quarta-feira, 13 de junho de 2012

GUEST POST: A MULHER DEVE ESCOLHER ONDE E COMO TER O BEBÊ

Neste domingo, o Fantástico apresentou uma reportagem curta, mas boa, sobre parto humanizado domiciliar. Vários conselhos regionais de medicina, inclusive o federal, são contra o parto domiciliar, por crer que um parto envolve grandes riscos para a mãe e o bebê, e que esses riscos só podem ser diminuídos numa maternidade. Mas muita gente discorda dessa visão. 
O chocante é que o Cremerj abrirá denúncia contra o médico Jorge Francisco Kuhn, que na reportagem da Globo se posiciona a favor do parto domiciliar, desde que decorra de uma gravidez totalmente tranquila e sem problemas. Ele diz, a meu ver sabiamente, que parto não é um ato cirúrgico, é um ato natural. Repreender um médico por manifestar sua opinião soa, pra mim, como censura das grossas.
Claro que o assunto é mais profundo. Até eu que não sou mãe sei que o Brasil é campeão em tornar partos procedimentos cirúrgicos. É só ver o número de cesáreas que são feitas no nosso país, infinitamente superior ao que é recomendado pela Organização Mundial de Saúde (que diz que cesáreas só devem ser realizadas em casos de complicações, não como padrão, não como primeira escolha). 
Como tempo é dinheiro, o trabalho de parto foi transformado em negócio, e num empreendimento lucrativo um médico não pode ficar horas à disposição de uma gestante. Esse tratamento desumano (pois parto natural está longe de ser sinônimo de parto humanizado) é responsável também pela violência obstétrica, que se espalha como praga no Brasil. Enquanto isso, os Conselhos de Medicina decidem se posicionar contra a escolha de uma mulher ter o filho onde quiser, como quiser, e de um médico que embasa essa escolha. É de revoltar mesmo! Aqui há uma excelente carta aberta contra a decisão da Cremerj e a favor do parto domiciliar.
Publico com muito prazer o guest post da Camila Torelli, que é médica veterinária em SP.

Antes de começar a tratar do assunto, gostaria de agradecer à Lola por estar sempre disponível pra contribuir com causas que de alguma forma possam ser injustas com alguém. 
Se você assistiu ao Fantástico deste domingo, viu uma matéria sobre parto domiciliar.  Puxa, bacana, este assunto merece mesmo ser tratado. Você sabia que a mulher que tem seu momento respeitado dá à luz de forma serena, tranquila, prazerosa? E isso pode incluir a companhia do marido, palavras de incentivo, ambiente conhecido... Por isso muitas mulheres ao redor do mundo optam por receber seus bebês dentro de seus lares. Isto é, quando existem as condições para isto.
Há cerca de um ano, foi publicado no jornal do Cremesp uma matéria que deixa clara a posição contrária do conselho em relação a este tema. Depois da abordagem de domingo, num programa de grande audiência em rede nacional, foi publicada a notícia de que o Cremerj deseja abrir denúncia contra um médico, só por ele defender o parto domiciliar.
Não consideramos que as mulheres sejam obrigadas a dar à luz em casa. Nem no hospital. Nem que sejam obrigadas a ter parto normal. Aliás, é exatamente o contrário: queremos que a mulher seja livre para fazer suas escolhas. Desde que ela tenha acesso a toda a informação possível.  E que a tomada de decisão seja da mulher. Afinal de contas, toda a mudança que um parto pode provocar acontece no corpo dela.
A partir disto, está se organizando uma marcha nacional, a Marcha do Parto em Casa, cuja página oficial no facebook é esta aqui.
Mulheres, o parto é nosso. É nosso direito ter acesso à informação de qualidade, ser atendidas por profissionais atualizad@s com base em evidências científicas, e tomar as decisões a partir disto. Em países onde o parto humanizado é praticado, como Inglaterra e Holanda, as gestantes de baixo risco são acompanhadas por parteiras (midwives) durante o pré-natal, parto e pós parto. O médico é acionado quando necessário, intervindo conforme o caso. 
Curiosamente, as taxas de morbidade e mortalidade materna e neonatal estão dentro das preconizadas pela OMS. Órgão este que recomenda que a taxa de cesarianas esteja entre 10 e 15%, número fundamentado em evidências científicas que dizem ser este o percentual de casos que tornam a intervenção cirúrgica necessária. No Brasil, algumas maternidades do sistema particular de saúde chegam a mais de 90% de nascimentos por via cirúrgica. E as taxas de morbidade e mortalidade materna e neonatal não são mais baixas do que em países que têm o parto normal como padrão. Algo soa estranho, não?
Vale dizer que as equipes que trabalham acompanhando partos humanizados são capacitadas a fazer um planejamento com a família, elaborar cada detalhe de como pode ocorrer o parto e como agir em caso de intercorrências e agir preventivamente a tempo de realizar uma transferência para o hospital com segurança. É possível ter um parto humanizado em casa, no hospital, na casa de parto. Enfrentamos muitas dificuldades para isto no Brasil, mas é da nossa busca que surgem os frutos. 
Vamos nos mobilizar. Toda mulher tem direito a escolher e este abuso de autoridade do Cremerj pode ter sérias consequências neste sentido. 
Saiba aqui onde acontecerão as marchas, já neste sábado e domingo (16 e 17 de junho). E participe!

139 comentários:

Paula disse...

sou contra essa coisa de parto em casa. antes dos avancos da medicina, a maior causa de morte de mulheres era justamente o parto!

a minha mae teve uma gravidez hiper tranquila, mas se tivesse tido essa ideia de gerico nem eu e nem ela estariamos aqui hoje: ela nao teve dilatacao o suficiente e teve que correr para a cesariana...

minha opiniao eh: quer parir em casa, pare! mas se der algum problema nao vai reclamar que a ambulancia nao chegou a tempo! e aceite as consequencias de seus atos!

lutar contra a violencia no parto ou por maternidades melhores sao causas bem mais praticas, seguras e sem mimimi...

Amauri Silva disse...

Acho que a mulher tem todo o direito de escolher onde quando e como quer ter o filho, desde que sejam observadas as questões de segurança e saúde, por exemplo. Pessoas podem fazer escolhas erradas em suas vidas, e é bom ter alguém para aconselhar por perto, e até intervir quando é necessário. É por isso que minha esposa deu a liberdade de escolhermos juntos o hospital e até o doutor que cuidaria dela durante a gestação e o parto, apesar que a cesárea, quem escolheu foi ela, rsrs...

Feminazi Satânica disse...

A Paula fez uma observação verdadeira: a maior causa de morte das mulheres era justamente o parto! Parir era um risco para a mulher. As chances de morte eram altíssimas! E agora vem com essa de "Marcha do parto em casa". Se quer parir dentro de uma banheira para dizer que isso é mais humanizado, que os vínculos entre mãe e bebê estão sendo fortalecidos e essas bobeiras todas, ok, mas depois não reclamem se acontecer alguma merda. Peçam para que a parteira resolva, já que o trabalho do médico é tão secundário assim.

Teresa Silva RJ disse...

Oi Lola!

O filho do Dr. Kuhn saiu em defesa do pai, indignado com o modo como esse conselho o tratou:

"Por Otavio Cavalcante Kuhn

Texto pra quem acredita (de verdade) na liberdade, se juntem a nós. Dispenso a leitura de quem acha que leva uma vida boa e não faria nada pra mudar:

Quando eu era pequeno, sempre que me perguntavam o que eu queria ser eu dizia: Médico e Professor da Escola Paulista de Medicina. Se bobear algumas vezes ainda devo ter falado que queria ser obstetra. Por quê? Pra mim parece simples, nasci na casa certa para crescer com esse diálogo, cresci vendo o homem mais apaixonado pela própria profissão que já conheci. E, para amar tanto assim uma profissão, ele ama, acima de tudo, a humanidade e a natureza. Num mundo em que todos correm pelo dinheiro, ele me ensinou que tudo o que eu fizesse com amor eu seria bem-sucedido. Esse exemplo de homem, Jorge Kuhn, é meu pai, meu maior exemplo, meu herói, meu melhor amigo. Ele casou com minha mãe, Esmerinda Cavalcante, ou Mema, outro exemplo na minha vida, nunca vi alguém amar o "ninho" desse jeito, exemplo de como criar com amor. E haja coração nessa mãe, porque o que ela reza pela gente não está escrito.

Bom, não só amando a profissão, mas amando a família acima de tudo, ele me mostrou o verdadeiro significado de "família", algo que foi esquecido hoje em dia. Não tenho vergonha alguma de dizer na frente do mundo todo que amo meu pai, que sempre vou amá-lo, que agradeço do fundo do coração por ter nascido nessa família.

Qual foi o resultado dessa criação? Bom, tenho duas irmãs magníficas, Clara Kuhn e Renata Kuhn, com os maiores corações que já conheci, que amam o que fazem e junto comigo, ainda nadam contra essa corrente acéfala que arrasta a maioria hoje em dia (ou alguém conhece um trio composto por: uma Pediatra que ama atuar na saúde pública por poder ajudar as pessoas com menores condições financeiras, sem pensar um tiquinho no dinheiro; uma hoteleira/marketing que atravessou o mundo e foi morar no Paquistão por amor, sem contar a organização de um projeto social que já dura anos; e um estudante de engenharia que nunca pensou em exercer essa profissão pelo dinheiro?).

(continua)

Teresa Silva RJ disse...

Um dos grupos de humanização de partos do qual meu pai faz parte organiza todos os anos uma viagem, na qual se encontram pais, mães, e filhos (MUITOS!). Uma vez um dos pais veio me dizer que acha um barato eu e minhas irmãs participarmos destes eventos (tendo em vista que somos os únicos com idade maior que 20 anos). Eu participo mesmo, e participarei todas as vezes que puder, pois estar com minha família, e ver de perto a admiração que estas mães têm pelo meu pai é algo sem preço. Admiração por quê? Pois ele preza a liberdade de escolha das mulheres, ele respeita o parto, sabe que é um momento único na vida de uma mulher, e não vai simplesmente "passar a faca" no dia mais importante de sua vida para chegar em casa à tempo de ver a novela.

Se você teve paciência de ler até aqui, agora vai a explicação do por quê deste texto. Dois dias atrás meu pai apareceu em uma matéria no Fantástico, sobre o parto domiciliar. Ele falou com propriedade as contra-indicações e disse que "o parto não é um ato cirúrgico, o parto é um ato natural" (eu vivo 24 anos na mesma casa que este homem e sei a propriedade com a qual ele fala, ele ama estudar, e tudo aquilo que faz tem embasamento em Medicina baseada em Evidências e mais de 35 anos de estudos). Resultado? O CREMERJ (Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro) veio então, por nota oficial, comunicar que entrará com uma denúncia contra meu pai, uma denúncia por ele defender o parto domiciliar.

Vamos lá então, se meu pai será crucificado por estar entre a minoria que apóia a liberdade da paciente, que o Brasil seja crucificado por ser a minoria do mundo que prefere a cesárea ao parto normal (sim, o Brasil possui o maior índice, e não é pela cesárea ser o certo). Se meu pai será denunciado por amar o que faz, que denunciem todos aqueles que vivem com amor, e que esse mundo seja transformado em um inferno de ódio. Se meu pai será denunciado por passar horas trabalhando, enquanto o Fulano já fez sua cesárea e está em casa assistindo ao Jornal Nacional, que denunciem o Mandela, o Ghandi, Jesus Cristo, e todos aqueles que trabalharam forte por um mundo melhor.

Estou morando fora do país desde Setembro passado, minha vontade era estar no Brasil para batalhar por aqueles que amo, e, acima de tudo, por aqueles que AMAM. Convido a todos que participem da Marcha do próximo Sábado (16) e domingo (17) (http://www.facebook.com/events/103917906416661/). Essa marcha é muito mais que uma marcha pelo parto, é uma marcha pelo que foi esquecido há muito, a liberdade de expressão e escolha.Hoje cheguei à certeza de tudo o que sempre pensei, vivemos sim numa ditadura. Façamos barulho então, parem a Avenida Paulista e todas as principais avenidas do Brasil, e quem ficar em casa pois acha isso "bobagem de arruaceiros", tenho pena de vocês. Convido a todos para um luta pelo que foi esquecido há muito tempo, a liberdade! E para mostrarmos que não somos robôs deste sistema, no qual o CRM é um pretexto para se ter status, e para esquecer o um dia feito "Juramento de Hipócrates" (ou eu li errado em algum lugar e o nome é Juramento de Hipócritas?).

Otávio Cavalcante Kuhn dos Santos, filho de Jorge Kuhn com orgulho!"

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-pressao-do-conselho-de-medicina-contra-o-parto-natural

Livia disse...

As pessoas são burras ou se fazem de: na Holanda a taxa de morbi-mortalidade materno-infantil é baixíssima por causa da HOLANDA, não porque os partos são assim ou assado.

O país dispõe de toda uma infra-estrutura que garante indicadores de saúde muito superiores aos nossos.
Então, de todos os argumentos pró-parto domiciliar, esse é um dos mais babacas.

Defendam esse capricho, se quiserem, mas defendam direito. Porque enquanto discussões idiotas como essas ocorrem, mulheres com menos tempo livre morrem por abortos insalubres e pré-natais de quinta categoria.

Renata disse...

Lola,

Infelizmente devo discordar do post e da sua posição. Sou filha e irmã de ginecologistas. Parto no hospital não é menos humanizado do que em casa. Os médicos não são robôs, são humanos. O importante é confiar na pessoa que você escolheu pra te ajudar no momento do parto, é isso que torna o parto humano. E não o fato de ser feito em casa, por parteira, na banheira etc.
Outra coisa: as taxas de mortalidade dos procedimentos tende a ser manipulada. Vários casos de parto em casa acabam no hospital devido às complicações e, então, são computados como fatalidades que ocorreram no hospital, quando, na verdade, o hospital foi a última saída pra um problema gerado no chamado parto "humanizado".
Não podemos esquecer do triste caso da australiana Caroline Lovell (disponível aqui: http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,australiana-defensora-dos-partos-domiciliares-morre-apos-dar-a-luz-em-casa,829975,0.htm), grande defensora do parto em casa que veio a falecer depois do procedimento. Ela, com certeza, sabia dos riscos envolvidos, o que infelizmente não impediu uma tragédia que poderia ter sido evitada no hospital.

Anônimo disse...

Sou medica( clinica, nao GO) , já fui quase linchada ao comentar aqui assuntos semelhantes, entao vou dar minha opinião ' de leve':
Eu, pessoalmente, sou contra o parto em casa, se fosse de filho meu eu nao faria,.
Se fosse GO, também nao faria esse procedimento em casa.
Os estudos, evidencias, comprovando a segurança do parto em casa são muito bonitinhos, mas uma coisa e vc fazer isso na Europa, em países desenvolvidos, onde vc tem um sistema de transporte decente e ambulância que leva menos de 5 min pra chegar a casa da paciente, se necessário,
Imagina o parto em casa numa cidade como são Paulo, com o caos do transito e numero de ambulâncias insuficientes pra demanda a cidade( trabalhei em SP. E já vi demorar pra chegar ambulância em casos graves)
Entao, na Europa pode ser que funcione, pq tudo lá e bonitinho, quero ver aqui no Brasil, se funcionaria...(?)
Quanto a entrevista, nao vi, mas achei exagero o colega medico ser processado apenas por ter manifestado sua opinião....
Já vi Drauzio Varella falar abertamente sobre ser favorável a legalização do aborto e nesse caso deve passar batido, claro, porque ele e famoso.( eu também a favor da legalização, ok)
Por essas e outras que nunca escrevo sobre assuntos médicos no meu blog,especialmente esses polêmicos,
Bjs!!!!!!

Camila disse...

Livia, todas estas questões entram na mesma briga: o direito que a mulher tem sobre a sua saúde reprodutiva, direito a informação de qualidade, direito de ser bem tratada. Nada do que você mencionou está fora de questão.
A propósito, alguém de vocês conhece profissionais que atuam em partos domiciliares no Brasil? Sabe dos resultados? Sabiam que no Amapá o trabalho das parteiras rende taxas similares às preconizadas pela OMS?

Lissa disse...

As mulheres morriam no parto em razão da ausência de pré-natal.

Vamos olhar a questão do parto em casa sem preconceitos.

Preliminarmente, cabe salientar que o parto em casa é realidade em diversos países.
A própria Organização Mundial de Saúde recomenda que as mulheres tenham a oportunidade de escolha nas gestações de baixo- riscos, acompanhadas por profissionais preparadas e com um esquema para as emergências.

É preciso considerar também que o parto domiciliar diminui as intervenções médicas, tendo em vista que, infelizmente, há um grande número de intervenções desnecessárias nos hospitais.
Não é a toa que o Brasil é um dos campeões de cesária.

André disse...

Liss,
Infelizmente o diabo mora nos detalhes: "acompanhadas por profissionais preparadas e com um esquema para as emergências".

abobrino disse...

A defesa do parto em casa é feita sobre um cenário ideal, onde tudo corre bem no processo todo e termina sem problemas. Mas e se rolar uma complicação qualquer após o parto, tanto com a mãe ou com o bebê?

Podem me chamar de boçal se quiserem, mas acho um grande retrocesso abrir mão dessa segurança extra, além de egoísmo pq não é só com a mãe que algo pode sair errado, é com a criança também.

E me impressiono com as justificativas baseadas na violência que algumas gestantes passam no atendimento, como se a prática do parto no hospital fosse a causa disso. Não, não é, a violência é causada pelo violentador, não vamos perder o foco da coisa aqui.

Fala-se do direito da mulher de decidir como será seu parto. E o direito da classe médica de abdicar de uma prática menos segura por outra mais segura, como fica?

Há, pra terminar lembro do caso ocorrido faz poucos meses com Caroline Lovell, defensora do parto em casa que morreu após dar a luz. O tempo que ela passou na ambulância pode ter sido crucial para isso.

Patrick disse...

Tá um clima bem #classemédiasofre aqui na caixa de comentários. Sugiro a Camila escrever um guest post mais introdutório para nivelar o tema. Mas quem estiver curioso, é só googlar que acha muita coisa.

Alaya disse...

"Pra começar, quero já deixar claro que essa é uma opção segura e viável para gravidez de baixo risco no mudo todo, especialmente em países considerados de primeiro mundo, que a gente tanto inveja.

Segundo, que segundo a OMS, uma mulher deveria ter o direito de escolher onde vai parir e quem vai acompanhar.

Dito isso, por que as mulheres querem parir em casa em pleno século XXI?

Respondo, porque querem a segurança de não sofrerem violência obstétrica e neonatal, comum nos hospitais.

O que é violência obstétrica?

Manter as mulheres sem amparo, em jejum, deitadas em posição ginecológica, com hormonios sintéticos sendo administrados para aumrntar a força e a intensidade das contrações uterinas de maneira rotineira, em todas as gestantes, mesmo sem necessidade!

Fazer lavagem intestinal (enema), raspagem dos pelos pubianos (tricotomia), corte no perineo (episiotomia) e subir em cima da barriga paraempurrar o bebê(kristeller) em todas as gestantes mesmo sem necessidade comprovada de maneira rotineira.

Xingar, mandar calar a boca, dizer que na hora de fazer tava bom, ne? E etc.

E oqueé violencia neonatal? Aspirar o bebe, pingar colirio de nitrato de prata, enfiar sondas pelo esofago, anus e vagina, esfregar, lavar, manter em berçario longe da mãe e não permitir o contato pele a pele com a mãe e a amamentação na primeira hora de nascido em todos os bebês, mesmo sem necessidade comprovada, de maneira rotineira.

Isso sem falar em roubo de partos, quado o médicoinventa alguma desculpi ha esfarrapada pra cesarear a mãe que quer parir, contra a vontade dela, sem necessidade comprovada de maneira rotineira.

Ou seja, pra ter que passar por tudo isso, ter um parto-estupro desse ( da expressão em inglês birth rape) no hospital, o melhor é mesmo parir em casa, na tranquilidade do seu lar, acompanhada da sua família e da equipe que vc contratou e confia te acompanhando e respeitando seu tempo, sua fisiologia!" Mariana Elis

Debora Regina M. Diniz disse...

Parto domiciliar é uma opção segura para mulheres de baixo risco. Não é "achismo", não é coisa de "bicho-grilo", é evidência científica. O Brasil vergonhosamente é campeão mundial de cirurgias cesarianas, não é à toa que houve um aumento de UTIs neonatais dos hospitais. A maioria dos obstetras estão, deliberadamente, submetendo mulheres à cirurgias desnecessárias por pura conveniência. Porque o Cremerj não investiga isso? Ninguém está obrigando mulheres a parir em casa, se assim não desejarem, mas defendemos o direito à escolha e defendemos que o modelo obstétrico brasileiro seja revisto e melhorado. A violência durante o parto é fato. O parto é um momento único e sagrado na vida de mulheres e bebês, esse momento deve ser respeitado.

Alaya disse...

Nossa luta é por um debate baseado em EVIDÊNCIA CIENTIFICA sobre o local de parto. Essas falas de "é um retrocesso", "tem que ter ambulancia na porta" só mostra pessoas ainda presa na "matrix" dos mitos e da desinformação sobre a fisiologia do parto.

O post da Lola foi muito pertinente.

Parto em casa numa gestação saudável é seguro, pesquisas mostram que é até mais seguro que o parto hospitalar (no caso de gestação saudavel..) No hospital uma série de rotinas de intervenções desnecessárias e de desconsideração dos aspectos fisiologicos (hormonais) e emocionais da mulher levam a causar MAIS complicações, pois a mulher fica tensa, amedrontada, recebe prazo de validade pra parir "se não for até daqui 2 horas você ta no sal".. é cortada, impedida de se movimentar livremente, impedida de ter o marido ao lado muitas vezes...
e com um ambiente frio (ar condicionado congelante), luz forte, e agulhas no braço... mulher nenhuma consegue parir direito, é fisiológico. A liberação da ocitocina responsável pelas contrações, e da dopamina que ajuda a 'anestesiar' naturalmente é inibida no hospital.. e uma intervencao leva a outra e numa cascata a mulher acaba numa cesariana desnecessária.

Promulgar mitos sobre partos (tipo falta de dilatação) não é expor opinião inteligente sobre um assunto que se desconhece. A equipe que acompanha partos domiciliares leva praticamente o hospital para casa.. oxigênio, hormonios sinteticos para conter hemorragias, material esterelizado. Os obstetras (ou enfermeiras osbtetras ou parteiras) que acompanham partos domiciliares estão plenamente capacitados para intervir quando necessário. Tirem a imagem de parteiras velinhas benzedeiras que levam uma toalha e um sabonete.. parto em casa envolve tecnologia, mas nem sempre o parto mais "cientifico" (isto é, dentro do que é correto e recomendado) é o que necessita de mais tecnologia.

Os estudos, os dados, os fatos, as evidências cientificas estão ai para mostrar que o parto em casa não é arriscado, mas uma escolha viável para quem o deseja. Essa é a posição oficial da OMS.

Nenhuma tragédia acontece de uma hora pra outra, tudo é administrável, os batimentos do bebê são monitorados, e uma transferência para o hospital é possivel. O tempo de transferência é o mesmo tempo que se leva para chamar um anestesista e preparar uma sala de cirurgia. Em ambos os casos, é preciso esperar. No parto em casa sempre há um plano B disponível.

Aprendam um pouco antes de julgar. Se informem antes de perpetuar ignorância e mitos..
http://amaequequeroser.wordpress.com/2012/02/03/parto-domiciliar-o-que-voce-deveria-saber-antes-de-julgar/

André disse...

Alaya,
Creio que episiotomia e kristeller não se aplicam a cesáreas.

Carlo disse...

Se você tem dinheiro pra contratar uma equipe e acompanhar o seu parto, provavelmente tem dinheiro pra ir num hospital onde esse tipo de coisa não acontece.

Só imagino onde a opinião do pai fica nisso, afinal o filho/a é dele também. E se ele achar que é mais seguro no hospital?

Alaya disse...

Abaixo-assinado PETIÇÃO PÚBLICA POR UM DEBATE CIENTIFICAMENTE FUNDAMENTADO SOBRE LOCAL DE PARTO

ASSINEM se vocês ligam para evidência cientifica, embasamento em pesquisas, e liberdade de escolha! =)

http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=petparto


E se informem, vejam esse artigo (uma revisão cientifica da Dra. Melania Amorim (PhD) sobre parto em casa http://guiadobebe.uol.com.br/parto-em-casa-e-seguro/

Maria disse...

Nossa Luta não é apenas por parir em casa, sem médicos! Nossa LUTA É PARA QUE MÉDICOS NÃO SEJAM PROIBIDOS DE ACOMPANHAR PARTOS DOMICILIARES! Que é o que acontece, é o que os conselhos querem, cassar aos médicos que acompanham o Parto domiciliar! Nós queremos e lutamos por pré-natal digno, por melhoria no sistema de saúde, por melhoria no atendimento à mulher, somos contra intervenções desnecessárias, contra as cesarianas abusivas. A maioria de nós que somos ativistas do Parto Humanizado, sofremos violência obstétrica, tivemos nossos partos roubados, pois fomos enganadas com verdadeiras mentiras para que o médico fizesse uma cesarea agendada de acordo com a agenda dele e não esperar o tempo do bebê. Nossa luta é PELO DIREITO DE ESCOLHA, hoje se eu quizer contratar médico e neonatologista para assistir meu parto domiciliar, não posso, pois o CREMERJ simplesmente proibe que médicos acompanhem Partos domiciliares. E saibam, nós que escolhemos parir em casa, nossos partos são planejados, somos munidas de plano A,B, C e D, esquematizamos formas de transferência, caso algum problema ocorra, os profissionais que nos acompanham nos monitoram, os sinais, os batimentos cardiacos fetais, as parteiras e médicos que acompanham o Parto domiciliar, são munidos de equipamentos, para caso aconteça algo imprevisto consigam prestar o pronto atendimento durante a transferência, nada e feito com amadorismo, tudo com o máximo de cuidado e segurança. Nós não somos contra partos hospitalares, que fique claro, SOMOS A FAVOR DAS OPÇÕES DE ESCOLHA.

Bruno S disse...

Nçao teSem entrar no mérito do melhor lugar para o parto, coloco que algumas formas de agumentação de incomodam bastante.

Colocar um caso pessoal específico em oposição a uma causa apoiada (e também questionada) em números e estudos é falacioso. O debate não é sobre você nem sobre sua história.

Dizer que a causa é fútil e que o foco deveria ser dado a outra causa/assunto mais importante é apenas uma forma de ser desagradável. Se voce é contra, argumente e diga porque discorda.

Bruno S disse...

Achei interessante essa história do "parto roubado".

Conheci algumas pessoas que pretendiam parto normal e quando chegaram perto d prazo de nascer a criança foram a uma consulta e o médico definiu que por motivo a, b ou c deveria fazer uma cesárea naquele dia.

Existe algum estudo sobre esses casos?

Lays, mãe e tudo o mais. disse...

Fui vítima de violência obstétrica. Parto emergencial, hospitalar, fui deixada sozinha, após receber a notícia de que meu filho não seria viável (seis meses de gestação, reversão do fluxo), durante DUAS HORAS na sala de cirurgia. Meu marido não teve permissão para me acompanhar.

Os médicos chegaram falando sobre queijos, fazendo piadas, sem considerar a mulher que eles tinham na mesa, já de luto antecipado, assustada e sozinha. Fui deixada em um corredor para recuperação, adivinhem? Ao lado da sala onde os bebês recém-nascidos eram atendidos pela pediatra. Foram quatro nascimentos, uma "fábrica de bebês", segundo a enfermeira, que me mandou deixar de ser fresca quando pedi para ser levada ao quarto...

Fui deixada com sonda por mais de doze horas, não pude beber água até se lembrarem de retirar a sonda, apesar de implorar - implorar mesmo!- por pelo menos umedecerem meus lábios. Não pude ter acesso ao meu filho na UTI neo-natal, por "normas do hospital". Não pude ter pessoas amigas/familiares ao meu lado durante o restante da minha internação.

No final, meu filho morreu sem eu ter tido a oportunidade de tocar nele. E penso, se eu, gestante que passou por situação de risco, com o bebê nascido praticamente com uma sentença de morte, fui tratada dessa maneira em um hospital particular, como não serão tratadas as mulheres com gravidezes sem intercorrências?

Não é de se admirar que as mulheres que tenham condições fujam das instalações hospitalares. Os médicos podem ser humanos, mas as mulheres que estão nos hospitais para terem seus filhos, com certeza não são vistas da mesma forma.

J.M. disse...

Tenho algumas perguntas aos defensores do parto em casa.

1º - Gostaria de saber se o que defendem é um parto com auxílio médico, ou não necessariamente. Pois, já vi defensores de partos "solitários", sem ajuda nenhuma, nem de médicos, enfermeiras ou parteiras.
2º - Me incomoda, neste debate em especial, a ausência do filho. Digo, não é uma decisão que afeta apenas a mãe, pois o bebê está em risco. Vocês podem se posicionar em relação a isso?
3º - A luta é também por um acesso ao parto humannizado por parte das mulheres de baixa renda? Pois, creio que não são todas que podem contratar um médico e ter todos os aparatos necessários para um procedimento domiciliar seguro.

Diva disse...

Eu sou a favor da opção do parto domiciliar ou em casas de parto - fora do ambiente de hospital - em gestações de baixo risco e com acompanhamento pré-natal por inúmeras razões. A uma, que não são poucos, pontuais ou raros os relatos de violência contra a parturiente. Violência verbal, física, contrangimento ilegal etc., isso tanto no setor público quanto privado. Dois, que no Brasil ainda se costuma realizar ações condenadas pela OMS, a começar pelo parto vaginal deitado, que de natural não tem nada. E do "ponto do marido", preciso dizer? Três, que a cesária de conveniência é pratica recorrente e uma coisa é a gestante optar, outra é sujeitar-se à agenda dos planos de saúde. E quarto, que sou a favor da gestante participar e ter voz ativa em TUDO, antes mesmo de engravidar, que dirá sobre algo que tanto lhe diz respeito.

Lays, mãe e tudo o mais. disse...

J.M.

O que temos no momento é uma situação onde o parto hospitalar, seja cesárea ou parto normal, está longe de ser humanizado. Sim, atualmente o parto domiciliar humanizado está restrito às poucas mulheres que conseguem pagar por ele.

Mas justamente é contra este estado de coisas que deve-se lutar, pela universalização do parto humanizado, pela mudança do sistema de saúde como um todo para que a mulher seja respeitada como um ser humano pleno, e por tabela, também seu filho que ela está trazendo ao mundo.

lola aronovich disse...

Diva, precisa falar sim do "ponto do marido". Até pouco tempo atrás, eu nunca havia ouvido falar dessa atrocidade! Aliás, topa escrever um guest post sobre isso? É um tema que todas as mulheres (e, por que não, homens) que vão ter filhos um dia precisam saber. Pra poder ter chance de escapar.


Lays, que triste a sua história! Sem dúvida uma história de muita violência. Essa recusa que alguns médicos têm de querer dar infomações é horrível. Falta de se colocar no lugar do outro. Minha solidariedade!

Lays, mãe e tudo o mais. disse...

Lola, mais triste ainda é pensar que muitas mulheres ainda passam por isso ou pior, e que há todo um sistema trabalhando ativamente para que tudo continue assim.

O que me dá um pouco de esperança é ver que nós estamos aprendendo a não nos calar. Talvez minha filha possa tomar as decisões sobre seu próprio corpo e ver essas decisões serem respeitadas.

yansergames94 disse...

JM,
o que estamos defendendo é o direito de escolha da mulher.
Não conseguimos escolher o Parto Normal, os médicos simplesmente acham melhor fazer a cesárea, quando sabemos que em vários países do mundo o PN ocorre sem problemas.
Os médicos não nos esperam dilatar.
Há um falso diagnóstico de "falta de passagem" que vocês homens não fazem idéia.

Gente, falta de passagem? Em país de popozudas?
Pessoal olha para mulheres magras e já disparam: coitada, você com certeza vai ter cesárea. Por que?
como assim se asiáticas tem NADA de quadris e por lá a taxa de PN é altíssima (Japão por exemplo).

Só queremos ser tratadas com respeito, e ter atendimento baseado na MBE - Medicina Baseada em Evidências científicas, como o é em países como Japão e Holanda.

E não menosprezem o Brasil falando que esses países são de primeiro mundo: quem é da área da Saúde sabe que em muitos quesitos estamos na frente desses países.

Isso posto, não é de se admirar que mais e mais mulheres informadas sobre a fisiologia do parto normal e preocupadas em serem respeitadas na ocasião de seus partos queiram mesmo parir em casa.

Diva disse...

Lola, sobre o infame ponto do marido, tem um texto muito bom a respeito que li quando uma amiga relatou o horror que foi seu parto "natural" em uma maternidade paulistana.

http://www.amigasdoparto.com.br/episiotomia3.html

No parto teve, segundo ela, direito a piadinhas sobre como ela ficaria "lasseada", enfermeiras amáveis mandando ela calar a boca, toques periódicos sem preocupação com a privacidade da parturiente, médicos que mais pareciam vindos daquela primeira parte do filme "O Sentido da Vida" (Monty Python) e um marido proibido de acompanhar - entrou quando ameaçou chamar a polícia, mas já quase no final do parto. E claro, epistomia contra uma claríssima manifestação da gestante.

Prefiro ter um filho em uma viatura do SAMU a passar por tudo isso.

Jamila Maia disse...

"1º - Gostaria de saber se o que defendem é um parto com auxílio médico, ou não necessariamente. Pois, já vi defensores de partos "solitários", sem ajuda nenhuma, nem de médicos, enfermeiras ou parteiras."
Somos a favor do parto com auxílio de médicos, enfermeiras obstetras ou parteiras. Existem mulheres que optam por partos desassistidos, mas essa não é nossa bandeira.

"2º - Me incomoda, neste debate em especial, a ausência do filho. Digo, não é uma decisão que afeta apenas a mãe, pois o bebê está em risco. Vocês podem se posicionar em relação a isso?"
O que acontece é justamente o contrário! Na cesárea, a preferência é da mãe, que não quer sentir dor, que não quer esperar o início do trabalho de parto, que é justamente o filho quem decide. O bebê corre 2,7 mais riscos na cesárea, que é uma cirurgia abdominal de grande porte. Além disso, na cesárea ele não passa pela compressão do canal vaginal, que auxilia na expulsão de líquidos dos pulmões. Com isso, muitos bebês precisam ser aspirados ao nascer, ou ainda vão para a UTINeo com líquido no pulmão. Informe-se a respeito. Nossa escolha coloca justamente os filhos em primeiro lugar, e não nossa conveniência.

"3º - A luta é também por um acesso ao parto humannizado por parte das mulheres de baixa renda? Pois, creio que não são todas que podem contratar um médico e ter todos os aparatos necessários para um procedimento domiciliar seguro."

SIM! O mesmo CRM que quer denunciar o Jorge Kuhn proíbe a presença de médicos em casas de parto do SUS. O Dr. Marcos Dias, do RJ, tentou apoiar a questão e quase teve seu registro cassado, pesquise a respeito. PArto natural respeitoso não deveria ser luxo. O buraco do corporativismo é muito mais embaixo.

Diva disse...

*episiotomia

Diva disse...

Isso posto, não é de se admirar que mais e mais mulheres informadas sobre a fisiologia do parto normal e preocupadas em serem respeitadas na ocasião de seus partos queiram mesmo parir em casa.

Até porque agora, como se fala no assunto, mais mulheres estão aprendendo que não precisam ser tratadas como cidadãs de segunda classe em momento algum de suas vidas e que determinadas práticas não têm nada de normais ou aceitáveis, tal como o tão corriqueiro abuso verbal na sala de parto.

Anônimo disse...

eu acho que alguns aqui estão bem equivocados. não sabem o que é parto humanizado, não sabe para que serve e tão pouco como funciona.
defesa ao parto humanizado é uma coisa, já dor, necessidade de intervenção e essas coisas é bem outra.
toda mulher deveria ser a favor do parto humanizado, só que algumas (infelizmente por diversas razões) teriam seus filhos no hospital com analgesia.
mas a principal questão em jogo é a informação, ou melhor a falta dela.
informem-se!
Informação é o que há!

E não deixem de assinar a petição:

http://www.avaaz.org/po/petition/Direito_a_escolha_de_Parto_Direito_de_Poder_Parir_em_Casa/

Lays, mãe e tudo o mais. disse...

Jamila, só uma observação: na cesarea, a preferência, na mioria das vezes não é da mãe. É do médico, numa escolha em que tanto mãe como bebê não são levadodos em consideração.

Jamila Maia disse...

Lays, verdade!

E sim, parto humanizado pode envolver analgesia - a dor não é obrigatória. :)
Porém, no parto domiciliar utilizamos formas alternativas de aliviar a dor, como massagens, água quente e mudanças de posição.

Sâmia Kizzy disse...

Aqui em Florianópolis a cesariana é favorecida por TODOS os médicos. Se vc tiver o bebê com hora marcada, que em 30-40 minutos abre, tira o bebê e fecha, tranquilo, seu convênio médico pagará tudo. Agora se optar por parto normal, tem que pagar o tal "chamado". Se @ médic@ não estiver no hospital ou maternidade na hora do trabalho de parto, paga-se a partir de R$ 2.000,00 para que ele/ela se desloque até o local em que se encontra a gestante. Fiquei sabendo disso semana passada e ainda estou chocada!

Tassi Bach disse...

Infelizmente não vou poder ir a marcha, defendo muito o direito de escolha da mulher. Meu parto foi normal hospitalar com muitas intervenções.
No mínimo uma dúzia de médicos me fizeram exames de toque dolorosos, me apelidaram de "mamãe gordinha", e fui deixada sozinha na sala do pré parto com alguns litros de soro contendo ocitocina sintética (não sei pra quê, se eu estava dilatando normalmente e as contrações estavam se acelerando, segundo o que eles mesmo disseram). Meu marido me acompanhou só quando eu estava prestes a ir para a sala de parto. Lá, tive que ir de uma maca para outra sozinha, com toda aquela dor que se tem no momento de expulsão, fizeram a episiotomia, mesmo quando eu estava aos berros pedindo para que ão fizessem. Uma das criaturas que estavam lá disseram "pai, fala ela parar se não tu vai sair da sala!". Depois das humilhações, ameaças, procedimentos que não autorizei, meu filho nasce e é levado para longe de mim, para ser pesado, aspirado... Quando me trouxeram ele, não me deixaram ficar com ele tempo suficiente para conseguir amamentá-lo, só fui vê-lo novamente 2 horas depois. Enfim, se o Conselho é tão contra ao parto domiciliar, então que melhore o atendimento as parturientes, que assim será tão seguro quando o domiciliar.

Lays, mãe e tudo o mais. disse...

O que me espanta, muitas vezes, é que se acontece alguma coisa em um parto domiciliar, o julgamento vai todo para a "mãe irresponsável que se arriscou". Quando as coisas dão errado em ambiente hospitalar, é "fatalidade". Semelhanças com a cultura de culpabilizção da mulher em outros casos - como o estupro - não é mera coincidência.

Fábio disse...

o parto e um momento delicado para mãe e para o bebê, e bem legal este tipo de debate e esclarecimento, e seria legal ter isto exposto em educação sexual,em escolas e espaços publicos,não vou me posicionar pois sei pouco a respeito, mas seria bom que os homens lesem isto, pois acho apoio do homem/pai a sua companheira num momento tão senssivel e fundamental.

Bem vind@s! disse...

Me indignam os argumentos sobre o parto domicliar em Holanda funciona porque é na Holanda... aham! então estão assmindo o fato de que querem que o Brasil siga sendo o Brasil, ne? retroceder sempre, se desenvolver nunca e evoluir jamais! aff

Parto domiciliar é melhor atendido do que o hospitalar... hello! já saimos da época da pedra...

Elvis disse...

Se eu fosse mulher, acho que não teria coragem de ter um parto assim em casa não, vai que acontecesse uma intercorrência e precisasse de uma estrutura hospitalar e tal. Por mais que a gestação seja tranquila, sempre pode acontecer algo durante o parto.

Mas concordo que essa é uma decisão da mulher, e que ter o parto em casa não significa que não teria nenhum tipo de acompanhamento.

Outra coisa que me parece acontecer também é uma "demonização" do momento do parto, é só ver como é em novelas/filmes, a mulher sempre grita horrores, parece a dor mais horrível do mundo e na prática não é nenhum bicho de sete cabeças, pelo menos minha mãe sempre conta que os partos dela foram super tranquilos rs.

Anônimo disse...

Não quero ter filhos ainda, mas desde já me preocupo com o pré-natal e o parto. Morro de medo de ser mal tratada no hospital e vou me preparar bastante para evitar surpresas desagradáveis, inclusive as desculpas esfarrapadas de cesáreas desnecessárias.

Esse mito de que mulheres magras não terão dilatação é muito forte. Todo mundo me fala pra não gastar energia a toa, marcar uma cesárea e pronto, já que sou pequena e PN não daria certo pra mim.
Acho incrível que, nessas horas, todo mundo vira especialista.

Parece uma audácia a mulher querer escolher como gestar e parir.

Camila disse...

Fabio,

Tô contigo e não abro! A informação deveria estar disponível para homens e mulheres desde sempre. Assim poderíamos fazer escolhas de forma consciente e melhor ainda: com o apoio de nossos companheiros igualmente informados.

Camilla Brandel disse...

Que tristeza que dá ver os comentários postados aqui. Quanta mulher, MULHER dando opinião sem um mínimo de informação.

1. Falam que a mortalidade materna era gigantesca e os hospitais foram a salvação da lavoura. Ah, moças, foram já pesquisaram os números? Sabiam que na verdade, lá pelo começo do século, quando os partos foram movidos pros hospitais, na verdade AUMENTOU a mortalidade nos partos? Levou décadas pra boas práticas de higiene e outras coisinhas abaixarem novamente esses números.
2.Só porque você decidiu por um parto em casa, não é obrigada a ficar lá pra sempre, custe o que custar. É só ir pro hospital.
3. Na maioria dos casos, não precisa chegar no hospital em 5 minutos. As complicações não acontecem de 1segundo para o outro (nem tudo na vida é como no seriado House) e as parteiras são muito bem treinadas para levar tudo a sério.
4. O equipamento que as parteiras levam para um parto domiciliar é muito semelhante tanto no Brasil quanto em países desenvolvidos.
Ah, daria pra ficar escrevendo aqui pra sempre! Porque ao contrário dessas pobres mulheres desinformadas, eu me informei e muito!!!!

Le disse...

Oi Lola!

Seria interessante se você publicasse alguma coisa sobre o oitavo Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero
http://igualdadedegenero.cnpq.br/igualdade.html
do CNPq. Que tal?
Acho que muitas de suas leitoras poderiam se interessar e se inscrever.

um beijão

Camila Fernandes disse...

O importante, no caso, é a mulher ter o direito de escolha. Direito de escolha não significa cada um fazer o que der na cachola, e sim ter à disponibilidade informações sobre as alternativas, espaço aberto para discussões e dúvidas, apoio em qualquer que seja a sua decisão. Simples, não é mesmo?

Lux disse...

J.M.

1 - defendemos um parto bem assistido! Com enfermeira obstétrica, obstetra humanizado, ou parteira formada. Como eu disse acima, esses profissionais levam todo o material necessário para os primeiros cuidados, e possiveis intervencoes necessarias. Material de sutura etc.

2º - sobre o bebê... veja esse vídeo a partir dos 2min (quando nasce) http://www.youtube.com/watch?v=fEdKzjISY7U&feature=relmfu
perceba que o bebê que estava acolhido em um lugar apertado e escuro e quente é levado para um arcondicionado frio de hospital, com uma luz fortissima na cara, é obrigado a ser esticado (isso dói no corpinho dele), tem tubos enfiados em suas narinas, é remexido como um pedaço de frango, recebe injecao, um colirio desnecessario nos olhos que ARDE, é apertado, cutucado, e depois deixado sozinho...
é justamente por pensar no filho que muitas escolhem o parto em casa.. para evitar essa violencia, para deixar que o bebê seja recebido com amor, na penumbra, com silencio, indo direto para o colo da mãe, sem ser machucado e manipulado bruscamente.


3º - a luta é pelo direito de toda mulher ser protagonista de seu proprio parto, e poder fazer escolhas conscientes, e ser respeitada nesse momento único. É a luta pelas casas de parto (SUS - baixa renda) e pela assistência digna e mais acessivel a todos (como a rede cegonha com o projeto de parteiras formadas..)

Diva disse...

Me indignam os argumentos sobre o parto domicliar em Holanda funciona porque é na Holanda... aham! então estão assmindo o fato de que querem que o Brasil siga sendo o Brasil, ne? retroceder sempre, se desenvolver nunca e evoluir jamais! aff

Ótima observação.

darkgabi disse...

eu sou meio ignorante em partos, mas dizer q a salvacao das mulheres foi um aprto no hospital pq antes o parto era a maior causa de morte feminina, é um exagero.

nao dá pra comparar a idade média com a atualiadade! existe pré-natal, as pessoas sao mais higiênicas em geral, os médicos esterelizam seus instrumentos [coisa relativamente recente aliás], e se pode contar com uma infinidade de aparalehos e medicamentos, fora q a própria formacao de médicos, parteiras e enfermeiras já é outro tb!

eu nao tenho muita opiniao sobre o assunto, nao saberia dizer o q eu escolheria, mas acho q vai da paciente decidir - assim como doentes de qlqr doenca, podem optar por nao serem tratados certo? a conversa entre o médico e a paciente é o mais importante, seguido do apoio dos conselhos de medicina.

os conselhos podem nao sugerir o parto em casa, mas nao podem proibir tb!

e acho engracado q qd se fala de parto em casa, as pessoas pensam logo q nao vai ter um médico, gineco sei lá acompanhando ou como se parteiras e enfermeiras nao fossem profissionais a serem levadas a sério, como se ainda fossem estudantes em aprendizado.

dando uma lida superficial nos textos q alguém aki indicou, o parto em casa nao é simples. exige preparacao, estudo e, principalmente, consciência. como, aliás, deveria ser qlqr parto, mesmo as cesarianas.

Lorena disse...

Fiquei tão feliz de ver pessoas defendendo, argumentando inteligentemente o parto domiciliar que até me esqueci dos comentários mal-informados do início!

Eu não sei se teria coragem de ter um parto domiciliar, mas eu estudo muito a respeito, eu leio muito, como eu acho que toda mulher que pensa em engravidar um dia deveria fazer. Hoje, com a internet (e com a maior parte das brasileiras - ainda que não todas - tendo acesso a ela), não é mais tão difícil buscar informação. Eu acho, sim, que os meios de comunicação de massa deveriam falar mais no assunto, informar de verdade a respeito, para que as mulheres pudessem lutar por suas escolhas de forma consciente e contundente. Eu não gostei da matéria do Fantástico mas não vou negar que ela não foi importante, porque aqui mesmo no trabalho eu ouvi pessoas que nunca tinham ouvido falar de parto domiciliar, comentando o assunto. E é isso que é necessário, debate, argumentação, conhecimento da população, para que o parto domiciliar derixe de ser demonizado e perseguido pelos conselhos!

Lorena disse...

Quem falou que duvida que isso daria certo no Brasil... Gente, isso DÁ certo no Brasil! Partos domiciliares acontecem no Brasil, seja por que a parturiente é de baixa renda, mora em lugar ermo e só tem acessó à parteiras, como as parteiras premiadas do Amapá, ou seja porque a mulher tem a possibilidade de bancar a equipe e tem o seu parto domiciliar porque ela escolhe assim. Ele não é uma coisa de outtro mundo, ou só feita em países super desenvolvidos, não. Ele é feito aqui no Brasil, mesmo! Mas infelizmente não é uma opção para a maioria, assim como o próprio parto humanizado não é.

Um dos motivos para eu considerar o parto em casa, no caso de uma gravidez futura, é justamente o medo de ser desrespeitada no parto hospitalar. Assim como toda mulher tem uma história de horror para contar, quase toda mãe que eu conheço também tem do seu parto. E eu fico brava demais em pensar o quanto os profissionais de saúde, que deviam estar ali para auxiliar (a protagonista do parto DEVE ser a mulher - a não ser em casos de necessidade real de intervenção) acabam tornando um dos momentos mais importantes da vida da mulher em um filme de terror do qual ela quer esquecer. Isso é muito triste!

Bruxinha disse...

Eu escolhi cesariana e se fosse pra ter um segundo filho- que não está mesmo nos meus planos- optaria de novo por ela, mas respeito que pensa diferente...embora ache que, às vezes, as mães que escolhem o parto domiciliar ou o natural querem à viva força dizer que essa é a maneira correta e que quem se resolve pela cesárea o fez pq não tinha suficiente conhecimento, pq delegou a terceiros o "momento mágico" do empoderamento materno, bla bla bla whiskas sachet

Lorena disse...

Bruxinha,

concordo com vc. E acho, inclusive, que até na cesárea a mulher deve ser a protagonista e ela pode ser! Se a equipe respeitar sua opinião, seus pedidos, se ela não for amarrada na maca (como acontece quase em 100% das cesáreas) e não tenha a oportunidade nem de segurar, menos ainda de amamentar seu bebê logo após o nascimento... A via de parto escolhida, nesse caso, seria um detalhe.

Agora é fato que se a vontade da mulher fosse realmente respeitada o número de cesáreas cairia drasticamente, porque como o texto do post mesmo expõe, a maioria das mulheres optaria por parto normal.

Thais disse...

Sou a favor do direito de escolha, mas acho que falta na discussão a questão de classe. Porque a moça do video que ficou famoso blablabla tinha condições de contratar uma enfermeira, uma pediatra, duas doulas etc. Com certeza são poucas que podem bancar. Então o parto domiciliar continua sendo para poucas.

Pra mim a parte mais importante é lutar contra a violência obstetrícia, porque ela pode atingir quem faz normal, cesárea, em hospital público, particular, todas.

Como eu defendo o poder de escolha informada, EU não faria parto domiciliar. Tive a feliz experiência de um parto normal em ambiente hospitalar que foi mais perfeito e respeitoso do que eu havia imaginado. Uma amiga fez parto domiciliar e quando eu questionei, me disse que a parteira era "qualificada". Ora, do que adianta ter qualificação e não ter EQUIPAMENTOS para um atendimento de urgência: Depois ela me disse que "qualquer coisa elas chamavam a ambulância e em 3 minutinhos, máximo 5 estavam no hospital". Bom, 3 minutos sem oxigenação no cérebro são a diferença entre vida e morte ou ter um filho com paralisia cerebral. Eu acho que parto domiciliar se tudo der certo é lindo e sublime. Mas se der errado... Enfim, a MINHA escolha é: se algo desse errado eu jamais me perdoaria. Uma coisa é acontecer uma fatalidade no hospital. Outra coisa é acontecer em casa e o bebê morrer porque EU escolhi estar a 3 minutinhos de um desfribilador, de equipamento para entubar...

Amauri Silva disse...

Antes do parto, logo no começo da gravidez, comecei a pesquisar sobre parto, e tal, suas modalidades. Minha esposa sempre quis fazer cesárea, e eu achava que o parto vaginal poderia ser uma opção, como acontece com muitas mulheres, mas depois que vi relatos e fotos da episiotomia, nuca mais toque no assunto de parto normal. Minha espoas já tinha feito uma operação de redução de seios e ela diz que perto desta, a cesárea foi como arrancar um dente...

Alice disse...

nada a ver com o post, mas é bom divulgar esse tipo de fdputagem: http://f5.folha.uol.com.br/televisao/1104176-silvio-santos-veste-modelos-de-avestruz-para-escolher-pernas-mais-belas.shtml

E os comentários? As pessoas acham tudo muito natural e engraçado. E há quem chame de 'putas' as moças do programa. Veladamente...

Ana Clara Telles disse...

Pessoal, só uma dúvida. Pelo que eu entendi, a discussão da matéria era parto no hospital x parto em casa, e não cesárea x parto natural.

Nada impede que uma mãe tenha seu filho por parto natural em um hospital. O que os médicos defendem é que ela esteja no hospital para caso necessite de intervenção cirúrgica. Não é isso?

E outra coisa, o fato de o Brasil ter taxas muito altas de cesariana é consequência da escolha dessas mesmas mulheres. Embora muitos médicos tendam a sugerir a cesárea (muitos por comodidade), nada impede também que parteiras convençam suas clientes ao parto natural em casa para preservar seus empregos. No fim, é a palavra da mulher que conta.

Lucas disse...

Não li todos os comentários e nem entendo muito de partos, mas conheço gente que é partidária do parto humanizado domiciliar e defende a prática com unhas e dentes.

Mas só gostaria de comentar sobre essa posição dos órgãos médicos de se colocarem como autoridade suprema sobre tudo, e que nada pode acontecer sem sua supervisão semi-divina (vide agora o Ato Médico).

Alice disse...

Origens da misoginia no texto de Contardo Calligaris: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada/48573-uma-linda-mulher.shtml

Anônimo disse...

Lola,

Esse comentário não tem a ver com a postagem na verdade, mas acabei de saber de uma coisa que acho que seria muito interessante comentar no blog.

A feminista responsável pelo FeministFrequency começou um projeto pelo Kickstarter, com o objetivo de analisar videogames em relação a representação da mulher.

Por si só, isso já dava uma postagem interessante, mas parece que ela está sendo alvo de ameaças na internet por causa disso. Um pessoal do 4chan se mobilizou para sabotar ela de diversas formas, incluindo editar a página dela no Wikipedia de uma forma grotesca e muito ofensiva.

A postagem dela a respeito está aqui: http://www.feministfrequency.com/2012/06/harassment-and-misogyny-via-wikipedia/

Acho que esse tipo de reação a iniciativas feministas é o que prova que o sexismo está longe de acabar...

Lorena disse...

ACT,

a discussão não é A x B, é uma discussão por opções. É uma agregação, não uma disputa. O parto normal pode ocorrer no hospital, mas deveria ser direito da mulher escolher ter o seu filho em casa, assistida por profissionais, se sua gravidez for de baixo risco.

Fato é que um parto hospitalar tem grandes chances de virar uma cesárea, ainda que desnecessária. Não porque é a vontade da maioria das mulheres (leia o texto novamente, as pesquisas indicam que a maioria das mulheres querem um parto normal), mas porque é a vontade da maioria dos médicos. Mulheres são submetidas a cesáreas desnecessárias porque é conveniente para os médicos. E para isso, eles usam argumentos médicos que teoricamente seriam impediditivos do parto normal, mas efetivamente não são. Mas ou as mulheres não sabem disso, por não terem informação, por confiarem nos médicos que escolheram (não é o que todos nós fazemos?), etc, ou ela simplesmente não tem condições de exigir algo diferente no momento (aqui, por mil motivos).

Existem mulheres que, conscientemente, optam pela cesárea?? Sim, é claro que existem. E, no nosso país, a cesárea eletiva é permitida. Isso não quer dizer que todas as cesáreas feitas no Brasil são eletivas. Nem a maioria é.

Paulo Rossano disse...

ACT:

é aí que você se engana. Uma vez estando no hospital (publico ou privado, com plano de saude ou sem) vão haver intervenções e o parto deixará de ser natural. Sertão feitos toques, a mulher terá que ficar, na maioria das vezes, deitada, vão colocar soro para que o parto seja acelerado, etc.
A maioria dos médicos humanizados enfrenta diversos problemas com os hospitais, por que eles vão contra as regras impostas!

Sobre a taxa de cesárea, mais de 70% das mulheres querem ter um parto normal(houve um estudo sobre isso), mas quando chega no final da gestação, aquele mesmo médico que disse que vocês podiam 'tentar o aprto normal' vai te dar uma desculpa pra marcar uma cesárea (desculpas que vão de asma a idade da mulher). Assim, têm-se os quase 90% de cesárea na rede privada de saúde.
Sem contar as vezes que o medico diz que terá que ser feita uma cesárea de urgência mas marca pra dali dois dias. Urgência? Pra mim é na hora, não 2 dias depois quando ele tiver espaço na agenda.

Amanda Lima disse...

ACT:

é aí que você se engana. Uma vez estando no hospital (publico ou privado, com plano de saude ou sem) vão haver intervenções e o parto deixará de ser natural. Sertão feitos toques, a mulher terá que ficar, na maioria das vezes, deitada, vão colocar soro para que o parto seja acelerado, etc.
A maioria dos médicos humanizados enfrenta diversos problemas com os hospitais, por que eles vão contra as regras impostas!

Sobre a taxa de cesárea, mais de 70% das mulheres querem ter um parto normal(houve um estudo sobre isso), mas quando chega no final da gestação, aquele mesmo médico que disse que vocês podiam 'tentar o aprto normal' vai te dar uma desculpa pra marcar uma cesárea (desculpas que vão de asma a idade da mulher). Assim, têm-se os quase 90% de cesárea na rede privada de saúde.
Sem contar as vezes que o medico diz que terá que ser feita uma cesárea de urgência mas marca pra dali dois dias. Urgência? Pra mim é na hora, não 2 dias depois quando ele tiver espaço na agenda.

Sara disse...

Eu só optei por parto natural antes de ter dado a luz, depois que passei por esta experiência traumatica, e no final tive q fazer uma cezarea as pressas, quando eu ja tava mais pra lá do q pra cá, e quase morro.
Nem chance de fazer isso novamente, nem recomendo a ninguem que eu ame.
Da segunda vez, marquei com bastante antecedencia uma cezarea e estamos conversados.

Sara disse...

ops cesárea

Anônimo disse...

Nao lembro quem escreveu sobre a revolta com posts de mulheres desinformadas, entao vim aqui responder a quem questionou isso.
- sim, apesar de ser medica, no assunto de partos sou desinformada, especialmente porque sou clinica, nao sou GO. E ainda porque nunca fui nem quero ser mae
Meu questionamento de ter ambulância na porta da casa em 5 min nao se baseia em seriados do house( que alias nunca assisti), mas em emergências graves que já presenciei como clinica.
Admito que presenciei poucas emergências obstétricas, mas a mais grave que imagino seria uma hemorragia( tempo pra fazer transfusão de sangue?),uma falta de oxigenação do bebe( como alguém disse aí em cima, bastam 3 min sem oxigênio e vc terá um bebe com paralisia cerebral, se e que sobrevivera), parada cardíaca,( a equipe de parto domiciliar tem desfibrilador?), ou necessidade de cesárea de emergência.( quanto tempo transcorreria ate acontecer?)
Tenho amigos GO s que são completamente a favor do parto domiciliar, inclusive mostrando estudos e argumentos científicos de que e seguro,,porém, eu, pessoalmente nao concordo, e nao faria se fosse meu parto.
( opinião de uma medica clinica, desinformada sim em obstetrícia, porque nao e minha especialidade, mas disposta ate a aprender um pouco mais sobre o assunto e talvez ate a mudar de idéia se os argumentos me convencerem)
:)
Bjs

Cristiane A. S. disse...

Olá, a todos! Eu já passei dos trinta e ainda não tive filhos, mas gostaria de ter, um dia, pelo menos um. Acontece que depois de ler este guest post e todos os posts da Lola sobre a violência obstétrica, eu fiquei horrorizada (e isso não é culpa da Lola! Ela apenas ‘abre’ os nossos olhinhos para os mais diversos assuntos relacionados à mulher) com o tratamento dispensado às mulheres nesse momento tão importante das vidas delas que é o parto. Eu não fazia a mínima ideia de que esse momento pode se transformar num pesadelo, quando na verdade deveria ser um momento tranquilo e mágico.

Confesso que agora estou me sentindo desestimulada a ter filhos, pois a conclusão a que cheguei é que nós mulheres não temos pra onde correr do sofrimento na hora do parto. Se fizermos o parto em casa, corremos o risco de alguma complicação fatal; se fizermos no hospital, corremos o risco de sofrer violência obstétrica e de não sermos atendidas em nossas escolhas, como a de não querer a Episiotomia por exemplo. Tenho muito medo dessa tal de Episiotomia, pois já tive pequenos probleminhas na região do períneo que é uma região muito delicada e de difícil cicatrização. Será que o meu médico respeitaria meu pedido de não fazê-la? Já tive tantas experiências revoltantes com médicos, que não confio mais em nenhum.

Bem, eu concordo que quem deve escolher onde e como ter o bebê é a mãe. Mas antes disso, penso que o Brasil deve melhorar e muito o tratamento dispensado às parturientes. Se o parto no hospital fosse mais humanizado, se fosse um lugar onde as mulheres encontrassem empatia por parte dos profissionais de saúde, atenção e respeito às suas escolhas, acho que não hesitaríamos em parir no hospital.

Deixo aqui o endereço de um blog muito legal sobre parto, a autora não posta mais nele, mas ela deixou o conteúdo lá, e é bem esclarecedor.
http://www.xoepisio.blogger.com.br/

Dora disse...

Duas coisas me assustaram profundamente:
1 - A tentativa de usurpar da mulher a uma escolha que é dela.
2 – A tentativa de calar opiniões contrárias (processar um médico por divulgar sua opinião?!!!)
Mais importante do que optar por um parto humanizado ou hospitalar, é o poder de decisão que estão tentando nos tirar e isso me preocupa. Impor à força convicções travestidas de verdades absolutas? Quem deu esse direito aos conselhos regionais (ou a

Sara disse...

O parto é um processo natural, assim como a morte tb o é.

Stella Mota disse...

alguem ai falou: "As mulheres morriam no parto em razão da ausência de pré-natal." E ai o parto era como uma loteria; e por isso elas morriam. Ninguém está falando em voltarmos para a idade média e sim para tratarmos o momento do parto como algo prazeroso e natural que deve ser.

Preciso dizer que partos em hospitais são super humanizados... desde que seja uma mulher rica.

Partos na rede publica são torturas!! POR FAVOR ASSISTAM A ESSE VIDEO: http://www.youtube.com/watch?v=YzuZ4GV-LUg&feature=related

O corte feito na vagina, por exemplo, é algo repudiado e proibido pela OMS.

Agora assistam a esse video: http://www.youtube.com/watch?v=TdD5sexzh2E
e reparem em como as duas mulheres são tratadas de forma completamente diferentes!

Na primeira como um vaca, na segunda como um ser humano.

O parto é O momento da mulher; ela deve ser tratada com todo o respeito, ela não é fragil, burra, coitada, ela é um ser humano capaz de tomar suas decisões.

Anônimo disse...

"Dora disse... A tentativa de calar opiniões contrárias (processar um médico por divulgar sua opinião?!!!) 14 de junho de 2012 12:44"

Brasil retrocedendo ao regime ditatorial. Faz pouco li que uma conhecida apresentadora de TV no Brasil, Ana Maria Braga, tb teve ou está tendo problema com a justiça por opiniar sobre uma infeliz decisão de uma juíza que deu liberdade a um criminoso que voltou a cometer outro crime. O "problema" foi AMB citar o nome da juíza !!!

Ana disse...

No geral, estou achando tanto os comentários 'pró' quanto os 'contra' bem bons, bem escritos e fundamentados e tal.

Mas vi um ou outro atestado de ignorância. Tenho a impressão de que por 'parto em casa' alguns imaginam uma mulher parindo em cima do tapate da sala de estar com uma curandeira do lado.

Abra a cabeça. Não é por nada, mas se é pra comentar um assunto, pelo menos se dê ao trabalho de se informar. Pesquise pra saber quais procedimentos são a bandeira do grupo. Sabe, às vezes o que a gente imagina não tem nada haver com o que as pessoas de fato defendem :)

E ó, não sou defensora de parto nenhum, nem entendo dessas coisas. Devia mesmo ficar no meu canto e nem meter.

Só que chegar aqui berrando que 'é tudo frescura' é um sinal claro de ignorância. Não precisa concordar, mas TENHA UM ARGUMENTO. Mostre que entende do que está falando. Do contrário, é perda de tempo.

Por exemplo, eu mesma vejo muito por aí mães falando em parto x pq fortalece os laços com o bebê, e outras conversas assim. Mas até aqui as comentaristas nem chegaram nesse campo filosófico - não, elas estão citando números e outros dados que a meu ver se referem mais à segurança do que a aspectos sentimentais ou ideológicos. Não vi ninguém falando em forças cósmicas e vibrações positivas. Mas vi gente falando em indicações da OMS e afins.

Então acho que não tem haver com caprichos. Tem haver com fatos. Você pode continuar achando que está tudo errado, mas então discuta os fatos, mostre porque eles não são verdadeiros. Argumente. Realmente não é sobre concordar, é simplesmente sobre saber discutir.

Eu posso não sacar nada de partos, mas acho que qualquer embate de idéias precisa ter argumentação, não? :)

Pra finalizar, vale lembrar que a discussão na vdd nem é sobre 'qual parto é melhor', e sim simplesmente sobre o direito que a mulher tem de decidir sobre como vai ser. Porque é o corpo DELA, é o filho DELA (e do PAI tbm, que sim, eu acho que tem que ter opinião ativa em tudo), e ponto.

Acho que nisso todas concordam. Seja natural ou cesárea ou o que for, os pais tem direito a informações e à escolha. É uma coisa fazer parto x pq vc quer ou pq vc precisa, é outra coisa fazer parto x pq o médico simplesmente quis. Mulher nenhuma ficaria feliz com isso.

Alguém aí falou sobre como isso devia ser assunto de aula sobre sexualidade e etc. Super concordo. Informação, sempre.

Karina M. disse...

Lays,
Sinto muito. Gostaria de abraçá-la. Sinta-se abraçada, por favor. E parabéns por se manter lúcida, mesmo depois de tanta dor. Não é pra qualquer um, provavelmente não seria pra mim.

Camilla,
Também me deprimiu a caixa de comentários.

E, sim, o que se tenta discutir é o acesso ao RESPEITO, seja em uma cesária, parto natural ou parto normal. Tive uma cesariana, não escolhi ter filho assim. Se engravidasse de novo, tentaria o parto normal, mas não discutiria com minha média se ela me indicasse a cesariana de novo, porque confio nela, e no tipo de relação que construímos nos últimos 12 anos. Mas este nível de confiança é um privilégio, sem dúvida.

Não me sinto menos mãe por não ter parido por vias vaginais. Mas estou certa de que ninguém que advoga pelo parto natural e em casa pensa assim. Os comentários mais agressivos quanto a isto são vindos, provavelmente, de pessoas que se sentem julgadas quando escutam que sua cesária pode não ter sido a forma mais adequada. Mas ninguém aqui está medido no nível de maternidade numa escala de 0 a 10, segundo tipo de parto.

Também não teria parto em casa. Mas toda a discussão sobre parto domiciliar não apenas é pertinente, como urgente. É graças a discussões como estas que o respeito pode ser reivindicado, graças a discussões como estas que questões importantes deixam de ser tomadas como dadas, simplesmente.

Júlio Augusto disse...

Olha vou ser bem sincero, não tenho a menor ideia de qual parto é melhor para a mulher a única coisa que eu sei é, a escolha é dela, e desde que acompanhada por um médico, nós que lemos tanto a lola, estamos vendo e lendo tanto sobre liberdade de opinião e escolha da mulher, então, vamos discutir até isso? É a mulher que escolhe em qual lugar ela quer ter o parto, e pronto. E o que estão fazendo com o médico que se posicionou a favor do parto em casa é mais do que censura. Então se um dia a minha esposa quiser ter um filho, ela junto com o médico quem vai decidir qual o melhor lugar, simples assim. Vamos exercitar o cuidar mais da nossa vida, e menos das dos outros.

Liana hc disse...

O que se propôs aqui é garantir que cada mulher possa realmente decidir qual parto quer, sem ficar dependendo de conveniência da equipe médica. Informação é fundamental, para tod@s: médic@s, pacientes, mães, pais, curiosos...

E uma observação, ainda que isso não seja o que a maioria dos grupos defendam, a mulher que quer ter parto sem qualquer assistência médica também está no direito dela. Não é uma questão de gostar ou de concordar. É um direito dela. Ponto.

Todos podem concordar ou discordar à vontade, mas continua sendo um direito de qualquer pessoa decidir sobre a própria saúde. E isso, a meu ver, deveria ser bandeira de todos.

E sim, sou da opinião de que é mais recomendável ter o apoio de uma equipe treinada, seja em que lugar for, e que isso deveria estar ao alcance de todas, sem que cada parto virasse uma luta ou uma roleta russa.

A intenção é que o parto seja o mais pacífico possível, dentro daquilo que a mulher escolher com as informações corretas que recebeu.

Gabriela disse...

Lola, já ouviu falar em Transtorno de personalidade Borderline? Dá uma pesquisada, acho que sairia um ótimo post :3

André disse...

Existe atualmente uma política dos hospitais de liberar os pacientes internados o mais cedo possível. A justificativa é o alto índice de infecção hospitalar e o conforto psicológico de estar em casa. Infelizmente, já vi diversos casos em que os pacientes são devolvidos para os parentes sem que haja a menor condição para isso (o paciente fica sem remédios ou curativos por falta de dinheiro e/ou instrução, sem banho por falta de pessoas capazes, etc), o que acaba gerando sofrimento psicológico e aumento de riscos. Não duvido das boas intenções das pessoas que defendem o parto em casa, mas vou ficar muito preocupado quando isso se tornar uma bandeira dos gestores e dos planos de saúde.

CCX disse...

Quando estava grávida participei de um grupo de Ioga onde a instrutora era um Doula, ou seja, uma auxiliar de partos naturais. Não senti MINHA vontade de tomar anestesia respeitada, minha vontade final de fazer uma cesária NÃO foi respeitada e fui praticamente humilhada pela turma do parto natural. O pessoal esquece que o respeito deve ser uma via de mão dupla.

Gabi disse...

Eu nao entendo essa oposiçao entre cesariana e parto domiciliar. Para mim, o problema de um lado (exceço de cesarianas no Brasil) nao se resolve com o parto domiciliar. Além do mais, lendo alguns dos comentários fiquei com a impressao que médicos adotam certos procedimentos pq sao todos uns sádicos loucos. É fato que muitos partos precisam de um mínimo de Intervenção, mas nem sempre é assim. Eu, como sempre me tratei com médicos de confiança (sim, isso é um grande privilégio no Brasil) nunca me passou pela cabeça que uma sugestão médica para realizar um determinado procedimento devesse ser encarada como um desrespeito a minha vontade soberana e sim como o conselho de um profissional de área de saúde que deve zelar pelo meu bem e do meu filho. Conheço uma menina que decidiu por parto domiciliar. Uma UTI móvel ficou de plantão e teve que ser acionada pq, após sei lá quantas horas e sem dilatação, tiveram que fazer uma cesariana de emergência. Eu particularmente acho que num país de recursos escassos, uma UTI móvel presta melhor serviço atendendo a acidentados, pessoas que sofrem um enfarte, ou seja, pessoas que precisam de atendimento emergencial imprevisível. Acho que esta energia estaria mais bem canalizada se fosse colocada a serviço de exigir melhora no atendimento público de saúde, para que os hospitais tenham melhor infra-estrutura e profissionais melhor preparados para que não existam situações horríveis como as informadas, onde se possa estabelecer vínculo de confiança entre equipe e paciente. Finalmente, todas as comparações feitas com a Holanda me parecem meio absurdas, simplesmente pq não foi feita uma comparação adequada. Se é para comparar, façamos corretamente. Vamos comparar como é a preparação das parteiras holandesas? Quais estudos elas realizam? Por quantos anos? Como é a legislação sobre o assunto na Holanda? Pelo pouco que eu sei, na Holanda, uma parteira só pode atender grávidas num raio de 30km e que estejam a uma distância de 15 min em veículo motorizado. Há obrigações de que a residência onde ocorrerá o parto esteja a certa distância do hospital. Há uma série de regras de conduta muito bem estabelecidas. Não é só o caso de usar os mesmos equipamentos, etc. é entender como a sociedade holandesa regulamenta essa prática e quais os efeitos em caso de eventual descumprimento das regras. Só aí poderemos comparar os procedimentos adotados na Holanda com os adotados no Brasil. Isso era uma coisa que eu honestamente gostaria de ver (se alguém tiver informações completas). Em suma, minha pergunta é: Se no Brasil fossem adotadas regras holandesas, nossas parteiras estariam aptas a cumpri-las? Sim, não e como? Dito isso, acho certo exagero processar o médico que falou na TV, com uma ressalva. Como não vi a matéria, não sei como foi a entrevista nem como foi editada. No entanto, qualquer conselho de conduta médica (não só em relação a partos) passado na TV deveria estar cercado de muita cautela para não parecer uma recomendação que chegue a influenciar pessoas a adotar esse tipo de procedimento sem ter passar por exames e ter todas as informações. É importante transmitir que uma opinião médica não necessariamente se aplica a qualquer telespectador.

Alaya disse...

GABI

sobre os médicos.. o problema é que a grande maioria deles adota modelos de atendimento desatualizados, e se recusam a revisar suas posições. A grande maioria continua a fazer práticas que desde 1986 a Organização Mundial de Saúde NÃO RECOMENDA
e portanto acabamos tendo que questionar muita coisa sim

Práticas recomendadas e desrecomendadas pela OMS, longe da realidade brasileira
http://www.amigasdoparto.com.br/oms.html

Gabi disse...

Alya,

Eu acho que tem que questionar mesmo e muito. Com isso, estou 100% a favor. Mas nao acho que a resposta seja o parto domiciliar. Acho uma radicalizaçao. O que eu quero sao bons médicos/enfermeiros/parteiros com boa formaçao e com tempo e estrutura para dedicar a seus pacientes, hospitais adequados para todo mundo. O nosso sistema de saúde nao é bom, mas nao acho que isso vá melhorar se nós passarmos a renegar esse sistema.

Alaya disse...

Gabi, ninguém precisa ter um parto em casa se não quer. O que defendemos é apenas a liberdade de escolha (dado que as evidências científicas mostram que é possivel no caso de gestações de baixo-risco). E se é possível e está dentro das evidências, então porque nos proibem e perseguem os médicos? Isso que ta errado!

Josi disse...

Ninguém está dizendo, a priori, que isto seria a solução. Defendemos o nosso direito de escolha!
Contudo o modelo obstétrico, atendido por parteiras/obstetrizes, seja em casa, casas de parto ou hospital, em parturientes de baixo risco seria uma ótima opção (e é) para desafogar os hospitais. Parto em casa é tão seguro quanto no hospital, pois trata-se de um processo fisiológico e não cirúrgico, existem estudos que comprovam isso e evidências. A maioria das mulheres que tem seus filhos em casa pesquisou MUITO, quem atende estudou tanto quanto e muito mais. Não estamos falando de amadorismo. Falamos de pessoas qualificadas e formadas.
Não queremos que as pessoas tenham parto em casa se não for o desejo, eu mesma tive no hospital um parto super humanizado. Queremos que sejamm abertas discussões baseadas em evidências científicas e não em achismos e preconceitos. Se pessoas estão falando sobre isso, estudando, vivenciando e dizendo que funciona, por que não debater?
Cada um@ faz as suas escolhas. Mas o mais importante é se informar sempre, tomas as rédeas do parto e do seu corpo. Isso nenhum conselho pode impedir.

Josi disse...

O fato de ser recomendado pela OMS é algo que deve ser levado muito em consideração.

Gabi disse...

Alaya,

Nao sei. Acho que talvez seja por falta de regulamentaçao (o que é uma falha do sistema e nao de quem defende a adoçao do parto domiciliar). Acho que seria importante levantar uma bandeira por essa regulamentaçao pela seguinte razao. Na argentina, ano passado, uma atriz decidiu-se pelo parto domiciliar, mesmo tendo entrado em trabalho de parto com 36 semanas e depois de ter feito uma cesária anterior por complicaçoes no nascimento do primeiro filho. Depois de horas, um irmao convenceu a mulher a ir para o hospital. Foi feita uma cesária e o bebê morreu horas depois por aspirar meconho (acho que assim que se chama). O problema é que ninguém sabe se a parteira falhou ou nao, simplesmente pq nao há (assim como no Brasil) uma regulamentaçao que especifique quais circunstâncias caracterizam emergência. Fica tudo muito a critério da parteira e isso me parece um pouco complicado. Pode até ser que algumas pessoas se sintam seguras assim, nao é meu caso. Voltando a Holanda, sei que é um país onde, se exite no mundo, ela estará regulamentada. Pessoas usam drogas? Vamos regulamentar (vc só consome em certos lugares, onde se vende droga nao se vende álcool, etc). Homessexuais se casam? Eles regulamentam. Pessoas querem ter seus bebês em casa? Eles regulamentam. Isso gera um ambiente de liberdade combinada a segurança muito favorável ao exercício da cidadania e seria uma coisa bonita de se ver no Brasil. Seja como for, acho que é preciso gerar um ambiente de segurança e acho que é uma coisa pela qual vale a pena lutar.

Josi disse...

MITOS DO PARTO EM CASA - Por Ana Cris Duarte - Obstetriz
Mitos do Parto em Casa I: a parteira chega a cavalo ou de bicicleta, e a tiracolo uma bolsa com 3 panos lavados e um livro de rezas.
Verdade: o material que vai no carro do profissional inclui oxigênio, máscara, ambu, material de sutura, anestésico local, instrumentos esterilizados, drogas para contenção hemorragia, luvas estéreis e outros 20 itens.

Mitos do Parto em Casa II: a parteira é uma senhora boa e rezadeira de 70 anos, que aprendeu o ofício com sua mãe.
Verdade: o profissional que atende parto domiciliar é médico, ou enfermeira obstetra, ou obstetriz, formados em cursos superiores e com experiência em atendimento de partos normais, com e sem complicações.

Mitos do Parto em Casa III: A idéia é nascer em casa custe o que custar, então se complicar, complicou, paciência.
Verdade: o parto começa em casa, mas acaba onde tiver que acabar. Se houver algum sinal de que talvez o parto possa vir a complicar, já é feita a remoção para o hospital.

Mitos do Parto em Casa IV: nos países da Europa onde existe o parto em casa, há uma ambulância na porta de cada mulher que está em trabalho de parto.
Verdade: PUTZ!!! Essa é a maior de todas as mentironas do século XXI! Não existe ambulância na porta em nenhum lugar do mundo!

Mitos do Parto em Casa V: Qualquer mulher pode conseguir um parto em casa.
Verdade: Mulheres que desenvolveram complicações não poderão ter um parto em casa, porque os riscos são aumentados.

Mitos do Parto em Casa VI: Se o bebê precisar de alguma coisa, ele vai morrer.
Verdade: Todo o material que tem para ajudar um bebê num hospital também está presente no parto em casa. Só não será possível fazer assistência a longo prazo pela falta de equipamento adequado.

Mitos do Parto em Casa VII: Se a mulher "rasgar" ficará aberta para sempre, amém.
Verdade: O profissional tem todo o material para reparação de lacerações, do anestésico aos fios especiais de alta absorção.

Mitos do Parto em Casa VIII: Um parto de baixo risco vira de alto risco de uma hora para outra
Verdade: Menos de 1% das complicações acontecem de uma hora para outra. A maioria são longas evoluções de horas e horas, até se configurar uma mudança de faixa de risco.

Mitos do Parto em Casa IX: depois do parto fica a sujeira para a família limpar
Verdade: Faz parte do atendimento do parto a limpeza completa de todo o ambiente onde o bebê nascer, a retirada dos vestígios de sangue, e a arrumação.

Mitos do Parto em Casa X: O parto em casa está proibido ou os médicos estão proibidos de atender parto em casa.
Verdade: Nâo existe qualquer proibição. O Conselho de medicina de SP publicou uma matéria de jornal interno dizendo que não aconselha. Isso não é proibição. O conselho tem todas as ferramentas legais para proibir, mas não o fez.

Mitos do Parto em Casa XI: Há grande risco de contaminação, pois não é possível esterilizar a casa.
Verdade: primeiro que o hospital não é esterilizado, pelo contrário, está cheio de bactérias resistentes. Segundo, que o parto normal não ocorre em local estéril em qualquer lugar do planeta.

Mitos do Parto em Casa XII: O bebê tem que ficar em observação depois que nasce, por isso precisa de enfermeiros no hosiptal.
Verdade: O bebê fica em observação pela equipe após o nascimento e tal qual no hospital ficará em alojamento conjunto com a mãe, recebendo as visitas diárias até a "alta".

http://www.drikacerqueira.com.br/artigo/mitos-do-parto-em-casa-por-ana-cristina-duarte

Carol Antunes disse...

Toda a família do meu pai e mãe nasceu em casa. Sem médicos, sem pré-natal e sem toda a tecnologia que temos hoje (conta ai uns 50 anos atrás). Ninguém morreu e é todo mundo saudável. Por isso acredito que a maioria das mulheres podem sim ter um parto natural (e porque não fora do hospital) sem maiores problemas. A porcentagem de mulheres com gravidez de risco deve ser mínima. Mas claro, os médicos gananciosos sempre inventam uma desculpa para as mães optarem pela cesária.

Alaya disse...

Gabi, parto antes das 36semanas e com cesarea previa não é recomendado ser em casa. Além disso aspiração de mecônio é previsivel, basta observar que o liquido amniótico está com aparência de caldo de ervilhas. Existem CENTENAS de noticias sobre mortes em partos hospitalares, centenas de mortes por intervencoes erradas, centenas de mortes por cesareas mal indicadas.. mas essas não viram noticia.. Por isso não vale pegar casos isolados de alguém que morreu. O que importa são as ESTATISTICAS, e essas deixam claro que partos domiciliares bem acompanhados são tão ou mais seguros que os hospitalares.

E desculpe mas foi TOTALMENTE nada a ver você misturar drogas com partos na Holanda. Que argumento forçado!
Olha.. o que importa quando falamos em partos são as taxas de morbidade materna e infantil, e elas são muito inferiores na Holanda (onde 40% dos partos sao em casa) do que no Brasil (onde 90% dos partos particulares são cesareas, e 52% no geral são cesarea..)
Isso devia no minimo fazer a gente pensar..

Gabi disse...

Ayala,

Tem tudo a ver um coisa com a outra. Eu estou falando da cultura de um país que respeita as liberdades individuais (ou vc respeita ou nao respeita). Ou vc acha que a gente só deve respitar a liberdade com a qual está de acordo? Os holandeses fazem isso há séculos. No mais, também acho que exemplos isolados nao sao tao relevantes, mas falta de regulamentaçao é sim. Você diz que antes das 36 semana e com cesária prévia nao dá para fazer. Essa parteira argentina (que uma das mais tops do país tanto que é chamada por ariz de TV famosa) achou que tudo bem e a mulher confiou nela. Quem decide sobre isso?

Thalita disse...

Sou contra o parto domiciliar por causa disso aqui

Mitos do Parto em Casa VIII: Um parto de baixo risco vira de alto risco de uma hora para outra
Verdade: Menos de 1% das complicações acontecem de uma hora para outra. A maioria são longas evoluções de horas e horas, até se configurar uma mudança de faixa de risco.


Mesmo que as chances sejam pequenas, não concebo a possibilidade de carregar a culpa pela eventual morte de um filho caso alguma complicação aconteça. O número 1% parece baixo, mas multiplique pelo número de nascimentos diários no país e vc vê que são muitos casos. Não quero ser um desses.
Aí alguém fala "ah, mas vai pro hospital se acontecer alguma coisa, dá tempo". E eu respondo: cara, vc vive em alguma grande cidade brasileira mesmo? Só se a mulher for vizinha do hospital! Imagina um parto dando errado às 18h de um dia chuvoso em SP... Pode parecer fora do escopo dessa discussão, mas na prática isso pode ser a diferença entre a vida e a morte.
Agora... que acontece violência nos partos é óbvio, triste e vergonhoso. Eu, que pari (cesariana marcada, por problemas com a placenta) na melhor maternidade do RJ tive uma reclamação ou outra... imagina nas piores. Essa bandeira é mais urgente que a do parto domiciliar, na minha opinião.

Anônimo disse...

Uai, mas... a bandeira é justamente a mulher poder escolher ONDE e COMO ter o bb e que tal escolha seja respeitada, seja em casa, seja em hospital. E não uma luta pra todo mundo parir em casa...

Carol Balan disse...

Thalita, tem tanta falta de informação no seu comentário. O fato de você ter feito sua cirurgia numa das melhores maternidades não significa que você foi menos sujeita à violência obstétrica. Essa violência não é física, mas moral, e disso as maternidades estão cheias, sejam elas top de linha ou não. Além disso, existem complicações que mesmo estando num hospital não se pode fazer nada. Não é tão matemático assim. Primeiro que ela fala em menos de 1%, o que reduz ainda mais o número e depois que o risco existe em tudo o que fazemos. Cada um tem sua opinião e escolhe os riscos que quer correr, mas estar (corretamente) informada para tomar a decisão é fundamental.

Alaya disse...

Thalita.. tudo na vida existe um risco, até de um piano cair na sua cabeça, o avião bater em outro no ar, ou você ser atropelada num domingo...

o importante é que um estudo feito durante 5 anos com 529.688 partos concluiu que a taxa de mortalidade neonatal é

em domicilio: 0,15%
em hospital: 0,18%

a conduta hospitalar e o mal acompanhamento de parto com intervenções desnecessárias acaba GERANDO complicações e riscos que não aconteceriam se a paciente estivesse tranquila como está quando é em casa...

tenho muito mais medo é de hospital! imagina uma daquelas super bacterias me pega uma infecção num bebê sem sistema imunologico! eu não! quero parir é em casa, e quero ter direito a isso
prq a OMS diz, o melhor lugar de parto é aquele em que a mulher se sente confortavel e segura! (se for saudavel), e pra algumas esse lugar é sua casa.. quem prefere o hospital, que vá para o hospital.

parto não é um evento médico, é um acontecimento familiar, natural, fisiologico.

Verô! disse...

Conversei sobre isso com uma amiga médica. Ela é uma médica que advoga a favor de uma medicina mais humana, uma profissional fantástica que respeita seus pacientes. Ela, todavia, não é a favor do parto em casa. Disse que de fato há um exagero na, digamos, "medicalização" do parto e que muitas vezes a cesárea é realizada sem necessidades. Todavia, o acompanhamento de profissionais qualificados e a facilidade do acesso ao aparato hospitalar em casos de complicações é fundamental para garantir o bem da mãe e do bebê. Em casos de complicações cada segundo pode ser a diferença entre a vida e a morte, no caso de um parto que é realizado em casa, o tempo até chegar ao hospital se algo der errado pode ser desastroso.

Eu concordo com ela. Não sou profissional da saúde, mas acho uma irresponsabilidade defender algo que pode ser perigoso para a mulher e o bebê. Antes dos avanços da medicina o parto era uma das principais causas de morte das mulheres! Essa idéia de que já que é natural é bom é de uma ingenuidade enorme.

Eu poderia citar um monte de exemplos de mulheres que conheço que se não fosse pela equipe médica na hora do parto provavelmente não estariam vivas. Vou ficar só no exemplo da minha mãe, que teve uma gestação tranquila mas na hora de dar a luz não tinha dilatação e mesmo com o aparato hospitalar quase morreu junto comigo, fomos salvas pela cesárea.

Diva disse...

Eu concordo com ela. Não sou profissional da saúde, mas acho uma irresponsabilidade defender algo que pode ser perigoso para a mulher e o bebê.

Infecção hospitalar pode ser muito perigosa também.

Diva disse...

Quando estava grávida participei de um grupo de Ioga onde a instrutora era um Doula, ou seja, uma auxiliar de partos naturais. Não senti MINHA vontade de tomar anestesia respeitada, minha vontade final de fazer uma cesária NÃO foi respeitada e fui praticamente humilhada pela turma do parto natural. O pessoal esquece que o respeito deve ser uma via de mão dupla.

Coisa de quem definitivamente não pegou a mensagem da ESCOLHA, e não de uma imposição inconsciente atendendo a interesses que geralmente passam largo da mãe e da criança.

Verô! disse...

Diva,

Infecções puerperais podem ocorrer mesmo fora do ambiente hospitalar. Os partos evidentemente não são 100% seguros em nenhuma circunstância, a questão me parece ser sobre qual opção é mais segura. Complicações durante o parto não são uma raridade, as mulheres e bebês que pereceram durante o processo no passado e ainda hoje atestam isso. Mas desde que a medicina avançou as taxas de mortalidade antes, durante e depois do parto caíram significativamente, e parece que o aparato hospitalar desempenhou um papel crucial nisso. É claro que o parto em casa pode ser tranquilo e mais confortável do que no hospital, mas o que eu quero dizer, e muitas outras pessoas que comentaram aqui também lembraram disso, é que no caso de qualquer complicação estar em um hospital pode fazer toda a diferença! Eu penso sinceramente que isso precisa ser ponderado com muita seriedade.

Achei ilustrativo o relato da moça que disse que foi desrespeitada pela turma do parto natural... pelo visto o tratamento ruim dado à gestantes não é exclusividade do ambiente hospitalar... me parece que o problema é muito mais complexo e independe do local escolhido para o parto. E o problema não será resolvido se defendermos o parto em casa para contornar os maus tratos nos hospitais, acho na verdade essa via bastante absurda!

Josi disse...

A meu ver não estamos defendendo o parto domiciliar em detrimento do hospitalar. Cada situação tem seus riscos, como tudo na vida. Acho interessante considerar, todavia, que cada intervenção aumenta cada vez mais o risco de algo dar errado, e essas intervençoes são rotineiras nos hospitais - cada intervenção geralmente leva a outra: ocitocina sintética para aumentar contrações (dor aumentada) + analgesia que pode interferir no padrão das contrações e tirar certa mobilidade + mulher parir deitada que aumenta o risco de lascerar o períneo que leva a episiotomia, ou então o médico não possibilita que a mulher tenha autonomia, movimente-se, espere, não interfira e ela acaba não dilatando, e vamos para a cesárea! Tudo isso poderia ser evitado quando a mulher toma decisões conscientes e avalia riscos. No domicílio não há intervenções (ocitocina, analgesia, episio, etc), o que diminui significamente o risco de alguma intercorrência. E também se houver qualquer suspeita de que talvez quem sabe pode haver alguma complicação, a remoção é feita com tempo. O processo é todo monitorado, assim como no hospital. É tudo planejado.O parto é fisiológico, nosso corpo está preparado para o processo. Precisamos de tempo e respeito a nossa fisiologia, não somos máquinas que funcionam em um padrão, nem queremos ter nossas subjetividades extraídas, nem ser chamadas de "mãezinhas". Queremos autonomias sobre os nossos corpos, avaliarmos riscos dentro de evidências científicas e recomendações de órgãos de saúde de renome, como a OMS. Não queremos fazer uma apologia, queremos desmitificar alguns tabus, levar essas questões para debate científico, receber apoio para que possamos construir um modelo obstétrico melhor para todas as mulheres, seja em casa ou no hospital. O PD é só uma pequena fatia do bolo, combatida na nossa cultura durante muito tempo, mas que deve ser sim avaliada, debatida e não julgada, sentenciada a partir dos nossos paradigmas. Se existem estudos, profissionais que defendem, evidências, recomendaçõess, nos países em que são feitos está dando certo e recebe apoio do governo, mulheres estão satisfeitas... peraí, vamos avaliar!!! Achei legal a colocações em um dos comentários sobre regulamentação, maravilha, mas para isso precisamos debater com mais ética e menos moralismo, com mais evidências científicas e menos preconceito, recebermos apoio. Com a regulamentação fica tudo mais preto no branco, os protocolos ficariam mais claros, não seria (e não é de fato) para qualquer uma.
E essa é um pouco da nossa luta, por menos violência obstétrica, por mais mulheres empoderadas e donas de seus corpos, pelo direito de escolha, seja em casa, no hospital. Não queremos mais índices vergonhosos de 90% de cesáreas, sendo a recomendação de 10-15%. Sem contar que pelo menos 25% das mulheres relatam algum tipo de violência no momento do parto (acredito que deva ser muito mais). A informação de qualidade é nossa grande aliada, e nosso poder de escolha também.

Aqui um estudo feminista em parceria com a ReHuNa e Direitos Humanos: http://www.mulheres.org.br/parto/index.html

Abraço a tod@s. O debate está maravilhoso.

Liana hc disse...

Falta de higiene mata, falta de informação mata, violência mata, condições precárias de vida mata. O parto em si não mata, é um evento fisiológico. Inclusive o orgasmo, o parto e a amamentação guardam similaridades entre si. Substância semelhante ao ópio é liberada. A adrenalina deixa a mulher e o bebê mais alertas ao que está acontecendo. O corpo tá focado naquele momento para favorecer o prazer e a conexão. Então não entendo esse negócio de insistir em associar parto com morte. Se for pra pensar assim, fica difícil né. Sofrer acidente de carro, escorregar no banheiro, sofrer intoxicação alimentar, ser assassinado, adquirir doenças... viver se tornaria um tormento. Vai da pessoa escolher conscientemente (ou não) no que quer focar.

Além de ter que se levar em consideração que o parto é comandado pela parte primitiva do cérebro. Quanto mais intervenções desnecessárias e tensões e inibições, mais dificilmente o mecanismo funciona. Seja em casa ou no hospital, a equipe que estiver dando suporte à gestante deve respeitar isso.

O que está salientado dito aqui é o DIREITO DE ESCOLHA. Não é uma questão excludente, de substituição, e sim mais uma opção. Quem quer faz, quem não quer não faz. Já está provado que parir em casa é tão ou até mais seguro do que ter filho em hospital. Então que cada uma faça a sua escolha. Continuar pensando em parto como uma catástrofe prestes a acontecer é um direito que assiste a todas, mas não se justifica cientificamente.

Erres Errantes disse...

Eu vi a reportagem do Fantástico e acho que a opinião do doutor Kuhn foi muito responsável, enfatizando que um parto domiciliar só deve ocorrer se a gravidez for tranquila. Os médicos do Cremerj parece que estão com medo de as mulheres aderirem ao parto domiciliar e eles ficarem sem os lucros de fazer cesarianas em série.
A maneira como os partos são feitos em hospitais é revoltante. Se for para parir em hospital, acho preferível uma cesariana do que ficar horas e horas num parto normal em que parece que a mulher está pagando todos os pecados, a começar pelos maus tratos dos médicos, que ficam impacientes pelo fato de o parto normal durar horas, até a própria posição em que as mulheres ficam, deitadas, contra a gravidade, quando todos sabem que é muito melhor que ela fique de cócoras para facilitar o deslizamento do bebê pela vagina. Para se ter noção de como isso é óbvio, é só imaginar que o parto normal com a mulher deitada é tão absurdo quanto defecar deitado, e não sentado. Além disso, ainda existe o tal do corte no períneo, que já foi provado cientificamente que é totalmente desnecessário, só serve mesmo para deixar a mulher com a vagina mais frágil e vulnerável. Enfm, parece que tudo é uma desculpa para punir a mulher que "abriu as pernas" para um homem e que, consequentemente, engravidou.
Acho também que o sistema de saúde deve passar por uma reforma profunda antes de ser popularizado o parto domicialiar. Afinal de contas, quantas mulheres têm reais condições de escolher como parir? Isso me parece um privilégio de mulheres ricas. A grande maioria das gestantes ainda é obrigada a sofrer as cesarianas em série mesmo, ou sofrer vários tipos de violência num parto normal, em condições totalmente desumanas.

Josi disse...

É verdade, Erres, por um lado é interessante compreender que popularização + falta de educação da população traria problemas sim. Contudo acredito que a prática não deva ser proibida, deve sim ser discutida e regulamentada, com critérios e requisitos bem estabelecidos para ser feita. Acredito também que essa popularização não será feita agora, já que a nossa cultura é desfavorável ao PD. Mas é um grande passo garantir esse direito às mulheres que desejam, se informam, avaliam, optam, possam ter seus filhos em casa e os médicos possam dar essa assistência, sem sofrerem represálias e punições dos seus Conselhos. Se uma enfermeira obstetra e obstetrizes podem atender, por que os médicos não poderiam? Se o médico pode ser punido em casa, igualmente deve ocorrer no hospital. Por que o Conselho não se preocupa em punir médicos que fazem cesáreas desnecessárias e mal indicadas por conveniência, visto o índice de 90%da rede privada, colocando em riscos mais elevados e significativos mães e bebês, do que esses 2% de mães que optam em ter seus filhos com segurança em seu lar, com o respaldo de médicos e profissionais que se dedicam, estudam e se apoiam em evidências e estudos científicos, recomendados pela OMS? Quem é que está desrespeitando as recomendações da OMS?? O médico "parteiro" ou o "cesarista"?

Erres Errantes disse...

"Se o médico pode ser punido em casa, igualmente deve ocorrer no hospital"

Concordo plenamente, Josi. Imaginem, querem punir o doutor Kuhn simplesmente porque ele deu uma declaração favorável ao parto domiciliar, mas existem médicos que cometem todo tipo de abusos com as pacientes nos hospitais e não sofrem qualquer punição. Acho que essa impunidade está ligada ao fato de que o parto cirúrgico é muito mais lucrativo, e tem gente dos conselhos de medicina que receia perder uma fonte de renda tão abundante.

Alaya disse...

Verô, a maioria dos médicos, por mais humanos e bem intencionados que sejam, desconhecem como funciona um parto domiciliar, e imaginam uma cena caricata com parteira benzedeira e toalhas... Não é assim, a equipe de parto domiciliar é capacitada para executar inumeras intervenções, e levam todo um aparato para isso. Material de sutura, esterilização, hormonios sintéticos, oxigênio e um monte de outras coisas. Não é um parto feito sem nada, na irresponsabilidade.
No mais, precisamos entender como funciona a dilatação numa mulher e que não existe falta de dilatação, toda mulher dilata se lhe é oferecida as condições (e o TEMPO) necessário pra isso.. em hospitais geralmente falta as duas condições, você recebe prazo pra parir em X horas (imagina ouvir de um médico "olha se você não fizer cocô até daqui duas horas quer dizer que seu intestino não funciona e vou ter que passar um bisturi em vocÊ".. dá pra relaxar e dilatar assim, com essa pressao? Não dá!! Sem contar outras intervenções e atitudes que desoconsideram a dança hormonal e fisiologica do parto..
Eu sei que você passou a vida acreditando que foi salva da morte por uma cesárea... mas no final provavelmente sua mãe foi vítima do despreparo médico para acompanha um parto.. falta de dilatação é mito.. assim como cordão no pescoço e tantas outras coisas que falam por ai.

Em um parto em casa o bem estar da mãe e do bebê são constantemente monitorados

Alaya disse...

o importante é que um estudo feito durante 5 anos com 529.688 partos concluiu que a taxa de mortalidade neonatal é

em domicilio: 0,15%
em hospital: 0,18%

se a OMS aprova, porque não posso ter meu parto em casa?
Corporativismo médico!
defendemos a liberdade de escolha! apenas isso

Thalita disse...

Carol, qual é a tanta falta de informação? Eu disse que mesmo num hospital top tive alguns problemas e que em instituições menos conceituadas deve ser pior. É verdade que não tenho informações sobre isso, mas parece um raciocínio lógico.
Alaya, se a diferença entre ocorrências de problemas é de 0,03% do jeito que as coisas estão, me parece que melhorar as condutas hospitalares é ainda mais importante. Imagino que em casa só aconteçam os partos de baixo risco e de pessoas muito bem informadas, de forma que essa estatística me parece favorável aos hospitais mesmo com todos os problemas que eles têm. Imagina só se conseguirmos diminuir os casos de violência e de intervenções desnecessárias nos hospitais, bandeira que ninguém tem como ser contra.
De resto, é a minha escolha. Claro que qquer coisa pode acontecer. Ainda grávida quase fui atropelada por uma bicicleta na minha rua. Mas isso eu não posso controlar, já estar em um local com todas as condições para qquer emergência é uma escolha minha.
Mas se eu não deixei claro antes, claro que deve haver liberdade de escolha. Eu só jamais faria ESSA escolha.

Alaya disse...

As mulheres e bebês morriam no passado por FALTA DE ASSISTÊNCIA gente...

falta de prenatal, falta de higienie básica.. a medicina avançou, é verdade. Hoje mulheres que sofrem de pre-eclampsia tem tratamento pra isso.. placentas que bloqueiam o canal de parto são indicativo de cesariana. Mulheres com diabetes gestacional, problemas cardíacos, com gêmeos, problemas renais, lesão de herpes genital ativa, e outras coisas não podem ter parto em casa. Em 15% dos casos a cesariana é uma necessidade e salva vidas. E em outros casos é importante estar no hospital.
As mulheres não morriam no passado por causa de parto em casa, mas porque representavam esses casos em que a cesarea era necessaria e que a medicalização e assistencia hospitalar era importante. Mas nem todo mundo é um caso desses.

Numa gestação saudavel, de baixo risco, o parto domiciliar é seguro e possível

Alaya disse...

Thalita, nesse estudo so foram analizados partos de baixo risco, tanto no hospital quanto em casa..

É o que a outra colega disse acima..
as intervencoes hospitalares, como oferta rotineira de ocitocina sintetica, posicao deitada, manobras arcaicas que não sao mais recomendadas mas os medicos continuam praticando, cortes na vagina etc.. tudo isso GERA risco.

É verdade, precisamos também focar em melhorar o atendimento hospitalar.
Entao novamente a unica coisa que esta sendo posta em cheque aqui é o direito de escolha, o direito da mulher parir onde ela se sente mais confortavel, para algumas é o hospital, para outras é sua casa.

Fernando Borges disse...

Não sei se é sensato fazer um parto em casa... Se for com uma equipe composta de profissionais capazes de atender a qualquer complicação, então me parece okay. Agora se for apenas com uma pessoa que não está habilitada a fazer intervenções, então não sei.

O parto, como muitos disseram, é algo fisiológico no qual todo o corpo centra toda a atenção no que está ocorrendo, mas isso não quer dizer que não possa ocorrer alguma complicação.

E mesmo em partos normais é comum que seja necessário um procedimento que chama episiotomia, que consiste num corte no períneo, para facilitar o parto e evitar algum dano maior (como uma dilaceração no momento do parto) na região. Como fazer isso em casa sem um médico? Sem uma estrutura adequada.

Também vi muita gente dizendo que é a mulher que deve decidir como será o parto... Mas e se o parto recomendado pelo médico não for o que essa mulher prefere ter? O médico tem que acatar o que a paciente acha melhor? Acredito que não. Eu não acataria. Não estou falando de tirar a liberdade de ninguém, mas sim de fazer o que é considerado melhor pelo profissional que dedicou sua vida para isso. A mulher pode simplesmente achar outro médico que faça o que ela quer, claro.

Sobre as cesárias, concordo que ela é utilizada muito além do que deveria. Mas eu até entendo (ou não, afinal sou homem rs) o motivo de muitas mulheres preferirem a cesária. Isso as poupa de todo um processo que em geral é extenuante e doloroso. Claro que existem partos nos quais a coisa toda ocorre de forma mais agradável, mas não sei se isso representa a maioria. Todos os partos normais que eu assisti nos estágios que fiz consistiam numa verdadeira sessão de gritos e xingamentos por parte da mãe e ela não parecia estar num momento maravilhoso de ligação com o filho.

Enfim... Essa é a minha opinião.

Alaya disse...

Fernando... a episiotomia não é necessária. Desde 1986 a OMS lançou uma cartilha de praticas desrecomendadas para parto natural e a episiotomia está entre ela. Não há nenhuma evidência cientifica que corrobore o uso da episiotomia, pelo contrário, ela apenas prejudica a musculatura da mulher e causa todo esse medo de parto normal.

vou repetir de novo o que ja disse varias vezes aqui. parto em casa é acompanhado por profissionais capacitados com aparato médico para diversas intervencoes. Parto em casa é pra gestante de baixo risco.

O parto funciona bem quando a mulher tem a chance de desligar o neocortex dela. Parto esta ligado ao sistema limbico, ao nosso cerebro mais primitivo. Tudo que ativa o neocortex e a producao de adrenalina atrapalha o parto: frio, medo, pressao, luz forte, linguagem, necessidade de responder perguntas, falta de liberdade, falta de privacidade...

por isso as pessoas conseguem ter partos mais faceis em casa.. la elas nao tem nada disso atrapalhando.

Fernando Borges disse...

Alaya

Como eu disse, não vejo nada de errado num parto em casa, contanto que haja toda uma equipe capacitada para fazer qualquer intervenção que possa ser necessária.

Sobre a episiotomia, não sei se podemos descartar o seu uso em todos os casos, considerando que pode ocorrer uma dilaceração na região que, no fim das contas, terá o mesmo resultado, porém sem a precisão de um corte cirúrgico.

De qualquer forma, não posso entrar muito nessa questão, afinal não sou nenhum especialista e ter feito alguns estágios em obstetrícia não me torna um expert rs

Alaya disse...

Fernando, tem uma médica muito boa no brasil, a dra. Melania Amorim, que além de médica é pesquisadora, com doutorado, participa de congressos etc. E ela adotou na pratica dela (pelo SUS) nunca fazer episiotomia. Faz 10 anos que ela não faz. Recentemente fizeram um estudo com pacientes dela, e olha que legal o resultado:
de 94 partos apenas 5 tiveram lacerações iguais ou maiores que uma episio..
nao justifica cortar todas as outras 89 por causa disso ne?

Partos SEM episiotomia: resultados

Do nosso projeto do ISEA, em Campina Grande, até o momento incluídas 94 mulheres:

NENHUMA episiotomia!!!

RESULTADOS PERINEAIS:
Nenhuma laceração vaginal = 41 (49,4%)

Laceração de 1º. grau sem sutura = 11 (13,3%)

Laceração de 1º. grau com sutura = 15 (18,1%)

Laceração de 2º grau com sutura = 16 (19,3%)

Lacerações semelhantes a uma episiotomia (extensão, profundidade) = 4 (3 fórceps, 1 feto macrossômico). Todas as outras menores.

Laceração de colo = 1 (revisão pós-fórceps)

..
lacerações graves sao geralmente causadas por algumas condicoes como obrigar a mulher a ficar em litotomia (deitada), fazer manobra de kristeller (ficar empurrando o fundo uterino da mulher a força, isso tb é descrecomendado pela OMS), puxos dirigidos de força (força demais e na hora errada), uso rotineiro de soro de ocitocina (que estressa o utero e triplica a força das contracoes).. e claro, a mulher estar tensa. Afinal medo e tensao fazem a gente travar a musculatura.

Uma mulher que tem liberdade de movimento, pode escolher a posicao que quer parir, sem ter seu corpo estressado com um "apressamento" do parto, sem estar com medo, essa dificilmente tera uma laceração maior que uma episio..
Entao a episio acaba sendo uma mutilacao.

Liana hc disse...

Fernando, o parto é um evento que mobiliza o corpo e a mente de maneira muito intensa. Não tem que ser limpinho. Mesmo com gritos, algumas dores, imprevistos etc é totalmente possível que seja bom para a mãe e para o bebê. A parte primitiva e instintiva do cérebro está a todo vapor, é a parte que mais nos aproxima dos outros animais. Se a mulher não estiver psicologica, emocionalmente bem, e se estiver num ambiente que não acolha essas necessidades, vai ficar difícil aguentar o tranco. O problema não é o parto, mas o modo como ele ocorre.

E é realmente difícil estabelecer qualquer conexão emocional em um hospital. No geral, este é um ambiente projetado para ser frio e impessoal, onde devemos ser "pacientes", e não emotivos. Ou no caso de ter sido feito em casa, mas sem qualquer preparo da gestante.

O parto, ao contrário do ambiente hospitalar, pode e quase sempre desencadeia emoções fortíssimas na mulher. Não é hora para ser tímida, inibida, para delegar a responsabilidade para outras pessoas, para ficar imóvel, calada, obediente. É hora de se permitir levar pelo processo, qualquer q ele seja. Lembrando que isso se refere a gestação saudável. Mas a mulher se vê obrigada a suprimir estas reações porque senão irrita médicos e pacientes, ou exprime mas de maneira totalmente desequilibrada. Fora a criação que a maioria das mulheres recebem com relação ao próprio corpo, a sexualidade. E tbm lembrando a quantidade grande de mulheres que sofreram agressões sexuais e no modo como isso pode se refletir no momento do parto, com as pernas abertas, pessoas em volta, tocando na vagina dela nem sempre de forma gentil, medos e inseguranças...

Liana hc disse...

Sobre a episiotomia, o corte que TALVEZ ocorra no parto vaginal é superficial. RARAMENTE passa disso, quando muito são arranhões. Já o corte cirúrgico é profundo, precisa de ponto e deixa uma cicatriz justamente na parte mais sensível da vagina da mulher, o que pode trazer reflexos negativos na vida sexual da mulher. Há pesquisas científicas embasando isso. Não vejo porque a episiotomia deveria ser encarada como algo rotineiro, já que raramente é necessária. Mesmo quando necessária, costuma ser consequência de partos mal conduzidos. E fico me perguntando se homens encarariam com tanta naturalidade receber cortes profundos e desnecessários na glande, em caráter preventivo a um evento altamente improvável.

-

E um "detalhe" que eu acho que muita gente esquece, é que quem manda dentro de um hospital não é o paciente, são os protocolos médicos e que devem ser seguidos à risca pela equipe. Tem mulher que acha que se estiver descontente com alguma prática, simplesmente vai chegar lá e reclamar e vai ser atendida e não é bem assim. Hospital foi feito pra médico, não pra paciente. Não é a toa que ali dentro na hora do parto a posição tradicional é a que deixa o MÉDICO mais confortável, e não a mulher que está parindo. Apressando o parto, porque tem mais na fila. Ou ginecologista homem que põe funcionária mulher na hora da consulta quando vai ter que tocar no corpo da paciente, essa medida é para preservar os médicos de serem processados, e não para proteger as pacientes de sofrerem agressões sexuais. É assim que o sistema age, infelizmente.

Fernando Borges disse...

Alaya

Não acredito que possa ser considerada uma mutilação, com esse tom pejorativo. A meu ver está mais pra uma prevenção. Um corte cirúrgico me parece melhor do que uma laceração. E como você mesma colocou nos dados, essas lacerações são muito comuns.

E a episiotomia não é utilizada em todos os casos (ou não deveria ser), mas apenas quando necessário.

Mas como eu já disse, não posso entrar nessa questão específica, pelo menos não enquanto não estudo mais a fundo o assunto, mas quanto ao parto domiciliar, continuo achando okay, contanto que haja uma equipe capacitada, que inclua médico e enfermeiro. O enfermeiro não está habilitado e realizar partos com complicações e, quando um parto que aparentemente seria normal (eutócico) toma outro rumo, o médico precisa ser imediatamente acionado. Então me parece difícil uma estrutura dessas em casa, mas se possível, então okay.

Fernando Borges disse...

Liana

Sobre a episiotomia, estou apenas dizendo o que eu aprendi quando fazia enfermagem, mas não me aprofundei na questão e não posso afirmar o que é melhor ou não. Agora estou na medicina e me aprofundarei mais na questão (embora obstetrícia não seja a área em que desejo me especializar).

Mas a questão central é o parto domiciliar. Nunca acompanhei nenhum parto realizado na casa de uma paciente e não tenho experiência nisso, mas conheço os procedimentos para garantir que tudo ocorra como o planejado e que qualquer complicação seja prontamente solucionada e, para isso, é preciso uma equipe com médicos e enfermeiros. Se essa estrutura for possível numa casa, então ótimo. Caso contrário, o mais sensato, na minha visão (NÃO SOU ESPECIALISTA rs) é o parto no hospital.

E, por fim, minha opinião não é machista (ou acredito que não seja; às vezes somos machistas e não percebemos), mas sim baseada no que se acredita ser o melhor para a paciente. Se a episiotomia não é o melhor procedimento, não é por ser homem que vou pensar o contrário.

Alaya disse...

Fernando, to so respondendo porque acho bacana conversar com você.

Como voce viu nos dados que coloquei, quase 70% das mulheres tiveram ou nenhuma laceração, ou uma laceração apenas na mucosa que não precisou nem de pontos..

ja a episiotomia corta a musculatura, é uma laceração de segundo grau. Então parece meio "burro" cortar todas as mulheres (como comummente ocorre nos hospitais) pra evitar que cerca de 5% delas tenha uma laceração maior..

melhor seria evitar as causas que levam a uma laceração. Já acompanhei parto de bebê com 4.300kg, que nasceu sem nenhuma laceração. Justamente porque a mãe relaxou e não estava com medo =)

Mas não to te chamando de machista nem nada viu! Só conversando.
A propria Dra. Melania conta que ela aprendeu na faculdade a fazer episiotomia e depois ao pesquisar os artigos e estudos e evidencias descobriu que nao há nada que justifique o uso dela, até que a OMS deixou de recomendar.. entao prq os medicos ainda fazem?
É só um dos muitos questinamentos que deveriamos fazer =)

abraço!

Fernando Borges disse...

Alaya

Claro, também estou achando bacana. Eu não sabia que a episiotomia não é mais recomendada pela OMS e agora poderei questionar meus professores quanto a isso e me atualizar sobre quais são são os melhores procedimentos.

Abraço :)

Anônimo disse...

Qual é a lógica de evitar machucados machucando?
É isso que a episiotomia faz, um corte para "evitar cortes"?
E o mais engraçado de tudo é que todas as mulheres que eu conheço que fizeram episiotomia tiveram problemas depois.
Desde a falta de controle do músculo até rompimento dos pontos e infecções. Coisa que não aconteceu com as que não fizeram esse corte "para evitar cortes".
.
Atenção: claro que a episiotomia é necessária em casos excepcionais.O problema é transformar a exceção em regra e expor mulheres a riscos e procedimentos cirúrgicos invasivos e desnecessários. E o pior, sem informá-las disso.

Josi disse...

Só para constar: pari meu filho em posição vertical, e não tive NENHUMA laceração, não levei NENHUM ponto. E ele nasceu com 3,4 Kg.
A posição deitada é grande vilã nesse processo, pois pressiona o assoalho pélvico e a laceração torna-se inevitável.

Bruna disse...

Meu testamento, vamos lá:
(estou no 10º período de med e atualmente no estágio de obstetrícia e ginecologia)

O cremerj foi radical, achei feio demais.
Mas acho parto domiciliar um perigo. Gestação e parto, mesmo com tudo transcorrendo normal, não são isentas de risco, que é sempre maior que um estado não gravídico.

A dilatação do colo pode não progredir e aí não haver passagem (produzindo hipóxia cerebral e levando um bebê todo bem formado a ter paralisia cerebral - PC e ser para smepre dependente. e isso ocorre em questão de poucos segundos), em casa não tem alguem monitorando o BCF (batimento cardíaco fetal), que se reduzir muito, também pode levar à temida PC ou mesmo a morte fetal, além da materna (detalhe, no começo do trabalho de parto, o bcf deve ser monitorado a cada meia hora, e no período expulsivo, quando o neném já está no canal vaginal, a cada 5 minutos); e por fim, o sangramento normal de um parturiente já é uma quantidade grande. E sangramento excessivo é uma grande causa de morte durante o parto. Por isso, acho que é necessária assistÊncia hospitalar sim.

Mas claro, existem hospitais e hospitais. Conheço as maternidades do HC da UFMG e do Risoleta Neves - HRTN.

No HC, mesmo o parto vaginal é extremamente intervencionista - ocitocina no soro e episiotomia praticamente pra todas as parturientes, além de que todas ficam em litotomia (posição ginecológica, deitada, que não aproveita o efeito da gravidade e ainda diminui em 30° o ângulo da pelve)
É um parto protagonizado pela equipe médica, enfim. Detestei meus plantões lá. No entanto, em caso de necessidade de maior intervenção - cesárea com indicação, complicação de pré-eclâmpsia, prematuridade, doenças congênitas, considero que lá seria um bom lugar para ganhar um bebê em termos de segurança para o binômio mãe-feto, apesar da falto de um espaço humanizado.

Já no Risoleta, o parto é lindo! Um quarto imenso com banheiro só pra parturiente; no banheiro, há uma ducha quente e uma bola de pilates, para a mulher sentar na bola tomando ducha para alívio da dor;
há possibilidade de pedir por anestesia, se for da vontade da mãe; e elas ganham neném na posição que quiserem - estimula-se a posição de cócoras, que favorece bastante a passagem e inclusive é posição que as índias têm parto. A equipe é mais humanizada, com uma boa interação entre médicos, equipe de enfermagem e a enfermeira obstetra, que faz uma super diferença- sou fãzaça delas, só não gosto quando nos impedem de "pôr a mãe na massa" na hora do parto, rs (não quero formar sem saber fazer!) Mas é um parto protagonizado pela mulher - o que eu acho certo, e pra mim, faz toda a diferença.
E tudo isso ocorre sem deixar de monitorar a progressão da dilatação do colo, o BCF, as lacerações após o parto, e suturando onde for necessário. E um pediatra que assiste à criança, mas sem roubá-la da mãe nos seus primeiros instantes. Após nascer, a crinaça fica no colo da mãe, aí o pediatra fica com o nenê 5 minutos para fazer o escore Apgar, e logo devolve. Só depois faz a sabatina de vacinar, pingar colírio, etc.
Eu teria um parto lá. Inclusive soube que uma residente de ginecologia e obstetrícia ganhou filho lá.
Mas em casa, sinceramente? Se os riscos de PC, morte materna intraparto forem (vamos supor) 0,5% no hospital e 1% em casa, você assumiria esse risco? Eu não.

Alaya disse...

Bruna

o importante é que um estudo feito durante 5 anos com 529.688 partos concluiu que a taxa de mortalidade neonatal é

em domicilio: 0,15%
em hospital: 0,18%
A medicina deve sempre ser embasada em evidência cientifica e atualizada com os melhores estudos. A OMS preconiza que em caso de gestação de baixo risco a mulher deve ter o direito de escolher onde quer parir, e que pode ser em casa.
Desproporção céfalo-pélvica só pode ser medida durante o parto, no caso de uma parada de progressão em que há batimentos cardíacos fetais não tranquilizantes. Muitas vezes mulheres acabam em cesarianas pois no hospital são obrigadas a ficar deitadas. Ninguém avisa que rebolar, caminhar, se agachar, ajuda o bebê a descer, mudar de posição, encaixar..
Em casa TEM alguém monitorando o BCF. As obstetrizes, as parteiras profissionais, e os obstetras humanizados que atendem em casa levam todo o aparato para isso. Levam o dopler, o material de sutura, a ocitocina sintética (para o caso de uma hemorragia pós parto por exemplo), levam o oxigênio, levam material de aspiração etc etc..
O BCF do bebê não cai de uma hora pra outra. Ele não ta a 120 e de repente vai pra 50.. tudo isso é monitorado durante o parto em casa e qualquer alteração mais significativa o plano B (hospital e obstetra no hospital já escolhidos antes do parto) é acionado. (e se for preciso uma cesariana, o tempo de chamar o anestesista, e preparar a sala de cirurgia, é o tempo de deslocamento da gestante até o hospital.
Os dados mostram que cerca de 12% dos partos domiciliares viram transferências para hospital. E não é porque vai acontecer alguma tragédia, mas por alguma alteração que se achou melhor ir pro hospital. Ainda assim, desses 12%, apenas uns 2% viram cesarianas. Tudo é monitorado com cuidado, com toda a assistência possível. Parto domiciliar não é igual parto desassistido!
Parto prematuro (antes das 37semanas), pressão arterial alterada, diabetes gestacional, gêmeos, cesárea anterior, lesão ativa de herpes, problemas cardíacos ou renais, bebê pélvico, placenta prévia etc etc IMPEDEM o parto de ser em casa. Ninguém é irresponsável.
Que bom que no Risoleta é assim, fico feliz mesmo!!

Liana hc disse...

Fernando, tbm não te chamei de machista não :) Falei pensando nas práticas médicas que infelizmente guardam ainda alguns machismos e que se somam às comodidades e conformismos, em detrimento dos pacientes. Aí como vira norma e rotina (e em alguns casos, é mais rentável para o médico), as pessoas vão absorvendo aquilo como se fosse realmente justificável. Já é uma coisa estrutural, não adianta só um punhado de pessoas exigindo mudanças, é preciso mais informação e mobilização da sociedade como um todo. Não só em relação ao parto, mas ao atendimento geral à população.

Outro exemplo é o número alarmante de histerectomias e que quase na totalidade é uma cirurgia desnecessária, mas é mais "fácil" (para a comodidade do médico) de fazer e o convênio paga mais; assim como é mais cômodo recomendar uma cesarea, dar remédio para acelerar o parto etc. Fora que tem toda uma ideia de que mulher sente mais dor mesmo, é normal e temos que aceitar. A dor é um sintoma importante e em mulheres costuma ser mais menosprezada, tida como frescura. No contexto de um parto, toda essa crença e essa prática são péssimas para a mulher. Difícil parir tranquila desse jeito.

Carol M disse...

Existe a possibilidade da gestante parir sem ser em posição ginecológica num hospital ou só nos muito magníficos como esse Risoleta?

André disse...

Alaya,
Todo esse material e pessoal que vai para a casa da gestante é obrigatório? Isso é feito aqui no Brasil? Para gestantes de todas as classes sociais?

Alaya disse...

PORQUE ALGUEM DESEJA TER UM PARTO EM CASA? resposta de várias mulheres

- Para estar no conforto da minha casa, onde me sinto segura e acolhida por pessoas de confiança

- Pq quero evitar intervenções desnecessárias em mim e no meu bebê
Pq terei assistência individualizada, e porque fui informadas dos benefícios e riscos e estou fazendo uma decisão informada

- Porque quero minha família e quem escolher para ficar por perto
Porque não serei separada de meu bebê e já poderei criar um vínculo imediato ao nascer

- Porque assim também a amamentação já será estabelecida

- Porque parir é fisiológico e me sinto bem assistida com os profissionais em casa, e temos um plano B para transferência hospitalar caso necessário

- Não quero ter que sair de casa, deixar outros filhos sem ter necessidade.

- Quero estar no conforto do meu lardo ao lado de quem amo neste momento tão especial que é o nascimento de mais um bebê.

- Quero evitar intervenções desnecessárias para mim e para ele.

- Não quero ter que me preocupar se o atendimento será respeitoso ou não, conforme o profissional que me atender.

- Não quero ter que me preocupar se o hospital irá separar meu bebê de mim ou não.

- Pq em casa não terei que lutar contra a violência obstétrica tão constante em hospitais

- Pq desejo um parto natural, sem drogas, sem episiotomias, e em casa terei meus desejos respeitados

- Pq com essa opção estarei diretamente envolvida em TODAS decisões sobre meu pre-natal, TP parto e pós parto.

- Pq em casa ninguém vai querer apressar o TP natural, não receberei drogas para indução ou condução, meu bebê terá seu tempo respeitado

- Porque em casa posso comer e beber quando quiser, me movimentar o quanto quiser, enfim, tenho liberdade, afinal, estou em casa!
Porque em casa meu bebÊ não será exposto a altos níveis de bactérias, não irá para o berçário e não receberá leite artificial contra minha vontade

- Pq não preciso me separar dos meus filhos mais velhos, eles podem escolher participar do nascimento do irmãozinho/a o quanto quiserem

- Pq eu não quero sair mais uma vez do hospital com infecção hospitalar.

- Porque parto em casa em gestação de baixo risco é SEGURO- as evidências científicas provam isso!

- Porque eu fiquei me perguntando pq diabos fui parir no hospital na minha primeira vez.

- Pq meu bebê de 1 ano e 6 meses não merecia ficar sem mim uma noite inteira sem mamar.

- porque não tem explicação eu ficar presa no hospital depois de parir tendo que esperar 24 longas horas pra voltar pra casa, estando eu e meu bebê sadios.

- pq não queria que minha filha passasse por tratamento desumanizado após nascer.

- Pq eu associo hospital com doença e morte, porque durante minha infância vi minha mãe ter que ir pra hospital varias vezes e sempre foi traumatizante, porque nao me sinto segura em hospital.

- Pq quando fui para um hospital não tive minhas decisões respeitadas e passei por diversos tipos de violência

- porque em casa não sou só mais uma “mãezinha”

- Primeiro porque as maternidades privadas brasileiras não tem uma sala de parto normal decente, as PPP são nos blocos cirurgico, a mulher precisa usar roupa de bloco cirurgico, isso morga. Hospitais como o que tive minha filha em Recife aceitavam o parto no quarto, hoje alem de não aceitar, está dificultando dar vaga a gestantes que chegam em TP. Ou seja, parir nas maternidades privadas hoje está mais dificil, o modelo hospitalar é que está fazendo as mulheres buscarem mais o parto em casa.

- porque quer poder pedir por meu marido me fazer um capuccino no meio do trabalho de parto

- porque gravidez não é sinonimo de doença

Alaya disse...

André, é obrigatório levar todo esse material sim. Existem profissionais em várias cidades do Brasil que acompanham parto em casa. Mas são poucos, ainda mais com os conselhos perseguindo né. A maioria facilita pagamento, mas infelizmente o acesso ainda é difícil.
Se o parto em casa pudesse ser regulamentado, então as enfermeiras obstetras e parteiras formadas poderiam acompanha-lo também. É um parto de custo muito mais baixo que uma cesariana ou um parto medicamentoso, com a regulamentação e um funcionamento bom da rede cegonha que o Ministério da Saúde está implementando, mais pessoas teriam acesso. Sai mais barato pro governo e pros planos de saúde inclusive..

Josi disse...

Carol M, a posição que a mulher deseja parir depende muito da equipe médica aconselhar e incentivar. Troquei de G.O as 24semanas por outra que foi maravilhosa, me aconselhou a fazer plano de parto, tive total liberdade, fui acompanhada por uma doula maravilhosa e experiente... A G.O. pouco interviu, ficou monitorando, observando... Não sofri nenhuma intervenção. E se eu quisesse analgesia, ou tivesse que sofrer alguma intervenção, ela me informaria e avaliaríamos juntas. Isso é respeito.
Se fosse um obstetra tradicional e sem a presença da doula, provavelmente pariria deitada, com acesso, soro ocitocina, analgesia e episiotomia - se não fosse pra cesárea. Não era isso que eu queria. E se fosse pelo plantão ou SUS, provavelmente eu seria mais uma "mãezinha" e meu filho mais um "bebezinho" da linha de produção.

Diva disse...

Infecções puerperais podem ocorrer mesmo fora do ambiente hospitalar. Os partos evidentemente não são 100% seguros em nenhuma circunstância, a questão me parece ser sobre qual opção é mais segura.

Mas infecção HOSPITALAR, obviamente só acontece no hospital.

E pq eu disse isso?

Simplesmente porque todas as modalidades de parto contém riscos, como já se observou tão bem por aqui.

Lá em cima eu escrevi: sou a favor da OPÇÃO do parto blablablabla.

Pintar o diabo em cima do parto domiciliar assistido em favor de algo que nem de longe é infalível no quesito segurança (parto hospitalar, n intervenções e muitas delas desnecessárias, parto vaginal deitado, cesariana de pseudo-emergência etc.) não me parece coerente, daí que prefiro que a mulher tenha poder decisṍrio de resolver se quer isso para si ou não.

Diva disse...

Off topic, mas Lola sua LINDA, depois que você tirou a opção do anonimato a coisa melhorou muito... obrigada.

Ass: ex-anônima que postava todo santo dia.

André disse...

Alaya,
Se não me engano, já faz muito tempo, o SUS paga em torno de R$700,00 por um parto e os médicos cobram em torno de R$5.000,00, se for particular. Você sabe quanto custa um parto em casa (valores aproximados)?

Alaya disse...

em torno de 3 a 7 mil.

já os médicos cesaristas de plano de saúde chegam a ganhar esse valor por dia, todos os dias..

quem acompanha parto normal não tem o luxo de atender 20 partos por dia, e só pode pegar um numero maximo de gestantes por mês..

SFBMB93 disse...

Lola, um ataque ao seu blog está sendo preparado pelo site http://www.brchan.org/b/
É lá onde se reuniam os autores do blog "Silvio Koerich", blog masculinista que pregava o ódio, e hoje estão presos por divulgar pornografia infantil.
Acho que seria bom fazer um post sobre esses doentes e o perigo que podem causar.

Thalita disse...

Carol M
O ideal é pesquisar em cada maternidade. A Perinatal, no RJ, tem sala de parto humanizado com uma cadeira, ou seja, posição vertical. Tem acessório pra ficar de cócoras tb se a mãe assim desejar.
Lembrando que a maternidade oferece a estrutura, mas o obstetra é que decide o que vai acontecer, ou seja, é mais importante ter um GO confiável. Procurei muito pra achar uma médica que não marcasse cesariana com antecedência só pq sim. No fim, acabou sendo cesárea pq minha placenta se esgotou e eu nunca q entrava em trabalho de parto, mas ela normalmente incentiva a grávida a levar até o fim. O que eu nunca vi naquele consultório era mulher querendo parto normal, todo mundo pedia cesárea...

Adèle Valarini disse...

Esse papinho de que "a mulher, tadinha, pra quê vai ter de sentir dor sendo que já existem recursos para aliviar essa dor dela, sendo que a medicina pode "salvar" ela da dor do parto"... Esse papinho para mim não cola.
Sabe porque? Porque existem muitíssimas mulheres que DESEJAM sentir essa dor e são impedidas todos os dias; existem milhares de mulheres que são obrigadas a entrar em uma verdadeira GUERRA para poder ter o direito de sentir essa dor, inclusive são obrigadas a trocar de médico várias vezes durante a gestação, e às vezes até mesmo durante o trabalho de parto!(http://adeledoula.blogspot.com.br/2012/04/relato-de-parto-normal-apos-cesariana.html)
Quantas mulheres não ouvem, desde a primeira consulta com o médico: "eu só faço cesária", ou: "se você quiser a cesária, o convênio cobre, mas se quiser TENTAR o parto natural (sem nenhuma garantia de que eu vá esperar você conseguir, by the way), é 5,000R$ por fora, porque eu não acompanho parto normal pelo convênio"? Muitíssimas. (no Grupo de Gestantes que eu organizo, a MAIORIA!)
NÃO EXISTE ESCOLHA! Existe uma enorme manipulação durante o pré-natal para forçar a mulher a optar por uma cesária, ou pelo menos aceitar se submeter a uma, sob a ameaça de ficar sem atendimento mesmo, ou passar pelo pior tipo de experiência possível (partos traumáticos geram as MESMAS CONSEQUÊNCIAS PSICOLÓGICAS DE UM ESTUPRO)!
E agora com essa caça às bruxas dos Conselhos de Medicina, os pouquíssimos profissionais que apoiam e acompanhavam partos domiciliares estão deixando de acompanhar, por medo de sofrer retaliação dos Conselhos, deixando assim as mulheres CADA VEZ MAIS DESAMPARADAS!
É para isso que esta marcha está sendo organizada: pelo direito das mulheres optarem pelo local de parto no qual se sintam mais confortáveis para parir E QUE POSSAM CONTAR COM EQUIPES QUALIFICADAS PARA ACOMPANHÁ-LAS NO LOCAL DE SUA ESCOLHA.

Lays, mãe e tudo o mais. disse...

Lendo os últimos posts, de maneira geral, senti que estamos perdendo o foco, de uma discussão sobre a humanização do atendimento à mulher gestante como um todo (incluindo aí o direito ao PD, se for o desejo dela), para focar apenas na questão de poder ter o PD. Inclusive com a campanha em favor do PD em detrimento ao hospitalar.

Não é por aí, não acredito que seja. Até porque o PD descrito aqui, com todo o acompanhamento necessário, tem um custo inacessível à maioria das mulheres. Por outro lado, se conseguindo a humanização do atendimento como um todo, mantém-se o direito ao PD.

O que deve estar aqui como foco, acredito, è a luta pelo respeito às escolhas da mulher, pelo tratamento humano e respeitoso em qualquer situação e não sobre via de parto X ou Y.

Camila disse...

Lays,

Concordo contigo. E iria além. A mulher tem o direito de participar ativamente das decisões sobre o parto desde o início do pré Natal.

A mulher que chegar pro médico e disser "quero fazer uma cesárea" deveria ouvir "então leia este material e se informe de todos os procedimentos e riscos, banque sua escolha e estamos conversados".

Da mesma forma, a mulher que disser "quero ter um parto domiciliar" deveria ouvir ao invés de "sua louca", "o material pra leitura é este aqui, se informe e banque sua escolha".

É essa a briga. Essa a luta. Nossos corpos estão sendo desconsiderados, nosso direito à informação é praticamente anulado.

Eu mesma cheguei a ouvir do obstetra "cuide do enxoval, quem se preocupa com o parto sou eu", entre outras barbaridades.

Anônimo disse...

O pior é ainda ter de ler coisas como essa:
http://ceticismo.net/2012/02/01/defensora-de-parto-residencial-morre-ao-dar-a-luz-em-casa-darwin-faz-uma-marquinha/

vindas de gente que se diz "defensor da racionalidade", mas que na prática agem como moleques e fanáticos.
Pelo menos aqui em casa, te garanto que será a minha esposa que vai decidir onde e como quer ter nossos filhos.

Dani Schwalb disse...

oi, eu sou contra o movimento. Sou super a favor do parto ser do JEITO que a mãe quer, mas não ONDE a mãe quer. Sou nova, tive gestação tranquila, fiz atividade física etc. Fiz parto normal por opção, mas logo depois sofri atonia uterina e intensa hemorragia. Se eu não tivesse recebido bolsas e mais bolsas de sangue na hora e não tivesse operado imediatamente eu teria morrido. Isso não dá pra fazer em casa!