Gente querida, venho aqui pedir toda a colaboração de vocês. É o seguinte: semana que vem, entre os dias 19 e 21 de outubro, teremos os Encontros Universitários da Universidade Federal do Ceará. Uma professora muito querida que é coordenadora do Projeto Casa (todos os novos docentes passam por um estágio probatório de três anos e, enquanto isso, devem participar de várias atividades; eu gosto, temos bons debates e palestras, e é uma oportunidade de conhecer professores de várias áreas), revelou-se fã do meu blog e pediu sugestões pra uma mesa. Eu sugeri, e ela aceitou, um tema que vem me incomodando: o modo como professores lidam com alunas. Várias alunas minhas já reclamaram de professor que fica olhando pro decote, que fala gracinhas inapropriadas, que não as levam a sério... Quando estive na UnB (saudades, meninas!) para a semana de Direito e Gênero, uma das alunas na minha sessão perguntou o que pode ser feito contra professores que desrespeitam alunas. Eu não me lembro de ter passado por nada disso como estudante, mas eu fiz Pedagogia (esmagadora maioria de alunas e professoras), e, na Pós-Graduação em Inglês na UFSC, além do número muito maior de mulheres, não parecia haver espaço pra desrespeito. No entanto, volta e meia recebo emails de leitoras relatando alguma barbaridade. Semana passada, no post sobre grosserias na rua, uma leitora deixou o seguinte comentário:
Na faculdade, fui apresentar um seminário com um macacão curto. Amigas me disseram que o professor praticamente tentou ver meu útero quando eu passei por ele. Outro dia, na mesma aula, eu estava com um casaco larguíssimo de lã e o professor ainda assim conseguiu encarar os meus seios. Ele me adicionou no orkut e no facebook. Eu nunca dei trela. No final da disciplina, tirei nota máxima E ME REVOLTEI. Eu sabia que minhas amigas tinham se esforçado o mesmo que eu e fizeram basicamente as mesmas coisas que eu no curso, mas não tiraram a mesma nota. Só eu e outras duas garotas para quem ele também arrastava asa ganhamos a nota máxima. Espalharam pro restante da turma que eu tinha ganhado aquela nota porque dei em cima do professor. Eu NUNCA fiz nada, nunca dei bola pros assédios dele, nunca dei a menor brecha e ainda assim fiquei estigmatizada por uma coisa que vinha dele. EU ODEIO AQUELA NOTA MÁXIMA!
Será que esses alunos que disseram que a leitora recebeu a nota máxima por ter dado em cima do professor eram mascus? Porque é isso que eles creem: que mulher não precisa estudar ou trabalhar (pra quê, se é só casar com homem rico?), e que mulher que tira boa nota é porque deu (muito mais que "dar em cima") pro professor. Porque, obviamente, apesar de já sermos a maioria nas escolas e faculdades do país, não temos competência pra ir bem nos estudos por conta própria.
Então. Sabemos que há alunas que saem, namoram e casam com professores, e não temos nada com isso. Mas parece ser muito mais frequente o assédio indesejado de professores a alunas, e, em cursos com minoria de mulheres, alunas serem discriminadas ou tratadas com desdém. Como eu respondi na mesa da UnB, sou otimista e ingênua, uma Pollyanna Deslumbrete, como me apelidou a Somnia, e portanto prefiro acreditar que muitos professores sequer sabem que estão passando dos limites. Acho que boa parte deles, se soubesse o que as alunas acham das “encaradas” e das gracinhas, tentaria mudar.
É absurdo como a questão do gênero, uma questão tão importante, é geralmente deixada de lado nas discussões sobre práticas pedagógicas. Na minha graduação em Pedagogia, nunca falamos de gênero, apesar de serem conhecidos os estudos que mostram que alunas são tratadas de modo diferente que alunos (por professores e professoras, que costumam decorar mais nomes de meninos que meninas, que fazem perguntas mais desafiadoras e dão mais tempo de resposta a meninos etc).
Nos Encontros Universitários, teremos uma mesa em que eu, uma professora convidada da UnB, e uma aluna de Sociologia falaremos sobre essa questão de gênero. Desde já, quem mora no Ceará está convidad@ a comparecer e participar (será na sexta, dia 21, à tarde, no campus do Pici). Mas peço que vocês, neste espaço, relatem as experiências que têm ou tiveram sobre o assunto. O objetivo da mesa não é, de forma alguma, uma “caça aos bruxos”. Mas o assédio é um problema que incomoda muitas alunas e, se nossa vontade é fazer da universidade um lugar mais acolhedor, temos que abordar este tema. Queremos fazer uma reflexão e propor algumas soluções. Logo, nos relatos, não incluam nome do professor ou nada disso. Não precisa nem colocar a instituição. Talvez apenas a área seja interessante. Eu quero compartilhar os relatos de vocês na mesa. Muito obrigada! Sei que posso contar com minhas querid@s leitor@s.
259 comentários:
«Mais antigas ‹Antigas 201 – 259 de 259Ai, Lola! Todas essas discussões e idéias estão dando "tilte" na minha cabeça!rs.
Ainda na faculdade de engenharia. Outro professor de Física (teórica). Ele tratava as "meninas bonitas" por apelidos, toda hora perguntava se elas tinham dúvidas (o típico mulher bonita é burra). Soltava comentários do tipo:
"Nossa, fulana, seu namorado deve babaaaaaaaar em vc, hein!?" (Isso no meio da aula)
Outra vez, uma aluna foi com a camisa do time para o qual ele torce para a aula, ele "brincou" sugerindo que ia pegar no seios dela. Nesse momento os alunOs ficaram revoltados e "defenderam" a garota (pelo menos, neh). Mas é nesse nível minha gente.
Lola, tb sofri assédio na faculdade (agora universidade). Era um professor de matemática financeira e teoricamente sua matéria seria através de planilhas excell (início dos anos 90). Um dia ele passou uns trabalhos para serem entregues em outra aula. Aproveitei um dia após a aula para fazer o trabalho no laboratório de informática que estava vazio. Acontece que ele resolve "me ajudar". Para isto ele fecha a porta do laboratório "para termos mais privacidade" na hora da explicação. Ele me ensinando a usar o mouse para se aproveitar em por a mão na minha mão. Lógico que percebi a intenção da "ajuda" e apavorada arranjei uma desculpa para sair da sala. Acabei que consegui sair sem sofrer uma tentativa mais invasiva, mas comentei com vári@s colegas. Os homens não gostavam dele pq este professor sempre foi o metido a gostosão e sempre atacava com palavras os homens. O professor ficou puto comigo e para me prejudicar começou a dar a aula de forma tradicional, sem ser no excell, o que era um absurdo pq naquela já, a matemática financeira para escritórios era em planilhas, fora que ele sabia que ao invés de ter a calculdora hp 12cm eu tinha a 17bII que é muito mais avançada e quase ninguém sabe mexer neste modelo e com isto ele tentou de todas as formas me reprovar. Na última prova antes do exame acabei indo mal, mesmo com a classe inteira colando (nem teve cara de prova naquele dia) e com colegas homens me ajudando que não suportavam o professor. Fiquei de exame, mas passei apesar das tentativas dele me reprovar (acho que ele não me reprovou pq a didática dele era péssima e a direção da faculdade já estava de olho no rendimento dele).
Dayane, imagina, eu agora entendi o que vc quis dizer. Lógico que um simples olhar não é problema. O problema mesmo é o "secar", o olhar de virar a cabeça para ver a sua bunda quando vc está passando.
Lola,
Eu falei que fui assediada por dois professores no ensino médio, mas não tive tempo de narrar o que aconteceu.
No segundo ano do ensino médio, quando eu tinha 16 anos, um professor de física, daqueles que é ídolo de todos os meninos da série, metido a engraçadinho, começou a me assediar. Falava comigo me chamando de "linda" ou "menininha" ou "bonitinha", ficava arrumando formas de me tocar, segurar minha mão, tocar no meu ombro quando passava pela minha cadeira... Coisas desse tipo. NOJENTO! Eu tinha muito nojo, mas não fazia nada por medo de me prejudicar. Eu ficava na minha e evitava ao máximo qualquer tipo de proximidade.
No terceiro ano, quando eu tinha 17 anos, foi a vez de um professor de química. O mesmo tipo de abordagem indigesta, com o agravante de que ele chegou a me dizer que eu não precisava estudar, pq era bonita e podia trabalhar de modelo ou arrumar um marido rico. E, só para vc ter uma ideia do absurdo, um dia ele, em sala de aula, na frente de 40 alunos, deu um tapinha na minha bunda. Sabe, "de brincadeirinha". Olha, ano de vestibular, meus nervos a flor da pele. Naquele dia fui para o coordenador e me arrebentei de chorar. Com nojo e vergonha. Sabe o que aconteceu? NADA. Porque ele disse que eu era muito sensível e que aquilo tinha sido só uma brincadeira. Isso tudo no Colégio Marista de BH.
Tinha um professor, tbm de física,no Ensino Médio, que dava preferência as meninas de forma descarada!Mas nunca o vi dar em cima de nenhuma! Mas lembro-me que para as meninas, ele explicava mil vezes, com toda a paciência, chamava de "lindinha", "coração", mas acho que nunca passou disso.
Os meninos o diavam!Pq ele os tratava com estupidez! Lembro até hoje de um dia que eu pedi uma explicação e ele "Fala, coração!", e me explicou tudo. Qdo o menino perguntou, ele falou "Se vira aí, negão!".
Não sei bem se era uma forma de assédio, eu particularmente acho que não...Mas era uma forma preconceituosa de tratar os garotos.
olha, eu devo fazer parte de algum grupo minoritário e ingênuo, mas eu ia para a escola e faculdade para estudar e não para ser paquerada por professor, diga-se de passsagem nem por alunos. tô lembrando dessas mulheres que faziam faculdade só para arrumarem marido.
também acho que essa conversa de "tudo bem professor dar em cima das alunas, desde que sejam todos adultos, não tem problema nenhum", ou prodessora-aluno, fica me parecendo papo de bar. isso aí que deveria ser uma tremenda duma exceção, é colocado como uma bobeirinha.
sei lá, não gosto disso. educação formal é importante, exige dedicação, mulher já não é muito respeitada e ficar nesse climinha mega relaxado moral e eticamente não me parece um bom caminho para mudarmos essa realidade. mas essa sou eu, desperdiçando meu charme brasileiro.
além do que, professor que ultrapassa essa barreira e dá em cima de aluna perde meu respeito, não me parece atitude de profissional sério. não sei o que ele vai fazer em seguida. não sei se vou ser prejudicada, é uma relação desnivelada, eu me sentiria insegura. sem contar que fica o constrangimento de se preocupar em não ficar sozinha com ele, em ser mal vista pelos colegas deixando um clima ruim, em não passar má impressão sobre seus atos, essas coisas. aí você, que está lá para estudar, acaba se preocupando com coisas que não tem nada a ver com o que você foi fazer ali para início de conversa. não vale a pena, não é pouca coisa.
muito melhor é cada um no seu devido lugar para nem ter que se preocupar com isso.
Esqueci de comentar que na prova que ele me fez ir de exame, ele simplesmente me joga na cara: "pq não colou como todo mundo?"
Tb, na mesma faculdade, mas no último ano, o meu professor (alto cargo em banco público do governo estadual, onde qualquer projeto do governo do estado não chegava na mão do governador sem o crivo dele) de projetos e do TCC(duas matérias no mesmo dia) ficava de olho eu 3 integrantes do meu grupo de TCC, com isto no dia da avaliação prévia do TCC, ELE SEMPRE DEIXAVA O MEU GRUPO PARA AVALIAR NO FINAL DA AULA. Acabava que sempre saia mega tarde da faculdade (quase sempre depois das 23:00). No último dia de aula dele, ele leva dois colegas para dar uma palestra e estes dois tb ficam encantados com o nosso grupo a ponto deles pedirem para o meu prof não nos reprovar na apresentar o TCC. No dia da apresentação do nosso TCC, o professor fica na banca e dois colegas ficam na platéia como convidados. Ficamos apavoradas pq não houve ensaio para a apresentação e mesmo assim, não fomos reprovadas.
Olá, Lola!
Faço faculdade de Medicina e, na minha faculdade, em um certo ano da graduação fazemos um seminário semanal em horário extra-curricular que extremamente formal e exigente por um "capricho" de um professor.
Nesse seminário, o professor chega a pedir opinião para os residentes dele (medicos formados que estão fazendo especialização) sobre A ROUPA DAS MENINAS. E claro que meninas com roupas mais justas, mais curtas, não escapam de comentários constrangedores! E há ainda vezes que ele pede para a aluna escrever qualquer coisa no quadro! Nem preciso dizer qual é a intensão dele e como há risadinhas por toda a sala...
E porque ninguém reclama de nada?!
Porque todos falam que vamos ser perseguidas pelo professor durante toda a graduação no sentido de ser reprovada, tirar nota baixa, nao passar na residência... Ou seja, todo nosso mérito vai por água abaixo se em algum momento ousamos reclamar de professores.
E o pior, no final do ano ele ainda dá um churrasco e elege a miss e o mister "qq órgão do corpo humano", que têm que desfilar de trajes de banho. O que mais me impressiona é ter alun@s que se sujeitam a isso, levando o desrespeito como brincadeira, diversão...
Não ser pq ter tanto medo de pessoas que eram para contribuir com, não só, a nossa formação profissional, mas tb com a nossa formação pessoal. Parece que na faculdade temos que desaprender a formar nossas opiniões e apenas absorvê-las sem criticá-las (agora está sendo um desabafo pessoal! heheh)
Obrigada por sempre me dar momentos, qse que diários, de leitura inteligente e, mais ainda, por ajudar a abrir minha mente.
Abraços!
Oi, Lola!
Fui assediada no Ensino Médio pelo meu professor de Física durante dois anos. Na época eu era muito ingênua e não via como assédio, mas lembro que me incomodava bastante e só não contei nada pra ninguém porque tinha receio de ser reprovada por ele.
Morava em uma cidade pequena, e aconteceu de nos encontrarmos em duas festas, onde ele tentou me beijar.
Nos intervalos das aulas, ele fazia várias piadinhas nojentas me chamando de "lanchinho" e falando que "até que eu tava gostosinha". Isso me irrita ainda hoje, mas é engraçado como na época em que aconteceu eu não dei a devida importância.
Esse é um assunto muito delicado que deveria mesmo ser mais abordado porque ainda existem meninas que são assediadas e, ou não falam nada por achar que ninguém vai acreditar nelas, ou aceitam por não ver a gravidade do problema.
Pessoal, professor dá em cima de aluna, aluna dá em cima de professor. Essas coisas acontecem, não adianta uns ficarem culpando os outros e nem competindo quem é mais assediado, homens ou mulheres. A situação não está correta e pronto.
E vcs estavam falando de short curto e roupa decotada e eu lembro dos meus alunos. Trabalho em uma escola de 1º ao 5º ano e alunas de 10 anos vão pra escola de short super curto e blusas decotadas. Se elas tem que usar uniforme, roupas curta ou decotadas não são adequadas para aquele lugar. Igualmente no EF e no EM. Alunos não respeitam o uso do uniforme e todos os dias são barrados na porta da escola por causa disso. Eu acho que existem roupas adequadas para certos tipos de ocasião. E o que eu estou falando nada tem a ver com esse negocio de feminismo ou machismo. Não é adequado. Podem falar que eu to errada, mas eu acho que usar roupas muito decotadas em universidade não é muito adequado.
E me lembro que a coordenadora de uma escola que eu trabalhei me contou que uma professora de um dos filhos dela foi com um short curto branco e meio transparente, daí ela estava com uma calcinha escrito "experimenta". Os alunos (meninos e meninas) perceberam e daí vc já pode imaginar o rebuliço que foi, né.
=)
Ah e eu quero deixar claro que eu não justifico as investidas de professores só pq as alunas estão com roupas decotadas. Uma coisa não justifica a outra. Só não acho adequado, independente de assédio ou não.
Olha Lola... Eu lecionei 8 anos em curso universitário. E é engraçado, porque como tinha amigos professores, eu acabava também vendo o outro lado da moeda. Um deles proibiu as alunas de irem fazer prova de mini-saia. Isso porque as alunas colocavam a cola entre as pernas, sabendo que o professor poderia ficar constrangido de ficar olhando e menos ainda em tentar pegar a cola. Outros reclamavam das alunas que iam para aula com decote porque ele ficava sem graca de olhar para aluna durante a explicação e ela pensar que ele estava olhando o decote.
Oi, Lola. Sempre leio você. Acho ótimo.
Gostaria de dar uma pequena contribuição nessa discussão. Faço Filosofia em uma universidade federal. A filosofia, como me parece ser o caso do pensamento em geral, é tradicionalmente masculina, o que faz com que tenhamos que ouvir bobagens de colegas e professores que não acreditam na capacidade das mulheres de compreender e discutir os conteúdos da área. Naturalmente que se torna também um desafio ser levada a sério como estudante e profissional.
Meu orientador de iniciação científica, quando estávamos conversando sobre eu tentar mestrado em outra instituição, desrecomendou um determinado professor, que teria chegado numa mesa só de professores homens em um evento acadêmico e dito algo sobre eu ser muito bonita (sabe-se lá se meu orientador não disse um eufemismo). Já havia sido, de uma forma ou de outra, assediada por outros professores do curso. Esse cara em questão havia dado sinais de que ficou interessado em mim numa palestra que veio dar na minha instituição, mas não foi desrespeitoso. O que me incomodou mesmo é ter sido avaliada numa "reunião descontraída de homens" por caras que não conheço única e exclusivamente por minha aparência física. É chato porque estamos nos esforçando para sermos levadas a sério como profissionais, mas temos que provar nossa competência com muito mais afinco que os homens.
olá Lola e leitores do blog.
Me chamo Tamiris, moro em Suzano - SP, tenho 24 anos e sou bacharel em Direito.
Durante a faculdade de Direito (comecei com 18 anos) eu tive um professor de sociologia que tinha uns 60 anos. Ele, aparentemente sem motivo, me destratava em sala de aula, se eu fazia uma pergunta ele não respondia, procurava me desmoralizar na frente da sala e corrigia meus trabalhos com mais rigor do que o de outros alunos.
Eu sempre me senti perseguida por ele...
Então um belo dia eu o encontrei na calçada da faculdade e ele me beijou a mão, me "secou" de cima em baixo e disse que eu era a preferida dele e a garota mais bonita da faculdade...
Nunca falei nada com a direção da faculdade com medo de me prejudicar, mas "corri" dele o resto do ano letivo...
Ai, gente, eu não quero ser chata, mas roupa não tem nenhuma relação com esse tipo de assédio. Nada, nada mesmo, justifica ou explica um professor assediar um aluno. Além de não justificar, por todos os relatos que estão aqui e por minha experiência pessoal, eu garanto: Professores assediam INDEPENDENTE da roupa. Eles não estão ligando a mínima para roupa. Se houvesse alguma relação entre roupa e assédio, não existiria tanto assédio a mulheres vestidas com roupas discretas.
Sabe, eu tenho a impressão que as pessoas estão mesmo com o machismo de tal forma enraizado que não notam que estão caindo no papo de usar as exceções como regra para desviar a culpa.
Vamos voltar para a regra? Professores homens assediam as alunas mulheres, independente delas estarem de uniforme, de burca ou seja lá do que for. A professora que assedia o aluno é exceção. O professor que assedia a aluna por causa da roupa dela é exceção. E discutir exceção não muda a regra. Discutir exceção é coisa de quem quer desviar o foco e inventar desculpa. Discutir exceção é uma forma de manter a regra inalterada. Não percebem?
" Ai, gente, eu não quero ser chata, mas roupa não tem nenhuma relação com esse tipo de assédio. "
Não tem. Mas há roupa para cada tipo de situação e como homem acho meio constrangedor em ambientes sociais ver mulheres com roupas inadequadas (Exemplo, mulheres de seios grandes com decote) porque você tem que, tipo, ficar se controlando ou policiando para a forma como olha para a pessoa.
É uma situação chata para ambos os lados.
(Se bem que confesso, é um porre em ambiente de trabalho gente mais velha que você que fica apertando seus braços ou seu peito).
Olá, Lola, é a primeira vez que entro no blog,e tenho duas histórias para contar.
Faço um curso da área de física, que é bastante misto na questao de genero. Ha alguns anos estudava comigo uma garota conhecida como uma grande "piranha" da faculdade, a ponto de sempre encontrarmos alguem que havia transado com ela quando conheciamos novos grup os de amigos. Sou completamente a favor da mulher ter sua plena liberdade sexual, mas no caso dela era exagerado, n sei se era algum transtorno psicologico, carencia, n sei mesmo. Enfim, houve lo q historias q um prof de quimica a "secava" durante as aulas, e pelo q contam, ela dava bola. Nao posso relatar com certeza porque nao cursava a materia. No fim do semestre teve um debate valendo nota. Contam que a menina interrompia as outras pessoas toda hora, e falava coisas que nada acrescentavam a discussao, tanto que o prof chamou a atençao dela. Pois bem, quando sairam as notas, a dela era a maior da turma. Soube-se depois que ela foi conversar com o prof (ou ele a chamou na sala dele) e eles transaram, e a historia foi confirmada por ela propria.
Nao sei se e exatamente um caso de abuso, pois a menina era mesmo muito bonita, sabia disso e usava disso como ninguem. Mas certamente foi um caso de abuso de poder do professor, que deixou os outros alunos indignados.
O outro caso e de um mini curso q participei, para o qual foi chamada uma professora estrangeira. Ela encanou com um rapaz que fazia doutorado, e sempre que tinha oportunidade, como nos cofee breaks, ela jogava indiretas para o rapaz, que desconversava. Naquela noite meu orientador convidou todos para um barzinho. Eu e minhas amigas tentamos conversar com a professora, para treinar nosso ingles, mas ela so queria saber do rapaz. Era uma situacao que deixou todos com vergonha. A professora em questao era inclusive casada e com filhos.
Lola, dois relatos:
o primeiro, mais antigo, é de quando eu era uma estudante do Ensino Médio. Um professor de uma determinada disciplina sempre fazia muitas piadinhas de cunho sexual, machista e utilitário. ele era jovem e bonito, fazia sucesso entre as gurias desde o primeiro dia na escola - alunas menores de idade, obviamente. até eu mesma, fiquei um tanto "encantadinha", mas passou quando eu entrei na universidade. apesar de suas piadas, já golpes crueis, ele nunca assediou fisicamente. incrívelmente, por um erro meu, tivemos um caso de uma noite, depois que eu me formei na escola, já era maior de idade, etc etc.
outro relato é da universidade. no meu curso, geografia, tenho que fazer uma disciplina da história obrigatoriamente (oi, meninas da história-usp, dividimos prédio!). o professor que ofereceu essa disciplina no meu ano é bem conhecido por ter casos em troca de bolsas e orientação. durante o curso dele, tudo transcorreu de forma um tanto tranquila, apesar dele secar as gurias quando íamos com roupas mais curtas. mas o assédio em relação a mim veio no ano seguinte. tive que fazer uma passagem em sala na história, para dar alguns informes ao conjunto geral dos estudantes e durante o informe, o professor simplesmente tocou e segurou minha mão que estava na mesa dele - tudo muito discretamente.
retirei minha mão, e, quando outro estudante estava dando outro informe, o professor perguntou aos sussurros: "você foi minha aluna ano passado não é?". depois do meu aceno positivo - enojada e com medo do que ele lançaria, ele disse: "passa lá na minha sala, to com saudades de dar aulas pra geografia".
tudo isso na frente dos alunos!!!! fiquei completamente enojada, e aquele professor que outrora teve todo o meu respeito academicamente - como homem, jamais - eu só queria saber de matá-lo.
Lola, percebi que em muitas histórias o professor citado é o de Física! Uma vez estava conversando com o meu pai (que é professor na área de educacao em uma universidade federal), e ele comentou comigo que existem pesquisas/discussoes sobre os professores de Física tratarem meninos e meninas de maneira diferente na sala de aula! às vezes seria legar dar uma olhada nesses trabalhos, pq, pelos comentários, isso parece se confirmar...
FlashT,
você aprovaria que uma professora desse em cima de um aluno tanto quanto você provavelmente aprova o comportamento de um professor que dá em cima de uma aluna?
"mulher é hipergamica quer sempre alguem $uperior, veja quantas atrizes com diretores, cantoras com produtores, enfermeiras com médicos etc ao infinito"
alguma mulheres têm esse tipo de comportamento justamente por causa da criação machista que receberam. e muitas outras não estão equiparadas profissionalmente aos seus parceiros pelo simples fato de serem mulheres, e não por falta de competência.
eu acho que esses argumentos de que algumas alunas se vestem para chamar atenção e que o professor que não olha é cego são muito questionáveis. tudo isso é construído culturamente para nos fazer acreditar em certas "verdades absolutas". a exemplo desse tal instinto selvagem que, reza a lenda, existe em cada homem.
porque não vemos os indíos assediarem as índias que andam estilo zero roupas? ainda que existam comportamentos machistas entre os indígenas, não vemos tamanha falta de respeito pelo corpo das mulheres. os índios não são tão homens e têm tantos (ou mais) instintos quanto os caucasianos?
Juliana
Não to querendo defender quem fica olhando descaradamente a pessoa que veste uma roupa mais curta mas esse argumento do indio é de doer né?
Vc nasce numa cultura onde todo mundo anda nu ou quase pelado, vc não vai achar normal? Acho que o desejo vem daquilo que vc não tem muito contato, se a gente visse pessoas peladas o dia inteiro, quem usaria um pouco mais de roupa chamaria a atenção, seria o contrário.
Pega então o caso de uma pessoa que nunca foi numa praia de nudismo, no começo ela acha aquilo estranho, o maior barato, depois de tanto ir, acha aquilo tão natural que perde a graça, o "frisson" da novidade, do diferente perde efeito.
Meu primeiro comentário no blog.
Lola,
Sobre assédio em sala de aula, tenho uma amiga professora que deu aulas em um colégio católico, de freiras. E ela me erelatou diversos casos de freiras que assediavam alunos, umas até se envolviam com alguns.
Beijos
niemi, o que eu quis dizer é que a questão do instinto não justifica tais atidudes, como muitos homens tentam alegar. e até concordo com vc sobre a definição de desejo.
Nina, concordo.
Esse tipo de argumentação que estamos vendo por aqui também é machista, só que mais disfarçadamente: As pessoas admitem que homem deve ter algum respeito, ~ mas ~ se começa a dar muita ÊNFASE na mulher, na sua roupa, na sua beleza, na sua sexualidade. É o mesmo recurso de quem admite que estupro é feio, ~ mas ~ ela estava andando na rua à noite sozinha, estava bêbada, a saia era curta etc. Não se nega o absurdo da agressão, ~ mas ~ gasta-se mais tempo falando de como era a roupa, o que ela fazia, seu passado sexual do que se gasta falando da agressão em si. A fala fica toda CENTRADA na mulher e no que ela deveria ter feito para que não fosse assediada, estuprada, que ela deveria ser resguardar, não se dar ao desfrute, ou o que for.
Isso também é sexismo pois não vejo ninguém fazendo o mesmo com vítimas de assalto, por ex, podemos até fazer um comentário ou outro sobre essas vítimas, mas não vamos nos concentrar no seu comportamento. Mas quando envolve mulheres todas aquelas coisas se tornam muito importantes para serem reafirmadas o tempo todo. E a maioria nem percebe que faz isso.
Quem quer assaltar, assalta. Quem quer assediar, assedia. Independente de fatores externos. Citar roupas e comportamentos NÃO muda isso. Só serve para dar uma falsa sensação de controle e segurança para as vítimas, ela acha que se rezar a cartilha direitinho isso vai diminuir ou eliminar as chances dela de sofrer agressão. E se as outras não souberam fazer o mesmo, ela que divida a culpa da agressão com seus agressores.
Assédio, agressão, estupro não são o mesmo que paquera. As pessoas estão dizendo que entendem a diferença, mas continuam falando da roupa nos casos de assédio. É contraditório.
Do que adianta criticar o sistema de valor que chama um homem de gay quando ele não dá em cima de uma mulher qualquer e ao mesmo tempo dizer que se uma mulher põe um decote, um short ou um vestido ela está provocando e só resta ao cara perder o controle de suas órbitas oculares?
Fora a eterna falta de capacidade de distinguir relações (de qualquer tipo) saudáveis e ÉTICAS daquelas abusivas, sem limites, sem respeito.
Niemi, chamaria atenção, causaria estranhamento, mas não implica numa depreciação de gênero como acontece em nossa sociedade. Isso vai muito além de estar habituado com nudez ou com vestimentas, é uma questão cultural. Não é só o que você veste, é o que você pensa. Eles não sexualizam o corpo como nós, as vivências deles neste aspecto são muito diferentes.
vocês estão interpretando o que a dayene (não sei se é assim que escreve) e eu dissemos de forma distorcida.
ROUPA NÃO JUSTIFICA ESTUPRO OU ASSÉDIO. Claro que não. A culpa é totalmente do agressor(a). Não importa se a vítima está se prostituindo, usando roupas insinuantes e, no caso de um menor de 14 anos, se oferecendo deliberadamente ao professor, no caso. A RESPONSABILIDADE É DO ADULTO.
O QUE ESTAVAMOS tentando explicar é que se uma mulher usa roupas curtas, ela não está exatamente preocupada em se esconder. QUAL O PROBLEMA? NENHUM. Isso não dá o direito de ngm assedia-la ou mesmo ficar feito um tarado encarando. NÃO. Mas se o cara olhar o corpo (o olhar recai normalmente para o que chama atenção, por mais respeitosos que sejamos) ele não está cometendo crime algum, nem fazendo nada demais (DESDE QUE NÃO SEJA UMA CRIANÇA). QUAL O PROBLEMA DE UM ADULTO OLHAR PARA OUTRO ADULTO? Ele não está assediando, babando, sendo nojento. Está admirando e só.
Mariana, em outro comentário eu concordei que o olhar hiper discreto que sequer se faz perceber não tem problema, fora os casos de menores. Mas o tema não é sobre isso, né mesmo. É sobre assédio sexual, que é uma agressão e várias pessoas vieram mais uma vez pontuar a questão da roupa, de "paquera" e da "inevitabilidade" do homem em se controlar diante de uma mulher "provocadora". Meu ponto foi o que domina o discurso. As pessoas admitem o que é agressão, mas falam exaustivamente de roupas e comportamentos femininos.
A linguagem se constrói de muitas maneiras, tanto nos seus termos, quanto nos seus significados e também naquilo que domina o discurso. Tudo reflete a cultura na qual estamos inseridos e nossas idéias acerca do assunto. Questionar o que a mulher fez antes da agressão é fato corriqueiro nessas falas.
E eu falei em termos gerais, os comentários no blog, mesmo este sendo feminista, só refletem isso.
Cheguei tarde...
Liana,
Hiperdiscreto é uma questão de opinião. O que é hiperdiscreto para você pode não ser para mim. Como então julgar se o olhar é hiperdiscreto ou não? Acho que uma coisa que está sendo ignorada aqui é a sensibilidade da mulher. E estou falando mulher por que não discuto criança nesse caso, então não chamo ninguém de menina. Tem mulher que acha que um olhar admirativo é assédio. Tem mulher que acha que o cara ficar encarando não tem nada demais, até gosta. Então a única opção é se manifestar contra a situação que você não gosta. Se ficar calada, sinto muito, agüente os olhares.
Agora, se houver toque a coisa fica mais complicada. Não concordo que necessariamente qualquer toque é assédio. Em uma conversa segurar no seu ombro não é assédio. Segurar na cintura, pode ser, depende da pessoa. Tinha professor na minha época que se fizesse isso eu não me importaria. Outros eu me importaria. E aí? O que fazer? Falar. Isso mesmo, a gente tem que falar. Se alguém me toca de uma jeito que eu não gosto, eu falo para pessoa que eu não gostei. Na maioria esmagadora das vezes que isso me aconteceu, o cara parou. (lembro de uma vez que não parou, aí eu fui grossa e em público disse para ele nunca mais encostar o dedo em mim enem chegar perto. Em alto e bom tom, para todos ouvirem. Ele parou.) E olha que eu sempre fui muito bonita. Mas eu também sempre soube me impor e soube impor os limites. Conheci muitas mulheres que não fazem o mesmo e depois ficam chorando se se sentindo vitimas. Essa atitude não ajuda em nada, só piora a situação. Repare que não estou dizendo que elas tem culpa se sofrerem assédio. Repare bem o que estou dizendo. Assédio, estupro, enfim, violência não tem desculpa!
Continuando...
Eu fico às vezes perplexa com os relatos aqui ao lembrar da faculdade. Eu, como disse, sempre fui bonita e gostosa (até o maldito câncer me pegar), mas eu não lembro de jamais ter sofrido assédio sexual ou brincadeiras impróprias nem de professores e nem de chefes. Colegas, talvez, mas se não gostei eles logo param. Será uma questão de postura? Vibrações? O mais interessante é que os casos de reclamação de assedio que vi vinham sempre das alunas (ou mulheres) que tinham um comportamento mais cordato, não reclamavam e ficavam sempre caladinhas.
Não sei... Acho que a gente tem que ter um certo cuidado quando ao tratar todas as mulheres como vitimas. Varias são vitimas. Mas muitas não são, apenas se sentem ou se fazem. Muitos homens são babacas, mas nem todos são. E aos que são, nós temos a obrigação de combatê-los e não ficar esperando sentadas que eles mudem. Esse tipo de homem só muda sob pressão. Tratar todas as mulheres como vítimas acaba invalidando as que realmente o são.
Quanto ao uso de pouca roupa, eu acho que todos temos o direito de vestir o que queremos sem sofrermos violências. Mas na nossa sociedade, roupa é uma ferramenta de atração sexual, de demonstração de status, de ideologias etc. Então, quando a gente se veste de uma certa maneira, a gente está mandando mensagens. A mulher ou o homem que se vestem sexy estão querendo chamar atenção. Não tem outra. Isso não justifica violência, claro. Mas um cara que anda sem camisa na rua com um físico de chamar atenção, vai ser olhado. Eu vou olhar. E mais de uma vez. Uma mulher também com físico de chamar atenção que anda na rua com decotaço, pernas de fora e barriga de fora, vai ser olhada. Eu vou olhar. Independente de onde estiverem. Olhar é diferente de assédio!
Putz, ficou super longo....
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/10/professora-e-acusada-de-fazer-sexo-e-dar-maconha-adolescente-nos-eua.html
tae uma professora que fez sexo com aluno de 15 anos.
Isso é incomum mas acontece mais que se imagina. Eu conheci uma que até grávida do rapaz ficou. Ela tinha 23 e ele 16.
Vai ser burra lá na China. Foi demitida, e ainda ficou sozinha com a pobre criança... Mas isso foi há uns 20 anos atrás.
Denise, nem preciso escrever mais nada, concordei com tudo que vc disse.
mas parece que só o que tem que ser discutido é o fato de professor dar em cima de aluna. Vc relatar o contrário não pode, pq vc está querendo justificar. Falar de roupa tb não pode, pq vc tb está justificando o assédio. Paquera tb não pode e por aí vai. Me desculpem, mas assim não tem como discutir. A partir da discussão de um assunto, outros assuntos vão surgindo e não adianta vir aqui e querer podar só pq te incomoda. Eu acho que os dois lados tem que ser discutidos, sem competição de quem é mais assediado, homem ou mulher, como eu já disse.
Oi Lola!
Sempre acompanho seu blog, mas nunca comentei.
Eu me chamo Joyce, tenho 23 anos, e no momento estou cursando minha segunda faculdade.
Na primeira, de Letras, não tive problema nenhum, de assédio ou discriminação, porque a maioria da turma e do corpo docente era feminina.
Agora, no começo desse ano, iniciei o curso de Manfutaura Aeronáutica. Numa turma de 20 alunos, somos só duas mulheres. E ambas já tivemos bastante problema de discriminação pelos professores.
Posso citar o professor de desenho técnico, que insinuou que a minha amiga não tinha feito o desenho, e exigiu um "teste prático" na hora de entrega, mandando ela desenhar traços à mão, sem régua, pra ver se tinha coordenação pra tanto. Comigo, ele não pediu o teste, já que eu terminei o trabalho em sala, mas olhou e disse: "Até que tá bonzinho pra uma mulher".
Teve também um professor de Familiarização Aeronáutica, que sempre fazia questão de explicar pra nós duas como se fossemos idiotas. Quando fazia alguma pergunta pra sala, não nos deixava responder, e ainda tentava esmiuçar as respostas, "pras mocinhas entenderem".
Quando tirei 9,0 na primeira prova dele, ele veio me perguntar se recebi o espírito do Santos Dumont (?). Eu respondi secamente que tinha estudado.
Outro professor, de Materiais, quando foi fazer uma pergunta sobre culinária, olhou pra mim e falou que eu deveria saber pelo fato de ser mulher. Um amigo que estava sentado na cadeira da frente falou: "Professor, pode perguntar pra mim também. Eu adoro cozinhar! Não é coisa só de mulher não". Depois disso, o professor ficou beeem envergonhado.
Os colegas em geral são muito bacanas conosco, tratam as duas como iguais. Mas sempre tem um espírito de porco, né? Tem um lá que diz que inventamos perseguição, que não tem nada haver, e que somos é privilegiadas pelo nosso sexo...
Denise, sim. Eu quis dizer aquele olhar passa mesmo despercebido da mulher. O professor(a) pode ver, porém não demonstrar o que achou daquela pessoa em particular. Da mesma forma como podemos estar diante de alguém que nos causa repulsa, mas por educação nos esforçamos para esconder isso, de modo que a pessoa não perceba e portanto não se ofenda.
E por vítima, é só mesmo nestes casos em que houve um desrespeito.
"A mulher ou o homem que se vestem sexy estão querendo chamar atenção. Não tem outra."
Isso depende do que é considerado sexy pelos outros, né. Aquele visual "puta de boate com decotes vertiginosos" não é o que predomina nas universidades e isso não impede que as "recatadas" sejam assediadas. E sabe, às vezes um short é só um short, não um convite nem exibicionismo, ainda mais no calor, também não se pode generalizar isso.
E mais uma vez, porque o povo perde o fio da meada, eu não questionei o "simples olhar", mas sim a idéia que alguns aqui passaram de que a mulher "pede" para ser assediada (o que é diferente de querer ser admirada) e também questionei o fato de que se foca excessivamente no comportamento da mulher face ao assédio sofrido por ela. Eu estou falando de abusos de poder e hierarquia num ambiente como o de uma universidade.
Lola,
Eu lembro de alguns episódios de assédio de professores que marcaram a minha passagem pelo ensino fundamental, médio e superior.
No ensino fundamental, quando eu estava na sétima série (hoje é nono ano, né?)e tinha uns 14 anos, havia um professor de Educação Física de quem gostava muito. Eu era boa em basquete, e ele me chamou pra participar do time. Ele era daqueles que tinha um grupinho de preferidos, com quem conversava mais. Até que um dia num dos treinos eu fui até a sala de equipamentos porque ele havia me pedido para pegar algumas bolas e eu fui. Quando eu estava na sala ele entrou e começou a conversar comigo, foi se aproximando como se fosse me dar um abraço. Só que nesse "abraço" ele me encostou contra uma mesa e tentou me dar um beijo. Eu me esquivei, e sem saber o que dizer, não disse nada. Terminei o treino, não falei com ninguém e nunca mais voltei a fazer aula.
No ensino médio, uma vez no fim do ano eu fui no colégio pegar uma nota. Eu não estava de uniforme, estava com uma roupa comum. Quando esbarrei com um professor de física no corredor, primeiramente ele perguntou pelo meu namorado e eu disse que ele não estava lá, que eu ia encontá-lo depois. Ai então ele se sentiu a vontade o suficiente para fazer o seguinte comentário "sorte a dele te encontrar quando você está tão bonita, vestida assim". Também teve um professor de filosofia que me adicionou em uma rede social e comentou em uma das fotos "o uniforme esconde as pessoas".
Já na faculdade de comunicação social, logo no primeiro período um professor de sociologia me chamou pra participar de um projeto de um livro que ele estava coordenando. Ele me cercava dos corredores, me chamava pra conversar em salas vazias, e uma vez chegou a colocar a mão na minha barriga. Eu comecei a me distanciar porque vi que o tal projeto não ia dar em nada. Até que um dia, notando o meu afastamento, ele me chamou para um almoço na casa dele, aonde a gente poderia conversar sobre como ele gostaria que eu participasse do livro. Eu dei uma desculpa qualquer, não fui ao almoço, e em seguida arrumei um estágio.
Bom, esses foram os casos que aconteceram comigo e que eu vi com clareza que havia maldade em todas as insinuações. É lamentável que desde tão novas nós tenhamos que conviver com esse tipo de assédio vindo de figuras que estão na nossa companhia para nos ensinar a ser bons profissionais e cidadãos .
Espero ter contribuido. Mil beijos Lola, adoro seu blog =)
Cara, vc ta confundindo as coisas, nem tudo que é feito por uma mulher quer dizer que vc pode implicar uma atitude feminista, [2]
____________
para o Rodrigo..
''No meu caso acho que o feminismo influi no ponto de que, em relação às alunas, elas se sentirem na liberdade de agir de uma maneira menos "correta" e digna porque estão em um ambiente só de mulheres onde eu sou o único homem.''
mais um vez vc quer culparfeminismo pela atitude delas.liberdade para agir de maneira menos correta? isso faz parte do caráter individual
de cada um! ou vc tem ou vc não tem!!! não precisa de feminismo para isso, pelo amor de
Deus, vc escolheu o alvo errado. mal caratismo não tem sexo.
elas poderiam te paquerar e se levasse um não parar de te perturbar, uma pessoa com o
minimo de caráter, teria te deixado em paz e partido para outra.
mas se elas insistem em te perturbar, é porque o seu ego do tamanho do maracanã não deixa
e não admite a rejeição.
''No meu caso acho que o feminismo influi no ponto de que, em relação às alunas,
elas se sentirem na liberdade de agir de uma maneira menos "correta"
e digna porque estão em um ambiente só de mulheres onde eu sou o único homem.''
mais um vez vc quer culpar o feminismo pela atitude delas.
liberdade para agir de maneira menos correta? isso faz parte do caráter individual
de cada um! ou vc tem ou vc não tem!!! não precisa de feminismo para isso, pelo amor de
Deus, vc escolheu o alvo errado. mal caratismo não tem sexo.
elas poderiam te paquerar e se levasse um não parar de te perturbar, uma pessoa com o
minimo de caráter, teria te deixado em paz e partido para outra.
mas se elas insistem em te perturbar, é porque o seu ego do tamanho do maracanã não deixa
e não admite a rejeição.
continuando...
''Note que eu NÃO DIGO que as feministas FAZEM ISSO, mas sim esse grupo de mulheres em específico.''
e de onde vc tirou que esse grupo de mulheres é feminista? porque? para vc uma não feminista, JAMAIS
faria isso com vc?
''é mostrar que as mulheres tem o direito de fazer o mesmo que os homens. E cobram respeito.''
bem , não sou nenhuma defensora do funk nem dos funkeiros em geral... mas o que elas questionam
é que eles tem total liberdade sexual e libertade para falar todo tipo de besteira e nem por isso
são acossados, pelo contrário, são aplaudidos. e por que elas não podem gostar de sexo? cantar também
que gosta de sexo em suas musicas sem serem acossadas. se o homem não é desrespeitado por isso
porque a mulher tem que ser? Não se aceita mais esse discurso de ai... ''mulher quer imitar o homem nas suas piores coisas''
aãh??? piores coisas para quem? se fosse ruim o próprio homem parava com isso, se não para é porque é bom,alguns homens acham que gostar de sexo e falar sobre são PRERROGATIVAS deles. é monopólio
ninguém deve mexer nisso. vcs se agridem com isso, como alguns não querem abrir mão desse monopólio, xingam e acossam essa mulher.
continuando...
''É preciso mostrar algo diferente e superior, e não chutar cachorro morto.''
se quisermos respeito então temos que trabalhar dobrado e ser superior? ta ficando
dificil a igualdade hein...
''muitas mulheres se aproveitam do estigma de frágil,
carente e sensível para reverter a situação.''
e isso vc atribui ao feminismo? uma mulher que faz isso pra
vc é feminista? se vc acha isso, vc não sabe nem o que é feminismo
e o que é uma feminista.
vi esse video e dei muita gargalhada , vale a pena conferir .
http://www.youtube.com/watch?v=mV3IR94zXac&feature=relmfu
eu vi o vídeo , mas vou uma coisa vc tem que admitir, se fosse um homem falando que ia comer 100 mulheres sim seria ovacionado, sim ergueriam taça para ele. e não, não tem o direito de xingar a leticia.
na visão dos homens gostar de sexo é prerrogativa de vcs. é monopólio masculino e qualquer mulher que vá mexer nisso vcs escracham ela.
olha, a bem da verdade reparei mais nos comentários do que no vídeo em si. não sei se esse senhor é um personagem ou se é real, não importa, ele foi carregadamente preconceituoso , grosseiro e agressivo, enfim, tudo o que se espera do machistão clássico.
não sei o que pretendeu quando fez isso mas...
gostei desse comentário aqui:
''E vc é um simples cidadao que ri de si prórpia e sua socie
dade. fechando os olhos pra realidade e eternizando uma subcultura machista, ignorante e atrasada..''
''os homens q comem 100 mulheres por ano se orgulham disso sim''
, ''nossa cultura é acolhedora, solidária mas um tanto hipócrita quando se trata d liberdades individuais''
as opiniões estão bem divididas o que mais me deixou feliz é que partiu de homens, nem todos são retardados feito esse fernando...
''Todos sabem que apenas idiotas vangloriam numeros astronomicos de transas. Homens que comem 100 mulheres se acham foda, mas é só na cabeça deles ( vai dizer q vcs acham isso bonito independente de sexo?)''
o resto é GDR agindo feito gorilas no climatério.
Oi Lola já tem alguns meses q começei a ler seu blog, e foi a partir dele q passei a me considerar FEMINISTA, (apesar de sempre ter sido contrária ao machismo, e de me identificar c as lutas do feminismo) pq até então eu acreditava ser o equivalente ao machismo. Bom... faço faculdade e tem um professor q vive olhando pros decotes das meninas, sem falar q fica elogiando as meninas. Cmg particularmente nunca ocorreu nada MAIS grave, apesar de já ter sido elogiada pela minha beleza... mas axo q só ficou nisso, n me recordo de ter passado por algm situação constrangedora.
Não é justificar assédio. Roupas inadequadas criam situações constrangedoras para ambos os lados.
E lembrem-se das duas Majas de Goya. Certas roupas chamam mais atenção que a falta total delas.
Não que as sociedades indigenas sejam exemplos de liberação feminina, pelo contrário.
Olá a todos! Só gostaria de compartilhar o ponto minha experiência e observações a respeito do meu curso.
Sou estudante de música, estou quase me formando em uma licenciatura que habilita em um instrumento musical específico.
O curso de música - seja em escola, conservatório ou universidade - tem uma situação que às vezes abre mais chance para assédio - por parte de professor@s e alun@s: é comum as aulas serem individuais, somente professor(a) e alun@. Conheço casos de professores que se aproveitavam da situação de proximidade para assediar alunas menores de idade, conheço casos de professoras que foram assediadas por alunos adultos estando sozinhas com eles em sala de aula, isso em todos esses níveis - nos cursos básicos e em universidades.
Sei que o poder que o professor tem em sala de aula abre possibilidades de assédio por parte de professoras mulheres também. Mas eu sempre soube apenas de casos onde homens assediavam as mulheres, independente de serem alunos ou professores. No fim das contas, o poder "mascu" prevaleceu .
Adoro seu blog e os comentaristas! Abraços pra todos!
ainda bem q a liana tá sempre esperta aqui pra rebater certos comentários, pq olha... ver depoimento de mulher serivindo pra embasar comentário de troll é foda.
não existe crime de pedofilia, mas de estupro de vulnerável. e maior de 14 não é considerado vulnerável pela lei. uma queixa contra um garoto de 19 pq engravidou uma de 17 nunca seria aceita nesses termos. essa historia tá muitíssimo mal contada e me soa muito machista levantar isso num post sobre assédio. aquela velha historia de se questionar automaticamente a palavra de todas as mulheres pq uma mulher, um dia, mentiu.
***
sobre professor velho babão: sempre tive NOJO e PAVOR. estudava numa escola pequena, um ambiente essencialmente feminino. quando entrei numa escola pública grande, a minha mae me contou tantas historias iguais a essas aqui, da epoca dela de estudante, q eu ficava alerta pra evitar esse tipo de situação.
nunca me senti confortável em falar com professor homem sozinha antes ou depois da aula, guardava uma distância de uns bons centímetros, não permitia q ele falasse comigo enquanto eu estava sentada e ele em pé (muito mais fácil pro babaca aproveitar e se roçar, se fazendo de sonso). lembro q havia 2 professores velhos, de cabeça branca, q eram conhecidos pelo jeito "galanteador" com as meninas bonitas. onde ja se viu??? meninas de 12 anos!!
eu acho absolutamente nojento um professor assediar uma aluna, por mais q ele não a ameace diretamente. fica implícito q o desempenho dela naquela disciplina está em jogo. se ela recusa, pode sofrer retaliação, deixa de ser uma decisão livre. ela é obrigada a fugir, se envergonhar, se calar, evitar de um jeito discreto.
é aquela velha discussão da cantada: se o homem n tem certeza q aquela mulher quer ser cantada por ele, NÃO CANTE. NÃO PRESUMA q ela está interessada. e aqui é ainda pior por haver uma relação de subordinação.
***
é muito diferente assédio e relacionamento saudável entre professor e aluna. se há uma atração mútua, a pessoa q está na posição de autoridade n vai precisar FORÇAR uma situaçao. se a aluna estiver mesmo a fim do professor, ELA vai se aproximar, ela vai dar abertura, ela vai fazer questão de discutir uma questão depois da aula, elogiar, jogar charme ou seja lá oq for.
eu tenho uma amiga q casou com o nosso professor do terceiro ano. ele era recem formado, tinha uns 20 e poucos, e ela 17. e foi uma aproximaçao consentida, logico.
esse cara era daqueles professores q várias alunas davam mole, pq ele era novinho, bonitinho, gente finíssima, engraçado, bom professor... várias pessoas ficaram amigas dele, mas nunca ninguém se sentiu assediada. ele tratava todo mundo, de ambos os sexos, bem. brincava com vários alunos e alunas, dando abertura pra aproximaçao. ela demonstrou interesse, ele retribuiu e eles ficaram juntos. e só assumiram a relaçao no ano seguinte, qd ela saiu da escola, justamente pra evitar acusações de outros alunos levianos.
quando entrei na faculdade, tive a sorte de n estudar com nenhum tarado. mas é sabido q um dos professores mais conceituados da faculdade, q está lá há milhares de anos, é famoso por assediar alunas. e olha q ele é super respeitado justamente na área de direito penal! sabe-se q todo semestre ele escolhe uma vítima e fica tentando sair com ela. as que saem, acabam estagiando no escritório dele e coisas do tipo. mas e as q se recusam? será q sao justamente as reprovadas? hm...
sobre o caso dos professores q dão nota mais alta ou qq coisa do tipo, eu nem acho q seja assedio, é só anti etico mesmo. a maioria dos meus professores trata melhor as mulheres bonitas. uma amiga minha, lindona, só tirava nota alta mesmo qd n sabia nada na prova e tal. e eu via q ela n se insinuava pra ninguém, era coisa da cabeça deles mesmo. acho injusto com todos os outros alunos, mas n chegava a constrange-la, ele n pedia nenhuma contra partida, certo?
comigo, pessoalmente, só lembro de uma vez q pedi revisão de nota pro professor e ele, ao invés de marcar comigo em horário de aula, na sala, disse q saía da faculdade às 9 (da noite... meu turno era o da manhã!) e sugeriu q eu "aparecesse" por lá pra conversarmos (?!)
respondi q naquele horário eu estava ocupada e insisti na revisão em sala de aula. o cara simplesmente ignorou. acabei deixando pra lá, talvez pq a sociedade diz q é coisa da nossa cabeça. é mesmo terrível q nos sintamos culpadas por coisas q não são nossa culpa...
geralmente eu sou uma pessoa alerta, n deixo ficarem se roçando em mim no transporte público (dou cotovela, empurro, mudo de lugar... mudar de lugar, pra mim, já é um absurdo pq se eu cheguei antes, eu tenho o direito de ficar naquele lugar. e obviamente n ser importunada. o cara é q tá errado de aproveitar uma situação daquelas pra se roçar)
mas, enfim, uma vez eu tava com a perna engessada, sentada no onibus cheio, e um sujeito resolveu ficar justamente ao meu lado, em pé. milhares de lugares pra ele ficar, e ele resolve ficar ao meu lado. isso ja tinha acontecido antes e eu tinha mudado de lugar, mas dessa vez eu tava com o gesso e n havia outros lugares pra sentar.
pois bem, o onibus começa a andar e o cara começa a roçar no meu ombro. eu demorei uns bons minutos até me convencer q aquilo não era sem querer. dei o beneficio da duvida, tentei me afastar um pouco, mudei a posiçao do braço e ele continuava com aquilo.
oq eu fiz? sentei bem na ponta do banco e estiquei a perna engessada, alegando q estava doendo. aí o cara n teve outro jeito senão se afastar 5 centímetros pra trás. sério. era totalmente desnecessário ele ficar em cima de mim, tinha PELO MENOS 5 centímetros a mais de espaço.
mas EU tive q arrumar uma desculpa pra mandar ele se afastar! por medo de contrange-lo? de fazer uma falsa acusaçao a partir de um "mal entendido"? q ódio q me dá essa situação. machismo puro.
tem gente aqui q parece q nunca deu mole prum homem na vida, q sempre foi abatida como caça.
meu, se vc não se importa que CERTOS homens toquem sua cintura, é pq vc se sente atraída, de alguma forma, por eles. pq vc deseja ou pelo menos CONSENTE q ele te toque.
já um homem q te causa REPULSA, vc n vai achar normal q te toque, certo? aí nesse caso vc vai achar q é assédio.
ora, se a questão da atração e repulsa é algo bem subjetivo, algo q as pessoas tem q ter liberdade pra expressar mutuamente, não parece muito mais descabido q o standart seja PERMITIR o toque, pra só depois a aluna demonstrar a repulsa?
o correto seria EVITAR o toque e só tocar se a pessoa q está hierarquicamente subordinada aquiescer.
agora dizer q mulheres q IMPLICAM com o toque indesejado tem problemas, são "ultra sensíveis" ou coisa q o valha, é exatamente o pensamento machista vigente, o de ditar o comportamento das mulheres pra justificar o abuso praticado por homens.
Mulheres reclamando de assédio é como uma celebridade reclamando da paparicação dos fãs, é claro que pode ser chato e incoveniente,
ahhh, claro. pq ser mulher é uma escolha, não é? :)
principalmente porque a maior parte do assédio provém de machos indesejáveis,
BINGO. se fossem desejáveis, n seria assédio.
mas ainda assim é melhor do que ser invisível
não é, não
e qualquer menina mais esperta sabe muito bem
TEMOS q ser MAIS espertas... o doce sabor da igualdade
usar toda essa atenção a seu favor.
ah, claro. permitir q homens indesejáveis exerçam seu desejo sobre nós pra q possamos simplesmente seguir o curso normal de nossas vidas, é realmente muito vantajoso...
Olá lola!
Faço Engenharia de Computação numa universidade federal.
No primeiro período, um menino, leitor de carteirinha de blogs mascus, me disse que não conseguia entender porque mulher faz engenharia. Eu discuti muito, tanto que não converso mais com essa pessoa. Mas sei que ela tem um rendimento acadêmico muito menor do que eu (chegou a fazer cálculo I 3 vezes, e não entende porque mulher faz exatas!).
Meu namorado faz o mesmo curso que eu e como temos muita intimidade e conseguimos trabalhar bem em grupo, sempre dividimos as tarefas, discutimos muito e acabo aprendendo e produzindo trabalhos melhores, além de morarmos bem perto, logo, ele é minha escolha mais óbvia de dupla.
Sempre fazem aqueles comentários imbecis, que eu "monto nas costas dele", "que eu vou passar na matéria por causa dele", "queria ter um namorado desses pra fazer trabalho pra mim", como se eu só colocasse meus nomes nos trabalhos e deixasse tudo pra ele fazer, como se fosse burra! Na maioria dos trabalhos que são apresentados tentam me fazer perguntas mais difíceis, pra "testar se eu sei mesmo", como se o trabalho não fosse meu. Pior do que o pensamento de "ela deu pra ele pra conseguir", é que usam isso como argumento, "porque de fato ela dá pra ele", logo, teria esse tipo de privilégio!
Sempre acontecem piadas machistas, seja nos grupinhos de conversa, até mesmo vindas de professor! do tipo "ah, mulher é assim, cês entendem, né" e há um olhar de concordância geral e risadas ao fundo. Apenas uma vez um aluno foi criticado por isso por um professor. Também há os assuntos que "não vamos conversar, tem mulher na roda", há sempre aquele desconforto (e críticas!) sobre seu jeito de vestir. Já me falaram que eu não pareço aluna de computação, pareço gente de letras, de humanas, que só anda feio. Se eu to com roupa larga, tô feia, se eu uso um decote, "menina se eu fosse seu pai não deixava vc usar essa roupa aqui".
@Mordechai, na boa, prefiro ser invisível a ter que lidar com assédio dentro (ou fora) de sala de aula.
Atenção indevida é ruim demais, ainda mais quando a mulher começa a temer pela sua segurança/integridade.
E celebridade? Sério? Mulher = celebridade?
Bem, a celebridade ESCOLHE profissão que dá visibilidade. Ainda assim, tem uns sem-noção. Repetindo, atenção indevida é ruim.
Não faça com os outros o que não gostaria que fizessem com você.
E como tem professor assediado por aluna! Lola, peça para os professores qu estiverem presentes citarem casos de assédio por parte de alunos. Eu já vi um aluno assobiar para um professor lindíssimo que tive, em plena aula. E há professores que me passam aquelas cantadas, mas eu não me importo, sou linda mesmo e não escondo meus atributos. E também sou muito mulher para dar um basta no que passar dos limites.
é uma pena que o senhor Rodrigo não tenha voltado para falar sobre o que acontece em sua classe.
Aconteceram comigo, e com amigas, numa universidade católica, vejam só, casos de assédio e discriminação. Primeiro veio a discriminação - eu comecei a namorar no 1º ano da faculdade de jornalismo, e meu namoradio sempre foi ótimo aluno, ótimo repórter. Aí, os professores tinham a tendência de desconfiar da minha capacidade e achar que era ele quem fazia meus textos. Eu cheguei a receber tarefas diferentes, e ter meu texto comparado com o dele, para encontrar "provas" disso. Um professor, que depois virou uma espécie de mentor, admitiu isso para mim, pedindo desculpas, e disse com todas as letras que não era só ele que fazia isso comigo. Depois, o assédio - no 3ºano, um professor mais novo que a maioria nos deu aula, e não disfarçava nem um pouco o fato de olhar fixamente pra alunas que iam de saia, ou com decote. mas o pior caso não aconteceu comigo. Uma amiga foi parada em uma sala fechada da biblioteca por um professor conhecido por sair com alunas. Ele faalou que a achava muito bonita, que queria sair com ela. ela disse não, ele não desistiu. Toda oportunidade que tinha sozinho com ela voltava no tema. Passamos a não deixá-la sozinha em alguns locais dentro do campus, pra evitar esse tipo de coisa. Absurdo, não é? Ele dava notas altas pra ela, e parte da classe dizia que era porque ela dava mole pra ele. Isso é uma atitude "normal" desse professor, e ela não era a única a sofrer o assédio. Ele, aliás, era casado com uma ex-aluna.
Lola, como se pode proceder em casos assim?
Por sorte, nunca aconteceu comigo, mas uma amiga minha sofreu assédio por parte de um professor numa universidade federal que chegou a tentar beijá-la.
Como fazer para que esses brutamontes sejam responsabilizados?
Obrigada!
Ah, e é como se não existisse sentimento nas relações alunas-professores. Uma colega da filosofia namorava um professor do departamento, e um colega comentou que ela só estava "garantindo o mestrado". Lamentável.
Lola, conte como foi a palestra, querida.
Lola, estou sem palavras e acho que ao postar será um desabafo, tenho um filho de 15 anos , hoje uma professora dele ao entrar na sala de aula pediu que ele desligasse o celular pois ele estava com fone nos ouvidos , o mesmo o fez , só que ela confiscou o aparelho e disse que devolveria ao termino da lição e da aula , porem entregou na diretoria para que fosse retirado pelo responsável, fui até a escola e não encontrei mais a diretora , o celular ficou na gaveta e não pode ser entregue a mim , falei com a professora que ao dar muitas voltas sobre o assunto , perguntei a ela porque ela agiu dessa forma com meu filho , uma vez que na mesma sala com outro aluno ela confiscou um aparelho eletrônico entregou após a aula , ela teve uma conduta diferente para ambos os alunos e questionei porque ela fez isso , ela me respondeu mais ele é diferente , questionei dizendo que ela mesma confirmou a diferença entre os alunos portanto o meu filho estava sofrendo discriminação, enfim sei que a escola perante a lei pode confiscar o celular , mais acho que poderia ter sido apenas comunicado a utilização como medida disciplinar , mais o que eu não estou aceitando é essa atitude dela em fazer diferença entre iguais em sala de aula , amanha vou buscar o aparelho , porem eu me senti constrangida pelas palavra dela perante outras pessoas , devo procurar o conselho tutelar e a secretaria de educação ou devo esquecer uma vez que meu filho cometeu uma infração que é amparada por lei.
E o que dizer do professor universitário convidar aluna de tcc para fazer orientação no bar?
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