segunda-feira, 5 de abril de 2010

O CLITÓRIS E A NEGAÇÃO DO DESEJO FEMININO

Li Promiscuities: The Secret Struggle for Womanhood (Promiscuidades: A Luta Secreta pela Femininidade, 1997), de Naomi Wolf, livro que não é tão influente quanto sua maior contribuição, o indispensável O Mito da Beleza. Mas é bom também. Há uma parte fascinante em que Naomi fala sobre a mudança de padrão na sexualidade, tanto feminina quanto masculina. Esses clichês que ainda ouvimos de que o homem tem uma sexualidade irrefreável, incontrolável, e sente muito mais desejo que a mulher, que é sempre passiva, são uma invenção bastante recente. E também é mentira que foi a revolução sexual no final dos anos 1960 que revelou a existência do clitóris. O pessoal já sabia desse órgãozinho que serve apenas para o prazer (homens não têm um instrumento só para o seu prazer) já em 1559. Foi Colombo que descobriu o clitóris, só que não o mesmo Colombo que fez aquela outra descoberta importante. Esse do clit era um cientista italiano chamado Renaldus Colombo. Ele comparou o clitóris ao pênis, percebendo que o órgão feminino também se levantava, ficava duro, e proporcionava prazer. Essas comparações continuaram no século 17, e em 1697 um livro de anatomia já incluía o clitóris como um órgão distinto. No século 18, tanto se falava em prazer feminino que havia a lenda que orgasmos femininos ajudavam as mulheres a engravidar. A mulher era vista como um animal tão ou mais sexual que o homem.
Porém, no final do século 18, uma nova ideologia foi imposta, consequência, talvez, da Revolução Industrial. As mulheres passaram a ser vistas como seres angelicais, “seus desejos mais focados não no carnal mas na afeição e na domesticidade; cada vez mais, elas foram consideradas tão sexualmente diferentes dos homens que passaram a ser definidas como seu oposto” (minha tradução).
Por que isso aconteceu? Não há respostas concretas, só hipóteses. Alguns acham que, com a chegada de uma era mais democrática e secular, e do Darwinismo, deus e tradições religiosas não eram mais suficientes para explicar a hierarquia masculina. Coube à ciência, portanto, explicar (e manter) o domínio do patriarcado, criando mais e mais diferenças entre os sexos (já Linda Gordon acha que a sexualidade tornou-se ameaçadora para o capitalismo, que exigia que as pessoas olhassem para o futuro, e não esperassem gratificações imediatas).
Naomi crê numa interseção dessas hipóteses. Em 1789, com a Revolução Francesa, e em 1848, no resto da Europa, havia uma atmosfera de igualdade social. Mas as mulheres não podiam estar inclusas nessa igualdade. Um meio de mantê-las no seu lugar era controlá-las sexualmente. Pipocaram teorias “científicas” que desejo sexual era coisa de homem, e que inexistia, até biologicamente, nas mulheres. “Como resultado, as mulheres de classe média adotaram a 'pureza' sexual como sua principal virtude, apesar da explosão da prostituição”. A sexualidade feminina passou a ser patologizada. Aquele negócio da normalidade, sabe? Que “normal” era a mulher só querer transar pra engravidar, ou pra agradar seu marido, sem querer prazer algum pra ela. O padrão passou a ditar que o instinto maternal era o oposto do desejo sexual masculino. Qualquer resquício de desejo feminino era perigoso pra mulher ― podia até afetar seus órgãos reprodutivos, juravam os cientistas. Uma relação sexual “normal” era aquela que culminava no orgasmo masculino (e que fosse rápido, pra não comprometer a honra feminina).
Naomi lembra que houve outras contribuições para acabar com o desejo feminino. Mulheres de classe média usavam corsetes, que apertavam suas costelas, prendiam sua respiração, ocasionalmente danificavam seus órgãos internos, e as faziam desmaiar com frequência. Exigia-se que elas ficassem em casa, sem fazer qualquer tipo de exercício físico, o que, inclusive, pode ter tornado a experiência do parto ainda mais dolorosa. Assim como é difícil sentir desejo sexual no meio de uma dieta alimentar que nos priva de combustível para sobreviver, devia ser meio impossível sentir tesão usando um corsete. Não é irônico que a marca de lingerie Victoria's Secret (nome em homenagem à Era Vitoriana) seja quase sinônimo da nossa sexualidade atual? (irônico nada: Susan Faludi, no fabuloso Backlash, explica o sucesso da marca. Algum dia falo disso).
Em 1851 já se dizia que qualquer mulher que se deixava levar pelo desejo e perdia sua virtude era uma prostituta. As mulheres “decentes” apenas se submetiam à vontade de seus esposos. Como disse um jornal inglês: “Nos homens em geral o desejo sexual é inerente e espontâneo e pertence à condição da puberdade. No outro sexo, o desejo é dormente, se não inexistente”. Com o clitóris esquecido, ninfomania passou a ser tida como doença mental.
Apenas em 1899 um médico inglês, Henry Havelock Ellis, lembrou-se do clitóris. Ellis se encarregou de desmentir a suposta falta de desejo feminino, a ideologia vigente da Era Vitoriana. E ainda afirmou que mulheres podiam ter orgasmos múltiplos!
Daí veio Freud, em 1905, dizer que sim, mulheres tinham clitóris, e até meninas sentiam prazer. Mas que só o orgasmo vaginal era sinal de maturidade. O clitorial levava à frigidez. Em 1918 uma promotora pelos contraceptivos, Dra. Marie Carmichael Stopes, definiu a ideia de que mulheres com desejo sexual sejam depravadas como “absurdos ridículos que passam pelo nome de ciência”.
Já em 1926 um ginecologista holandês publicou um bestseller que seria o primeiro manual escrito por um homem “respeitável” para dar prazer às mulheres ― na realidade, esposas. Van de Velde acreditava que a melhor forma de se manter a fidelidade conjugal seria que os homens aprendessem as técnicas eróticas que satisfariam suas mulheres. Ele divulgou para o mundo anglo-saxão a noção do “beijo genital”, e chamou de egoísta um homem que tentasse transar com sua mulher sem que ela estivesse excitada.
Várias outras obras no século 20 (como o Relatório Hite, por exemplo) vieram se unir à mensagem que o desejo feminino existe e é importante. Mas ainda seguimos firmes na mentira que homens gostam de sexo, porque “é assim que os homens são”, e mulheres simplesmente o toleram. E que uma mulher de respeito não deve fazer sexo com quem (e quantos) bem entender, porque “homens e mulheres são diferentes”. Infelizmente, gente demais ainda crê nessas baboseiras.

57 comentários:

aiaiai disse...

Clap, clap, clap!!!

Isabela disse...

Que bom ler sobre a Naomi Wolf aqui. Li esse livro em português e indico pra todas as minhas amigas. Gosto do tom um pouco auto-biográfico do livro e o fato da autora ter nascido em São Francisco, fruto da geração que se libertou sexualmente, acho que faz toda a diferença. Beijo Lola e parabéns pelo post!

Anônimo disse...

Lola, você dá um show quando fala de literatura e de filmes. Parabéns. Marciane.

Unknown disse...

Uma aula, hein?
Tks;*

Experiência Diluída disse...

Oi Lola,tudo bem, ótimo texto, inclusive eu vim te dar um retorno daquele meu projeto de TCC e decidi fazer sobre sexualidade feminina, estou trabalhando com o tema Masturbação, porque é algo pouco explorado nos estudos acadêmicos, e um tema que estou adorando estudar. Esse livro da Shere Hite é ótimo, há muitas descrições das próprias mulheres sobre como se masturbam, como se excitam, é algo interessante, pq mesmo com "toda" a liberdade sexual que temos hj, as mulheres conversam pouco sobre o tema masturbação, principalmente esse, porque é tido como uma ação masculina, o que não é mesmo!
Parabéns pelo post, muito legal!

Well Bernard disse...

Entre todos os discursos, o cientifico para mim é o mais seguro. Porém não caio na ingenuidade de pensar que ele seja amoral, apolítico. Tem muita gente inventando ciência para convencer aos leigos de suas teorias.

P.S.: Espero que você tenha assistido e espero ver seus comentários sobre o último Canal Livre, em que o entrevistado foi o Presidente Lula. A entrevista está disponível no site da Band.

Márcia V Silva disse...

Lola,

Que tal comentar sobre as pulseirinhas cujas cores indicam aquilo que os adolescentem estariam dispostos a fazer com seu parceiro sexual e o fato de meninas que as usam estarem sendo violentadas?

Algumas prefeituras estão proibindo o uso das pulseiras para evitar a violência. Afinal, meninas não devem se pronunciar sobre sexo que os machos já se sentem no direito de violentá-las.

Essa é a sociedade que não precisa mais do feminismo. Ô povim...

Ana Flavia disse...

Sim, há gente demais que acredita nessas besteiras. Tenho um amigo que faz companha contra o casamento dizendo "o casamento é o sarificio do homem pelo sexo, e o sexo é o sacrificio da mulher pelo casamento". Ele acredita piamente que mulheres nao tem desejos sexuais e só o fazem em troca de manter o homem num relacionamento.

Muito bom o texto, parabéns.
bjo

Anônimo disse...

OFF Lola:

sobre religião. Você viu que durante o feriado, o time do Santos promoveu uma ida a uma casa que cuida de crianças com deficiencia mental. Era para os jogadores, voluntariamente, visitarem a casa, que era administrada por um centro espírita.

Quando os jogadores (os mais populares) descobriram que a casa era ligada ao espiritismo, muitos decidiram simplesmente não entrar, não contribuir (era pra dar grana tbm) e ponto, pois ia contra as convicções deles, que são evangélicos, em sua maioria.

O que vc acha disso?

(devo dizer, sobre os últimos posts, que li todos e adorei, parabens)

Anônimo disse...

"meninas não devem se pronunciar sobre sexo que os machos já se sentem no direito de violentá-las"

Márcia, parece que você não sabe o motivo do uso das pulseiras, então não deveria opinar! E opinar de forma totalmente enviesada é um desserviço abjeto ao feminismo!

As pulseirinhas são usadas por quem aceita as condições do combinado: arrebentando uma pulseirinha a outra pessoa tem direito a certos atos. Se a menina de Londrina, usou ela estava a fim de algo (claro, não acho que ela esperasse um estupro, mas ela sabia das regras. Ou será que quis desafiar essas regras?) e alguém arrebentou... Ou você vai me dizer que ela não sabia o que aconteceria se alguém arrebentasse? É por esse feminismo torto que nos atiram pedras às vezes. Será que as meninas que não querem fazer o que diz o "combinado" das pulseirinhas as usam para desafiar o mundo? Todo desafio tem seus riscos... Marciane

Roberta disse...

Hello,Marciene,algumas meninas nem sabem o significado das pulseiras.Eu mesmo uso e não sabia pra que servia até passar uma matéria na TV.Alias pouquissima gente sabia,essa brincadeira foi inventada na inglaterra a anos e a midia fez o favor de transformar em escandalo.
Sinceramente,são só pulseiras de plastico!!!Que algumas pessoas usam pra se enfeitar,eu mesma uso como enfeite,é barato e bonito.Violadores não precisam de desculpa de pulserinha para estuprar suas vitimas,qualquer "motivo"como uma calça mais apertada ou um botão sou na blusa ou uma maquiagem mais forte é "desculpa"pra um estuprador atacar sua vitima.Alias o simples fato de ser mulher já é um fator de risco.E o que se propõe para acabar com isso,proibir todos esse itens e obrigar a mulher a andar de burca sob risco de estupro?Ou então proibir a menina de sair de casa pq o simples fato de ser mulher já é convite pra vagabundo se achar no direito de te violentar?Pra mim nada disso,é cadeia pra esses imbecis aprenderem a respeitar as meninas ,um pedaço de plastico pode significar a merda que for,não dá o direito de uma pessoa violar a vontade de outra.
Pronto falei :)

Roberta disse...

Lola vc poderia comentar mais sobre isso.Eis um assunto interessante,uma simples pulseira de plastico pode levar uma menina a ser vitima de violencia sexual e ainda assim levar a culpa sobre o ocorrido.

Iara disse...

Desculpe anônimo, mas na minha opinião, "desserviço abjeto ao feminismo" é dizer que, se a pulseira tem esse significado, então a menina se sujeitou. Se uma mulher entrar num motel com um homem e, chegando lá, mudar de idéia e não resolver mais transar, não é mais estupro? Afinal, todo mundo sabe pra que serve motel, né?

Eu, pessoalmente, acho que as tais pulseirinhas poderiam ter só um caráter lúdico se ninguém deixasse de respeitar o outro por conta disso. Lógico que a menina que usa a tal pulseira cuja a cor mostraria disponibilidade para a relação sexual pode querer passar uma imagem para o grupo de que é sexualizada. E? O fato de dizer "estou disponível para uma relação sexual" não significa "estou disponível para uma relação com qualquer um, em qualquer momento". E eu tenho certeza de que a maior parte dos adolescentes entede isso: eles gostam da possibilidade de brincar com a tensão sexual, o que é normal nessa idade.

m. disse...

marciene, calaboca, essas pulseiras idiotas de silicone existem há anos, eu mesma, quando era criança, tinha milhares. mas daí inventaram essa brincadeira ridicula na inglaterra de "pulseira do sexo" e a mídia daqui começou a forçar a barra dizendo que as cores dessas pulseiras tinham conotação sexual, mas nas proprias entrevistas a maioria das criancas disseram que nunca ouviram falar disso, mas essa bosta da midia sem assunto continuou forçando a barra, apertando essa tecla de "pulseira do sexo" o tempo todo...e agora uns imbecis estao aproveitando a onda pra abusar de meninas e jogar a culpa nessa pulseira idiota. como eu já disse na feminismo & libertacao (comu do orkut), essas pulseiras do sexo sao o novo "tava de saia curta, mereceu". certos imbecis só querem é desculpa mesmo pra poder estuprar e jogar a culpa na mulher! entao pensa duas vezes antes de falar merda.

m. disse...

p.s: lola, adorei o post. to aqui todo dia, te acompanhando, mas nunca tenho muito tempo pra comentar. e as vezes nem sei o que comentar, vc já diz tanto do que eu penso.... ;*

Aline disse...

Excelente texto!

Eu me sinto incomodada demais com essa profusão de pesquisas duvidosas sobre a sexualidade feminina. Não basta todo o escrutínio que nós passamos com relação a nossa aparência, ainda fazem estudos buscando ligar a cor do cabelo ou o tamanho da passada com a capacidade maior ou menor de ter orgasmos, por exemplo.

Eu lembro de uma vez que ouvi na adolescência, não sei se na tv, ou através de uma amiga, de um homem que dizia saber se uma garota era virgem pelo jeito de andar!!! Dai fazem esses estudos para sustentar esse tipo de idéia absurda, como se a gente andasse por ai com um histórico estampado na cara e na expressão corporal!

Da uma lida nesse artigo http://thehathorlegacy.com/feminism-versus-bad-science/
É sobre uma pesquisa que diz que camisinha e relações sexuais não heteronormativas (inclusive a masturbação) são ruins para a saúde mental.

Márcia V Silva disse...

How, how, então as adolescentes estão participando do jogo "autorizando" os meninos que quebrarem a pulseirinhas a fazerem o que a cor indica? É um jogo da net, certo? E, portanto, deve ser seguido? A brincadeira deve ser levada à sério, o fato da existência da brincadeira é atenuante para quem praticar um estupro?

Qual é?

Pra começo de história, como menores, elas nem podem responder judicialmente por usarem as pulseiras de determinada cor. O fato de haver um jogo na internet também, não dá direitos a ninguém. Helo-ow!!!

E se as meninas quiserem usar apenas porque é moda independente do jogo, mesmo que saibam do jogo, também são de certa forma culpadas?

Ai, ai, só com muito ai, ai, mesmo...

A primeira coisa a fazer é censurar as meninas?

Anônimo disse...

Poutz, marciane, nada a ver o que você falou.

Então quer dizer que, se eu e você assinarmos um contrato dizendo que você pode me assassinar, depois de cometer tal ato você não vai responder por esse crime, porque afinal, eu concordei?

Não é assim que funciona. Existem bens tutelados que são indisponíveis. Por mais que eu não faça questão, não posso dispor da minha vida, e da minha integridade física também não. Então, não importa se a menina está ou não usando a pulseira que for (ou a roupa que for), se ela disser 'não', é NÃO.

Caio Ricardo disse...

Não estou concordando com ninguém mas entedi o que a Marciane falou.

Uma pessoa que usa a suastica necesasriamente não significa que tenha a mesma ideologia que os nazistas, ainda assim essa pessoa seria chamada de nazista e blablabla. Eu mesmo farei esse julgamento.

O fato dela usar a pulseira não da direito para ninguem estupra-la, porem é dificil acreditar que algum adolescente nao saiba o significado dessa pulseira.

L. Archilla disse...

gente, que pérola a da Marciane!! ahahah

então, se convencionarem que daqui pra frente mulher de cabelo vermelho transa com todo mundo eu tenho q mudar a cor do meu, sob o risco de ser merecidamente estuprada??? ahahhahahahahahah!!!

bem se entende pq ela acha q a Lola só dá show quando fala de cinema e literatura (lembrando que o post é muito mais sobre sociedade que literatura)... porque na questão social as visões estão muuuuuito distantes...

L. Archilla disse...

Riffael, existem as seguintes hipóteses:

1) ela não sabia;

2) ela sabia, não queria transar mas achou que podia usar pela questão estética;

3) ela sabia e queria provocar uma pessoa, especificamente...

e mais milhares de possibilidades que a gente pode levantar aqui. o fato é: NINGUÉM pode passar por cima de um NÃO de uma pessoa, esteja ela de pulseirinha do sexo, vestido-blusa rosa choque, decote até o umbigo, biquíni fio dental na avenida paulista, nua, etc.

m. disse...

riffael, nada a ver. olha a diferenca dos exemplos. enquanto a suastica foi difundida em grande parte do ocidente como um simbolo nazista, e utilizada pelos próprios nazistas, essa pulseira imbecil só está tendo essa conotação pq estao forçando a barra com uma brincadeira que nem no brasil começou e ninguém aqui usava com essa conotação. ninguém aqui (digo aqui pq nao sei dos outros paises) usava com a ideia de se mostrar "disponivel sexualmente". a suastica, antes do nazismo, nem difundida por aqui era, ou se foi, nao foi tanto quanto com o significado nazista, senao todo mundo conheceria ambos os significados. agora essas pulseiras semre foram meras pulseiras, sem significado nenhum que nao fosse simplesmente enfeitar e agora todo mundo tem que ficar com os cabelos em pé, cortar os pulsos, nunca mais usar elas, pq agora elas sao "pulseiras do sexo". ah, meu cu.

alias, acho ridiculo querer meter nazismo em tudo que é exemplo, me lembra um post que a marjorie fez falando sobre isso, quem quiser que procure aí....

m. disse...

p.s: e mesmo que alguem use por causa da conotação sexual, problema da pessoa, uai! isso nao é desculpa pra estuprar, abusar, passar a mao ou qualquer outra merda do tipo nao! esses homens nojentos so querem uma desculpa pra usarem como álibi! bando de imbecil! olha o ponto que chegamos, uma pulseira imbecil de plástico ser motivo pra discussão... vou inventar que bermuda florida, boné da marca x, correntinha prateada no pescoço ou qualquer outra coisa imbecil que pitboy curte agora significa que ele quer dar o cu, e vou sair com um mega consolo comendo o cu de todo mundo! aí eu quero ver!

Anônimo disse...

Será que tenho que achar que a Lola dá show quando fala de TODOS os assuntos???? Se penso diferente, tenho que ser admoestada como fui tão avacalhadamente aí acima? (Com exceção da Mariana, que sabe ser elegante mesmo discordando.) Alguém até me mandou calar a boca! Ué! As opiniões contrárias não podem ser ditas? E onde estão os argumentos inteligentes, sem ofensas dessas que se acham as tais? São umas metidas, isso sim! Marciane

L. Archilla disse...

Marciane, vc quer q a gente seja elegante e respeite as opiniões alheias, mas fala q a outra nem deveria opinar pq não sabe do que se trata a pulseira. está um pouco contraditório. e diz q uma menor de idade q usa determinado acessório e é estuprada deveria ao menos saber q está assumindo o risco. sou contra baixar o nível, ofender ao invés de dialogar, mas vc quer mesmo ser levada a sério com esses argumentos? digo, sem ironia, nem nada?

m. disse...

releia o que vc escreveu antes de se fazer de vítima. praticamente disse que a menina de londrina mereceu, qual é! " É por esse feminismo torto que nos atiram pedras às vezes" - afffffff, nao sei ser elegante com gente assim mesmo nao!

L. Archilla disse...

a propósito, sobre a suástica, acho que a diferença é que a suástica (pelo menos por aqui) adquiriu um significado SOCIAL, ou seja, do que eu penso sobre o OUTRO. por exemplo, que judeus, negros, homossexuais, etc, são inferiores. então tem um peso X usar uma suástica, vc não está falando simplesmente de vc, está atingindo milhares de pessoas. usar uma pulseira/roupa/etc com conotação sexual tem a ver com a sua relação com sua própria sexualidade, e é aí que entra o feminismo! Eu posso usar decotão pq gosto de despertar desejo nos outros, o q não significa q a partir daí todos possam enfiar a mão no meu decote.

luci disse...

lola, quando voce tiver tempo, da pra explicar essa parte:

"Linda Gordon acha que a sexualidade tornou-se ameaçadora para o capitalismo, que exigia que as pessoas olhassem para o futuro, e não esperassem gratificações imediatas" :/

gratificações imediatas?

Anônimo disse...

Eeeeita! Amei!!!! Amanhã sai um pot fresquinho com uma outra perspectiva sobre o mesmo assunto lá no MulherAlternAtiva.net (http://mulheralternativa.net)

Beijão!

aiaiai disse...

Sem querer ser mais chata do que o viktor, mas me arriscando a isso, repito o alerta:
LOLA: JÁ MUDOU SEU DOMICÍLIO ELEITORAL????

Vc tem até o dia 05 de maio. faça isso logo, senão você vai ter que ir a Joinville para votar na DILMA!!!!

Ajude na campanha para que as pessoas façam a transferência do título e votem!!!!

É fácil e rápido.


Dicas:

O prazo é até dia 05 de maio.


É só bater no google: TRE (do estado onde mora) e transferencia eleitoral. Aí fica sabendo qual seção eleitoral deve ir. Coloca o nome da rua e cidade e o TRE informa qual a seção e endereço.

Os documentos necessários para levar no TRE são: carteira de identidade, certificado de alistamento militar (para os homens) e comprovante de endereço.

Unknown disse...

Aiai,

tb to fora do meu domicílio eleitoral. Tu sabe se já tá valendo o voto em transito?

Gaúcho disse...

A Superinteressante publicou uma matéria bem escalarecedora sobre esse assunto; vale a pena ler: http://www.omelhordopiaui.com.br/2009/04/mulher-foi-feita-para-o-prazer.html

Anônimo disse...

Eu acho graça, pra não dizer patético, esse povo q prega q adolescente é tudo promíscuo, sabe muito bem o q faz...

IRONIA - "é q estupro só quem sofre são as mulheres honestas, sabem??? Vcs acham q essas vagabundinhas de hj não sabem o q é sexo? Elas sabem melhor do q a gente, e vem com essa desculpinha de estupro, essas safadas" IRONIA

"Imagina, hj em dia ninguém casa virgem, meninas fazem sexo mais cedo, então logicamente, estupros e pedofilia não existem mais..."

Me irrita essas coisas, vindo de outras mulheres, me irrita mais ainda...

Paula P. disse...

Lola, muito bom o seu post. Eu adoro quando as pessoas conseguem esclarecer com dados e fatos o ridículo desses argumentos machistas.
Honestamente, eu não constumo gostar dessas pesquisas sobre sexualidade, seja masculina ou feminina, porque na maioria das vezes elas só servem para tentar manter o status-quo, como se cada pessoa não fosse uma pessoa diferente, com desejos e pensamentos diferentes, mas algumas pesquisas até que servem para alguma coisa.

Quanto às pulseirinhas, eu nunca tinha ouvido falar delas até ocorrer esse estupro. Só ontem eu fui ver como elas eram e as achei bem bonitinhas, mas de tudo o que eu ouvi e li, muitas meninas nem sabem o que ela significam.
Mas na minha opinião, a pergunta crucial é. Essas pulseiras dão a alguém o direito de forçar outra pessoa a fazer o que ela não quer?
E se a menina soubesse mesmo o significado das pulseiras e quisesse levar a brincadeira a sério, isso quer dizer que ela não tem o direito de decidir com quem quer brincar?
Eu achei um absurdo algumas cidades terem proibido o uso das pulseiras. Francamente, se não fosse a pulseira seria a saia curta ou o decote ou o fato de estar andando sozinha na rua.
O certo deveria ser a conscientização de que as mulheres não são objeto de prazer masculino e que devem ter as suas vontades respeitadas.

Ju Dacoregio disse...

Sempre leio, mas nunca comento. Seu blog me faz aprender muito. Esse post em especial me lembrou que acabaram de comentar no meu blog que sou "uma puta enrustida". Fiquei pensando, se o cara falou em puta querendo dizer que sou uma pessoa que gosta de sexo (pq muitos ainda fazem isso), então ele está certo. Sou uma "puta" (e nada enrustida e o que tenho de enrustida, ainda pretendo desenrustir), quase todas somos nesse sentido, não?

Leo disse...

Lola, meio off-topic, mas ao mesmo tempo não, já que estamos falando de clitóris feminino.
Vi Anti-cristo ontem e achei bem interessante. Lembrei na hora de você e quis ver o que você achava. Já vi que você disse não querer ver o filme pelas acusações feitas de ele ser misógino. Pra mim seria o mesmo que falar isso de Laranja Mecânica, por exemplo...
Acho que vale a conferida!

aiaiai disse...

off topic voto em trânsito

desculpe-me lola mas acho que é importante.

A laura perguntou se voto em trânsito tá valendo.
Tá, mas é complicado. Vc tem que se inscrever para votar em transito e terá que comparecer em uma seção especial, urna especial,e tc...

acho mais fácil transferir o voto, a menos que vc esteja em situação provisória e na capital. No interior acho que não vai ter chance.

vejam página do TSE sobre isso

http://agencia.tse.gov.br/sadAdmAgencia/noticiaSearch.do?acao=get&id=1282485

Caio Ricardo disse...

Bom, não disse que ninguém mereceu ou não se estuprada, só acho difícil que com todo esse acesso a informações, principalmente as inúteis, que uma criança/adolescente não saiba do significado que essas pulseiras adquiriram.

Concordo com o que a L.Archilla disse sobre ninguém poder passar por cima de um NAO de uma pessoa, independente do que ela use, porém, não vivemos num mundo perfeito. Podemos vestir o que quisermos ou até mesmo não vestir, mas acho que devemos tentar mudar o pensamento das pessoas ao mesmo tempo que seguimos o senso comum. Mesmo tendo direito de vestir decote e não ser atacada na rua, não significa que tenha segurança para tal. Se eu fosse mulher me sentiria insegura andando sozinha à noite, usando algum decote maior ou fazendo uso dessas pulseiras.

E só usei esse exemplo da suástica porque foi algo recente na mídia e no blog por conta do "ilustríssimo" Dourado.

Unknown disse...

Excelente Lola! Que aula !
Bj

Márcia V Silva disse...

Não discuti o fato de como cada um deva se comportar diante dos riscos. Isso é pessoal e não se deve dar CONOTAÇÃO MORAL a esse respeito. O que acontece com muita frequência quando o assunto é abuso à mulher.

Só estou dizendo que o fato do outro correr o risco não deveria sequer ser citado no momento em que se para pra pensar na reação de quem se sente no direito de meter a mão e violentar.

Entendem?

Elaine Cris disse...

Na minha opinião não importa se a menina sabia ou não o significado da pulseira e se estava ou não participando do "jogo".
O direito da mulher falar não é mais importante que não quebrar as regras de uma brincadeira...

Também acho que seria legal um post seu sobre as pulseirinhas do sexo e sobre como qualquer coisa vira motivo pra quererem minimizar o direito da mulher falar não.

Bjão Lola!!!

Ághata disse...

"As pulseirinhas são usadas por quem aceita as condições do combinado: arrebentando uma pulseirinha a outra pessoa tem direito a certos atos. Se a menina de Londrina, usou ela estava a fim de algo (claro, não acho que ela esperasse um estupro, mas ela sabia das regras. Ou será que quis desafiar essas regras?) e alguém arrebentou... Ou você vai me dizer que ela não sabia o que aconteceria se alguém arrebentasse? É por esse feminismo torto que nos atiram pedras às vezes. Será que as meninas que não querem fazer o que diz o "combinado" das pulseirinhas as usam para desafiar o mundo? Todo desafio tem seus riscos..."

...eu ia responder este comentário, mas a única resposta que eu pensei foi: Mas que Merda, heim? Bem que podia ter ficado calada(o).

Ághata disse...

"Bom, não disse que ninguém mereceu ou não se estuprada, só acho difícil que com todo esse acesso a informações, principalmente as inúteis, que uma criança/adolescente não saiba do significado que essas pulseiras adquiriram."

1. O que significava a pulseira? "Estou disponível para sexo";

2. O que significa estar disponível para sexo? Significar que a pessoa está interessada em praticar sexo;

3. E por que tantas pessoas acham que "estar interessada em praticar sexo" é o mesmo que "estuprável"? Porque a pessoa que estava usando a pulseira era mulher. E uma mulher que "não se dá ao respeito", que é "vagabunda", é para "ser usada mesmo".

Ex.: Se eu usasse uma pulseira "Estou disponível para trabalhar" isso não quer dizer que eu devo ser escravizada pela primeira pessoa que aparece na minha frente.
Não, é claro que não.
A pessoa apenas saberia que eu quero trabalhar, apresentaria propostas, discutiríamos e depois eu decidiria se quero ou não trabalhar pra ela.
Mas, claro, como a) a pulseira tratava de sexo e b) uma criatura do sexo feminino (ou seja, em caso de dúvida, é puta. E puta é sempre estuprável, né?) é que estava usando, é claro, é lógivo, é óbvio ululante que ela - mais do que o resto da população feminina - é ainda mais passível de ser reduzida a boneca inflável/objeto sexual/vala de esgoto.
E ela tem que estar consciente disso, sabe? De que se não andar na linha e seguir as regras, vai sofrer as consequências.
Ninguém mandou nascer com buceta e andar com aquela porcaria no punho.

4. Supondo que ela realmente estivesse disposta a transar com o primeiro que aparecesse ou com qualquer um que aparecesse: Isso que dizer que ela TINHA mesmo de transar com ele? Vamos supor que um velhote rompesse a pulseira. Que um cara casado rasgasse a pulseira. Que o pai dela sem querer puxasse e rasgasse a pulseira. Pronto? Ela tinha mesmo que transar com algum deles? Não podia mudar de ideia? O pai é obrigado a transar com ela também?

5. Não vi aqui ng perguntando qual a orientação sexual da guria.
Ela podia bem que ser lésbica e estar disposta a transar com qualquer mulher que aparecesse, mas não com homens. Por que é que se presumiu que se ela usava aquela pulseira era porque com certeza queria sexo e Tinha Necessariamente que ser com homens?

6. Yo tento.
Mas não consigo nem me divertir tentando descobrir até onde vai a escrotice de determinadas criaturas.

7. E Nem adianta vir exigir resposta com 'elegância' e 'educação', Marciane. Não quando se fala tanta merda.

aiaiai disse...

Aghata,

Achei sua resposta linda e muito elegante. Valeu! Eu não tenho tanta paciência.

Anônimo disse...

Ágatha, comparação perfeita!

Jéssica disse...

Post excelente. Acho rídiculo as pessoas que acham que mulher não sentem desejo sexual. Afinal, elas compram revistas como a Capricho, cheia de garotos em posições sexy e corpo à mostra, para que? Na minha opinião, elas são comparadas a Playboy, mas porque para uma garota ver a foto homem nu em público ainda é complicado. Sem contar que as revistas que mostram homens nus vão mais para o lado homossexual. A maioria das mulheres que conheço não gostam daqueles homens 'mega bombados' e depilados.

Comentando sobre o caso das pulseiras, acho irresponsabilidade dos pais deixar que uma menina de 13 anos use isso. Falta de liberdade? Com certeza. Mas quem de nós não gostaríamos de sair sem trancar todas as portas e janelas e ainda ter que acionar o alarme? Sem um ladrão vem e nos rouba é nossa culpa? De certa forma sim, uma vez que sabíamos que isso aconteceria.

É óbvio que isso não dá o direito a um homem de estuprar uma menina, assim como dá o direito de alguém assaltar sua casa. Mas acho que isso é uma das coisas que mudam com o tempo. Comparo agora com a mini-saia. Antigamente uma mulher usar uma saia que mostrasse os joelhos era prostituta,hoje já vemos mulheres usando roupas curtam sem serem chamadas disso. Ainda acontece? Com certeza, mas houve uma grande mudança. Acho que é o mesmo caso das pulseiras.

E olhando a notícia, acho que ela sabia, tanto que acompanhou os garotos. Se não soubesse provavelmente ela teria gritado, ou coisa assim. Mas, ao meu ver, ela sabia, por isso acompanhou, mesmo que contra a vontade (não consigo acreditar que uma menina de 13 anos vá para algum lugar com 4 caras por livre e espontânea vontade).

Bem, finalizando, tenho uma amiga de 17 anos que sabe do significado das pulseiras e que acha que isso não tem nada a ver. Mas a questão é que os pais conversam com ela, se isso tivesse acontecido com ela, ela com certeza não teria acompanhado os homens. E vendo isso, acredito que se (sei que eles poderiam não saber do significado das pulseiras) os pais sabiam dos tais significados, deveriam alertá-la para impedir que isso acontecesse.


Só uma coisa: sou contra uma prefeitura proibir o uso das pulseiras. Cada deve saber o que fazer com seu corpo, a proibição apenas coloca todos num mesmo saco dizendo que não tem consciência suficiente sobre seus atos.

Ághata disse...

Obrigadas, meninas. ^^

Roberto Ilia disse...

Cara Lola,
O topico sobre o clitoris foi magistral! Como homem, preciso conhecer bem a anatomia feminina. E a conhecendo, dar tudo de mim para que minha parceira tenha um prazer pleno! Simples assim. Esse novo homem que esta nascendo em mim, tem que se preocupar em proporcionar prazer a sua parceira! Um prazer pleno e holistico, incentivando a mulher em todas as zonas erogenas possiveis: clitoris, grandes labios, pequenos labios, vagina, colo do utero, anus, costura perineal (poucos homens sabem explorar o potencial erotico da costura), mamilos... sao tantas possibilidades.. Ta vendo, Lola? Como da trabalho ser esse homem novo? Mas vale a pena e a mulher merece e carece..

bruna disse...

eu faço história, né, haha esse post me lembrou de um comentário infeliz de uma 'querida' colega. mais ou menos assim 'professor eu ouvi falar que na áfrica as mulheres escolhem os maridos por causa do desempenho sexual deles e no japão pela conta bancária deles daí eu fui pesquisar na internet e as africanas procuram alguém que faça filhos e as japonesas alguém que sustente' (ou algo do tipo). daí ele contou pra ela daquela coisa de mutilação genital e etc. mereço, haha. hoje fui ler um livro de mitologia e me deparei com as passagens mais machistas possíveis no mito de pandora.

Yana disse...

Gostei do ginecologista holandês... ;)Texto fantástico! Tenho certeza de que os homens também preferem as mulheres bem resolvidas com relação aos seus desejos sexuais às moças reprimidas. Não sei porque ainda insistem nessa assexualidade feminina!

GiGi disse...

Obrigada, Lola!
Este post esclareceu boa parte das minhas dúvidas :-)

Um beijo.

Poeti$a $em IndereÇo disse...

lola escreva sobre ecofeminismo!
é meu pedido!heehehhe

Anônimo disse...

Oi Lola,

Os comentários no post são muitos e, devido a minha dissertação, não vai dar pra ler. Mas, queria deixar uma nota:

No começo do texto, você fala de uma passagem em que a sexualidade feminina passa a ser reinventada no campo do imaginário p/ se tornar esse conceito romântico da mulher assexuada.

E aí você levanta hipóteses, relacionadas ao advento da sociedade capitalista. Eu acho que o capitalismo é um ingrediente fundamental, mas não saberia dizer se é o tal "modo de produção" e suas exigências sócio-estruturais que seriam as causas em si, a origem da transformação.

Quando li, lembrei imediatamente do clássico de Max Weber, A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. Se você considerar que no argumento do ensaio a ascensão dessa matriz cultural protestante está diretamente implicada com o estabelecimento do capitalismo, não me surpreenderia se a "assexualização" da mulher não fosse um dos colaterais dessa própria matriz. A assexualidade da mulher no capitalismo teria origens protestantes.

Enfim, é mais uma hipótese. Pense nela!

Abraço,

Flávio Sousa.

Caroline J. disse...

Outro dia eu tava pensando na depilação, e pq é exigido apenas das mulheres serem lisinhas, clarinhas, enquanto homens podem permanecer "ao natural".
Eu pensei que parece q querem afastar a mulher de sua condição animal. Animais são peludos, instintivos, e mulheres não podem ser assim. Elas têm que se aproximar do angelical, do puro, do transcedental. Como anjos.
Já os homens, reconhecidamente animais - e sexuais - podem e devem ser peludos.

(Só esquecem q mulheres tbm são naturalmente peludas, e arrancá-los não muda nossa natureza.)

Isso meio que bate com oq vc falou sobre como as mulheres e sua sexualidade passaram a ser vistas depois da Revolução Industrial: "As mulheres passaram a ser vistas como seres angelicais, “seus desejos mais focados não no carnal mas na afeição e na domesticidade;"

Fabiane Lima disse...

Lembro até hoje de, aos 9/10 anos (hoje tenho 23), ler numa revista cristã para meninas (Mensageiras do Rei, ordem de meninas batistas) que masturbação era pecado e tornava a pessoa impura. Sabe a forma mais pura e sólida de culpa que existe em todos os universos possíveis? Então, se apoderou de mim. Sim, no século XX. Difícil acreditar, né?

Anônimo disse...

Eu lí alguns posts seus e afirmo que este foi o MELHOR e resume minha concepção sobre a questão da sexualidade. Sou um homem jovem e me sinto muitas vezes "ofendido" por causa dessa imposição da sociedade de que homem não vive sem sexo, como se apenas os homens carecessem de atenção e as mulheres fossem prostitutas indiretas q não gostam de sexo, apenas de presentes e dinheiro, aquela coisa do "mulher é mais auditiva, homem é mais visual", como se apenas as mulheres gostassem de receber elogios e os homens fossem ndifernetes a isso. De eologios todas as pessoas normais gostam, e de sexo também....

Unknown disse...

Oi :)

Tem um documentário da GNT bem legal sobre o clitóris:
http://www.youtube.com/watch?v=suTWJ8t3lqE&noredirect=1

Helen O'Connell (quem colocou o clitóris de volta nos livros de anatomia humana) comenta em boa parte do filme! Mas ele não é cheio de termos técnicos, e é mto gostoso de assistir ;3