segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

GUEST POST: RELATO DE ALGUÉM QUE JÁ FOI REAÇA

O jovem Matheus me enviou este relato:

Lola, tenho lido seu blog quase que diariamente nos últimos tempos. Leio sempre os relatos que as pessoas te mandam e ficava morrendo de vontade de mandar o meu, mas sempre achava que não tinha nada de mais pra contar. Até que li um texto seu em que você diz que é muito raro uma pessoa reacionária mudar suas ideias. Foi aí que eu resolvi mandar algo.
Eu tenho 17 anos ainda, mas sempre me interessei muito pelas coisas do mundo. Não sei até onde isso foi bom, talvez eu tenha perdido uma parte da infância e da adolescência, ou talvez tenha sido positivo, sei lá. O fato é que eu sempre tive posturas reacionárias. Pra isso, colaboravam as palavras de pessoas com quem eu convivia e que eram exemplo de vida pra mim, além de leituras, opiniões de famosos, essas coisas todas. Em suma, eu era um menino que, já antes dos 15 anos, odiava gente pobre, achava que beneficiários de Bolsa Família eram vagabundos, odiava mulheres "promíscuas", essas coisas todas que a gente vê no discurso coxinha por aí.
Tudo muito bem, mas aí chegou a adolescência, e a fase de desenvolvimento da sexualidade. Lá pelos meus 12 anos eu percebi que era diferente daquilo que todo mundo (e eu também) esperava. Eu gostava mais de olhar pros meninos, e dizia que "gostava de mulher" sem muita convicção ou vontade. Mas eu acreditava realmente que aquele desejo pelo mesmo sexo era uma fase, uma coisa que eu podia mudar se não "praticasse". Nunca fui religioso, quando eu tinha 15 pra 16 anos tornei-me ateu, mas mesmo assim eu abominava aqueles pensamentos "errados". De alguma forma, eu sentia que podia esconder aquilo tudo. E isso intensificou o machismo na minha jovem vida.
Eu reproduzia discursos heteronormativos e machistas porque, de certa forma, isso fazia com que a minha verdadeira condição fosse mascarada. Fiquei alguns anos assim. Não sei se você chegou a conhecer a comunidade oficial da cidade de São Paulo, no Orkut. Pois bem, aquilo era um antro de mascutrolls em diferentes graus de loucura, e eu participava. Foi um lugar onde absorvi muitas ideias atrasadas e patriarcais. Quando eu penso nos motivos de ter participado daquilo, percebo que a negação da minha sexualidade é a única explicação cabível. Enfim.
No começo deste ano, eu mudei de cidade. Foi um choque pra mim, mas ao mesmo tempo uma chance de recomeçar, longe de pessoas com as quais estava acostumado, e de ideias também. Acho que uns dois ou três meses depois, uma certa noite, conversando com amigos online, percebi que não dava mais pra me esconder no armário, e pela primeira vez admiti ser gay. Não sei explicar o que eu senti naquele momento, só sei que foi uma das melhores sensações da minha vida. Só não foi melhor do que contar pra minha mãe (que me aceitou plenamente), alguns meses depois.
O fato é que, depois dessa admissão pra mim mesmo, comecei a enxergar as coisas de uma maneira muito diferente. Percebi que eu poderia apoiar ideias reacionárias pro resto da minha vida se quisesse, mas que seria um absurdo. Afinal, são essas mesmas ideias que levam outras pessoas a serem mortas na rua simplesmente por serem gays, como eu. São essas ideias que discriminam mães solteiras/sozinhas, justamente o tipo de mãe que eu tive (meu pai morreu quando eu tinha uns 7 anos). 
Eu não poderia ser feliz apoiando gente que diz que eu sou uma aberração, que acha que eu tenho que ser curado. Foi nessa época que o Marco Feliciano se tornou presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias na Câmara. Ao mesmo tempo, eu estava convivendo com pessoas novas, algumas incríveis e outras incrivelmente machistas e, portanto, homofóbicas (ninguém sabia que eu era gay, não que eu tivesse medo, mas achava que ninguém tinha nada a ver com isso, e ainda acho, apesar de achar que me assumir foi importante).
Hoje eu sou outra pessoa. Não sei se posso dizer que sou de esquerda, mas digo que sou. Existem ainda muitos traços de preconceito em mim, mas estou tentando superá-los pro meu próprio bem. Sabe, eu sou esperançoso. Vejo toda essa onda conservadora com muita tristeza, mas a cada comentário que a rechaça fico mais feliz, tenho mais perspectivas em um futuro onde eu arrume um namorado/marido e possa demonstrar carinho com ele no meio da rua, se quiser, sem medo de ser atacado.
A sociedade nos impõe formas de pensamento opressoras, mas a chave pra nos livrarmos disso está dentro da gente. Não tem código escrito que diga que eu não posso ser gay, que eu não possa "demonstrar". É tudo regra que alguém caga pra nos oprimir. Por isso, com as possibilidades que surgem, eu luto contra o machismo. Não posso deixar as coisas serem do jeito que são por comodismo. Não quero que nenhum outro adolescente ouça de professores, como eu ouvi, "Por favor, não tenho nada contra gays, mas não seja um". Isso doeu, principalmente porque eu ainda estava na fase da dúvida, e já recebi um balde de água fria na cara.
Não saio dizendo que sou gay, mas quem me pergunta ouve que sim, eu sou. Acho que, mais do que um ato pela minha felicidade, isso é militância. Mostrar que nós existimos, queremos respeito e apenas respeito, em tudo. A nossa classe é desunida, as minorias costumam ser, mas eu não me importo. O que eu puder fazer pra melhorar o mundo e as pessoas eu vou fazer. Posso estar parecendo bobo ou idealista, mas é o que eu sinto, o que eu quero, de verdade. Acredito que não é nos escondendo que vamos conseguir alguma coisa. E quando digo isso, falo de todxs nós.

36 comentários:

Anônimo disse...

Coxinha e amada e tem conteudo saboroso, bem melhro que os pasteis de vento da extrema esquerda.

Kittsu disse...

Com tanta coisa para comentar nessa postagem o cara vem falar das comparações gastronômicas entre um "prato de direita" e um "prato de esquerda"... hahaha

Larissa Petra disse...

Cara, devo dizer que eu nunca fui reacionária, mas já tive uns pensamentos bem coxinhas, mas eu me perdoo por isso, afinal eu só tenho 18 anos e na época eu era só uma adolescente descobrindo o mundo, e como a nossa mídia tbm não ajuda muito, já fui muito contaminada, por exemplo: já fui extremamente contra as cotas, achava isso um "racismo as avessas" como diz a grande mídia, balela né, foi começar a ler um pouquinho e questionar, que eu vi que isso é uma medida afirmativa para um grupo historicamente oprimido, nunca fui contra o bolsa família, mas em compensação já fui dessas que diz : "Direitos Humanos para humanos direitos", já chamei muita mulher de vadia, já questionei estupro, e hoje eu tenho vergonha disso, mas passou e o importante é reconhecer quando se está errado, e mudar, e pq não ter idealismos sim, eu nem ligo, oq eu puder fazer para melhorar o mundo e as pessoas eu farei tbm, pode contar comido !
XD

Larissa Petra disse...

*Comigo hauahauhaua
pequeno errinho de digitação mas oq vale é a intenção...

Anônimo disse...

Não está sendo bobo não, meu querido, está sendo lindo, maravilhoso, queria ver muitos jovens como você. Bem vindo ao clube.
Leila

Sara Marinho disse...

tenho impressão que é tão difícil um reaça deixar de ser reaça quando não faz parte de um grupo oprimido...Leia-se, se for o homem branco heterossexual de classe média,e não sofrer nenhuma outra opressão estrutural. Claro que existem inúmeros reaças negrxs, mulheres, pobres, homossexuais, etc. Mas parece ser tão mais simples para quem sofre uma opressão, enxergar outras.
Eu me orgulho muito do meu pai,pois ele me deu uma criação progressista, mesmo sendo homem branco heterossexual, ele consegue enxergar a maior parte das outras opressões.
Ok, é um tanto quanto machista e homofóbico, nunca tentou mandar na minha mãe nem nada, mas era sempre ela que carregava os serviços domésticos e a criação dos filhos nas costas. Nunca defendeu que gay é antinatural ou algo assim, mas é chegado em piadinhas homofóbicas, mas eu relevo, o pai e os avós dele eram racistas,e meu pai é um homem que sempre foi pobre, do interior do maranhão, meu pai é foda.
Mas é justamente por meu pai sempre ter sido pobre que eu acho que ele foi capaz de ver outras opressões que não a de classe...Meu irmão, do seio de uma família de esquerda,é super coxinha...Não é dos piores, ao menos dizendo ele, não julga mulher por usar roupa curta, e quando contei da insegurança do namorado de uma amiga porque ela já tinha transado muito mais que ele, ele achou o cara um babaca. Mas mesmo assim meu irmão é reaça em muita coisa... Tem tendencia a culpar a vítima em algumas situações (a otária que se deixou gravar, a besta que andou na rua a noite e foi estuprada, nos dizeres dele), e parece achar que a história começou ontem, não vê contexto (acha que "orgulho de ser negro" é igual "orgulho de ser branco"...), e porque meu irmão não vê essas outras opressões? Acho que é porque a gente, desde a adolescência, vivemos em condições econômicas melhores, e convivemos com pessoas de condições econômicas melhores, entramos na classe média. Meu irmão é o homem branco hetero de classe média, que não vê os problemas dos outros...

Anônimo disse...

Tenho um pensamento sobre esse texto: Se ele fosse hétero, será que conseguiria deixar as ideias reacionarias? O fato de ser homossexual ajudou e muito ele se libertar dessas ideias ultrapassadas por fazer parte de uma minoria, mas e jovens que são muito reaças, quais as chances de mudar?

Digo isso mais pelo fato de que infelizmente existe muita gente jovem com pensamentos reacionarios, conheço jovens de 16/17 anos tão reacionarios quanto alguém de 60/80 anos.

Mas fico feliz por ter gente que nem esse rapaz que conseguem mudar por si mesmos notando e questionando as coisas ao redor,parabéns a ele! :D

Anônimo disse...

nada contra gays mas sou contra bolsa familia,isso n passa de esmola para o povo e tapa buraco para a o real problema.
ao invés de melhorar a sociedade como um todo para que ninguém passe por pobreza é mais fácil dar uma esmola todo mês e isso quando dão.
minha tia recebe e todo ano fica uns três meses sem vir nada.

se isso melhorasse alguma coisa ,já que bolsa familia existe a anos,ninguém mais precisaria dela hj em dia.

é dar o peixe ao invés de ensinar a pescar.

Larissa Petra disse...

A Sara Marinho falou uma coisa que eu me esqueci, meu pai mesmo sendo um homem branco, heterossexual, de classe média, também me dá muito orgulho, pois foi ele talvez o grande responsável por me salvar de certos pensamentos que eu tinha, ele reconhece seus privilégios, e tem uma consciência social incrível, e além de mim ele mudou o pensamento de muita gente realmente conservadora ao nosso redor, mas ele me disse que em sua juventude ele tinha pensamentos conservadores que ele diz não se orgulhar muito, ele disse que achava que mulher tinha que se casar virgem por exemplo, mas como eu disse antes o importante é reconhecer que errou e bola para frente.

Anônimo disse...

Senti falta do comentário da Lola.
Eu aprendo muito aqui no blog. Fora do post, mas considero um bom exemplo. Eu sou a favor das cotas, mas quando pensava no serviço público, já olhava com enviesada, hoje repensei essa questão, e posso dizer que a Lola me ajudou muito a refletir melhor sobre isso, e hoje sou a favor das cotas sim!
inclusive para o serviço público.
Obrigada Lola.
bj

Anônimo disse...

fico feliz com o exemplo de vida desse adolescente. Parabéns!

Elaine Cris disse...

Coxinhas questionam bolsa família, mas não questionam bolsas de mestrado e doutorado, intercâmbio com bolsa.
Só questionam o que não faz falta pra eles.

Anônimo disse...

Coxinhas questionam bolsa família, mas não questionam bolsas de mestrado e doutorado

eu que falei da bolsa familia e eu sou pobre.
é a verdade pura,mudou alguma coisa na educação desse país?
pelo jeito vai continuar assim,dando esmolas para todos e continuando tudo na mesmo.
essas bolsas ajudam mais n resolvem o problema.

disse...

Tb sempre penso que nada como sentir na pele o que é ser uma minoria pra se tornar sensivel aos direitos das minorias. Quanto aos "privilegiados da maioria", é certo que muitos vão se criar e morrer na mesma ótica umbigocentrista hehe... não é motivo pra esmorecermos. Nossa influência é à nossa volta. Estou aqui no blog da Lola porque uma amiga não-minoria compartilhou o link daqui, e já distribuo as idéias também. Quem está pronto ouvirá; quem está pronto para uma mudança também; quem pensa diferente mas é ponderado vai pensar, hm, se fulana acha isso e é uma pessoa inteligente e razoavel, vale a pena dar uma estudada nesse outro lado. E assim caminha a humanidade...

Paula disse...

na boa, só comecou a entender a questao da opressao pq sentiu na pele... se fosse hetero tava xingando gays e feministas na internet..

no mais, acho temerário carimbar de "reaca" qualquer um que discorde das ideias centrais aqui do blog..

eu sou contra as cotas como elas sao concebidas atualmente, mas ache que cursinhos pre-vestibular so para negros ou cotas para negros em escolas particulares (financiadas pelo governo ou dando desconto fiscal às participantes) seria medidas a ser levadas mais a serio..

quanto ao bolsa familia, ninguem quer ver o povo morrendo de fome, mas a maneira como é feita tb só serve para eleitores mais pobres se sentirem dependentes de um partido...
se a bolsa tivesse uma duracao de 10 anos, por exemplo, E fosse acompanhada de programas profissionalizantes, educacao obrigatoria de criancas e adultos e planejamento familiar, eu seria 100% a favor...

mas com a quantidade de desvios de dinheiro, de parente de politico ganhando o beneficio, e os adultos da casa se trabalhar... fica dificil mesmo..

Anônimo disse...

Matheus, parabéns! só cuidado com "É tudo regra que alguém caga pra nos oprimir".. muitas vezes as regras são colocadas de outros lados.

ser preconceituoso, machista, racista, não tem nada a ver com um pensamento economico ou outro.

não ache que existe um pacotinho: Esquerda é livre, sem preconceito, paz e amor e direita é opressão.

existe uma bela zona cinzenta que não querem que você veja...

Anônimo disse...

Laurinha,

não sou contra o bolsa família.

mas comparar ele com bolsa de mestrado e doutordao é duro...

um tem o inteito social e de girar a economia.

outro tem o intento de remunerar um trabalho intelectual e incentivar a produção científica.

você compara-los é dar armas para desconstruirem seu discurso.

Anônimo disse...

Lolinha: http://www.youtube.com/watch?v=2U-BEhUrqFA

Propaganda de brinquedo para meninas que questiona esterótipos de gênero.

Uma graça! =D

Anônimo disse...

Incrível, aqui no blog da Lola há uma enorme desinformação sobre o bolsa- família, medida premiada no mundo todo e copiada, e uma das poucas que ultrapassam a questão partidária, sendo um programa do Estado Brasileiro,é importante salientar que o Bolsa Família possui três eixos principais: a transferência de renda promove o alívio imediato da pobreza; as condicionalidades reforçam o acesso a direitos sociais básicos nas áreas de educação, saúde e assistência social; e as ações e programas complementares objetivam o desenvolvimento das famílias, de modo que os beneficiários consigam superar a situação de vulnerabilidade, ou seja, não é apenas dar o peixe como disseram por aqui. Em relação à comparação às bolsas de mestrado e doutorado, achei inteligente quem fez, realmente a classe-média não questiona e não fiscaliza o uso desse dinheiro da mesma forma que faz com o BF, porque? è beneficiária do sistema, já o BF um desvio pontual, uma falha no programa e todo mundo cai matando, mas bolsa de mestrado para estudar o sexo dos anjos, isso pode, não vira notícia, assim como tantos outros programas existentes no país.
Rafael

Arkhen. disse...

Adorei esse Guest Post, senti como se fosse a minha própia história sendo contada, com somente algumas modificações.
Também já fui muito reaça, e tive problemas para aceitar minha sexualidade, assim o blog da Lola me ajudou muito, e me incentivou a largar muitos preconceitos :)
Ainda não consegui assumir para todos os meus amigos, nem para a minha família, mas ainda tenho 15 anos, espero que mais tarde eu consiga ter essa coragem e determinação do Matheus.

Anônimo disse...

o acesso a direitos sociais básicos nas áreas de educação

isso foi piada né?só exigem q a criança ou adolescente frequentem a escola mas não se preocupam em dar uma escola decente para os alunos,pelo menos aqui no rj continua uma bela porcaria.

Robson Fernando de Souza disse...

Variando o tema um pouco, já viu essa excrescência da Playboy, Lolinha?
http://revistaforum.com.br/blog/2013/12/revista-playboy-faz-campanha-motivada-pela-masculinidade-sufocada/

A própria Playboy já é uma excrescência, e piorou ainda mais com essa "campanha" male tears.

Anônimo disse...

"tenho impressão que é tão difícil um reaça deixar de ser reaça quando não faz parte de um grupo oprimido.."

Concordo, ficou parecendo que o autor do post somente se assumiu "não reaça" e resolveu lutar contra os reaças porque se viu dentro de uma minoria. Enfim, a~será que existe um não reaça branco classe média hetero etc etc? Eu me considero não reaça sou branca, classe média-alta, cristã, hetero, rodeada de reaças, mas sou mulher, então de certa forma sou minoria.

Anônimo disse...

Pois não vejo assim, anônimo. Um é direcionado pra classe baixa e outro acaba sendo direcionado pra classe média pra cima.
Um é setenta reais, o outro é mais que o salário que a maioria das pessoas ganham.
Ambos auxiliam estudantes, em diferentes níveis de aprendizado, claro.

Matheus Nascimento disse...

Obrigado Lola por publicar meu texto. Enfim, li nos comentários gente perguntando se eu teria mudado de lado se não fosse parte de uma minoria. A resposta é: não sei. Mas eu acho que ainda dá pra fazer pessoas que não fazem parte de minorias mudarem de opinião, de visão, de lado. Pode ser que eu seja regra, mas assim como eu deixei de ser reacionário, muitos gays não deixam.

Anônimo disse...

É possível alguem deixar de ser "reaça" sem fazer parte de uma minoria, exemplo:eu, e o meu caminho foi inverso, fazia parte da classe baixa, por assim dizer, estudava em escola pública e morava na periferia, sabe o que me fez mudar? A ascenção social, foi depois de vir trabalhar numa grande empresa, ganhar mais e mudar de bairro que percebi de perto as diferenças sociais que desgraçam nossas vidas.

Elaine Cris disse...

Pois não vejo assim, anônimo. Um é direcionado pra classe baixa e outro acaba sendo direcionado pra classe média pra cima.
Um é setenta reais, o outro é mais que o salário que a maioria das pessoas ganham.
Ambos auxiliam estudantes, em diferentes níveis de aprendizado, claro.

Anônimo disse...

Agora virou moda chamar os outros de coxinha porque não têm o mesmo pensamento que o seu.

Love Gotic disse...

Invertendo "enrinar a pescar ao invés de dar o peixe". Quem vai dar emprego a uma mulher que estudou pouco e não tem com quem deichar o(s) filho(s)? Mulher que ao ir para a escola que mais excluia do que incluia. Que patrão vai contra ar uma pessoa que não teve formação profissional porque foi vitima de trabalho infantil e mal pôde estudar? A pobreza incapacita muita gente que é excluída do mercado de trabalho. O país tem um compromisso de resgatar famílias da miséria e retirálas da baixa da linha da pobreza. Então já que não dar para incluir todos no mercado de trabalho vai fazer o quê? Deixar a população pobre morrer de fome enquanto sobra dinheiro nos cofres püblicos para que seja roubado e esbanjado pela minoria política? Sô quem sabe o que é misêria sabe o quanto é ruim tirar o filho da escola para empregar num trabalho infantil .

Love Gotic disse...

O objetivo é ajudar mesmo, amenizar uma bolsa de 130 reais ou 200 reais não supre todas as necessidades. Ninguêm luxa com bolsa familia, mas já é um extra para implementar a renda. Hipócrita você aí diz EU SOU POBRE, mas você não sabe o que é ta na miséria absoluta catar fruta estragada para dar aos filhos, bolacha com prazo de validade vencido, resto de comida de lanchonete. 130 ou 200 reais dar para comprar leite por um mês, sopa por alguns dias ou atê semana dependendo da família. Você não sabe o que é fome, gripe sem ter um antibiótico para amenizar a tosse, frio e não ter lençol essa pequena renda garante pequenas coisas que fazem muita falta.

Anônimo disse...

Matheus, sinta-se abraçado, parabéns pelo texto.
Lola, eu amo o seu blog, beijos.

Rafael disse...

Love Gotic, não é para desmerecer o seu comentário, apenas para registrar caso alguém não saiba: gripe é causada por virus, o antibiótico não vai ajudar em nada! (Muito pelo contrário)

Anônimo disse...

Eu sou a favor do bolsa família e quem é contra deveria levantar a bunda da cadeira e fazer alguma coisa, né? Reclamar do governo e afins nas redes sociais ou para os amigos nunca fez sentido para mim... Quem tem experiência pode me responder: ajuda em alguma coisa?

Anônimo disse...

Love Gotic, receba de pé meu aplauso.Alias, a pobreza extrema é o lugar onde a violência contra a mulher se aprofunda, dev ter tyese financiada com dinheiro público comprovando isso.

Anônimo disse...

O que me espanta é como o maniqueísmo está se acentuando nas discussões na net. Basta alguém ousar discordar, um mínimo que seja, dos temas mais caros pra galera de esquerda que já te taxam de reaça, coxinha, etc. Ninguém gosta de aprofundar questão nenhuma, tudo é na base do sou a favor ou sou contra. Na questão das cotas por exemplo, não que eu seja totalmente contrário a sua adoção, mas isso não me impede de avaliar se ela é realmente necessária e se o seu modo de implantação está sendo realizada da melhor maneira. Pronto, bastou eu tecer um porém qualquer que já me chamam de reaça, não estão vendo que isso só bloqueia a discussão. No caso do bolsa-família, defendo que sua existência é necessária enquanto tivermos miséria, mas se nada for feito concomitante para proporcionar essas pessoas uma autonomia no futuro estaremos apenas fazendo assistencialismo. pronto, teci uma crítica , logo sou um coxinha. Incrível como as pessoas veem tudo aqui de forma tão simplória e nem percebem que não há debate, apenas adesão cega, sem questionamentos, onde qualquer pessoa que discorde já é estigmatizado como coxinha.
Max

Anônimo disse...

O triste vai ser pra esses ex conservadores quando chegar na maturidade e olhar pra trás e ver quanta merda e besteira já fez na vida. É natural um jovem ter idéias revolucionária, mas chegar na idade adulta sem maturidade e sem entender que a sociedade sem regras não é porra nenhuma, é retardo mental.
Eu já fui revolucionária de esquerda e hj me envergonho pelas merdas e idiotices da minha juventude. Ok, tenho um desconto por conta da juventude e imaturidade, graças a Deus amadureci e graças a Deus na minha época de esquerda revoltada não havia internet pra eternizar minha vergonha. Fica dica galera, cresçam e apareçam, deixe a revolta de lado, parem de pregar amor da boca pra fora e vivam esse amor e liberdade, vivam e parem de tentar forçar os outros a viverem como vcs acham o certo, vivam suas vidas e deixem que os outros vivam como achar melhor. Isso é democracia.