domingo, 22 de julho de 2012

SINAL DIVINO COM APENAS UMA INTERPRETAÇÃO CABÍVEL

O cinéfilo Dani, de Porto Alegre, que ganhou o livro de sua melhor amiga Carol

Na quinta-feira, cá estava eu escrevendo a dedicatória de sete livros, quando começo a autografar o da Laís, que mora em Taboão da Serra, SP. Pra escrever, eu deixo o email da pessoa aberto, pra me inspirar no que ela falou. E olha, é tanta coisa maravilhosa que o pessoal me fala! Não só sobre mim e sobre a minha contribuição em combater seus preconceitos (o Valmor, de Maceió, até pouco tempo falava que “mulher tem que se dar o valor”; agora ele participa da Marcha das Vadias na cidade), embora seja ótimo, não vou negar, ouvir alguns elogios (o Marcelo, que está morando em Timor Leste, fez um trocadilho infame e me chamou de ílola).
O bacana mesmo é conhecer mais sobre as pessoas que me leem. Aquelas que comentam com frequência no blog eu sinto que conheço bem, mas quem não se manifesta, não tenho como saber. E é tanta gente ótima, querida, dos mais variados perfis! Mas, voltando a Laís, eu estava escrevendo uma frase no exemplar dela, “você se inquieta demais com...”. Até perguntei pro maridão, que estava ao meu lado no computador dele, sem me dar um segundo de atenção, “inquieta existe?”. No mesmo momento, no meio da frase, aparece o aviso de que chegou outro email da Laís (na realidade, o segundo que ela me mandou na vida). Eu abro, e o que está escrito lá? “Desculpa a inquietação”. Sério! Tive que incluir isso na dedicatória, claro.
Esse tipo de telepatia ou coincidência ou sei lá como a gente quer chamar é muito raro, pelo menos na minha vida. Que eu me lembre, aconteceu uma vez, de madrugada, quando eu estava me martirizando pela minha tese de doutorado não caminhar. Naquela noite, pedi ajuda divina ao meu amado pai para que me fizesse vencer a enrolação que me é peculiar e fazer com que eu escrevesse o treco. E a tese era sobre violência em Macbeth. Ok, então eu ligo a TV sei lá por que cargas d'água, e mudo de canal, e num canal tá passando um filme que não tem nada a ver com Macbeth e, naquele exato momento, alguém no filme diz Macbeth. Aquilo foi muito uncanny (estranho, bizarro, sinistro, sublime). Interpretei como uma resposta do meu pai. Certo, eu não acredito em nada dessa coisas, mas às vezes finjo que acredito, ainda mais se isso me possibilita ter algum contato unilateral com meu pai, morto em 93.
A outra grande coincidência telepática foi mais recente e esqueci os detalhes. Foi com o maridão. Eu estava lendo um blog e me deparei com uma palavra (não me lembro qual, mas era em inglês, e era uma palavra raramente usada), e, naquele instante, o maridão, que estava lendo alguma outra coisa que não tinha nada a ver com o que eu estava lendo, perguntou “O que é [aquela mesma palavra]?”. Aquilo foi telepatia! Ou coisa de casal junto há muito tempo, desses que completam a frase do outro, quando estão prestando atenção.
E agora isso com a Laís! Vão me dizer que não foi uma coincidência notável? Eu só posso interpretar de uma forma: este foi um sinal inequívoco que vocês devem comprar todos os meus livros! Agora! Já!
Falta pouquinho pra chegar aos cem exemplares vendidos. Aí ficará faltando apenas outra centena... Como as vendas não estão indo conforme o planejado, queria pedir a essas pessoas lindas e iluminadas e telepáticas que compraram o livro e enviassem fotos com seus exemplares (sei que muitas já mandaram, e estão sendo publicadas aqui), e, se possível, algumas poucas linhas sobre o livro. É que o que é enviado pelo Twitter se perde rapidamente.
A querida Clarissa, do Rio, com seu exemplar.

Aproveitando pra falar: isso não tem muito a ver com a venda dos livros, mas tem. É que não irei mais pra Curitiba mês que vem, chuif. A PUC-PR não conseguiu o patrocínio necessário e, portanto, não vai mais poder convidar palestrantes de mais longe, meu caso. Espero que não faltem oportunidades pra palestrar no sul, mas ainda não será desta vez (a viagem pra Campinas no final de agosto ainda está mantida). Logo, queridas pessoas de Curitiba que estavam esperando pra comprar meu livro in loco, comprem pelos meios que venho divulgando aqui. É fácil e indolor, e, até agora, todos os pacotes têm chegado, até os que demoraram um pouco mais (inclusive um que foi enviado por registro módico).
Eu e o maridão vamos aproveitar esses últimos dias de férias não muito bem aproveitadas pra passar dois dias aqui pertinho, em Taíba, e outros dois em Cumbuco. Minha querida e competente mãe ficará moderando o blog. Tem post pronto, agendado, pra todos os dias. E aí quando eu voltar, na quinta, envio todos os livros que vocês comprarem esses dias. Espero que sejam uns oitenta.

15 comentários:

Carlos disse...

Contato divino? deus(es) não existe(m), não confunda fé (acreditar em algo) e o "poder da mente" com coisas abstratas.

Anônimo disse...

Sim, existe o verbo reflexivo inquietar-se. "Muitas vezes eu me inquietei pelo descaso, mas agora já nao me inquieto mais."
in-Quieta

Anônimo disse...

Aquiete-se!
Você se inquieta por pouca coisa.
Quiet Quite Quit

Monique disse...

Acontece comigo quase toda hora esse negocio das coisas coincidir.Tava pensando numas cenas pra um livro que escrevo e quando de repente vejo a cenas na net,nao exatamente igual mas com algumas caracteristicas iguais.
Na ultima vez foi um seriado famoso que tinha uma personagem masculino com o mesmo visual do meu personagem e que tinha uma esposa com o mesmo nome da esposa do meu personagem,apesar da historia obviamente ser diferente da minha.Incrivel!

Anônimo disse...

lolinha, querida, tenho seguido este tumblr aqui e tem coisa muito fofa lá: http://stophatingyourbody.tumblr.com/

"If you call yourself “body positive”, it is imperative that you do NOT:

make fun of fat bodies
make fun of thin bodies
make fun of muscular bodies
make fun of bodies without a lot of muscle
make fun of breasts or nipples
make fun of penis length or girth or shape or color
make fun of labia length or color or shape"

e por aí vai. aliás, é praticamente o único lugar em que se veem mulheres negras fotografadas sem ser naquele estereótipo da negra gostosona pronta pro sexo.

o post mais recente (até agora) é de um menino que usa maquiagem.

sobre isso de telepatia... eu só posso acreditar. porque eu nem acredito em deus, mas acredito em coisas que não acho que sejam sobrenaturais, mas BEM naturais. comigo, a pessoa não precisa ser íntima (como seu marido), mas o canal comum às duas pessoas tem que ser limpo. tive um prof na tradução que tinha estudado muito sobre isso. foi o céu pra mim. mas o velhinho já empacotou. aí nem comento isso com ninguém.

Luis disse...

Moça tá ficando famosa em Porto Alegre, hein.

Phaby disse...

Lola
Já te mandei um email agradecendo a dedicatória do livro que a minha irmã comprou. Me fez ir às lágrimas.
Bjo

FMata disse...

Lolinha, cinema as pessoas assistem exatamente porque tem preguiça de ler um livro.
Se a senhora tivesse escrito um livro: "Como subjulgar um homem em 12 lições" o livro já teria vendido milhares de cópias entre as suas leitor@s, seria um best-seller. Acho que a senhora está perdendo uma grande oportunidade de ganhar dinheiro em cima dessa sua imagem de lider feminista.

Augusto disse...

Comprá-lo-ei na quarta. Cobre-me!

Flavia Vianna disse...

Ok, ok, ok... vou encarar teu post como um sinal, Lola.

Além de estar numa tremenda encruzilhada acadêmica (estou enfrentando o término da monografia), estou com Macbeth emprestado aqui em casa.

Amana disse...

Lola, querida, sou fascinada por essas coincidências. Justamente porque não acredito nelas como coincidências, e porque elas nos invadem não deixando espaço para a dúvida...
Se tem um autor que eu AMO é o Paul Auster. Todos os grandes romances/contos dele acontecem a partir de coincidências. Recentemente li "O Caderno Vermelho", vc conhece? Ele reúne pequenos causos verídicos que acontecem em função de coincidências. É demais.

Estou to-da enrolada de $ ultimamente, mas esta semana farei o depósito e te avisarei, pode deixar! Quero muito ler o livro...

beijos e saudades!

Anônimo disse...

FMata, eu prefiro ler o livro a ver o filme e assim o livro sobre cinema me cai como uma luva tb. E creio que haja outras gentes assim tb.

Carlos, 13:40, e qual a diferença entre ter o pensamento positivo voltado ao bem e Deus? Deus é o bem. O pensamento positivo para o bem é de Deus e portanto é Deus.. uma vez que o filho de Deus é o próprio Deus... rs... e ele mesmo disse que o reino de Deus está dentro de cada um de nós; se o reino está, o rei tb está.

Anônimo disse...

Pelo visto a vendagem do livro sobre cinema está indo bem e se parece o contrário é pq a autora é meio inquieta... deixa pra úrtima hora pra escrever os papers e as palestras (como ela vive postando, na boa) e quer vender os 200 exemplares num sopro? pra mim que a vendagem taindo bem.

Unknown disse...

Pra mim aquele acelerador de partículas imenso que foi construído na Suíça é uma prova da existência de Deus. Se são necessárias tanta tecnologia e a reunião da nata da intelligentia humana, em várias áreas do conhecimento científico, pra tentar reproduzir, de forma muito imperfeita, a origem do universo, como eu poderia acreditar que o acaso, ou qualquer outra coisa vazia de inteligência, criou tudo o que já sabemos que existe? Se é necessária uma inteligência atuando com direção e finalidade até pra desenhar representações humanas com tracinhos e bolinhas, como eu poderia acreditar que coisas mais complexas do que desenhos simplórios foram criadas por forças cegas? Acho que só a inteligência pode criar coisas complexas (e simples também, como os desenhos singelos que eu consigo fazer). Eu chamo de Deus essa inteligência anterior a tudo e ainda atuante. Uma inteligência que me faz ter grandes dúvidas sobre a existência do acaso e das simples coincidências.

Rosangela disse...

Lola querida, já fiz o depósito na sua conta e já enviei o comprovante por email. Será que você recebeu? Se não recebeu, eu enviarei novamente. Se recebeu, beleza! Estou inquieta para começar a leitura mas, claro, tome o tempo que for necessário para enviar o meu exemplar.
Off topic: Desde que soube que vc gostava dele, fiquei achando que Chico Buarque compôs Morena dos Olhos d'água pra você.
Bjs,
Rosangela
Maryland, EUA