Fico chateada com a morte do Heath Ledger. Mas, ao mesmo tempo, é estranho que a gente se comova com a morte de pessoas que não conhece. É verdade que a gente o conhecia do cinema, dos filmes que fez, mas como seria a nossa reação se ele, ao invés de morrer (ao que tudo indica, acidentalmente, por alguma mistura de medicamentos), se aposentasse? E se ele decidisse que não iria mais atuar? Também acharíamos um desperdício, claro, mas a comoção não seria internacional.
Ontem acompanhei a cobertura da TV americana sobre a morte do Heath. Não se falava noutra coisa. Houve comparações com o James Dean. Sabe-se lá se o Heath virá a se tornar um ícone como aconteceu com o James, mas ambos fizeram poucos filmes importantes antes de morrerem. O Heath ganhou destaque por “Brokeback Mountain”, que lhe rendeu mais que uma indicação ao Oscar – provavelmente ele teria vencido em 2006 se aquele não fosse o ano do Philip Seymour Hoffman (“Capote”). Aposto como o Heath ficou em segundo lugar entre os cinco. Foi a consagração. E logo logo ele iria estourar como o Coringa do novo “Batman”. Não vi “Casanova” ou “Os Irmãos Grimm”, que ele protagonizou. Mas seus papéis em “O Patriota”, “A Última Ceia” e mesmo “Não Estou Lá” foram pequenos. Faltava muito pra ele se tornar um monstro sagrado do cinema. Assim como faltava pro James, e mesmo assim... Agora, se o James tivesse morrido mais velho, não na flor da idade, alguém falaria nele hoje em dia? Falaria, mas seria papo de cinéfilo. Pouca gente se lembra do Montgomery Clift, por exemplo, e ele fez muito mais filmes que o James e teve uma vida igualmente trágica. Só que um tiquinho mais longa (tinha 44 anos quando morreu).
Nem me lembro o que eu estava fazendo quando fiquei sabendo da morte do River Phoenix, em 1993 (por falar nisso, o Brad Renfro, o menininho de “O Cliente”, bateu as botas semana passada, aos 25 anos, e eu só descobri ontem, porque alguém mencionou algum tipo de epidemia que estaria matando os jovens talentos). Não sei se dá pra comparar a carreira do River com a do Heath. Só me parece que o River manteve o título de “melhor ator de sua geração” por mais tempo que o Heath...
Nem me lembro o que eu estava fazendo quando fiquei sabendo da morte do River Phoenix, em 1993 (por falar nisso, o Brad Renfro, o menininho de “O Cliente”, bateu as botas semana passada, aos 25 anos, e eu só descobri ontem, porque alguém mencionou algum tipo de epidemia que estaria matando os jovens talentos). Não sei se dá pra comparar a carreira do River com a do Heath. Só me parece que o River manteve o título de “melhor ator de sua geração” por mais tempo que o Heath...
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