quinta-feira, 8 de agosto de 2013

GUEST POST: O ANO EM QUE FUI VADIA

K enviou este relato.

Em 2011 tive um relacionamento conturbado com J, que era muito vaidoso e manipulador. No tempo em que morei com ele sofri violência psicológica: era gorda, nunca sabia nada melhor do que ele, se eu o abandonasse ninguém ia ficar comigo porque eu era uma problemática... Aquele velho clichê do homem que destrói a autoestima de uma mulher. 
J. brigava comigo quando não tinha um desejo atendido. Certa vez, por exemplo, quis fazer sexo no chuveiro e me recusei pois estava frio. Surtou, não quis mais fazer sexo e ficou falando no quanto eu era egoísta e nunca atendia suas vontades. 
Dessa forma, em janeiro de 2012 eu estava completamente só e vulnerável após um término horroroso envolvendo uma traição mais clichê que o perfil que tracei do ex (aquela traição que pode ser definida como: se minha vida fosse uma novela do Manoel Carlos, todo mundo ia sacar desde os primeiros capítulos o que estava acontecendo). 
Ao terminar com J., cheguei no fundo do poço: durante o término ele fez com que eu me sentisse reduzida a nada.
Depois do fim da relação, me encontrava falida (pois havia me tornado dependente financeiramente dele, que havia me convencido a morar com ele), morando numa quitinete miserável que eu mal podia pagar. Comecei a trabalhar num restaurante como garçonete. Lá um colega de trabalho me fez uma proposta: ele trabalhava à noite algumas vezes por semana numa renomada "casa de espetáculos para adultos" da cidade. 
Nessa mesma noite, motivada pela bebida, contei que fiz um curso de pole dance para ajudar uma amiga recém formada em Educação Física, que ministrava o curso. "O que você acha de ganhar mais trabalhando menos e se divertindo?", ele me perguntou. Como eu não tinha nem como pagar o aluguel aquele mês, decidi aceitar. 
Meus poucos meses nesse lugar foram um inferno no qual vivi quase que oniricamente: era aquela velha história de fingir ser um personagem. Não era eu quem estava dançando ali. Era a Alice. A cocaína (que conheci lá) entrava, e a Alice subia no palco. Mais ninguém. 
Minha vida estava de cabeça pra baixo. Larguei o outro emprego. Dormia o dia todo, dançava à noite, me drogava, bebia até passar mal sozinha ao voltar do trabalho... E aceitava que era isso que eu era: uma vadia. Era isso que eu tinha aprendido. Era só nisso que eu sabia ser boa -- sorrir, dançar pelada, fingir e fugir da realidade. Demorei um pouco, mas fui retomando minha vida social. 
Foi aí que o G. ressurgiu na minha vida. Eu o conhecia de alguns anos atrás, da faculdade. Eu o reencontrei porque na minha busca por um renascimento pós-relação, conheci novos amigos e ele frequentava o círculo. G. tinha uma namorada que estava viajando durante as férias e era meio calado. Eu nunca sabia o que se passava na sua cabeça. 
Enfim, uma bela noite, numa festa no seu apartamento, fui levada por um amigo para deitar na cama do tal G, pois eu havia bebido muito. Não sei como, mas comecei a sacar o que estava rolando, de forma que eu não fiquei surpresa quando vi alguém abrir a porta e deitar do meu lado na cama. Também não estranhei quando senti um braço passar pela minha cintura. Lembro de acordar com alguém me acariciando a cintura, deitado na famosa posição conchinha. Era o G. Ele disse que era a fim de mim fazia quatro anos. Ficamos. E ficamos de novo. E de novo. Não porque eu era louca por ele, mas porque estava carente, vulnerável, e fui convencida por ele de que era louco por mim e cogitava abandonar a namorada.
Dia fatídico, aquele ponto de colisão que muda toda a sua vida. Foi na noite do meu aniversário. Liguei para ele da festa onde eu estava, já alegre, e pedi pra ir vê-lo porque estava por perto. Sei que terminei fumando maconha na janela da sala com ele e tudo passou a ser meio onírico, meio confuso. Até hoje não lembro como puxamos a conversa, mas de repente me vi indignada, perguntando "O que que eu não tinha entendido? Que sou um pedaço de carne?" pra um G. que me explicava que não ia terminar com a namorada, que voltaria em uma semana. Belo presente de aniversário. 
Perdi o emprego na tal casa de shows depois de sofrer um acidente envolvendo uma fratura que me impossibilitou de trabalhar nos próximos dois meses. E como desgraça pouca é bobagem, engravidei. Demorei quase doze semanas para perceber. Quando a menstruação não veio, não consegui surtar porque seria ruim demais pra ser verdade. 
Fiz o teste. Aquelas duas linhas rosas me assombraram 24h até eu fazer o teste de laboratório: positivo. Fui encaminhada pela médica do posto para um ultrassom. Não sabia o que pensar. Estava confusa: se por um lado sabia que seria uma bomba (sem dinheiro, pai da criança com uma namorada), por outro comecei a ter sonhos toda noite com uma criança e fui amolecendo. Fui pensando em quanta gente que conheci que teve um filho em condições ruins e que hoje era super feliz com a criança. 
Alguns dias depois, procurei G. e contei da gravidez. A reação foi terrível: ele agiu com desprezo e já falando no aborto. Me culpou. Fique claro aqui que eu usava anticoncepcional, e no ápice da bebedeira de aniversário não usei camisinha. Mea culpa. Mas só minha?
Pedimos ajuda para um amigo que havia passado por um aborto com a namorada. No mesmo dia estávamos no apartamento dele. Ele indicou onde comprar Cytotec e o preço. Faríamos no final de semana. Apavorei. Estava completamente sozinha no mundo. Não tinha ninguém. No dia combinado, encontrei com o G. num ponto de ônibus. Ele estava com um conhecido em comum, e depois de muita discussão, fomos pra casa do tal amigo em comum. 
Ao contrário do outro depoimento que li aqui (imagino que varie de corpo pra corpo), a minha experiência foi pavorosa. As dores foram intensas, fiquei com febre e o sangramento era tão absurdo que um absorvente durava em média de 10 a 15 minutos. [Cuidado: quando uma mulher estiver passando por um aborto, seja espontâneo ou provocado, deve procurar o serviço de saúde mais próximo se o sangramento for forte demais a ponto de esgotar um absorvente em menos de uma hora!].
G. foi solicito e carinhoso, mas durante o ápice do efeito do Cytotec, disse que ia embora pois a namorada o aguardava no seu apartamento. Incrédula, implorei que ele ficasse. De nada adiantou: fiquei passando pelo pior momento da minha vida do lado de um quase estranho, me esforçando para não gritar e incomodá-lo.
Dois dias depois, sob febre insistente [Não pode! Tem que ir imediatamente!], fui ao hospital acompanhada de G. Mentimos juntos que foi um aborto espontâneo, que eu comecei a sangrar muito e estava assustada pois não sabia o que era. A humilhação do atendimento do SUS foi grande, horas de espera. Fui atendida num hospital universitário. Estava sofrendo um aborto enquanto a estudante risonha que introduzia o ultrassom intravaginal perguntava para o médico se estava fazendo certo. 
Quando fiz o ultrassom e não ouvi os mesmos sons da primeira vez, comecei a chorar. Primeiro baixinho, depois copiosamente. Não entendia. Eu mesma havia feito. Eu mesma havia introduzido os comprimidos. Se eu decidi, então por que chorava tanto? Por fim o resultado: teria de ser internada para uma curetagem. Entrei às 8 da manhã do dia seguinte. Sozinha. G. tinha uma reunião na faculdade.
Acordei assustada e sozinha, esperando a hora de ser liberada. A liberação só foi feita com a chegada de G, que me levou pra casa dele, e conseguiu ter a capacidade de tentar transar comigo (impossibilitada pelo absorvente tamanho noturno). A namorada nunca soube. 
Mantive uma relação bizarra de idas e vindas durante um ano com esse idiota. Terminou no meu aniversário deste ano, com ele ficando com uma amiga minha.
Depois da perda, desmoronei: assumi que era isso que eu era. Uma puta. Nunca ia deixar de ser. Me dei como arruinada, sem solução. Essa atitude atraía toda sorte de cara babaca, como se eles sentissem o cheiro de vulnerabilidade que emanava de mim. Foi numa noite que um tentou me agarrar à força que comecei a mudar. Acordei no outro dia com raiva. Não sei como, mas eu só conseguia pensar: ninguém mais vai me humilhar. Eu sabia que eu ter sido stripper, que ter feito um aborto de um cara com namorada, eu ter "dado" pra Fulano e pra Sicrano rolava na boca do povo. E do nada, assim, puf: eu cansei. 
Sei que o que fiz foi errado. Tentei ir até mesmo numa terapeuta, mas não consegui falar e desisti. Não consigo falar. Quebro o silêncio com este texto. Quebro porque penso em quantas mulheres podem ter passado pela mesma situação e estão procurando depoimentos em blogs.
Sou livre dos homens que tive. Fui livre para fazer minhas escolhas. Mas não sou livre da culpa, dos pesadelos, da sensação de ser covarde. 
Talvez a sociedade me influencie a pensar assim. Mas talvez se eu pudesse ter tido ajuda, as coisas fossem diferentes. Qualquer ajuda: ajuda para poder falar abertamente com uma terapeuta. Apoio para não ser julgada se quisesse ter a criança. Apoio para abortar.
Ainda fico abalada com amigas próximas grávidas, imagens de ultrassom e qualquer coisa que me lembre gravidez. Nunca vai passar. Ainda tenho vergonha e medo quando alguém menciona a tal casa de espetáculos. 
Um amigo veio me dizer que às vezes eu parecia uma falso-moralista, como a Feiticeira depois da conversão. Mas não: não me converti, não sei se me arrependo das coisas que eu fiz. Continuo sendo eu, mas uma eu que percebeu que não sou um objeto, que não sou puta. Eu sou vadia sim, se ser vadia é ser livre. 

42 comentários:

Unknown disse...

Você é gente, ser humano. Fez escolhas erradas pra sua vida (e me refiro, obviamente, aos relacionamentos destrutivos), como todos nós fazemos.

Continue de cabeça erguida, porque você não deve nada a ninguém.

Bruxinha disse...

Emocionante! mas é bom saber que hoje em dia vc tomou as rédeas da sua vida. E não deixe que ninguém tente lhe tascar a pecha de hipócrita. O ser humano tem sempre que evoluir e isso implica mudar de atitude e convicções.
:)
Força!

Unknown disse...

Me identifiquei com você, garota. Apesar de a minha história não ter sido tão traumática, por muitos anos estive por aí, nas baladas, ficando com caras que eu nem sabia se estava a fim direito, levando alguns desses para a minha casa, e transando com eles. Fui convencida de que era "falta de educação" não ir até o fim depois de a coisa esquentar, então muitas vezes fiz isso tudo sem vontade. Foi em uma transa há uns dois anos atrás, com um cara que eu estava ficando e sinceramente nem estava afim, uma transa horrível, sabe aqueles caras que aprenderam com os filmes pornos que uma boa transa era bater estaca por duas horas? Eu estava cansada e queria dormir. Não estava nem afim de transar, quanto mais de transar tão mal. Deixei aquele cara mudar meu corpo de posição por infinitas duas horas, como se eu fosse uma boneca inflável, e depois ouvi ele se gabando de quão bom amante ele era, como conseguia "segurar" por tanto tempo. Era um cara cretino. Eu nem gostava dele. Por que eu fazia isso? Por carência. Por que a revista Nova dizia que era assim que se conquistava alguém. Com mil e uma opções mensais de como enlouquecer seu homem na cama. Por necessidade de ser amada, pela ilusão de que sendo boazinha e dizendo sempre sim, eu seria finalmente amada. Ele nem foi o primeiro. Fiz isso por anos. Mas foi o último. Depois que finalmente consegui que ele fosse embora, me senti muito humilhada, chorei muito, tomei um banho interminável, me esfregando até quase ficar em carne viva. Com nojo de mim, nojo do cara, nojo dos meus lençóis que lavei com muito desinfetante, depois acabei jogando fora. Eu tinha descoberto o feminismo há pouco tempo, começando aqui, no blog da Lola, e quem dera isso tivesse me acontecido antes. Refleti muito naquele day after, finalmente caiu a ficha de que eu não me amava, não me respeitava, não cuidava bem de mim. Eu já tinha quase trinta anos, por quanto tempo me maltratei assim! Me fechei para relacionamentos por bastante tempo. Fiz muita terapia. Uns anos depois, depois de me apaixonar por mim, finalmente me interessei pelo tipo certo de homem, o tipo que não me via como um buraco para trepar, o tipo que me via como um ser humano e me tratava como tal, e que tinha real interesse pela pessoa que eu era. Me apaixonei por um homem assim, e ele por mim, e senti pela primeira vez o que era uma relação de verdade, e era maravilhoso. Apesar da minha dificuldade em me abrir, havia me tornado muito fechada, ele foi paciente e não desistiu de mim. Jamais me julgou por tudo o que passei. Conquistou minha confiança, minha amizade e o meu amor aos poucos, e hoje é, ao mesmo tempo, meu marido e meu melhor amigo. Então, querida, o primeiro passo você já deu, que foi se conscientizar. Agora precisa aprender a se perdoar, por esses caras babacas que você deixou te machucarem, e até por esse aborto, que convenhamos, foi melhor assim! Imagina você criando o filho desse imbecil sozinha, sem estrutura emocional e financeira. Perdoe-se, deixa isso para uma fase melhor da sua vida. Danem-se as pessoas que te criticam, você não precisa delas. Afaste-se delas, tenha pena da pobreza de espírito delas. Cuide de você, planeje suas metas e corra atrás delas. Se precisar de ajuda para levantar, não tenha vergonha, faça terapia. E sem falso moralismo, não é errado ser stripper, nem fazer sexo casual. Desde que faça tudo isso por vontade própria, respeitando a si mesma e com prazer. O feminismo está para isso, para aprendemos a amar a nós mesmas e nós livrarmos das amarras do falso moralismo da cultura patriarcal. Força, felicidade e sucesso! Carol

Aurea Bèart disse...

Amiga,

Vc é livre para fazer o que quer e também para não fazer o que não quer.

Respeitar-se é fazer o que se tem vontade. As escolhas do passado já foram. Deixaram marcas. Olhe para elas como ferimentos de guerra e sorria: orgulhe-se por ter sobrevivido sob condições adversas.

No presente e no futuro o poder de decisão é seu. Se precisar de terapia, faça. Tem faculdades com atendimento acessível, deve existir uma próxima de vc. Vc vai lidar com um profissional de saúde, que não está ali para te julgar e sim te apoiar nesta reconstrução.

Fale sem medo, por mais desagradável que pareça. Como se fosse um remédio amargo; o desconforto vale o benefício. Pode parecer 'ruim', mas cura.

Passei por uma depressão, melhorei com terapia. Sei do que estou falando, e quero ver aqui - num futuro próximo - o seu depoimento, mostrando que vc deu a volta por cima, conseguiu conviver com suas dores, se entende e é feliz.

Um abraço reconfortante,

Aurea

Unknown disse...

Você foi humana, simplesmente isso. Foi livre, fez suas escolhas, algumas não foram boas outras talvez num futuro distante se provem úteis. Não se culpe por ser humana, passível de acertos e fracassos. Vida longa, próspera e todo meu apoio possível á você.

MCarolina disse...

Esse G. é o maior vadio e aposto que se acha incrível. O que vi na sua história foi uma baixa auto estima extrema. Se eu fosse você de hoje em diante tomaria cuidado para só me cercar de gente boa e construtiva, e que não vá te julgar pelas escolhas que fez na vida.

leaveinsilence disse...

gosto dessa idéia de 'ferimentos de guerra'... como a colega disse anteriormente.
torço por vc! seja feliz, vc merece, aliás, todas nós merecemos!
grande beijo!

pp disse...

A Fenix Vermelha trouxe uma definição que sempre procurei encontrar para certos homens: "aqueles caras que aprenderam com os filmes pornos que uma boa transa era bater estaca por duas horas". Preguiça desse tipo de homem.

Autora do post, desejo muito que vc melhore sua auto estima, pois desse jeito vai se cercar de pessoas melhores. No seu lugar teria feito o aborto também!

DOMME ÍNDIA disse...

Nossa, esse nunca foi o feminismo que sonhei e menos ainda o que a primeira geração sonhou.
A luta virou isso?! O direito de distribuir a vários?! Sem tesão e sem prazer?!
Parece coisa de conformismo, deu para um cara não sentiu nada , fez para ter a esperança de o prender. Teve um vida e abortou, nem a decência de assumir, educar uma criança não foi capaz.
No final termina como a maioria das vadias sozinhas e pobres, como as que surgem nos jornais hoje em dia fazendo programa na terceira idade.E no fim infeliz perto de época comemorativas por não ter tido amor e nem prazer de verdade.

DOMME ÍNDIA disse...

Deveria ensinar que antes de abrir as pernas existem a consequência do cara ficar atrás ou não da mulher.
Coisa que o blog ainda não ensinou que sexo não prende ninguém a ninguém.
Hoje no século XXI, onde o homem já foi e volto da Lua, e até terrenos já estão sendo vendidos no satélite natural. Ninguém mais fica com outra pessoa por causa de sexo.

Rezinha disse...

Lá vem o perfil mascú escroto Domme India se fingindo de mulher...
Me responda, vc já frequentou escola? Sabe o que significa interpretação de texto? E analfabetismo funcional? Conhece??
Bom, vou desenhar pra vc pq pelo que pude ler vc não é exatamente um primor de inteligência!!
Primeiro, a protagonista da história não transou pra "prender" ninguém, ela não quis "prender" ninguém, muito menos o babaca que tinha namorada.
Segundo nenhuma mulher é obrigada a parir uma criança se não quiser, só pq vcs configuram um feto que mal tem um cérebro como: benção, criança, bebê, luz ou whatever...
Terceiro, o babaca não "assumir" o filho ok, mas a mulher não pode jamais, nem pensar, em não "assumir"o filho que já a transforma em um monstro!
Quarto, vc é umx cretinx egoísta que acha que as pessoas devem ter filhos para não ficarem sozinhas na velhice, quem é o monstro afinal?? Achei que as pessoas tivessem filhos por amor e não para não ficarem sozinhas na velhice!!
Quinto, se vc tá julgando ela por tudo isso é pq debaixo desse perfil falso deve ter tanta podridão que vc não deve conseguir conviver consigo mesmx!!

Sara disse...

Domme India e vc q fim terá??, boa coisa não há de ser, com essa amargura e rancor de suas palavras, q vida miserável vc aparenta levar criatura, vai se tratar, seja feliz, quem sabe sua mente clareia um pouco, por enquanto é só trevas, nunca é tarde p mudar acredite em vc ...

Beatriz Correa disse...

Cara autora:

Que bom que vc saiu dessa vibe sombria que te rondava. Agora é tocar a vida pra frente.
Que os erros que vc cometeu no passado te façam ver com mais clareza o tipo de pessoa com quem vc vai se relacionar no futuro, em todos os aspectos.

A vc só desejo muito boa sorte e força no caminho que escolher ;)


E claro, don't feed the trolls. Esses aí adoram uma carniça pra rolar em cima, não lhes dê essa chance.

natalia disse...

Meus parabéns. Quem dera todas as mulheres enxergassem claro como você.

Anônimo disse...

Essa "vadia" merece muito amor e compreensão. Li seu relato e fiquei tão comovida ao ler sobre o momento em que você estava abortando e o babaca tinha que sair pra ver a namorada. Sinceramente, não sei nem como você é, mas se eu tivesse te visto nessa situação num hospital, ficaria ao seu lado, talvez até abraçando, te dando forças. Ninguém merece tudo isso o que você passou, mas no fim das contas, você, diferentemente do que todo mundo pensa, é uma pessoa de respeito por ter suportado tudo isso e não ter baixado a guarda pra ninguém. Uma mulher de fibra.
E, com toda essa garra, você pode chegar onde quiser.
Acredite: com este relato, você se tornou uma fonte de inspiração pra mim.
Força!

Elaine Cris disse...

Muitas mulheres, passando por situações financeiras difíceis, acabam sendo empurradas para esses empregos, ainda que muito machinho goste de pensar que tá lá quem quer, que escolheu porque quis. Mas na prática, quem não teve boas oportunidades, muitas vezes se vê entre receber menos de um salário mínimo por mês se matando de trabalhar e tendo que pagar aluguel e outras contas ou receber o quádruplo disso em algum clube noturno e ter uma vida financeira mais confortável.
E aí as mulheres desses clubes são ao mesmo tempo festejadas e apedrejadas pelos homens que frequentam essas casas, enquanto pra eles nada pesa por frequentarem.
Esse cara com quem você se envolveu é o típico canalha machista que separa as mulheres entre putas e santas, e no fim das contas, não respeita nenhuma das duas, pois ambas são traídas, enganadas, magoadas.

Anônimo disse...

N existe vitima nesse mundo,tudo é ação e reação.
Ela se tratava como lixo e os outros faziam o mesmo,agora q ele resolveu mudar vai atrair coisas boas para si mesma.

Edson disse...

Não se culpe pelos erros do passado, vc pode ter passado por momentos ruins por ter tido escolhas ruins, mas acredite, a maioria das pessoas erram. Eu tbm já tomei várias atitudes erradas na vida, tento não ficar me culpando, essa é a melhor forma. O mais acertado é focar no presente para evitar outros erros.

Anônimo disse...

Eu só espero que a namorada desse G. tenha dado um pé na bunda bem dado nesse cara, pois mulher nenhuma merece um traste desse.

E pra autora do post, toda a força do mundo pra você seguir em frente. Minha história não é tão intensa e traumática como a sua, mas entendo como pode ser difícil falar sobre essas feridas. Só que agora que você escreveu, você abriu uma porta. Falar sobre isso é o primeiro passo. Eu escrevi muitas vezes anonimamente em comentários de blogs (incluindo esse aqui) e escrevi pra mim mesma sobre o meu estupro. Há poucas semanas eu consegui verbalizar parte da história pela primeira vez. E, sei lá, achei libertador poder contar pra alguém, poder dizer que alguém sabe. Fez eu me sentir menos sozinha.
Portanto, reconsidere a possibilidade de fazer terapia, caso esses fantasmas continuem te assombrando.

Mariane disse...

Concordo plenamente com o comentário do anônimo acima. Também acredito que pelas novas atitudes que a moça adotará a partir de agora, atrairá coisas e pessoas melhores para sua vida.

Anônimo disse...

n da para crer que hoje em dia ainda tenha mulher caindo nesse conversa fiada de q o cara vai largar a namorada/esposa para ficar com ela.

pelo menos n ficou com o coitadismo de sempre ,dizendo que tudo que passou foi culpa da sociedade,do universo,de qualquer um,menos dela.

Anônimo disse...

Saindo do assunto do post, eu queria mostrar esse video: http://www.youtube.com/watch?v=Mozxm6z30Vk

O cara praticamente ensina como fazer um estupro, absurdo.

Marina P disse...

Domme, e a interpretação de texto.... cadê?

Anônimo disse...

A Fenix Vermelha trouxe uma definição que sempre procurei encontrar para certos homens: "aqueles caras que aprenderam com os filmes pornos que uma boa transa era bater estaca por duas horas". Preguiça desse tipo de homem.( Paula)

Lembrei de uma historia minha, de um cara que na segunda vez que veio na minha casa (2003) disse que estava trazendo um " filme francês" pra assistirmos,
Era filme pornô!!! Eu detestando aquilo,e o cara solta " você ta vendo como os franceses fazem amor?" (!!)
Respondi " isso nao e fazer amor, isso que o filme mostra e TREPAR, porque o pau entra e sai, entra e sai, nao tem beijo, nao tem carinho" ...etc etc.
Ao que ele perguntou " onde você aprendeu essa linguagem chula?"
E eu respondi " o filme e chulo, assim como você "
Depois disso, ele nunca mais apareceu em casa -graças a deus!!!!!
Nada contra filme pornô,mas nao nos primeiros encontros e sem sequer perguntar se o outro gosta ou nao,no meu caso nao curto,
Escrevi em anônimo pra nao me expor devido ao " palavreado chulo" ( assim como o filme a a situação ) kkkkk!!!!!!!

RMFS disse...

Poxa, tadinha da autora, sofreu paca. Mas bateu uma dúvida: em relação ao aborto, será que ela aconselharia alguém, que estivesse passando por uma situação semelhante, a fazer?
Eu senti muita confusão e remorso no relato dela.

Anônimo disse...

Que seja uma lição. Quantas vezes falam-se aos jovens que não devem usar drogas, etc. A situação é essa. E ainda teimam em ser rebeldes e não parar, pensar e repensar em suas ações. Toda ação tem uma reação, e consequência. Devemos aprender com a vida e seguir em frente.

Anônimo disse...

Domme, interpretação de texto realmente ia bem...

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K.

Lamento muito tudo que vc passou.Somos educadas p acreditar que precisamos ser submissas e dependentes. Daí que muitas mulheres aceitam quando o cara pede para ela parar de trabalhar.

Espero que vc reconstrua sua autoestima e não deixe os idiotas que passaram pela sua vida dizerem qual o seu valor.

Uma coisa q me ajudou a curar alguns traumas foi me colocar no lugar do outro. Depois de pensar um pouco, cheguei a conclusão que eu nunca teria agido como as pessoas que me fizeram mal. Sou um ser humano imperfeito, mas ainda melhor que eles.

Anônimo disse...

Fenix Vermelha escreveu um relato que eu mesma poderia ter escrito. Autora do texto, muita alegria de vc ter saido dessa fase. te conto como eh minha vida depois q sai da nuvem negra: decidi q homem nenhum encostaria mais em mim ate eu achar q estaria pronta. Eu precisava de uma fase de auto conhecimento. Depois disso conheci meu marido, enquanto fazia um intercambio nos EUA. sou casadissima com um homem maravilhoso que nao me julga e feliz da vida, assim como vc vai ser. Mta luz na sua vida, muita forca e muito amor. Beijos Babufs

Gabriela Barbosa disse...

Uma coisa é certa: você é livre para fazer o que quiser,mas tem que ser forte para aguentar as consequências das suas escolhas! Boa sorte!

MCarolina disse...

RMFS,

Ela não estava inclinada a abortar. Mas estava perdida e confusa, e o maravilhoso G. pressionou para que ela fizesse.
E se isso foi bom ou ruim para ela, só ela pode julgar.

MonaLisa disse...

É sempre assim, os anormais acham que pq tu não faz sexo 'com amor' tem que aceitar qualquer pinto. Fico muito feliz que vc superou isso. E não tenha medo de ser grossa, estúpida com esses machistas nojentos que vierem te desrespeitar.

E acho que tu devia contar pra chifruda, nem que seja de forma anonima, sobre as aventuras extra-conjugais do senhor Gostosão. Depois ela pega uma doença por tabela por ai (não to falando de vc), mas pela vidinha que ele leva. Se ela continuar com ele, beleza. Mas o feminismo é isso apoiar até as consideradas rivais.

Ana Carolina disse...

Dona do guest post:

O importante é se dar conta de tudo isso. É tomar o poder sobre a própria vida nas mãos, é ter consciência, resgatar a auto-estima. Com isso, metade do caminho já tá andado para uma boa vida a partir de hoje.

E toda dor que passou, passou. Agora é o pra frente, é o que vem depois, é a vida cheia de possibilidades.

RMFS:

A decisão de abortar não foi dela (claro que ninguém a amarrou e obrigou a fazer nada, mas pelo relato rolou uma BOA pressão psicológica). Nesses casos, a pessoa costuma não encarar nada bem o processo e inclusive se arrepender.

Links disse...

K, sua linda, porque toda essa tristeza ? O pior já passou ( que foi er ficado com idiotas do tipo do G) agora que você viu que tem valor, tudo vai melhorar.

E você se diz «puta » por qual razão ? Por ter transado com mais de uma pessoa ? Por ter dançando pelada ? E daí ? Ninguém tem nada a ver com isso, e você tem sim o direito de transar com quem quiser e dançar pelada o quanto quiser, se tiver vontade.
Espero que a pressão dessa sociedade machista de merda se alivie na sua cabeça, e que vcê se sinta bem e seja orgulhosa da vida que você levou. Porque mesmo que você se arrependa de certas coisas, essas coisas colaborarm para que você seja o que você se tornou hoje, forjaram o seu caráter. E pode ter sido díficil e complicado, mas graças a isso tudo você é o que você hoje. São as suas historias e experiências. E mesmo que tenha sido ruim, ao menos você sabe e não vai repetir o que te faz mal.
Se alguém te menospreza porque você dançou pelada ( nusssssa !!!) ou porque você transou com mais de um cara ( afffff !) manda essa gente catar bolinha na descida. Isso não é da conta de ninguém. Com certeza tem muita gente não-cretina nesse mundo, que vai aceitar você e seu passado como eles são.
E por favor mulher, se valorize ! – Não no sentido dos machistinhas de plantão, mas no sentido de : saiba que tem valor e só dê sua atenção a quem merece. O resto, que se dane bonito. Aliás, o tal do G deveria ser o primeiro a ir se danar.
Beijo enorme

mainara disse...

eu te amo <3

Veronica disse...

Isso tudo já acabou. Escreva uma nova história

Aline disse...

K.

Seja feliz hoje, amanhã e a cada dia que chegar.
Se alguém e desrespeitar, mande a merda e siga sua vida.

Seja livre e se por isso te chamarem de vadia, puta, etc, aceite como elogio...
=D
É isso que faço quando me taxam... =D

Anônimo disse...

Tô bege. Acabo de assistir entrevista do Ministro Crivella condenando o machismo!!!! Não entendi nada.

Katy disse...

Rolou uma identificação muito grande contigo, moça. Bom saber que não sou a única.
Somos fortes!

Vanessa Macêdo disse...

Enquanto lia o texto eu só pensava em dizer "K, reassuma o controle da sua vida, agora!". E fico feliz por ter lido que assim você o fez. Sempre nos ocorre o estalo, aquele momento em que nos dimensionamos em relação a situação que nos encontramos, percebemos que estamos sendo levadas pelas circunstâncias e respondendo da forma mais passiva possível, como se fosse isso que esperávamos de nós mesmas, passividade. Vejo amigas que atravessaram relacionamentos com caras babacas e não me conformo como elas não conseguem pensar a si mesmas e a relação ao que estão inseridas. Mas quando olho para a minha história de vida, vejo que também atravessei algo assim, também vivi o meu fundo do poço pessoal. Hoje em dia tenho em mente algumas coisas que eu queria te dizer, isso de fato me ajuda a me pensar em relação as minhas escolhas e aos meus contextos. 1. Não se subestime, você certamente é muito melhor do que a ideia que você tem de si mesma, mulheres são educadas a desconfiar da própria capacidade. 2. Você merece o melhor, se você quer fazer aquele curso, porque não? Se você quer ser uma boa profissional, ou mesmo a melhor, o que te impede? Estude, trabalhe duro e corra atrás! 3. Esteja cercada de pessoas tão interessantes e agradáveis quanto você, descarte e caia fora da companhia de pessoas que te deprimem, que te contam histórias que te faem sentir mal sobre si mesma, que tem um pensamento curto, por mais que elas pareçam bem sucedidas e pessoas de bem... e não se prenda a dependência da uma infância compartilhada ou de um familiar, gente que não vale a pena está em todo lugar, faça escolhas pensando em você 4. Não aceite a culpa que querem imprimir em você, isso não significa perder a dimensão do que é ter usado drogas ou ter vivido por um aborto, mas ninguém merece viver revivendo o inferno social que está agregado a isto, assuma que o fez, não perca a dimensão social do que isto representa para a saúde da mulher, para o direito ao próprio corpo etc, mas não aceite a culpa moralista que querem que você definhe com ela, saiba que hoje você é uma mulher forte porque soube atravessar essas situações, não seja mais uma historinha em que nos pintam como aquela perdida, que sempre foi perdida e vai ser perdida a vida toda, eu te proíbo, não aceite isto! rs Um beijão k.

Anônimo disse...

De uma mulher que já se fodeu bastante nesse nível aí que você, para outra:

força na peruca, sua linda

Anônimo disse...

Antes de ler esse texto eu não fazia idéia de que era um padrão chamar de gorda, egoísta, falar que mais ninguém ia aceitar ficar com você e foder com sua independencia financeira. Obrigada por me ajudar a ver que eu também convivi com babaca.

Anônimo disse...

"Antes de ler esse texto eu não fazia idéia de que era um padrão chamar de gorda, egoísta, falar que mais ninguém ia aceitar ficar com você e foder com sua independencia financeira. Obrigada por me ajudar a ver que eu também convivi com babaca."

É padrão sim.

Eu me casei muito cedo, assim que fiz dezoito anos e namorava desde os 13 com a mesma pessoa (ele é dois anos mais velho que eu). Sabia nada da vida, fui criada por uma tia, meus pais morreram quando eu tinha 8 anos em um acidente que me deixou algumas sequelas também, mas sobrevivi. E meu ex-marido era do tipo ciumento, e eu sem orientação de nada achava que isso era amor, que era assim mesmo, que esse era o certo.

Eu só fui descobrir que não era gorda, incompetente, descontrolada, histérica e sexualmente insaciável só depois que me separei dele, já com 25 anos de idade e não sem viver um inferno total por conta disso. É quase uma lavagem cerebral mesmo, só depois que a gente sai disso que se dá conta do que realmente viveu.

Hoje eu to bem, terminei meus estudos, já encontrei um novo amor mas levou muito tempo até me enxergar como pessoa novamente. O importante não é ter sofrido o diabo, como sofri e como a autora do post sofreu, mas saber que é possível sim sair dessa e desabrochar como ser humano de novo.