quinta-feira, 4 de setembro de 2014

GUEST POST: NÚMERO DE ESTUPROS JÁ SUPERA O DE HOMICÍDIOS

O texto a seguir foi publicado ontem na página Cantada de Rua. A autora, que também é administradora da página, o enviou pra mim.
O post fala de um caso ocorrido na semana passada, em SP. Aterrador.

Saída do metrô Tatuapé durante o dia
Nenhum homem NUNCA vai entender como uma mulher se sente ao andar na rua.
Pode ouvir, pode exercer empatia, mas a sensação de vulnerabilidade e o medo de ter seu corpo abusado sexualmente por um agressor qualquer enquanto se anda na rua nenhum homem nunca vai saber o que é.
Essas são imagens reais exibidas no Brasil Urgente, da Band. Assista só se tiver estômago (trigger warning).
Uma estudante de 18 anos saía da estação Tatuapé do metrô em São Paulo quando foi covardemente atacada por um homem visivelmente maior que a vítima.
Ele a seguiu correndo, pôs uma faca em seu pescoço e a levou para um canto ermo, segurando-a pelo pescoço. A estuprou por horas seguidas debaixo de um viaduto. Por um momento a libertou, mas logo a agarrou e estuprou novamente. Este é o retrato falado divulgado pela Band.
Este é o medo de TODA mulher.
Mulheres que por conta deste medo calculam as roupas que vão usar, seus passos, suas companhias, seus caminhos. O TEMPO TODO. Já é tão parte da rotina que muitas nem se dão mais conta de que vivem sob esta tensão. Já se acostumaram a limitar suas vidas, sem questionamentos.
Muitas já se habituaram a não sair de casa sem o namorado, uma amiga, pai ou o irmão. Se acostumaram a não voltar depois das nove, dez, onze da noite, ou a voltar correndo se for depois desse horário. Se acostumaram a viver dentro do cercadinho que é possível viver. Seguem com suas vidas, com essa limitação -- é o que resta. Afinal, a qualquer momento um homem pode querer nos atacar. Infelizmente a paranoia que as mulheres vivem é surreal. Eu me pergunto como nós aguentamos.
Nós vivemos uma maldita guerra civil não declarada, que além de deixar a todos com medo de assalto ou homicídio, ainda exerce sobre as mulheres uma pressão horrível que alerta diariamente sobre o perigo de seus corpos serem abusados. Vivemos sob o estresse diário que nos limita a viver, simplesmente! 
Não basta ter medo de andar na rua vazia ou escura, também temos que encarar assédio no ambiente de trabalho, no colégio, dentro da família, nas calçadas. Temos que suportar viver sob comentários a respeito do nosso corpo, sob mãos que nos apertam em inúmeros ambientes, sob olhares que nos despem enquanto estamos tentando viver nosso dia.
E quando reclamamos do medo, do assédio, o que ouvimos é que estamos exagerando, que somos paranoicas, neuróticas, que estamos nos fazendo de vítimas, que "devemos nos acostumar", que o mundo é assim mesmo.
O número de estupros no Brasil já superou o número de homicídios. Mais de 50 mil estupros foram registrados ano passado. E esses números são completamente subestimados, já que a grande maioria das vítimas não realiza denúncia. Pesquisas apontam que apenas 10% dos casos são registrados, sendo que o número de estupros real é maior do que 500 mil AO ANO no país. E o caso mostrado no vídeo representa menos de 30% dos estupros. A maior parte dos estupradores não é um estranho numa rua deserta à noite. Não precisa nem ameaçar de faca. Mas esses muita gente nem vê como estupro.
Repórter no viaduto onde ocorreram
os estupros
É, a nossa paranoia não é irreal ou coisa da nossa cabeça. Tem, sim, muito fundamento.
Até quando viver com medo de estupro vai ser considerado normal pela sociedade, que não nos ouve? Até quando teremos nossas queixas silenciadas e consideradas exagero?
Retrato falado do estuprador
Obviamente o estuprador mostrado no vídeo está foragido! Isso porque crimes sexuais NÃO SÃO UMA PRIORIDADE no Brasil, aliás, longe disso! Outros casos de mulheres estupradas nos arredores da estação Tatuapé já foram denunciados, mas o sujeito continua atacando.
Nossas queixas são legítimas! Nós não aceitamos sermos silenciadas! Nós temos direito de viver em uma sociedade em que mulheres não tenham medo de viver por serem mulheres.
Você, mulher, já pensou por um segundo apenas como seria sua vida, sua existência, sem este medo de ser estuprada? Como seria voltar para casa a pé a uma da manhã com medo apenas de ser assaltada? Andar com tranquilidade pela rua sem assédio ou olhares nojentos?
Não consegue imaginar? Pergunte a um homem. Ele sabe.

77 comentários:

Anônimo disse...

Eu já imaginei. É uma sensação maravilhosa de liberdade.

Thomas disse...

O número de homicídios também é subestimado. E como a maioria dos casos não é resolvido, homicídio também não é uma prioridade por aqui. Não importa quem você seja nesse país, você está ferrado.

Anônimo disse...

Post que descreve a sensação que temos todos os dias...eu já passei por vários tipos de abuso, consegui escapar de uma tentativa de estupro na hora do almoço, em plena luz do dia, perto da minha casa indo pra faculdade, o cara me agarrou e peguei os dedos dele e virei pra trás. Se quebrou não sei, ele soltou e sai correndo. Não olhei pra ver, mas me arranhou o braço, o nariz, o rosto. Na delegacia da mulher falaram que não dava pra fazer nada, pq não vi a pessoa, nem mandar viatura rondar o local. Só dava pra fazer alguma coisa se tivesse acontecido. Preciso ser estuprada pra daí ser feito algo. Sem contar o que passamos em todos os ambientes como o post mostra. Sabe o q é pior? É eu precisar ensinar pra minha filha de 12 anos a temer tudo isso. A ensiná-la a ligar o alerta vermelho permanente para os perigos de ser mulher. É uma merda.

Anônimo disse...

E quando a gente escuta assim: é horrível, mas dá graças a deus que foi só estupro, que vc está viva? é pra acabar...

Anônimo disse...

Fazendo as contas básicas. Jogando os dados PARA BAIXO. 50.000 homicídios por ano e estupros já passam homicídios. Menos de 10% deles são registrados. Isto da 500.000 estupros por ano(no mínimo). Em 20 anos, COM OS DADOS JOGADOS PRA BAIXO, temos 10.000.000. Como a população Brasileira é próxima de 200.000.000, não é exagero dizer que 10% das mulheres seriam estupradas.

Mas só uma pergunta. Esta pesquisa trata a posse sexual mediante fraude ou outros crimes "menores" como estupro?

E engana-se quem pensa que só mulheres são vítimas de estupro. É evidente que são uma maioria. Mas existem crianças vítimas de outros homens adultos, vítimas de outros homens, estupros em penitenciárias e estupros a travestis(eu sei que não é justo trata-los como homens, mas os documentos delas INFELIZMENTE constam como gênero masculino)

Raven Deschain disse...

Tudo paranóia de feminazi serva do demônio. :(

Esse post me deu enjoo.

Anônimo disse...

Sawl

Quanto ao caso da adolescente violentada, desejo que elas e as outras vítimas possam reconstruir suas vidas depois de um crime tão covarde e quanto ao estuprador desejo que além de ser pego, preso e condenado, haja uma rebelião e ele seja estuprado com garrafas, e caso alguém fique de frescura e ache que sou radical, que pensem se a vítima fosse sua: mãe, filha, irmã, namorada, esposa, amiga, etc.
Um COVARDE desse NÃO merece ser chamado de homem, nem de SER HUMANO!! LIXO a gente descarta e pronto!!! Enquanto as leis pra crimes hediondos for tão FRACA e BOAZINHA com estupradores, pedófilos e assassinos, desejo que toda esse bando de LIXO sofram tudo que merecem!!

Sawl - Always the rebel

Anônimo disse...

É verdade thomas, não importa quem você seja nesse país! Mulher negra e pobre ou homem branco e rico, estão todos ferrados do mesmo jeito! -sqn

Anônimo disse...

O que seria "posse sexual mediante fraude"?

Anônimo disse...

Anônimo das estatísticas,

Você desconsidera que em 20 anos muitas mulheres serão estupradas mais de uma vez, então não serão 10.000.000 mulheres estupradas, e sim 10.000.000 estupros (isso se esse dado dos 500.000 por ano for verdadeiro, claro).

Kittsu disse...

Quando a vítima é induzida à prática sexual mediante fraude. Exemplos: pastor que diz que possui "sêmen ungido" capaz de curar doenças espirituais (já aconteceu mais de uma vez). Nesse caso não há a violência ou ameaça de violência e isso é o que diferencia este crime do estupro, existe apenas o convencimento mediante falsas premissas.
Este crime tem certa "facilidade" para citar um estupro. Eu diria até que muitos estupros começam com este crime menor, como um roubo pode "evoluir" para um latrocínio.

Anônimo disse...

Ah Alana Rios, coitados dos homens, não podemos generalizar né? Deve ser uma grande coincidência, não é questão de gênero.

Lola tira o "homens" e coloca "pessoas" porque não podemos generalizar.

Isso só se reverte reduzindo drasticamente a população masculina.

Porte de armas somente para mulheres. É o primeiro passo.

Anônimo disse...

Nojo e revolta! Quando é que isso vai parar? O que é preciso fazer para que o poder público faça algo a respeito?
A propósito, li hoje um artigo na Carta Capital sobre a incrível resistência dos legisladores em aplicar penas, mesmo que voluntárias, de castração química a criminosos sexuais sob a desculpa de que existe o risco de que os efeitos da medicação serem permanentes. E tadinhos dos estupradores e pedófilos, é inadmissível interferir no desejo sexual deles, né? Se esse desejo bizarro e cruel representa risco de dano permanente tanto físico quanto psicológico para mulheres e crianças, isso é problema delas, não é mesmo? --- ABSURDO! Gostaria muito de ler o que a Lola tem para falar a respeito. Aqui está o link http://www.cartacapital.com.br/revista/815/o-combate-ao-crime-hediondo-1781.html

Lucas Pin disse...

Discordo completamente do porte de armas somente para mulheres... O primeiro passo é a educação. Desdo o início da educação nós homens deveriamos ser ensinados à respeito, porém com a educação machista que temos muitos agem assim, óbvio que não justifica essas ações...

Aline J. disse...

"E engana-se quem pensa que só mulheres são vítimas de estupro."

Eu me pergunto, por que será que certos "homens" tentam fugir do assunto? O assunto aqui, amigolino, é estupro de MULHER. Vai cagar seu "iuzomismo" em outro lugar. Impressionante como quando você fala de algum problema para a mulher, tem sempre um cuzão que vem falar "mas homens também isso, homens também aquilo", querendo diminuir o problema.

E sim, é o mundo dos sonhos onde você volta pra casa SÓ com medo de assalto. Hah, e quando algum homenzinho de merda fala "Que bom que foi estupro e não assassinato"? Cada uma é cada uma, mas eu aposto que uma grande maioria preferia só tomar um tiro na cabeça do que ser estuprada e levar isso pro resto da vida.

E só um recadinho: Quando uma vítima de estupro desejar que seu estuprador seja torturado lentamente, tenha a piroca decepada e afins, e você ficar bravinho, entenda que você é um bosta por querer julgá-la, já que o corpo violado não foi o seu.

Espero que esse bosta seja preso logo.

Anônimo disse...

Que situação horrível. Recentemente vivi algumas horas de terror e posso dizer que a pior coisa do mundo é se sentir acuada diante de uma situação dessas. É muito horrível, indescritível, passei dias tendo crises de ansiedade me lembrando do episódio.

Fui andar de bicicleta sozinha, no domingo umas 17:30 da tarde, deveria fzr um percurso de uma hora e voltar antes de anoitecer, mas quando estava prestes a terminar o percurso de ida meu pneu furou, voltei empurrando a bicicleta e pretendia ir até um posto de gasolina para encher o pneu e voltar. No meio do caminho um cara se aproximou e perguntou se eu queria ajuda, perguntei se ele tinha uma bomba de encher pneu e ele não tinha, eu disse obrigada e falei que não precisava de nada não. Aí o cara começou a me encher de perguntas e se aproximar: vc é casada? Seu marido deixa vc sair sozinha assim? Vc é mto bonita, é muito perigoso estar aq sozinha uma hora dessas...
A ciclovia onde eu estava é do lado de um mangue, com áreas bastante escuras, eu comecei a ficar aterrorizada, dei as costas e saí voando. Dps de uns 20 min o cara veio atrás de mim novamente com as mesmas frases e a dizer q ele era do bem, q n queria me fzr mal.
O homem tinha cara de doido. Eu corri o máximo que pude e cheguei num parque público que tem no caminho, fiquei sentada num banco, tremendo de medo, imaginando que o cara tava me seguindo...
Tentei conseguir ajuda pra voltar de carro, mas ñ consegui, acabei tendo q ir ao posto mesmo e consegui correr p casa msm com o pneu furado.
Acho q essa foi a pior experiência da minha vida. Nós vivemos essa sensação diariamente e é uma das piores coisas do mundo, não dá pra descrever a sensação de terror q é viver esse tipo de ameaça corriqueiramente... =/

Mally Pepper disse...

Pois é. Quando criticamos textos dando dicas e medidas pras mulheres se prevenirem e falamos que o correto é educar e conscientizar, logo dizem que isso demora, leva tempo, nhenhenhe, é difícil mudar a cultura, que mulher deve se prevenir mesmo, etc.

Agora que falaram em dar armas as mulheres, num instante o discurso mudou e a educação dos homens ficou possível. Alguém explica?

E, como não podia deixar de ser, temos o eterno mimimi "ain, mas homem tb é estuprado". Sempre falam isso tentando diminuir nosso problema, como se isso não fosse nada porque afeta aos homens tb.

Sem falar da suposta "manipulação" dos dados, porque eles nunca vão querer admitir esses números.

Anônimo disse...

Sawl

Lucas Pin, eu concordo com vc.

Sobre porte de armas eu também acho que é perigoso pra QUALQUER PESSOA usar porque tem que ser muito hábil e ter tranquilidade pra usar só em último caso. Acho que tanto homens quanto mulheres que não sejam policiais NÃO deveriam usar.
O Canadá é um dos países com menor taxa de violência no Mundo e lá tem uma política séria de desarmamento.
Nos EUA acontecem muitos acidentes e mortes acidentais pelo uso de armas de fogo justamente pela facilidade.
Sou a favor do uso de armas NÃO letais como: taser, spray de pimenta, etc, mas, claro que isso é uma questão pessoal(eu particularmente gostaria muito de usar uma arma não letal, mas, to sem tempo pra comprar) e também de artes marciais o que tb é questão pessoal(tenho noções de Judô).
Quanto à uma educação igualitária considero que é SUPER IMPORTANTE pra diminuir o nº de violência sexual pq casos como marido estuprar mulher, rapaz violentar garota bêbada, coroas ficarem dando cantadas nojentas em mulheres e meninas pré-adolescentes, e até mesmo casos de incesto(em que irmãos e pais NÃO vêem problema em abusar de suas irmãs e filhas) iriam cair drasticamente!!
Claro que uma educação igualitária infelizmente não iria mudar a cabeça de um canalha pervertido ou de um pedófilo sem escrúpulos, pra estes só encarceramento por um bom tempo de suas podres vidas!!

Sawl - Always the rebel

Gle disse...

Eu ví essa reportagem na TV. É realmente nojento. Isso me fez recordar uma manhã de sábado que eu estava indo visitar um amigo que estava no hospital (acredito que eu tinha uns 16 anos).
Desci do ônibus e como de costume, fui ouvindo meu fone de ouvido a todo volume. Como era uma avenida extensa e sem muitas travessias, eu não precisava me preocupar muito com o trânsito, então baixei a cabeça e fui caminhando. Notei que a avenida estava bem vazia, até que de longe avistei um cara. Como de costume, disfarcei (nunca fui de puxar papo na rua) e segui com a minha cara de paisagem. Acontece que a partir de um ponto eu consegui ver o cara mais próximo, vindo na mesma direção que eu e notei que ele estava caminhando "estranho". O que eu vi? Ví o cara com aquele negócio dele nojento pra fora. Ele estava se masturbando em plena rua pública, assim, "de boas". Na hora que me dei conta, disfarcei e atravessei a rua. Fiquei desesperada, mas não tive coragem de fazer nada, só queria que aquele cara fosse pra bem longe de mim. Tive nojo, receio, medo... enfim! Acho que nunca contei isso pra ninguém. Querendo ou não, é natural que "a vítima" se ache culpada, né? E lembro que me senti culpada e com vergonha de mim, por algo que um cara escroto e nojento fez.

Anônimo disse...

14:48,

A resistência vem do fato de que quase ninguém sabe o que é castração química, as pessoas veem esse nome e já acham que é algo que vai derreter as bolas.
Deveriam explicar que castração química - bloqueio de testosterona - não é algo perigoso, nem doloroso e nem permanente, encontrando lá fora diversas aplicações estéticas, nootrópicas, antidepressivas(para transexuais MtF) além do controle sexual.

Se a castração química fosse feita no Brasil, o utilizado seria um medicamento relativamente barato - porém indisponível no Brasil - o Acetato de Ciproterona Injetável(só temos em comprimido), que garantiria cerca de um mês de "castração" ao meliante.

Anônimo disse...

"Pois é. Quando criticamos textos dando dicas e medidas pras mulheres se prevenirem e falamos que o correto é educar e conscientizar, logo dizem que isso demora, leva tempo, nhenhenhe, é difícil mudar a cultura, que mulher deve se prevenir mesmo, etc.

Agora que falaram em dar armas as mulheres, num instante o discurso mudou e a educação dos homens ficou possível. Alguém explica?"

Não sei como reproduzir, mas estou batendo palmas para você.

Quando se falar em dar armas para as mulheres rapidinho vão concordar que existe a cultura do estupro e canonizar a Lola.

Anônimo disse...

Anonimo das "4 DE SETEMBRO DE 2014 14:03"

Um dos exemplos da posse sexual mediante fraude pode ser visto aqui "(...)indivíduo que contrata uma prostituta, combinando um preço a ser pago ao final do programa, e, agindo de má-fé, não efetiva o pagamento. A prostituta, no caso, só aceita ter relações sexuais porque acredita que vai receber por isso; se soubesse a verdade, teria negado a prestação do serviço sexual." Exemplo retirado de : http://atualidadesdodireito.com.br/joaopaulomartinelli/2011/12/02/distincao-entre-violacao-sexual-mediante-fraude-e-estupro-de-vulneravel/

Também é um crime, mas não chega a ser estupro. O artigo é bem bom em elucidar as formas que a lei "tipifica" estupro e outros crimes.

Domingos Tavares disse...

@Anom
E engana-se quem pensa que só mulheres são vítimas de estupro. É evidente que são uma maioria. Mas existem crianças vítimas de outros homens adultos, vítimas de outros homens, estupros em penitenciárias e estupros a travestis(eu sei que não é justo trata-los como homens, mas os documentos delas INFELIZMENTE constam como gênero masculino)


É claro que é importante combater o estupro também quando a vítima for uma menina, uma detenta em um presídio feminino e uma mulher trans. Isso acontece bastante e merece ser tratado com respeito.

Quando a vítima for um cara ou um garoto? Isso não é importante. O assunto aqui é sobre mulheres que foram vítimas de estupro. Deixe os mascus lidarem com os estupros masculinos.

Anônimo disse...

Bem, homens tem medo de morrer, de levar um tiro tentando proteger a esposa e os filhos...
Não sei o que é pior.

vivian disse...

Lola, me ajuda numa dúvida?

Algum tempo atrás eu li um texto, ou algum quadrinho... alguma coisa que me ajudou a contra-argumentar em situações como a que está acontecendo nesta postagem: estamos falando do medo das mulheres de estupro, ai vem um cara e diz ah mas os homens também são estuprados e etc etc que o problema é o estupro em si, não o estupro das mulheres blá blá blá. O cara normalmente só enxerga o problema do ponto de vista dele, não do da mulher.

Me deparei com este argumento hoje, mas não lembro desta referência que ajuda bastante a contra argumentar.

Bom, se você souber de algum material que possa me ajudar com isso, agradeço imensamente.

Anônimo disse...

Mallagueta Pepper, perfeito.
Inversão de discurso tão rapidamente que parece até outro "ser", dupla personalidade.

Aline J., junto minha voz à sua.
Iuzomismo, homem fazendo de tudo pra desviar e minimizar assunto do estupro de mulheres: homenzinho de merda, defensor de estuprador (suspeito forte de acobertar estupro duzamigo E de estuprar propriamente).

Não assino.

Anônimo disse...

Porque estuprador e assassino no Brasil, não ficam nem 5 anos presos em média?
Não esta na hora de endurecer o código penal?

Alana Rios disse...

Anônimo das 14:34

Acho que você andou misturando as coisas, sou totalmente contra a "castração quimica preventiva" que vinha sendo debatida nos comentarios de um post anterior, e quanto a isso não mudo uma linha de tudo o que eu disse lá. E sim, sou contra qualquer generalização infundada. Mas e daí? Você acha que vou defender esse sujeito de alguma forma? Eu hein... Criminosos devem ser punidos, mas daí a dizer que deve-se diminuir a população masculina pra evitar esse tipo de crime é coisa de radfem. Vc tem todo direito de pensar o que quiser, mas não venha tentar me impor a sua opinião.

Bruno disse...

Essas estatísticas são um pouco forçadas.

De onde foi que tiraram que só 10% dos estupros são notificados?

E daí afirmar que então temos no mínimo 500 mil estupros por ano já é bem temerário.

Cheio de Luz disse...

De fato, nós mulheres vivemos assombradas diante de tanta violência;recordo que na época que estudava à noite,descia do ônibus,por volta das 23h e acelerava o passo, até mesmo corria(próximo aos becos escuros) da possibilidade de ser abordada por um homem, tipo esse do relato, um ''homem-animal'' capaz de dar vazão a todo tipo de maldade as suas fantasias sexuais doentias...fico a pensar sobre o estado psicológico da jovem estuprada, como o tio relatou é um trauma que a acompanhará por toda a vida.
O que fazer? andar pra frente olhando pros lados num estado de tensão paranóica o tempo todo,pois, se "distrair"será mais uma vítima nas estatisticas;arrumar guarda-costa ou deixar de lutar por um Projeto de vida ? Onde anda nossa segurança? sou a favor da castração química para esses pervertidos...porém fiquei indignada com um relato de uma colega que trabalhou num hospital psiquiátrico que mesmo assim,castrados, são capazes de continuar a molestar as mulheres com outros recursos que não seja o pênis,tipo o dedo...então a coisa tá feia! Punição mais severa...talvez adotar trabalho forçado para quem comete crime hediondo...algo tem de ser feito; a mídia pode trocar o sensacionalismo a custa da dor alheia por campanhas preventivas, tipo: a mulher andando na rua imaginará um circulo de segurança a sua volta de 3m de raio mais ou menos, se alguém desconhecido adentra-lo...corraaaaaaaaaaaaaaaaa

Anônimo disse...

Ao anonimo de 4 DE SETEMBRO DE 2014 16:16

Você pega o Canadá, como exemplo, mas esquece de algumas coisas. Por exemplo, lá armas longas não precisam nem ser registradas mais : http://www.jornalopcao.com.br/posts/reportagens/morte-anunciada-do-registro-de-armas-longas-no-canada

E nos EUA, o desarmamento existe em muitos estados e isto NÃO DIMINUI O CRIME. Por exemplo, o Elliot Rodger, cometeu um massacre na California, que é um dos estados mais restritivos a armas.

Por que as pessoas cometem massacres em zonas livres de armas, como escolas? Por que ninguém vai tentar cometer um massacre num estande de tiro?

Como a LOLA já disse, boa parte dos estupradores não são os "maniacos do parque" e armas dificilmente protegeriam a mulher na maioria dos casos, mas liberar o armamento para a população e acabar com a restrição de calibres, iria ajudar muito. O .38 special(uso permitido) não tem tanto poder de parada, se comparado ao .357 Magnum, .454 Casull, .44 Mag e outros calibres. Nada adiantaria uma mulher dar um tiro num agressor e ele morrer devido ao sangramento, horas depois, depois de já ter acabado de cometer o crime.

Mas mesmo com boa parte dos estupradores sendo da "família", se ela obter um porte ou posse após o agressor violenta-la uma vez, ela já pode evitar ser "vítima novamente", simplesmente deixando a arma escondida para quando ele tentar cometer o crime novamente e registrando a ocorrência na delegacia.

Seria bom acabar com o estupro, mas isto é impossível. O que se pode fazer, são medidas para torna-los mais raros, pois esta epidêmico a taxa de estupros. Melhor amparo as vítimas, fortalecimento do poder policial, etc.

Anônimo disse...

Só eu não sinto medo de andar na rua sozinha? Não sinto a ameaça de estupro senpre presente que vcs tanto falam? Não é TODA mulher. Sinto muito

Anônimo disse...

"Só eu não sinto medo de andar na rua sozinha? Não sinto a ameaça de estupro senpre presente que vcs tanto falam? Não é TODA mulher. Sinto muito"

Ah é? Então vc anda de boa a 1h da manhã na rua? Volta pra casa a pé da balada, como muitos homens fazem? Conta mais ae.

Anônimo disse...

10% dos estupros serem notificados não é forçado.

Estudos no Brasil apontam para estes dados, não é invenção.

Nos EUA, por ex, 19% dos estupros são notificados.

Faz muito sentido, muito se ouve falar sobre mulheres que foram fazer queixa de estupro e desistiram, pois a polícia não levou a denúncia a sério e ainda maltratou a vítima.

http://puc-riodigital.com.puc-rio.br/Jornal/Pais/Um-estupro-por-minuto,-e-apenas-10%25-sao-denunciados-24503.html#.VAj8W2NilCg

Anônimo disse...

Lola não tem relação com o assunto mas eu tive que vir postar, vc já viu o vídeo do horário eleitoral do tiririca???

Caraca, fiquei com muito ódio da "mensagem" passada, principalmente por ser tosca e utilizar a figura da mulher.

www.youtube.com/watch?v=Yb2_fNBRkaY&list=UUEyMFuMxTlM1NWVhRm2RvkQ

Jéssica disse...

Ah é? Então vc anda de boa a 1h da manhã na rua? Volta pra casa a pé da balada, como muitos homens fazem? Conta mais ae.


Sou outra que não saio na rua cagando de medo,chego do trabalho 1 da manhã,me desculpa mas não penso em estupro 24 horas por dia,vocês aumentam bastante as coisas.
Sei que pode acontecer qualquer coisa,estupro,assalto,levar uma bala na cara,mas simplesmente não fico pensando que vão me atacar a todo instante.

Anônimo disse...

As colegas comentaristas que me desculpem mas castração química é uma pena absurda.

Defender isso desafia toda a lógica que vocês defendem de que o estupro é um crime de poder. A maioria dos homens que cometem estupro não são doentes, muito menos possuem desejo sexual impossível de reprimir. Cometem-no porque querem exercer um poder que acreditam ter, e esse poder é menos sexual do que cultural e social.

A castração química criminaliza o homem pelo que ele supostamente seria, em vez do fato que ele cometeu. A criminalização ocorre porque aquele homem supostamente seria um viciado em sexo. É um direito penal do autor.

Me espanta que mulheres que se dizem "feministas" defendam ideias tão reacionárias.

E Lola, assim como você tem que bloquear os mascus, que só vem aqui falar merda, acho que você também devia bloquear certos comentários misândricos como o do anônimo das 14:34. Defender controle da população masculina é tão antidemocrático quanto o que os mascus defendem.

Jéssica disse...

Dificil não acreditar que essas "corajosas" sejam mascus (ou, também plausivel, riquinhas que estão sempre de carro e moram em bairros nobres com segurança particular). Todas, TODAS, das dezenas a centenas de mulheres que conheci na minha vida, tem medo de estupro na rua. Cuidam da roupa, do horário, procuram companhia, apressam o passo. Sempre que o assunto assédio sexual surgiu entre amigas também não teve uma que, aliviada, não desabafou as merdas que já passou (já que além de todo o medo e assédio, ainda não podemos nem reclamar).

Anônimo disse...

Primeiramente, nem homem eu sou.

Eu até admiro as feministas que querem o fim da opressão, direitos que a sociedade nega, etc. Mesmo as mulheres que desprezam o feminismo como a Dama de Ferro muito devem ao mesmo.

Que foi um erro ter mencionado estupros masculinos aqui, quando o post não trata isto.

E sim, eu preferiria ser morta a ser estuprada.

Em relação ao comentário, acho engraçado, esquerdistas sempre falaram em preservar o direito dos detentos, polícia cidadã e eu me deparo com um pensamento arcaico e conservador, quase fascista por parte DE UMA FEMINISTA "Quando uma vítima de estupro desejar que seu estuprador seja torturado lentamente, tenha a piroca decepada e afins, e você ficar bravinho, entenda que você é um bosta por querer julgá-la, já que o corpo violado não foi o seu."

Eu já vi mascus dizendo que "homem que aceita mãe solteira, tem mais que sofrer e ser torturado". Vocês estão virando o que mais detestam.

E eu pergunto. Qual a diferença de você e dos fascistas justiceiros? Qual a diferença de você e dos caras que espancaram uma mulher por meras falsas denuncias de bruxaria? Ainda que ela fosse uma bruxa. Ela tem todo o direito de exercer a religião dela. Eu já fui Wicca.

Vocês prestam é um DESSERVIÇO as ideias feministas. Por causa de vocês, a rejeição ao movimento só aumenta. Querer me prender, PELA POSSIBILIDADE de discordar de você?

E outra, nunca TENTEI MINIMIZAR O ASSUNTO. Apenas disse que vocês não são a única vítima.

Ou vocês acham que se um avião cair e matar 100 mulheres, é uma tragédia extrema, mas se ele cair e matar 95 mulheres e 5 homens, é uma tragédia menor?

Alguém diz "10 mulheres foram mortas num massacre" e outro diz "refizeram a contagem, foram 10 mulheres e 2 homens". Isto seria diminuir o impacto do massacre?

O pensamento de vocês não é nem um pouco diferente dos conservadores fascistas que queimavam em fogueiras quem discordava deles.

Os racistas pensariam que morrer 10 brancos e 2 negros, é uma tragédia menor que morrer só 10 brancos, porque são racistas.

Eu temo do fundo da minha alma, que o feminismo, vire um masculinismo ao contrário. Infectado pelo ódio, fascismo e autoritarismo.

ElDiablo disse...

É raro eu comentar, mas gostei os coments desta matéria.Por um lado eu concordo plenamente que estuprador deveria ser torturado lentamente(dentro da lei) como a Aline J disse, mas não só estuprador. Outros criminosos também. Acontece, que nossa constituição sequer permite pena de morte, e o Brasil tem alguns acordos que inviabilizam isto. Aliais, mesmo nos EUA, apenas alguns estados adotam a pena de morte e a constituição impede morte "desumana". Castigos corporais são bem bons. Custam pouco e tendem a reduzir bastante a reincidência no crime. Em Singapura, eles aplicam chicotadas como castigo e tem estudos provando isto. Mas infelizmente, eu não vou ver este tipo de coisa no ocidente devido a grupos de direitos humanos e companhia.

Foi também interessante o que foi postado da posse sexual mediante fraude. Eu sempre fui um cara de PALAVRA. Certa vez marquei com uma prostituta para ficar com ela por 3 horas. Estava pegando ela pela quinta vez, recebi um telefonema tento que resolver assuntos da empresa e acabei saindo, mas paguei pelas 3 horas. Não sabia que se tivesse deixado só o valor de uma hora e meia, teria cometido este crime, uma vez que o combinado foi 3 horas por valor R$750,00. Paguei simplesmente por causa que eu prometi algo e deveria cumprir, assim como quando eu pago por um plano de internet e não uso ou compro uma pizza e só como metade dela, eu sou obrigado a pagar. Se eu alugo um quarto num hotel por 5 dias e acabo ficando só 2 dias devido a acontecimentos inesperados, o mesmo acontece.

Uma coisa que achei estranho. Não sei se foi só minha impressão, mas para muitas comentaristas aqui, o fato de homens serem vítimas de um crime, o "diminui"? Qual o sentido disto? Quer dizer que X mulheres sendo vítimas de algo é PIOR que x mulheres e Y homens? X pessoas sofrendo por algo é pior que X+Y? Confesso que este raciocínio me deixou meio confuso.

A respeito de tratar travestis como se fossem mulheres, nos documentos consta sexo masculino. Então, para as estatísticas de crime, idem.

Pessoalmente, creio que o papo de que travestis são mulheres é meio complicado. Acredito que eles estão com a doença "transtorno de identidade de gênero", mas não sou psicólogo. Não sei se é verdade ou se é mera crendice popular minha. Não acredito que gêneros são construções sexuais, um dos exemplos disto é o David Reimer.

Lia disse...

Jéssica

Fiquei curiosa. Você mora em que cidade?
Sua rua é movimentada?

Eu moro no centro de São Paulo. É impossível andar na rua de madrugada sem se sentir mal. Quer dizer, eu faço isso (e me sinto mal sempre, as vezes mais, as vezes menos, mas sempre com medo, no mínimo) e reparo como eu sou sempre a única mulher na rua. De madrugada só andam homens.

Gostaria que mais mulheres andassem a noite. Para a rua ser das mulheres, as vezes a solução é bem simples, basta que seja. Basta que tomemos a decisão de ir a rua.

Sei lá, devaneios.

Lia disse...

Com certeza a cidade onde se mora e o contexto vai interferir na sensação de segurança que se tem. Se você mora numa cidade pequena e tranquila, ou numa cidade grande, mas o seu bairro é movimentado a noite, você vai ter experiências diferentes de quem mora em bairros mais perigosos ou mais afastados e vazios, etc.

Essas condições vão interferir em como a mulher se sente na rua.

Anônimo disse...

"Ah é? Então vc anda de boa a 1h da manhã na rua? Volta pra casa a pé da balada, como muitos homens fazem? Conta mais ae."

Concordo com a Jéssica e a outra anonima que disse que não pensa em estupro. Eu SEMPRE andei sozinha, no centro de São Paulo, as 1h00, 2h00, 4h00 da manhã. E tive medo? Sim! Ms de ser assaltada, agredida, sei la... não medo espcialmente de estupro.

Acho legal defenderem uma ideia. Eu também acredito na cultura do estupro. Mas acho chato pra caramba ficar falando que TODAS AS MULHERES DO MUNDO pensam nisso o tempo todo. Já tenho mil problemas, não precido de vocês me falando o tempo todo a acreditar que eu tenho mais um. Porque esse medo, não é o meu. E vivo muito bem assim.

Sara disse...

É com muito pesar q creio q toda essa violência contra a mulher só vai piorar, porque as consequências dessa violência só interessam as próprias vítimas e a alguns familiares.
Não vejo o governo tomar medidas mais duras e punitivas nesse sentido, muito pelo contrário, como já foi falado até pela Sawl, o foco é sempre no agressor e suas motivações para cometer seus crimes, se alegar q são motivações sociais, ai é carta branca, pode cometer a violência q bem entender.
Nem grupos feministas se preocupam de verdade com a violência absurda e de todos os tipos, que são cometidas contra as mulheres, estão muito mais preocupadas e focadas em questões ideológicas, sociais e politicas, a mulher q se foda.

Raven Deschain disse...

Jéssica teu sobrenome é Cardoso? Vc é tão chauvinista quanto minha cunhada.

Se acha invulnerável. ;3

Anônimo disse...

Também não ando pensando nessa paranóia de estupro, volto à noite numa boa, e tenho muitas amigas que também não. Mas não posso generalizar meu caso para todas as mulheres.

Mally Pepper disse...

E hoje começa mais um episódio da série "Se comigo é assim, com todo mundo é a mesma coisa".

No episódio de hoje, vemos mulheres falando que andam a 1h da manhã numa boa e nunca acontece nada, logo as queixas e os medos das outras mulheres sobre estupro são infundadas,exageradas e idiotas.

Afinal, se nunca aconteceu com elas, então nunca aconteceu e nunca acontecerá com mulher alguma, então todo esse post é puro exagero e mimimi de feminazi dramática que quer demonizar os pobres homens inocentes, santos, puros e celestiais.

De acordo com elas, vivemos num mundo lindo, purpurinado, colorido, com árvores repletas de balas e pirulitos, nuvens de algodão-doce, piscinas de chocolate e a atmosfera cheira a baunilha e morangos. Sem falar dos unicórnios alados que voam por toda parte seguidos pelas lindas fadinhas do arco-íris.

Nesse mundo mágico, as mulheres podem andar a qualquer hora, qualquer lugar, vestidas de qualquer jeito e nunca vai acontecer nada com elas, porque com as nossas protagonistas nunca aconteceu nada. Fim.

No próximo episódio, bem... vai ser a mesma coisa porque o discurso de pessoas assim nunca muda. Pra quem não importa em ter mais do mesmo todos os dias, boa diversão!

Anônimo disse...

HOMENS: ATENÇÃO! ESTE POST É SOBRE ESTUPRO DE MULHERES, existem estupros de homens, mas não É O TEMA aqui. Outro ponto, Saw, Walter não é um jurista de merda, é uma das melhores cabeças do país, ao contrário do ministro que você citou, o qual, diga-se de passagem responde a processo por bater em mulher.Informe-se.

Rafael

Domingos Tavares disse...

@Aline J
Desculpe-me, doutora. Não entendi a sua resposta. E se você for gentil o suficiente para postar de outro lugar, eu agradeceria. Não posso ver conteúdo do Facebook.

Mas eu repito: é importante também cuidar daquelas meninas que são estupradas (normalmente pelo padrasto, pelo tio ou por algum sacerdote). E também das MULHERES que estão presas, que são estupradas pelo carcereiro. Não que não seja importante cuidar das mulheres adultas que são estupradas pelo "companheiro", pelo "amigo", pelo "colega" de trabalho/estudos, pelo superior hierárquico, por algum parente com intenções ruins ou algum psicopata na rua.

Mas ressalto que eu sou TOTALMENTE FAVORÁVEL A PUNIÇÕES RÍGIDAS AO ESTUPRADOR. Aliás, eu comentei em outro post que não adianta ter uma lei prevendo uma punição severíssima para o estuprador se a impunidade ainda reinar. Acho que você deve concordar que 10% de notificação é muito pouco e que esse número não acontece à toa.

Eu acredito que o Estado devia treinar e equipar melhor os policiais para dar uma resposta rápida a esse crime. Para mim, o ideal é que o estuprador seja preso em até 24 horas depois da ocorrência ser registrada, com as provas (tiradas da cena do crime e do exame de corpo de delito) já encaminhadas para o judiciário julgá-lo poucos dias depois. Eu e você sabemos que isso está muito longe da realidade. Eu, pelo menos, tentei mandar uns e-mails cobrando alguns deputados sobre essa situação. Mas nunca recebi resposta até hoje. Isso além de conversar com os candidatos que eventualmente vem pedir votos em minha cidade. É pouco, mas é o que eu posso fazer no momento.

Mas quando a vítima é homem ou menino, sugeri deixar isso a cargo dos mascus. Não são eles quem vivem reclamando disso, ainda que na prática todo mundo sabe que não passa de mimimi de internet? Então eles quem façam os protestos, eles que pressionem o legislativo, eles quem criem campanhas de conscientização, eles quem enfrentem a estigmatização da sociedade sobre o assunto. Não acho que feministas tenham de lidar com estupro masculino.

Tenho certeza que, se forem sérios sobre isso, uma hora eles perceberão que existe SIM uma cultura do estupro e que é SIM fundamental combatê-la. E que combater a cultura do estupro é algo que feministas já fazem. Há séculos. Mas até lá, eu, particularmente, acho que eles precisam apanhar um pouco do batalhão de choque, levar uns tiros de borracha e ficar uns tempos presos por nenhum motivo para saberem o que é militância de verdade.

Anônimo disse...

Como todo crime, há o componente cultural envolvido, e é ai que a questão se complica, essa cultura machista, mas ts causas do também hipersexualizada, analogamente à cultura do alcool,é uma das causas do problema, vcs já viram quantas músicas de sertanejo universitário trata a mulher como objeto? O funk então nem se fala, portanto, essa cultura rasteira, cantada em prosa e verso precisa ser repensada.

Unknown disse...

GIVE WOMEN GUNS

http://ethicist.blogs.nytimes.com/2009/06/02/give-women-guns/?_php=true&_type=blogs&_r=0

"Se eu fosse para embarcar no metrô tarde da noite, e encontrá-lo cheio de mulheres carregando abertamente automáticas Glock, eu me sentiria confortável e seguro. Um trem repleto de homens armados não produziria a mesma sensação reconfortante".

"Há o risco de que as armas de algumas mulheres vão cair em mãos erradas: a pistola pode ser arrancada por um marido ou namorado. Felizmente, a tecnologia "arma inteligente" está sendo desenvolvida para que possa reconhecer o usuário autorizado de uma arma por impressão digital. Um ladrão, o marido ou o namorado não seriam capazes de disparar uma tal arma".

Anônimo disse...

Sou uma mulher considerada atraente e também não fico com esse terror todo. Já voltei andando pra casa inúmeras vezes de madrugada. Ando atenta, mas jamais apavorada.

O assunto é sério, isso existe, não estou negando os fatos, porém essa CULTURA DO MEDO serve mais para intimidar mulheres do que conscientizar a sociedade. Serve ao patriarcado, se querem saber.

Gle disse...

Só uma coisa que acho que algumas pessoas que não costumam frequentar este blog sabem:
NEM TODO MUNDO QUE COMENTA AQUI É FEMINISTA.
Às vezes a pessoa deu só sua opinião! Não é pq a Lola aceitou o comentário que ela concorda. Acredito que este seja um dos blogs que mais respeita as opiniões, desde que não falte com respeito com ninguém. Procura este blog quem quer e é um saco essas pessoas que comentam aqui achando que vão revolucionar a cabeça de todas as feministas e fazer elas mudarem.
AS FEMINISTAS NÃO VÃO ACABAR POR CAUSA DO DISCURSO DE NINGUÉM! VAMOS NOS RESPEITAR!

Flavio Moreira disse...

@5 de setembro de 2014 00:04

Em relação ao que vc diz sobre o cometário de uma feminista ser "Quando uma vítima de estupro desejar que seu estuprador seja torturado lentamente, tenha a piroca decepada e afins, e você ficar bravinho, entenda que você é um bosta por querer julgá-la, já que o corpo violado não foi o seu.", acho - e só acho, mas vou falar por experiência própria - que emocionalmente é muito possível ter esse desejo devido a uma violação de tudo aquilo que faz você humano - sua liberdade, seus interesses e, no caso do estupro, seu próprio corpo.
Isso não quer dizer que essa pessoa, que foi vítima de uma violência tão brutal, racionalmente não seja contra esse tipo de punição.
Quando nos vemos dentro dessa situação, acredito que nossa resposta emocional contradiz muito do que racionalmente acreditamos não sermos capazes sequer de pensar.
Fui assaltado há duas semanas e sofri um sequestro-relâmpago. Foram a hora e meia mais tensa por que passei nos últimos 20 anos. O assaltante, armado, não me fez nada fisicamente, mas fez tortura psicológica. Ao fim, quando ele me largou, eu estava arrasado emocionalmente. Imediatamente após chegar em casa e muitas vezes nos dias subsequentes, me vi imaginando mil punições cruéis para esse cara, que só me tirou alguns bens materiais, recuperáveis. Fiquei muito assustado com o que pensei, porque sempre me vi como um cara pacífico e que tinha empatia pelo ser humano, qualquer que fosse sua situação.
Por muito pouco - bens materiais são recuperáveis - desejei que coisas horríveis acontecessem com o criminoso. Por que eu tentaria diminuir o sentimento de uma mulher que tenha sido vítima de estupro? Por que acreditar que, por ser feminista, essa mulher deveria suprimir sua própria raiva diante da humilhação, da violação de seu corpo e, por que não?, de sua alma, ao sofrer um estupro?
Além de toda imposição de culpa que recai sobre ela, é preciso também abraçar um estoicismo que não se cobra da vítima de um assalto?
Complicado...

lola aronovich disse...

Putz, Flavio, que barra! Deve ser horrível sofrer um sequestro-relâmpago. Pra mulher, então, é muito pior, porque ainda existe a ameaça de estupro, não só de morte. Horrível mesmo. Espero que vc fique bem logo! E quanto a ter ideias cruéis, terríveis, sobre o que vc gostaria que acontecesse com algumas pessoas, sei como é. Tive umas brigas com alguns vizinhos em Joinville. Levaram ANOS. Eram brigas porque eles não aceitavam ouvir som num volume aceitável. Depois de anos de stress, de não poder descansar, ler, estudar ou trabalhar na sua própria casa, comecei a ter esses pensamentos também. Não são pensamentos bonitos, eu me sentia corroendo por dentro, sabe? Concordo plenamente com o que vc diz: eu não faria nada dessas cosias, mas eu pensava sim.

Gle disse...

Flavio... que bom que não aconteceu nada pior com você (danos materiais a gente recupera, como vc disse).
Eu acho que só quem sofre aquele abalo emocional, pode dizer o que sente. Acredito que o mesmo acontece no luto, por exemplo. Tem gente que se revolta, tem gente que se reprime, tem gente que só chora, enfim! A cabeça da gente é muito louca.
Não acho que violência leve a algum lugar não... mas é natural que a revolta te passe pela mente das mais variadas formas.

Aline J. disse...

00:04, por favor, que burrice é essa? Quer me impressionar? Poxa, vou dizer que você conseguiu, viu. Vamos tratar você como "ela" então, já que você diz ser mulher, né.

Você não foi estuprada, amiga. Falar que quer decepar a piroca do estuprador não quer dizer que ela vai fazer isso. Quem é você pra julgar? Se eu fosse estuprada, certamente que eu iria querer ver o meu estuprador ter um cabo enfiado pelo cu e saindo pela boca, mas isso não significa que eu vou fazer isso. E se fosse você, também iria. Eu não sei como é um estupro, mas ao contrário de você, eu não julgo quem quer imaginar o mesmo mal para quem fez.

'E outra, nunca TENTEI MINIMIZAR O ASSUNTO. Apenas disse que vocês não são a única vítima.'

Não, não tentou, ta serto. E tem certeza que você é mulher? "apenas disse que VOCÊS [...]" Sei não, hein?

'Ou vocês acham que se um avião cair e matar 100 mulheres, é uma tragédia extrema, mas se ele cair e matar 95 mulheres e 5 homens, é uma tragédia menor?'

Quem disse isso aqui, cara?! Você é burro mesmo ou faz força???? Em momento algum alguém aqui disse que não acontece com homem. Mas quando você tenta desviar o assunto com a ladainha de 'homens mimimi', quer dizer na verdade: "Homens também são estuprados, então cale a boca e vá lavar o chão".

Flavio Moreira disse...

Lola, Gle, obrigado.

Está tudo bem, mesmo. Mas eu só contei esse caso para que algumas pessoas que estão comentando numa tentativa talvez inconsciente de minimizar a revolta das vítimas de estupro vejam que as instâncias emocionais e racionais nem sempre sobrepõe-se harmoniosamente.
Como você, Lola, sou otimista, e não quero acreditar que uma vítima que deseja que a pessoa que a violentou seja lentamente torturado seria racionalmente capaz de fazer isso.
A quem comentou sobre isso, se eu interpretei errado, me desculpe, mas foi a impressão que tive.
Hoje faço um esforço ainda maior para não subestimar o sofrimento alheio e as reações que esse sofrimento provoca. Como disse a Gle, as pessoas reagem de formas muito diversas a essas coisas.
Para mim é só o medo de ser assaltado (que pode, sim acabar em violência física), mas pelo menos eu não vivo o medo adicional do estupro que muitas de vocês vivem.
Não me é difícil entender isso e ter empatia. Pena que seja assim para muitas pessoas.

Aline J. disse...

"Isso não quer dizer que essa pessoa, que foi vítima de uma violência tão brutal, racionalmente não seja contra esse tipo de punição"

THIS. É isso que eu quis dizer. Eu escrevi DESEJAR, não FAZER.

Anônimo disse...

Eu desejo que o cara que me estuprou seja torturado até morte. Desejo mesmo. E não sinto um pinqo de culpa sequer por isso.

Também ando com medo na rua, principalmente de noite. Já andava antes do estupro. Depois ficou pior.

Jéssica disse...

Mallagueta

Não distorça as coisas,ninguém disse aqui que violência não acontece e que se eu não morro de medo de andar na rua,todas devem agir igual.
Já vocês,frequentemente falam em nome de todas as mulheres do mundo:

Toda mulher tem uma história de horror para contar

Toda mulher sai aterrorizada na rua

Toda mulher é cantada 24 horas por dia

E isso é mentira,simples.Eu moro no RJ que está longe de ser um lugar cheio de paz,mas eu não sei porque incomoda tanto saber que tem mulher que não pensa em desgraça 24 horas por dia.
Eu não vou ficar pensando em merda o tempo todo,senão,nem saio de casa.

Anônimo disse...

Sim, eu sou mais uma mulher que ando na rua com medo de ser assaltada (e já fui vítima de 4 assaltos), levar uma bala perdida (e não é bala soft), e, principalmente, de ser estuprada (nunca fui, mas volta e meia, imagino minha reação diante do estuprador, para fugir dessa situação abjeta de violência - chute no saco, gritar tarado! tarado!, dizer q tenho AIDS, entrar na aula de krav magá...).
Vi essa reportagem do Brasil Urgente.
E para os idiotas que acham que mulheres que são estupradas provocam os homens com roupas curtas e coladas etc., viram que garota estava de calça jeans e casaco (parece que de moletom, "super sexy")? Alguém lembra de um juiz italiano - há mais de uma década - que ficou famoso no mundo inteiro pq absolveu o acusado de um caso de estupro pq a vítima estava usando calça jeans, e seria impossível estuprar uma mulher de calça jeans?
Sobre punição para o estuprador, deve ser severa sim, nada de sair um ano após "bom comportamento", coisa ridícula. Mas castração química, sou contra, e nem é pq acho uma pena terrível. Sou contra pq estupro não acontece pq um homem tem um desejo sexual insaciável; estupro é um crime de poder, de desigualdade de gênero.

Naná Moods

Elen disse...

Tem umas coisas bem estranhas no feminismo hein?!Para vocês não basta a mulher está ciente dos perigos que corre,a mulher TEM QUE VIVER ATERRORIZADA.E se alguma diz o contrário,começa o mimimi é mascu,mimimi está pagando de fodona.
Dá para escolher os pensamentos,eu posso sair de casa pensando que vão me atacar ou posso sair pensando que tudo vai dar certo,o dia vai ser bom,vou voltar inteira.
Eu só pensava em desgraça sem nada ter me acontecido,até que um dia tive um ataque de pânico no meio da rua e sem motivo algum,só tinha ido pagar uma conta.
Fiquei com falta de ar,o coração acelerou,pensei que ia morrer.
Cansei,melhor pensar em coisas boas do que ficar me aterrorizando sem razão e sofrendo pelo que nem aconteceu.
Se para vocês tentar viver melhor e ser positiva é pagar de fodona,só lamento.

Lia disse...

Não tem nada a ver com viver aterrorizada.

As criatura estão trocando tudo.

Em resumo:

Por mais que você, mulher, sinta-se "livre" andando a noite sozinha na rua, você não usufrui desta liberdade tanto quanto um homem.

Explicando:

Seja por que você volta mais cedo pra casa do que um homem nas mesmas condições voltaria, seja por que volta as vezes tarde pra casa, enquanto um homem voltaria muito mais dias etc.

Você que afirma se sentir segura com relação a estupro a maior parte do tempo representa sim uma parcela da população feminina, que tem "menos medo" que as demais. Digamos que você pertence a parcela mais corajosa das mulheres. Tudo que você faz com sua coragem é voltar pra casa a uma da manhã.

Porém, consegue imaginar o que a parcela dos homens mais corajosos faz? Com certeza eles não se limitam a "apenas" voltar pra casa a uma da manhã. Eles viajam sozinhos, pegam carona com desconhecidos, dormem na rua. Enfim, fazem todas as coisas que mulheres não fazem por "cautela".

Por mais que você seja a mais livre dentre as mulheres, será muito menos livre do que o homem mais livre.

Enjoy.

Anônimo disse...

@Anônimo 5 de setembro de 2014 00:04


"Eu até admiro as feministas que querem o fim da opressão, direitos que a sociedade nega, etc."
~ até ~


"Vocês prestam é um DESSERVIÇO as ideias feministas."

(1) ~Vocês~
(2) Um (x?) não feminista mansplaining. Xopensar... Não, obrigada.
(3) Ideias propagadas em LUTA por feministas que o Anonimo ~até ~ "admirava".



"Por causa de vocês, a rejeição ao movimento só aumenta."

[handface]
Não, Anônimo, a rejeição ao movimento feminista existe, e aumenta quando as feministas expõem mais nossa luta, PORQUE VIVEMOS NUMA SOCIEDADE MISÓGINA E EM GUERRA CIVIL NÃO DECLARADA CONTRA MULHERES. A causa da rejeição NÃO é o desabafo/grito de uma mulher contra a violência de gênero sofrida.

Se você estudar mais a fundo, perceberá que não adianta NADA maquiar discurso, esconder a revolta (caso citado, o qual se refere ao desejo interno da vítima, depois de sequência abominável de violências de gênero, não se refere à intenção de praticar os atos).

Tal como nos casos das mulheres que imaginam que ao comportarem-se de determinada maneira, "boazinha" ao julgamento de homens, ficará livre de ser taxada e xingada de "vadia", "puta" etc.

Não, ser uma "menina boazinha" não garante entrada nem permanência no grupo das "santas", ("santas" versus "putas" no cérebro de ervilha dos machistóides).

Da mesma forma, um feminismo maquiadinho não será mais palatável numa sociedade misógina. Nada de disfarçar, temos de usar os termos apropriados para nomear nossa vida degradada pela misoginia.

ODIADORES IRÃO ODIAR, NÃO IMPORTA O QUANTO VOCÊ TENTE SER AGRADÁVEL PARA ELES.

Pára de frescura, ou então continua nesse caminho inglório de implorar atenção dos machistinhas de merda.

Anônimo disse...

Mallagueta, agora não ter medo eh querer pagar de fodona? Ninguem ta negando que estupro existe, mas não vivo Nessa cultura do medo. So isso. Tenho direito?

E lia, moro em sp, volto pra casa as 4 da manhã,- com medo Sim! Mas não me intimido.- já peguei carona com vaaaaarios desconhecidos, jà passei a noite no aeroporto e até em ridoviaria. Tenho medo SIM. Mas não deixo de fazer nada que um homem faz nesse sentido. Viva com isso!

Mally Pepper disse...

Anônimo das 08:50, vir aqui batendo no peito e falando que não tem medo algum de andar na rua as 1 da manhã e ainda agir como se as outras mulheres fossem dramáticas e exageradas por ter medo é sim pagar de fodona.

Vc tem direito de não sentir medo, mas não tem o menor direito de julgar quem tem ou de dizer que essas pessoas estão exagerando ou fazendo drama, porque estamos falando de um problema real, que atinge mulheres no Brasil e no mundo inteiro. Esse problema pode até não existir no seu mundinho particular cor de rosa, mas existe no mundo real e nos aflige.

Deu pra entender agora?

Anônimo disse...

Meu Deus...As pessoas aqui são campeãs em distorcer e inventar coisas que os outros não disseram.
Algumas disseram que não tem medo de sair tarde na rua e outras entenderam sei lá como que elas estão dizendo que quem sente medo está fazendo drama.
Eu sinto um pouco de medo sim mas não passo o dia temendo um ataque.

Lia disse...

Eu convivo com isso sim.

Eu inclusive faço coisas que a maioria das mulheres não faz. Mas isso não me faz especial e nem me faz deslegitimar o medo que existe.

Eu só tenho plena consciência que por mais que eu seja ousada ou corajosa para uma mulher, sou muito menos do que um homem pode ser nas mesmas condições.

Deal with it.

Anônimo disse...

"Não distorça as coisas,ninguém disse aqui que violência não acontece e que se eu não morro de medo de andar na rua,todas devem agir igual.
Já vocês,frequentemente falam em nome de todas as mulheres do mundo:

Toda mulher tem uma história de horror para contar

Toda mulher sai aterrorizada na rua

Toda mulher é cantada 24 horas por dia

E isso é mentira,simples.Eu moro no RJ que está longe de ser um lugar cheio de paz,mas eu não sei porque incomoda tanto saber que tem mulher que não pensa em desgraça 24 horas por dia.
Eu não vou ficar pensando em merda o tempo todo,senão,nem saio de casa."





Concordo.

Sou mulher, moro em SP, não tenho carro e nem sempre tem ônibus pra voltar de madrugada pra casa, então eu ando mesmo. Esse negócio de AI CUIDADO MULHERES VCS VÃO SER ESTUPRADAS A CADA SEGUNDO serve sabe pra que? Pra deixar a mulher submissa dentro de casa, bem quietinha, bem aterrorizada, precisando de um homem pra sair com ela.... esse é o tal do feminismo empoderador?

Anônimo disse...

Nao da pra sair ditando regra e dizendo se deve ou nao deve ter medo de andar sozinha na rua a noite.

Depende de onde a pessoa mora e da vivência de cada uma.

Eu morei em cidades do interior ( araras, Botucatu ) . Em araras nao tinha problema para " andar sozinha de noite " porque tinha pais pra levar e buscar , mas andava muito a pé de dia pra escola, cursos , clube da piscina,

Em Botucatu perdi a conta de quantas vezes andei a pé na rua tarde da noite, de madrugada. Nunca me aconteceu nada...o máximo que aconteceu foi uma vez um sujeito mal encarado ficar me seguindo e ficar jogando pedrinhas na minha direção....achei que era um doido...rssss.. Corri pra casa, liguei pro meu pai (acho que de orelhão e a cobrar , pois nao tinha celular na época e eu nao tinha telefone em casa ) - meu pai que era delegado de policia se comunicou com a policia de Botucatu , deve ter pedido pra fazerem uma ronda pelo bairro e nao acharam nada,l,rsrs, devia ser um doido que atirava pedrinhas ao leu e eu achei que era em mim...:/
Lembro de outra ocasião eu ter ficado com um menino em uma festa, eram 3 hs da manha e ele quis me acompanhar ate minha casa, pois dava uma boa caminhada ( meia hora a pé ) , nenhum dos dois tinha carro. Se ele nao tivesse ido comigo, eu teria tentado arrumar carona ou teria ido sozinha, nao tinha muita opção. :/
Umas das boates onde tinha festa era perto de casa, e eu perdi a conta de quantas vezes eu fui e voltei sozinha , ate de madrugada, so fui ter carro no sexto ano de faculdade.ate lá , tudo era a pé, ônibus ou carona,

Morei 4 anos em SP e esses 4 anos na mesma rua, Consolação , do lado dos jardins, ja andei a pé inúmeras vezes pela região , na paulista , tarde, de madrugada, sem problemas. Mas ali tem muito barzinho,balada gay, o pessoal reclamava do barulho, , mas eu nao me incomodava porque meu apto era voltado pros fundos da rua, entao o barulho nao chegava em mim, e sinceramente eu ate gostava que as ruas ficassem cheias de gente , porque sempre preferi andar em rua cheia de gente do que em rua deserta... Entao ter as baladas ali sempre deixou a região mais segura, tinha gente na rua o tempo todo.

Hoje moro em Campinas, uma das cidades mais violentas do estado,
O posto de saúde onde trabalho antigamente ficava aberto ate as 21 e depois passou a fechar as 19 por conta da segurança, estava tendo muito assalto depois das 19.
Eu ja fui eu voltei a pé no trabalho uns dias que estava sem carro e nao quis gastar com taxi. Fica mais rápido ir a pé do que ônibus ( 35 min de caminhada ) mas era horário de verão. Se for no inverno, de noite, eu nao arrisco sair do posto a pé.
Nesse caso o meu medo era assalto, sequestro, acho que estupro tbem mas nao cheguei a ficar pensando muito nisso,
Na minha casa , o ponto onde moro e bom, tem um mercado que fica aberto ate 22h, ponto de taxi, e tem parquinho na praça, entao ate 21- 22 hs vc pode andar sossegada na rua que nada te acontece, tem gente na rua de monte, iinclusive tem gente que faz caminhada nesse horário das 20, 21 hs , eu inclusive ja fiz.
Depois das 22 eu evito, alias nem tem muito onde ficar indo a pé aqui depois das 22 , porque o comércio local fecha, so se eu resolver de ultima hora que quero pegar comida num dos restaurantes daqui de perto,ou se precisar de mercado ou padaria vou de carro em alguns dos que são 24 hs,
Cada caso e cada pessoa e diferente, !! Bjs


Julia disse...

Obrigada por desenhar pra algumas pessoas entenderem, Lia.

Anônimo disse...

Lia, Mallagueta.

Onde foi que alguma das meninas que disse que não tem medo de andar sozinha na rua, ( ou até tem, mas fazem mesmo assim) ONDE FOI que elas disseram que estupro não existe? Onde foi que elas disseram que vocês que tem medo estão fazendo drama?

Foram vocês que começaram a falar: vocês estão pagando de fodona, memso uma muher que faz isso é mais limitada que um homem...

Aí uma aí disse que faz tudo que um homem faz ( sai a noite, pega carona...), e a resposta da Lia? "Por mais que você seja a mais livre dentre as mulheres, será muito menos livre do que o homem mais livre" - falando nesse sentido de ir e vir.

A outra falou POR ELA, ELA NAO TEM MEDO. Agora vc quer falar em nome de todas as mulheres, que um homem é sempre mais livre, logo faz coisas que nós não fazemos? Muito bonito!! E depois acham ruim quando falam que homem faz mais coisas que mulheres. Até você, femnista, está aqui dizendo que um homem faz mais coisas que mulheres- pois é mais livre-. Bonito. depois acham ruim quando o cara pega a vaga de engenheiro, pois "é homem e pode andar nesses ambientes hostis"

E 100% com a anonima que disse:" Esse negócio de AI CUIDADO MULHERES VCS VÃO SER ESTUPRADAS A CADA SEGUNDO serve sabe pra que? Pra deixar a mulher submissa dentro de casa, bem quietinha, bem aterrorizada, precisando de um homem pra sair com ela.... esse é o tal do feminismo empoderador?"


Nãp estou entendendo vocês estarem tão nervosas sabendo que tem mulher que mesmo com medo, sai! Que mesmo com medo, faz tudo que um homem faz. Quam o probelamas que vocês tem com isso? De verdade?

Parodiando a frase dos pro aborto: não quer sair sozinha na rua? Não saia! Mas deixe de julgar ( uhuuu fodona!!!) quem sai sozinha as 4 da madrugada!

Anônimo disse...

Para as meninas que estão falando que temos TODAS que viver aterrorizadas, eu só queria entender (desenhem para mim, por favor, como disse a Julia): qual é o ponto de vocês?

- () provar que qualquer homem é mais livre que qualquer mulher, mesmo que essa mulher faça tudo o que um homem faz, pouco importa --> o que vocês ganham com isso? é empoderamento, é?

- () provar que qualquer mulher que não tenha medo está se fazendo de fodona - mulher sem medo não existe.

- () convecer todas nós que devemos ter medo sempre, o tempo todo, e assim viveremos em um inferno, todas nós juntas.

Me falem o que vocês querem provar, porque eu ainda não entendi.

Obrigada
Luluzinha

thais bueno disse...

Não é que DEVEMOS viver atormentadas, mas que sempre teremos medo. Umas mais, outras menos.

Assim como um homem tem medo de assalto. Uns mais, outros menos. Alguns nem tem. Mas o risco todos sabem que existe.

É a mesma coisa pra mulher. Com adicional o risco de estupro.

Eu, particularmente, morro de medo de estupro e assalto. Mais de estupro. Bens materiais a gente trabalha e conquista de novo. Meu corpo, uma vez violentado, pra sempre a marca fica.

Algumas tem medo. Outras não. Mas o risco ta aí, pras todas.

Unknown disse...

Cultura do estupro: Akon e David Guetta - Once radio

Dê uma olhada na letra...

"Mais algumas bebidas e ela fica pronta
E ela será toda minha
Olhe só para ela, olhe só para ela"


http://www.vagalume.com.br/akon/once-radio-traducao.html

Mai Melo disse...

Que quiproquó maluco, viu? Claro que o feminismo não quer que as mulheres tenham medo de andar na rua - muito pelo contrário. E bater sempre na tecla de que a maioria dos estupradores são parceiros/conhecidos da vítima é só uma das vertentes disso. O cara escondido no beco escuro está no imaginário popular - de homens e mulheres. E isso porque esses casos também acontecem, com mais frequência do que queremos imaginar. O vídeo acima é só mais uma triste prova.

NÃO DEVERÍAMOS ter medo de estupro. Maravilha seria se não tivéssemos. Mas a verdade é que uma boa parte de nós [já que dizer maioria mexe muito com os ânimos] TEMOS. E, infelizmente, é bem difícil encontrar uma mulher que possa dizer que não existiu nunca uma situação na vida em que ela TEVE o temor de ser violentada. A menos que, sim, ela seja bem privilegiada [de grana, sorte, inocência ou o que for]. Por isso causa estranheza comentários como os feitos acima.

Eu sempre fui uma dessas corajosas. Infelizmente, não sou uma das sortudas que não tem medo nenhum. Apesar de temer, enfrento. Ando sozinha pela madrugada constantemente. E, depois de um tempo, apesar de ciente da realidade, do passo apressado, do olhar atento, da chave na mão, a coisa é mesmo naturalizada. Aprender a conviver com o medo é sobrevivência. Dia desses meu porteiro me sacudiu.

- Tu devia parar de voltar pra casa sozinha à noite, visse?
- Mas qual o jeito, Duda? Não dá. Se preocupe não que já me acostumei.
- E onde que bandido tá preocupado com isso? Ele não quer saber se você tá acostumada não, ele quer é fazer. Essa semana a menina foi estuprada ali na frente.

Ele me contou a história. A menina morava dois prédios depois do meu. Vinha dobrando a esquina, já na nossa rua, quando o cara a encostou na parede, ameaçou com uma faca e a fez voltar com ele até o estacionamento da faculdade que tem lá perto, àquela altura, vazio. Depois foi o próprio vigia da faculdade que achou a menina voltando pra casa, chorando, machucada, atordoada. Ele a levou até o prédio dela, chamou o porteiro de lá e o meu. Os três deram voltas no quarteirão enquanto a polícia não chegava, mas não encontraram o estuprador. Meu porteiro disse que só pensou que podia ter sido eu no lugar da menina. E podia.

Sou, sim, uma dessas mulheres corajosas. Já peguei carona com desconhecidos homens, já viajei pra outro país sozinha e meu anfitrião era um cara, incontáveis vezes andei sem companhia pela madrugada. Gosto de pensar que tem mais gente boa que ruim no mundo. Mas jamais me esqueço de que sou vulnerável. Porque tenho plena consciência de que meu medo não é meu. Não fui eu que o inventei. Quando nasci, ele já estava aí fora, habitando muitas e muitas mulheres. Não me livro dele em divã de psiquiatra, não me livro dele negando sua existência. Assim como não se reconhecendo portadoras desse medo, as meninas que comentaram acima não o liquidam. Esse medo, eu o abraço. E já passei alguns perrengues por ter essa postura.

Ao contrário do que foi comentado, não existe empoderamento sem consciência do que tira nossa liberdade. Dizer "não tenha medo de estupro" não é fortalecer a mulher. Dizer "tudo bem ter medo do estupro porque estamos vulneráveis a ele, mas não sejamos reféns do medo que nos foi dado" é. Cientes de todos os perigos, vamos lutar contra eles. Em marchas, em coletivos, em grandes e pequenas atitudes. No lugar de voltar sozinha pra casa porque não tem medo, chame uma amiga que tem medo e por isso não sai de casa pra voltar junto com você. No lugar de não ficar pensando que você pode ser estuprada a qualquer minuto, pense que há mulheres sendo estupradas a cada minuto no Brasil e faça alguma coisa para mudar essa realidade. Isso é empoderar a mulher. O resto é individualismo.