quarta-feira, 3 de novembro de 2010

NO MUNDO DOS MACHOS-ALFA

Todo mundo menos eu sabia que Louis Althusser estrangulou a mulher em 1980? Bom, pra minha felicidade, pra eu não me sentir tão desinformada, nem todo mundo sabe quem foi Althusser em primeiro lugar (obrigada, maridão!). O filósofo franco-argelino é um dos principais nomes por trás do conceito de ideologia. Pro senso comum, ideologia é sempre o que os outros têm, e a gente não. Imagino que as pessoas que acreditam nisso são as mesmas que acham que só a elite tem cultura, ou que a neutralidade existe. Mas ideologia é meio como Matrix, é o que nos impede de ver a realidade. Althusser aponta que a gente precisa comprar ideologia como algo natural, não imposto, do tipo “é assim que as coisas são”. Sabe, machismo não é considerado uma ideologia. É só a ordem natural das coisas. Ideologia é ser feminista ― isso sim é radical. Entende? É natural que todos os nossos presidentes até agora tenham sido homens. Não é algo imposto, imagina, é apenas “assim que as coisas são”, calhou de todos terem pênis. Sexismo não é que todos nossos presidentes sejam homens, é votar na Dilma por ela ser mulher! Ideologia é querer uma mulher pra presidente, não eleger pro cargo homens e mais homens, todos brancos e héteros, por sinal. Pensando dessa forma, as pessoas conseguem esquecer que somos uma sociedade machista. Mas machismo não é algo que uma nave espacial trouxe pro nosso pobre planetinha. É uma construção social. E todos temos responsabilidade. Ideologia, portanto, é manter invisível o foco da nossa dominação.
É impossível estudar ideologia sem ler Althusser. Sua contribuição para a filosofia realmente foi importante. Por isso me surpreendi com esses relatos da sua vida pessoal. Pelo jeito, ele não foi um homem fácil. Depois de fazer sexo com sua mulher pela primeira vez, teve de ser submetido à terapia com eletrochoques. Décadas mais tarde, matou a esposa. Ele estava tão transtornado que nem notou que a estrangulou ― pensou que apenas estivesse massageando seu pescoço. Não foi preso (porque não se pode condenar alguém que não sabe o que fez), mas foi internado num hospício. E sua carreira obviamente acabou naquele momento. Morreu dez anos depois. (Eu comentei essas informações no Twitter e uma leitora cortou relações comigo. Ela alega que Althusser deve permanecer enterrado, porque falar dele é manchar o marxismo. Não entendi. Tem quem ache que ele matou a esposa por ele ser marxista? Ahn, pergunta ingênua, eu sei. Deve ter. Mas esses podiam dividir o quarto no sanatório psiquiátrico com os fantasmas do Althusser, né?).
Alguém me perguntou se descobri todas essas fofocas sobre ele lendo tablóides sensacionalistas que não existem, como o Notícias Populares da Filosofia. Não. Na verdade, chegou pra mim um email divulgando mais uma revista masculina, a Alfa (e logo depois me contaram que há mais uma revista feminina no mercado, a Lola, cujo slogan é "Você não precisa. Você quer". Não estou feliz). Fiquei em dúvida se o título se referia a macho-alfa ou a alface, mas um leitor foi certeiro: a referência só pode ser à alfafa! Sacanagem com a revista da Abril; vi que no seu quadro de colunistas ela terá até uma mulher inteira! Enfim, por que Althusser veio à tona? É que um jornalista conseguiu entrevistar Pimenta Neves, e no apartamento dele havia uma cópia de O Futuro Dura Muito Tempo, autobiografia de Althusser em que tenta se lembrar de quando assassinou a esposa.
Faz dez anos que Pimenta (então diretor de redação do Estadão) matou a jornalista Sandra Gomide. Apesar de ter confessado o crime e sido condenado a 19 anos de prisão por júri popular, até agora tudo que Pimenta passou na cadeia foram sete meses, enquanto aguardava julgamento. Pouco depois um juiz lhe deu habeas corpus. Em agosto Pimenta recebeu a sentença de que terá de indenizar os pais de Sandra com 400 mil reais. Seu advogado vai recorrer, já que, segundo ele, enriquecer dessa forma seria ilícito, e além disso, como a renda de seu cliente seria de “apenas” R$ 2,800 mensais, ele não teria como pagar esse valor. Que Pimenta continue solto e impune é uma das maiores piadas da justiça brasileira. Mas por que agora ele cismou de se comparar com Althusser? Ele não matou Sandra durante um surto psicótico. Foi até o haras onde a ex-namorava praticava turfe para atirar nela duas vezes. Bem diferente do filósofo.
Recentemente seu advogado disse que Pimenta não dava entrevista nem pra Deus. Deu pra Alfafa.

40 comentários:

Lord Anderson disse...

Eu não sabia dessa revista.

Bem, uma revista p/ homens que não use mulheres nuas ja é um avanço, eu acho.

Mas ja vi a revista Lola na banca.

Lembrei de ti na hora e ja imaginava que não ia gostar. :)

Anônimo disse...

Capa da nº 1, Galvão Bueno (com Marcelo Tas de brinde).
Capa da nº 2, Steve Jobs (com chamada para Pimenta "Sandra era uma boa moça" Neves).

Eu me sinto um privilegiado por não ser público-alvo dessa revista.

Marcos

Tiago Gregório disse...

Lola, você não era a única. Eu não sabia que o Althusser entrangulara a mulher, pois meu conhecimento sobre o próprio era bem superficial.

Em relação ao nosso machismo arraigado, precisamos repetir que é um fruto intragável do catolicismo e evangelismo? Que a submissão da mulher ao homem e, por comodidade, a afirmação pelo homem desta dominação é um atitude embasada, subliminarmente (eu prefiro diretamente) pela bíblia? Não quero disseminar preconceito religioso: sou defensor de que toda pessoa é livre para cultuar a fé que lhe agrada. Mas só quem nunca leu e estudou a escritura sagrada (eu a li mais do que muitos que se julgam religiosos, já que dos 7 aos 11 anos, fui testemunha de jeová) não reconhece esta influência que, sorrateiramente, é aceita de modo leniente e até defendida por muitas mulheres, em especial as de parca formação intelectual.

Eu, por outro lado, talvez por ter vivenciado a submissão das mulheres da minha família, inclusive minha mãe, aos seus respectivos maridos, sempre possuí uma visão de igualdade plena entre homem e mulher, ainda que as mulheres levem vantagem na questão cognitiva (sim, elas ganham, e não adianta chiar). Minha geração (tenho 28 anos), menos religiosa que as anteriores, parece que está expurgando esta dissonância aos poucos, e se isso crescer, futuramente teremos menos instituições/publicações/organizações/facções sexistas.

Nefelibata disse...

Nossa... eu não sabia disso e fiquei chocado. Nunca cheguei a ler Althusser de verdade (ainda), mas outros autores que leio no marxismo vez ou outra se referem a ele. Nesse caso, me parece que ele é mais conhecido por ter feito o "corte" na obra de Marx entre uma fase jovem, de transição e de maturidade. E as críticas ao cara começam já aí, numa disputa sobre a possibilidade ou não de fazer esses cortes na obra marxiana.

Mas vamos ver se eu entendi bem o seu texto, Lola... se o Althusser defende mesmo que a ideologia é "natural" no sentido de "termos de comprá-la" de qualquer jeito, sem constrangimentos... bom, nesse caso até entendo porque a leitora disse que ele mancha o marxismo. Não dá pra ser marxista sem ser crítico. E uma das definições de ser crítico é justamente o de buscar entender para além das ideologias, não é? Mas não sei, essas informações me parecem confusas, ou eu mesmo fui incapaz de entender certinho.

Abraços!

aiaiai disse...

Tiago,

não é só católica e evangélica que são base do machismo...todas as religiões tem o macho como ser...a femea como - no máximo - complemento. Não esqueca os judeus e os mulçumanos.

Mesmo nas religiões politeistas - pelo menos as que eu conheço - tem sempre um deus macho que é mais poderoso que as deusas femeas todas juntas.

Religião é a base do machismo. Ponto.

Eu não sabia ou não me lembrava que Althusser tinha estrangulado a mulher...E acho que se fiquei sabendo disso, talvez na faculdade, foi uma informação que passou batida...não é relevante, né?

Marilia disse...

Tiago, eu adorei seu comentário e sua visão de mundo no que diz respeito à igualdade. Mas confesso a você que me assusto com a geração que hoje tem 22 anos ou menos.
Sou professora de Ensino Médio e tenho lutado para mostrar aos alunos um mundo em que as mulheres devem ter direitos iguais, mas muitos reproduzem um discurso machista ao extremo (mulher tem de cuidar do marido, necessariamente, da casa, dos filhos, tem até de deixar de trabalhar!)

Lola, eu não leio revistas "femininas" há muito tempo; exatamente para evitar esse discurso do tipo "só com esse produto que te deixa mais bonita é que você será feliz".

Uma das revistas que mais abomino é a Women's Health, com seu slogan "você, só que melhor".
E não me venham dizer que estou assumindo que sou perfeita (já me disseram que não gosto do slogan porque sou prepotente). O slogan da revista masculina irmã da "feminina", Men's Health (Viver melhor é fácil), não apela para isso.

Anônimo disse...

Quando vi essa revista Lola também pensei em você hahaha. Mas só de ler a capa me deu mau-humor. Pra que fazer mais uma revista igual? Acho que os anúncios todos não tão cabendo nas outras.
E eu nem sabia disso do Althusser, mas você me deu vontade de ler a obra dele. Pena que eu já tô entupida de coisa pra ler =/
É revoltante mesmo que esse Pimenta (Era pimenta o nome? não conhecia essa história) esteja por aí tão livre, leve e solto e ainda queira escapar da multa.
Só mais uma coisa: você viu que a OAB de Pernambuco quer processar aquela galera do twitter? Especialmente a que pelo visto começou tudo, a Mayara Petruso.

Teresa Silva disse...

A Sul América Seguros oferece um seguro, AutoMulher, que entre outros serviços oferece um acompanhante para a mulher ir na delegacia dar queixa do roubo ou furto do carro.
http://www.sulamerica.com.br/automulher/#
Pensei de cara que era machismo da seguradora. Mas por outro lado, é um serviço que oferecem tendo em vista que estamos em uma sociedade patriarcal onde uma mulher fica constrangida de ir à delegacia registrar uma queixa. Se fica constrangida de dar queixa de um roubo, imagine de um estupro!

Lola, outra fofoca acadêmica: eu soube que o ex-marido da Maria da Penha (a que deu origem à lei) era professor universitário. Como os dois são oriundos do Ceará, será que ele não era professor da UFC? Seu nome é Marco Antonio Heredia Viveros.

Mas que leitora mais suscetível essa, hein!

Paulecca disse...

A cada nova publicação que vejo nas bancas, mais fico feliz em saber que existe a internet!
Fiquei curiosa quanto a tal revista Lola, haha.
Desde minha faculdade de jornalismo eu luto contra esse papo furado da imparcialidade. A partir do momento que assumimos que isso não existe, podemos ser mais transparentes.

Valéria Fernandes disse...

Olha, a moça que rompeu com você, Lola, o fez porque você disse que ele matou a mulher? Porque pode ter sido por ele ter dito, depois de se tornar manual de gerações de alunos (Para Ler o Capital), que nunc atinha lido o Capital completo. Quando eu fiz a faculdade de História, era falar em Althusser e os professores grudavam no teto. Eu li Althusser em Sociologia da Educação (*não na História, portanto*) e só. ninguém queria passar perto dele.

Tiago Gregório disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Tiago Gregório disse...

aiaiai,

Você está certíssima ao lembrar que judeus, muçulmanos e o conjunto de divindades (Grécia) que compunham a crença politeísta antiga também são predominantemente machistas. Só não os citei porque enfatizei a sociedade brasileira, que é de maioria cristã, e cujo livro sagrado, a bíblia, é de meu conhecimento. Desconheço o conteúdo do Alcorão, apesar de já ter lido/visto filmes sobre a submissão e a "culpa presumida" da mulher nos países muçulmanos. Em relação aos judeus, o fato da torá ser os primeiros cinco livros da bíblia já dispensa comentários.
O maior embate atual, na minha modesta visão, é a busca do desatrelamento do senso comum de países com predomínio de fé cristã das questões relacionadas ao bem-estar da mulher, principalmente no tocante ao corpo e a liberdade intelectual.

aiaiai disse...

entendi, tiago, mas só queria marcar mesmo a questão do machismo estar na base de TODAS as religiões e esse é um dos motivos importantes para defender um estado laico. Não há espaço para igualdade de direitos dentro das religiões, são sempre contra este ou aquele...e a favor dos "seus" mais do que das "suas".

Não é a tôa que eu sou atéia kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Tiago Gregório disse...

Eu não posso afirmar que sou ateu, pois isso na minha família, no trabalho e na faculdade (acredite se puder) me tornaria mais indigesto e quesionável do que sou,por conta do meu raciocínio contrário aos tabus. Prefiro dizer que sou agnóstico: não nego e nem confirmo a existência do hômi.

Forte abraço!

Jun Shimada disse...

se fosse assim, o marxismo já estaria manchado desde o marx, que comeu a pobre da empregada.

Bruno S disse...

Uma revista que é logo de cara dá uma forcinha ao Pimenta Neves não merece muito respeito.

Nathália. disse...

Típica revista pra homem inseguro que tenta resolver seu problema de auto-estima fingindo ser "o gostosão pegador".

aiaiai disse...

to sem tempo mas fica a dica: leiam esse post maravilhoso sobre a "divisão do Brasil"

http://politicando.blog.br/?p=1222

Destaco:

“Dilma só ficou abaixo dos 40% em AC e RR, serra teve menos de 40% em 10 estados”

Raquel disse...

Lola, estudei Althusser na faculdade! Ótimo resgate! Meu professor de filosofia disse que o conheceu, acho que na Alemanha, e o convidou pra vir ao Brasil. Quando ele já estava com data marcada pra vir, meu professor ficou sabendo do assassinato.

Letícia disse...

Revista para os machinhos com medo das mulheres? Para os psicopatas que pretendem matar suas mulheres terem uma inspiração? Nenhuma das alternativas anteriores? Sei lá. Nunca vi essa revista.

Já essa "Lola", sim. (vc devia entrar com um mandado judicial pra mudar o nome dessa coisa, rs.) Achei engraçado, pq o slogan dela é bem típico do capitalismo, né. Faz vc ter a falsa impressão de que vc tem escolha, qdo na verdade eles não querem que vc tenha. E, claro, o capitalismo apela muito mais com as mulheres... pobres de nós. Pobres leitoras da revista Lola. Eu vou continuar com a Lolinha da internet ;)

L. Archilla disse...

Se eu tivesse orkut seria o momento de fazer uma comunidade: A Verdadeira Lola: eu leio.

Koppe disse...

aiaiai disse... "Mesmo nas religiões politeistas - pelo menos as que eu conheço - tem sempre um deus macho que é mais poderoso que as deusas femeas todas juntas."

Apenas a título de informação, a Wicca, que muita gente não leva a sério, é centrada em uma divindade feminina, e nas celebrações as sacerdotisas têm sempre papel igual ou superior aos sacerdotes.

Valmir disse...

Lola, pelo que exista de mais sagrado, por tudo quanto é santo, pare com esse negocio de maridão..esses aumentativos - filhão, paizão, goleirão - é coisa de programa do Faustão, Rodeio de Barretos e breganejos, locutor de futebol e afins...para?? sim????

lola aronovich disse...

Valmir, eu uso "maridão" faz 12 anos. Acho que, escrito, fica legal. Falado, não sei, nunca usei. Não uso os outros (filhão, paizão etc), e nunca vi Faustão. Mas eu precisava de algo pra chamar um personagem constante das minhas crônicas, e dizer o nome (Silvio, que eu costumo chamar de Silvinho) causa estranheza, já que poucos sabem que o maridão se chama Silvio. Dizer "meu marido" fica formal demais. "Maridão" foi o que estava a mão, e ficou. Acostumei totalmente. Eu uso muitos diminutivos, e tb expressões como "super" e tal. Faz parte do meu estilo.

O sonho de uma sombra disse...

Convido todos a lerem o capítulo VI do livro Reappraisals (traduzido como Reavaliações, se não me engano), do historiador inglês Tony Judt, para um relato claro sobre como e porque Althusser era um "filósofo medíocre" (essas são as palavras usadas por Judt), muito antes de sua loucura levá-lo a estrangular a esposa.

Só nos meios acadêmicos estadunidenses e seus subordinados (entre eles, nós) ainda obriga-se o estudo deste irrelevante intelectual, com suas bobagens de "práticas teóricas" e "Aparatos Ideológicos do Estado".

Geovana Gambalonga disse...

Lola, destoando completamente do assunto desse post vc pretende escrever algo sobre a criação conselhos de jornalismo?? Tem gente afirmando que se trata da nova censura em que tudo que é escrito, impresso ou televiosionado tera que passar por uma peneira em que os esquerdistas analisariam se deve ou não ser publicado. Pra mim isso é besteira, mtas profissões possuem conselhos que as regulamentam e estão mto longe de praticar censura, temos os conselhos dos advogados, engenheiro, médicos, arquitetos e etc. É impressão minha ou isso é mais um sensacionalismo divulgado pela mídia para ferir a estabilidade desse governo que está findando e o proximo em que elegemos nossa querida primeira presidenta?
bjs

Elaine Cris disse...

Acho que no nosso país uma das poucas coisas que é mais forte que o machismo nosso de cada dia, é dinheiro.
Não duvido que se ele é que fosse pobre e ela de família rica, ele estaria preso...
Lola, eu adoraria ver você comentar um dia no blog sobre o caso Angela Diniz, as manifestações das feministas, o lema "quem ama não mata"... Quando leio sobre essa época, mesmo sabendo que estavam em plena ditadura militar, sinto uma pontinha de inveja... Parece que naquela época as pessoas e as mulheres, eram mais idealistas.
Escrevi no meu blog que estava feliz de uma mulher ser a primeira presidente, achando que é sim uma conquista e uma moça me respondeu que acha que esse tipo de discurso está ultrapassado, não faz mais sentido...
Pois é. Já é lugar-comum, já é tudo igual... deve ser por isso que é tão comum mulheres se tornarem presidentes...

Abçs Lola! Seu blog às vezes é meu refúgio...

Elaine Cris disse...

Ah, e sobre o Althusser, é um dos queridinhos da análise do discurso, mas ainda não li, está na minha pilha de um milhão de livros pra ler para o mestrado, rsrs...
Mas não sabia dessa não. Em literatura é que gostam muito de falar da vida dos escritores, mas em linguística não rolam muitos comentários sobre as vidas dos teóricos... E tem tanto teórico ou gente que dedicou a vida aos estudos que enlouquece... Medo! rsrsrs

Rê_Ayla disse...

fico feliz que uma mulher tenha sido eleita presidente num país machista como o Brasil. Infelizmente, esta mulher não foi eleita por sua competência, sua honestidade, sua capacidade de administrar seja lá o que for. Infelizmente, foi a mulher errada e pelo motivo errado (eleita em meio a um lamaçal de corrupção e de desrespeito às leis... única e exclusivamente por Q.I.).

Anônimo disse...

Geovana, eu penso o mesmo que você! Mas não acho nem que seja pra desestabilizar o governo, e sim porque esses conselhos ferem os interesses políticos e financeiros dos grandes conglomerados de comunicação! Afinal, um conselho regulamentaria as coisas contra o oligopólio e preveria a divulgação de conteúdos independentes e regionais nos canais, e acabaria com a palhaçada de concessões permanentes. No meu blog escrevi dois posts sobre isso!

Geovana Gambalonga disse...

Oi MaiaCat, que legal que vc comentou o assunto, já estou passando no seu blog pra dar uma olhada. Sabe o que me parece esse sensacionalismo do caso dos conselhos de imprensa? Mais uma movimento dos reaças contra toda e qualquer possibilidade de direção democrática. Porque quando se instalam orgãos democráticos as possibilidades de oligopólios e coisas do gênero decai ouy se torna nula, então claro que isso não interessa a mídia que adora concentrar o poderio das informações em suas mãos. Assim acusar censura e criar todo um clima de 'estamos de volta a ditadura' favorece os interessados e joga os cidadãos contra o governo. Mas uma forma de manipulação escrachada! Falando nisso, o que me preocupa é o tal Ai-5 Digital. A tentativa de controle da internet, que nessas eleições atuou como ferramenta importante para desmitificar as coisas. Pq aos contrário dos conselhos que são um tipo de orgão conhecido e que tem suas atuações limitadas, ainda não se sabe com certeza que tipo de controle de informações ou identificação dos internautas será adotada. Sou totalmente contra o anonimato que é apenas uma ferramenta dos convardes, agora tenho dúvidas em relação ao controle propostos para a internet, principalmente a utilização ilegal dos dados.

Carolina Pombo disse...

Estou chocada com essa impunidade e triste também... Ainda me surpreendo com o machismo... me recuso a naturálizá-lo.

Aproveito para lembrar que hoje podemos votar na enquete do site do Senado sobre a descriminalização do aborto de anencéfalos, uma consulta pública está sendo feita. A diferença de votos até o momento não está bos pro nosso lado...

http://www.senado.gov.br/noticias/verNoticia.aspx?codNoticia=%20105045&codAplicativo=2

Mauricio disse...
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Mauricio disse...

Francamente, o preconceito existe como parte do nosso ser. Está em todo lugar, inclusive aqui, nestas postagens. Da mesma forma que devemos nos conscientizar de que imparcialidade não existe, devemos nos conscientizar que o preconceito existe, em todos. Até naqueles que criticam o preconceito.
Pessoal, cuidado com as generalizações. Todas as religiões são machistas? Alguém aqui conhece todas as religiões que são professadas na face da Terra? Alguém aqui que citou a religião muçulmana já pelo menos leu o corão (ou Alcorão)? Não venham me dizer que julgam uma religião, não pelo que ela prega, mas pelo que fazem seus seguidores. Se fosse assim, poderíamos julgar o marxismo pelo Althusser, o vegetarianismo por Hittler (dizem que ele era vegetariano) ou qualquer pensamento, religião, filosofia por qualquer um que nos aprouver. O preconceito existe entre os esquerdistas. Porque Althusser é considerado medíocre? é porque era mesmo, ou só porque não é admissível que um marxista tenha falhas? Me lembro da campanha para presidente do Collor. Me lembro que uma atriz, acho que a Marília Pera, salvo engano, SÓ PORQUE ERA ELEITORA CO COLLOR, sofreu ostracismo de seus colegas, lulistas, porque estes não aceitavam pensamento em contrário, ou seja, não aceitavam a democracia. Não aceitam a diversidade, as diferenças. Outra coisa: não ter religião não tem nada a ver com não acreditar em Deus. Deus não está em religião alguma. As religiões são formas que as pessoas têm de tentar entender aquilo que não se pode entender. Só. São meios de manipulação e de poder de uns sobre os outros também, mas mais uma vez, isso é o que os homens fazem da religião. Não vou entrar no mérito da questão sobre direitos iguais entre homens e mulheres, porque isso não existe, nem nunca existirá. Homens são diferentes das mulheres (Ohhhh!). Não há como ter direitos iguais. Homens não têm licença paternidade igual a licença maternidade, porque a paternidade é diferente da maternidade. A Lei não é igual entre homens e mulheres e não me digam que a Lei favorece os homens, pois é justamente o contrário. Se isso se justifica ou não, não me cabe a mim decidir. Mulher também fica grávida e homem não. O feminismo é algo tão prejucicial quanto o machismo. Um não serve para contrabalancear o outro. O que contrabalanceia o machismo é um movimento antimachismo, não o feminismo. O que contrabalanceia o feminismo é um movimento antifeminista, não o machismo. Não me digam que não houve racismo na absolvição de O. J. Simpson, pela morte de sua mulher. Não foi machismo, mas medo da reação dos grupos de afirmação negra. Tem muita gente se aproveitando do racismo para justificar ter perdido o emprego. Não foi por incompetência, mas por racismo.
Eu falei com meu pai que eu nunca, em toda a minha vida escolar e acadêmica, encontrei um professor negro que fosse sequer bom. Eram todos maravilhosos, para lá de bom. Meu pai, que é professor aposentado informou que já encontrou alguns muito ruins, um, inclusive que era horrível, bebado, faltava e chegava atrasado, era inclusive, mal colega. O dono do colégio não o demitia. Já fez isso com um professor negro antes e teve que ir a julgamento por racismo. Não vivemos em um país sério. Mas estamos caminhando.
Só para quebrar paradigmas:
Existe sim marxista maluco, bandido, mal caráter e criminoso. Existe sim esquerdista tacanho, desinformado, massa de manobra. Fidel Castro é sim um ditador sanguinário, cruel e antidemocrático que persegue opositores, manda matar e impõe consura à imprensa. Devagar com o andor, como dizia a minha vó. O mundo não é preto e branco, mas em escalas de cinza.

MM disse...
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MM disse...

O Althusser não foi preso porque já estava internado num sanatório. Ele matou a mulher em pleno surto psicótico.
Fernando

Ana Fiori disse...

Lola, caso você não conheça o artigo Saberes Localizados, da Donna Haraway. Uma proposta forte de crítica feminista da ciência

http://www.google.com.br/url?q=http://www.ifch.unicamp.br/pagu/sites/www.ifch.unicamp.br.pagu/files/pagu05.02.pdf&sa=U&ei=9p3UTNKMFsP-8Ab8nPmZBg&ved=0CBUQFjAA&usg=AFQjCNFx1Nd_j9iiJwj0QelcLc-2YYQqmg

Lady Morwen disse...

Mais ou menos,temos deusas extremamente poderosas em diversas religiões politeistas que deixam os deuses no chinelo.Quem são Zeus e Ares perto de Gaia e Nix? As proprias filhas de Nix com seu próprio filho(Moros, o destino), as Moiras, não podiam ser desafiadas por nenhum dos deuses olimpicos.Na mitogia celta as deusas tem um papel ainda mais primordial,com a deusa tríplice quase colocada como a principal divindade do panteão, tamanha a sua importância. Antes da guerra e do vikienismo se tornar moda entre os nordicos,eles davam muito mais importância a Freya do que a Thor. Já na mitologia japonesa existem varias deusas importantissimas, com destaque para Amaterasu, que é nada mais nada menos que o sol, que simbolisticamente é um arquétipo de supremacia. Nas mitologias africanas e indigenas existe um equilibrio tb entre deusas e deuses.Fato é que com a crescente militarização e patriarcalização das sociedades, deuses masculinos acabaram suplantando as deusas, por refletirem o novo status quo.
Judaismo, islamismo, cristianismo são algumas das formas de monoteismo tóxico que se espalha pela terra. Monoteismo que tem como característica o patriarcalismo, o fanatismo e a intolerância.

Lady Morwen disse...

Exato

Lady Morwen disse...

Isso!!!

Fora todos os cultos ao feminino que foram demonizados pela história. O próprio pentagrama invertido é um simbolo de feminilidade.