Para mascu americano, mensagem da Marcha não ficou clara p/quem marcha
Uns posts atrás, em mais de uma caixa de comentários, a Ana, uma leitora munida de grande tolerância, decidiu tentar debater com os inúmeros mascus-que-não-eram-mascus (porque eles têm tanto orgulho do "movimento" que não se assumem!) sobre vários assuntos, inclusive sobre masculinismo. E alguns disseram que ela deveria ler blogs e sites americanos, esses sim avançadíssimos em relação ao assunto. Bom, eu conheço blogs mascus americanos. E conheço os brasileiros. E posso dizer que é tudo a mesma droga. São ideias risíveis de extrema direita sobre como vivemos num matriarcado e como os pobres homens brancos e hétero são perseguidos no mundo atual.
Mas a Ana quis experimentar e foi conferir, entre outros, o Voice for Men (Voz para Homens), comandado por um sujeito que, diferente dos mascus brasileiros, assina com o nome. O cara está doente e culpa -- quem mais? -- as feministas por ele não procurar tratamento adequado, porque nós (e não o machismo) fazemos que os homens tenham uma síndrome de superherói infalível. Não vou por o link, porque não coloco links pra lixo mascu, mas é só procurar no Google. Recomendo o Manboobz, que faz um ótimo trabalho de rir dos mascus americanos.
No email, a Ana me escreveu: "Lola, você tem uma paciência gigante e acho que simplesmente ter me dado espaço pra dialogar com quem quisesse, sempre que quisesse, prova que tu tens uma baita tolerância. Podem falar tudo, menos que tu não dás espaço para argumentos alheios ou contrários. Sou prova viva! Se tu fosses esse monstro de feminista que não aceita quem discorda, eu já tinha sido chutada do blog por dar papo pra mascu há muito tempo. [...] Achei no Voice For Men um post sobre a Marcha das Vadias e pensei, 'puxa, era disso que eu precisava!': uma maneira mais rápida de dar um parecer sem ter que ler uma biblioteca masculinista. UM post fala por tudo? Não. UM cara fala por todos? Não. Mas a Marcha é uma coisa atual e não vejo como não analisar o olhar masculinista sobre o evento. Então escrevi esses comentários sobre o texto, que está quase na íntegra". Como a Ana não traduziu os trechos do VFM, coube a mim essa inglória tarefa. Os trechos estao em itálico, e os comentários da Ana, em letra comum.
O texto de VFM começa explicando de onde nasceu a marcha [no Canadá, a partir das declarações de um policial que disse que as mulheres deveriam parar de se vestir como vadias se não quisessem ser estupradas]. Aí continua:
"A mensagem de 'foi sua culpa' é uma posição terrível, regressiva e odiosa a se tomar. Qualquer um que culpe a vítima de um crime ao invés de quem comete o crime é um sociopata que nunca deveria ser empregado para lidar com o público."
… Palmas.
"O que é interessante é que ninguém pensa que foi isso o que Sanguinetti [o policial que fez tal declaração] quis dizer, nem mesmo as organizadoras ou participantes das Marchas das Vadias que ocorreram em cidades ao redor do mundo."
Oi? Isso é EXATAMENTE o que achamos que ele disse! O cara disse que as vítimas devem ser responsabilizadas, o que é claramente absurdo, tão absurdo que até o autor concorda!
Mas aí ele diz, com base em não sei O QUÊ, que ninguém acredita que foi isso que o cara disse. PQP, se ninguém achasse isso, ia ter Marcha PRA QUÊ?
"O movimento da Marchas das Vadias não é um movimento protestando contra a visão de que vítimas de estupro não têm mais ninguém que culpar além delas próprias."
Hã, é sim. Estou tendo dificuldade em ver porque ele acha que não é. Entendeu todo o episódio com o policial certinho, concordou que o que o cara disse é um absurdo, mas meteu na cabeça que a Marcha não é sobre isso. Por quê?!
"'Ensine aos homens,' dizem a nós, 'a não estuprar'. Nem mesmo estupradores, mas homens. São esses que precisam ser educados, para que homens não estuprem. Porque afinal, se não os ensinarmos, os pobres homenzinhos estuprantes não saberão fazer diferente."
Típico argumento ‘nem todos os homens são estupradores’, que tem sua razão de ser, mas pode ser combatido, e vou explicar porquê.
Me parece que ele acha que um estuprador é um cara que anda por aí com uma camiseta “estupro é bom e eu gosto”. Acontece que muitos estupros são cometidos por pessoas “gente boa” ; que juram que ‘ela devia saber’, que ‘ela queria’, que ‘ela disse não, mas queria dizer sim’, etc etc etc. Não são marginais num beco; são amigos, parentes, namorados, pessoas muito queridas, que estupram. Porque? Porque acham que fizeram sexo sem consentimento de maneira JUSTIFICADA. Como? Através da cultura do estupro.
O problema aqui é que ele ignora completamente essa cultura. Não consegue, ou não quer, perceber que ‘ensine a não estuprar’ engloba muito mais que um sexo forçado na base da pancada. ‘Ensine a não estuprar’ engloba qualquer lógica que abrigue o crime – ‘mulheres não devem beber’, ‘mulheres não devem usar roupa x’, ‘... de bebado não tem dono’, ‘se o estupro é inevitável...’, etc etc etc.
Esse monte de coisas que são tomadas como “senso comum”, e na verdade são justificativas veladas pra violação de alguém. Isso, amigo, é a cultura do estupro. A cultura faz com que ele não seja visto como a coisa horrenda que é, porque muitas pessoas tem dificuldade em ver que uma mulher bêbada que não consegue dizer ‘sim’ ou ‘não’ é tão vítima quanto uma que fosse arrastada pra um beco escuro. Queremos ensinar que pensar assim, com esse 'senso comum', é errado.
Tá na hora de ampliar esses horizontes. A marcha está aí pra abrir os olhos das pessoas. Quantas vezes você já não ouviu de pessoas próximas, bem instruídas, de boa índole, algo à lá “foi estuprada, mas deve ter provocado”? Um estuprador não é um cara vestido de ninja esperando num árvore uma mulher passar às 5 da manhã. Um estuprador é qualquer pessoa que atropele o direito da outra sobre seu corpo.
Portanto, no pé em que as coisas estão, há sim necessidade de” ensinar a não estuprar”, no sentido de provocar as pessoas a pensarem. Será mesmo que é justificável passar a mão numa mulher desacordada? Muita gente acha que sim. Aprendeu que é. Agora precisamos descontruir isso.
Eu entendo que muitos caras se sentem ofendidos, como se fosse uma generalização. Muitos pulam, “EU NÃO SOU ESTUPRADOR!”. Bom, se você realmente não é (lembre-se, estupro é mais que forçar na base da pancada, estupro é qualquer coisa depois do ‘não’, em qualquer situação); por favor junte-se a nós e faça coro. Se você é daqueles que repudia qualquer justificativa pra fazer sexo sem concentimento, ajude a abrir a mente dos seus amigos. Faça uma plaquinha e vá às ruas.Não há motivo para se tornar um ativista anti-feminismo.
"Dizem que o outro propósito desse movimento internacional é a reclamação contra esta palavra degradante, vadia [slut]. É uma palavra que, pelo que posso determinar, signifca 'idiota sexualmente irresponsável'. Esta é a palavra que as vadias marchantes querem tornar positiva. Então cavalheiros, vocês não devem mais dizer vadias quando o que vocês realmente querem dizer é 'idiotas sexualmente irresponsáveis". Então digam apenas isso."
Não queremos um termo politicamente correto pra ‘vadia’. Não me interessa se a nova palavra pra ‘vadia’ for ‘freira’. Não é isso que eu quero. O que nós queremos é que o CONCEITO, a IMAGEM de vadia seja eliminada.
As pessoas olham pra uma mulher de roupa curta e a tacham de ‘vadia’. Mas que RAIOS é uma ‘vadia’? E como saber que ela se encaixa na classe? Vamos supor que você a conheça bem e saiba que ela faz bastante sexo, com vários parceiros, ou coisa assim. O que tem de reprovável aí? Se é tão ruim assim, bom, inventemos um nome pros caras que fazem bastante sexo também. Vamos começar a ditar como eles devem se vestir, com quem devem se relacionar, e a xingar qualquer um que continue com aquele comportamento.
Péssima idéia, né?
Enfim, o que queremos dizer é que esses termos não ajudam em nada, só reforçam a idéia de que mulher não pode expor o corpo ou exercer a sexualidade. O que é além de ridículo, desigual, porque até onde eu saiba homens são muito incentivados a exercer a sexualidade deles. Tá na hora de abolir essa coisa.
"A Marcha das Vadias não é nem um protesto contra as palavras do policial ou contra culpar a vítima. É um show de força e uma demonstração de superioridade de status. As marchas em todo o mundo são um lembrete para que homens saibam o seu lugar. Não importa quão bêbada, irresponsável, e sexualmente sugestiva em sua roupa e comportamento uma vadia bêbada, drogada e baladeira está, ela é suprema, e não pode ser responsabilizada."
Quer dizer: bêbada, irresponsável, sexualmente sugestiva não pode ser vítima, né, não tem do que reclamar.
Parabéns, autor, por perpetuar a cultura do estupro e provar meu ponto inteiramente. Quer dizer, o cara não é a favor do estupro, não é a favor da culpabilização da vítima, mas acha que coisas como ‘sugestão sexual’ contam na hora de julgar uma mulher. Acha que se ela se enquadra em ‘x’ padrão, não pode ser inocente.
Entendem agora como um cara ‘contra estupro’ acaba passando a cultura do estupro pra frente?
Eu acredito quando ele diz que não apóia a culpabilização da vítima. Acredito mesmo. Mas que ele se contradiz, isso é fato. Ao atacar uma mulher ‘sexualmente sugestiva’, ele adota a culpabilização da vítima EXATAMENTE como o policial fez. Conscientemente, ele até é contra a violação. Mas ainda assim, abraça o estupro desde que em ciscunstâncias “a” ou “b”. O que é errado.
É por isso que quando um cara pula “não somos todos estupradores!”, temos problemas. Porque “não sou estuprador” geralmente significa que ele não bateria numa mulher num beco escuro, só. O resto, toda a coisa do “ah, mas ela bebeu/provocou/devia saber” permanece. O cara não acha que é a favor do estupro, mas acha completamente razoável que se avalie o nível de ‘sugestão sexual’. Se contradiz e nem percebe, porque a cultura está enraizada na sua cabeça.
Pensem, querid@s, vejam se isso é mesmo justo. Igualdade é sempre um exercício de aprendizagem. EU já pensei assim! Mas eu mudei. E geralmente é assim com todos. Sejam críticos em relação ao senso comum. Pensemos num homem no lugar de uma mulher. Isso nem devia ser necessário, mas às vezes ajuda. Se um amigo teu bebeu até as tampas e acordou todo machucado, sério que você vai olhar pra ele e dizer ‘você pediu’? Sério que você não vai achar que quem o estuprou merece cadeia? (Bom, aí você tem problemas de empatia dos sérios, né).
É por coisas assim que a Marcha das Vadias existe. Só pra ficar claro, sou contra o estupro de um homem bêbado ou sexualmente sugestivo, seja lá o que isso for. Sou contra o estupro e ponto, não uso justificativas pra que essa coisa aconteça com nenhum dos sexos.
"Para os homens a mensagem clara das marchas é: concorde que o grupo mais privilegiado, protegido, mimado da história humana [atenção: não é quem você está pensando; ele está falando das mulheres!] é realmente vítima, e acredita que você pertence a uma classe de criminosos."
Ou seja: As mulheres são privilegiadas. Todas elas. Mimadas e protegidas por tudo e por todos e não tem do que reclamar. Ah é, com exceção daquelas sexualmente sugestivas. Essas não são protegidas, essas não merecem proteção...
Ninguém quer que os homens se sintam integrantes de uma classe de criminosos. Nenhum de vocês deve pensar assim. Mas por favor abram a cabeça e percebam que o conceito de estuprador é muito mais abrangente e abriga tranquilamente caras ‘contra estupro’ que acham que mulheres bêbadas são responsáveis por terem sido violadas e não tem do que reclamar.
Terminei o texto com a sensação de que o autor ou é ingênuo e tem na sua cabeça uma série de mal entendidos, ou está sendo propositalmente ignorante. Ele claramente compreende os objetivos e as origens da marcha, mas ao mesmo tempo considera o movimento uma cruzada anti-homens. Clama que a marcha não quer proteger as vítimas, só acusar todos os XY da face da Terra; e no meio ainda consegue compactuar com a culpabilização da vítima que apedrejou no início. Confuso, e sinceramente, desanimador, ainda que útil para reflexões sobre o tema.
207 comentários:
«Mais antigas ‹Antigas 201 – 207 de 207Priscila M. Garcia
Pena que a ignorância não tenha tratamento, ela é uma das piores mazelas humanas.
No mais, o Teofilo já disse tudo.
Só fico admirada com a audácia dessa xiliquenta de araque em vir ao blog para falar tanta asneira.
Na boa, tiazinha, vá descascar um balde de bergamotas, vá.
"não quero ser tratada como um pedaço de carne mesmo que me vista como um, me comporte como um e pareça com um"
Não, as pessoas não se vestem, comportam e parecem com pedaços de carne. Elas podem se vestir de maneira sexy, mas não, elas não se vestem como se fossem pedaços de carne. Pedaços de carne não têm vontade própria, não tem voz, não podem fazer escolhas.
"você QUER MAIS: você quer que o OUTRO - qualquer OUTRA PESSOA - não apenas não a TRATE, mas ainda que esse outro NÃO PENSE que você, por se comportar, agir e se exibir como um pedaço de carne, SEJA um pedaço de carne. Lamento, minha cara, mas isto se chama CRIAR UM DELITO DE PENSAMENTO, ou seja: pretender PUNIR O OUTRO por aquilo que esse outro PENSA."
Por favor, me explica como punir alguém por algo que ele pensa, se não temos poder de telepatia.
Agora, existe uma enorme diferença entre pensar algo e expor um julgamento com base nesse pensamento.
Vou desenhar: Eu, por exemplo, não sinto muita atração por homens sem cabelo no peito. Tem nada de errado nisso. Agora se eu for pro Facebook fazer uma figura com dois homens, um com e outro sem cabelo no peito, e escrever que um é homem de verdade e o outro não, bom, aí eu não seria nada menos que escrota.
(I)
... Tentando o texto certo pela o quê, quinta vez?
Priscila, é realmente uma pena que eu não tenha te pego enquanto tu comentavas aqui.
Antes de mais nada, não precisavas de ‘TODO esquerdista imoralóide’. Se você quer expor sua opinião, sinta-se livre. Mas se vai aparecer aqui ofendendo as pessoas, generalizando, seu lugar não é aqui.
Imagino que teu comentário foi inspirado pela Bruna, que disse: “(...)A cultura de estupro acontece quando o corpo da mulher não é respeitado, quando ela é vista como um pedaço de carne feito para o deleite de outrem, quando sua individualidade e o seu direito de ir-e-vir são colocados em xeque todos os dias, quando o patriarcado quer amedrontá-la, colocar na redoma.”
Mas eu também usei essa expressão quando escrevi: “E por mais difícil que seja pra você acreditar, eu não acho bom passar na rua e ter um homem que eu nunca vi na vida me dizendo que olhou pra mim e pensou em sexo. Eu não sou um pedaço de carne no açougue”.
Portanto, vou responder também. Até porque disseste que o comentário é ‘pra qualquer uma’.
(II)
Dizer que mulher pode ‘se vestir como um pedaço de carne e se pendurar num gancho de açougue’... Bom, usando tuas palavras: Lamento, minha cara, mas isso se chama IGNORÂNCIA.
Primeiro que... Sinceramente, o que é se vestir de pedaço de carne? Dependendo da roupa, uma mulher fica igual a um bife? Eu achei que a gente era sempre ser humano com qualquer traje. Sim, várias comentaristas aqui querem se vestir de qualquer maneira e fazer qualquer coisa sem serem tratadas como alcatra. Sabe porque? Porque ELAS NÃO SÃO ALCATRA. Mulheres são mulheres. Gente. Não carne. Pra começo de conversa dizer que em certas situações nós somos tão carne que somos capazes de nos pendurarmos em ganchos já é uma besteira. Uma figura de linguagem criativa, mas uma besteira.
Segundo, teu elaborado argumento me confundiu: Não ser tratada como pedaço de carne é direito nosso, mas nos chamar de pedaço de carne é direito do outros. Eu fiquei tipo, MAS HEIN?
Ser chamada de pedaço de carne não é o mesmo que ser tratada como um? O que é ser tratada como pedaço de carne então? Pensarem que eu sou uma alcatra e me chamarem de alcatra é direito dos outros, então quando exatamente começa o meu direito de não ser tratada como isso? Quando alguém me agride fisicamente? Porque verbalmente é direito deles, né?
Não, não devem pensar na gente como carne. Não, não devem se referir a mulheres como carne. Porque não somos bifes ambulantes. Nenhuma de nós.
Além disso, a coisa toda é bem subjetiva. Não sei que roupas você considera uma Fantasia de Bife (Minissaia? Salto alto? Decote? Transparência?) mas sei que tem gente que acha que é moletom até a bunda. Porque eu tenho uma TRUE STORY: Esses dias eu tava saindo do meu curso de química, e um cara dentro de um caminhão parado no sinal conseguiu a proeza de aproveitar aqueles míseros momentos pra por a cabeça pra fora e gritar pra mim. Eu tava usando calça jeans, um tênis e um moletom 2 vezes maior que eu que cobria quase até o meu joelho, com meu cabelo juba de leão ao vento e minha cara lavada um pimentão por causa do vento frio. Cacete, eu acho que meu nariz tava escorrendo.
Agora que eu li o comentário tudo ficou claro. Como é que ele ia resisitir a mim, que me ‘pendurei num gancho de açougue’ com meu inegável sex appeal? Ainda mais fungando com meu charmoso nariz daquela maneira sexy, né? Eu vou ter que achar uma roupa que se pareça menos com churrasco.
E esse é o problema de achar que mulheres podem ser vistas como carne. Numa sociedade machista não importa onde você está ou com o que você se parece, se você é mulher, tem caras que acham que tem o direito de te objetificar quando bem entenderem. Porque né, se você PODE ser carne, quem regula quando você é e quando não é? Quem consegue definir o que é se pendurar em gancho?
Seguindo um raciocínio assim, não interessa a roupa que eu use, basta aparecer UM SUJEITO RANDÔMICO achando que é Cosplay de Filé, e pronto, já está no DIREITO de me julgar como filé e se referir a mim assim. Porque pra ele, eu estou vestida como um, mesmo que eu ache que não. E aí?
--> Enquanto tiver gente achando que roupa x ou conduta y é que te objetifica, não vamos atacar o problema real: NUNCA somos meros objetos. NUNCA alguém tem direito de olhar pra nós assim.
Muitas mulheres, talvez a grande maioria, não está fantasiada de bife quando é desrespeitada, só está VIVENDO – como eu, que tava saindo da escola, PQP. E como já disseram, nenhuma de nós lê pensamento, se a gente reclama, é justamente pelo tratamento que a gente recebe.
(III)
... No fim das contas, dizer que “as pessoas tem DIREITO de te verem como carne porque você se vestiu e se comportoucomo tal”, além de ser moralista, se resume ao mesmo velho argumento que a gente passou um dia inteiro combatendo. A gente é que era pra ter direito de ir e vir sem ter os outros nos classificando como Carne ou como Humana.
Se quiseres mais provas de como o raciocínio é ruim, vá ler. Tem vários outros textos nesse blog sobre isso.
Só me impressiona que você faça QUESTÃO de comentar essas besteiras. Como se fossem um alerta muito importante.
Passar bem, Priscila. E se dels quiser não havéra próxima.
Te convido a conhecer o blog Lado Direito da Equidade, Lola: http://andre.levy.x10.bz/misandria/
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