sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

DUPLO SENTIDO PARA MULHERES

Uma grande loja de eletrodomésticos tinha entre seus slogans (não sei se tem ainda) “Quer pagar quanto?” e “Olhou, levou”. Fazia parte da campanha publicitária que todos seus funcionários usassem buttons com esses dizeres. Claro que os gênios da propaganda que bolaram essa campanha eram todos homens, incapazes de se colocar no lugar de uma mulher e ver que tais palavras podem levar a muitos comentários degradantes. Foi o que aconteceu com uma funcionária da rede, que de tanto ouvir gracinhas pelos broches que era forçada a usar, decidiu processar a loja. Ganhou, mas indenização aqui no Brasil é uma merreca: apenas 5 mil reais por danos morais. O que me surpreende (e não deveria, eu sei) nessa história é que os caras criam campanhas sem parar pra pensar que, opa, uma moça que usar as palavras “Quer pagar quanto?” e “Olhou, levou” vai passar o dia todo ouvindo besteira enquanto trabalha. E deve cansar.

74 comentários:

Capitã Amélica disse...

Será que ninguém realmente pensa nisso na sala de reunião??

Ou será que dizem um sonoro foda-se se alguém levanta a possibilidade de que seja ofensivo e desgastante para as funcionárias?

Infelizemente tenho dificuldade de acreditar que sejam tão alienados. Sempre suspeito que enxergam o que pode acontecer mas ignoram por n motivos, seja ignorância, machismo puro e simples ou ganância.

Paula disse...

Aposto que consideraram a possibilidade, mas falaram "foda-se", sempre acham que é frescura de mulher se incomodar com essas coisas.

miss m disse...

Concordo com a Paula.Até devem ter pensado na possibilidade bem óbvia, mas ah, a mulher tem q se sentir elogiada por isso, não é mesmo?Eles não dizem q se fossem com eles, iriam adorar? E fora q, uma em mil processa, o que são 5mil para uma empresa do porte das casas Bahia?É praticamente premiar a empresa.

Dr. V. Vendetta disse...

Lola, dessa vez você escreveu algo nada haver. Imaginar que os publicitários são culpados por isso ou que fizeram intencionalmente é muito sem noção.

As publicitárias são mulheres de um nível social elevado e esse tipo de falta de educação não faz parte do dia a dia.

As mulheres com alto poder aquisitivo vivem isoladas da sociedade real, não andam de ônibus, não vão em festa de pedreiros, mantém um círculo social restrito e bem educado.

O problema que a reação do povão de baixo nível cultural é esse mesmo. Tenho certeza absoluta que muitas mulheres falaram besterias para os homens dessa loja que também usavam o botão com as frases publicitárias.

Eu mesmo já ouvi palavras de baixo calão e piadas de péssimo nível vindo de mulheres quando entrei em festas de comunidades.

Lola, o mundo universtário te isola dessa realidade popular. A pornografia e a promiscuidade faz parte da cultura do povão, por isso é de se esperar essa reação pelo fato que é uma loja popular.

Lord Anderson disse...

Claroooooooo V.

Só o povão é mau educado e pensa em sexo.
Promiscuidade na elite ??? nunca.


cara, cada uma.

Gabriele disse...

Realmente, eles provavelmente pensaram e acharam graça.
Eu já fiz bico uma época entregando panfletos na rua. E tive que escutar muuuuita bobagem. Era bem chato quando encontrava um cara metido a besta. Imagino se tivesse que usar um broche ridiculo desses!

Gabriele disse...

Eu no caso entregava panfletos no trânsito, para os motoristas que paravam no sinal e posso afirmar que as bobagens não vinham só de gente do "povão". Motoristas de carros de luxo também falavam bobagem.

Isabela disse...

D. V,

Sério mesmo que vc acha que só o "povão" faz comentário vulgar e desrespeitoso pras mulheres?

Falta de respeito e de educação não existe com gente rica, é isso?

Ah vá!

Inti fada Comunista disse...

Uns dizem que sou travada demais, outros que levo as coisas muito a sério, mas dificilmente concordo em usar palavras de duplo sentido ou como alguns chamam de ironia...Principalmente qdo é permitido o escracho a uma condição de humilhação ou desrespeito!Não dá pra dialogar com setores da classe trabalhadora utilizando-se de algumas palavras pejorativas e de dificil compreensão e se exigir respeito!É muita dialética envolvida que permite falsas interpretações!

Tales disse...

Eu entendo e concordo que deve ser um saco estar sujeitada a ouvir esse tanto de provocações por dia em função de um botton que a criatura tem que usar na roupa. Também entendo e concordo que isso é culpa de uma sociedade machista que relega a mulher a segundo plano.

Porém, eu fico pensando nas coisas que a gente perde o direito de dizer (nem é tanto em relação à publicidade, essa oficininha do diabo ^^) porque os outros podem usar para destratar as pessoas. Evidente que se a loja não tivesse feito essa propaganda, a mulher não teria se sentido atacada por esse motivo e tampouco teria requisitado danos morais.

O problema foi sanado? Seria se ela tivesse recebido 800 mil reais? Acho que não. O que resolve, acredito, é atacar o problema. Ao postar que alguém se sentiu ofendido com isso, creio que é o que tu faz: ataca o problema.

Contudo, acho que começa a sair da esfera do possível essa limitação a tudo o que se pode dizer ou publicar. Não é improvável que alguém sempre consiga fazer uma leitura em que ou se sinta desrespeitado, ou se sinta no direito de desrespeitar.

Homem Cinza disse...

Isso me lembrou uma música da Nação Zumbi, chamada Propaganda, num certo trecho diz:

"Como pode a propaganda
ser a alma do negócio
se esse negócio que engana
não tem alma?"

Lara disse...

Lola, no Brasil é uma vergonha as indenizações por danos morais, que deveriam ser como nos EUA, pq ajuda a coibir que no futuro façam de novo, se a funcionária tivesse recebido um milhão tenho certeza de que na próxima campanha pensariam duas vezes antes de usarem palavras com duplo sentido.

Anônimo disse...

não sei se é lenda mas já ouvi dizer que um cara conseguiu levar um móvel por um real. claro que ele teve que entrar na justiça para conseguir o móvel

''A pornografia e a promiscuidade faz parte da cultura do povão, por isso é de se esperar essa reação pelo fato que é uma loja popular.''

a pornografia e a promíscuidade fazem parte de todas as classes sociais. que diga as casas de swing e prostíbulos de luxo.
a diferença é que o povão é menos hipócrita que a playboyzada.

Anônimo disse...

Tales,

Mas o que então seria a resolução do problema? Deixar de lado a visível violência simbólica contra as mulheres por que, afinal, é uma consequência, para nos importarmos com o que? Somente com o núcleo do problema? Enquanto isso, deixemos que todos se fodam no caminho?

E, ainda por cima, por um suposto direito de liberdade de expressão?

Eu creio que o problema não está na esfera dos 'significados ambíguos das palavras' e blá blá blá, mas sim naquilo que é explícito. É óbvio que tal broche seria motivo para inúmeros deboches e piadas, por conseguinte, reafirmações da posição inferior do sujeito, primeiro, como mulher e, segundo, como trabalhadora de base.

Mylena M. disse...

Bom, sempre achei o slogan "quer pagar quanto?" totalmente ridículo, porque sinceramente, um profissional que cria um slogan desse tipo, pra mim, não é um profissional... porque não se pode chegar na loja e falar 'vou levar aquele fogão por 1 real, tá tranquilo?' então o 'quer pagar quanto?' é uma mentira... logo, propaganda enganosa; mas não acho que essa questão do botton tenha sido um erro das pessoas que criaram o slogan, da equipe de propaganda sabe!? Porque quem obrigou os funcionários a usarem os bottons não foi a pessoa que criou diretamente o slogan, mas sim o dono da loja, ou o gerente, sei lá... e talvez seja essa a pessoa que não pensou nessas possíveis situações degradantes para seus funcionários (porque poderia ser tanto com homens quanto com mulheres, apesar de ser pouquíssimo comum no caso de homens), e não necessariamente a equipe de propaganda! Mas seja lá quem foi, deveria ter levado em consideração tudo isso antes de obrigar seus funcionários a usar esses broches... porque aposto que uma faixa imensa na frente da loja chamaria bem mais atenção do que um broche na camisa de um funcionário!!

Anônimo disse...

Com certeza eram todos homens que bolaram uma campanha dessas. Nojo...
Beijinho, Lola!

Ângela disse...

Do que eu conheci do mundo corporativo e da publicidade, eles só se importariam se a constrangida fosse A CLIENTE (por que $erá)...

Tatiana disse...

Importante também é que se eduque os meninos desde muito cedo para que mais tarde não saiam por aí ofendendo mulheres nas ruas, estabelecimentos comerciais etc.
Infelizmente, o que mais vejo são pais estimulando esse tipo de comportamento nos garotos. Porque afinal: "elas gostam".
Em contrapartida, as mulheres aprendem desde cedo a não reagir(senão são barraqueiras) e a considerar gracejos ofensivos como elogios.
(eu sempre reajo e é impagável a cara de susto dos "machões").


Pobre da moça que trabalhava nessa loja. Era obrigada a ouvir toda a sorte de ofensas sem poder reagir.
Certamente, os idiotas que a importunavam sabiam que não haveria reação alguma, por isso se sentiam a vontade.
E R$5.000,00 não é nada para uma empresa do porte das Casas Bahia.
É como dar sinal verde para que continuem elaborando esse tipo de propaganda sem pensar nos funcionários envolvidos.

Ângela disse...

Do que eu conheci do mundo corporativo e da publicidade, eles só se importariam se a constrangida fosse A CLIENTE (por que $erá)...

Maria disse...

Dr. V. Vendetta, você envergonha Alan Moore, deturpando o conceito dele.
Como alguém que usa o avatar do V pode ser tão elitista e incapaz de empatizar com as misérias alheias? Vai ler o quadrinho de novo e ver se é esse avatar mesmo que você quer usar. Acho que o Rorschach é bem mais o seu tipo.

Anônimo disse...

Mas sobre a campanha e etc..

Não creio que tenham ignorado o fato de alguém falar alguma obscenidade. Creio que simplesmente não levaram em consideração a desigualdade existente. Ela é considerada um problema cultural, logo, que pode ser suprimido com um pouco de "consciência".

Por isso, também não acredito que a propaganda foi feita por homens, unicamente. No fim das contas, qualquer pode ter feito e chegado a conclusão de que "sempre tem gente mal-educada no mundo" - "O mundo precisa de educação, principalmente para as pessoas de baixa renda [vide o comentário elitista de cima]" e etc.

Mayara Arend disse...

Algumas coisinhas...
Sou publicitária. Aqui, nas reuniões, sempre pensamos em questões dessas "ah não, vão pensar bobagem, não dá não...".
Assim como a Mylena M falou, acho que a ideia é mais provavelmente da gerência (um homem, de meia idade provavelmente, que achou que seria engraçadinho ou que nunca pensou que essas coisas aconteciam "na vida real").

Ah, V?
HAHAHAHAHA
Publicitárias são mulheres elitistas, que não andam de ônibus e whatever?
CARALHO que coisa. As publicitárias que eu conheço não são esse glamour todo não. Mas pode ser porque eu estou longe do grande eixo São Paulo. Afinal, é lá que as grandes granas estão - ou é o que dizem...
Mas enfim, aqui povo anda de ônibus/trensurb e vai em pagodinho no final de semana, faz festinha até na garagem do colega e faz vaquinha pra pagar o chopp... Mas hei, é só vaquinha glamour :)

Anônimo disse...

Só pra complementar o pensamento.

Se os deboches e as piadas não são problemas de desigualdade social/política/econômica, mas sim, dentro da esfera cultural e etc, o problema pode ser resumido em falta de tolerância ou falta de educação, que, por sua vez, é considerado como algo que só pode ser alcançado individualmente, logo, se alguém debochar da moça na loja, o problema não tem nada a ver com a propaganda, mas sim, com a pessoa que debochou, "ela precisa de mais educação/respeito/tolerância"...

O+* disse...

No setor que eu trabalhava uma menina foi repreendida porque atendia o telefone e perguntava "o que senhor deseja?" numa empresa de grandes executivos e cientistas e isso gerava duplo sentido na cabeça de quem ouvia (homens)...hauhauhauhauahua duvido que se houvesse homens na equipe que que criou a propaganda, eles não tivessem percebido o duplo sentido na hora...é muita ingenuidade achar que não. Tanto é óbvio o duplo sentido, que a menina ganhou a indenização, mesmo pouca. Se não fosse tão óbvio tinha perdido, com esta justiça que temos.

Anônimo disse...

E ela ganhou só 5 mil, deveria ter ganhado bem mais.

Anônimo disse...

Sem a menor dúvida os dois slogans da tal loja foi de mau gosto e as donas-de-casa e/ou compradoras brasileiras deveriam ter boicotado a loja. Simples assim.

LoLa, me pergunto por que no Brasil mulheres não fazem parte desse segmento profissional: a publicidade. Somente assim elas poderão ter voz realmente ativa na criação de propagandas e slogans de marketing.

"Será que ninguém realmente pensa nisso na sala de reunião??"--Capitã Amélica 10:48
-- É o que pergunto: cadê as mulheres brasileiras universitárias que se formam em Marketing e Propaganda????

Letícia Rodrigues disse...

Outras funcionárias que usam ou usaram o broche deveriam aproveitar o precedente aberto e processar a loja também. A Casas Bahia pode ter um prejuízo considerável se tiver que pagar uma indenização pequena para centenas de funcionárias. E isso pode fazer com que essa e outras empresas tenham mais cuidado com isso.

Letícia Rodrigues disse...

Outras funcionárias que usam ou usaram o broche deveriam aproveitar o precedente aberto e processar a loja também. A Casas Bahia pode ter um prejuízo considerável se tiver que pagar uma indenização pequena para centenas de funcionárias. E isso pode fazer com que essa e outras empresas tenham mais cuidado com isso.

Ralf disse...

Mas é impressionante que feministas enxergam machismo em tudo, vcs querem achar pelo em ovo e chifre em cabeça de cavalo também?

Os vendedores tem que mostrar o produto da loja, se referir ao PRODUTO DA LOJA, entenderam?

Esse é um dos motivos de que feministas tem a fama de chatas e vitimistas.

Loja Moeggall disse...

Ralf, então, os vendedores/as não são produtos da loja, portanto, os broches e badges devem estar afixados nos produtos, e não nos uniformes das vendedoras/os, vc não acha?

Anônimo disse...

Mas é impressionante que feministas enxergam machismo em tudo...
___________
a propaganda em si não foi machista, foi tremendamente infeliz.
uma mulher usando o broche(quer pagar quanto?) vc imagina o que sofreu de bullyng vamos dizer assim....


''Os vendedores tem que mostrar o produto da loja, se referir ao PRODUTO DA LOJA, entenderam?''

nós entendemos faz tempo, quem não entendeu foram os clientes....

Anônimo disse...

Caraca! Hospício!!! Vcs feminazis são completamente loucas !!!
___________

''mãe, postei no blog da lola , vem ver.....''

Fátima disse...

Lola,

Oi.

Vi essa decisão e também acho que a indenização foi irrisória nesse caso específico. Discordo, porém, da tese de que no Brasil todas as indenizações seriam irrisórias. Gostaria de explicar o pq: a indenização,por danos morais tem dupla finalidade: compensatória e preventiva. Compensatória no sentido de compensarr, de alguma forma, a dor sentida pela pessoa, fornecendo recursos para que ela adquira alguma distração a essa dor (sem, no entanto, causar-lhe um enriquecimento que desvirtuasse o instituto da responsabilidade civil). Preventiva no sentido de dissuadir o ofensor do cometimento de atos que firam os direitos personalíssimos alheios. Ocorre que na tarefa de sopesar essas duas finalidades, nossos julgadores ainda não conseguiram encontrar o ponto ideal, daí ocorrem algumas distorções. Eu até escrevi um texto sobre isso, denominado 'indenização,por danos morais: todos são iguais, mas uns são mais iguais que os outros'. Aprecio muito a maioria de seus textos, parabéns.

Anônimo disse...

". . . duvido que se houvesse homens na equipe que que criou a propaganda, eles não tivessem percebido o duplo sentido na hora..." --Mulher Asterisco 13:27

--E não há mulheres criando propaganda no Brasil??? Que tal uma combinação de cursos superiores assim: primeiramente as mulheres se formam em Direito e depois complementam seus estudos com Marketing e Propaganda... Assim, estarão mano-a-mano com os homens na criação da propaganda e dos slogans de marketing... poderão ter a força dos machistas e, mais ainda, poderão ajudar outras mulheres por uma melhor indenização condizente ao que foram expostas...

Sim, os dois slogans deveriam estar afixados nos produtos e não fazendo parte da vestimenta/acessório de vendedores e vendedoras.

Anônimo disse...

LoLa, falando em "pagar quanto", vc tem conhecimento da batalha do bilionário americano Warren Buffet?

http://www.huffingtonpost.com/2012/01/13/warren-buffett-on-kim-kardashian_n_1204152.html

Sara disse...

Pra mim o único pecado dessas propagandas é o mau gosto e falta de criatividade, porque malicia vc pode ver em quase tudo.

Relicário disse...

Concordo com vc Sara...

Pili disse...

não vi qual foi a defesa nesse caso, mas fico imaginando algo bem parecido com o que os trolls tão aí dizendo.
É exagero, feminista é mal humorada, não cabe aos responsaveis pela campanha publicitária pagar pela má educação dos outros e qualquer blá blá que passe pelo injusto "isso é problema seu, mulher, resolva-se".

Bom,
não tenho nada ruim pra falar sobre o valor da idenização. Me preocupo bem mais com a segurança e o respeito que essa trabalhadora vai ter nessa empresa (caso ela tenha continuado no serviço). Ou ainda, com a busca dela por um novo emprego, caso tenha saído (por escolha própria ou por retaliação dos empregadores).

Hein? Vc é um troll e acha que trabalhadores que reclamam seus direitos não sofrem vingança? Ah tá, senta lá...

E fico muito feliz que ela tenha ganhado a causa, por um motivo muito simples. Quando a Justiça determina essa idenização ela diz explicitamente

"Isso é problema seu (empregador, anunciante, envolvido de qualquer forma) SIM!"

Porque talvez fazendo isso ser da conta de todos, não será mais problema de apenas algumas.

Priscilla Franco disse...

Cá entre nós, muitos publicitários sequer vêem essas funcionárias como seres humanos. Com sentimentos, então?

Tales disse...

Oi, Cabana de Inverno =)
Então, não tenho nada contra a reclamação ou a indenização. De fato, a mulher foi constrangida. Aliás, horrível a ideia de seja lá quem foi de colocar os broches nas pessoas.

Contudo, acho que não se deveria, por exemplo, demonizar a empresa de publicidade que veio com a ideia. É uma ideia boa, convenhamos, uma loja querendo vender seus artigos a preços baratos, pergunta quanto o cliente quer pagar.
O que está no cerne dessa situação, me parece, é o desrespeito que os sujeitos compradores tiveram com a lojista. Essa coisa de se sentir no direito de abusar do outro é estimulado pela publicidade? Sim. Por propagandas desse tipo? Acho pouco provável. Esse foi muito mais um acontecimento de ocasião do que um reflexo de como essa propaganda é maligna e machista.

O que vale, repito, é parar e pensar a respeito, conversar, discutir. Trazer isso para as salas de aula e conversar a respeito.

Anônimo disse...

Temos aqui e esferas onde o problema existe:
- A empresa: não houve sensibilidade (ou competência) para a percepção do possível acontecimento de tais constrangimentos.
- O trabalhador: acostumamo-nos à submissão a quaisquer abusos no emprego por medo da demissão e do desemprego - as funcionárias não poderiam ter rejeitado o uso do tal broche?. Não que o próprio trabalhador deva ser culpado disso, mas trata-se de uma realidade na qual deveríamos pensar um pouco mais de modo a planejar uma atuação mais rigorosa frente aos órgãos de apoio e proteção ao trabalhador , cada qual na sua área.
- O povão: a nossa cultura é constituída de modos de ser avessos ao da convivência sadia e de respeito ao limite alheio. Escrachar e tirar uma com a cara do outro virou rotina para muitos brasileiros (e brasileiras), inclusive motivo de risos e gargalhadas quando mostrado na TV. Resumidamente, falta educação e bons modos para homens e mulheres que constituem boa parte da população brasileira.

Portanto, vejo essa discussão como algo que vai além de questões feministas ou machistas, mas de respeito ao cidadão que se esforça para cumprir seus papéis sociais, manter sua família e pagar seus impostos. Se fôssemos um povo educado e que conhecesse um pouco mais o bom senso, coisas assim aconteceriam com bem menos frequência e se ocorressem, haveria a punição adequada - ainda que isso envolvesse o direito de o outro meter um tapa na cara do folgado que invadiu o espaço alheio.

M disse...

As indenizações são pequenas para não promover uma indústria de processos. Mas promovem é empresas reincidentes, vcs tem ideia por exemplo de quantos processos as Lojas Americanas respondem por acusar alguém de roubo, deter e revistar a pessoa a força ? Muitos... Uma mulher na minha cidade foi acusada de roubar um óculos, levaram ela para uma salinha e com uma funcionaria presente, fizeram tirar a roupa e agachado para provar q não tinha escondido a mercadoria nas partes íntimas.

Anônimo disse...

"Eu mesmo já ouvi palavras de baixo calão e piadas de péssimo nível vindo de mulheres quando entrei em festas de comunidades." --Dr. V. Vendetta 11:05

-- E o que é isso? É a igualdade dos sexos... direitos iguais... se nivelando por baixo... direitos tb acarreta responsabilidades, oras. Baixa o nível quem quer... cada qual escolhe com que ou como se igualar...

Elaine Cris disse...

Bom, nesse caso nem acho que seja culpa dos publicitários. Ter deixado de pensar nessa possível implicação machista pode ter sido um descuido, mas errado mesmo, pra mim, é quem se aproveita de algo assim pra assediar ou constranger qualquer mulher.

Anônimo disse...

Tales

O machismo está embutido na ideologia do cotidiano. Não é necessário racionalizar tudo até os detalhes para agir de maneira machista.

Paula disse...

Dr. V. Vendetta - não tem essa de que mulher de alta classe social não é submetida a cantada de pedreiro não, só se ela viver a vida toda dentro de um foguete da Nasa só com outras mulheres. Tá, não ter que andar de ônibus, metrô, ajuda muito, mas até andar 5 metros do trabalho até a farmácia, na rua, dá pra sofrer assédio. Fazer compras no mercado. Andar 3 metros do carro até a loja. Fora que nem todas as mulheres de altas classes nasceram assim, então alguma vez na vida tiveram que pegar ônibus, andar mais na rua, e sabem bem como é.

Paula disse...

E fora que é bem questionável essa sua ideia de que as publicitárias das Casas Bahia possuem poder aquisittvo tão alto a ponto de isolá-las do resto do mundo. Menos, bem menos.

Anônimo disse...

Ah, claro, Lola. Se não fosse a campanha, o público alvo das Casas Bahia seria realmente educadíssimo e não dirigiria gracejos às funcionárias. Sem os bottons elas só ouviriam trechos de poesias e elogios em francês. A campanha ridícula é culpada pela falta de educação e grosseria do povão, ok.

R$ 5000,00 tá até muito bom pra quem processou o "culpado" errado.

Me responde essa, por favor: se uma mulher sai de casa usando roupas provocantes e sofre abuso sexual, você não admite que se diga que a culpa foi das roupas que ela usava, e sim do agressor (no que eu concordo plenamente). Mas, se uma mulher usando determinados adereços é ofendida, a culpa não é mais do agressor e passa a ser dos adereços? Você não acha que tá faltando coerência ou sobrando vontade de reclamar aí não?

Anônimo disse...

"Mulher Asterísco disse...
No setor que eu trabalhava uma menina foi repreendida porque atendia o telefone e perguntava 'o que senhor deseja?' numa empresa de grandes executivos e cientistas e isso gerava duplo sentido."

Um bom exemplo do ridículo a que se pode chegar com essa ditadura do politicamente correto.

Quem devia ser repreendido, a moça que atendeu o telefone educadamente, ou o idiota que enxergou duplo sentido sexual numa frase boba como essa? Eu entendo que de acordo com o seu texto, Lola, o culpado seria quem instruiu a moça a atender o telefone assim, e caberia indenização...

Anônimo disse...

Eu tenho certeza que pensam nisso na sala de reunião... Só que, embriagados de testosterona, os presentes devem se deliciar em comentários do tipo "Ah, relaxa. Vai ser um favor pra muita baranga-puta-esnrustida, um alívio que elas finalmente vão saber como se oferecerem!" E, banhados em gargalhadas, os presentes se contorcem em um orgasmo compartilhado, secando as lágrimas dos cantos dos olhos e segurando as barrigas peludas nas contorções do riso.

Porque o machismo, a baixeza, a fraqueza de caráter marca presença também nos espaços que deveriam ser nobres. Em momentos de tomada de decisões importantes, há também idiotas palpitando. Sempre haverá, o único remédio seria tirar os idiotas do cargo de filtrar as decisões. E esta, meu bem, é tarefa árdua!

Anônimo disse...

"Ah, claro, Lola. Se não fosse a campanha, o público alvo das Casas Bahia seria realmente educadíssimo e não dirigiria gracejos às funcionárias. Sem os bottons elas só ouviriam trechos de poesias e elogios em francês. A campanha ridícula é culpada pela falta de educação e grosseria do povão, ok.

R$ 5000,00 tá até muito bom pra quem processou o "culpado" errado."

Obrigado por ser um exemplo para o que eu havia colocado.

Sawl disse...

PARA bucetuda

Sim, CARO bucetuda. Até quando vai bancar o mariquinha e vai assumir que não é mulher e sim um homem (pelo menos no sentido biológico da palavra)?kkkkkkk
Sim tem muita mulher dinheirista, mas, não são todas as mulheres. O que não pode é generalizar assim como alegar que todo homem é cafajeste, porque isto também é uma afirmação falsa e errada.
Eu mesma, sou arquiteta e casada com um professor de matemática. Ganho mais do que ele, sempre o respeitei e o apoio sempre em suas decisões. Me apaixonei por ele, proque ele é um homem digno e inteligente e não um ignorante machista como tantos por aí.
Se a vendedora se ofereceu pra você por causa da venda de um objeto, é porque em qualquer área de trabalho existem mulheres e homens também sem caráter.
Não é "a mulher brasileira" mas certas mulheres que se colocam em posição de mero objeto.
De novo com a ignorância de generalizar!
Quanto ao fato da mulher moderna ser prática e gostar de sexo, isto não tem nada de errado.
Os homens sempre gostaram e sempre foram estimulados a gostar de sexo e as mulheres sempre foram reprimidas. Resultado: relacionamentos baseados em opressão e violência.
Sim, tem mulheres que gostam de chupar b...(isto já mostra que vc não é mulher, sim um cara misógino) estas se chamam lésbicas e devem respeitadas como qualquer ser humano. E se estas que são mulheres gays chupam melhores que os homens(vc de novo generalizando e até deixando os homens, "mal na fita") você não estaria chamando os homens de "incompetentes"? Antes que os homens que comentam no blog queiram me xingar, xinguem O bucetuda, não eu, ele é que tá afirmando isso(kkkkkkkkk).
Mas, as mulheres(no sentido geral) não chupam b...
Quanto a "dinheirista" você deve estar julgando nas mulheres que conheceu ou quem sabe, na sua própria mãe(kkkkkkk).

Anônimo disse...

OUT OF TOPIC
LoLa, acabei de ver um filme lindo lindo de 1961, preto e branco, com Ingrid Bergman (Casablanca), Anthony Perkins (Psicose), Ives Montand.

O filme é de um livro de Françoise Sagan (Bonjour Tristesse), esse romance dela é "Aimez-vous Brahmans?" O Título do filme é "Goodbye Again". Imperdível, particularmente pra quem é feminista que não se rende ao sistema...

Anônimo disse...

gente, pelo amor de zeus, a condenação foi injusta.

ME DE UMA FRASE E UM POUCO DE TEMPO e é muito provável que iremos encontrar com alguém deturpando-a. é impossível prever isso, impossível que pelo menos a empresa controle isso.

muito mais útil que os 5 mil reais seria se a tal ofendida financiasse uma campanha, ainda que pequena, conscientizando as pessoas.

hipócrita.

Tales disse...

Estou com a Mariana com relação à deturpação de frases.

Reitero: acho que o que de melhor se pode fazer com essa situação é discutir a respeito. Pode ser um caminho difícil e talvez até utópico, mas prefiro o diálogo.

Sawl disse...

PARA bucetuda
Tá explicado. Você é mal amado e por isso desconta sua raivinha nas mulheres.
Você não precisa ser um "lixo humano" como você próprio se definiu.
Porque ter uma mulher para "comer ou tentar comer"?
Primeiro: mulher NÃO é "comida", mulher é ser humano.
Este é um termo ridículo e misógino pra definir sexo com mulher.
Segundo: se você quiser uma mulher apenas para sexo, tem garotas de programa para isso. Se quer enxergar a relação homem-mulher apenas por questão sexual para isto que tem estas moças que irão atendê-lo(hehe).
AGORA, se você quiser uma mulher inteligente, de boa formação de família, bacana, de boa índole e bom caráter, independente e que não ficará com vc pelo seu dinheiro, mas, sim, pelo que você é, aí sim, você terá que mudar seu jeito horrível de ser.
Você NÃO precisa ter dinheiro para ter uma mulher de verdade. Basta melhorar como homem e como ser humano. Será que é tão difícil assim pra você tentar mudar um pouquinho?

Anônimo disse...

"Mariana. disse...
gente, pelo amor de zeus, a condenação foi injusta.

ME DE UMA FRASE E UM POUCO DE TEMPO e é muito provável que iremos encontrar com alguém deturpando-a. é impossível prever isso, impossível que pelo menos a empresa controle isso.

muito mais útil que os 5 mil reais seria se a tal ofendida financiasse uma campanha, ainda que pequena, conscientizando as pessoas.

hipócrita."

Que bom ler um comentário de uma mulher com a cabeça no lugar, e que enxerga a situação como ela é. Um idiota que consegue sexualizar um slogan tosco como "Quer pagar quanto?" vai sexualizar qualquer coisa. O errado é ele, não quem inventou o slogan ou colocou o mesmo no uniforme dos funcionários. Daqui a pouco vai haver mulher processando empresa porque o uniforme é vermelho, vermelho é uma cor sensual e ela acredita que seja a razão das cantadas diárias que recebe.

Buscar igualdade e respeito é importante e super válido, mas esse tipo de posicionamento bobo só faz a causa feminista parecer pouco séria e menos digna de respeito.

Robson Vicente, professor e geógrafo disse...

Porque ninguém deu nome aos bois? Que medo hein. Em cinco minutos eu procurei o nome do DONO da agência de publicidade. Estava lá, ROBERTO JUSTUS.
Mandem e-mails, tweets, cartas, sinal de fumaça e o que convier.Acho que realmente se tem razão nesse caso. Mas ao mesmo tempo eu acho uma baita covardia colocar no mesmo saco todos os publicitários homens como o texto deu a entender...então, taí. Busquem na net e confirmem se não é o Justus. Se for, mandem ver...

Anônimo disse...

"Quer pagar quanto?" vai sexualizar qualquer coisa. O errado é ele, não quem inventou o slogan ou colocou o mesmo no uniforme dos funcionários.''

não dá para processar um monte de zé povinho que passa falando isso né filho? o jeito foi processar quem criou o slogan, até porque as casas bahia já sofreu processo de um homem que quis pagar 1 real nos móveis alegando o mesmo solgan quer pagar quanto: um real... ele ganhou o processo. E aí ?? esse cara é ridiculo também?


''Buscar igualdade e respeito é importante e super válido, mas esse tipo de posicionamento bobo só faz a causa feminista parecer pouco séria e menos digna de respeito.''

pense o que quiser se para vc te convém....
o que sabe do movimento? de nada aposto.

Anônimo disse...

gente, quanto excesso de farinha na massa do biscoito...

. . . cadê a mulher publicitária? i.e. feminista publicitária?

oras, mulheres, estudem Propaganda, Marketing e Publicidade e ocupem cargos no depto. de criação na agência de Roberto Justus... pq sabemos que por lá os injustos andam à solta...

Anônimo disse...

tem gente aqui que está sendo pago pelas casas bacia para defender a loja, só pode.
agora nem falar da publicidade deles a gente não pode.....
e as focas?.... porque não se formam em direito para defende-los? pffff

Priscilla Franco disse...

Se qualquer frase pode ser deturpada, o correto é não usar frase nenhuma. Pessoas não são outdoors.

Tales disse...

Eu fico com medo quando as pessoas começam a pregar o que é O correto. Quem abusou (verbalmente) da mulher está errado, eu concordo com isso. Contudo, há uma grande diferença entre respeito e controle, e eu realmente não gosto tanto da segunda. É o preço de ser um idealista utópico ou algo assim hehe

Anônimo disse...

"e as focas?.... porque não se formam em direito para defende-los? pffff --yulia2, 02:25

--Até dá pra gente pensar que provavelmente focas fêmeas se formaram em direito e isso deixou as mulheres vitimadas por slogans sem ter quem as defendesse... as focas machos seguem seu curso natural da vida... rs... não fazem curso superior de direito e sim de marketing e propaganda... rs...

Anônimo disse...

O pessoal parece que não entendeu direito o que se passou.
como a tal pessoa vai processar 50 neguinho que passou lá para falar bobagens? é impossível! certo?
na impossibilidade de se fazer isso, restou processar a empresa que divulgou o slogan e a fez usar o broche sujeita a passar por dissabores. Ninguém aqui está livrando a culpa do ser que deturpou o slogan, porém não dá para enquadrar um a um em um processo... qualquer estudante do ensino fundamental sabe disso.

Mas teve um caso que um homem TAMBÉM processou as casas bacia pelo mesmo sologan como relatei acima... ele também é um babaca vitimista? .
as focas amestradas estão abusadas demais. levando muito a sério o (dois pesos e duas medidas).

Anônimo disse...

ah! essa empresa Casas Bahia tá dando o que falar, hein? Qto mais falam de Casas Bahia, mais o faturamento da empresa aumenta... a propaganda é realmente a alma do negócio... e da negociata... rs...

Anônimo disse...

pralguma mal-humorada sair da neura, aqui vai vídeo de uma gracinha, sério!

http://www.youtube.com/watch?v=1908Q4NGf6g&feature=related

Anônimo disse...

Foca é um bicho engraçado né?
Se incomoda com os assuntos aqui quer ficar pautando a opinião alheia, querem encerrar o assunto na marra impondo goela abaixo a sua visão das coisas, isso ocorre muito quando a pessoa já esgotou seus argumentos. Depois quer pagar de engraçado para disfarçar a falta de argumento com intervenções inúteis, sei lá cara é um lance pré-adolescente mas como eu já passei dessa fase eu fico meio sem entender algumas atitudes, já não faz mais parte do meu universo... enfim, tudo isso para dizer o seguinte: ninguém é obrigado a comentar um assunto que não agrada, não gostou não posta.

Anônimo disse...

simples, prático e civilizado.

Anônimo disse...

quem passou da fase pré-adolescente DEVERIA entender quem está na fase pré-adolescente, simples assim - mas se é dada a bicho marinho, fo-foca à vontade rs.. rs...

Anônimo disse...

Nossa, a LisAnaHD parece que, ás vezes, caga pelos teclados... Pior que ela só mesmo a Dri Caldeira e a DayeneOK. Às vezes acho que essas três são a mesma pessoa de tão mal que argumentam...PQP

Anônimo disse...

Tatiane,
Você tá trazendo pra baila a trindade cristã? 3 em 1 ...

Agora, conta pra gente como é que se argumenta bem... registre aqui sua colaboração positiva e não apenas seu mero espanto trivial achando que três são apenas uma.

Ciro Monteiro disse...

Na boa. Acho que tem uma questão que antecede no assunto abordado. O problema não é tanto as frases de "duplo sentido" das casas Bahia. O problema é que a mulher é culturalmente associada a um objeto, a posse de bens. Se você para pra pensar "quer pagar quanto" não tem nenhum teor depreciativo a priori. A piadinha surge pelo o contexto da objetificação cultural da mulher.

Não creio que seja um problema da elaboração publicitária. O problema é a falta de respeito com as comerciárias, e com as trabalhadoras em geral, que se dá tanto pelo machismo quanto pelo classismo vigente.

Anônimo disse...

Ciro, além de bonito e ter nome de músico http://pt.wikipedia.org/wiki/Cyro_monteiro vc saber expor suas ideias. Porém, a infeliz frase das Casas Bahia deveria ser afixada na mercadoria a ser vendida/comprada e não na pessoa que atende o cliente. A frase tem duplo sentido e um deles é malicioso e foi por isso que a agência de publicidade a criou.