfazer de outra pessoa , seja esta pessoa seu filho ou não. Por isso acredito que procurar um psicólogo seja a melhor opção, mesmo esta vontade sendo comedida, evitada, passageira ou não realizada. E só. E pode me chamar de tudo, mas não é normal, a não ser quando estamoa fora do eixo esta vontade. E ela é geralmente enraizada em diversas coisas na nossa vida, e uma gra idez pode ser sim o estopim. E não acho que o tratamento vá fazer aparecer o "padrão normativo de mãe", mas pode trazer um convivência mais pacífica e o encontro do seu eu. Já tive depressão e transtorno de raiva, derivados de faros na minha vida, e o tratamento psicológico foi a solução. Não é vergonhoso e não te faz anormal.

Anônimo disse...

"E gente erra. Gente não é obrigada a sentir nada. Gente faz e fala merda. Gente infelizmente, é limitada. Não há ser perfeito. Se vcs tão tudo marmanjo e ainda não foram capazes de entender isso, repito, o problema é com vcs, não com suas mães."
Você e outras pessoas que comentaram este post me parecem ser muito condescendetes com os erros cometidos por vocês mesmos e por outras pessoas. Como se errar e fazer merda não fossem nada demais e que ninguém deveria ser chamado atenção por conta disso.
Eu já errei, erro e continuarei errando, mas tento, na medida do possível ser uma pessoa boa e melhor a cada dia. Eu não sou do tipo que pensa: "errei, foda-se, todo mundo erra!". Não sou assim tão condescente com os meus erros e defeitos. Tento melhorar, sair da mediocridade, não para aparecer ou agradar ninguém, mas para ser um ser humano melhor.
No caso das mães que não dão carinho a seus filhos, mas o tratam de forma formal e burocrática, eu não vou fingir que é OK o modo como elas são, pois não é. É claro que elas não precisam se sacrificar, abandonar tudo que gostam em prol da criança, mas tratar um ser que saiu das suas estranhas de maneira fria e distante é esquisito sim! É assustador! Mas o que se pode fazer? Não se pode obrigar pessoas a sentirem o que não sentem, é impossível!
Tudo bem, esta é a minha mundivisão, mas ela é compartlhada por muita gente também.
Não é normal odiar o filho sem motivo aparente. Ah, mas o que é normal? Caramba, que pergunta difícil! Saber com certeza eu não sei, mas odiar a própria cria com certeza não é.
Até quando vamos continuar passando a mão na cabeça das pessoas que erram e que são muitas vezes desumanas? Não estou me referindo agora a moça do post, estou falando das pessoas em geral.
Céus, por que hoje em dia ninguém acha que pode ser repreendido? Por que sempre procuramos desculpas mil para os nossos erros e os nossos comportamentos terríveis?
Não tenho respostas.

Anônimo disse...

Anônimo das 13:46, você foi direto ao ponto! Muitos filhos reclamam "minha mãe não me amou, blá, blá, blá" por conta dessa visão romantizada de amor materno.

A minha mãe nunca foi super mãe estilo "morreria por meu filho", e eu achava que ela não me amava porque esse era o discurso que eu ouvia por todos os lados.

Aos poucos eu vi que esse "mito do amor materno" não é danoso apenas para as mães, ele afeta os filhos que esperam esse "amor incondicional". E é incrível que em um blog feminista existam tantas pessoas influenciadas por essa visão romântica, basta ver o tanto de gente recomendando terapia para a mãe e sentenciando que a criança será frustrada e revoltada, e que, óbvio, precisará de terapia no futuro.

Raven, você me representa!

Izabela F. disse...

Antes de mais nada, gostaria que todos lessem o blog da autora do guest post antes de vir aplaudir ou ofender. De acordo com a minha leitura dos relatos da própria J., tive a impressão que a J. é uma pessoa que sempre teve problemas muito antes da maternidade e o fato de ter tido uma gravidez difícil e depressão pós- parto só agravaram seus problemas não resolvidos. Acho que temos de ver o relato dela com uma boa dose de olhar crítico, pois me parece que ela faz com a maternidade o mesmo que as super- mães fazem, mas da maneira inversa: enquanto as super- mães transformam a maternidade no ápice da vida de uma mulher e na fonte de todas as suas alegrias e realizações, a J. a transforma na fonte de todas as desgraças e parece que tende a transformar todas as mães em grandes mentirosas quando dizem que apesar das dificuldades, ser mãe também tem seu lado bom. Eu sou mãe solteira de uma gravidez indesejada. Não queria ser mãe aos 20 anos, fazendo faculdade e dependendo dos meus pais. Não amei meu filho incondicionalmente assim que ele saiu do meu útero, mas me esforcei para construir um laço com ele e o amor foi sendo construindo entre nós dois. Admito que a minha situação é um pouco mais privilegiada que a dela, pois tenho o suporte da família, então, tenho com quem deixar o meu filho quando preciso de um tempo para mim.Sei que neste blog feminista a autora e nem os leitores gostam quando se fala que as mulheres se vitimizam seja em que situação for, mas sinto isso neste guest post. Se a autora do post se sentisse menos vítima da conspiração materna e procurasse ajuda, conseguiria construir relações mais saudáveis.

Sei que o Blog, muitas vezes, é só uma das várias faces de alguém, mas lendo as postagens de J. pensei no quanto deve ser difícil conviver com uma pessoa que parece estar o tempo todo se lamentando, reclamando e se vendo como vítima de uma grande desgraça. Sinto pena desta criança, não por ter uma mãe que não gosta da maternidade, mas por ter uma mãe infeliz e que a culpa por suas mazelas. J. não precisa ser mãe o tempo todo, ela mora em um dos países mais interessantes e cheios de possibilidades do mundo, então, por que não explorar outras possibilidades? É realmente sufocante ser mãe 24 horas por dia, mas a gente não escapa da rotina estafante da maternidade apenas "dando uma escapadinha" com o marido, existem milhões de outras possibilidades, por que não explorá- las? Parece que J. gosta da atenção que recebe na condição inescapável que se colocou... Certamente, não existe vocação materna, mas parece existir vocação pra ser infeliz.

Raven Deschain disse...

Não estou sendo condescendente, besta. Só tou velha demais pra acreditar que alguém tenha que me amar porque sim. Haha
E sim, claro, devemos ser repreendidos (desculpa, mas essa palavra é uma merda) por nossos erros, mas J. não tá cometendo nenhum erro. Nem nenhuma mãe que não goste da maternidade. Porque da mesma maneira que vc tem o direito de cortar relações com seus pais, pq veja só, vc não é obrigado a amar quem te pariu, tb não somos obrigadas a amar ninguém que parimos.

MAS A DISCUSSÃO NÃO É ESSA!

Plmmds qual a dificuldade de diferenciar -odeio ser mãe - de -odeio meu filho-?

Ninguém aqui odeia criança nenhuma, porra. Eu, particularmente, só odeio gente com visões estreitas quanto a interpretação de texto.

Anônimo disse...

"Mulher esperta não procria."

Sua solução então é o que? Obrigar os homens a engravidarem ou a extinção da humanidade?

Anônimo disse...

"parece existir vocação pra ser infeliz."

Sim, existe, e lendo os comentários aqui de pessoas que acham que é ok, que é normal a pessoa enxergar o filho como a autora do post enxerga, vemos que há diversas pessoas com vocação pra infelicidade nesse blog. Tenho dó.

Anônimo disse...

É óbvio que uma mulher ser mãe ruim não é desculpa pra homem ser pai ruim.

Favor não distorcer as palavras alheias.
Não basta julgar mãe que cuida do filho em tempo integral, ainda tem que distorcer o que os outros falam já que não tem capacidade pra argumentar.

A mulher cuida do filho vinte e quatro horas por dia e só porque confessa que não gosta de ser mãe vem um monte de gente julgar.

Por que vocês não vão julgar a maioria dos homens que tá por aí, sendo péssimos pais, e todo mundo ainda achando que são o máximo?
Isso é o que eu disse, se cobra demais das mães e quase nada dos pais.
Pra mãe, parece que tudo que faz ainda é insuficiente, sempre vai ter alguém pra criticar. Já homem, se der uma migalha de atenção e uma miséria de pensão, já são quase declarados os pais do ano.

Anônimo disse...

"No mais, também não sei o motivo pelo qual as mães ficam com a guarda, já que são despreparadas emocionalmente, desequilibradas e impacientes.
Os pais são muito mais pacientes do que as mães no trato com os filhos."

A maioria não quer a guarda dos filhos.
A maioria reclama de ter que pagar uma pensão de miséria, pega o filho no fim de semana, joga na casa da própria mãe e devolve no domingo a noite, despenteado e sem dever de casa feito.
Já que vocês são mais racionais e pacientes seria ótimo se passassem realmente a se assumir como pais em tempo integral e não só de fim de semana.
Dou o maior apoio.

Anônimo disse...

"basta ver o tanto de gente recomendando terapia para a mãe e sentenciando que a criança será frustrada e revoltada, e que, óbvio, precisará de terapia no futuro."


Nossa,tenho certeza que o filho dela não vai ficar nem um pouco magoado ou até traumatizado por ouvir da própria mãe que ele não deveria ter nascido.Só com isso já está dizendo que não gosta dele,que ele é um estorvo,que atrapalha a vida dela,que filho não quer ouvir isso?!
Ela não é obrigada a amar mas a tratar bem é obrigada sim,isso é violência psicológica.
Teve filho porque quis,o mínimo que pode fazer é tratá-lo bem.

Julia Niquet disse...

Desculpa, mas esse discurso "ninguém é obrigado a nada" é tão infantil. Obvio que a autora não é obrigada a gostar do filho. Ninguém está defendendo que ele sofra consequências legais ou seja apedrejada em em praça pública. Posto isso, não criar nenhum laço emocional com seus filhos me parece patológico, ainda mais quando são tão novos - o que é bem diferente de brigar com filhos adultos. É desonesto culpar todos os dramas da sua vida numa criança. Metade dos problemas que ela diz ter no blog já existiam antes do parto. Culpar quem não pode contra argumentar não é corajoso, é covarde. Eu sou a última pessoa do mundo a idealizar a maternidade, mas o oposto disso não é esse desapego afetivo total. Desculpa, mas a ideia de que a única obrigação dos pais é manter seus filhos vivos - alimentar, vestir e dar onde morar - é simplista. Negligência emocional tambem é abuso infantil.

Enfim, concordo muito com o anonimo das 16:45. É preciso parar pra pensar quem a gente quer ser: alguém que faz o minimo legalmente permitido ou a nossa melhor versão.

Anônimo disse...

Concordo totalmente com a Julia Niquet. Apoio totalmente o desabafo da autora do post, mas a questão está dada. Há uma criança nessa história que não precisa ser apenas de cuidados, mas de amor e afeto. Se a própria autora declarou que teve depressão pós-parto é bem possível que ela continue nessa estágio. "Odiar a maternidade" só vai tornar a ela e a criança infelizes. È preciso entender esse processo e procurar ajuda. O primeiro ano é um inferno - digo isso pq sou mãe - se vc não tiver o mínimo de ajuda e amparo emocional. Entre odiar a maternidade e não amar seu filho há um abismo de diferenças. Eu NUNCA fiz uma papinha pro meu filho, porque odeio cozinhar. Isso me torna uma péssima mãe na opinião da sociedade, mas na maioria do tempo eu sempre quero estar com ele porque eu o amo. São coisas totalmente diferentes. E quando ela afirma que se viu fazendo coisas horríveis com o filho, que ama mais o marido etc, é realmente preocupante, pq você pode estar passando ainda por uma depressão não diagnosticada corretamente. E a sobrecarga da maternidade não ajuda nessas horas. Enfim, espero que melhore e procure ajuda profissional

Giovanna

La Piriguete disse...

Isabela F, você leu todo o meu blog ou só digitou "odeio ser mãe" nele? É porque tenho trocentos posts em que não falo da maternidade deste modo, conto uma série de diálogos passados entre nós (mãe e filho). Antes de julgar a minha personalidade seria bom ter em conta isto, além de que como você mesma mencionou, esta é apenas uma parte do que sou.
Quanto a eu gostar da atenção, saiba que por diversas vezes quis tirar este foco do meu blog, quis que criassem outro espaço e cheguei até a criar já que ninguém tomou a dianteira. Não quero que o blog que surgiu apenas como um espaço de desabafo se transforme tão e só sobre este tema.
Você disse que tem ajuda, eu não tenho. Estou em um país que estimula que as crianças permaneçam pelo menos até os 6 anos o maior tempo possível com nem que seja com um dos pais (ou familiares). Viste o horário da escola do meu filho? Eu só posso pedir para o Estado cuidar dele se eu arranjar trabalho, porém mesmo assim, tenho de desenbolsar grana para cobrir horários que a garderie não fica com ele.
Babás aqui são caras. Não vou deixar meu filho com alguém que encontrei pelo google e, as agências conceituadas cobram 25 euros a hora.
Ah sim, eu sei que na medida do possível foi uma "escolha" nossa, tanto que em um ano e meio que ficamos no Brasil nenhum de nós arranjou emprego. E aí como faz? Vive de ajuda da família?
As pessoas podem não acreditar e a mim não faz diferença concreta na minha vida, mas eu faço o melhor que posso. Sim, sou pessimista muitas vezes, mas procuro lutar contra isto, e uma das formas de por para fora é escrever.
Raven querida, to adorando as suas postagens, viu?
Ah e mais uma vez, para quem não entendeu, eu não odeio meu filho, eu só não gosto da maternidade. Será falta de interpretação intencional?

Anônimo disse...

Não faltou interpretação não, dá pra perceber bem que você não só odeia a maternidade, como tem algum problema que vem carregando desde muito antes. Aliás, fica bem claro que você usa o fato de "odiar a maternidade" pra simplesmente empurrar isso com a barriga. Mas olha, cuidado, porque isso pode ser danoso pra você e seu filho.

E que m* de mundo é esse que agora até o fato de existir laços maternais virou algo "que a sociedade empurrou goela abaixo"? Sério mesmo? O que essa criança sentiria se soubesse que a mãe dele não o ama, nem gosta de cuidar dele? Wtf?

E eu nem acho que você odeie ele não, mas o fato de não o amar é bem problemático. Não tô falando de amor louco a ponto de lagar tudo não, tô falando de um laço criado com uma pessoa que convive contigo e depende de você. Se você não sente nem um pingo de empatia, medo dele ser afetado pelo seu sentimento de ódio pela maternidade, isso não é normal.

Crianças sofrem opressão, sabe? Essa é uma delas.

Anônimo disse...

A autora não gosta do próprio filho, culpa o filho pelas desgraças da vida dela e xinga um bebê dizendo como se sente em relação a ele.
Não é idealização de maternidade nem cobrança de amor incondicional, é respeito por uma criança que não tem culpa de ter nascido e com certeza não tem responsabilidade pelos problemas da mãe.
Vocês que dizem "ah, mas minha mãe não era dessas que se sacrificava e me enchia de beijinhos e tô aqui viva" não estão na mesma situação de uma criança cuja mãe declaradamente o detesta e o considera a grande tragédia da vida dela.

Unknown disse...

Primeiro quero te dizer, Lola, obrigado por ter a honestidade e coragem por falar por muitas mulheres que não tem 'aptidão' para a maternidade. Muitas sucumbem por pressões familiares, culturais e ou religiosas. Sou brasileira, aqui é um nojo, você sabe. Aristas aparecem grávidas alardeando a gravidez, mas muitas tem babas e jamais trocaram uma fralda sequer. Tenho 42 anos não sou casada e optei por não ter filho. As pessoas sempre me dizem que vou me arrepender, até agora, estou bem, nunca me senti menos mulher por não ter filho. Considero-me até muito mais mãe que muitas que se dizem, porque não coloquei um assassino, drogado, irresponsável nesse mundo. Quando lia seu depoimento também fiquei deprimida só de me imaginar nessa situação. Também teria vontade de matar. Não somos monstros, somos seres humanos e algo de mais precioso que temos é a consciência de nossa identidade. Muitas mulheres creem no mito que uma criança precisa apenas amor, cuidados e comida que serão felizes e completos, discordo, um animal de estimação sim, o ser humano necessita de boa educação, oportunidades e tutores que passem os mostrem valores de Voltaire, Platão e Dostoiévski. Ao seu crítico fervoroso, sr. Antônio, dedico a frase de Nelson Rodrigues: "toda a unanimidade é burra". Um fraterno abraço!

Izabela F. disse...

Bonitinha, concordo que realmente não deve ser uma situação fácil viver em um país estrangeiro com um filho pequeno. Se ficou parecendo que diminui as suas dificuldades, me desculpe, não foi a intenção. Mas, como disse, não concordo porque parece que você está fazendo com a maternidade o que as super- mães fazem, só que ao contrário. Qualquer mãe com o mínimo de bom senso concorda com vc que cuidar de uma criança pequena não é fácil, que é cansativo, trabalhoso e que muitas vezes nos questionamos. Mas acontece que algumas de nós consideram que os bons momentos são realmente compensadores. E quado falo em bons momentos não é só ver o filho se formar na faculdade, sair de casa e se tornar independente, mas sim as pequenas coisas do cotidiano mesmo, como quando seu filho te faz um carinho, diz alguma coisa engraçada, aprende algo novo, etc... Um lado equilibra o outro e faz com que a maternidade não seja essa coisa tão pesada que parece ser pra vc. Não precisa ser assim, não precisa ser 8 ou 80 e o mundo não precisa se dividir entre as que amam e as que odeiam, não pode existir um meio termo?

Anônimo disse...

Nossa, não sabia q a Lola era tão famosa na área da psicologia/psiquiatria... Só isso pra explicar tanta gente arrotando certezas de q o filho da J. vai ser problemático e de q ela tem problemas desde o passado.

Renata disse...

Em certa medida, este depoimento não me parece tão excepcional quanto pode pensar a nossa vã filosofia.... acho que 99% das mulheres passam por este turbilhão, ou esta rasteira que é a chegada do primeiro filho.
E não é a maternidade em si que causa isso, gente. Não vamos diabolizar a maternidade porque corremos o risco de insistir no mesmo argumento biologizante que a sacraliza.
As exigências são muitas e a solidão é imensa.
Sim, a gente se pergunta por que foi se meter numa enrescada dessas?
E vive os primeiros momentos como sendo o fim da vida mesmo. A coisa pode mudar de perspectiva se o apoio social for suficiente para permitir a mulher se refazer do baque. Pra mim, taí a questão.

Anônimo disse...

Para quem questionou se a pessoa e obrigada a cuidar de irmão com deficiência mental.: se você for o único parente vivo, pela lei, sim, você e obrigado.
Se houver pais, os pais tem a obrigação primeiro,se eles falecerem a responsabilidade de cuidar passa a ser dos parentes mais próximos vivos. ( nao sei a prioridade : se viriam primeiro : tios, sobrinhos, filhos. Irmãos ou avós ).

Eu tenho uma paciente que esta nessa situação : ela tem problema mental , nao consegue se cuidar sozinha.
Inicialmente o filho tinha aberto mão da tutela porque alguns amigos / vizinhos tinham feito um acordo e aceitado pedir a tutela da paciente na justiça , aceitaram cuidar dela,
So que o processo ainda nao foi finalizado, e agora parece que esses amigos que iam querer assumir a tutela dela estão mudado de idéia e desistindo ...
Se isso acontecer , se eles desistirem mesmo, a responsabilidade de cuidar da paciente passa a ser do filho dela... Isso e lei, quer o filho goste ou nao. Caso ele nao assuma pode ser denunciado por negligencia.

Anônimo disse...

Considero-me até muito mais mãe que muitas que se dizem, porque não coloquei um assassino, drogado, irresponsável nesse mundo.


kkkkkkk como é? vc que nunca teve filho é mais mãe do que uma mulher que teve,pq ela deu o azar do filho ir pro mau caminho?
e a culpa disso é da mãe por um acaso?vira bandido quem quer e se droga quem quer.

Anônimo disse...

Só isso pra explicar tanta gente arrotando certezas de q o filho da J. vai ser problemático e de q ela tem problemas desde o passado.

Tá certo,ela não tem problema nenhum...
Tinha uma vontade enorme de ter filho a ponto de fazer tratamento,engravida e agora odeia ser mãe e desconta suas frustrações no filho,só vai sair coisa boa disso.

Anônimo disse...

Ter filho é a forma mais rápida de uma mulher perder qualquer empoderamento que ela possa ter no seu contexto social.

Pra homem não muda nada. Nada lhe é exigido além da pensão, que só vai pagar se o juiz mandar. Não é automático.

Mulher esperta não procria.


Eu xingaria muito quem me dissesse isso um tempo atrs, chamaria de mil nomes. Nessa época eu vivia com um companheiro já há 5 anos, engravidei em uma gestação planejadíssima (depois de dois abortos espontaneos) e muito esperada e estava super feliz da vida.

E eu não engravidei pra salvar casamento. Falávamos de ter filhos muito antes de morarmos juntos, era um assunto recorrente nosso.

Três semanas antes do parto da minha filha descobri que esse homem que me amava tanto não só tinha outra pessoa como estava montando casa com ela, falava coisas horríveis sobre mim e só não tinha ido embora de casa ainda porque temia que algo acontecesse à bebê e ele acabasse sendo responsabilizado por isso. O próprio me mostrou os emails em que ele escreveu isso para a "outra" como que provando a própria boa-fé, imagina se fosse uma pessoa de má-fé.

E o fato de ter vivido muitos anos maritalmente com ele não quis dizer nada depois que minha filha nasceu. Tive que entrar com processo de pensão alimentícia do mesmo jeito, ele saiu do emprego e passou a se declarar "autônomo" e eu tinha que me virar sozinha em absolutamente tudo já que não tenho família para me ajudar, meus pais são falecidos há muito tempo e não tive irmãos. Pensei até em entregar minha filha para um abrigo, temporariamente.

A guarda, ele, super paizão, não queria de jeito nenhum. E nem a família dele, que ficou todinha contra mim. Eu me virei sim, mas não graças a eles.

Homem quando pega birra da mulher e arruma outra deixa de gostar do filho no mesmo minuto. Se uma mãe faz isso, lincham ela em praça pública, botam no YouTube e todo mundo aplaude.

Eu amo a minha filha, mas teria sido infinitamente melhor pra ela e pra mim se eu não tivesse engravidado.

Anônimo disse...

Faço parte das Mães que não gosta desta função, tive uma gravidez planejada, já esperava que fosse ser difícil, mas todos diziam que compensava, que era o maior amor da vida, eu ainda não senti isso não! Eu era julgada por não ter filhos, e agora odeio a minha vida, e quando tentava falar com alguém, me julgavam, agora sigo assim: fingindo que tudo está bem, quando na verdade odeio tudo que estou passando.

Fernanda disse...

Desejo á autora do post, felicidades e amor. Odiar ser mãe, é uma desconexão consigo mesma e com os seus... deve ser muito ruim sentir isso..
Toda criança precisa saber que sempre haverá quem a ajude, quem a proteja, quem lute por ela.
Acima de tudo, toda criança merece ser olhada como uma semente já germinada, porém sedenta daquilo que a fará grande, forte e viçosa, e nutrida com o mais puro amor e disponibilidade.
Recomendo este texto lindo do blog da Ligia Sena:
http://www.cientistaqueviroumae.com.br/2014/02/uma-historia-cotidiana-de-angustia.html
Sei que autora não agride o filho, coloquei o link porque é uma história emocionante, que me tocou muito, e tem relação com a falta de vínculo entre mães e filhos.

J. faça um teste, procure dar mais importância ás coisas boas da maternidade (são muitas), e pare de focar nas ruins. Tente sempre se lembrar de como seu filho é uma criança linda, esperta e adorável. Ele tem um sorriso lindo, e parece ser um menino muito carinhoso, adorei aquela foto dele com a boneca...rs. sempre que se sentir mal com algo em relação á ser mãe, substitua esse sentimento por outro, lembre de um momento especial onde se sentiu muito feliz, lembre de alguma coisas bonitinha que ele falou ou fez... garanto que você vai se sentir muito mais feliz!!

Fernanda disse...

Ah, só complementando o meu comentário...
As pessoas estão sugerindo que você procure tratamento, porque não tem como deixar de ser mãe, não tem como voltar no tempo e alterar essa parte da sua vida, então você merece ser feliz sendo mãe. E seu filho merece a melhor mãe que você conseguir ser.
Eu te desejo todo sucesso do mundo!!

Anônimo disse...

Anon das 18:17 não se preocupe. Tem gente demais nesse mundo pra você se desesperar por causa disso. Aliás, a superpopulação humana vai é acabar com o mundo. Se as pessoas começarem a ter menos filhos, pode ser q a gente dure um pouco mais. E que diferença faz, pra você, se a humanidade se extinguir? Pra natureza não faz diferença, você já vai estar mortx mesmo... pra que se importar? Eu não me importo, já vou estar morta mesmo e a vida na Terra vai continuar sem humanidade. Pra q se importar?

Anon de 18:25 já que vc tem tanta dó, por que não ajuda as mulheres hein? Apoie as q não querem ter filhos, enfrente a família e o marido que pressiona as mulheres a ter filhos qdo elas não querem, apoie as que decidem não ter filho ao invés de ficar "Ai, q horror, essas mulheres não gostam de ser mães, mimimi" e depois sentar a bunda no sofá sem fazer nada enquanto uma mulher é massacrada pelo marido, família, religião, sociedade pra ter um filho q ela não quer. Conte pras amigas o lado difícil da maternidade, desfaça esses mitos sobre maternidade junto às mulheres q vc conhece pra evitar situações como essa.

Anônimo disse...

Amor incondicional X violência emocional? Ou um ou outro? Mãe boa X mãe ruim? Gente, que mundo dicotômico é esse em que vocês vivem?
Sinto cheiro de fundamentalismo.

Anônimo disse...

Minha mãe nunca quis me ter (talvez meu pai tenha querido, em algum momento do passado), e temos uma relação muito boa. Ela não tem esse amor incndicional por mim, e eu não coleciono traumas. muito pelo contrário.

Tenho 21 anos, faço uma boa faculdade, tenho um bom emprego e gosto muito dela. Sei que ela está envelhecendo e que vou cuidar dela com muita dedicação. Sou grata pelo cuidado que ela sempre teve comigo, mesmo que esse cuidado não fosse lá esse amor incondicional.

Essas mães que gritam aos quatro ventos que a maternidade foi ~a melhor coisa da vida~ podem até ser sinceras, mas isso não significa que elas são melhores que as mães que se dedicam aos filhos e cuidam deles, apesar de pensarem que a vida poderia ser melhor se elas não tivessem engravidado.

Amo minha mãe e sou muito grata por ela ter feito tanto por mim. Sem mito, sem historinha de novela, sem maternidade de filme romântico. A vida não é tão redondinha assim, mas é boa. Sem ressentimentos e um pouco de bom senso, por favor!

Melissa

Joane Farias Nogueira disse...

Anonimo de 23 de setembro , 14:25
Depressao pos parto faz isso e é mais comum do que se imagina, tendo muitos bebes sobrevivido a isso desde entao. E acontece c gravidez planejada ou nao. Vc deveria ler mais da perspectiva da autora e nao da sua propria e o seu medo pela crianca.
Nao se trata de perfeicao. As pessoas tem depressao,remorso e arrependimentos nao importa o quanto elas saibam que a vida seja imperfeita. O caso dele e bem mais profundo que uma fantasia que nao foi realizada.

Joane Farias Nogueira disse...

Seriamente, acho que o sentimento dela tem mais a ver com se sentir traída com as informações recebidas e o choque com a realidade.
O contraste, o não conseguir lidar com a frustração de não ter sido preenchida pela maternidade.Os sentimentos de culpa, inferioridade por não ter preenchido o padrão.
Talvez esteja tão sem referência do que realmente é ser mãe que se sente mal ao ver a realidade de sua vida.E talvez esteja fazendo um ótimo trabalho e caminhando na trilha certa,sem saber que é permitido não sentir esse amor todo logo de cara e que contruí-lo pouco a pouco é natural. Mas não sabe disso porque tem a verdade sendo comparada com uma farsa, o irreal com o real, o fantasioso com o humano.
E tenho certeza que isso é mais comum do que pensa. Amor surge com o tempo e convivência. 9 meses pode não ter sido o suficiente, ainda mais se você sentiu que seu filho ou o gestar te atrapalhou de alguma forma.

Buscadora do feminismo disse...

Lola, acompanho seu blog a tempos, mas somente hoje senti uma vontade incontrolável de escrever.
A questão aqui não é querer ou não ter filhos. Pelo relato da J., pelos comentários, por tudo o que descobri com a maternidade... que me levou ao feminismo. Sim, foi a maternidade que me levou ao feminismo, entendo que a J. precisa de um profissional que a acompanhe. Acredito que ela teve depressão pós parto, que não teve o apoio necessário no inicio do puerpério, que está encontrando suas sombras (pelo seu relato de vida no blog) e que esta criança, apesar de receber todos os cuidados, pode ter grandes sequelas na vida. Aconselho fortemente as mães que passam por estas situações a leitura do livro MATERNIDADE E O ENCONTRO COM A PRÓPRIA SOMBRA. Realmente a maternidade é muito cansativa (banho, fralda, colocar pra dormir, educar, ...), mas gente achar normal uma mãe ver uma faca entrar na cabeça do filho...pera ae. J. do fundo do meu coração desejo que você se cure de toda dor e abandono que sofreu na sua infância e que recupere o tempo perdido com seu filho, que você se cure a cada mamãe te amo, beijos e abraços com seu pequeno. Te desejo todo amor que não teve e que tens agora a chance de ter e dar. E que seja muito mais muito feliz. A seu filho desejo que um dia se cure de todo o amor e abandono que sofreu no seu inicio de vida e que não precise repetir o ciclo com seu filho ou outra pessoa.

Joane Farias Nogueira disse...

Maneiro ver que uma mulher não encontra apoio justamente num blog feminista. Só vejo pessoas fazendo comentários baseados em achismos e preconceitos de como deve ser a maternidade, ignorando os revezes da gravidez, e dizendo o quão incomum é uma situação que deve acontecer o tempo todo.
Apoiá-la é tentar confortá-la dentro da realidade dela, apoiando-a a buscar ajuda, a passar a ver o lado positivo de ter um filho , um amigo, um companheiro ao lado.
Estamos preocupados com o filho dela, mas a mãe é ela. Temos que olhar para ela. Ela que cuide do filho a partir daí!!


23 de setembro de 2014 22:53

Ela não é a única mulher que se sente mal por ter engravidado, por ter engordado, por ter ficado de péssimo humor,por ter perdido a liberdade. Se vc não sente empatia por uma mulher que acha que engordar fará ela ficar infeliz ou que sente que ter um filho fará com que ela deixe de ser humana,espero que não seja feminista, porque tá indo pelo lado errado.


23 de setembro de 2014 23:58
Eu to fudida,então. Conheci meu marido na internet e quando nos encontramos pela primeira vez fomos morar juntos.
Acredite, isso é tão comum e não tem nada de errado!!! Exemplo idiota para chamá-la de problemática. Respeite uma relação à distância,só isso.
O modo de viver dos outros não te interessa!!!!



23 de setembro de 2014 22:14
Não é um frase inventada, é uma triste realidade.
Daí que é vc quem passa a propor que encaremos as duas coisas da mesma maneira.
Se acha que pressão psicológica faz alguém violentar uma mulher,só lamento por vc (2).

anon disse...

me referi que essa querida ve o seu querido marido uma vez por ano nao é casada e vivi diariamente e isso concerteza tambem nao era uma relação perfeita como ter um filho com uma pessoa distante? Vai achar que uma mulher ja com problemas psicologicos nao vai ser afetada com isso? E que isso é uma relacionamento perfeito pra alguem assim?com o cara releia o texto dela por favor e outra o blog da lola permiti a nos todos comentar e expor sua opiniao se todos nos fizer comentarios iguais apoiando todos os assuntos o blog da lola nao teria repercusao então nao venha aqui dizer o que eu ou alguem devemos comentat acho sim que essa mulher tem historico de problemas antes desse filho e a opiniao é minha e nao deixo de ser menos feminista em apoiar alguém que boto um filho porque quis no mundo e depois dizer que odeia ser mae! Adote! Aborte! Sou a favor do amor e nao tem nada de menos feminista em apoiar o amor!

La Piriguete disse...

Começo a achar que o problema quem tem são os comentadores, um problema grave de interpretação. Eu não vivo à distância, não toda a parte do meu casamento. Eu NAMOREI à distância, mas encontro-me neste momento separada porque meu marido MUDOU de emprego. Logo vamos morar juntos novamente como fizemos por OITO anos ( será que assim fica mais claro?).
Quais problemas se referem que eu tinha antes de engravidar? O desejo de ser mãe? Ou leram alguma coisa que tenho a personalidade psicótica ou coisa assim? Sério que nao entendo. Se é por eu ter defeitos e admití-los publicamente, então contem-me como conseguem viver sem ter "problemas".
- Minha opinião - todo mundo tem coisas mal resolvidas e se não admitem isto deveriam fazer terapia também.

anon disse...

Faz um texto falando dos teus defeitos e problemas e nao quer que as pessoas digam o que acharam? Falar que tu ja penso em matar teu filho, e coisas semelhantes, e tu espera o que? As opinioes seram divididas alguns passaram a mão na tua cabeça e outros não e enquanto e cada vai compreender tua historia de um jeito assim como acho que que teu sentimento por esse filho vem ja de coisas que te aconteceram mas é o que eu acho todos nos temos problemas nao existe vida perfeita mas psicologicamente as pessoas encaram problemas de forma diferente e realmente tu esperava que todos compreendese teu sentimento? Eu sou uma que prefere acreditar que tu tem problemas psicologicos depressao ou problemas mal resolvidos mas é a minha opiniao e estamos aqui pra comentar o que achamos

Anônimo disse...

Mas o Kevin não era uma criança com desvio de conduta? Por isso a mãe não conseguia acessar a criança e no fim quando TDs ficam contra ele ela está lá.

Anônimo disse...

Acho q VC poderia fazer terapia. No fundo sua mãe precisa de muita ajuda e VC ainda não está preparad@ pra ajudar

Anônimo disse...

VC sugere q ela dê o filho?
Do jeito q vejo animais sendo descartados por aí....
Qts pais vão embora? Esses não são criticados nunca.
Minha mãe tb não gosta muito de mim e esse post me ajudou a compreender e não fazer julgamentos. Ela fez o melhor q pode. Seu filho vai entender isso sim.

Anônimo disse...

Desagradável seu caça a bruxas no blog dela. Foi contratado pra ser terapeuta? Absurdo!

Anônimo disse...

E quanto aos homens q abandonam os filhos? 50% dos registros de recém nascidos não tem o nome do pai.

Julia disse...

"50% dos registros de recém nascidos não tem o nome do pai."

Na verdade é 30%. O que já é péssimo.

http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Direitos-Humanos/%27Paternidade-ainda-e-tabu-no-Brasil%27-diz-sociologa/5/2471

Anônimo disse...

Ontem eu busquei na Internet algo que pra mim fizesse um pouco de sentido com o que trago no peito. Cheguei ao blog da J. e depois a este guest post.
Eu sempre sonhei em ser mãe. Desde menininha. Esperei ansiosamente pra engravidar ano após ano da minha vida adulta, calculando a grana e momento de carreira. Tive uma gravidez planejada e super tranquila. Meu filho é saudável, lindo, carinhoso. Mas furioso. Desde que nasceu.
E isso simplesmente me tira uma energia que nem sempre tenho para dar. Em função das birras e dos ataques de agressividade dele, muitas vezes chorei até soluçar, pensando no que diabos fui inventar ao engravidar. Eu obviamente fui estúpida o suficiente pra acreditar que ter filho era como propaganda de margarina (além de conhecer 500 mães que me diziam que era a melhor coisa da vida).
Não é.
É muito bonito vê-lo crescer, sem dúvida. Articulando as palavras, pensamentos, vendo o mundo do seu jeitinho único.
Amo seu cheirinho, a voz, o abraço apertado.
Mas algumas vezes ao longo de cada semana eu me questiono sobre o que fiz com a minha vida.
Moro super longe do trabalho, só tenho minha mãe pra eventualmente contar pra ajudar, marido é super parceiro, mas só chega em casa após 20:30. Fazer comida, dar janta, banho: isso tudo é comigo. E sempre é difícil. Sempre com castigo. Algumas vezes com aquele bolo na garganta pensando: "porque foi esse filho que veio pra mim?".
Eu honestamente não sei. Penso em todas as minhas ações no cuidado dele, penso nos exemplos que dou. Me pergunto se às vezes a minha vontade de ficar dormindo um pouco mais ou na internet ou vendo um filme em vez de brincar com ele não tenha a ver com esse jeito tão difícil que ele tem.
Me parece que eu achava que seria uma mãe muito melhor do que de fato sou. Vejo tantas mulheres encararem a maternidade com mais leveza e me sinto culpada.
Engordei mais do que quando grávida e tenho me odiado ao vestir qualquer roupa.
Tenho tido tanto trabalho, que idealmente deveria fazer hora-extra quase diariamente, mas preciso buscá-lo na escolinha, pois ninguém mais pode fazê-lo.
Desculpem aproveitar o espaço para o desabafo!!
Tenho me sentido uma mãe tão medíocre e ao mesmo tempo tão desconectada da mulher que um dia já fui...
E todos os dias refaço a matemática das minhas finanças pra tentar incluir uma terapia, mas nesse momento estamos investindo em uma boa escolinha e vão-se aí mais quase 1.500 Reais do meu orçamento familiar. Não consigo encaixar um tratamento.
Muito, muito obrigada por simplesmente me "ouvirem".
Boa sorte, J.!

Bibi disse...

Eu nunca planejei ter filhos. Minha vida toda eu dediquei ao lado profissional. Minha vida sempre foi simples, com dificuldades financeiras...fui estudando e consegui um bom emprego, estável e que paga bem. Recentemente eu financiei meu apartamento..fiz algumas viagens...
Bem, no meu primeiro relacionamento, que durou 10anos, nem eu, nem ele quisemos filho...agora estou em outro relacionamento, há 3 anos...tenho mais de 40 anos e ele falava em filhos...eu deixei por conta do destino, uma vez que é muito difícil engravidar depois dos 40...e engravidei...fiquei assustada e feliz ao mesmo tempo, minha gravidez foi tranquila e fui paparicada.idealizei meu bebe e eu como mãe.
Meu filho agora tem dois meses e quando ele nasceu, não sei o que houve, mas entrei em choque, quase um estado de pânico. O que eu ia fazer agora? Como cuidar? Ele absorve muito, choro, cólicas, refluxo, fraldas, e um bebê bravo...passo quase 24h com ele no braço...virei uma mãe zumbi...
Ainda não consegui curtir a tal maternidade, muito cansaço, me sinto irremediávelmente presa, num labirinto...perdi o meu direito de ir e vir...não posso fazer nada se não houver alguém cuidando dele.
Todos dizem que é uma fase, que passa, não sei não...virão outras fases.
Ele é lindo, saudável, bravinho, mas sorridente. Eu o amo, mas sinto um peso incrível com a responsabilidade de cuidar dele o tempo todo...e para sempre. Sinto falta da minha liberdade...estou exausta.as vezes me pergunto por que deixei "solto" e corri o risco da gravidez...não nasci para ser mãe...queria que o tempo voltasse, mas como não volta, tentarei o máximo ser uma boa mãe...perfeita não serei...não tenho o instinto materno...compreendo a autora e outras postagens aqui,..ser mãe não é está maravilha que pregam.

Anônimo disse...

estou postando como anonima por razoes obvias pois não quero que minha família saiba disso. tive meu filho em 2003. quando soube da gravidez fiquei muito feliz pois estaria criando um vinculo eterno com o pai do menino, a gente namorava a um tempo e eu era muito apaixonada e achei uma otima oportunidade pra afastar uma piranha que dava em cima dele. na epoca ate mandei um email pra ela pra rir que eu tava gravida e nada poderia me separar do meu amor mais. acontece que fui largada antes mesmo do meu filho nascer. ele eh quase um adolescente hoje, mas nunca consegui me adaptar a essa vida de mae. na verdade, odeio ser mae e me arrependo muito de ter tido esse filho. moro com eus pais ainda (ja passei dos 30), estou tentando passar em concurso publico e o pai do menino nao ajuda em nada. registrar ate registrou, mas se mudou pra outro estado e hoje mora a mais de mil km de distancia (e ele ainda tem mais dois filhos de outra relacao que veio depois de mim, mas com essa mulher ele chegou a ficar casado - hoje eles sao separados). as vezes repenso minha vida e acho que tudo ser muito melhor se eu nao tivesse engravidado. mas nao tem jeito. cometi o erro. o jeito hoje eh criar o menino e aceitar meu destino. o pior de tudo eh ver o facebook daquela piranha que tentei afastar e ver que ela esta sem filhos, com mil fotos do namorado viajando pra tudo que eh canto, vi comentarios falando que o apartamento que ela mora eh dela (comprado) e que ela tem uma carreira. me sinto um fracasso.

Anônimo disse...

Ainda espero esse amor... de mãe, gostaria de ser como minha mãe.. uma super mãe... mais ainda nao senti esse tal amor que todos falam estou vendo minha vida se acabar... Passo mal, corporalmente , emocionalmente, trabalho mal, Gravida perdi minha energia.. O pai nao se preocupa com nada... só pensa em festas, etc. Olho para ele e vejo que esse amor realmente é uma farsa de homem mulher e de pai para filho (A). Penso que sou uma mulher de festas.. que amo estar na festas e odeio o papel das casadas, mães etc. Tudo é paixão passageira depois é para mulheres um sofrimento velado.. onde todos mantem as aparências de que esta bem... mais não verdade não esta esta tudo uma merda!!! tudo de aparência... todas minhas experiencias de casamento, foram negativas... mulheres são otárias.. que quando se rebelam se tornam vagabundas, putas etc..

Anônimo disse...

Estava aqui pensando como a gravidez é difícil mas lendo o depoimento dessa mãe percebi, e fiquei feliz por isso, que eu amo meu bb sim e muito, meu problema é o medo de enfrentar a vida com uma criança que possa ter problemas físicos ou mentais, mas o amor existe .
Para caso como o relatado acima, acredito que ajuda psiquiatra seria a melhor solução, alguém que se dedica tanto a um filho e não consegue amar está muito doente e não sabe, pois o cuidado é zelo são a maior prova de amor !!!

Anônimo disse...

Estou há 8 anos casada, e as cobranças começaram. Não quero, não vou ser mãe! Nem que custe o casamento. Amo muito meu marido, mas não me sacrificarei a este ponto.

Anônimo,19 de dezembro de 2014 11:47...
Eu te entendo.
Por que essa cobrança de amor 100%? Não me refiro somente à maternidade, e sim a todos os campos da vida.
Não enxergo esse "amorqueanula" tudo.
Compreendo bem a autora, deve ser uma droga viver 24 horas para outra pessoa, por isso, não quero!
E espero, de verdade, que tudo melhore para você e para as outras mães que passam por isso.

amor de volta disse...

BOA NOITE

POSSO COMPREENDER EXATAMENTE O QUE VC DIZ. SEMPRE QUIS SER MÃE, MAS SINCERAMENTE NÃO CONSIGO SENTIR ESSE AMOR QUE TANTO FALAM, DESDE A MINHA GRAVIDEZ QUE NÃO QUERO TER OUTRO FILHO NUNCA MAIS. ME SINTO PESSIMA, GOSTARIA DE SABER PQ SOU ASSIM...

Anônimo disse...

A minha vida acabou depois q fui mãe. Cuido do meu filho, ele tem tudo do bom e do melhor, mas toda vez q vou pagar as contas fico imaginando como minha vida seria melhor se não tivesse um filho. Hj eu sou praticamente uma planta. Meu dinheiro é só pra pagar contas básicas, não saio pra barzinho com amigos, não viajo, não compro roupas, sapatos... Eu não queria ser mãe, ele foi um acidente q eu não abortei. Talvez na próxima vida eu saiba o q é viver, pois com filho é impossível saber como é isso.

Anônimo disse...

Nem sei oq dizer, não sou um monstro, amo meu filho, cuido educo, faço oq posso pra tirar esse sentimento de culpa, peço a Deus pra me perdoar e agradeço por ter um filho como ele, uma criança sempre feliz, mas não sei oque acontece,não me encontrei como mãe não me reconheço. sempre quis ter filho, mas na hora q vi o resultado de gravidez no mesmo instante a vontade sumiu.Não tenho paciência, grito com ele como uma loca as vezes (na maior parte do tempo me seguro)não bato, raramente tou uns tapas, pq as vezes eles merecem, mas sinto muita vontade de espancar as vezes, deve ser Deus q sempre guia meus passos. Só espero que com o tempo isso passe, mas quando acho q passou volta tudo de novo.Eu só me pergunto pq??Não tenho ciumes dele com pai.

Maíra disse...

J. Parabéns pela sua honestidade. Eu sei bem que existem inúmeras mulheres como você, que tiveram depressão pós-parto e não amaram o seu filho desde o primeiro momento da vida dele, pois trabalho na área criminal. Você, como teve educação, caráter forte e a personalidade não criminosa não o fez. Mas o que mais me encantou no seu post foi o relato verdadeiro de que não é tão legal assim ficar presa a um bebê, por 3 ou 4 meses integralmente e depois ter a responsabilidade pela vida inteira. Eu sempre tive esse medo! Nunca gostei de brincar de bonecas e nem faço nenhuma questão de trocar fralda de ninguém, seja sobrinho ou filho da melhor amiga. Daí as pessoas vem e dizem: quando você tiver o seu filho, você irá aprender. Sim, com certeza, afinal de contas eu serei obrigada a isso. Provavelmente farei, mas sem gostar. Como diz uma amiga, não dá pra se arrepender e colocar na barriga de novo. E, caso você não goste da maternidade, não pode também compartilhar isso com ninguém. Bem, assim eu decidi não ter filhos. Assumi na família, pra mãe, pai, sogro e sogra, não me importa nem um pouco o que eles acham. Faço questão de defender o meu direito de escolha acima de tudo. Sei que hoje, cada vez mais, existem mulheres e casais (porque meu marido pensa como eu) que optam por não ter filhos. E deu! Ninguém tem nada a ver com isso!

Anônimo disse...

SINCERAMENTE
ACHO QUE QUEM NÃO É MÃE NÃO TEM NEM DIREITO A OPINAR. SÓ QUEM PASSOU POR ISSO PARA SABER O QUE É E COMO É, O RESTO SÓ ACHA.
FAÇO PARTE DO GRUPO DE MÃES DO PRIMEIRO FILHO, TIVE MAIS POR CURIOSIDADE E PARA SENTIR O TAL AMOR MARAVILHOSO A QUE VEJO TANTAS MÃES FALAREM. HOJE CHEGO A CONCLUSÃO QUE OS OUTROS SAO FODIDOS NO CASAMENTO E QUEREM QUE VOCE TAMBÉM CASEM, NÃO SE REALIZAM COMO MÃES E QUEREM QUE VOCÊ TAMBÉM SEJA.
É COMO SE A MULHER TIVESSE O DEVER DE SER MAE OU ESTIVESSE NO MUNDO SÓ PRA ISSO.
MAS NEM TODAS TEM O DOM VERDADEIRO DE SER MAE.
AMO MEU FILHO, SOU PROFISSIONAL DA EDUCAÇAO COM MESTRADO E ACREDITO NÃO TER FEITO A ESCOLHA CERTA. ESTAR COM CRIANÇAS OU AMAR TRABALHAR COM ELAS NÃO É O MESMO QUE TER UMA, PRA SEMPRE! 24HS LITERALMENTE POR DIA!
O RUIM NÃO É SER MÃE COLEGAS, É NÃO TER $ PRA DEIXAR COM UMA BABÁ QUALIFICADA DURANTE O DIA PRA VOCE TRABALHAR! PRA VOCE VIVER SAIR E DAR ATENÇAO A SEU COMPANHEIRO CASAMENTO E PRINCIPALMENTE, A SI MESMA.
O IMPORTANTE NÃO É O TEMPO QUE SE FICA COM OS FILHOS, MAS A QUALIDADE DELE, SE BRINCAMOS E SABEMOS ESDUCAR NO TEMPO QUE TEMOS.
AGORA QUEM É PRATICAMENTE OBRIGADO A FICAR COM O FILHO POR FALTA DE CONDIÇÕES É DOSE!
ACHO QUE SE VOCES TIVESSEM MAIS CONDIÇÕES $ NAO SERIAM TÃO INFELIZES COMO MAES.
TUDO EM EXCESSO FAZ MAL, ATÉ MESMO OS FILHOS. NA VIDA TUDO DEVERIA SE TER EQUILIBRIO. MAS COMO ESSE MUNDO NAO É PERFEITO... PACIÊNCIA.
ADOREI ESSE BLOG.
DESCULPE NAO ME EXPOR, MAS É AQUELA COISA.. CRÍTICAS E JULGAMENTOS DESNECESSÁRIOS.
ACREDITO QUE TODA MAE SENTE UM POUQUINHO ISSO MAS NINGUÉM ADMITE, FILHOS ACABAM COM A VIDA DA MULHER, PORQUE OS PAIS CONTINUAM A VIVER PELO MENOS A MAIORIA.

Anônimo disse...

Olá! Li o relato e fiquei realmente comovida. Tenho 31 anos e há um ano meu marido e eu decidimos ter um filho. Na verdade, eu sempre quis, mas priorizei minha carreira e formação acadêmica. Amo crianças, tenho vários sobrinhos e sempre pensei que se existir um amor maior do que o que eu sinto por eles, então eu precisava experimentar. Mas eu achava que seria mais fácil engravidar.. Estou tendo dificuldades e já sofri muito por isso. E de uns tempos pra cá tenho pensado se isso não seria um sinal para eu não engravidar. Fiquei separada do meu marido por um tempo e só reatei porque queria engravidar e meu relógio biológico estava me apressando. Mas tenho pensado muito em tudo que terei que abrir mão por essa criança. A gravidez "rouba" a vida da mulher, porque para o homem quase nada muda. Sou muito cobrada por amigos e familiares, pois de 5 irmãs sou a única que ainda não tem filho. Estava cogitando FIV, mas tenho medo das suas repercussões. E quando li esse relato, vi todos esses medos concretizados. Nosso corpo, emoção, liberdade, equilíbrio, identidade.. não tenho certeza se vale a pena abrir mão de tudo isso por essa experiência que não tem garantia nenhuma de ser boa. Essa frase é forte: "Odeio ser mãe". Mas sem dúvida, eu odeio a obrigação imposta às mulheres de ser mãe.

Anônimo disse...

Sou muito jovem (25 anos), sempre quis ser mãe - após os 18 rsss antes tinha pavor pelos óbvios motivos- mas hoje, casada há quase 2 anos digo que não quero ter filhos.

Pode ser precipitado dizer isso, sim. Meu esposo é 5 anos mais velho que eu e decidimos conversar sobre isso daqui a 5 anos mas ambos temos a mesma ideia sobre filhos: muito caro, dá trabalho sim e não estamos dispostos a perder nossa liberdade / economias / férias no exterior.

Parece egoísta, mas é direito nosso. Sabemos que família vai julgar muito, mas ninguém pagará nossas contas nem cuidara da criança.

Por ironia do destino trabalho em maternidade e amo o que faço. Amo bebês, mas o dos outros. Prefiro não ser mãe a nao amar meu filho como acho que deveria. Prefiro fazer o bem ao próximo, auxiliar outras mães.

Talvez isso mude, mas eu estou firme na minha decisao. Conheço muitas mulheres que não foram mães e são felizes.

Tem pessoas que tem filhos para não envelhecer sozinhas. Sinto muito por voces!! Tem filhos que voam pra longe. Raros são os que ficam do lado dos pais.

E para a autora do post, super compreendo a sua posição e parabéns de verdade pela coragem!

Anônimo disse...

Li relatos similares em outro blog. E sinto empatia por estas mulheres. Tenho 25 anos. Quando eu era criança amava ver os pequenos e pegá-los no colo. Porém ouvia "cuidado, ele é sensível", havia até as mães que não deixavam ru segurar os bebês. Sou a filha caçula de três irmãs, ainda não tenho sobrinhos, e nunca convivi com crianças. Gosto delas, mas não tenho paciência alguma, prefiro crianças grandes, que converssem e tal, bebês só acho bonitos, a dependência na qual eles necessitam não me atrai. Amo bem mais os animais. Nunca me relacionei sério com ninguém por muito tempo, só de pensar em engravidar eu piro, piro mesmo. Desde criança eu dizia que não casaria. Odiava festas de casamento. Hoje até penso em casamento. Mas filhos? Só adotivos. Sim. Sempre me atrai mas pela adoção, mas detesto pensar em ter, tenho agonia e repugnância de ver grávidas. Acho feio e assustador às vezes. Se um dia eu puder adotar, espero que a criança seja grande e já saiba a sua situação, pois são as mais rejeitadas. Bem é isso. Beijos pessoal.

Anônimo disse...

Pode sim. As mulheres podem passar sua experiência.. Contato que não julgue a situação alheia. Essa de não opinar porque não vivi só aumenta o abismo.

Anônimo disse...

Gratidão irmã, pelo seu desabafo sincero. Você é um ser humano e isso é lindo. Em toda a sua crueza e verdade, o bonitinho não existe. O ideal, o perfeito, o país das maravilhas não existe. É curioso que quando o assunto é maternidade os sentimentos se misturam, as pessoas projetam o desamor das suas mãe no seu desabafo e te julgam por isso. Aguenta firme e não procure um tratamento sério e nem psicológico, aceite e acolha a sua dificuldade em ser mãe como algo natural, você não é uma aberração, você não tem um problema psicológico e se as pessoas tem uma brutal dificuldade em compreender que nenhuma mãe é obrigada a gostar de ser mãe isso é um problema delas, não seu.
Eu sou mãe, sei o quanto é difícil, amo meu filho, mas não gosto de ser mãe e me choca ver que esse sentimento é muito mais comum do que se imagina entre as mulheres, mas nós por medo dos julgamentos fingimos que tá tudo bem e que ser mãe é sempre lindo.
Desejo a você força, equilíbrio e auto-acolhimento.

Todo afeto é construído, não se pressione, não se julgue, não se compare, apenas acolha-se.

Não sei quem você é, mas te amo.

Anônimo disse...

Juliana sinceramente de mtas coisas que li nda me identificou mais do que seu post, me sinto exatamente assim. Infelizmente descobri minha gravidez já com mais de 24 semanas, n tive qlqr sinal anormal e por tomar anticoncepcional a mtos anos, jamais iria supor estar grávida. Hj me sinto frustrada, infeliz... Compreendo o sentimento da autora, pois compartilho do mesmo. Quem nasceu para maternidade ou se acostumou com ela, não faz idéia, quão doloroso pode ser o inverso.Os julgamentos e até mesmo os conflitos internos, consigo mesmo é mto ruim. Sempre soube que n era P mim a maternidade, e que se acontecesse, optaria por um aborto, mesmo que fosse em outro país. Infelizmente por saber mto tarde, n foi possível. Ainda n nasceu, e espero n deixar faltar nada a esta criança. Mas n posso negar que n sinto absolutamente nada de especial. Pelo contrário nunca vivi momentos tão ruins.

Anônimo disse...

Amor incondicional não é um mito, muito menos o de mãe. Sinto mesmo por sua história, mas amor é decisão, você decide amar, vc decide cuidar, vc entendi as responsabilidades, vc sofre empatia, vc deseja o melhor e não é necessário uma razão ou esperar algo em troca pra pratica-lo. O amor incondicional é o amor de Deus Tatjana... Motivo pelo qual Cristo morreu por nós. Amar incondicionalmente implica em decidir amar como Deus, amar sem condições, doar-se se for necessário, sacrificar-se se for necessário. Este é o amor verdadeiro, o grande problema são as pessoas que estão doentes por falta dele e, por muitos motivos, não conhecem este amor porque não querem ou porque ainda não tiveram a chance de decidir por ele, mas sempre haverá O caminho pra chegar Nele. Que Deus abençoe sua vida e te dê paz no coração.

Anônimo disse...

Entendo bem o que a autora diz.......
Cuido, me dedico e me privei de muito mais coisas que a maioria das mães ideais e com amor incondicional que conheço!
No entanto, nao sinto esse amor!!!! Gostaria de senti-lo, talvez assim minha vida fosse mais fácil!
Minha filha está com 2 anos e imaginei que com o tempo iria melhorar, mas para mim so piora afinal, faço de tudo por ela e em troca nem um carinho, parece até que sente! Deve sentir, pois demostrar eu não demonstro!
Difícil voce se dedicar integralmente a alguém que não te da um beijo!
Enfim, meu lema é agora que coloquei no mundo, vamos cria-lo com a maior dignidade possível!
Sei que em alguns anos ela vai me deixar viver sua vida e para mim só restarão os anos perdidos, mas ao menos terei a consciência de que fiz o que deveria fazer!
Torco pra que seja feliz do jeito que ela escolher! Só peco a Deus sabedoria para suportar todo o tempo que me resta nessa missão!

Dirceu Pio disse...

Queridas, gostaria de incentivar minha esposa, esposa do tipo exemplar, que tem inúmeros conhecimentos sobre a arte de ser mãe,a compartilhá-los num tom mais extrospectivo,pela web. Temos quatro filhos e sua experiência nessa aventura que foi criá-los e traze-los à idade adulta, é riquíssima em todos os sentidos que possamos conceber. Por favor, escrevam para ela incentivando-a. Seu nome é Susana e em casa só eu - um velho jornalista iniciado nas questões da telemática-- tenho e.mail:dirceupio@yahoo.com.br. abraço a todas

Anônimo disse...

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