terça-feira, 27 de agosto de 2013

GUEST POST: CENÁRIO DE HORROR SE O ESTATUTO DO NASCITURO FOR APROVADO

Como eu já disse algumas vezes, caso o Estatuto do Nascituro passe, um embrião ou um feto terá mais direitos do que a mulher nascida, adulta, de quem ele é dependente. 
Uma das coisas mais mirabolantes que podem acontecer é a mulher abortar espontaneamente e ser investigada e criminalizada por isso. Abortos espontâneos ocorrem direto: entre 25% e 30% de todas as gestações "não vingam". Mesmo que você ache que não conhece uma mulher que abortou propositadamente (difícil, pois uma em cada cinco brasileiras já abortou), todo mundo conhece alguém que já sofreu um aborto espontâneo. 
Com o Estatuto do Nascituro, uma mulher que sofra um aborto espontâneo seria investigada por homicídio. Ela teria que provar que não cometeu um aborto. Pense em você, ou na sua mãe, irmã, namorada, esposa, filha, amiga, passando por isso. Não é cenário de ficção científica ou de história de terror. 
É bem isso que já está acontecendo em países que proíbem o aborto em todas as circunstâncias. E vai acontecer se o Estatuto for aprovado no Brasil, pode acreditar. 
A N. me enviou este relato que exemplifica bem a ameaça que corremos.

Trabalho com serviço diplomático e moro num país africano. Aqui é um país islâmico. Em geral, não há aplicação da sharia. Ando de vestido curto, vou à praia de biquíni etc. 
Sou casada.
E engravidei.
Veja bem, não foi planejado, mas nem por isso foi indesejado. Foi um pouco antes do que queríamos. Em breve nos mudaremos pra um país mais "civilizado", com mais atendimento de saúde, e já pretendíamos começar a tentar a partir de então. Aqui, pra evitar, usamos pílula e camisinha. Sempre. Mas a camisinha furou. E a pílula, pelo visto, falhou. 
Bom, era um pouco de se esperar, porque a parte de alimentação/água aqui não é 100% e eu tenho uns problemas estomacais com alguma frequência. Quando a camisinha furou, lembramos que eu tomo a pílula e, bom, deixamos pro acaso. Aqui não haveria a possibilidade de comprar pílula do dia seguinte. E, como eu disse, não é como se fosse uma coisa indesejada.
Enfim, faz pouco tempo, estava no trabalho normalmente, quando senti uma cólica forte. Muito forte. E um certo sangramento fora do comum -- eu não estava menstruada! Fui correndo ao médico com meu marido. Fui a uma clínica particular que costuma atender a maioria dos estrangeiros. Chegando lá, a notícia: estava sofrendo um aborto espontâneo. Primeiro bateu um pouco de incredulidade. Meu marido levou uns minutos pra lembrar da tal camisinha furada há algumas semanas (três? quatro? Sinceramente, não lembramos!). O médico perguntou se o aborto tinha sido proposital. Não, não tinha. Eu nem sabia que estava grávida!
Depois de devidamente medicada, voltei pra casa. Me sentindo péssima. Não pretendia engravidar agora, mas como eu disse, não seria indesejado. Ainda um pouco em choque, tirei o dia seguinte de folga. No fim do dia, recebo uma ligação do trabalho. Recebi uma intimação para comparecer perante a polícia. OI?!
Olha só, aqui a lei é no esquema do estatuto do nascituro. QUALQUER aborto é, a princípio, culpa da mulher. E ela pode ser presa por isso. O médico teve que informar a ocorrência de um aborto às autoridades, ou ele estaria encarando a possibilidade de prisão. 
Eu tenho sorte. Tenho imunidade penal. Meu chefe mandou a resposta que eu não iria à polícia me manifestar e pronto. Não vai dar em nada. Pra mim. Porque eu tenho imunidade. Porque eu tenho dinheiro e, na pior das hipóteses, poderia simplesmente sair do país. O Brasil me levaria pra outro lugar e pronto. E as mulheres daqui?
Uma amiga minha, local, quando soube comentou que se eu tivesse ligado pra ela, ela teria me indicado uma certa pessoa que não contaria às autoridades. Mas eu nem sabia o que estava acontecendo! Sério mesmo que seria esperado que eu procurasse um açougueiro qualquer porque sofri um aborto espontâneo? Que, sem qualquer coisa que eu tenha feito ou deixado de fazer, aconteceu comigo algo que acontece em quase um terço das gestações, que é o aborto espontâneo? Eu não queria esconder nada das autoridades porque, na minha cabeça, não fiz nada de errado!
Meu caso está resolvido. O ministério foi envolvido e eu estou "livre" de qualquer acusação. Quase que como um favor pra mim. Além disso, estou numa posição SUPER privilegiada aqui. Tenho um chefe fantástico e um marido maravilhoso, que me apoiaram em tudo -- meu chefe chegou a mobilizar um avião pra me tirar daqui de emergência, se a coisa prosperasse! Mas e todas as outras? E, caramba, se isso continuar no Brasil? Antes eu já dizia que quem considera aborto assassinato, deveria considerar abortos espontâneos homicídio culposo. Aparentemente, a coisa está evoluindo pra isso!
Não consigo parar de pensar: e as mulheres daqui? E, mais ainda, e as mulheres do Brasil, caso o tal estatuto passe? Tive uns dias péssimos por conta de toda a situação, que só foram piorados pela ameaça e polícia, processo, prisão. E eu sabia que nada aconteceria comigo. Já imaginou no Brasil? A mulher já está fragilizada por conta de um processo doloroso em seu organismo, um processo que ela poderia ou não querer que acontecesse, mas que é doloroso de qualquer forma, fisicamente, pra não dizer psicologicamente. E vai ser ameaçada com prisão? Processo? Multas? Penas? Ficha suja?
Eu sou e sempre fui a favor da descriminalização do aborto, embora eu mesma ache que nunca faria um propositalmente. Não por motivos religiosos. Eu, EU, sempre quis ter filhos. À época que iniciei minha vida sexual, já sabia disso. E sabia que, caso engravidasse, seria a situação de não planejado, mas provavelmente desejado. Mas o fato de que EU não ache que passaria por um aborto proposital, não significa que outra mulher, em outra situação, não possa optar por isso. E eu defendo o direito dela de ter o aborto, caso seja o que ELA quer.
E agora, estamos correndo o risco de até nos casos de abortos espontâneos a mulher ter que demonstrar que não teve culpa? Além de abortos espontâneos serem muito comuns, há outros fatores. E se ela bebeu? E se tomou um remédio que pode ter efeito abortivo, e não saber? E se ela, sei lá, foi  a um parque de diversões, andou numa montanha russa, e abortou sem querer (sem sequer saber que estava grávida!)? Ela vai ser culpada?
Não consigo entender. Juro, não consigo.
Enfim, nem comentei com minha família sobre o aborto. Sei que eles ficariam preocupados com minha saúde, com riscos de polícia, essas coisas. Só sabemos eu, meu marido, meu chefe, a tal amiga e, aparentemente, toda a organização jurídica/policial da cidade. Sairei daqui em breve. E sairei bem. E as mulheres que ficam? E as que ficarem no Brasil, caso o estatuto seja aprovado?

77 comentários:

nina disse...

às vezes eu tenho tanto medo, mas tanto medo do tamanho do retrocesso que pode vir a seguir. e fico repetindo pra mim mesma que não vai ser assim, que não pode, que não é possível que esse estatuto seja a nova-antiga regra. por favor, não pode ser.

Anônimo disse...

Bem-vindos ao Islã. Que em breve estará por aqui. Embalado em papel com o rostinho de jesus, mas no fundo, a mesma coisa.

EURONYMOUS DEMOGORGON disse...

eu sei que voces feministas são atéias em maioria. ou seja, niilistas. pra voces o que vou falar não vai ter valor nenhum

de qualquer forma, eu sou bastante supersticioso, não consigo imaginar que a vida seja só isso aqui. eu acredito na lei que rege o universo, karma e dharma, causa e efeito. por isso mesmo estou tendo uma vida perigosa e tediosa, pois eu ja paguei um aborto e o karma ta me fudendo, sempre usei camisinha, mas rolou acidente.

então voces feministas, saibam que ao fazer o aborto, as leis do universo agem contra voces, assim como agem contra mim. eu tenho uma visão mais pagã de deus, não acho que ele perdoe as pessoas, vejo ele como uma entidade opressora que criou um grande jogo de rpg com as regras dele.

Anônimo disse...

DARK GUILD DEATH ADDER: de quais leis do universo você está falando? Da gravidade? Do eletromagnetismo? Das leis de Newton?
Qual dessas leis rege o aborto?

Anônimo disse...

Penso que a religião tem que ficar de fora desses assuntos, politica é politica e religião não se mistura. Ademais, não acredito em carma e essas bobeiradas todas que foram criadas para manter escravos para a classe aristocrática.
O corpo da mulher é sagrado, se um nascituro for de um estupro ou indesejado, a mulher tem o direito de tirar.
Se não pode matar o proprio Deus biblico matou milhões de pessoas.

@dddrocha disse...

Muito medo desse estatuto.
Não é possível que a presidenta vai nos deixar na mão. Precisamos lutar e acreditar.

Valéria Fernandes disse...

Queria muito saber qual o país do post. De resto, temo, sim, pelo futuro. Estou grávida, já na reta final, e, até pela própria condição, você acaba convivendo com mais grávidas e ouvindo experiências. A perda de um bebê que é desejado é devastadora, submeter uma mulher fragilizada a uma investigação é algo de uma crueldade sem tamanho... Mas, para os pró-vida, somos como matrioskas. Aliás, Silas Malafaia teve a capacidade de dizer que o embrião/feto é a única parte ativa da gravidez...

lola aronovich disse...

Não posso dizer o país em que a autora do guest post vive, pois ela seria facilmente identificada. Mas, que eu saiba, praticamente todos os países da África e da América Latina (tirando Cuba, que legalizou o aborto já na revolução, em 1959, e Uruguai, que mais ou menos legalizou o aborto recentemente) são totalmente restritivos ao direito ao aborto. São nesses países (Brasil incluso) em que temos as legislações mais restritivas e, portanto, onde milhares de mulheres que fazem aborto clandestino morrem.
Valéria, querida, um ótimo parto pra vc! Depois nos conte tudo!

Marcelo Delfino disse...

Obviamente, todo essa pseudo solidariedade das feministas para com as mulheres que sofrem aborto espontâneo não acontecerá se descobrirem que a vítima era terminantemente contra o aborto não espontâneo. Ficarão contra a mulher, farão graçolas e ainda pedirão cadeia para a coitada. E farão mais barulho ainda se descobrirem que a mulher tem algum credo contrário ao aborto.

Bela Campoi disse...

Muito bom o guest post: pra fazer refletir. Façamos o debate, coloquemos a boca no trombone mesmo, , embora eu esteja certa de que esse estatuto NÃO será aprovado

Patty Kirsche disse...

A gravidez da qual eu nasci foi bastante delicada, minha mãe quase teve um aborto espontâneo várias vezes. Numa dessas ocasiões, meu pai não estava em casa, e minha mãe foi para o hospital acompanhada de uma irmã. Chegando lá, a equipe se recusou a prestar atendimento por acreditar que minha mãe havia provocado um aborto. Minha tia fez um escândalo e conseguiu o atendimento. Mas se dependesse da brilhante e ética equipe médica, eu talvez não tivesse nascido.

Ana Carolina disse...

Para o mascu das feministas ateias e niilistas: olha, sou extremamente religiosa :) E a favor do aborto, sim, primeiro porque cada um sabe de si e não tenho nada com a vida dos outros e segundo porque é um assunto de saúde pública. Não é porque você acha que deve ser proibido, não é porque é proibido, que as mulheres não fazem - fazem, todos os dias. E as pobres, que não podem pagar clínica particular, morrem. O mundo real tá aí e ele é bem diferente do ideal.

E sobre o post, é para aumentar nossa força contra os absurdos teocráticos de uma bancada política que se fortalece cada vez mais. Não podemos nos calar. Nunca.

Anônimo disse...

Eu poderia falar muitas coisas para defender o aborto e explicar pq sou contra esse absurdo estatuto do nascituro - mais do que sem sentido.

Mas só para acabar com a felicidade de alguns religiosos contra o direito de uma mulher...
Eles deveriam aprender a viver no Novo Testamento (a "época" para a parte Ocidente... se preferirem optar por tanto machismo, ignorância e "guerras santas", favor mudarem-se para a parte Oriente e converterem-se ao Islamismo). E quando eles forem ler a Bíblia, deveriam, por obséquio, APRENDER A INTERPRETAR para depois refutarem pelo menos de maneira lógica e sem contradições.



"E mandou Davi indagar quem era aquela mulher; e disseram: Porventura não é esta Bate-Seba, filha de Eliã, mulher de Urias, o heteu? Então enviou Davi mensageiros, e mandou trazê-la; e ela veio, e ele se deitou com ela" - 2 Samuel 11:3-4

Depois do marido dela (Urias) morrer:

"E, passado o luto, enviou Davi, e a recolheu em sua casa, e lhe foi por mulher, e deu-lhe à luz um filho. Porém esta coisa que Davi fez pareceu mal aos olhos do Senhor." - 2 Samuel 11:27

"Então disse Davi a Natã: Pequei contra o Senhor. E disse Natã a Davi: Também o Senhor perdoou o teu pecado; não morrerás.
Todavia, porquanto com este feito deste lugar sobremaneira a que os inimigos do Senhor blasfemem, também o filho que te nasceu certamente morrerá.
Então Natã foi para sua casa; e o Senhor feriu a criança que a mulher de Urias dera a Davi, e adoeceu gravemente." - 2 Samuel 12:13-15


Então, Davi não morre, mas a criança inocente paga pelo pecado dele. A mulher também sofre.
Sei que a história de Davi e sua família não ficou por aqui, mas, quanto a este episódio, está certo? Concordam com este aborto? Ou querem justificá-lo porque Davi era um rei e a mulher era de outro e não podia?
Deus feriu a criança antes de nascer. Foi um aborto.


Agora, gostaria de saber porque uma mulher não pode ser dona de suas escolhas, abortar pelos seus motivos sem que necessite sofrer mais do que já sofreria por isso. E pior ainda com essa lei que defende um ser que não é um ser completo. É a defesa de um ser sem experiência de vida e sem opiniões formadas em vez da defesa pelos direitos da mulher.

Rodrigo disse...

Marcelo Delfino, claramente você não sabe nada sobre feminismo.

Camila Feminista disse...

FEMINISTAS DE VERDADE, ou seja, aquelas que estão interessadas na vida das mulheres e não em defender ideologia política, são contra a legalização do aborto, afinal, 50% dos bebês abortados são MULHERES(XX) que não tiveram o DIREITO DE ESCOLHA SOBRE O PRÓPRIO CORPO respeitado.

Isto aqui já é suficiente para terminar qualquer discussão.

Valéria disse...

Tenho um recado a todas aquelas que estão fazendo gracejos com a religião das outras:

Código Penal:
Art. 208 - Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso:

Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Unknown disse...

Fico muito apreensiva de pensar que este Estatuto pode ser aprovado. Meu medo é por nós - não só pelas mulheres, mas todos os brasileirxs -, pelo que isso diz sobre nossa democracia sobre o nosso futuro.
Embrião não é feto. Feto não é criança. Aborto não é infanticídio.
Pelo direito de escolha de cada um, pela saúde pública, por nós que não somos incubadoras, somos cidadãs desse país!

Anônimo disse...

Marcelino Delfino: você é um aborto mal sucedido.

Orahcio disse...

O chato não é a religião, mas a galera que quer retirar nosso direito de pecar. Se aborto é errado ou certo isso fica pra cada um cuidar lá no final. Para essa galera espero que limitem-se a ficar no campo do aconselhamento ao seu próximo, não precisa colocar na constituição o que vocês entendem por lei divina, se a lei é divina nenhuma constituição humana precisa repetí-la, cheira até heresia isso. Por favor, não nos salvem! Obrigado.

Marcia disse...

Marcelo Delfino

Que bola de cristal hein? Quer dizer que conhece todas as feministas?

Sua ignorância prova que você não conhece nenhuma.

Só malucos fundamentalistas festejam o sofrimento de mulheres. E adivinha? Eles não são feministas.

Anônimo disse...

Vocês estão apavorados e NEM leram ainda o relatório sobre a reforma do código penal.

Estatuto do Nascituro é fichinha perto das quase 20 páginas que o senador Pedro Taques do PDT escreveu defendendo a criminalização do aborto.

Precisamos urgentemente nos mobilizar.

A partir da p.152
http://www12.senado.gov.br/noticias/Arquivos/2013/08/veja-a-integra-do-relatorio

Marina disse...

DARK GUILD DEATH ADDER, ateus não são necessariamente niilistas..vc foi preconceituoso com essa afirmação..e outro, td bem q vc acredite no q falou, a escolhe sobre abortar ou não continua sendo pessoal e intransferível..por isso não faz sentido proibir, mesmo que existam karma e drharma e etc.

Marcelo Delfino,vc tah d brinks neh?huahuahauahua
O qvc disse jamais aconteceria, nota-se que não entende nada de feminismo e sororidade.

Kittsu disse...

Marcelo Delfino: você aparentemente conhece todas as mulheres do mundo. que legal.

Léty Hyuuga disse...

Marcelo Delfino só escreveu merda, mais um que caiu aqui de pára-quedas e não entende absolutamente nada sobre feminismo.

Daniela disse...

N dá para acreditar em uma pessoa que se diz religiosa mas é a favor da aborto,nenhuma religião aceita isso.
Mas é sempre assim só seguem o que é conveniente.

Tsu disse...

Acho um absurdo se essa lei for aprovada...então a mulher não é cidadã...é um mero objeto no qual as pessoas podem fazer o que quiser, uma escrava.
Com essa lei, as mulheres, mesmo se previnindo, terão que parar de transar e rezar para todos os deuses que jamais sejam violentadas.

Pili disse...

Amo matrioskas!!!!!
(amo bonecas de porcelana, de pano, do mestre vitalino, do comandos em ação e barbies)
...não sou uma.
Nem quero ser.
E não permito que me punam por ser de carne, consciencia, e osso.

Sara disse...

Eu sofri três abortos consecutivos e espontâneos, mesmo fazendo tratamento médico para segurar a gravidez, se vivesse num pais horrível como esse, viveria sendo investigada.
Esse estatuto provoca em mim, sentimentos de incredulidade, até onde a religião e o machismo podem chegar para exprimir toda a misoginia impregnada dentro deles.
Que exista uma lei absurda dessas em qualquer pais do mundo já é preocupante e assustador, agora, ver esse absurdo se espalhar pelo mundo é pior de que filme de terror classe B.

Cyberia disse...

Que história pavorosa.... Minha mãe sofreu um aborto espontâneo de gêmeos (quando eu ainda era pequena demais para lembrar), e foi um aborto que não foi só sangramento não... Ela chegou a conseguir ver o embrião (pequeninissimo, mas já visível). Ela sofreu muito. Até hoje ela se sente triste por isso e já se vão uns 25 anos.... Imagine minha mãe, super fragilizada, morrendo de tristeza... Ter que lidar com polícia e acusações?!?! O que é isso minha gente!!??!? Só nesses ultimos meses, a esposa do meu primo e a secretária de minha mãe tiveram abortos espontâneos. É SUPER COMUM no primeiro trimestre.... Que paisinho de merda! Se um negócio desses for aprovado acho que vou querer "abandonar o navio" mesmo, pq né......... tem como não.

EURONYMOUS DEMOGORGON disse...

ana carolina, não disse que sou contra o aborto. eu não dou a mínima pra isso. eu só digo que acredito numa lei supersticiosa, de tradições muito antigas. eu acredito que estamos sob a lei de um deus opressor que rege o universo, não só o mudno material, mas também o mundo das almas, outros planos dimensionais. ou seja, eu posso me fuder(assim como ja me fudi, ja parei no hospicio por exemplo, ja fui agredido, perseguido, passei por problemas de saúde dolorosos) e voces feministas, se abortarem, poderão se fuder também, afinal, eu estudei diferentes tradições, a gnose, o espiritismo, o hinduísmo, o budismo, etc e eu sou de família espírita. ateu tem mania de debochar de todos os tipos de crenças etc eu nem sequer sou religioso, mas não consigo aceitar o ateísmo como forma de ver o mundo. nõa dou a mínima pra política, apenas acho que muita gente pode se fuder nessa parada, pois gera karma.

Beatriz Correa disse...

Alguém aí falou em karma (não registrei quem), e tal.
Bom, eu sou pagã.
E, bem, quem segue o paganismo em qualquer uma de suas vertentes sabe que a religião/filosofia de vida que delas provém cultua o corpo da mulher como o templo sagrado pagão.
Ou seja, nada deve ser feito ao seu templo SEM SUA PERMISSÃO.
Como a decisão é da mulher, ela decide o que pode ou não acontecer em seu corpo (claro, dentro de seus limites)
Creio que o karma exista sim, que seja implacável sim, mas quem crê em karma sabe que karma não é dor, e sim aprendizado.
Quer acabar com o karma? Aprenda a lição.



Agora, jogar o karma como desculpa para dizer q a mulher não deve escolher entre levar uma gestação pra frente ou não é no mínimo tosco. É jogar pra TODA MULHER, inclusive as sem crença alguma, que suas crenças devem ser padrão.
O paganismo respeita as escolhas alheias. Livre arbítrio, lembra?
Não é à tia q o feminismo e o paganismo tem relações estreitas...


(Ah gente, desculpa encher o saco, tá? Não foi minha intenção xD)

Anônimo disse...

De novo esse assunto?
Tanto assunto interessante,depoimentos emocionantes,como o da M. do dia 19 e descambam pra esse assunto repetitivo?
Vamos variar ou subir no telhado mesmo.

Unknown disse...

Marcelo Delfino

Cuma? São as feministas que tentam criminalizar quem não tem o mesmo credo? Ah, tá...

Anônimo disse...

Esse tal de Karma nunca atuou na minha vida. E olha que eu já fiz três abortos. O ultimo há 26 anos... Porque será?

Anônimo disse...

"A segunda, por manifesta inconstitucionalidade, é para a
supressão da hipótese de exclusão do crime de aborto previsto no inciso
IV. Com efeito, entendemos que, na prática, isso representa a legalização
do aborto no primeiro trimestre de gestação, importando em
inconstitucionalidade de referido dispositivo em razão da violação do
direito à vida, consagrado como cláusula pétrea no caput do art. 5º da Carta
Magna. Tal tema precisa ser enfrentado de modo sério e objetivo, de
maneira serena, enfrentando a complexidade da questão e os argumentos
jurídicos pertinentes à matéria, conforme razões desenvolvidas a seguir."

Desculpa, mas a vida não é pra PESSOAS já vivas?!

(Art. 5ªCF: garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade)

@Anon de 19:48,
Não tá gostando?
Sobre no telhado vc. =P

Ana Carolina disse...

Dar Guild:

Sim, elas podem.

E o problema é de quem?
É seu?
Não, né.

E acho tão engraçado como as pessoas, tão preocupadas em julgarem umas nas outras, usam como desculpa estarem preocupadas com a salvação dos outros. Se preocupa com a sua (bem como com sua vida) e você já tá fazendo muito.

Anônimo disse...

Tem quem acredite que a liberação do aborto gerará karma coletivo, ou seja, vai sobrar karma para todo mundo incluindo quem é contra. Esse argumento está no mesmo nível dos testemunhas de Jeová que são contra o transplante de orgãos mesmo que sejam seus familiares que estejam morrendo. Mesmo que você ache que vai sofrer as consequencias das decisões de outras pessoas, você não tem o menor direito de interferir nelas.

Mila M. disse...

Nossa, fui ler o texto (que a pessoa das 16:17 indicou)...

"v) a autonomia da mulher perante seu corpo deve ser pensada
a partir de uma ética da alteridade, de modo que a ponderação entre gerar
uma vida e manter sua autonomia deve ser anterior à concepção,
especialmente quando o nível de informação sobre os métodos
contraceptivos já é suficientemente amplo;"

Pois é, mas acontece que esses métodos FALHAM, e aí?

"Sem parâmetros seguros, abrem-se as portas ao arbítrio na
decisão de ceifar a vida do nascituro em desenvolvimento, de modo que a
exigência prevista no dispositivo legal carece de qualquer efetividade
prática. Parece, assim, apenas um instrumento retórico para legitimar a
prática do aborto, disfarçando o fato de que se trata de mero ato de vontade
materna"

Então é basicamente isso: DANE-SE a vontade materna, vamos forçá-la, afinal é o que nós queremos.

Sério, nem sei mais o que dizer...

Anônimo disse...

Beatriz Correa, sobre "quem segue o paganismo em qualquer uma de suas vertentes sabe que a religião/filosofia de vida que delas provém cultua o corpo da mulher como o templo sagrado pagão"; isso não procede. Me refiro especialmente quando você coloca "qualquer uma de suas vertentes". Imagino que você se refira exclusivamente a algumas vertentes do neo-paganismo inspirada em algumas correntes pré-cristãs europeias. Mesmo assim, de nenhuma maneira isso diz respeito a "qualquer uma de suas vertentes".

Anônimo disse...

"apenas acho que muita gente pode se fuder nessa parada, pois gera karma"
Seu Deus deve ter dado o livre arbítrio a todos/as. Quem vc pensa que é p/ vir aqui julgar o que vai gerar ou não karma. Essa é boa.

donadio disse...

"então voces feministas, saibam que ao fazer o aborto, as leis do universo agem contra voces, assim como agem contra mim."

Se vc quer acreditar nisso, tudo bem. Quem não concorda com vc, que arrisque, e, se vc estiver certo, vá para o inferno, ou reencarne numa forma de vida inferior.

Mas, meu, não é função do Estado impedir que as pessoas vão para o inferno, ou que reencarnem como amebas.

A questão é como evitar que a vida aqui seja um inferno.

eu tenho uma visão mais pagã de deus, não acho que ele perdoe as pessoas, vejo ele como uma entidade opressora que criou um grande jogo de rpg com as regras dele."

Talvez vc esteja precisando jogar menos RPG...

Anônimo disse...

Querem matar mosquito com bala. O Estatuto do Nascituro não aborda nenhum tema de natureza investigatória como nessa situação citada, ninguém vai ser fichado por fazer um aborto, exceto se for contrário ao Código Penal. Tal Estatuto "apenas" cria direitos ao feto e obrigações à mãe e ao Estado na guarda desses direitos. O mais ridículo do Estatuto é a mulher vítima de estupro ter a obrigação de continuar a gestação. Sou contrário ao Estatuto pela retirada do direito da mulher, vítima de estupro, de poder abortar e devido à criação de novas obrigações ao Estado no zelo de um filho indesejado/inesperado. Como a sociedade irá reagir com relação ao aborto após a aprovação do Estatuto, não sei dizer, mas espero que seja o mais complacente possível, aliás espero que o Estatuto seja arquivado e nem vire lei.

Anônimo disse...

Esse Estatuto do nascituro é uma aberração.

Unknown disse...

Feministas de verdade (?) são contra o aborto porque 50% dos abortos seriam de meninas?????????

Onde pai as pessoas tiram essas ideias ridículas! Tem tantos erros nessa conclusão que é melhor deixar pra lá.

A favor da legalização do aborto e do acesso amplo ao feminismo e suas lutas.

Bia G. disse...

Acho super engraçado ler estes 'argumentos' e blablabla dos mascus e pessoas sem senso crítico, empatia, etc.

Aiai... se vc não gosta de cachorro, ñ tenha um cachorro, e claro, não queira obrigar quem gosta a não ter.

Se vc é contra o aborto, não faça um, agora não queira obrigar uma pessoa que não tem as suas crenças a não fazê-lo.

Como essas pessoas não raciocinam? Me dá vontade de rir, pena e descrença, tudo ao mesmo tempo.

Anônimo disse...

"Com o Estatuto do Nascituro, uma mulher que sofra um aborto espontâneo seria investigada por homicídio. Ela teria que provar que não cometeu um aborto."
Quanta desinformação, o atual texto do Estatuto do Nascituro não diz nada disso e não altera o código penal e não cria um crime culposo de aborto isso é besteira. Não, ninguém deve provar que é inocente jamais, isso é coisa de Estado tirânico. É sim o Estado que deve provar que alguém é culpado respeitando os direitos individuais de todos. Comparar o Brasil com um país islâmico chega a ser engraçado.
O resto, são os velhos argumentos sem fundamentos de sempre, apelo emocional, vitimização, falsa preocupação com os menos afortunados, tudo para justificar que o Estado deve usar recursos públicos para promover abortos. Engraçado dizer que o "Estado não manda no meu útero", "mantenham suas leis e sua moral fora do meu útero", mas o dinheiro do contribuinte dentro do útero das mulheres é muito bem vindo, obrigar toda a sociedade a pagar pelo aborto alheio não lhes parece uma imposição moral também? Ou será que útero de mulher é igual cueca de mensaleiro, onde o dinheiro do contribuinte pode entrar a revelia da moral?
Dizer que o Estado não manda no seu corpo como argumento para o Estado financiar intervenções no seu corpo é contraditório até para uma feminista. Arrumem argumentos menos chinfrins.

Shishiu disse...

Vocês me perderam em Karma. ZZzZZzZzZZzZ

EURONYMOUS DEMOGORGON disse...

não acredito em livre abítrio. justamente por acreditar na lei de causa e efeito, imposta pela criação. não venham com papos cristãos pra cima de mim pois eu não sou cristão. eu acredito que a criação não é algo que tenha que ser aceitado como bom como os cristãos dizem, mas algo que ou voce vai achar bom ou ruim, voce escolhe, mas não existe liberdade segundo a lei de causa e efeito.

Shishiu disse...

Célula não tem cérebro!!!!!! Zigoto é ameba!
Penso que expectativa de vida é um conceito muito amplo e pode ser invocado para defender a vida em qualquer estágio. Na esteira desse pensamento qualquer colhão é um saco cheio de vida merecedor de proteções jurídicas. Abaixo à punheta! Diriam os defensores do absurdo científico que é o estatuto do nascituro.

E se você acredita em alma penada como justificativa para não se matar células, bem... como andam as fadinhas do seu jardim? E os gnomos?

Maria Fernanda Lamim disse...

Eu também sou paga. :) e e bem por aí mesmo. Livre arbítrio, e cada um arca com suas conseqüências...

Maria Fernanda Lamim disse...

Opa, não e bem assim. Também sou paga e a Beatriz tá certa. Não e só o neopaganismo que diz isso. O paganismo de antes de Cristo tb afirmava que a decisão e da mulher.

Shishiu disse...

Livre arbítrio é uma falácia. Nós nos movemos pelo inconsciente e pelo acaso.

Anônimo disse...

Maria Fernanda Lamim, definitivamente cultuar "o corpo da mulher como o templo sagrado" não é algo que se aplica a "o paganismo em qualquer uma de suas vertentes"

Cultos pagãos são incontáveis e geográfica, histórica e culturalemnte MUITO diversos.

Sobre "O paganismo de antes de Cristo tb afirmava que a decisão e da mulher"; complicado afirmar algo sobre "o paganismo", como se fosse algo único e homogêneo sendo que as inúmeras vertentes sequer estavam necessariamente relacionadas.

Anônimo disse...

Como fica o pai na historia?pq filho n é só da mulher,se o pai quiser e a mulher n,vcs se lixam e abortam assim mesmo?

Alessandro Bruno disse...

Acho hipócritas argumentos do tipo: "Se vc é contra o aborto, não faça um, agora não queira obrigar uma pessoa que não tem as suas crenças a não fazê-lo. "

Já passaram pra pensar que a criança que está sendo gerada não tem escolha, se você é a favor do aborto, a riança pode ser contra! O útero pode ser seu mas a vida não é.

Anônimo disse...

Dark Guild Death Adder,

me cite ao menos um exemplo em que a lei de causa e efeito age sobre mim e não me dá escolhas? E não me venha com exemplos onde estou sujeito as leis da física (exemplo: quanto você pula de um avião, você vai cair e não tem outra escolha).


Sem mais,

Anônimo disse...

"Dizer que o Estado não manda no seu corpo como argumento para o Estado financiar intervenções no seu corpo é contraditório até para uma feminista."

Me mostre onde está a contradição, por favor. Desde de quando o Estado financiar intervenções lhe dá o direito de mandar nos corpos de seus cidadãos? O Estado JÁ FINANCIA MILHARES DE INTERVENÇÕES e NÃO, ELE NÃO MANDA NO CORPO DE NINGUÉM. Ele não obriga uma pessoa que necessita fazer um transplante a fazê-lo, mas caso queira terá todo o auxílio necessário. Não sei por que com o aborto deveria ser diferente.


"O resto, são os velhos argumentos sem fundamentos de sempre, apelo emocional, vitimização, falsa preocupação com os menos afortunados."

Engraçado que eu posso utilizar a mesma frase para me referir aos argumentos das pessoas que são contra o aborto.

Ah, mas é claro, argumentos chinfrins são sempre os dos outros!

Anônimo disse...

A "vítima" de quê? Do aborto espontâneo? Feto bandido!

catarina disse...

anonimo das 15:00 perguntou como fica o pai na história se ele não quiser o aborto e a mulher quiser.

eu respondo:

o pai, claro, tem opinião. mas a decisão final é da mulher.

ela está grávida, ela carrega o feto dentro do seu corpo, a decisão final é dela. simples assim.

se ela quer o aborto e ele não, ela faz o aborto.

se ela não quer o aborto mas ele quer, ela não faz o aborto.

fui clara?

catarina disse...

anonimo que não quer dinheiro do contribuinte financiando aborto:

também sou contribuinte e sou a favor da legalização.

arranje argumento melhor.

Mihaelo disse...

Loa e Valéria:

Na África o aborto é descriminalizado na Tunísia, África do Sul e Guiné-Bissau. Também é legalizado nos seguintes países muçulmanos:Turquia,Albânia, Bósnia-Herzegovina,Cazaquistão,Azerbaijão,Uzbequistão,Turcomenistão e Quirguízia. Na América Latina também é descriminalizado na Guiana e nos departamentos franceses de Martinica,Guadalupe,Saint Martin e Guiana.No México, o estatuto do aborto varia em cada estado, pois é um país que segue o modelo federativo estadunidense onde os estados são livres para legislar sobre qualquer área da vida humana e portanto têm legislações civis,penais,de trânsito,trabalhistas,eleitorais,etc. completamente diferentes em cada unidade federativa. O Brasil apesar de se chamar República Federativa, não é uma federação, é um misto de república unitária com parcialidade de federação.
Estes dados estão no opúsculo "O Aborto dos outros" distribuído na sessão-debate do filme com a diretora Carla Gallo que esteve há uns 5 anos discutindo com os espectadores no cine Santander Cultural de Porto Alegre.

Anônimo disse...

Catarina,

A coisa não é tão simples, eu sou pai, sei o que falo, o sujeito pode querer a criança para ele, pode até mesmo pedir danos morais contra essa mãe que abortou. Naõ estou falando aqui de malandros e irresponsáveis, mas sim de quem quer cuidar da criança.

Rafael

Anônimo disse...

Feto = ser humano em desenvolvimento uterino.

Mulher = pessoa adulta do sexo feminino.

criança = ser humano no período da infância.

Feto NÃO é mulher, feto NÃO é criança, o que é um feto? um feto! Parem de usar essas denominações como se fossem a mesma coisa, são seres humanos em fases diferentes de desenvolvimento e SIM, isso faz TODA diferença.

Catarina disse...

Rafael, danos morais?

que bizarrice. mas a justiça brasileira é uma piada, isso pode ser possível.

é claro que o pai pode querer que a mulher leve a gestação até o fim e depois ele se responsabilizaria pela criança, se ela não quiser cuidar. se ela concordar é uma possibilidade.

mas analisando objetivamente, a questão é resolvida como eu falei sim.

se a mulher quiser fazer um aborto e o pai não o que ele vai fazer pra impedir? amarrá-la no pé de uma mesa?

e se ela não quiser fazer um aborto e ele sim? ele vai obriga-la a fazer?

é a mulher quem decide se leva uma gravidez adiante ou não.

Anônimo disse...

sou o anom das 15:00
quanta hipocrisia catarina,ignoram completamente que o filho não é somente da mulher,ignoram os desejos do pai,mas está tudo ok,mas ao mesmo tempo metem o pau quando uma mulher tem o filho mas o pai n quer saber da criança,ai ele é fdp.

Anônimo disse...

Meu nome é Elisa, vou postar anonima pra não ter que logar.

Várias coisas me chamaram a atenção no post e nos comentários, e eu realmente queria uma resposta sua, Lola.

1. Pela milionésima vez: em qual texto do estatuto do nascitura você está se baseando? O texto aprovado não tem nada disso sobre o que o post fala. Não tem nada sobre investigar aborto, nem sobre bolsa estupro. Independentr do posicionamento acho importante falarmos a verdade, não partir pra draminhampra chamar a atenção. Vai contra a causa. É assinar atestado de ignorância. Fica parecendo que não se sabe do que está falando, usa-se qualquer coisa pra ganhar no grito.

2. Sobre o projeto de lei postado pelo anônimo das 16h17: o que tem ele? Não difere em nada do que é hoje. Fica tudo exatamente como está. As 20 ppáginas de explicação são conversa pra boi dormir, porque o quemimporta é o texto, quemesta la na primeira pagina quentrata do assunto. Não tem nada de pior que o estatuto, não kuda nada. O estatuto, se fosse aprovado como no original, seria muito pior que essa lei.

3. De onde sempre se tira e todos tiram que a proibicao do aborto tem a ver com religiao?

donadio disse...

Elisa, vc tem razão em dizer que o Estatuto do Nascituro, tal como está tramitando (e não como foi aprovado, porque na verdade não foi), é muito menos ofensivo do que era a versão original (que, de fato, mudava o Código Penal para equiparar o aborto ao homicídio).

Do que sobrou do EN, o pior é o que o pessoal caricaturiza como "Bolsa Estupro", que é uma tentativa ridícula de subornar as vítimas de estupro para levarem a termo uma gravidez indesejada.

Mas a questão não é só legal; é também política. É uma medida que vai no sentido contrário a toda tendência legislativa progressista. É um primeiro passo, um objetivo limitado, que, se obtido, levanta o moral de toda a hoste pró-gravidez-obrigatória. É por isso que é importante derrotá-lo.

Quanto ao relatório do Senador Pedro Tacques, vc tem toda razão: é uma defesa do status quo (exceto em que incorpora a exceção da anencefalia ao CP, o que é um progresso): nem aceita a legalização do aborto, nem a equiparação do mesmo ao homicídio. A argumentação é horrível, decepcionante mesmo, mas está longe de propor o mesmo que estava proposto na versão inicial do EN - quanto mais de transformar esta última em fichinha (esta é uma coisa perigosa, na minha opinião - tratar todas as posições que divergem das nossas como se fossem iguais ou equivalentes. Já vi por exemplo gente dizer que a legalização do aborto até x semanas de gestação dá no mesmo que a proibição, porque retira a autonomia corporal da mulher que deseja abortar).

Anônimo disse...

Sou cristã não faria um aborto mas acredito que a mulher deve ter direito de escolher, logo sou a favor da descriminalização do mesmo. Quanto ao anônimo que citou a passagem bíblica de 2Samuel, se prosseguir na referencia verá que a criança morreu aos 7 dias (2Samuel 12-18), logo não foi um aborto. Ao estudarmos a bíblia temos que analisar não só o período em que ela foi escrita mas também o contexto.

Anônimo disse...

O problema do Brasil é que querem fazer tudo ao mesmo tempo e no fim ninguém faz nada que preste, com raras exceções.

Sempre que leio "no país xxxx (algum desenvolvido) é assim" me dá vontade de rir e chorar ao mesmo tempo, como se isso fosse parâmetro para nós. Isso aqui não é Europa ou América do Norte não chegamos nem perto.

Não sei em que país vocês vivem, sinceramente.

Eu só acho que tem outras coisas mais preocupantes que são prioridades.

Como por exemplo o sistema de saúde pública. Mesmo legalizado a maioria teria que fazer o procedimento nesses hospitais-açougues-malditos-vergonhosos-públicos que nós temos aqui.

Sem falar em incentivo ao planejamento familiar inexistente.

Anônimo disse...

"De onde sempre se tira e todos tiram que a proibicao do aborto tem a ver com religiao?"

Você acha que a proibição do aborto não sofre nenhuma influência da religião? Não sabe que os principais opositores fazem parte de grupos religiosos? Sério mesmo?

Anônimo disse...

n existe ateu contra aborto né.... O vilão é a religião,só religioso é contra isso.
Como fica o comentario aqui de quem se diz religioso mas é a favor desse absurdo?

Anônimo disse...

Não faça da exceção uma regra. Ateus contra o aborto e religiosos a favor do aborto existem mas são exceções. As principais religiões são terminantemente contra o aborto e não tem como essa posição não influenciar seus fiéis.

Anônimo disse...

Obrigada, donadio, pela atenção e resposta. Achei que só eu sabia interpretar um texto. Porque interpretar de acordo com os próprios interesses é conveniente.

Sobre o anônimo que fala sobre os principais opositores do aborto fazerem parte de grupos religiosos, eu pergunto o seguinte: mostre-me dados. Não reliiosos que fazem passeata. Nomes de deputados e senadores, quem votou alguma lei contra e a favor ao aborto e sua religião.

Elisa

Anônimo disse...

Elisa, por favor né, não religiosos fazem passeatas? digite "passeatas contra o aborto" no Google para você ver o que aparece:

https://www.google.com.br/search?q=passeata+contra+o+aborto&rlz=1C1PRFE_enBR530BR530&oq=passeata+contra+o+aborto&aqs=chrome..69i57.15260j0&sourceid=chrome&ie=UTF-8#q=passeatas+contra+o+aborto&start=10

São todas religiosas.

Deputados contra o aborto? http://noticias.gospelmais.com.br/deputados-apresentam-projetos-contra-lei-autorizar-aborto-59439.html

São religiosos.

Pode até ter não religiosos no meio, mas como disse anteriormente, são exceções.

E não entendi por que você quer negar o óbvio: que a religião tem influência nisso. Por quê?

Anônimo disse...

http://oglobo.globo.com/pais/dilma-enfrenta-lobby-religioso-para-vetar-projeto-que-da-assistencia-vitimas-de-estupro-9118345.

Achar que a religião não tem nada a ver é brincadeira né.

Anônimo disse...

Apenas 15% do congresso é de evangélicos. Será que essa minoria tem força, sozinha, pra fazer valer sua opinião? A população brasileira que se declara evangélica é de 22%. Católica, 64%. Porém, 70% das pessoas são contra o aborto. Logo, ao menos 16% dos catolicos e evangélicos são a favor do aborto. Ao menos, porque miitas pessoas de outras religiões, ateus e agnósticos também devem ser contra, o que aumenta o número dos evangélicos e católicos a favor.

Pesqiisa recente, de julho, mostra que entre os jovens, 25% dos catolicos sao a favor do aborto. 15% dos jovens evangélicos também. Entre os jovens de outras religiões, apenas 13% são a favor do aborto. E mesmo aqueles que se declaram sem religião, ateus ou agnósticos sao apenas 37% a favor do aborto.

Ou seja, a legislacao reflete a opiniao da maioria, independente de religião. Pois mesmo entre aqueles sem religião, ateus e agnósticos, a maioria é contra, o aborto.

Elisa

Anônimo disse...

Elisa, concordo que a legislação reflete a opinião da maioria, mas as posições de uma religião tem influência sobre as opiniões de seus fiéis sim, como não teria se elas pregam contra essa prática? Por que a aceitação entre pessoas não religiosas é bem maior?