terça-feira, 20 de agosto de 2013

GUEST POST: O SELINHO DE SHEIK E A CORAGEM DE DEMONSTRAR CARINHO

Como não acompanho futebol fora da Copa do Mundo, não estava sabendo dessa "polêmica" envolvendo um jogador do Corinthians, Emerson Sheik, que colocou numa rede social uma foto sua dando selinho num amigo. 
É impressionante. A heterossexualidade dos homens hétero deve ser uma coisa muito frágil se um mero selinho seja capaz de destruí-la! Já escrevi sobre isso algumas vezes: de como homens não poderem demonstrar afeição física um pelo outro seja uma espécie de "pedágio" que eles precisam pagar em troca de seus muitos privilégios. Não poder abraçar, dar bitoquinhas, tocar em quem se ama (desde que consentido) faz com que vários homens tornem-se emocionalmente deficientes. É o que eu chamei de "o preço da eterna vigilância". Ser machão tem um preço, e bem alto.
Tem um livro que li faz tempo e que não consigo me lembrar o autor ou o título de jeito nenhum. Ele levanta uma tese que não deve ser nova, mas que, na época, me pareceu uma grande novidade: que as comemorações dos atletas homens -- os beijos, abraços, um se jogando em cima do outro etc quando celebram um gol -- são uma forma de compensar essa enorme lacuna, essa castração. 
E depois dizem que feministas são castradoras, né? Ninguém castra os homens tanto quanto o machismo
Foi a Evelyn Ramos, estudante de Comunicação e Multimeios na PUC-SP, que me falou sobre o "caso Sheik", e que me enviou o guest post que publico abaixo.

O jogador do Corinthians Emerson Sheik postou anteontem uma foto no Instagram na qual aparece dando selinho em seu amigo Isaac. O que era apenas para ser uma demonstração de carinho e luta por respeito acabou causando a maior polêmica. 
Se já não bastassem os comentários homofóbicos, o que infelizmente já era previsível, um grupo de cinco rapazes de uma torcida organizada do Corinthians resolveu protestar levando cartazes dizendo “Viado não" e "Vai beijar a PQP! Aqui é lugar de homem". 
Um dos membros da torcida ainda exigiu que o jogador pedisse desculpas pela foto, como se ela tivesse conteúdo ofensivo. [Felizmente, algumas torcidas de futebol lutam contra a homofobia e o sexismo, não a favor. Vem à mente a Cruzeiro Anti-Homofobia e a Galo Queer. E existe a Corinthians Livre.]
Emerson Sheik, que é hétero, disse que Isaac é casado e sua esposa está grávida, mas os preconceituosos se recusam a acreditar que eles não sejam gays porque “homem que é homem não faz essas coisas”. 
Muitos homens têm a fantasia sexual de ver mulheres trocando carícias entre si, mas se uma mulher tiver a mesma fantasia em relação aos homens é vista como estranha (e tem bastante mulher que gosta de filme pornô gay com homens). Uma mulher dando selinho em outra é considerado normal na maior parte das vezes, mas um homem dando selinho em outro é "coisa de viado". 
O próprio Emerson comentou que no seu Instagram há fotos dele beijando seu filho e dando selinho em amigas, e ninguém falou nada: "A Hebe beijava todo mundo”. 
Pois é, a apresentadora Hebe costumava cumprimentar seus convidados do programa dando-lhes um selinho, inclusive em mulheres, mas e se um apresentador do sexo masculino fizesse o mesmo?!  O que diriam de um apresentador que dá selinho nos homens convidados?
Homens costumam ser mais fechados ao demonstrar afeto com os amigos do mesmo sexo, principalmente no toque. O abraço precisa ser aquele abraço rápido e duro, às vezes até com um leve soco de mão fechada nas costas, jamais um abraço longo e caloroso. Alguns talvez até possam sentir vontade de estender um pouco mais o tempo do abraço, mas sentem que precisam se conter, afinal, “homem com homem não dá”. 
A presença da imagem do homem “machão” em nossa sociedade não permite que homens demonstrem carinho com outros homens. Emerson teve a coragem de mostrar através de uma rede social que não é influenciado por essa imagem. A foto em que postou não revela apenas uma demonstração de afeto com um amigo, mas um olhar sensível que confronta a visão do machismo e da homofobia.
A faixa levada pela torcida organizada diz “Aqui é lugar de homem”, desprezando não só os homossexuais, como também as mulheres. Mulher pode jogar futebol? Aliás, mulher sabe jogar futebol?! Se jogar bem é estranho, viu... Deve ser sapata. Só é permitido que mulher jogue futebol se ela for linda, dentro dos padrões de beleza estabelecidos. E aí não tem que jogar nada. É só aparecer com pouca roupa.
Um dos torcedores da torcida organizada disse “"A gente não quer ser homofóbico, mas tem de ter respeito com a camisa do Corinthians”. Esses torcedores são o que eu costumo chamar de homofóbicos enrustidos. Aquele cara que diz “Nada contra gays, desde que fiquem longe de mim”. É a mesma coisa de dizer “Nada contra negros, desde que minha filha não namore um”. Ora, isso não seria racismo?! 
Essa torcida organizada faz parte dos torcedores que chamam os são paulinos de “bambis”, apelido de deboche com conotação homossexual, como se ser gay fosse ser inferior, delicado, o oposto da virilidade "necessária" para jogar futebol. O torcedor homofóbico enrustido diz que não tem nada contra homossexuais, que cada um faz o que quer da vida, mas quando chega a hora de zombar o colega da outra torcida de viadinho, faz com maestria. 
E não é porque você não bate em homossexuais que não é homofóbico. Homofobia é qualquer tipo de intolerância aos homossexuais por conta de sua orientação sexual. Levantar uma faixa com o dizer “Viado Não” se não for homofobia, é o quê?! 
E agora, eu vos pergunto: e se Emerson fosse mesmo gay? Sua orientação sexual interferiria em seu talento? Faria qualquer diferença ele ser gay ou não em campo?
Os homofóbicos não deveriam se preocupar: beijar alguém do mesmo sexo não te faz gay, o que te faz gay é ter a certeza de sentir atração por pessoas do mesmo sexo que você. Liberte-se. Carinho é como respeito: é bom e todo mundo gosta. Ou deveria gostar.

67 comentários:

Lígia disse...

Ir até o estádio com faixa pra protestar porque o jogador deu um selinho em um amigo...

Tirando a babaquice imensa, a homofobia inrustida, e tudo mais... eu fico pensando que tipo de vida uma pessoa leva pra se mobilizar desse jeito só por causa de um beijo! Não trabalham, estudam, namoram, passam tempo com a família?

Vivem pra ficar cuidando da vida dos outros?

Anônimo disse...

Acho o Sheik sensacional! E achei maravilhoso o que ele fez. Fico triste quando vejo a galera reagindo assim porque só ratifica, mais ainda, quanto a homofobia e o machismo estão presentes na cabeça das pessoas (e com muita força). Sou corintiana, daquelas com orgulho mesmo, e só tenho a dizer que Emerson é foda! Espero que meu time, que teve seus ídolos eternos e que lutou por uma democracia, consiga se libertar ainda mais e libertar os seus torcedores também. =)

Thiago disse...

Masculinidade não é algo a se definir.

Unknown disse...

Adoro ainda mais o Sheik! :)

Anônimo disse...

Peguei raiva de torcedor de futebol por essas.

Tem MULHERES no meu face que viviam curtindo postagens provocativas ridicularizando jogadores do time adversário, com montagens colocando saltos e maquiagens e chamando-os de meninas.

Optei por ocultar as postagens,porque não sou obrigada. Ter que explicar a uma mulher que ela tá reproduzindo uma provocação machista que claramente diminui o genero DELA MESMA? Não tenho paciencia pra burrice.

Anônimo disse...

Sou sãopaulina (é, tamo sofrendo...) e não ia muito com a cara do Emerson Sheik por falar muito mal do São Paulo. Mas, agora com essa atitude eu o respeito como um ser humano, por se sentir no direito de demonstrar carinho por um amigo e por não se curvar diante das declarações homofóbicas de alguns torcedores corintianos. Parabéns Sheik!

Bela Campoi disse...

Então, eu fui pra Argentina e Uruguai nas férias de julho e fiquei encantada: amigos se beijam quando se encontram! E dizendo que no Brasil isso não acontece pro espanhol da Andaluzia que estava na casa onde fiquei hospedada, ele disse que na turma dele, os rapazes dão selinho quando se encontram!! Não sabia da polêmica do post (abandonei o FB há meses), então concluo que o Brasil tá mesmo bem atrasado...rsss

Anônimo disse...

Na minha humilde opinião acho que as pessoas atacam o que acham que possa as afetar, se está afetando é pq não estão seguras quanto as suas escolhas...
O que eu já vi e ouvi de casos de caras metidos à machões que espancam homossexuais e que já passaram a mão na balada em outros caras, e não digo de "zuação" como muitos gostam de falar, mas por desejo reprimido, pois a pessoa olha desejando mesmo.
Bom mas eu encaro beijo ou selinho como natural, jamais iria descriminar alguém por algo tão simples, os defensores da moral e dos bons costumes (cof cof cof... machistas) quando vêem, mesmo um simples selinho entre mulheres, uma fonte inesgotável de taras e cenas bizarras que vêem desde sempre nos filmes pornôs. Agora dois homens se beijando é abominável... Ahh menos atitudes e pensamentos paleolíticos, por favor!
Lola gostei de um texto que li e lembrei de você, é sobre o povo que despeja ódio e preconceitos em comentários:
http://papodehomem.com.br/melhor-falar-menos-ou-nem-falar/

Anônimo disse...

O futebol é machista. Torcida organizada, é muito mais. Por exemplo na Europa, temos hooligans declarados nazistas, fascistas, racista, homofobicos, e etc(bom exemplo disso, é a torcida do Lazio). Mas temos o outro lado,ANTIFA. Eu não vou lembrar o time, mas no setor visitante de seu estadio, pintaram um casal gay se beijando, para "zombar"(?) dos visitantes. E no Brasil, tudo vem junto com a condição educacional. Quantas vezes foi discutido o amor homossexual na infancia das pessoas? Alias, quantas vezes foi descrito que carinho pode ser dado de homem pra homem? Em torcida organizada as pessoas prezam pela "postura"(que na visão deles, heterossexual). Entre outras mil coisas que se eu for citar vai ficar muito longo o comentario.

Helena disse...

Engraçado, né, Lola, é que os homens adoram ver duas mulheres se beijando. E, quando isso acontece, ninguém faz comentários pejorativos... Nem de lésbica (que seria o "termo correto") elas são chamadas. Mas homem fazendo isso? Na-na-ni-na-não, isso é coisa de frouxo, de maricas... Afff... Quando é, afinal de contas, que as pessoas vão aprender a deixar de rotular os comportamentos alheios?

Anônimo disse...

Faz tempo que ando me perguntando uma palavra correspondente a VIRILIDADE, para aplicar as mulheres... Alguém aí tem uma ideia?

Luiza Original disse...

Parabéns ao gambá (não resisti haha) Sheik!

E que eu gostaria de estar no meio de certas comemorações de gols de jogadores, isso eu gostaria =P

Bruno Favaro disse...

Lola,

Em primeiro lugar você não é homem, então você não pode dizer como um homem pensa ou deve agir com relação a seu próprio corpo. Você não sabe o que é ser homem.
Se algum mascu faz comentários sobre como as mulheres pensam você é a primeira a querer tirar sarro. Então se coloque no seu lugar, não queira agir como um mascu e dizer que sabe como o sexo oposto funciona.
Em segundo lugar, essa é a cultura do futebol, e portanto deve ser respeitada, afinal, não existe cultura superior ou inferior.
Lembro que tempos atrás você escreveu um post dizendo que a cultura do funk deve ser respeitada e que não devemos ter juízos de valor com relação a outras culturas.
Mais uma vez, não existe cultura superior ou inferior, existem culturas diferentes. Portanto respeitem a cultura do futebol e sobretudo respeitem a cultura do Corinthians.
Lola, se você discordar disso você assina o atestado de hipócrita.

Anônimo disse...

Errata minha no comentario anterior: o estádio que pintou um casal gay se beijando, foi CONTRA a homofobia, o estadio é do St. Pauli.

Lord Anderson disse...

Bem eu sou Corinthiano, mais por familia do que por entusiasmo pelo futebol, mas não dá pra ignorar a imensar força que esse esporte tem na nossa cultura.

E sim, ele é totalmente machista, o esporte se tornou um campo de batalha onde os torcedores projetam uma sensação de vitoria e superação a cada conquista do time.

E como a Lola comentou é o unico momento em que as regras de comportamente masculino são esquecidas.

Homem não pode chorar por estar triste, por dor ou por sei lá amor, mas se for pelo time (na vitoria ou derrota) tá blz.

homens não "agarram", outros homens, mas se for em campo ou na torcida tá liberado, etc

"curiosamente" quantos jogadores ja não tiveram comportamentos inadequados, como brigas, violencia fora do campo, quantos ja foram alvos de investigação policial, e em nenhum desses casos se viu mobilização de torcedores cobrando um pedido de desculpas ou demonstrando a sua indignação.

Pelo lado bom, foi menos de meia duzia de idiotas, espero que pare por ai.

Claro, não vou falar de comentarios na internet pq ai é esperar o fim da estupidez é sonhar demais...
Vale lembrar tb

Anônimo disse...

Para
20 de agosto de 2013 12:39
Anônimo Anônimo disse...

Faz tempo que ando me perguntando uma palavra correspondente a VIRILIDADE, para aplicar as mulheres... Alguém aí tem uma ideia?


A PALAVRA É FEMINILIDADE, que o feminismo (graças a Deus!) está nos levando a repensar e redefinir. O estereótipo é batom-salto - cabelos longos e definidos - regiminho - corpo depilado e mentalidade voltada para a satisfação masculina.
Buscamos o direito de sermos o que quiser e como quiser, redefinindo o conceito e a imagem da feminilidade e as relações entre gêneros tanto no cotidiano quanto no espectro social.
Bj
Aurea

Lord Anderson disse...

Helena

Não lembro se foi aqui no blog da Lola, mas ja vi um comentario otimo dizendo que quando mulheres conhecidas ou consideradas heteros se beijam, muitos homens adoram por uma questão de fetiche, pq acham que elas estão chamando a atenção deles.

Mas quando mulheres se beijam apenas pro proprio prazer, ai são criticadas e sofrem violencia.

Fernanda disse...

Bruno, isso não é cultura, é opressão. Você pide se sentir como quiser com relação ao selinho, mas isso não diz nafa ao futebol ou ao time. Bando de gente recalcada e que não tem mais o que fazer viu.

Unknown disse...

Bom... li o texto e achei que ele generaliza demais os homens... sou homem e heterossexual e sinceramente nunca vi problema em abraçar outro homem, demonstrar carinho e afeto pelos meus amigos, inclusive os homossexuais... o preconceito existe e permeia grande parte de nossa sociedade, mas por favor, não vamos colocar todos nos homens num mesmo balaio... aí já é muita forçação de barra né!?

aiaiai disse...

o pessoal da torcida do são paulo tb tem uma turma bem bacana contra homofobia e escreveram texto sobre o caso do sheik

https://www.facebook.com/BambiTricolor/posts/510711099009402

Eva disse...

Essa palmeirense aqui ficou fã do Sheik, e se envergonha profundamente do machismo da torcida alviverde em relação ao caso do Richarlyson, que é um baita de um jogador.

Anônimo disse...

O futebol é um mundo machista e em muitos aspectos, bem babaca, e essa polêmica é só mais uma manifestação disso.

Mas como já disseram Lola generaliza muito os homens (não é tão raro homens se abraçar e até se beijar no rosto).

Outra coisa, o mascu lá em cima não deixa de ter razão: se algum homem fala sobre mulheres é uma gritaria aqui, começando pela Lola, que homens não podem dizer o que mulheres sentem, nem dar palpite sobre questões femininas. Mas todas se arvoram em entender tudo de homens, como são criados, como pensam, como ajem etc. Coerência zero nisso, né Lola?

Caroline Sarmento disse...

Babaquice sem fim isso, pobre Sheik, nem sonhava que essa bendita foto ia dar tanta polêmica. Uma alternativa pra enfrentar esses comentários homofóbicos é não aceitar como ofensa ser chamado de gay, daí talvez um dia o povo aprenda e respeite. Mas futebol é um meio complicado mesmo, vou ao estádio desde criança, quase sempre com meu pai. Quando não com ele, com um amigo homem, mas aí é coincidência, já que nenhuma das minhas amigas gosta. O que quero dizer é que não tenho coragem de ir sozinha. Nunca passei por nenhuma situação muito ruim, só episódios idiotas: numa final de Libertadores, do lado de fora do estádio, um idiota puxou o lençol que eu levava enrolado nas costas, mas eu fui mais forte e puxei de volta. Outra vez, nas cadeiras, onde supõem os idiotas que há mais pessoas educadas (ricas), um senhor me encarou nervoso dizendo que estávamos perdendo o jogo porque eu dei azar, já que ele nunca tinha me visto lá, então eu era 'pé frio'. Eu respondi que ele nunca me viu lá pois eu sempre estava na arquibancada, naquela ocasião ganhei o ingresso. Fora os outros muitos homens que me olhavam com desprezo por eu estar ali no meio 'chique' deles. É incrível como parece que eles sabem que sou pobre só de olhar na minha cara, hahaha.

Sou Gremista e tenho vergonha de muitos torcedores do meu time que são preconceituosos. Chamar colorado de macaco é tradição e eles não percebem que estão sendo racistas. Tenho um amigo negro que era Gremista e um dia numa comemoração no meio da sua torcida foi chamado de macaco, virou colorado na hora e eu tenho orgulho disso! Não dá pra aceitar esse tipo de coisa.

Os colorados costumam nos chamar de gaymistas, isso não me ofende, mas acho absurdo. É em tom depreciativo. Conheço muito gay que frequenta estádio e tem que ficar 'no armário' pra não sofrer represálias. Então colorado é macaco, gremista é gay e tudo bem? Não, tá errado! Precisamos de muito diálogo e paciência pra tornar o futebol democrático e diverso.

Anônimo disse...

Lola, não sei se você já viu esse post de um site americano http://www.artofmanliness.com/2012/07/29/bosom-buddies-a-photo-history-of-male-affection/ vem bem ao encontro dessa postagem. São fotos antigas de homens "héteros"(em 1850 não existia o conceito de hétero e homo), nessa época a amizade homem-mulher não era muito comum então você nota como os homens tinham mais intimidade entre si, eles não tinham que provar sua heterossexualidade...

lola aronovich disse...

Excelente, anon das 18:29. Eu já tinha visto várias fotos do século retrasado de amizade entre homens "hétero" (mas não o lindo post que vc indicou), e a diferença das poses e das expressões realmente é marcante. Hoje os homens têm que "provar" sua "macheza" à toda prova. É claro que é uma generalização, claro que há homens héteros que são mais sossegados, porque sentem-se seguros com sua orientação sexual, e sabem que não é um selinho que fará um hétero "virar" homossexual.


Aos anons que disseram a besteira que mulher não pode falar sobre como homens pensam e agem, bom, isso é meio como dizer que homens não podem ser ginecologistas.
(E o problema não é mascu falar de mulher. O problema é o índice de "acerto" deles ao falar de mulher: eles sempre estão 100% errados).

Anônimo disse...

PEDIDO DE GUEST POST PARA XS COMENTARISTXS

(ou quem sabe para a própria Lola)

Por favor, alguém (com mais tempo livre do que eu) PRECISA escrever um guest post sobre essa reportagem que está na CAPA do portal Terra (observem o título/texto duvidando da vítima e os comentários): http://noticias.terra.com.br/brasil/policia/rj-jovem-que-diz-ter-sido-estuprada-apos-baile-funk-reconhece-suspeitos,9557cce5cfc90410VgnVCM3000009acceb0aRCRD.html

Detalhe importante: a matéria está incompleta, omitindo várias informações sobre o caso. Compare com está outra matéria do UOL: http://mais.uol.com.br/view/s70pk4i6az2h/jovem-e-estuprada-por-quatro-homens-apos-baile-funk-no-rio-04028C9A3270CCB14326?types=V&

Percebem a diferença no tom?? No texto do Terra o repórter está duvidando da vítima (mesmo depois do exame comprovar tudo!), não explica que foi em uma comunidade pacificada (sem baile de traficante) e não explica que foi um crime de vingança (pois como a mulher não quis ficar com ele, o criminoso se sentiu no direito de estuprá-la). Pior ainda são os comentários abaixo!!

Queria muito poder escrever um texto sobre isso, bem articulado e com ideias críticas, mas estou absolutamente sem tempo, o que é triste. Se alguém puder fazer isso agradeço muito. Só vou ter tempo daqui a uma semana, mas até lá já vai ter passado o "momento".

Anônimo disse...

Sou corinthiana fanática e já admirava o Emerson, e agora admiro ainda mais! Essa 'torcida' não me represente, aliás.. ela me envergonha

Anônimo disse...

A sociedade é uma coisa tão louca, que discrimina formas de amor (por que um selinho não pode ser uma forma de amor entre amigos homens?? Há lugares do mundo onde homens hetero se beijam na boca em selinho) e reforça formas de violência.

Anônimo disse...

Só pra corroborar a informação da autora do post.Sou mulher bissexual e adoro ver dois homens transando.Muito, muito excitante!

Unknown disse...

Ao que disse "Ah, mas é a cultura do futebol...". Quer dizer que a cultura do futebol é ser machista e homofóbica e devemos respeitar isso?!

vitor disse...

Bom, concordo com o que o rapaz disse ali encima. É só um homem começar a falar como uma mulher, se senti em um espaço feminista, que ele ja é "atacado" dizendo que ele nunca vai saber o que é. É uma baita hipocrisia vir com esse discurso desse, e depois escrever esse texto generalista.

Moreira disse...

Esse negocio de mulher e porno homem gay lembrou-me uma pesquisa ai q mulheres colocaram em ultimo este tipo na ficha e na hora de testa-las,foi o contrario ficou entre os primeiros kkkk mas se é pesquisa furada ou nao nao sei pq quando foi testado com homens seguiu de acordo como era de certa forma esperado pela cultura misogina.Ai ja tem pesquisa e muitas q testam homem ao quais resultado frusta a cultura misogina.Por tudo isso boto fe nao nessas pesquisas ae,pesquisas pra boi dormir.Que nem aquelas q diziam negro burro,loira mais bonita,homo tem cura.
Pois bem,essa pesquisa com mulheres lembra q muitas escondem tal coisa e na hora de responder nao passa de uma maria vai com as outras.Quem tem coragem de ser diferente,ainda mais quando a imagem q vem a cabeça da maioria de homo homem so tem c* no meio,nenhuma outra forma de sexo?E se tem c* no meio é uma quebra de esteriotipo muito forte,q nem minha pessoa nao é acostumada. Mas uma coisa interessante q mulher e homem com c* no meio seja ate a mulher colocado dedo no homem é uma coisa mais tranquila mais homem com homem é aquela coisa...numa cultura homofobica desde criança,realmente...Acho q se nao fosse a aids ja tinhamos superado essa estranheza de homem "passivo",ja tariamos num novo periodo grego,creio.
Quanto mulheres q tem esse desejo esconderem este tipo de coisa creio nao so o q falei acima pra induzirem ela a mentira ou a omissao,mas tambem n coisas do patriarcado.

donadio disse...

"Mas como já disseram Lola generaliza muito os homens (não é tão raro homens se abraçar e até se beijar no rosto).

Outra coisa, o mascu lá em cima não deixa de ter razão: se algum homem fala sobre mulheres é uma gritaria aqui, começando pela Lola, que homens não podem dizer o que mulheres sentem, nem dar palpite sobre questões femininas. Mas todas se arvoram em entender tudo de homens, como são criados, como pensam, como ajem etc. Coerência zero nisso, né Lola?
"

Bom, eu sou homem, não acho que haja exagero no comentário da Lola, somos sim ensinados desde cedo que demonstrar afeto é "coisa de viado", e na verdade precisamos desaprender isso na adolescência para poder namorar, o que nem todos conseguem (daí a existência de mascus).

Também não vejo incoerência nenhuma. Venho aqui e dou sim palpite sobre mulheres e o comportamento delas, não me sinto nem um pouco restringido em relação a isso. Claro, eu não digo coisas como "lugar de mulher é na cozinha", então talvez seja isso.

E não sei qual o problema em mulheres entenderem de homens ou de como somos criados (afinal, em grande parte, são elas que nos criam, não?); é óbvio que eventualmente alguma pode dizer tolices a respeito - afinal, mulheres são seres humanos e errar é humano. Mas aí, como sempre, é caso-a-caso.

E neste caso, o post da Lola me representa. Com nuances e exceções, é isso mesmo, somos educados para sermos brutamontes, humilhados e eventualmente surrados quando não nos adaptamos, e alguns de nós ainda acham isso ótimo e se dispõem a fazer o mesmo com as próximas gerações.

Anônimo disse...

E dependendo da época, ou da região ( no caso aqui no interior do Nordeste), a situação pode ser ainda mais rígida, chegando a ser paranoica. Uma vez um professor disse que no tempo que ele era jovem, em muitas famílias, o homem que era homem não demonstrava carinho nem com o próprio pai, só um aperto de mão e rápido, porque "macho de verdade não ficava muito tempo tocando outro macho não", só rindo mesmo.

Fernando disse...

O funk tem várias letras machistas que objetificam as mulheres. No islã, as mulheres são tratadas como propriedade do marido. Em várias comunidades indígenas as mulheres são excluídas de qualquer função de liderança e muitas vezes precisam pedir permissão até para falar com o marido.
Neste último caso vocês até podem argumentar que são comunidades relativamente isoladas. Entretanto, fica claro que as feministas escolhem estratégicamente alguns grupos para pegar no pé enquanto fecham os olhos para outros e ignoram a situação de outras mulheres.
O feminismo não é um movimento isolado que tem como escopo melhorar a vida das mulheres. O feminismo é dependente de um movimento maior que costumeiramente deixa as mulheres em segundo plano.

Anônimo disse...

O Sheik não é um jogador em tempo integral. Provavelmente, ele não postou a foto de meião e chuteiras. Por incrível que pareça, jogadores de futebol tem uma vida social. E daí que ele dá um selinho e publica a foto no seu momento de lazer? Como 5 gatos pingados vão protestar em frente ao clube por causa disso? É surreal essa vigilância e o alarde em cima disso.
Como um homem deve se portar, cabe a cada um sua escolha. Contudo, todos nós fomos influenciados por essa imposição da forma como deveríamos nos portar como homens o que soa péssimo de antemão. Se o cara quer dar selinho e se diz homem eu é quem vou duvidar? Claro que não, a opção sexual é sempre subjetiva e atitudes que afetam somente ao atleta e ao amigo dele não me dizem respeito, aliás eu respeito e muito.

Anônimo disse...

"Ah, já ia me esquecer. Para você que pensou em fazer piadinha boba com a foto, dá uma pesquisada no meu Instagram todo antes, só para não ter dúvida".
Taí a frase que ele postou junto com a foto.
Uma frase que deixa a marca de que existe bem no fundo da sua crítica um "leve" preconceito. Puro exibicionismo, Esse cara tá querendo aparecer!!!

Felipe disse...

Donadio, assino embaixo.

Anônimo disse...

"E neste caso, o post da Lola me representa. Com nuances e exceções, é isso mesmo, somos educados para sermos brutamontes, humilhados e eventualmente surrados quando não nos adaptamos, e alguns de nós ainda acham isso ótimo e se dispõem a fazer o mesmo com as próximas gerações."

Somos quem, cara pálida??
Eu não fui educado pra ser brutamontes, não eduquei meus filhos assim, minha família idem, meus amigos idem, não conheço ninguém nas minhas relações próximas que faça isso. Claro que a cultura machista ainda é predominante, mas se manifesta de formas diferentes e não criando homens para serem rambos estupradores. Você é excessão se foi criado assim.

Unknown disse...

Eu não quis generalizar os homens. Sei muito bem que nem todos são sim, mas são pouquíssimos. Eu tive como base para escrever o texto todas as relações de carinho entre homens heterossexuais que eu já vi e a grande maioria foram como eu descrevi.

MCarolina disse...

Não acredito que teve torcedor que seu deu ao trabalho de ir protestar contra a vida pessoal de um jogador. Gente que faz plaquinhas e cartazes raivosos. Bando de ociosos Falta de um bom tanque de roupa suja pra lavar.

Anônimo disse...

Para ilustrar o comentário do Donádio ali em cima:

- o sobrinho de uma amiga tem 4 anos de idade e é proibido de fazer xixi sentado no vaso sanitário porque homem que é homem mija em pé.

- o sobrinho de outra amiga tem 3 anos e adora o desenho da Dora The Explorer. Numa viagem, a amiga comprou uma boneca da Dora para dar de presente para o menino. Para a sua surpresa o presente foi devolvido pelo irmão dela (pai da criança) porque onde já se viu menino brincar de boneca??

2013, gente! Filhos de homens na faixa dos 30 anos.

Rachel

Anônimo disse...

Bela, vivi na Andaluzia por algum tempo e queria que você soubesse que o beijo entre amigos, quando se encontram, não é comum. Seu conhecido e os amigos dele devem ser exceção. Ao menos em Sevilha.

John disse...

Esses torcedores incomodados, assim como qualquer outro homem incomodado, só mostram o quanto são vítimas da educação que tiveram (porém com o agravante de que hoje ESCOLHEM continuar nesse comportamento homofóbico): a educação "homem não chora".

Gostaria de deixar aqui um pequeno testemunho meu: Quando eu era criança meu pai me ensinava coisas machistas do tipo "homem com homem não pode encostar", ou "se for tomar banho em vestiário, fique sempre de frente, e nunca de costas". E somando ao fato de que eu era muito tímido e me sentia diferente por de fato ser homossexual, imagine a mistura destrutiva de tudo isso.. cresci vendo todos os outros meninos como inimigos, malandros que me prejudicariam na primeira oportunidade, eu não podia bobear. Eu tinha que estar sempre atento, já que eu não tinha essa "malandragem". Resultado, além de ser homofóbico por um bom tempo, eu não tinha amigos, vivia afastado, sem falar muito. E eu via outros meninos que trocavam abraços, colocavam o braço nos ombros do colega, mas se fosse comigo, meu deus, que medo de ser visto como "bicha". O toque de outra pessoa me fazia fugir como um caracol se retraindo pra dentro da concha. Só depois de ter perdido a adolescência é que comecei a pensar com minha própria cabeça, e correr atrás, me abrir mais às pessoas, consciente de quem eu quero perto de mim: eu prefiro gente que é capaz de um gesto de afeto pelo amigo do que gente que reage agressivamente diante de um beijo. Isso que é doentio. E não é de um dia pro outro que essa luz acende, é um processo de anos.. hoje tenho 26 anos, e feliz por já ter derrubado muitos tijolos do muro que me prendia.

Anônimo disse...

Como boa corinthiana, nao poderia deixar de apoiar o Sheik!!

hamanndah disse...

Um tanque cheio de calcinha suja para estes machistas lavarem

Leandro disse...

Dá selinho em homem em público e ainda quer aplausos e louvores? O politicamente correto quer impor a aceitação da homossexualidade. Se quer dar selinho em homem e praticar sexo anal, que NÃO faça isso em público. Cadê o bom senso? Quer dizer que se um casal de héteros transar na rua em público, os outros vão ter que aceitar como normal? Ninguém pode reprovar o comportamento?

Hamanndah disse...

Querido Leandro, se vc quer reprovar este comportamento, faca-o no seu "lindo blog", ora pois, gajo.

Anônimo disse...

Gostaria de responder ao Senhor Leandro que ser gay não é sinônimo de fazer sexo anal. Nem todos os gays praticam sexo anal e nem todos os gays aprovam o sexo anal (nem entre um homem e outro homem, nem entre um homem e uma mulher). Existem sim outras formas de ser homossexual e fazer sexo sem precisar necessariamente passar pelo sexo anal. Não acredita? Ok, o problema não é meu, eu sei que essa comunidade de gays existe e sei também que você está errado. Então não comece com suas generalizações burras e preconceituosas.

Anônimo disse...

Continuando, também gostaria de responder a todos os comentaristas aqui presentes o mesmo que respondi ao senhor Leandro: vamos parar com as generalizações feitas por quem não conhece o assunto, ser gay e fazer sexo com o companheiro não é sinônimo de fazer (ou aprovar) sexo anal. Acho importante que não só que os homofóbicos aprendam isso como também as(os) feministas.

Lord Anderson disse...

Comparar beijos com sexo em publico???

Engraçado que isso só vale pra homosexuais, ninguem se incomoda com as demonstrações de afetos de casais heteros.

donadio disse...

"Somos quem, cara pálida??
Eu não fui educado pra ser brutamontes, não eduquei meus filhos assim, minha família idem, meus amigos idem, não conheço ninguém nas minhas relações próximas que faça isso. Claro que a cultura machista ainda é predominante, mas se manifesta de formas diferentes e não criando homens para serem rambos estupradores. Você é excessão se foi criado assim.
"

Pode ser que vc não tenha apanhado na escola "para aprender a ser homem", mas nesse caso, vc é que é a exceção. E se vc realmente criou seus filhos como vc diz, e se teve o tempo e a oportunidade de verificar se a escola ajudava em vez de atrapalhar, parabéns. Mas é, de novo, a exceção.

Outra coisa é o exagero. Não falei em "rambos estupradores", falei em "brutamontes". Nem todo brutamontes é um rambo, e nem todo rambo é um estuprador.

E nem todo mundo que foi criado para ser um brutamontes se torna um.

donadio disse...

Leandro disse...

"Dá selinho em homem em público e ainda quer aplausos e louvores? O politicamente correto quer impor a aceitação da homossexualidade. Se quer dar selinho em homem e praticar sexo anal, que NÃO faça isso em público. Cadê o bom senso? Quer dizer que se um casal de héteros transar na rua em público, os outros vão ter que aceitar como normal? Ninguém pode reprovar o comportamento?
"

Se ele quer aplausos e louvores, não sei. Eu não aplaudo e nem louvo; simplesmente reconheço que é um direito dele.

Veja como vc confunde as coisas. Selinho não é sexo anal. Ele deu um selinho num amigo em público (ou em privado, e depois tornou público através da foto). Ele não fez sexo anal em público, nem divulgou uma foto de sexo anal. E é essa a diferença, não o fato de serem dois homens, e não um homem e uma mulher, ou duas mulheres. Ora, "casais heterossexuais" trocam beijinhos - e beijões, e beijaços - em público o tempo todo, sem que ninguém reclame. Se casais - heterossexuais ou homossexuais - fizerem sexo em público, provavelmente serão presos, ou molestados pelos passantes. Vc não pode querer proibir duas pessoas de trocarem selinhos porque outras, justificadamente ou não, são proibidas de fazer sexo em público.

Dito de outra forma, não é porque torcedores do Flamengo não podem ir trabalhar de short e camiseta do time, que os torcedores do Fluminense não podem ir trabalhar com um brochinho do clube.

Alhos e bugalhos, meu.

Valéria Fernandes disse...

Como um selinho foi linkado com "fazer sexo em público"? Parece coisa daquela personagem da finada Escolinha do Professor Raimundo, que virava os zoinho e falava "Só pensa naquilo!". Esses machistas/homofóbicos tem muita imaginação ou são muito reprimidos...

Leandro disse...

"Gostaria de responder ao Senhor Leandro que ser gay não é sinônimo de fazer sexo anal. Nem todos os gays praticam sexo anal e nem todos os gays aprovam o sexo anal (nem entre um homem e outro homem, nem entre um homem e uma mulher). Existem sim outras formas de ser homossexual e fazer sexo sem precisar necessariamente passar pelo sexo anal. Não acredita? Ok, o problema não é meu, eu sei que essa comunidade de gays existe e sei também que você está errado. Então não comece com suas generalizações burras e preconceituosas."

Não sei e não me interessa saber o que gays fazem em sua vida sexual. Assim como não é da minha como os outros héteros transam. Sexo é um assunto muito íntimo.


"Se ele quer aplausos e louvores, não sei. Eu não aplaudo e nem louvo; simplesmente reconheço que é um direito dele."

Alguma coisa ele queria ao expor isso ao público. Daqui a pouco isso é propaganda gay....
E se é "direito" dele fazer isso, também é DIREITO dos outros reprovar este comportamento. Ou eu sou obrigado a aprovar? Era só o que faltava!


"Veja como vc confunde as coisas. Selinho não é sexo anal. Ele deu um selinho num amigo em público (ou em privado, e depois tornou público através da foto). Ele não fez sexo anal em público, nem divulgou uma foto de sexo anal. E é essa a diferença, não o fato de serem dois homens, e não um homem e uma mulher, ou duas mulheres. Ora, "casais heterossexuais" trocam beijinhos - e beijões, e beijaços - em público o tempo todo, sem que ninguém reclame. Se casais - heterossexuais ou homossexuais - fizerem sexo em público, provavelmente serão presos, ou molestados pelos passantes."

Não queira comparar. Relação heterossexual é uma relação natural, pois cumpre a função biológica de se reproduzir. O homossexual não cumpre esta função biológica de se reproduzir. Talvez com avanços tecnológicos, um dia seja possível que um homossexual possa engravidar, se receber um útero artificial e mil outras alterações. Mas por enquanto, o homossexual não cumpre a função biológica de se reproduzir. Dizer isso não é “homofobia”, é apenas uma CONSTATAÇÃO CIENTÍFICA E EMPÍRICA. Platão já abordava isso em seu livro As Leis.

Por falar em procriação, isso mais uma vez mostra a hipocrisia da esquerda, pois vocês defendem a sociedade toda (e isso inclui GAYS que nem procriam) pague o preço pela irresponsabilidade dos héteros. Sabe essa "cultura" de “beijaços” e “amassos” entre héteros que VOCÊS defendem e estimulam? Depois uma mulher engravida e vocês querem que a sociedade toda (e claro, até os GAYS) pague a conta pela irresponsabilidade. Mais ainda: querem obrigar os gays a adotar os filhos de héteros irresponsáveis. Afinal, o que está por trás destes projetos de “adoção gay”?


"Vc não pode querer proibir duas pessoas de trocarem selinhos porque outras, justificadamente ou não, são proibidas de fazer sexo em público."

E vc não pode querer proibir os outros de criticar este tipo de comportamento.

Unknown disse...

O argumento principal de um dos comentários me lembrou aquele texto patético que J.R. Guzzo, da Veja, publicou em novembro do ano passado (2012), um artigo em que ele diz que, do mesmo jeito que é proibido um homem casar com uma cabra, por exemplo, também deveria ser proibido duas pessoas do mesmo sexo se casarem, o que me lembrou alguns filmes norte-americanos que retratavam o racismo nos EUA na primeira metade do século XX. Era muito comum se dizer que um homem branco casar com uma mulher "de cor" (uma mulher branca casar com um homem "de cor" seria algo ainda mais difícil de acontecer, porque, naquele tempo, mulher ainda não passava de uma mera costela de Adão...) equivalia a uma união entre seres de espécies diferentes... No filme Corina, com Woopi Goldberg, tem uma cena assim. Acho que a mãe do personagem do Ray Liotta diz que um pássaro e um peixe não podem se casar (felizmente ela não escolheu o macaco como exemplo, o que teria tornado o racismo mais agressivo). O argumento que J.R.Guzzo considera brilhante e irrefutável, é que um casal de pessoas do mesmo sexo não podem gerar filhos. Achei tão, mas tão ridículo. Então Lola e o Maridão simplesmente não são uma família, apesar de 22 pra 23 anos juntos, só porque não têm filhos?!

Unknown disse...

(Parte 2): É tão simplório esse tipo de argumento. Transforma-nos em animais inferiores (embora muitos animais inferiores nos deem lições em muitos aspectos...). Para os animais inferiores pode até ser que o sexo tenha função meramente reprodutiva, mas, para nós, não. O afeto fica onde, nos testículos e na vagina? Outro argumento imbecil é o de que a homossexualidade não é natural porque não existe na natureza. Quem digitar "homossexualidade animais", ou "homossexualidade biologia", no Google, vai encontrar que a homossexualidade está presente em diversas espécies de animais, aves e insetos. Ou seja, se está presentes em seres para os quais a cultura não tem o mesmo peso que tem para a humanidade, não é possível dizer que a homossexualidade fere as leis da natureza. O argumento de que pessoas do mesmo sexo não podem se casar, porque não podem ter filhos, vem de gente geralmente muito rasa, porque não consegue conceber parentesco fora dos vínculos da genética e da consaguinidade. Pretendo ser pai no futuro, eu esteja ou não com um companheiro, na época (daqui a uns 10 anos, pois, se já tenho as condições financeiras para ser pai, ainda não me sinto suficientemente maduro pra tamanha responsabilidade). E pretendo adotar uma das muitas crianças que pais (pais não, genitores. Pais é uma palavra muito afetiva) heterrossexuais abandonaram. Vou me sentir pai dessa criança (menino ou menina, não me importa) e amá-la talvez até mais do que se fosse minha filha biológica, pois há pessoas de quem não sou parente biológico, por quem tenho mais afeto e com quem tenho bem mais afinidade do que por muito parente biológico meu. Claro que os homofóbicos podem continuar não gostando de gays, assim como J.R. Guzzo tem todo o direito de não gostar de espinafre e de dizê-lo quando e quanto queira. Mas que é homofobia, inegavelmente é. Não procurem dar outro nome, negar o preconceito. Se assumam. Fica menos ridículo. Fui assinante da Veja por mais de 15 anos. Mas, por causa do artigo de Guzzo e outros textos em que fica nítida nas entrelinhas a homofobia da revista, não renovei minha assinatura agora em julho, e não renovarei de outras 2 da mesma editora, porque para editora de revista homofóbica eu não dou o meu dinheiro, que não é cor de rosa, vale tanto quanto o de qualquer um. Lembrei-me de um vídeo que vi há 2, 3 semanas, muito interessante. Ele foi concebido para tentar gerar a empatia dos héteros pelos gays. Mas acho mais fácil os héteros homofóbicos enxergarem nele aquilo em que os gays queremos transformar o mundo (com certeza os adeptos do "ditatura gay" assistirão a este vídeo com estes olhos, se é que vão conseguir vê-lo até o final...). No final do vídeo, há uma mensagem que diz que ele foi baseado em histórias reais, mas sofridas por gays. Vejam, o vídeo é bem interesse. Se você conseguir vê-lo até o final, parabéns, você não é homofóbico: http://www.youtube.com/watch?v=GKt7YqJ7Egw .

Paola disse...

Leando, se você resume a sua existência a ser um amontoado de células que cumpre funções biológicas, dentre elas fazer sexo pra se reproduzir, isso é problema seu.

O ser humano é mais plural e complexo do que isso, e sonha, deseja, quer uma vida onde sexo, amor, felicidade não estejam atrelados a funções biológicas e reprodutivas.

As premissas de normalidade biológica não dão conta da polifonia da subjetividade humana. Portanto, não imponha sua percepção cega no mecanicismo biológico aos outros. Sexo é muito mais do que fazer filhos.

Anônimo disse...

Resposta ao comentário de bruno favaro, de 20/08/2013, 13h03.

Cultura do Corinthians o caramba!
Se fosse "cultura do futebol" (bobinho ele...) nem teria ocorrido o selinho. Ou você se acha o porta-voz da "cultura do futebol"? Tá se achando demais.

Cultura de preconceito/ discriminação que permeia a sociedade, que causa violência - inclusive a de imbecis que a justificam/ legitimam.

Thata

Mandy disse...

Ontem assisti um documentário sobre Paulo Freire no qual ele dizia: "Há alguma coisa errada em uma cultura que não admite qualquer demonstração de afeto entre pessoas do mesmo sexo." E isso foi há décadas atrás...

donadio disse...

"do mesmo jeito que é proibido um homem casar com uma cabra"

Sim, agora fez sentido. Do mesmo jeito que é proibido um homem casar com uma cabra, tem de ser proibido um homem casar com um cabra. Lógica impecável.

Leandro disse...

O sexo existe para reprodução. Isso é o básico de biologia. O fim é a reprodução da espécie e passar seus gens adiante. O sexo é prazeroso para estimular a procriação. Por isso a relação heterossexual é natural. Gay não procria, logo não é uma relação natural. Isso não é homofibia, isso é BIOLOGIA.

jhonny f. disse...

Esse é só mais uma demostração de ódio de torcidas organizadas.

Apesar de não concordar com o homossexualismo,repudio veementemente esses ato.

querem impedir o cara de jogar porque ele deu um selinho no amigo?

ou seja,se não fosse esse fato,ainda estariam a adora-lo,saudando-o com gritos de guerra.

Anônimo disse...

Sheik decepciona na nota oficial para torcedores

''Foi só uma brincadeira com um grande amigo meu, até porque eu não sou São Paulino''

http://www.lancenet.com.br/minuto/Corinthians-Emerson_Sheik-Gavioes_da_Fiel_0_979702246.html

via machismochato

:(

Amauri Silva disse...

Eu li o artigo da Lola, assim como li a opinião a favor do ato do Sheik em diversos lugares. Daí eu pensei: essas pessoas não entendem nada de futebol, não entendem nada de Corinthians, e não entendem nada de Emerson Sheik. Eu, como bom rapaz (muita ironia aqui) hetero criado por uma família onde a "tradicionalidade" é norma (tomei uma bronca do meu pai quando, aos 15, estava escolhendo meias calças usadas da minha mãe para confeccionar um uniforme de super heróis pra uma festsa a fantasia -"cuidado com essas brincadeiras, hein, rapaz..."), entendo o suficiente de futebol, Conrinthians e Emerson Sheik para saber que esse cara tem uma certa instabilidade de caráter. Só posso dizer que previa o dia em que ele decepcionaria todos os ativistas a favor dos direitos dos homossexuais,ao fim dos preconceitos e do machismo. Quando li o post da Lola, pensei "pega leve", porque você está se fiando sobre um terreno muitíssimo instável.

Hamanndah disse...

Por que nao vai catar coquinho ou catar piolho em cobra ou, ainda, procurar chifre em cabeca de cavalo? Quando fizer e/ou conserguir fazer as tres coisas - nao uma so escreva sobre as tres experiencias num guest post aqui, no blog da Lola

Anônimo disse...

Querida Lola,
Ainda não conhecia seu blog. Gostei muito do que li! Sou fascinado pelas ciências que examinam as relações de poder de que a natureza humana é constituída. É bem verdade que as mulheres em geral são expertises no assunto. Fui educado em meio a três, o que me afetou positivamente não só a sexualidade (não se leia mais do que aqui escrevo). A leitura de seu texto e de outros tantos comentários (não menos interessantes) que suscitou colocam em questão um bocado (ops) de coisas: se um homem pode ou não demonstrar afeto por outro homem e como poderia fazê-lo sem ofensa da heteronormatividade; se essa manifestação pode ser pública ou não (ad exemplum: se um jogador de futebol pode ou não quebrar as "regras desse jogo" ou, ainda, quais intenções poderiam justificar tal comportamento); se abraços ou selinhos podem ser tidos como naturais entre homens, independentemente de serem esses hábitos adotados ou não na Argentina ou na Andaluzia; se a prática ou a aprovação do sexo anal não é assim tão sinônima de homoafetividade quanto a do selinho; se as tão famigeradas regras da natureza, como a lei do mais forte, justificariam a eugenia ou o holocausto dos desviantes e dos cabeças de cabra; se o fim da
da espécie humana é a sua mera reprodução e não a sua continuidade... E para não falar em zoofilia, o que diferencia homens de cabras?
Enfim...Corra, Lola! Corra! :-Corra na frente seus rastros na areia... É preciso ser muito Fêmea para isso! E que os fóbicos em geral sintam-se à vontade
para manifestarem seus medos e inseguranças, até porque a cada manifestação de ódio e insegurança fica mais patente e explícito o quanto a intolerância não se justifica, nem conforta ou convence. E com isto não quero dizer que levanto quaisquer das "bandeiras de militância" (ao contrário!), mas reconheço que ainda existe muito espaço para essas na sociedade em que vivemos.
Um beijo afetuoso e um abraço bem apertado!