sexta-feira, 1 de agosto de 2014

O ALTO PREÇO DE SER UMA BOA MENINA

Pedi pra queridíssima Elis traduzir pro blog este artigo de Lauren Henderson pro jornal britânico The Telegraph:

Ao criar nossas filhas para serem obedientes e educadas, estamos deixando de ensinar-lhes as habilidades de que elas precisam para serem bem-sucedidas? Uma ex-boa menina investiga.
Minha sobrinha de oito anos e sua amiga estão jogando tênis de mesa, e o ar está carregado com suas desculpas. Elas não estão jogando em duplas, então os repetidos pedidos de desculpas não são porque elas desapontaram a parceira. Elas estão só… se desculpando. Quando perdem a bola, quando a deixam pingar duas vezes, quando acertam a rede. Enquanto isso, quantas vezes meu sobrinho de dez anos, jogando com seus amigos em um mesa próxima a nós, pediu desculpas? Exatamente: nenhuma.
“Ok”, eu disse às meninas. “Regra nova: vocês não podem mais se desculpar. Está proibido.” Seus olhos se arregalam com horror. “Mas o que eu digo se errar?”, pergunta minha sobrinha. “Eu tenho que dizer alguma coisa!”
Eu sei exatamente como ela se sente: quando era uma menina, eu passei muito tempo me desculpando também. Era isso que meus pais ensinavam e a escola exigia, que as meninas fossem complacentes, obedientes, dóceis. 
Eu me lembro de me desculpar por coisas que não eram minha culpa para manter a paz em casa, tentando obedecer regras arbitrárias e ilógicas, e do crescente ressentimento que isso me causava: facilitava a vida dos meus pais, mas definia um padrão perigoso para o meu futuro. Porque se uma boa menina cresce sem aprender a se defender, se desculpando automaticamente mesmo que não precise fazê-lo, é difícil exagerar o quanto os efeitos podem ser prejudiciais a longo prazo: para seus relacionamentos, carreira e bem-estar emocional.
“As meninas fazem tudo o que podem para agradar, e os pais amam quando elas querem agradar”, diz a especialista em desenvolvimento infantil Elizabeth Hartley-Brewer, autora do livro Raising and Praising Girls (Criando e Enaltecendo Meninas, em tradução livre). "O problema é que isso faz com que as meninas se tornem um espelho daquilo que outras pessoas querem, sejam elas pais ou professores. Elas não são incentivadas a desenvolver quem realmente são e a cuidar das próprias necessidades.”
Em junho, a propensão feminina a se desculpar desnecessariamente foi tema de uma campanha publicitária da Pantene Pro-V nos Estados Unidos. Duas versões de cenas são mostradas: uma na qual as mulheres se desculpam e outra na qual não o fazem -– e assim parecem ser muito mais confiantes. Em quatro dias, o vídeo havia sido reproduzido mais de dois milhões de vezes.
Um anúncio anterior, que destaca como homens e mulheres são rotulados de maneiras diferentes pelo mesmo comportamento (persuasivo ou insistente, por exemplo), foi reproduzido 46 milhões de vezes. Trata-se de um problema que a recente campanha Ban Bossy, lançada por Sheryl Sandberg do Facebook, Beyoncé e Victoria Beckham, também tenta enfrentar. 
Frequentemente, quando são assertivas quanto a suas necessidades, negociam um salário mais alto ou tentam assumir a frente no trabalho -– situações nas quais homens seriam descritos como “líderes” ou “decididos” -–, as mulheres são rotuladas como “mandonas” ou “insistentes”. Defender seu espaço frequentemente é um atalho para que mulheres e meninas sejam tidas como antipáticas.
E a questão não é apenas que as mulheres possam conquistar seus objetivos sacrificando a simpatia durante o processo. Um novo estudo mostrou que sem a simpatia, elas podem não chegar a conquistá-los. A Barbara Lee Family Foundation, uma organização apartidária dos EUA criada para dar suporte a mulheres que são candidatas a cargos públicos, divulgou recentemente um relatório que indica que mulheres que promovem campanhas negativas contra seus oponentes são punidas de maneira desproporcional por isso. “Os eleitores estão perfeitamente dispostos a votar em um homem que considerarem qualificado e antipático”, alerta. “No entanto, eles não votam em mulheres consideradas antipáticas, ainda que sejam qualificadas. De fato é um padrão duplo.”
Somos forçadas a continuar sorrindo, manter uma aparência de docilidade, enquanto os homens podem se divertir esmurrando mesas e dizendo o que realmente acham.
Não é de se espantar que o recente filme Frozen da Disney tenha tido tanto apelo para meninas do mundo inteiro: minha sobrinha sabe cantar cada palavra da letra de "Let It Go", o hino no qual Elsa, uma das heroínas, finalmente se recusa a continuar escondendo sua verdadeira personalidade: “Seja a boa menina que você sempre deve ser / Esconda, não sinta, não deixe que saibam”. Eu fico muito feliz com o sucesso de bilheteria de Frozen e de Malévola, outro filme da Disney que retrata a vilã tradicional como uma heroína forte, poderosa e incompreendida.
Mas essas foram lições que eu tive que aprender sozinha. Fortemente condicionada pelos meus pais, minha escola e Cambridge, onde me formei, eu fui criada para agradar figuras de autoridade e ser, como Elsa, “a boa menina que sempre devia ser”.
Eu sempre fui a queridinha dos professores, e tenho lembranças terríveis de ser chamada em jantares para ouvir meus pais detalharem presunçosamente minhas conquistas para seus amigos.
Muitas e muitas vezes eu fui direcionada a um objetivo que faria outras pessoas orgulhosas, mas que não era ideal para mim. Na minha escola, ser aprovada em Oxford e Cambridge era o grande prêmio: apenas os nomes das meninas aprovadas eram gravados nas paredes. Eu teria me saído muito melhor em outro lugar, e estou convencida de que meu conselheiro sabia disso, mas quando fui aprovada aproveitei todos os créditos de boa menina que ganhei.
Logo quando cheguei, eu odiei minha faculdade pequena e tradicional: como  feminista, eu era tratada como uma curiosidade interessante, e quando comecei a estudar escritoras mulheres que não estavam no currículo, meu supervisor me alertou de que eu não conseguiria um diploma de primeira classe.
Ele estava certo -– mas eu finalmente havia começado a entender quem eu era e o que queria. Meu cérebro começou a funcionar e passei meus vinte e poucos anos desenvolvendo isso: apesar do desejo do meu pai de que eu me tornasse consultora financeira, decidi escrever e publiquei meu primeiro romance aos 27 anos.
Mas no mundo do trabalho os instintos de boa menina foram mais difíceis de abolir. Eu recebi muito pouco pelo livro: insuficiente para me sustentar. Pensando em retrospecto, eu me pergunto se, caso tivesse pressionado meu agente, um negócio melhor teria sido feito.
Eu aceitei a primeira oferta com a cabeça baixa e infinitos obrigados, sem perceber que fazia parte de um padrão visto em todos os campos. Estatísticas divulgadas no ano passado pela organização Higher Education Careers Services Unit demonstraram que o salário inicial para recém-formadas é de £ 21.000 a £ 24.000, e de £ 24.000 para cima para homens.
É uma maneira perigosa de começar: deixar de negociar seu primeiro salário pode ter o efeito cumulativo de fazer você perder £ 500 mil ao longo de sua carreira, de acordo com o livro Women Don’t Ask (Mulheres Não Pedem) de Linda Babcock, professora de economia, e de Sara Laschever.
Por outro lado, pedir o que queremos pode sair pela culatra: a sociedade pode punir mulheres que não se enquadram no paradigma da boa menina. Em um experimento realizado em Harvard em 2006, Babcock demonstrou que mulheres que tentaram negociar salários foram mais penalizadas que homens. Como diz o título do estudo, “às vezes perguntar/pedir ofende”.
Não é de se espantar que tantas de nós tenham medo de deixar a cabeça para fora d’água: parece que somos punidas se o fizermos e punidas se não fizermos. Lois Frankel, uma orientadora de liderança americana e autora de Nice Girls Don’t Get the Corner Office, (Boas Garotas Não Ficam com o Escritório do Canto, em tradução livre), observa que “mulheres não negociam por medo de serem tidas como antipáticas ou por acharem que não têm o direito de exigir algo mais razoável. Depois a mulher se pergunta por que não é reconhecida por ter mais potencial.”
Eventualmente eu comecei a negociar: eu queria e precisava. Troquei para um agente que me levou a uma editora melhor com um pagamento melhor. Aprendi que dizer o que queria me fez conseguir melhores adiantamentos e melhor promoção com a editora. Em um caso, eu estava convencida de que um livro de não ficção, Jane Austen’s Guide to Dating (Guia de Paquera de Jane Austen), venderia bem: eu paguei um designer para criar as páginas dos capítulos, insisti que meu agente o vendesse para editoras e, de fato, foi o maior sucesso financeiro da minha carreira. Hoje, escrevo misturas de bonkbusters [romance popular com sexo] com thrillers sob o pseudônimo Rebecca Chance -– o mais distante possível da minha dócil personalidade da adolescência -–, e são os que mais autenticamente se parecem comigo.
Os efeitos de ser uma boa menina têm longo alcance, pessoal e publicamente. Por anos, eu tive amigos que recebiam mais do que doavam –- quando você é criada para agradar as pessoas, você tende a se cercar de pessoas que precisam ser muito agradadas. Agora, eu tenho amigos que organizam as coisas tanto quanto eu, que cuidam de mim tanto quanto cuido deles, que sabem que nossas amizades são iguais.
Um dos meus maiores arrependimentos de boa menina é não ter feito sexo com meu primeiro namorado quando tinha 17 anos, que era a cara de Robert Mitchum. Ele havia, fazia pouco tempo, seduzido e depois terminado com uma sexy au pair francesa. Eu achei que deveria aprender com o erro dela e que conseguiria mantê-lo ao resistir a seus avanços. Após três semanas tínhamos terminado -– como claramente ele ia terminar comigo de qualquer jeito, eu deveria pelo menos ter aproveitado.
Na universidade, namorei um rapaz “adequado”, um homem aparentemente perfeito da mesma região e classe social que eu, embora eu não o considerasse atraente o suficiente nem para beijar. Após alguns meses, ele invadiu meu quarto enquanto eu estava fora e leu uma carta para uma amiga na qual eu detalhava a repulsão que sentia sempre que ele colocava a língua em minha boca. Sim: ele invadiu meu quarto. No fim, não era um rapaz tão adequado assim.
Conforme livrei minha personalidade dos traços de boa menina no trabalho, eu descobri que as lições que aprendi nas negociações de trabalho se aplicavam da mesma forma aos relacionamentos. Após anos aturando homens com fobia de compromisso e dando mais do que recebia, eu comecei a estabelecer padrões mais elevados. Comecei a perceber que minha boa menina interior era péssima na hora de julgar os homens. É revelador o fato de que, depois que reajustei minha perspectiva, eu encontrei um homem adorável, pronto para o casamento, em Nova York -– onde dizem que eles são mais raros que unicórnios.
No mundo, as coisas estão mudando gradualmente, afirma Hartley-Brewer. “Hoje em dia, as meninas se expressam,  e isso é ótimo. Eu criei minha filha de modo que ela pudesse se expressar e dizer não quando fosse necessário, algo que era muito mais problemático para minha geração de boas meninas de 1950. Eu não podia dizer não a  uma mosca.”
E embora a campanha Ban Bossy tenha sido amplamente criticada, chamada de “ridícula” pelo New York Post e mesmo levado bronca de feministas exatamente por ser mandona, ela pode ser um corretivo necessário. Na minha escola privada para meninas, ser mandona era uma característica valorizada -– tornava você chefe --, mas uma amiga que frequentou uma escola estadual mista atribui um medo de liderança que remonta a décadas ao fato das outras crianças dizerem que ela era muito mandona.
Tenho certeza de que há questões de classe envolvidas também: certamente as moças sofisticadas entre minhas amigas não têm problemas para serem ouvidas, e passariam mal se alguém as chamasse de “boazinha” ou "bacana”.
Hoje em dia, ser uma boa menina não tem mais apelo para mim. Eu percebi que o paradigma dos meus pais estava errado, e que o oposto de “boa” não é “má”, ou mesmo (como muitas mulheres temem) “masculina”. É “forte”, “poderosa”: é isso que devemos ensinar às jovens. Ser forte e poderosa não me impede de ser leal, cuidadosa, trabalhadora e boa amiga.
E não acho que significa que eu deva sentir vergonha de preferir assumir alguns dos papéis tradicionalmente femininos em meu casamento: eu cozinho, mas também cuido das contas da casa, enquanto meu marido corta a grama.
Eu sou bastante feminina em meu estilo: cabelo preso no alto da cabeça, maquiagem, salto alto, joias. Para mim, adotar a feminilidade não me faz uma boa menina. Eu ganho meu próprio dinheiro, cuido da minha carreira e intitulei um de meus livros de Bad Girls (Meninas Más) para brincar com o estereótipo: as três heroínas eram problemáticas, voluntariosas, festeiras, mas tão empáticas e merecedoras de amor quanto, digamos, a heroína submissa de 50 Tons de Cinza.
Eu parei de me desculpar -– pelo menos quando não é minha culpa. E no processo aprendi algumas coisas, entre elas que eu não poderia intitular um livro de Good Girls (Boas Meninas): ele simplesmente não venderia. Porque boas meninas -– mesmo quando estão sendo amarradas por Christian Grey -– são realmente muito sem graça.

71 comentários:

Anônimo disse...

Off de novo:
Lola, estes dias eu andava na rua e atrás de mim andava um pai com um filho de uns 10 anos.
O homem dizia muitas coisas machistas pro menino, como que ele não podia chorar, que tinha que bater, ser agressivo. O xingava por ser fraco e outras coisinhas mais nas entrelinhas. O homem destilava seu veneno de adulto sobre o mundo numa cabeça que ainda está em formação.
O menino, com cara de sapeca, absorvia tudo.

Eu comecei a ficar com raiva e saí de perto. E fiquei pensando: cadê as pessoas que dizem que é "a mulher que cria filhos machistas?" Cadê?? As crianças são educadas por pais, mães e a pela sociedade.

Também me peguei pensando se ao invés do pai, o rapazinho tivesse saído com a mãe... com certeza ela não estaria dizendo aqueles absurdos pra ele.
Enfim...

Anônimo disse...

Amei o post é engraçado como ainda esperam que nós mulheres sejamos boas meninas, se anulando e se desculpando por nossas escolhas.
Muitas e muitas vezes vivenciei situações assim, então aprendi a não dividir minhas experiências com ngm, aliás ngm de fora pq em casa respeitam minhas escolhas...
Dia desses conversando com meu namorado ele contava sobre suas experiências com outras mulheres, claro como maior parte dos homens se vangloriava. Ele se virou sorrindo pra mim e em algum momento perguntou pra mim se já havia feito sexo com dois caras no msm dia, eu respondi que sim... Noooossa como assim eu tinha me prestado a isso???
A resposta foi: pq eu quis!!!

Somos ensinadas a esconder nossas experiências, nossas vontades e desejos e viver de acordo com regras idiotas....
Até quando???

Rebecca disse...

Esse texto é genial! Faz todo o sentido pra mim. Eu, como a maioria, fui criada pra ser uma boa menina. E fui. Acho que ainda sou, mas bem menos do que já fui.
De qualquer jeito, isso fez de mim uma pessoa muito insegura. Tenho progredido, mas sempre me ofusquei para não me destacar mais que os outros. Também tenho esse hábito de pedir desculpas. Que horror!
Hoje eu me sinto muito mais empoderada, mas lendo esse texto me veio algumas questões em que eu sem dúvida preciso melhorar.
Muito obrigada, Lola!
Beijos!

Anônimo disse...

O Ban Bossy é baseado na subversão de uma pesquisa cuja conclusão era exatamente o contrário da campanha: que meninos e meninas eram igualmente estimulados a assumir liderança.
Fora que TODO MUNDO comprometido em um projeto de educação mais sério é incentivado a ingressar em instituições conceituadas e seguir carreiras mais tradicionais. Meninos inclusive sofrem muito mais com as limitações de carreira, meninas tem bem mais liberdade para perseguir "carreiras de gosto", no meio criativo ou intelectual, justamente porque não são tão cobradas para que tenham um êxito financeiro tão grande.

Anônimo disse...

Muitas mães falam para os filhos não chorarem e para que eles baixem a porrada nos inimigos.


A sociedade toda é limitante ao diminuir as pessoas. Os governos se omitem, pois políticos, muitas vezes, querem gente burrinha para que trabalhem e paguem impostos escorchantes.


É possível educar meninos e meninas para que vivam bem, com liberdade e harmonia. Depende de todos nós.


Muitas mulheres, por exemplo, morrem frustradas por nunca realizar seus desejos, por ter medo de admiti-los.Da mesma forma, muitos homens têm medo de falar sobre sentimentos.


Investidor Feminista

Anônimo disse...

Ser uma menina boazinha é uma droga. Sério, uma droga, e falo por experiência própria. Os piores momentos da minha vida passei por querer ser uma 'boa menina' tonta e desesperada em agradar os outros. Felizmente isso passa e você aprende a mandar os outros tomarem no rabo. Pessoal, ensinem suas filhas a serem firmes, a dizerem 'não', a se imporem, a não se anularem ou engolirem seus sentimentos pra agradar alguém. Se você ensinar sua filha a ser uma boa menina, ela vai se arrepender pro resto da vida. Quem fala é uma ex-boa menina que precisou de duas crises de depressão e meses seguidos de vontades suicidas pra enfim entender que o problema eram eles.

Anônimo disse...

Aos poucos o mundo vai melhorando.

Anônimo disse...

Ótimo texto, também fui ensinada a ser uma menina boazinha e até hoje tenho o hábito de pedir desculpas sempre para coisas que não tem nada a ver. Fui boazinha e só tomei no **, no pior sentido.

Anônimo disse...

Meus pais me educaram para ser educada, mas não obediente.
Nunca tive essa de "ser uma boa menina para arrumar um bom marido".
Agradeço meus pais até hoje por terem sabido me criar para ser GENTE, independente do sexo.

Beijos, Adriana A.

Anônimo disse...

Parece que o texto foi escrito pra mim. Rolou uma boa identificação

Anônimo disse...

Os homens temos fobia de compromisso pois existe o perigo de perder a casa e o contato com os futuros filhos. Os casamentos não duram mais e, na maior parte das vezes, somos obrigados a pagar pensão para as esposas. Tudo isso assusta.


Os homens também sofrem no mundo.

Anônimo disse...

Nem aguentei ler até o final, pelo fato de ter o achado americano demais e também generalizado demais.Boa parte do que ela falo se aplica mais americanas do que a mim. Sinceramente não me identifiquei, especialmente no quesito " ser bem-sucedida da" que é uma obsessão capitalista americana. Caso não seja bem-sucedida no seu trabalho, emprego, logo vc é uma fracassada, perdedora, L-O-S-E-R.



Anônimo disse...

"Meninos inclusive sofrem muito mais com as limitações de carreira, meninas tem bem mais liberdade para perseguir "carreiras de gosto", no meio criativo ou intelectual, justamente porque não são tão cobradas para que tenham um êxito financeiro tão grande."

A menos que seja bajulador ou bonito.. mesmo assim não dura muito nos relacionamentos.

José

Anônimo disse...

A tendência no mundo é de aumento do número de pessoas morando sozinhas.

Os homens foram educados para mandar. As mulheres pararam de obedecer. Como resultado poucos casam, apenas ficam e transam eventualmente.


A sociedade está mudando muito.

O sonho por homens que ajudem na limpeza de casa costuma atrair maridos bananas, preguiçosos.

Em bairros pobres, muitos maridos gostam de ficar bebendo o dia todo enquanto a mulher trabalha fora....


O mundo muda a todo momento.

lola aronovich disse...

Ok, anon das 15:03. Mas o texto não é americano. É britânico. Eu concordo que ele é um pouco longo demais, mas várias colocações são interessantes e pertinentes.

Anônimo disse...

Eu era o extremo oposto da boa menina. Hoje em dia eu estou justamente no outro extremo. Eu fiquei quietinha, aprendi a acreditar que eu não era especial, nem bonita, nem inteligente. Até hoje eu faço um esforço tremendo pra não julgar as pessoas, tento me doar mais do que recebo, estou sempre gastando dinheiro e tempo pra fazer as outras pessoas felizes. Hoje em dia eu peço desculpas umas três vezes se eu ocupo o espaço de outra pessoa.

Isso teve algo a ver com gênero sim. Meu primeiro namorado era do mesmo jeito que eu: arrogante, se achava intelectual, batia boca, humilhava os professores, e hoje ele ainda é do mesmo jeito, quase dez anos depois. Continua se achando tão especial que quando prestou vestibular e não passou tentou processar a universidade.

Anônimo disse...

As famílias sabem que educar uma menina para o casamento é risco de ela casar com um vagabundo preguiçoso como o Agostinho da Grande Família.


Aos poucos o mundo vai mudando.


Eu sempre estimulei minha namorada a pasasr em excelentes concursos. Assim teremos muito mais dinheiro juntos.


Um casal classe média pode juntar muito dinheiro, pode comprar casas para receber aluguel.


Se os homens estimularem as mulheres a ganhar mais haverá ganho para ambos.


Investidor Feminista

Anônimo disse...

Nem tanto o céu nem tanto a terra né anôn. O que está sendo incentivado aqui não é ser arrogante e bater boca a torto e direito; o que está sendo comentado é que pedir desculpas sem ter o porque, se anular por outras pessoas, deixarem passar por cima de ti porque você não quer magoar ninguém mas os outros cagam se te magoam, faz parte de uma educação repressora que você recebeu por causa do seu gênero como você mesmo falou... É disso que o texto incentiva a combater em si e nos filhos (para quem quiser ter).

Deixar de ser menina boazinha automaticamente não vai te deixar pedante. Bom senso é a chave.

Anônimo disse...

A sociedade capitalista ganhou a segunda guerra e depois ganhou a guerra fria contra a URSS. Então seus valores estão espalhados entre nós.

Num futuro, a China pode dominar o mundo no lugar dos EUA. Como eles são a favor do aborto, isso pode significar liberdade para milhões de mulheres.

Danilo disse...

Resposta: Ninguém acredita mais que as mulheres são seres tão humanistas assim.

Anônimo disse...

Jane Doe (escrevendo do tablet, logo mts erros) disse:

Pela educacao que eu recebi eu deveria ser ifinitamente mais "mosca morta" do que sou, mas estou longe de ser "menina ma". Eu pretendo fazer terapia para tentar deixar de ser tao "boazinha" e aprender a dizer nao com mais frequencia e pedir menos desculpas. Eu deixo de fazer mta coisa, de dar um basta em gente que me faz mal, por medo de magoar.
Eu ja nem chamo mais isso de educacao - foi adestramento mesmo, na base de muita violencia psicologica e assedio moral.

Isso tudo me deixou extremamente insegura e com a auto-estima em farrapos.
E o foda e que eu nao consigo sair desse buraco sozinha... fico feliz e admiro quem consegue.

Anônimo disse...

Eu odeio homem que tem medo compromisso sério é um saco conversar com eles.
O bom É quando agente cansa é insistir em só falar em namoro que eles saem correndo.

Anônimo disse...

Acho que nem boa nem má, depende do momento tem momentos que temos que fechar a cara, dizer não, e outros que temos que nos comportar bem.

Anônimo disse...

Eu sou meiga , porra!

Anônimo disse...

Parece que homem é igual em todo canto, vem com o mesmo defeito de fábrica.

Anônimo disse...

Se pensarmos de maneira limitada vamos nos lascar. É preciso pensar alto.


O marido que não estimula a esposa a ganhar cada vez mais está condenado a ser um meleca na água....


Se mais pessoas pensassem com uma mentalidade de mais lucros, o mundo teria mais justiça.


No meu caso, quanto mais minha namorada ganhar, mais poderemos investir e comprar vários imóveis para receber os aluguéis. É uma questão matemática que me faz apoiar o feminismo. Maiores salários do casal produzirão muito mais lucros.


Temos de lutar contra nossas repressões limitantes.

Investidor Feminista

Anônimo disse...

"Homem sofre" esquecendo que existe divisão de bens hoje em dia...
e pra não dar pensão que é um direito do filho, mas largar a mulher com eles pra criar, larga rapidinho né.

debora disse...

Droga meu sonho era casar com um inglês. pelo visto não tem homem sério no mundo

Anônimo disse...

HOMEM SOFRE, MULHER SOFRE DUAS VEZES MAIS.

Anônimo disse...

As tvs vendem o mito da mocinha inocente. A Rede Globo é uma desgraça, por exemplo, suas novelas destroem o cérebro!!!!


A indústria cultural ataca toda a humanidade.

Anônimo disse...

Muito interessante, o pior é que estava lendo, meu marido telefonou e eu pedi desculpas por uma razão boba...af!Tive que rir.

Li o artigo sugerido no comentário, Xico Sá te abraça, excelente.

Boa sexta pra todxs.

Leila

Anônimo disse...

Quem me ajudou a deixar e ser boazinha demais foi meu pai; ele percebeu que eu estava me ferrando por não saber dizer não, por sempre pedir desculpas nas situações mais improváveis (quando fui traída por exemplo) e eu ainda andava de cabeça baixa com vergonha de tudo! Ele que me fez acordar pra vida porque se dependesse da minha mãe eu estava na mesma até hoje. Não quero ter filhos, mas como sou nova, se eu tiver, vou educá-los sem essa carga toda. Nao estragarei a vida do meu filho/sobrinho/sobrinho.

Anônimo disse...

Eu sei que um limite é tão ruim quanto o outro, anon das 15:52!
O que eu quis dizer é que a guilt trip que me fez virar uma pessoa desprendida, doada, e apagada não afetou um homem que tinha o mesmo perfil que eu. Eu fui censurada e ele não.

Anônimo disse...

Sawl

Eu me identifiquei totalmente com o texto!!!
Minha infância foi brincando de boneca e casinha quando queria correr, jogar bola e soltar pipa!
Adolescência era evitando olhar diretamente para rapazes que eu considerasse atraente pra não ficar com fama de "vadia".
Evitar ser escandalosa. Engolir sapo, aturar deboche e desaforo, sofrer bullying quieta(a única vez que revidei a professora chamou meu pais!!) enquanto via os garotos se esmurrando quando afrontados!
Não sair mt tarde, evitar namorar muito(só tive um namorado antes do meu primeiro marido), e evitar fazer sexo com o primeiro rapaz que se envolve(curiosamente sentia um baita tesão pelo meu primeiro namorado e me arrependo por não ter transado com ele)!
Resultado? Casei com um homem super machista que se passava de "bom moço, rapaz de família", fui impedida de trabalhar, de sair à noite(ele me chifrava direto e ao mesmo tempo era mt ciumento), fui agredida, enfim, vive um inferno com aquele TRASTE disfarçado de bom moço!!
Depois que me separei, terminei a faculdade de Arquitetura, arrumei um namorado e fiz sexo com ele em duas semanas, kkk(o que pra mim que era tão reprimida foi um avanço), tomei um porre em uma festa, e acabei ganhando um beijo de uma mulher bissexual acompanhada do marido! Arrumei trabalho, consegui parcerias e montei escritório, tive mais dois namorados, um fiz boquete, recebi um boquete tb, kkk, topei ser submissa no sadomasô, mas, ele pegou leve(não teve tapas na cara, socos, nem nada extremo, apenas transava com ele amarrada na cama), terminamos sem neuras, até porque a gente apenas se curtia, conheci um dentista motoqueiro que me ensinou uns palavrões(eu não falava), kkk, me levou pra um tatuador pq eu sempre achei legal tatto(mas não tinha coragem de fazer), fui dominadora com ele(no sadomasô) e teve "otras cositas mas", kkk, arrumei mais alguns e acabei conhecendo meu atual marido em um encontro às escuras, onde TREPAMOS no primeiro encontro(não é lindo? kk).
Eu vou dizer o seguinte, quando eu era "good girl" só me FODI(não no sentido sexual, kk)! Deixei de viver coisas legais, não tive experiências de vida que podiam ser boas pra minha vida e deixei de curtir(sexualmente falando) um cara que tinha um baita tesão, mas, a fase onde fui "bad girl" foi a mais DIVERTIDA e GOSTOSA que já vive, mas, a MELHOR é agora onde estou trabalhando, ganhando um bom salário e casada com um homem maravilhoso(e praticamos pequenas loucuras, kkk).
Então digo o seguinte: pais, mães de meninAS NÃO reprima, NÃO castre, NÃO subestime, NÃO "domestique""(até porque suas filhas são seres humanos NÃO bichinhos de estimação)! Elas NÃO serão crianças pra sempre! Se tornarão mulheres inseguras, infelizes, deprimidas(eu já tentei me matar quando era casada com o traste!)! As eduquem para serem mulheres independentes e fortes NÃO princesinhas frágeis e submissas! Não as confinem em CASTELOS DE AREIA que um dia irão ruir!!

Sawl - ex good girl, agora e sempre The Rebel!!

Raven Deschain disse...

Anon de 13 e 49, vc está errado. Meninos não são estimulados a seguir carreiras artísticas ou intelectuais por causa do machismo. Por que são carreiras de "bicha".

Não tem muito a ver com dinheiro.

Anônimo disse...



Repressão de gênero? Só mulheres agem assim? Queria saber em que planeta as feministas vivem,quando n inventam problemas tem que aumentar ou distorcer a realidade.
Existem homens e mulheres que deixam os outros passarem por cima de si mesmos para agradar.

Meu irmão é um deles,n quer dizer n para os outros e sempre é explorado por "amigos" e vejam só,somos uma família tradicional(machista,racista...segundo a opinião de vcs) que vcs tanto odeiam.
E n me lembro de meus pais dizendo que minha irmã deveria se comportar enquanto eu e meu irmão podíamos fazer a merda que a gente quisesse e ficar por isso mesmo só porque a gente é macho.
Agora ensinar a ter educação é opressão...

Quem é que pede desculpas quando n fez nada de errado? Nunca vi,nem homem,nem mulher,isso era um problema dela e como é de praxe tinha que culpar os outros.

Raven Deschain disse...

Pois oia... Meu pai até tentou (minha mãe nunca criou os filhos assim). Mas não adiantou muito. Saí essa criatura arrogante e boca suja.

Mas como alguém disse aí encima, bom senso nunca matou ninguém, então esse é um lado que tento todos os dias mudar.

Claro que sempre vai ter uma Luiza, ou José, ou Claudio que merecem um petardo. Huashua

Mas tenho uma amiga, linda, simpática, maravilhosa. *-*

E ela está sempre magoada, sempre infeliz, pq alguém passou por cima dela e ela não conseguiu fazer nada. E isso é triste. Eu tento dar um apoio moral, mas seis meses de amizade, de repente não mudam uma vida toda de obediência.

Raven Deschain disse...

Ah é! Falando em apoio moral.. Muito obrigada gente linda que me apoiou naquele post lá.

Obrigada pelo que vcs me ensinam todo dia. :3

Anônimo disse...

Nossa Sawl,quantos anos aguentou esse inferno? Como conseguiu sair disso?
Tenho uma amiga que vive mais ou menos isso,se casou com um lixo que fingia ser um maravilha,quando tinha 20 anos,quer se separar mas n sabe como,ele não deixa ela trabalhar e isso preocupa ela porque tem 27 anos,sem experiência e tem medo de não conseguir emprego.
Ela anda depressiva,o cara é ciumento,fez ela se afastar do amigos,da família(que acha que ele é um bom moço que cuida da filhinha deles!),para ter uma ideia,só vou na casa dela,quando o traste n está,porque senão,o babaca faz um escândalo,porque para ele eu sou má influência,porque trabalho,gosto de balada.
Não sei se ele já agrediu ela porque ela nunca disse nada,mas eu não duvido que tenha feito.
Não sei como ajudar,minha vontade é quebrar a cara daquele fdp!

Anônimo disse...

E ela continua sendo uma boa menina né? Procurou um bom homem pra casar, usa maquiagem, salto alto e adora cozinhar enquanto o marido corta a grama. Menina perfeita! Afff

Renata disse...

“As meninas fazem tudo o que podem para agradar, e os pais amam quando as elas querem agradar”

Lola, tá escrito 'as elas', hehe =]

Quanto ao texto. Pra mim isso é tão fato!
Eu falava palavrão, me mandavam calar a boca e pedir desculpas.. meus irmãos falavam, ninguém dizia nada.
Um guri passou a mão na minha bunda na escola e eu dei um soco nele e fui mandada pra sala da diretora e com o guri não aconteceu nada (mesmo um monte de gente tendo visto!).
Em debate na sala, quando eu falava (ou outra garota), logo algum guri interrompia e não deixava a gente falar, mas, quando eu (ou outra garota) interrompia algum guri, mandavam calar a boca e ficava por isso mesmo. And so on, and so on..

Mas sabe, eu adorava liderar, falar, debater, questionar.. mas de tanto ouvir "cala a boca", fui ficando cada vez mais quieta. E até hoje me desculpo por coisas que não fiz (como outras comentaram aqui)!

Espero um dia voltar a ser um pouco mais como era antes.

Anônimo disse...

O que esse texto diz sobre os problemas de criar "boas meninas" que depois se tornam frágeis por dentro (o que não tem nada a ver com feminilidade no corpo) é basicamente o que a Camille Paglia já vem dizendo há décadas. Claro que não apenas ela.

A diferença é que a Paglia não faz dois pesos e duas medidas na sua análise, então ela pega pesado quando as feministas que dizem não querer ser "good girls" acabam se utilizando justamente desse estereótipo de fragilidade para se vitimizar. Pior ainda quando transformam essa vitimização em reivindicação política. É o que vejo numa grande parte do feminismo brasileiro (e de internet) hoje.

(Podem me chamar de "mascu" à vontade, só me abalo com argumentos.)

Cris disse...

"Meninos não são estimulados a seguir carreiras artísticas ou intelectuais por causa do machismo. Por que são carreiras de "bicha"."

A garota aí não sabe coisa alguma do que tá falando. Eu trabalho no meio meio cultural/intelectual e nunca sofri problemas de ser-chamado-de-bicha por causa disso. Só fui chamado assim por gente que chama qualquer coisa diferente de "coisa de viado".

E ainda confunde machismo com homofobia só porque ambos os termos se referem a formas de opressão. Risos. Assim fica fácil dizer que tudo no mundo é machista.

Paola disse...

E vocês ainda negam que jogam a culpa de tudo no machismo.
Pegam problemas que qualquer um pode ter e dizem que só mulheres sofrem disso e a culpa é toda dos outros.
É um problema interno mas a própria pessoa não tem nada a ver com a história,foram os outros que as fizeram assim.
Homens também fazem o que não querem para agradar os pais,os outros,também são feitos de trouxas porque não sabem dizer não,também não tem confiança em si mesmos,depressão... e qualquer merda que possa assolar o ser humano.

Minha família é machista,do tipo que acha que mulher tem que arrumar casa,sair com mais de um é vagabunda mas entre isso e achar que mulher deve ser capacho dos outros,tem uma grande distância.
Nunca falaram para eu aguentar abuso dos outros mas eu não conseguia reagir quando me infernizavam na escola,era um problema meu.
Já meu irmão que também não recebeu incentivos para ser trouxa,é sacaneado por todos que abusam dele porque ele deixa,o que pedirem ele dá.

Uma prima minha com pais igualmente machistas,é bem diferente de mim,desde criança mandava os outros tomarem no cu,batia nos garotos da rua,não leva desaforo para casa e não está nem aí.

A mente e personalidade das pessoas é muito complexa para resumir tudo a machismo.

Nibelung disse...

Coisinha irrelevante, mas a versão traduzida desta parte de Frozen é "Sempre a boa menina deve ser/Encobrir, não sentir, nunca saberão/Mas agora vão"

Anônimo disse...

Poxa Sawl, adorei teu relato, a forma q vc deu uma reviravolta na tua vida mesmo depois de ter sofrido tanto... Provou q a maioria dos "clichês" q nos são ensinados, estao completamente errados e equivocados... Gostaria de saber mais sobre a sua história, se possível, por exemplo quando q vc deu um basta e se separou e decidiu agir diferente, quanto tempo passou em cada situacao, sua idade qdo resolveu fazer essas mudancas... Se vc precisou de algum tipo de terapia ou tratamento ou conseguiu sair dessa sozinha e sem traumas... Te admiro pela forma q vc lidou com tudo q passou e deu essa virada na tua vida... Parabéns... Eu ainda sou uma "good girl" lutando pra quebrar as regras... Mas ainda tenho mto medo e receio de agir... Por isso historias como a sua são inspiradoras pra mim... Bjs!

Raven Deschain disse...

"Só fui chamado assim por gente que chama qualquer coisa diferente de "coisa de viado"."

Exatamente.

Vc não entendeu o que eu disse ou está simplesmente entendendo o que quer. :)

Este preconceito existe e não sou eu que estou falando. São os pais e mães que não deixam o filho ser pintor ou desenhista porque além de não dar dinheiro (não sei de onde tiraram isso aliás, os ilustradores que eu conheço ganham bem mais do que eu), é coisa de "maricas".

E se vc não acha que homofobia é sintoma direto do machismo, bem.. Só posso lamentar.

Ou vc acha que um cara homofóbico é super libertário com as questões feministas?

Raven Deschain disse...

Olha gente. Nos relacionados da campanha tem essa da always, bem legal tb.

https://m.youtube.com/watch?v=XjJQBjWYDTs

Julia disse...

Que texto incrível o da Juliana Cunha. Essa condescendência me irritava mas ela conseguiu explicar de forma articulada o porquê.

Sara disse...

Concordo muito com o q diz o post, existe mesmo uma patrulha no comportamento feminino.
Mas tb existe inclinações individuais muito fortes.
Tem gente q passa a vida sem nunca se impor, aceitando tudo.
Tem outros q vão aprendendo a se fazer respeitados ao longo da vida.
Tem gente que nasce pra liderar, e são egoísta e autoritários desde bem cedo.
Eu creio q faço parte da segunda turma, foi as duras penas q aprendi a me impor (ainda estou aprendendo), mas hje, acho q sou até meio egoísta, penso em mim em primeiro lugar, tento me fazer feliz antes q qualquer outra pessoa.

Anônimo disse...

Esse negócio de ser "boa menina" e jogar a culpa nos pais, na criação e não sei o que pra mim é um puta vitimismo absurdo, coisa de gente pamonha que acha que tá ganhando alguma coisa com isso.

Minha criação foi super machista. Meu pai era o Imperador da Quinta, ninguém podia contrariar o homem e quando um filho apanhava, todos apanhavam pra ninguém ficar com ciúme. Começava no mais velho e terminava na mais nova (eu), porque segundo ele o braço já estava cansado e eu sofreria menos. Quanto amor né?

Minha mãe, em casa e na frente das visitas ficava com aquela cara de coitada submissa, andava até meio curvada, vivia "doente" de coisas genéricas, todo mundo morria de pena dela. Menos os filhos, que sabiam o que aconteciam quando meu pai ia trabalhar. Ela se transformava, virava uma maluca, acordava no berro e cansamos de apanhar sem saber a razão. O coitadismo dela era só pra inglês ver e pra não ter que trabalhar fora.

Fui criada pra ser "boa menina" que pede desculpas por existir, que tem que sentar de pernas fechadas e não pode pegar o bife maior na mesa, tudo isso debaixo de muita pancada e adivinhem se com 13 anos eu já não tava fora de casa. Fui morar com uma tia, trabalhava meio período no comércio que ela era dona e não ganhava salário de criança não, ganhava dinheiro de verdade e com 18 já tinha alugado meu primeiro apartamento com a poupança que fiz. Ralei muito mas não aturei ser pamonha na vida. A pessoa pamonha se faz de tonta pra parasitar os outros, sempre tem algum benefício incutido. Por essa razão que minha pena é ZERO.

Anônimo disse...

"E ela continua sendo uma boa menina né? Procurou um bom homem pra casar, usa maquiagem, salto alto e adora cozinhar enquanto o marido corta a grama. Menina perfeita! Afff"

AINDA BEM que eu não fui a única que percebeu isso.

Boas meninas vão para o céu. As más, vão para o lugar que quiserem ir.

Anônimo disse...

isso vai mudar minha vida.

Laura disse...

Acho que algumas pessoas estão confundindo personalidade com cultura.
O que eu entendi do texto é que as mulheres são criadas para serem simpáticas, ao contrário dos homens.
As mesmas atitudes são classificadas diferente de acordo com gênero. Me incomoda muito quando um cara tem personalidade de mais bonzinho e é colocado como 'banana', enquanto dificilmente uma mulher vai ser chamada assim. Mas isso porque ser banana para nós é quase um elogio.
Acho que o negócio não é gritar, ser grosseira, é simplesmente impor suas vontades, desejos e objeções. A forma como cada uma faz isso vem da personalidade, na minha opinião.

Anônimo disse...

Tenho um irmão mais velho, solteiro, beirando os 40. No momento, está desempregado e minha mãe, já com quase 70 anos e doente, o ajuda. Tudo bem se a ajuda fosse apenas financeira, mas não, ela lava (no tanque porque o bonitão não gosta de roupa lavada na máquina, por que fica com fiapos grudados), passa e cozinha pra ele. Ele não lava uma cueca sequer. Minha mãe diz que ele é homem e não pode fazer certas coisas (oi?). Qualquer espirrinho que ele dá ela fica superpreocupada com ele (ele tem asma, mas não é pra morrer!).
Percebo que desde a infância ele era supergrosseiro, folgado e agressivo com todos da família. Foi supermimado e eu fui educada a sempre ajudar...Assim eu, por um tempo, fui essa menina-panaca que o ajudava nos deveres de casa, que o ajudava na informática...depois entendi que ele me usava. Bastou um dia eu dizer um não à ele - tinha prova na faculdade no dia seguinte, não tinha como ajudá-lo, ele começou a se debater na porta do meu quarto, quase me obrigando a ajudá-lo. Mas me fiz firme e não cedi. Desde esse dia não falo com ele, e me senti aliviada depois disso, confesso. Isso já faz mais de 15 anos, por pouco não terminei a faculdade, mas consegui ter minha vidinha, com muitas dificuldades, porém tenho meu emprego, conquistei minha casinha, não foi fácil, mas consegui. Decidi que não casaria e nem teria filhos, trabalhar e ser independente financeira e emocionalmente era a minha prioridade.
Mas minha mãe continua refém de um filho de 40 anos, abusador, agressivo. Tentei ajudá-la, abrindo os olhos, mas ela fica agressiva comigo e o defende com unhas e dentes...Acha que a missão dela é ser babá de marmanjo e me critica por não ajudá-la a mimar o folgadão quarentão. Dessa forma, não posso fazer nada. Como ajudar uma pessoa, no caso, minha mãe, que se submete ao filho sem questionar isso?! Deixei pra lá, fico triste e agoniada com isso, mas há coisas que não dependem única e exclusivamente de nossa vontade.
Pensei em até procurar o Conselho Tutelar, mas temo que, se não der em nada, ele venha nos agredir.

Lana Rocha disse...

Eu tenho um irmão de 5 anos mais velho do que eu, nasci com dificuldades e precisava de fonoaudiologia e vivia sempre em consultório médicos, meu irmão nasceu perfeitamente normal. A minha mãe teve dar estímulos para aprender a ler e escrever, eu sofri agressões físicas fora de casa por ser frágil e quieta, a escola me ensinava a ser boa menina por não ter condições perfeitas e deveria ser boazinha para compensar isso. O meu esforço me fez conquistar várias coisas onde não é qualquer um que conseguiria, aprendi estudar sozinha e ser independente na hora de precisar de algo. Portanto o meu irmão me culpa pelo fracasso dele, justifica cruelmente que por minha dificuldade a nossa mãe me deu mais atenção, o meu irmão diminui minha dor como fosse algo fútil e ainda se declara feministo, mas dizia a mim que era mimada e sempre teve indícios físicos que ia me bater. A vida inteira me senti reprimida e não tivesse tempo para me descobrir, tive que amadurecer cedo por causa do preconceito, a escola invés de aprender eu sentia que os professores queriam me usar ou prejudicar por algumas segundas intenções.
Até que um dia dei basta em tudo isso e disse o que eu sentia, me livrando a imagem de boa menina e sabem qual foi resultado? Me obrigaram ir no psiquiatria, terapia e meu irmão nunca mais fala comigo, apenas conversas casuais. Me chamavam de instável, rebelde, grossa e inúmeras ameaças. Eu me senti obrigada ser invisível na escola até terminar e estudar sozinha para a faculdade que desejo, tentei cursinho e me decepcionei pela história se repetir novamente e pela péssima didática e estou tentando descobrir como aprovam já que as matérias raramente cai na provas ou raramente ensinam completo deixando o aluno ter que descobrir por completo e assim pagam para isso. Eu demorei para me descobrir, personalidade, atitudes, ideais, sonhos, talentos e assim aprendi ignorar os preconceitos sobre mim e comentários irrelevantes como uso palavras cortantes e sinceridade para conversar ou não devia proteger as minorias ficando na minha. É péssimo a ser boa menina, quantas mulheres sentiram realmente livres e teve que arcar a consequência em nome da liberdade? Não falar com família, segurar a barra sozinha, depressão, ansiedade e outros.

Eu gostei mais desse texto Lola, escreva mais desse assuntos. Eu leio sempre e nunca comentei aqui.

Anônimo disse...

Já comigo acontece o contrário.
Por ser filha de doutores, eu e meu irmão fomos educados para ser independentes o quanto antes e ganhar um ótimo salário. Tive uma educação muito rígida com relação aos estudos, e sempre nos falaram pra nunca pedir desculpas (mesmo quando errados) e baixar a cabeça, a ser em resumo arrogantes. Hoje tenho 23 e meu irmão 28. Meus pais chegaram ao cúmulo de fazer planilhas com nosso histórico profissional e pessoal (namoros, amigos influentes, físico..) e mandar pra nossas casas com metas de 5 em 5 anos. Eles já sabem o que eu farei aos 25, aos 30, aos 35... Eu não.

E pro delírio deles meu irmão fez residência e foi fazer trabalho voluntário por um ano, voltou e quer adotar duas crianças negras junto com a noiva, o que pra eles é impensável. Eu sou cumpri até agora quase tudo o que foi imposto profissionalmente, e apesar de jovem eu realmente tenho muitos benefícios, mas como não seria diferente eu também não sou a filha perfeita, porque sou voltada a fazer trabalhos sociais, namoro um rapaz d classe mais baixa que a minha e não quero ter filhos. Aí fodeu né.

Enfim, isso é uma merda.
Tanto em ser dócil, amável e etc
Como fazer dinheiro a cada minuto do seu tempo e aos 35 já deixar meus 3 herdeiros, rs

Nayara Galeno disse...

Mulheres criadas para serem princesas. Até quando?

Julia disse...

Que bizarro, anon 14:34.

Eu também tenho dificuldade pra pedir desculpas.

Quando piso no pé de alguém ou coisa parecida peço sim desculpa, mas em outras situações é meio difícil.

Parece que não sai, mesmo quando to errada. Sou meio orgulhosa.

Dan disse...

O texto tem sua verdade, não há como negar, embora minha experiência tenha sido oposta. Na escola, as pessoas aplaudiam as meninas arrogantes, que xingavam e se metiam em tudo, e assim segue na vida adulta, com um endeusamento á arquétipos de "bad girls". Cresci ouvindo que ser "boa" é uma ofensa. Eu não to me fazendo de idiota, entendi a mensagem do texto, que não está fazendo apologia á ser escrota e mal educada, porém eu creio que existem dois problemas de proporções iguais: o de criar a mulher pra ser submissa, e o de desvalorizar pessoas discretas e altruístas.

Anônimo disse...

"Duas versões de cenas não mostradas"
Não mostradas ou são mostradas?

Unknown disse...

A questão de ser uma "boa menina" é que o referencial muda sempre. Ser uma boa menina para quem, com relação a quê? É uma receita para o fracasso: se você pauta sua vida em querer agradar os outros, nunca vai conseguir agradar a todos e vai sempre se sentir uma merda. Como, aliás, acontece com todas as "boas meninas".

Sobre pedir desculpas, é um pouco engraçado, porque eu não costumo fazer isso; meu marido é que faz. Está sempre pedindo desculpas por qualquer coisinha, e eu pergunto: "tá pedindo desculpas por quê?". Procuro sempre mostrar que ele não deve desculpas o tempo todo.

Estragadinha disse...

"E ela continua sendo uma boa menina né? Procurou um bom homem pra casar, usa maquiagem, salto alto e adora cozinhar enquanto o marido corta a grama. Menina perfeita!"

Ué, qual o problema em gostar de cozinhar, usar maquiagem, salto alto, ser casada... não pode fazer isto tudo que gosta sem ser uma pessoa submissa?
Sou casada, cozinho, uso maquiagem às vezes e nem por isso sou "boazinha", pombas.

Sobre pedir desculpas: meu esposo que atentou para isto.. um dia ele me disse: "Você não precisa ficar pedindo desculpas para tudo"! Parei para pensar e vi que realmente há ocasiões em que isto é desnecessário, que preciso ter mais segurança em frente ao cotidiano. Como fez bem!

elaine telles disse...

Às mulheres que comentaram que tudo isso não passa de vitimismo, fica a dica: não é porque você é fodona, forte, mesmo tendo sido criada sob condicões adversas, que todos irão reagir do mesmo modo. Somos seres humanos, todos diferentes, portanto, normal reagir diferente. Pensar assim é característica de gente que não sente empatia por nada, que faz questão de não se importar com o próximo, afinal, como essa pessoa é foda, todo mundo tem obrigacão de dar a volta por cima, afinal, ela faz isso. Isso é uma pena, porque é o tipo de comentarista constante aqui: "não está contente na sua casa? Sai e aluga um ap, porque obviamente vc vai conseguir um puta emprego que paga bem logo de cara. Comigo foi assim e se com os outros não é, é culpa deles e da preguica deles!"A pessoa nunca leva em consideracão que o mundo é feito de pessoas de todas as classes sociais, que tiveram diferentes oportunidades na vida. A essas pessoas, sṕo desejo que elas usem toda esse poder de ser tão fodas e acordem, e passem a ver o mundo fora dessa bolha cor de rosa.

Anônimo disse...

Já fui uma boa menina, sempre procurava agradar, procurar ser sempre agradável com um sorriso no rosto, mesmo que estivesse morrendo de tristeza por dentro, tinha medo de decepcionar as pessoas. Mas nunca fui criada pra isso, minha avó tinha muita personalidade e não abaixava a cabeça pra ninguém, minha mãe era romântica e prestativa, mas sempre me ensinou a nunca fazer o que não queria, a não levar desaforo, a revidar se alguém me batesse na escola... só que eu era muito tímida e como não tinha amigos me sentia na obrigação de agradar, de me deixar humilhar, pra que as pessoas de alguma forma gostassem de mim. Hoje não sou mais assim, só sou boazinha com quem merece minha bondade.

Anônimo disse...

Elaine, a conclusão desses comentários normalmente é: o tema do post não é uma exclusividade de gênero. bjs

Anônimo disse...

Elaine telles

onde você viu alguém se gabando de ser fodona e forte e que todo mundo deve ser assim?
O ponto é o que vc disse,pessoas são diferentes e reagem diferentes,seja qual for o ambiente em que vivam, mas a autora do post quer culpar os outros por um problema que é dela e isso é vitimismo sim,bem simples.
Eu tb não conseguia me defender e não foi porque me criaram para ser um capacho,nunca me disseram que tinha que aguentar calada os insultos e meus pais tb são machistas.
Culpar o machismo por tudo não dá.

Junior disse...

Não sou mulher, mas também fui criado pra ser um "bom menino". Embora o artigo e os argumentos da autora sejam bem relacionados ao machismo, me identifiquei MUITO com alguns pontos e fatos que ela citou, como o lance de se desculpar, a relação abusiva com amigos e namorados, até mesmo com a família. Ser exibido como troféu da família por ser perfeitinho e correto o tempo todo.
Já fiz 4 anos de terapia e ainda não consegui me livrar totalmente desse estigma que me persegue. Belo texto. Não criem suas filhas (e filhos) pra ser algo que não existe na vida real.

Anônimo disse...

Por que o link do filme Frozen está leva a um artigo, em espanhol, sobre o termo "esposas" que significa algemas nesse idioma?

lola aronovich disse...

Porque está errado! Vou corrigir, obrigada!

Nanah disse...

Eu tenho refletido muito sobre isso de educação e de como as mulheres são digamos "machistas" e essa semana resolvi me libertar eu deixei de passar a noite com um cara pelo que minhas "amigas" iam pensar ,já que uma delas tinha me falado anteriormente que era feio ir embora sozinha com um homem em um carro e agora eu fico me remoendo em arrependimento
Eu vi que penso diferente e quero demostrar esse pensamento aos outros e o blog além de muitos outros pontos me ajudou a ver que não estou sozinha nessa e que errado e quem se condena a ser "boa menina" eternamente