segunda-feira, 25 de junho de 2012

COMISSÃO CIENTÍFICA INCENTIVA MENINAS A NÃO SEREM CIENTISTAS

Qualquer menina vai querer ser cientista ao ver esta imagem

Muita gente pediu pra que eu comentasse o vídeo “Science: It's a Girl Thing!” (Ciência: É Coisa de Menina). O vídeo (veja aqui) foi feito pela comissão europeia para motivar garotas a se tornarem cientistas.
O vídeo original foi removido após um bocado de comentários negativos. Antes de ser retirado, a descrição dizia (minha tradução): “Ciência: é coisa de menina! Da cosmética à química, da moda à biologia, do ritmo à eletrônica, as meninas são capazes de serem bem sucedidas na ciência. Ponham os seus óculos de laboratório e vejam a ciência com um outro olhar!!!” Três pontos de exclamação. Eles não economizaram mesmo! E alguém me explica o clima retrô dos anos 80?
As intenções são maravilhosas, mas de boas intenções o inferno sabe como terminar a frase. É verdade que temos uma grande deficiência de mulheres (e, imagino, de negros) em profissões que, em inglês, são chamadas de STEM (science, technology, engineering, math). Calcula-se que, nos EUA, apenas 25% das vagas nessas áreas sejam ocupadas por mulheres. Existe toda uma mitologia que meninas não gostam, ou são ruins, nessas áreas. Esse mito é refutado pela própria ciência, que comprova que o desempenho de meninas e meninos em matemática e ciências é equivalente.
Mas crianças são inteligentes e antenadas, e percebem o que a sociedade espera delas. O incentivo que um menino recebe de seus pais e professor@s para gostar de matemática é diferente do incentivo que a menina vai receber. Aliás, é bem provável que a menina aprenda que essas áreas são masculinas, coisa de menino. É uma profecia que se realiza: se uma menina ouve que não é boa em matemática antes de fazer um teste, ela realmente se sairá pior. Pesquisador@s chamam isso de "ameaça dos estereótipos".
Por isso é tão danoso que um vídeo que queira motivar meninas a se interessar pela ciência use uma expressão como “coisa de meninas”. Um dos pontos que feministas e educador@s conscientes lutamos é pela derrubada de estereótipos. Não queremos que o mundo seja dividido em coisas pra meninas e coisas pra meninos, porque tal divisão limita ambos os gêneros.
E, claro, também é péssimo que “coisas pra meninas” sejam as de sempre, aquelas que a mídia nos vende tão bem: roupas, sapatos, desfiles de moda, esmalte, penteados, maquiagem... Esse já é justamente o universo de boa parte das meninas. E não faz com que elas queiram se tornar cientistas! Faz com que queiram se tornar misses e top models. Que é, por sinal, com o que parece o vídeo: uma convocação para virar modelo.
A recepção ao vídeo foi tão negativa que gerou algumas respostas. Aqui uma astrônoma, a Dr. Meghan Gray, explica seu desapontamento com a propaganda. Não tem nada a ver com ser contra moda e maquiagem. Tem a ver com perpetuar estereótipos sobre o que as mulheres gostam.
Uma resposta excelente (embora falte um pouquinho de timing cômico) ao vídeo foi esta, em que uma mulher fala de como a comissão europeia “se esqueceu” de citar mulheres cientistas importantes que fizeram e continuam fazendo descobertas científicas. 
Sua ironia é intercalada por dizeres cor de rosa como “A ciência é linda, tanto quanto sapatos e unicórnios!”. Ela termina: “Obrigada, comissão europeia, por lembrar a nós mulheres porque entramos na ciência em primeiro lugar, e por inspirar toda uma nova geração de meninas a fazer o mesmo -– ou seja, a usar roupas difíceis e perigosas num laboratório, ou a ser encarada por um homem com um microscópio”. Pois é, o que diachos o male gaze tá  fazendo até num comercial pra incentivar meninas a serem cientistas?
O que pode fazer com que meninas queiram ser cientistas é uma mudança na sociedade. Uma mudança na divisão por gêneros que o vídeo tenta perpetuar. É importante ter mulheres cientistas dando palestras em escolas e universidades. É importante que as escolas tenham feiras de ciências, e que a participação de alun@s seja encorajada, em vez de reprimida. É importante que sejam feitos filmes e séries e novelas com cientistas mulheres.
Mas, repito: o mais importante é acabar com estereótipos de gênero. O excelente documentário Miss Representation mostra como se preocupar demais com o visual faz meninas terem receio de falar em público e de assumirem posições de poder, porque sabem que serão sempre julgadas pelo sua aparência. 
Um estudo recente da Universidade de Michigan diz que, apesar dos campos de ciência, tecnologia, engenharia e matemática serem vistos como não-femininos, “femininizar” essas áreas faz diminuir o interesse de meninas na ciência: "Apesar das boas intenções, tentativas de glamurizar mulheres cientistas podem ser menos motivantes para meninas que mulheres cientistas mais 'cotidianas'", dizem as pesquisadoras. O estudo parece uma resposta ao vídeo, mas ele é anterior. Foi publicado em abril, e revela que "femininizar" a profissão é contraproducente para atrair meninas para a carreira científica.
Outro dia vi um estudo (que não vou encontrar agora; este é parecido, mas não é o mesmo) com meninas que tinham que provar roupa. Era assim: uma por uma, individualmente, um grupo de meninas ouvia que teria que provar um suéter. Enquanto esperava, essa menina resolvia exercícios de matemática. Em outro grupo, a menina ouvia que teria que provar um biquíni. Enquanto esperava, resolvia exercícios de matemática. Adivinha o grupo que se saiu melhor nos exercícios de matemática? As meninas que teriam que vestir um suéter. As que teriam que vestir um biquíni ficavam ansiosas e preocupadas demais com sua forma física, e isso interferia nas suas habilidades intelectuais.
O que isso prova? Não, não prova que meninas que ficam lindas num biquíni não têm condições de entender matemática. Ou que meninas "feias" tenham uma grande carreira pela frente na ciência. Nada disso. O estudo prova apenas que o modo que a sociedade faz com que as meninas pensem sobre seus corpos afeta a autoestima dessas meninas. E que uma autoestima baixa interfere em todas as áreas da vida. Opa, eu usei a palavra apenas? Pois é. É apenas isso que ser obcecada pela aparência faz. 

254 comentários:

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Carol M disse...

Essa é uma forma de black lash. Vamos manter a mulheres tão preocupadas com sua aparência, que seu desempenho em qq outra área será inferior, aí podemos "naturalizar" esse desempenho.

Somos produtos culturais, ensinar meninas a se preocupar com aparência o tempo todo é um desserviço a elas.

Luiz Prata disse...

Marie Curie deve estar se revirando no túmulo com esse vídeo estereotipado da Comissão.

Pra quem não sabe quem foi:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Marie_Curie

Gabriel Nantes de Abreu disse...

Eu cheguei a assistir o vídeo antes de ser deletado e fiquei com muita "vergonha alheia", parecia mais um deboche que qualquer outra coisa.

E adorei a referência à Dana Scully uma das melhores personagens femininas da ficção cientifica, lembro de uma entrevista dela, se não me engano vi em um extra de um dos DVD's ou do filme em que ela conta a quantidade de mulheres que falam com ela ou mandam e-mail contando que decidiram seguir carreira cientifica por causa dela.

A gente subestima o poder que a ficção tem sobre a vida real!

Beatriz disse...

Esse vídeo é uma bosta. Tem mais conteúdo no meu bloco de rascunho de telefone do que nesse lixo.

Iara De Dupont disse...

Lembrei de uma história quando era criança...meu irmão sempre ganhava brinquedos melhores, microscopio, jogos de ciencia...mas tanto ele como eu erámos péssimos em matematica, então meus pais chamaram um professor particular,um homem super honesto, que avaliou os dois e disse que daria aula ao meu irmão,eu não precisaria das aulas porque minha dificuldade era natural, segundo ele meninas conversam demais nas aulas e se distraem, por isso são péssimas alunas .Bom, me livrei das aulas, já que como era menina não valia o investimento e sempre seria ruim em matematica.Só depois de ler o texto percebi o quanto está na cultura essa violencia,ele não foi o único professor a me dizer que minhas dificuldades em matematica e biologia, fisica, quimica, eram consequencia da minha mente avoada, coisa de mulher.

Carlo disse...

Só lembre que a equivalência é na média e já foram recusadas diversas análises feitas na média por aqui.

De resto, todos caras que eu conheço gostariam de ver mais mulheres na área de exatas.

Digo mais, desconheço pais que não queiram suas filhas em áreas como engenharia e outras exatas. Sempre escuto pais tentando dissuadir suas filhas de fazerem cursos como Letras ou Comunicação Social.

Beatriz disse...

Fui medalhista de prata pela olimpíada estadual de matemática da USP, aos 14 anos. Na época, odiava matemática, fui a única aluna indicada pela escola (era por nota mais alta) a ir sem estudar nada e acabei sendo a única que foi classificada para a final. Tb fui a única menina.

Ganhei a medalha pq sempre tive bom raciocínio lógico e acabei deduzindo as fórmulas (q eu não conhecia, era muito desleixada com matemática) na hora da prova através de aplicação de funções simples. Gostava de literatura e artes, e hj trabalho (e faço pesquisa científica) com isso. Só que... eu não gostava dessas coisas de exatas pq não era incentivada. Hj percebo. Tanto q acabei direcionando várias coisas do meu mestrado para matemática computacional, e estou me dando super bem. Só q lembro claramente na escola de só os meninos serem chamados a ajudar nos exercícios de matemática. Sempre q me oferecia para ajudar ou responder questões, os professores me acusavam de ser exibida. Acabei de voltando para humanas por me sentir mais confortavel.

Gabriele disse...

Vídeo bem infeliz... Desperdiçaram uma oportunidade de fazer algo que realmente valorizasse as mulheres cientistas.
Sobre isso do incentivo, realmente, é muito triste. Considero que tive um bom incentivo dos meus pais, na minha infância gostava muito de astronomia e biologia, mas com o tempo fui me identificando mais com as ciências humanas e sociais.
Quando estava trabalhando numa livraria, pude ver vários casos de um total desencentivo à ciência para meninas. Quando algum cliente queria algo para presentear uma criança/pré-adolescente, eu gostava de mostrar uns livros bem legais sobre ciências, biologia principalmente, até pq noto que são livros que chamam bastante a atenção das crianças que iam na loja para dar uma olhada. E umas três vezes me aconteceu de mostrar esses livros toda animada e o cliente "ah... mas é para uma menina,,, não teria algum livro tipo de historinha, de princesa...?"

Beatriz disse...

Engraçado né? No meu caso tive muito incentivo dos pais (meu pai me dava robôs, computador e livros de astronomia de presente) mas o grande desserviço foi na escola. Da primeira a quarta série fui duramente criticada na escola por gostar de estudar mais do que brincar (passava o intervalo na biblioteca) e meus pais chegaram a ser chamados para uma reunião pq "eu falava muito de ciências e a escola se preocupava com minha socialização". Sempre tive amigos, achava uma bobagem. Mas ouvi mais de uma vez na escola que meninas devem andar em grupo com as amiguinhas.
Sempre acreditei q era discriminação por ser nerd. Hj, conversando com meninos com o mesmo perfil q eu, percebo q fui a única q passou por isso na infância. Já acredito q, se fosse menino, talvez nunca tivesse sido repreendida.

Zé Costa disse...

Tenho uma amiga sérvia que faz o mesmo mestrado que eu (física de plasmas voltada pra fusão nuclear) e esse foi o comentário dela sobre esse vídeo:

This is European campaign to attract more women scientists...As a women and as a scientist im beyond offended by this. They say women are not much into science because its not "sexy enough"...WTF?! They apparently think women are so vapid that u need to dangle a lipstick in front of us, for us to make a decision? Whoever created this video is an IDIOT!

Fiz uma tradução meio por cima aqui:

Esta é uma campanha europeia para atrair mais mulheres cientistas. Como mulher e cientista eu estou mais do que ofendida por isso. Eles dizem que mulheres não são muito da área de ciência porque não "sexy o suficiente". Aparentemente eles pensam que mulheres são tão enfadonhas que você precisa balançar um batom na nossa frente para que tomemos uma decisão? Quem quer que tenha criado este vídeo é um idiota.

Vivien Morgato : disse...

Vc sempre me faz pensar em algo em que ainda não havia posto os olhos. Obrigada por isso. Mesmo.

Zé Costa disse...

Eu não sei alguém aqui também já se deparou com isso, mas quando você busca posições pra doutorado na Alemanha, normalmente essa mensagem aparece (o que eu acho bem legal da parte deles)

"Universities are very interested to increase the number of female scientists, women are especially encouraged to apply."

(As universidades estão muito interessadas em aumentar o número de cientistas mulheres, mulheres são espacialmente encorajadas a tentar a vaga).

É um estímulo dado sem estereótipos nem nada. Não precisaram escrever na proposta: "teremos batoms e instrumentos cor de rosa pra que vocês se sintam bem." :p

Ana disse...

Lola, que tópico interessantíssimo!

Realmente esse mito de que mulheres não gostam de exatas é bem forte. Mas eu tenho sorte de viver num ambiente que não segue a regra.

Minha mãe morre de amores por matemática. Eu morro de amores por química, soube desde a minha primeira aula que era isso que eu queria pra vida. Minha prima mais nova vai no mesmo caminho, está no primário e faz contas de cabeça sem esforço nenhum. Acho que é coisa da família mesmo, visto que meu avô é pedreiro e meu tio contabilista. O fato é, as exatas cativaram todo mundo, sem distinção de gênero.

No Ensino Médio, tive uma professora de matemática que quando aluna, ODIAVA a matéria com todas as forças. Ela usava sua própria história pra servir de incentivo pr@s alun@s.

Tive ainda uma colega que devia manjar mais de física do que o Hawking. Ela era loira, magra, dos olhos verdes, o padrão estético em pessoa. Eu adorava como as pessoas preconceituosas ficavam de queixo caído, porque né, olha só que coisa impossível: mulher, loira, bonita, e boa de física! Onde já se viu? /ironia
Ela calava a boca de muita gente bonito.

Hoje no ensino técnico, tenho o dobro de professoras mulheres, incluindo aí a coordenadora do curso. Na minha turma também somos o dobro de meninas, uma de nós já lecionou matemática.

Enfim, na minha experiência pessoal esses mitos nunca tiveram espaço. Embora eu deva confessar que, paradoxalmente, sou muito melhor de humanas que de exatas - a única na família toda. Minha mãe odeia letras, meu avô e minha prima chegam ao ponto de ter não só desgosto como dificuldade em ler. Já eu interpreto textos de olhos fechados e sempre tive facilidade em aprender novas línguas, enquanto trigonometria me deu umas rasteiras.
O negócio é que meu fascínio pela química é tão, tão forte, que número nenhum fica no caminho. E claro, sempre tive o apoio da minha mãe, pra que eu lutasse contra qualquer dificuldade que tivesse ao invés de simplesmente dizer 'ah esquece, não sou boa disso mesmo'.

E sim, Marie Curie vai puxar o pé de certas pessoas qualquer noite dessas.

A pior coisa na história toda da propaganda é que ela não é feita pra ofender. Ela simplesmente é o retrato do que todo mundo pensa - que mulher gosta de glamour, e só. Que não somos capazes de entender o que é um lançamento oblíquo se o objeto lançado não for um sapato. Que não vamos nos dispor a falar de átomos se não nos convencerem que é disso que a maquiagem é feita.

Basta entrar numa loja de roupas ou brinquedos pra crianças. É desesperador. Num shopping aqui perto, a loja toda é dividida, tem o lado dos meninos e o das meninas. Eu nem preciso dizer que fiquei de cara porque os produtos dos Vingadores ficaram no lado XY, e a Barbie no XX. E olha que eu fiz coleção de Barbie! Adoro! Só não acho justo tirar o Homem de Ferro das meninas ou a Barbie dos meninos.

Ana disse...

Ah é, falando na Barbie, estou a tempos pra dizer, a campanha 'seja o que você quiser' da Mattel é uma piada.

Quando vem aquela vinhetinha prometendo A revolução de gênero e em seguida aparece a Barbie babá, eu choro. Porque você jura que vai ser algo inovador, e me aparecem barbies segurando bebês. Nada contra os bebês, mas que mulher cuida de criança a gente JÁ sabe.

O mais ousado que eu já vi foi a Barbie Engenheira de Software, que não conta pq não foi iniciativa da mattel, foi voto popular. Além dessa, tem a presidente, que eu vi na minha última visita à loja de brinquedos, e só./Rant

Lord Anderson disse...

Em tempo em que a internet tornou-se tão fundamental, é realmente criminosa uma campanha que nem sequer cite o nome de Ada Lovelace, cujos trabalhos matematicos no sec 19 deram origem ao proprio conceito de ciencia da programação.


É realmente lastimavel.

Admin disse...

É a UE anda pisando na bola ultimamente com suas propagandas! Lembro bem de uma que incentivava os Europeus a "lutarem" contra a crise lá fora.

Quem eram os vilões? O B.R.I.C

O Brasil era representado por um capoeirista... a UE a Kill Bill...enfim.

Sobre este em específico, puro mal gosto tb, mas acho que a frase "coisa de meninas" não seria uma gafe tão grande se tivesse incluido ai um "também". Acho que isso já daria a noção necessária de inclusão, o vídeo é de inclusão das mulheres, certo?

Bom, eles não vão mesmo incluir as mulheres com estes comerciais esteriotipados, fico muito triste ao ver que mulheres no geral são incentivadas mas sempre para áreas relacionadas ao que já temos, o mesmo campo restrito de sempre, é preciso incluir opções na própria inclusão!!!

PS: A estética anos 80 acho, (chute) que é apenas uma gafe visual, infelizmente vejo muito colega da área de design/propaganda usando estas estéticas sem contexto, só pq acham "legal".

Não sei se tem alguma mensagem de "saudades dos velhos tempos" embutida nisso, mas acho que ainda estão no campo da gafe casual.

aiaiai disse...

Outro dia minha médica me contou que ela era louca por engenharia, mas quando foi fazer o vestibular (isso no começo dos anos 80) o pai dela a proibiu. Simples assim: para ele mulher engenheira era sapatão e filha dele não seria sapatão. Preconceito em cima de preconceito!!! Sob o silêncio da mãe, ela foi obrigada a decidir fazer outra coisa. Felizmente, resolveu fazer medicina e é uma médica maravilhosa. Mas é uma tristeza saber que não pode realizar o sonho dela só porque é mulher.

aiaiai disse...

Eu mesma sofri um pouco dessa intolerância por parte do meu pai, com o silêncio da minha mãe. Eu queria entrar para a escola técnica não porque tivesse algum talento especial com exatas mas porque era uma escola boa e gratuita. Meu pai não deixou. Disse que só tinha homem estudando lá e que isso não ficava bem...Eu tinha 14 anos e voz nenhuma, então, me conformei.

Teresa Silva RJ disse...

Oi Lola e pessoal, um off-topic: pra acompanhar o que o povão diz sobre emancipação feminina, olha os comentários sobre essa fofoca de TV (eu leio sim, podem zoar de mim :) )

http://entretenimento.r7.com/blogs/fabiola-reipert/2012/06/24/iris-perde-o-noivo-ao-ser-obrigada-a-escolher-entre-a-tv-e-o-casamento

Depois de ler comentários escabrosos de notícias envolvendo mulheres, deu gosto ler os comentários dessa notícia.

Patrick disse...

Lola, coincidentemente estou lendo um livro, The Spirit Level, Why Equality is better for everyone, que trata do problema da desigualdade social e como ela afeta a qualidade de vida de toda a sociedade, mesmo em países ricos.

Uma das experiências citadas no livro foi realizada na Índia. Num primeiro momento, aplicaram um teste para diversas crianças, e o resultado foi muito parecido, tanto para a parcela das crianças que faziam parte das castas superiores como das inferiores. Numa segunda etapa, aplicaram o mesmo teste, só que antes de começar a fazer o teste a criança deveria se identificar e dizer em voz alta qual a sua casta. O resultado foi uma diferença significativa entre as crianças de castas superiores e inferiores.

Bruno S disse...

Essa história da afinidade com áreas do conhecimento me remete aos meus anos de ensino médio.

Tínhamos aulas de aprofundamento de matérias (que seguiam as específicas do vestibulares de cada carreira). Na minha turma de matemática eram poucas meninas, enquanto nas de geografia e história elas eram maioria. Sem falar que na turma de física e química(que eu não frequentava) as meninas presentes estavam de olho em carreiras das áreas biomédicas.

Apesar de ser uma escola bastante liberal, os gostos pelas matérias estavam bem separados por gêneros. Literatura então acho que eu era o único homem que participava da aula.

Anônimo disse...

* Total Face Palm *

Não consigo acreditar como uma campanha de marketing desse nível (e com esses custos) pôde não ter pesquisado o suficiente pra ver se a proposta era - ou não - viável.

Mas uma da Marie Curie:

http://xkcd.com/896/

Admin disse...

Esse idiota do Smooth tem internetbanking (se for adulto, o que acho difícil) graças a uma mulher.

E olha que as mulheres "são fúteis e ególatras".

Ana disse...

@aiaiai
Com minha mãe aconteceu o contrário. Bom, meu avô nunca deu a mínima pro que os filhos iam fazer desde que estudassem. Mas o professor de matemática dela foi à nossa casa especialmente pra convencer minha mãe a seguir carreira nas exatas. Quanto a mim, ouvi reclamações do meu professor de biologia que queria por lei que eu tentasse engenharia genética (um cérebro desses, e vai desperdiçar na química! tsc!).

O máximo de oposição que as mulheres da minha casa encontram na hora de escolher profissão é que minha avó tenta convencer todo mundo a ser veterinária (eu queria, mas não suporto abrir um animal nem em pensamento, então é, não dá). Temos muita sorte.

Anônimo disse...

* Ultra Face Palm *

Puxa, como que eles não pesquisaram anteriormente o nível de aceitação daquela campanha? Bastava terem mostrado para algumas cientistas de verdade e perguntado a opinião delas...

Ah, essa tirinha da Marie Curie é muito mais atraente cientificamente pras garotas:

http://xkcd.com/896/

Lorena disse...

Bom, eu sou das Ciências Biológicas, que não é uma área predominantemente masculina dentro das Ciências, o número de homens e mulheres na área e em suas subáreas é até bem equilibrado. Mas minha especialização causa reações interessantes na maioria das pessoas... Eu sou entomóloga, trabalho com insetos. A maioria das pessoas acha nojento, inclusive homens! Já ouvi mais de uma vez que sou uma mulher "diferente", porque a maioria das mulheres teriam nojo dos meus objetos de pesquisa (e que eu amo de paixão, desde pequena), que são os insetos. E eu percebo claramente que as reações não são as mesmas em relação aos meus colegas homens, nunca vi acharem esquisito um homem trabalhando com insetos. Mas em relação às mulheres, as reações são sempre, no mínimo, de espanto.

Ainda assim, meu orientador costumava dizer que preferia orientar mulheres, porque, segundo ele, mulheres são mais "cuidadosas" pra manusear os insetos secos e montados (eu trabalhava num Museu de Entomologia). Bom, dessa "regra" eu sempre fui exceção. Sou desastrada e sofri até conseguir controlar meus movimentos desordenados perto das coleções!

Ana disse...

@Lorena
"Sou desastrada e sofri até conseguir controlar meus movimentos desordenados perto das coleções!"

Kkkkkk bate aí colega. Você não imagina meu pânico na minha primeira aula prática. Todo aquele vidro, todos aqueles fracos cheios de coisas perigosas, o fogo, meldels, o fogo! Eu tinha certeza de que ia explodir alguma coisa. Pq desastrada é meu nome do meio.
Hoje já peguei o jeito, mas às vezes minhas mãos tremem tanto que eu tenho que segurar uma com a outra.

Eu entrei pra química bem insegura, afinal, qual a serventia laboratorial de uma criatura que não é 100% em matemática e que se queima até fazendo miojo (true story!)?

Mas eu estou levando, muito bem obrigada. Não aconteceu (pelo menos não ainda) de ouvir comparações entre homens e mulheres.

Lorena disse...

Ana,

ai, nossa... meu primeiro estágio no Museu foi organizar a coleção. Eu tinha tanto medo de quebrar alguma coisa, e de fato, quebrei muita perna, muita antena (e, caso quebre, a gente tem que colar, tá? Com cola branca... O__o), já fiz algumas que é melhor não comentar, porque quanto menos gente ficar sabendo, melhor! hahahaha

Mas minha falta de jeito não me impediu de seguir a carreira, a sua também não vai te impedir. A gente, por se perceber assim, desastrada, acaba tomando duas vezes mais cuidado no laboratório, você vai ver. ;)

Admin disse...

Ah, tambem queria comentar da foto da Scully!!!

Ela foi a primeira personagem feminina que eu vi na Tv com uma personalidade construida e muito forte, apesar da série pecar um pouco com a Scully naquela bobagem do bebê, (as vezes o sentimentalismo fica a nivel insuportável), ela é super que um referencial. Decidida, forte, ética, autonoma! (quantas vezes ela não deu umas cortadas no Mulder? e tomou as rédeas da situação e resolveu muito bem?).

Sobre o comentário do salto, se ele for de marca e a Dona do Salto for gata, pq não, tem fetiche pra todo mundo!

Não se reprima rapaz! ;D

Beatriz disse...

Eu só rio pq minha vida toda fui melhor em exatas do que TODOS os homens da minha turma e meu desempenho como pesquisadora tem sido muito acima da média. Mas é engraçado que essa falácia de que mulheres são piores em ciências, mesmo sendo desmentida pela prática o tempo todo, sobrevive forte. O preconceito é forte e as pessoas são apegadas a ele.

Madame Nada disse...

Lembro de uma menina que conheci: 18 anos,linda, alta, magra. Todo mundo mundo perguntava:"Por que você não vai ser modelo?". Ela olhava com cara de tédio:"Não gosto disso não". Sabe do que ela gostava? Engenharia elétrica. Era a faculdade que ela fazia. Dava para perceber pela cara que ela fazia quando se dizia que ela devia ser modelo, que ela não aguentava mais ouvir isso. Ou seja, ninguém olha para uma mulher linda sem perguntar se ela não quer ser modelo e/ou atriz. Mas a menina era estudante de engenharia elétrica! Que desperdício! Todo mundo sabe que só mulher sem graça ou feia pode fazer essas coisas, né? Não vai arrumar casamento mesmo, tem que trabalhar com algo.

Enfim, um monte de estereótipo babaca pra atrapalhar a vida da gente.

Ana disse...

@Lorena

Pois é, eu acabei me destacando na turma pq sou de longe a mais neurótica, digo, a mais meticulosa. Coisa que, queira ou não, é muito importante pra um químico.

Eu quase coloquei fogo na minha própria mão no ensino médio. Gosto de contar isso porque em geral pessoas acham que eu estava tentando fazer Fusão Nuclear... e aí vem a parte humilhante, em que eu conto que estava secando uma caneca de porcelana num bico de bunsen a pedido do professor. Minha primeiríssima vez usando fogo no laboratório, e eu quase faço um incêndio tentando secar uma caneca.

Mas é, hoje eu sou daquelas que sabem os procedimentos de trás pra frente :D

Beatriz disse...

Lorena, acho insetos uma das coisas mais lindas do mundo, sério. Parabéns pela profissão, deve ser demais!

Madame Nada disse...

Mas a pior babaquice do momento é que temos que ser lindas "apesar de". Apesar de sermos bem sucedidas, apesar de sermos mães, apesar de sermos donas-de-casa, se não formos lindas, malhadas, ou pelo menos ajeitadinhas, somos umas fracassadas. Veja como os perfis de mulheres de sucesso sempre enfatizam que a fulana consegue se manter gostosa mesmo tocando uma empresa e cuidando de uma casa com três filhos.

Lorena disse...

Beatriz,

obrigada!! E dá uma alegria grande quando ouço/leio elogios assim aos "meus" (repare a possessividade) bichinhos! :D São lindos sim, e, na minha opinião que não deve contar muito, uma delícia de se trabalhar.

Bruna B. disse...

Acho engraçado esse papo de que mulher é pior em cálculo, lógica, etc.
Tenho dois irmãos formados em Engenharia Mecânica e Arquitetura e SEMPRE fui melhor do que eles tanto em física quanto em matemática.
No ano que prestei vestibular pra Engenharia Civil na UFRGS fiquei em 3º lugar e, pasmem, as duas primeiras colocadas eram mulheres.

Tenho formação tanto em Eng Química quanto em Civil e hoje trabalho nesta segunda área, que é predominantemente masculina. Já sofri muito preconceito e tive minha capacidade posta em dúvida por alguns boçais. Depois de me formar, ouvi piadas do tipo "- O primeiro prédio que ela estruturar vai cair." "- Ela vai errar todos os cálculos." "- Até os pedreiros sabem mais que uma engenheirA.", etc.
O bom é que nunca me importei com a imbecilidade dessas pessoas, hoje em dia sou uma profissional bastante requisitada e reconhecida, trabalho em uma das melhores construtoras do RS e fiz os patifes engolirem todas as 'gracinhas' que fizeram.

Sara disse...

Lola sou mãe de uma menina que desde bebe sempre foi muito especial, ela tem uma capacidade de aprender que sempre surpreendeu a todos, qualquer professor q tenha entrado em contacto com ela poderia atestar o que eu falo.
Ela já ganhou inúmeros prêmios, inclusive na USP, onde acabou estudando na Politécnica, conseguiu estágios para fazer pesquisas em faculdades na Austrália, ganhou até prêmios muito valiosos na televisão em um desses programas de perguntas e respostas, até o apresentador do programa disse em rede nacional que nunca havia conhecido uma garota com a capacidade intelectual dela, e a chamou de gênio.
Tenho muito orgulho da minha filha, mas sei que não tenho participação nenhuma no talento dela, pois ela nasceu dessa forma, e nunca fiz nada para que ela fosse assim, se eu pudesse faria pela outra filha q eu tenho e que eu adoro Tb.
Mas isso tudo ela conquistou na época de seus estudos, hj ela já é uma profissional na área que ela escolheu, é verdade que ela trabalha exatamente com o que queria, mas eu tenho acompanhado o quanto ela enfrenta desafios, apenas por ser uma mulher.
Já na escola de engenharia, uma vez ela apareceu me pedindo para comprar uma saia comprida, dessas que geralmente as evangélicas usam, quando perguntei o porquê, ela me disse que os rapazes da turma dela ficavam pondo defeitos em suas roupas, dizendo que eram escandalosas, Lola, ninguém é mais modesta pra se vestir do que minha filha, na verdade eu canso de critica-la justamente porque eu a acho desleixada demais com sua aparência.
No trabalho Tb ela me conta coisas que eu como mãe quase fervo de ódio, mas por sorte ela é muito inteligente e tem conseguido se sobressair mesmo com a campanha contra ela, que é uma das únicas engenheiras no seu setor.
Pra que vc tenha uma noção nem banheiros para mulheres tem em muitos lugares em que ela tem que ir trabalhar, quando às vezes é necessária força física para destravar alguma válvula que ela tenha que mexer , nenhum dos outros engenheiros se oferece pra ajuda-la, e ela também não pede, mesmo eles sendo subordinados a ela muitas vezes, ainda ficam debochando.
Até intimidações do tipo ficarem ligando para o quarto de hotel onde ela fica hospedada, sem dizerem nada, creio eu com o intuito de assusta-la, até isso alguns dos machistas que trabalham com ela fazem.
Eu tenho absoluta certeza que com a capacidade que ela tem se fosse um homem ela já teria galgado posições ainda mais altas, mas ela não desiste fácil, vai mais lentamente enfrentando o machismo todo, mas vai chegar onde quer , tenho certeza disso.

Madame Nada disse...

"foram um grupo chefiados por uma mulher"

Quem escreveu isso deve ser ótimo em matemática, espero, porque de gramática, tsc, tsc.

fabi disse...

Nossa vergonha esse video, e olha que sou cientista em um laboratório de maioria de mulheres, e que estão em mestrado, doutorado e pós-doc. Acabei de sair de um congresso onde havia uma grande quantidade de mulheres palestrantes tbm, e nenhuma ficou nessa bobagem de "ser feminina" e "atrair o olhar do macho". Se a UE quer estimular as mulheres a serem cientistas deveriam mostrar como as mulheres são responsáveis por grandes projetos. as grandes mulheres da ciência, e tentar diminuir o machismo que existe nas áreas científicas (em todas!).

Niemi Hyyrynen disse...

Essa campanha é uma vergonha alheia mesmo! Poxa, para tentar dar um passo pra frente a Europa cai e dá dois para trás! triste.

Estou com as meninas ai das exatas! (sou de Banco de Dados)

Aquele esteriótipo de que menina não se dá bem com matemática é pura bobagem, é pura questão cultural, aqui no Brasil a área de exatas é podada das meninas pq é uma área onde está o dinheiro, pq no Brasil se tem a cultura de que é apenas em exatas que obtemos "resultados", ou seja, cifras, de alguma forma, seja em dinheiro ou estatísticas.

As áreas de humanas e biológicas tb desenvolvem muito o país mas não são vistas como "sérias" ou de valor, por isso que as mulheres são empurradas para estes campos de atuação.

Mas vamos combinar um país não desenvolve completamente se as mulheres tb não se desenvolverem.

:)

Lorena, que coragem hein! trabalhar com insetos! Hahaha haja fibra!

Anônimo disse...

Na escola, eu sempre fui boa em todas as matérias, tanto de humanas quanto de exatas. Eu sempre fui muito elogiada pelos professores, e lembro que, na minha sala, as meninas tinham as melhores notas em geral, e um ou outro garoto era bom em exatas, mas não em humanas.

Já o meu irmão sempre foi péssimo em exatas. Minha mãe sempre dava sermão, dizendo que os professores sempre falavam bem de mim, mas mal dele. Hoje em dia ele está no ensino médio, e parece que melhorou bastante (não moro mais com a minha família, então não sei dizer ao certo).

Agora, na hora de escolher uma faculdade, foi mais difícil. Como eu sempre fui bem em qualquer matéria, não fazia ideia do que queria. Sempre gostei de informática, então escolhi Engenharia de Computação. Aí tive que aturar gente falando que eu não tinha "perfil de engenheira", que o curso era muito difícil e eu não ia dar conta, e blá blá blá. Ainda bem que não dei ouvidos.

Meu curso tem mais homens que mulheres, ainda tem bastante preconceito, já contei isso aqui. Mas, pelo menos na minha sala, o número de mulheres e homens é equilibrado, e tenho duas amigas que são verdadeiras "gênias". Não tem cabimento dizer que mulheres não são boas em extas.

E sobre essa questão do estereótipo, lembro quando um cara me disse: "mas uma menina tão bonita feito você, estudando Engenharia de Computação?" Fiquei chocada na hora, nem respondi. Não importa o curso, se você for mulher, sempre tem alguém que tenta diminuir o seu valor.

Taty Valéria disse...

Oi Lola, mais um post seu que me fez olhar num espelho. Fui criada nos moldes tradicionais, todos eles. Engravidei muito cedo, aos 16 anos, e uma das poucas convicções que tive naquela época, é que criaria minha filha de forma totalmente diferente. Bruna não quis fazer balé, não quis ser modelo, não quis festa de 15 anos (preferiu uma feijoada), não quis festa de formatura do Ensino Médio, e quando resolveu prestar vestibular, decidiu tentar Engenharia de Materiais, Desenho Industrial e Web Design, passou nos três, todos de Universidades Públicas. Escolheu Engenharia de Materiais. Divide a turma com 4 meninas e 25 meninos. Sua turma de amigos é formada só por meninos e quando eu li seu post sobre Friedzone http://ow.ly/bOq3q , confesso que senti um frio na espinha.
O fato é que ela, apesar de pertencer ao padrão estético que a mídia impõe (é loira, alta, e linda, muito linda!), sempre fugiu do rótulo de menininha. E apesar de gostar de se cuidar, ser vaidosa, ler romances e adorar se maquiar e pintar as unhas (coisas que ela aprendeu com alguem, porque até hoje só pintei minhas unhas na minha festa de formatura, e só me maqueio porque a profissão me exige), ela sempre foi mais "menino".
O saldo disso tudo é que eu vejo que é possível criar uma menina com pensamento livre, mesmo num mundo que não nos trata bem.
E sim, ela sempre foi muito boa em física, química e matemática.

Carla disse...

Eu não sei se algumas coisas estão mudando ou se foram as escolas em que estudei(todas particulares); mas em todas as meninas recebiam muito mais elogios e incentivos, e quase todos os melhores da sala eram meninas.Eu sempre via subtendido nas atitudes que os professores achavam natural que um menino fosse agitado e esportivo demais para ser bom aluno, e que as meninas eram naturalmente mais atentas e responsáveis com a lição.Quando um menino se destacava ele era tratado como exceção e um exemplo para os outros meninos, mas geralmente posto para estudar junto com meninas.

Jane Doe disse...

Me formei bióloga e durante a faculdade cheguei a escutar algumas asneiras machistas, mas de um modo geral, tive sorte. Eu era muito respeitada pela maioria dos professeores e colegas.
Porém desisti da carreira acadêmica que amava (amo ainda) devido a podridao que infelizmente tomou conta da ciência.

Sobre a personagem Dana Scully, também amava ela até comecar aquela pieguice toda de "ai meu deus, como sou infeliz e arrependida por que nao tenho marido/filhos".
É bem a mensagem que quase todas as séries, programas televisivos, filmes e o escambau passam - "mulheres, nao importa se vocês sao vencedoras do nobel, astronautas, pilotas de aviao de guerra, vocês só serao felizes/completas/realizadas se forem maes/esposas/donas-de-casa".

Gabriele disse...

Esse "apesar de" realmente é pra matar, Kali. Vejo muito disso de tentativa de reafirmação de feminilidade... Matérias jornalísticas, por exemplo, fazem isso direto... Esses dias estava vendo uma matéria sobre mulheres trabalhando na construção civil, e lá veio repórter com papinho "Mas apesar de tudo, elas usam maquiagem e cuidam da aparência". Facepalm.

Beatriz disse...

Jane Doe, eu achei isso particularmente lamentável naquele filme "A dama de ferro". Po, a mulher consegue ser primeira ministra, e o mote da história é "mimimi ela largou o lar". Me deu muita raiva

Ana disse...

@Bruna B.
Eu estou oficialmente me roendo de invejinha de você, kkkkk

"- O primeiro prédio que ela estruturar vai cair." "- Ela vai errar todos os cálculos." "- Até os pedreiros sabem mais que uma engenheirA."

É sério essa mer...? Não dá pra acreditar.

Incrível como ser melhor que os outros incomoda, vide o comment da Bruna e o da Sara. Sério que neguinho entra tanto em pânico que o melhor argumento dele é que por ser XX você é burra? Patéticoooo

Gentem, não gastem o latim com o Smooth. Além de ser um troll mediano (já vi bem melhores por aqui), é burro que dói, kkkkkkkkk. Ainda por cima, aparentemente tem dificuldade em digitar... kkkkkkkkk

Vou ser mandada à PQP em 3, 2, 1... *bocejo*

Iara De Dupont disse...

Eu não ia dizer nada sobre o vídeo, de tão indignada que fiquei,mas hoje é segunda-feira e minha revolta é maior em começo de semana, então vou dizer que achei esse vídeo ofensivo e atrapalha mais a causa do que ajuda.
Fiquei revoltada de ver que as garotas são magras e caminham como modelos, então se alguma mulher quiser ser cientista, favor ter peso abaixo da média e caminhar como a Gisele.Esse vídeo é agressivo com as mulheres e mais ainda com as mulheres gordinhas, quer dizer que apenas as magras serão aceitas como cientistas ? Mulher pode ser o que quiser, desde que tenha aparencia de modelo, ou seja, possa satisfazer visualmente os machos predadores da empresa.

Allice disse...

Na minha família a coisa é bem dividida, tenho primas das exatas e outras das humanas, o fato é que eu odeio matemática, só gosto de arranjo/combinação e olhe lá. Motivo?
Péssima base em exatas e meus pais sempre foram muito tranquilos nesse sentido de "escolha o que quiser e mire-se nisso." moral da história eu escolhi as humanas desde cedo e mirei nelas. Tenho amigas de exatas, todas as minhas melhores amigas do ensino médio são crânios em exatas, uma largou engenharia por estatística, outra faz medicina, outra arquitetura...as do ensino fundamental, que estudaram na mesma escola que eu têm o mesmo sentimento em relação às exatas: faltou base, incentivo e tudo mais.

Entretanto meus amigos das exatas vivem dizendo "cara, você fala sueco, pode fazer qualquer coisa."

O ponto é: há uma mistificação das ciências exatas, como se elas fossem a coisa mais difícil do mundo e elas não são, assim como as outras também não são, acontece que além dos mitos há profissionais preconceituosos e sem formação adequada em todas as áreas. Toda área tem seus "sinistros" se você acha que a sua é o fim do mundo, mude-se dela, porque está pesando demais e você não gosta ou tente acompanhar o trabalho de pessoas de outras áreas. Matemática não é tão difícil desde que você tenha preparo, incentivo, técnica é uma coisa que aprendemos ao longo do tempo e precisamos praticar. Sem desmerecer...só estou dizendo que não é o fim do mundo.

Uma professora idosa estava contando como foi difícil para ela mesmo sendo maravilhosa em matemática (ela conseguiu entrar em engenharia nos anos 50 mas o pai cortou o barato dela) ter que escolher outro curso, e como se não bastasse o irmão dela foi a mando do pai ver "o que havia lá." Ele disse "tudo bem pai, tá cheio de mulher." Então ela foi cursar museologia, que ela ama, mas não era seu sonho inicial.
Já aqui em casa apesar do apoio todo antes eu quis fazer faculdade, meus pais bateram o pé com força dizendo que eu ia ser morta rapidinho e um dosa fatores era por ser mulher, o que eu queria? Direito, ok, ok é normal mas eu sou uma humanitária nata, e desde o ensino médio era "enviada" pela escola para eventos sobre o tema de humanitarismo, direitos das mulheres e coisas assim, e pra piorar sempre reclamei de áreas onde as mulheres literalmente não circulam e meu pai fica aterrorizado! Então aos 14 anos fui ser voluntária em uma ONG que cuidava de crianças em situação de risco, fiquei lá até os 18, foi muito bom e me motivou mais.
Mas eu tinha uma visão distorcida do feminismo, só fui me assumir feminista aos 19, meus próprios pais e meu namorado diziam o tempo todo que eu era feminista e eu repudiava isso Na Universidade conheci uma humanitária/antropóloga e já estou super animada sobre isso de novo e admito há um tempinho: sou feminista. rs

Mas o que tudo isso tem a ver com o post?
Acredito que quando você se identifica com uma área, vai ser pleno no que faz, e se identificar tem muito a ver com o que você viveu, e viver o preconceito especialmente o de gênero, as próprias mulheres não enxergam muita coisa como sendo opressão.

Allice disse...

PS: o vídeo é risível.

Parece uma paródia.

Ana disse...

@Allice
"O ponto é: há uma mistificação das ciências exatas, como se elas fossem a coisa mais difícil do mundo e elas não são, assim como as outras também não são"

Concordo contigo aqui, por um fato simples: toda vez que digo a alguém que faço química, ganho de resposta um "WOW!".

Eu e meus colegas gastamos um intervalo inteiro esses dias só contando histórias assim. As pessoas tendem a achar que só faz exata quem for um gênio e/ou que humanas são acessíveis pra qualquer aluno 'mediano', o que é ridículo.

Anônimo disse...

. . . "cara, você fala sueco, pode fazer qualquer coisa."
15:07

e quem fala outro idioma, que nao o sueco, nao pode fazer coisa tb?

Sonado Alaikor disse...

Bem, eu faço licenciatura em História, minha noiva é Desenvolvedora Web (ela estudou calculo, lógica e uma carralhada de softwares), logo, esta tudo errado lá em casa segundo os preceitos tradicionais hehehe...e estamos cagando e andando para os esteriótipos sociais.

Fico fulo contudo quando minha cunhada me sai com uns argumentos do gênero "mas homens não levam jeito com criança, não servem para educar..."
Só que sei que seu envolvimento com o 'Nativismo' (mesmo sendo Catarinense, o que eu, enquanto gaúcho, acho deveras gracioso e cômico ao mesmo tempo)

Beatriz, realmente, se fosse menino não seria repreendida por gostar de ciências, mas teria tomado umas piadas desagradáveis e surras...
Temo que se cobre certos preceitos masculinos bastante equivocados ainda. Mas as duas situações são fruto do machismo.

Luiz Prata, não podemos deixar de citar o triste fim que a Marie Curie e sua família tiveram em nome da ciência, como muit@s em sua época tiveram ao estudar produtos perigosos...

Lord Anderson: BOA! Eu ia citar a tia Ada, ela era genial!

Inveja de você Lorena *-*

KALI, desesperadamente humana. Sobre sua bela amiga, sorte de quem a amar do jeito que ela é...na verdade sorte de quem ama qualquer um por quem se é

Ps.: minha noiva tem mais culhões que o smooth operator hehehe
Velho, na boa velho, sai dessa, que troll bom é troll no espeto em alguma taverna. Palavra de Multiclasse lv10 ;P

Anônimo disse...

LoLa, vc viu o víde em resposta?
http://www.youtube.com/watch?v=ghQEVgCjWNo&feature=related

Gabriele disse...

Direito... há poucos dias ouvi um cara conversando com a namorada em uma loja, acabei escutando o papo. Ele começou a dizer que a área do Direito está tendo muitos problemas pq agora se formam muito mais mulheres. A namorada dele perguntou: Mas pq problemas? E ele: Ah, é que mulher humaniza muito as coisas... Daí colocam uma juíza, ela vai olhar o lado humano da coisa e não vai fazer uma escolha racional. Eu dei aquela respirada, e fiquei feliz pq a namorada do rapaz logo respondeu dizendo que aquilo era machismo. E eu fiquei pensando, mesmo se o estereótipo de que a mulher tem um olhar mais voltado para o emocional e para o social, o Direito só tem a ganhar com isso, visto que ele lida justamente com problemas HUMANOS, e não com números ou coisas do gênero. A própria ciência tida como "exata" não pode ser vista como neutra, o fator humano e ético sempre precisa ser considerado.

Sonado Alaikor disse...

Alias, na faculdade eu tive varias professoras Mestras e Doutoras. Algumas delas eram tão geniais que me causam grande admiração, as tiro por exemplo.
...também houveram algumas boçais, mas também houveram uns boçais

Gênero e competência são são sinônimos.

Enrico Montenegro Costa Rafaelli disse...

Apenas testando...
Bom, posso falar que em algumas Universidades e cursos, como Engenharia Química ,Engenharia Ambiental e Engenharia de Produção a maioria dos alunos são mulheres, atualmente, e essas profissões são consideradas femininas

Allice disse...

LisAnaHD disse...
. . . "cara, você fala sueco, pode fazer qualquer coisa."
15:07

e quem fala outro idioma, que nao o sueco, nao pode fazer coisa tb?

É exatamente o que eu disse durante todo o comentário, qualquer pessoa pode fazer qualquer coisa.
Em momento algum eu disse o contrário.

Anônimo disse...

Mas realmente, meninas gostam de biologia e ciências humanas, que é basicamente cuidar de bichinhos e plantinhas e fazer fofoca da vida alheia.
Exceção é química, que é basicamente cozinha e limpeza; coisas de menina.

Niemi Hyyrynen disse...

Nossa gente, na facul o povo falava que o meu TCC seria um BD para hypermercados.

Cara, como era horrível isso, eu não me conformava que as pessoas tinham visões tão estreitas e projetavam em mim!!!

E é aquela, o povo faz questão de ver que é o individuo que faz a diferença, é a afinidade da pessoa, o que ela resolve desenvovler que faz com que ela seja boa em algo ou não.

Ha e complementando o comentário do "WOW" da Ana.

Sempre rola quando vc mulher diz que faz exatas/quimica e tals um WOW seguido de "mas vem cá, isso não é pra homens?"

ou

"Wow, mas puxa, bem que vc era "diferente""

ou

"Wow, mas vc gosta mesmo disso?"

e suas variantes...rs

Bruna B. disse...

Ana

""- O primeiro prédio que ela estruturar vai cair." "- Ela vai errar todos os cálculos." "- Até os pedreiros sabem mais que uma engenheirA."

É sério essa mer...? Não dá pra acreditar."


Sim, e essas foram as piadinhas que tiveram a coragem de contar na minha frente. Imagine o que não falaram pelas costas...
Sem contar com a falta de respeito dos mestres de obra, dos pedreiros, pintores, ceramistas, etc... todos me olhavam como se eu fosse um ET e relutavam em seguir minhas ordens. Um dia ouvi um deles dizendo que se recusava a reportar tudo para a 'boneca', que a 'boneca' nem sabia que cor tinha o cimento. Sabe o que eu fiz? Coloquei o cara pra trabalhar diretamente comigo. Hoje em dia ele me adora e diz que nunca trabalhou com uma pessoa tão competente.
O gostinho de fazer um reaça dar o bracinho a torcer ninguém me tira.

Sonado Alaikor disse...

Gabriele Albuquerque Silva, esse carinha ai certamente nunca ouviu falar na Margaret Tatcher não é? x_x

Allice disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Lorena disse...

Niemi,

obrigada! E parabéns você por trabalhar com Banco de Dados! Justamente na parede da minha frente agora está um fluxograma gigantesco que o estagiário em BD aqui da empresa fez e, olha... pra mim, vocês são gênios!! Fico tontinha só de olhar. :P

Allice disse...

Tenho uma professora, que não é velha, e mesmo assim nos tempos de engenharia dela era a única mulher do curso!



Ah sim, um filme que retrata muito bem essa questão do machismo nos campos de trabalho que eram antes masculinos é o "Terra fria" vocÊs já assistiram?

lola aronovich disse...

Que demais, gente! Estou amando os comentários aqui! É bom ler os relatos de quem teve seus talentos científicos podados, pra gente saber como isso acontece (e como acontece!). É bom ler relatos de quem teve a sorte de não ter o talento podado. E é bom ler relatos de quem conseguiu superar as expectativas da sociedade. Eu, pessoalmente, sempre fui muito mais voltada pra escrita e pra leitura. Acho que tem um componente genético aí (não sei se tem muita gente da minha família que é da área de ciências, acho que não), mas claro que todo o incentivo que recebi foi sempre pra escrever. E não estou reclamando, adoro escrever. Mas uma coisa que eu me arrependo é não ter sido incentivada a jogar xadrez quando eu era criança. Eu jogava uma vez por ano com meu amado pai, que foi quem me ensinou. Mas era só uma vez por ano! Só quando eu já era adulta e comecei a ganhar dele ele falou pra eu procurar o clube de xadrez. Se eu tivesse procurado antes, quando era criança, teria tido a chance (acho) de desenvolver meu jogo, de participar de competições pra minha faixa etária, de viajar competindo... Eu acho que eu tenho um lado lógico bem forte. Matemática era meio complicado pra mim, mas eu me lembro que me apaixonei por Algebra. Era algebra básica da mais simples, mas pra mim parecia quebra-cabeça, algo prazeroso pra desvendar. Gostei tanto que passei a dar aula particular pra uma menina com uns 2 anos menos do que eu e que estava sofrendo na matéria. E eu recebia pelas aulas! Depois, quando fiz meu segundo vestibular, já com mais de 30 anos, fiquei muito, muito surpresa ao ver que eu gabaritei em química. Como assim, química?! Eu não sei nada de química! Mas pelo jeito alguma coisa eu sabia, mesmo sem nunca ter estudado química.

lola aronovich disse...

Denise, querida, que legal saber que sua filha é um prodígio! Adorei seu comentário.


Lorena, INSETOS?! Quando eu penso em insetos, eu só penso em ARGH, ECA, IHHHH! Mas quando eu penso em gente que ama insetos, eu penso no Grayson (é esse o nome? O maridão que adora CSI), e nos dois carinhas que jogam xadrez com insetos em Silêncio dos Inocentes.


Sobre o Smooth Operator, ignorem, por favor. Ele tem todos seus comentários deletados. Ele é o Arnold, tenho certeza. O Ange também. E não sei se tem mais algum outro troll que seja o Arnold. É patético o diálogo que Arnold trava com seus outros fakes. Eu sei que é a mesma pessoa porque, além dos 3 adotarem a mesma linguagem agressiva e indigente, eles aparecem pra trollar caixa de comentários de algumas comentaristas. Tipo, aparecem os 3, ao mesmo tempo. NOT VERY BRIGHT. Tipo, como que eles se uniram e decidiram atacar ao mesmo tempo um blog que nunca tinham entrado? Telepatia?

Allice disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Gabriele disse...

Pois é Huan acho que não

Lorena disse...

Lola,

o sonho da MINHA VIDA é ser como os carinhas que descobrem a mariposa, em O Silêncio dos Inocentes! Isso porque eles são taxonomistas do Smithsoniam em Washington D.C., e ficam lá só estudando e identificando insetos... ai, ai. Quem dera o nosso país (não só o nosso país, pq essa ciência é desvalorizada lá também) incentivasse e subsidiasse mais a Sistemática... Eu poderia ter o emprego dos meus sonhos aqui mesmo. :P

Lorena disse...

Ops, é Smithsonian, o Museu de História Natural. :)

Zé Costa disse...

E eu tenho meus planos de sair do doutorado em física direto pra graduação em linguística. Apesar de amar física eu passo a maior parte od meu tempo envolvido com humanas. Na verdade não sei decidir o que gosto mais por isso quero começar outra carreira quando terminar essa., não pra substituir porque quero seguir sendo pesquisador na área de física, mas sim pra complementar o meu lado humanas que por vezes é meio negligenciado.

Essa vida é muito dura com a gente, nos fazendo escolher uma área ou outra. E quando se gosta de todas? Faz o que?

Lays, mãe e tudo o mais. disse...

Alguém tem que avisar esses caras da Comissão, de que não adiantam vídeozinhos "glamourizando" a ciência para atrair as mulheres enquanto o estereótipo de que "ciência não é coisa de menina" permanecer ativo.

Eu sou da geração "catequizada" por Carl Sagan, adoro ciências em geral, sou apaixonada por biologia e Teoria da Evolução. Mas minha família, que sempre deu apoio a esta paixão, era exceção à regra e sofri pra burro na escola(?), onde tive sérios problemas por ser metida à besta e querer saber mais do que tudo mundo...

E no fim, esse estereótipo de que mulheres não servem para serem cientistas está tão entranhado na sociedade, que outro dia mesmo passei por uma situação curiosa. Tendo uns minutos antes de uma consulta médica, passei em uma banca de jornal para comprar algo para ler.

Escolhi a Scientific American e fui pagar. Nisso o senhor que atendia olhou para mim com toda a gentileza do mundo e disse: e a senhora, não vai levar nada para você???

Lays, mãe e tudo o mais. disse...

E não minto: quase tive um treco quando vi que a Lego lançou sua linha "Barbie World". A sorte é que a Elanor, minha filhotinha, já estava encantada pela linha Star Wars quando isso aconteceu...

Não minto: eu vibro quando ela escolhe um livro sobre dinossauros na livraria, ou ainda me pergunta porque "a Lua não cai", ou pede pra ver as fotos dos meus livros sobre astronomia. Como professora, eu vejo que toda criança é uma cientista nata, porque todas elas têm fome de desvendar o mundo, independente de serem meninas ou meninos. É a sociedade que acaba com essa curiosidade.

Acho que no fim, novamente a coisa é sobre escolhas. Muitas mulheres não são cientistas simplesmente porque elas não sabem que podem sê-lo. Todo mundo diz que elas não podem, como vão saber?

Zé Costa disse...

Ah, eu tenho que dizer que as mulheres não estão sozinhas nessa história de sofrer com estereótipos. Isso se passa com meninos também. Conheço muitos garotos que eram apaixonados pelas áreas de humanidades e artes mas que tiveram seus sonhos e vontades podados porque isso é coisa de mulher, ou coisa de "viado" e "filho meu não vai estudar pra trabalhar em profissão de mulherzinha".

Anônimo disse...

Ó meu godinho. Vergonha alheia total essa propaganda.

Eu nunca gostei de matemática, só curtia na Física. Vá entender :P

Quando tive dificuldades em química, minha mãe me ensinou em casa (ela, apesar de não trabalhar na área, sempre gostou de química e nunca esqueceu a matéria).

Meu pai também detesta matemática, chama-a de "mortemática". É biólogo, mas sempre foi mais chegado às ciências sociais.

Ele também tentou me fazer gostar de insetos, mas não teve jeito xD

Gabriele disse...

É verdade, José, muitos homens sofrem tb com esses estereótipos idiotas

Lívia Pinheiro disse...

Lorena, como assim vc também é entomóloga e sapa e a gente não topou por aí ainda? :)

Niemi Hyyrynen disse...

Lorena

Ah, fala aê, para ser BD tem que ter uma cabeça muito organizada!

Ah, que legal essa referencia do O Silencio dos Inocentes! Amo o livro e o filme!!!

XD

Madame Nada disse...

Pois é José, fiz arquitetura e sempre ouvir os caras de engenharia dizendo que a facul de arquitetura era zoológico: "Só tinha gata e veado". Além de babaquices como: "O arquiteto não foi homem o suficiente para fazer engenharia, nem gay o suficiente para fazer decoração." Não via nada disso. Em arquitetura tinha de tudo: pegador, machão, cara descolado, gay. Só que lá a galera era menos reprimida do que nos cursos ditos de macho (que eram cheios de gays-no-armário).

Na época que fiz faculdade (anos 90), ainda era mais homem que mulher fazendo civil. Agora, creio, está pau a pau.

Ana disse...

@Lola
"eu penso no Grayson (é esse o nome? O maridão que adora CSI)"

Kkkkkk Lola, é o Gil Grissom! Bons tempos de CSI aqueles. Pensei nele também por causa da Lorena. Pensei no Jason Gideon de Criminal Minds também, mas o Gideon gostava era de pássaros, como hobby.

@Raphael
Imaginando que você não foi irônico apostando em dons telepáticos alheios...

1. Meldels, a sua trollagem foi muito FAIL, kkkkkkkkkkkkkkkkkk

2. Imagino onde foram os milhares de caras que trabalham com biológicas ou química...

3. A única coisa que deu pra tirar da trollagem: ou você tem inveja porque é MUITO ruim de exatas, ou você é tão burro que não faz idéia do que biologia e química são (fofoca... limpeza... COZINHA, kkkkkkkkkk FAIL)

4. Matemática, onde está você, minha filha? Física, onde está você, minha filha?

Trolls, sejam mais divertidos! Criatividade! YES YOU CAN!

Sei que não se dá corda, mas a coisa tá tão feia que até eu estou dando apoio. Por um mundo trollado com mais eficiência! Vamos lá! Pensem! (só cuidado pra não doer).

Como disse a Lola, NOT VERY BRIGHT.

NOT BRIGHT AT ALL, I tell you.

...Cozinha.... Kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Allice disse...

José Tarcísio Costa
Tenho uma miga que fez computação e agora está cursando dança.

Uma professora que fez história e veterinária, agora quer cursar direito. rs
Sobre estereótipos sobra pros 2 lados.
Sem contar que menino "não pode" chorar, não pode ser tímido, não pode ser educado demais. O machismo sempre estraga pros dois lados.
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Lays mãe e tudo mais:
'Como professora, eu vejo que toda criança é uma cientista nata, porque todas elas têm fome de desvendar o mundo, independente de serem meninas ou meninos. É a sociedade que acaba com essa curiosidade.'

Espero que meus filhos se um dia eu tiver encontrem profissionais assim do jardim à faculdade!

Dá pra curtir 1000 vezes?
Minha mãe achava que eu ia ser dentista do tanto que eu era curiosa nisso e admirava a minha dentista.
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Alguém falou sobre ser metida a besta só por gostar de várias áreas.

Meus pais sempre me deram espaço pra dar opinião, uma vez lembro que meu tio falou alguma coisa sobre essa relação bonecas e meninas, que menino não brincava de boneca, eu devia ter uns 9 ou 10 anos e disse, toda brava: "meninos não são pais não?" Resposta do meu tio: "não liga não fulana, ela é arrogante assim mesmo!"
Já o filho dele podia ser super mal educado com todo mundo que ele só dava uma risadinha.

Já briguei com um professor de educação física os 6 anos que estudei na mesma escola, ele era super machista/quadrado e eu sempre rebatia, como castigo ele sempre me colocava pra responder a ultima questão da prova oral (de grupo...) e ele disse uma vez na minha cara "sua sorte é que você é inteligente" e quando eu mudei de escola minha amiga disse que ele chegou e perguntou no primeiro dia de aula: "cadê a Allice?" e quando soube que mudei de escola disse "já foi tarde"
kkkkkkkkk
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KALY!
Na minha Universidade a engenharia civil tinha o seguinte grito nos trotes "ARQUITETURA, COMO É QUE PODE? AS SUAS MINAS A GENTE É QUE F*DE."
Minha amiga da arquitetura fez uma pesquisa informal no curso dela, perguntou se alguma namorava alguém da engenharia civil ou ao menos ficado...a resposta? NENHUMA DELAS, então ela fez um post e o final foi "definitivamente, vocês não f*dem."

Lorena disse...

Lívia Pinheiro,

vc tb é entomóloga?? \o/\o/ Que lindo! É taxonomista tb?? Vamos manter contato! :D

Niemi,

sim, tem que ser uma pessoa altamente organizada, porque é muita informação! O rapaz do BD trabalha aqui na mesma sala que eu e ele vive me perguntando coisas, pra desenvolver o Banco de Dados que estamos fazendo, e eu de vez em quando comento com ele "menino, mas você tem que pensar em tudo, né???". Vcs têm que pensar em mil e uma possibilidades, na hora de desenvolver o negócio, é mto detalhe e muita informação!
--

Sobre as outras áreas, o José falou algo que sempre penso. Acho que ser especialista em uma coisa só é muito pouco! Eu gosto de áreas totalmente diversas, gosto demais da área de humanas tb, de Literatura e História, adoraria poder estudar mais a respeito... Mas haja vida pra tanto estudo, né? =/

Madame Nada disse...

Pois é Allice, eu nunca namorei engenheiro, já arquiteto...e já namorei gente de Belas Artes também,que segundo os engenheiros eram os veados mor. Rsrsrs.

E meu namorado é enfermeiro! Como assim? Enfermeiro não é tudo gay? rsrsrs.

Os recalcados vão chamando os outros de gay, mas eu conheço gay que já pegou mais mulher que eles.

Lord Anderson disse...

Huan

Eu adoro a historia da Lady Ada.

Quer dizer ela era filho do Byron, o poeta que ajudou a formar o goticismo...

E foi tão genial quanto ele numa area totalmente oposta.

Foi a melhor aluna de Charles Babagge e criou o conceito de programação , isso no sec 19!!!

É lamentavel o quanto ela é pouco conhecida.

Anônimo disse...

É pelo menos a segunda vez que a Comissão Europeia erra completamente. A primeira foi com este comercial racista: http://www.meioemensagem.com.br/home/comunicacao/noticias/2012/03/09/UE-e-taxada-de-racista-por-comercial.html. Faz pensar quem trabalha na equipe de publicidade deles...
http://subvertidas.blogspot.com.br/

Allice disse...

Já namorei das belas artes e letras, agora arquivo.
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Semestre passado participei de um projeto de extensão da engenharia automotiva, minha parte era ver a documentação de um museu virtual do automóvel, do meu departamento eram duas meninas e um menino no projeto. (falo menino e menina porque ainda estamos começando)

As duas orientadoras eram mulheres e com um p*ta currículo uma era da área de estatística e a outra de engenharia de produção/ engenharia automotiva.

O problemão tanto do vídeo quanto da mídia:
Eles não ensinam a olhar pras mulheres de verdade, e sim pra caricaturas! As mulheres que eu admiro e quero imitar não são nada dentro das linhas estéticas vigentes na grande mídia, mas eu quero tanto ser igual à elas! Mas não é inveja, porque não é destrutivo, sabe aquela admiração do tipo "quando crescer quero ser assim" (?)

Como a vida foi mais fácil aprendendo a olhar para mulheres reais, que não vivem sendo pagas pra cuidar da beleza o tempo todo e ainda por cima nos cobrando a fazer o mesmo enquanto temos tantas outras prioridades! Tem tanta gente que é linda em seu jeitinho, as pessoas são um conjunto e não uma casca vazia!É um discurso batido, cliché mas é que a realidade muda muito devagar e minhas queixas são persistentes.


E eu lotando os comentários. blerght espero não estar trollando.

lola aronovich disse...

Acabei de receber email e repassei pelo Twitter. Se alguém quiser, seguinte: Acho que a Unincor (Universidade Vale do Rio Verde, em Três Corações, MG) não conseguiu preencher por concurso a vaga para professor p/lecionar no curso de mestrado em Letras. (Pra quem tá lendo e não sabe do que estou falando, isso acontece. O concurso não atrai candidatos suficientes, ou ninguém passa, ou quem passa acaba indo trabalhar em outro lugar etc, e não dá tempo de fazer outro concurso). Então agora está pedindo para que doutor@s em Linguística (com graduação em Letras ou Linguística) envie o currículo Lattes atualizado por email para: coord.mestrado.letras@unincor.edu.
br

José Tarcísio, não é tão incomum ter vários interesses. Muitos dos profs que eu tive no mestrado e doutorado na UFSC, que tinham doutorado em Letras, não tinham graduação em Letras. Uma era formada em Farmácia. Meu orientador, em Administração. E 25% dos meus colegas de mestrado vinham de outras áreas que não Letras (boa parte de Direito). Uma professora incrível que participou da minha banca de mestrado tinha toda uma carreira em Física, com mestrado e doutorado e tal, e decidiu fazer graduação, mestrado e dout em Letras. E aí ficou dando aula em Literatura. Aqui na UFC, a professora que foi presidente da banca de seleção no concurso em que passei também era da Física, com grad e mestrado e ANOS de aula na área. E aí fez Letras. Vc não está sozinho!

Anônimo disse...

sir anderson, 'goticismo' - NÃO. isso não exite.

Anônimo disse...

musiquinha, vai: http://www.youtube.com/watch?v=G9VSGPmkUc0

Anônimo disse...

Tenho que discordar de você. A natureza humana existe sim, e mulheres e homens possuem sim interesses diferentes. Não nego que a mídia, a cultura, a pressão da família e amigos exerçam grande influência na escolha das carreiras, mas isso não explica, por ex., porque homens professores não gostam de trabalhar com crianças, poucos gostam. Como professor universitário, entendo que a diferença entre homens e mulheres nas ciências é grande. Se você olhar uma turma de letras (qualquer língua) verá pelo menos 80% de mulheres, mas se você sobe de nível essa diferença vai caindo, e é bem provável que os profs. universitários da área de letras sejam em torno de 40% homens e 60% mulheres. Por que aquela diferença da graduação não se mantém? Na faculdade em que eu trabalhava, nos deptos de química e matemática 60% dos docentes eram mulheres. Mas suponho que lá deva ser uma exceção. No depto de história havia apenas duas mulheres num conjunto de 10 profs. A área de letras pode ser vista então como um microcosmo dos problemas maiores, já que a população feminina universitária é maior que a masculina, porque esse contingente não segue para a pós-graduação na mesma proporção?

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

o conceito de natureza humana é muito bom pra justificar qualquer injustiça, qualquer atrocidade. e faz tempo.

Anônimo disse...

meu marido e uma das irmans dele fizeram Ciência da Computaçao e ambos conseguiram excelentes empregos ainda antes de terminarem a faculdade... ele continua firma na área, ela desistiu cedo.

isso me chama a atençao que mesmo nos EUA me dou conta de que mulher na área de computaçao é realmente minoria! vemos poucos negros na área e poucas mulheres tb.

espero que ninguém force a barra buscando preconceito nem discriminaçao nem racismo nem sexismo no meu comentário.

Isabel SFF disse...

Nem preciso falar que esse vídeo me matou de vergonha, né? NUnca vi tantos estereótipos ridículos reunidos em poucos minutos, deve ser um recorde.

Eu invejo as mulheres aqui que seguiram carreira nas Exatas! Eu sempre tive um pouco de dificuldade com matemática, que foi piorando ao longo da vida (em grande parte, imagino, por não ter recebido muitos incentivos para superar esses obstáculos. Afinal, pra quê mulher tem que entender essas coisas?).

Aí, bem no final da escola, eu descobri que amava Física e comecei a me dar bem(mesmo me enrolando com a matemática da coisa, hahaha). Mas aí eu já tinha passado a vida escolar inteira me dedicando a História, Literatura, Língua Portuguesa, Biologia... Apesar de ser boa nessas coisas e me orgulhar disso, eu sinto que tinha um talento que foi desperdiçado :(

Assim como a Lola, sempre fui muito incentivada a ler e a escrever. Mas lembro que, quando era pequena (tinha uns 8 ou 9 anos), minha matéria favorita na escola eram Ciências. Deve ser por isso que hoje eu amo as Neurociências... Tudo relacionado ao cérebro me encanta.

(mas confesso que gostaria de voltar a estudar História. E Física. hahahaha)

Isabel SFF disse...

Aqui um artigo (nada científico, mas bem bacana) sobre sexismo na ciência: http://www.suzanaherculanohouzel.com/journal/2009/10/26/uma-neurocientista-extraordinarioa-ben-barres-ex-barbara-bar.html

escrito por uma pesquisadora da minha área a quem eu admiro muito. Vale a pena ler.

Anônimo disse...

luisandromendes

Aqui não se nega isso, somente não caímos no mesmo extremismo de sempre, que mulheres não podem fazer nada relacionado a exatas, e que homens não podem fazer nada relacionado a humanas.

E os interesses diferentes podem ter várias explicações, não somente por fatores biológicos, pois isso seria ignorar que somos animais sociais e que vivemos em um contexto histórico.

O maior problema dessa divisão total que se faz entre os interesses femininos e masculinos é o desprezo pelos interesses ditos femininos, como as Ciências Humanas. Dizem que são mais fáceis, que mulheres são preguiçosas, que é só decoreba e enrolação, etc. E que quem é inteligente de verdade faz exatas.
Preconceito puro com as Humanas.
E isso vem de gente que não faz a menor ideia do que são as ciências humanas, acham que é só fofoquinha. Onde que tem fofoca em sociologia, filosofia, direito? É muita ignorância, tu não acha?

Blanca disse...

Gente... tô MORTA de vergonha desse comercial! o_o

Ele total incentiva as meninas que querem ciência como carreira a pensarem que só vão entrar na profissão se forem como as do vídeo: magras, altas, maquiagem, salto alto, vestido.

Essa propaganda afasta mais que tudo.


--

Off topic. Lola, jura que teus professores de mestrado eram formados em outras áreas? Eu nem sabia que isso podia! Deve ser bem mais difícil passar no mestrado tendo feito outro curso superior, não?

Pergunto porque tô numa dúvida cruel quanto a Letras ou Direito. Letras pelo amor, Direito por causa do dinheiro. Vida dura.

Unknown disse...

blanca, faça direito pela grana e pague um preço que você ainda nem pode ter idéia, NEM PODE TER IDÉIA, de qual é.

Allice disse...

Blanca.
Seja uma inovadora e com grande senso de realidade, assim você vai ter grana em qualquer área.
;)

Beatriz disse...

É, dá pra diversificar áreas. Meus mestrado é em artes digitais, mas sou orientada por um matemático e uma cientista da computação (os dois com doutorados em artes :D )

Christina Brech disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
aiaiai disse...

José Tarcisio disse:

"Ah, eu tenho que dizer que as mulheres não estão sozinhas nessa história de sofrer com estereótipos. Isso se passa com meninos também. "

Pois é, é precisamente isso que a gente vive repetindo aqui: o machismo é ruim para todo mundo! Imagina um cara que gosta de dançar. PUTZ! Maior problema, né? Não, não deveria ser. Cada um sabe o que gosta e deve se dedicar a profissão que se identifica.

Conselho pra moça q falou q pensa em fazer direito pelo dinheiro: não faça isso. Ninguém ganha dinheiro fazendo o que não gosta.

MCarolina disse...

Um pouco assustador saber que alguém teve essa ideia de jerico e colocou em prática. Vai ver era alguém que trabalhava na revista Nova.
Bom, quanto a meninas não serem encorajadas a gostar de Exatas, não me preocupo muito pois acho que é coisa de época. Antigamente os homens se orgulhavam de serem o gênero que dominava as Letras, o discurso, a retórica. Hoje em dia até existe a ideia (falsa) de que mulheres se comunicam/escrevem bem e homens não. Então os machistas "pularam" para o mundo das Exatas, por sere "coisa de homem", por ser o que importa hoje em dia, e o que dá dinheiro. E realmente são as profissões com maior déficit de profissionais hoje em dia, e com bons salários. Bom, tem cada vez mais mulheres nessas áreas, daqui a pouco vai estar igual e no futuro elas podem passar os homens, como fizeram em todas as outras áreas. Embora ainda exista esse estereótipo, exemplificado por campanhas como essa, a realidade e a vontade das pessoas vão se sobrepondo.

Lays, mãe e tudo o mais. disse...

Outro estereótipo que acho que vale a pena ser discutido aqui é o de que ciências humanas não são Ciência "de verdade"...

Elaine Cris disse...

Na minha família eu sou exceção, sou a única na área de humanas, porque todo mundo, homens e mulheres, trabalham na área de exatas, então cresci vendo como realmente é mais difícil pra uma mulher do que um homem seguir esse caminho, porque acabam tendo que se esforçar muito mais que eles pra conseguir destaque e sendo vistas com desconfiança por quem ainda não conhece.
Minhas primas pra encararem faculdades de engenharia sempre comentaram como já eram olhadas como café com leite pelos alunos e pelos professores desde o primeiro dia e só depois de um bom tempo, é que percebiam que elas eram tão boas quanto eles, que acabava um tratamento diferente.
Meu primo é professor de matemática no ensino médio e quando fala que na turma dele, por acaso, tem mais menina que menino com nota boa na matéria, costuma ser desacreditado por quem escuta, principalmente quando o ouvinte é homem, ficam inventando desculpas esfarrapadas, dizendo que a turma dele é exceção, ou então que em certo momento a coisa vai se reverter.

Anônimo disse...

Acho interessante colocar aqui, que nas faculdades de medicina esses estereótipos se perpetuam.
Há áreas da medicina( dermatologia, pediatria,clinica ) onde tem muiito mais mulher do que homem,enquanto que nas áreas cirúrgicas( exceto GO, que acho que deve ser meio a meio) tem muito mais homem que mulher.
Há áreas, inclusive, como pediatria, dermatologia, e psiquiatria, que quando entra homem, o cara acaba com fama de gay.ja vi muito gay mesmo , assumido, nessas áreas, ( o porque disso podia ser motivo de tese), mas dai a tachar todos os homens que estão lá de gays e bem outra estória.
Já pensei muito no motivo de mulher nao entrar ou nao escolher se especializar em cirurgia, mulher menstrua, vai mais ao banheiro que homem, ( isso e o que eu acho, ta , nao li nenhuma pesquisa)eu por ex nao agüentaria ficar horas de pé numa mesa de cirurgia,sem ir ao banheiro, sem comer, etc.mas tem mulher que agüenta sim, e essas acho que nao devem ser discriminadas se quiserem operar.
Alias na faculdade onde me formei, Unesp/ botucatu, a cirurgia plástica tinha um histórico de nao deixar entrar nenhuma mulher. Já teve mais de um caso que a candidata que havia tirado melhor nota na prova escrita e pratica foi preterida em detrimento de um homem que tirou nota menor.eles davam zero na entrevista pra mulher, e Simplesmente diziam, na cara da candidata, que nao aceitavam mulheres!!!machismo descarado mesmo.
Depois que terminei a residência medica, soube que o esquema de notas mudou, e que a entrevista passou a ter peso 1 , enquanto prova escrita valia Peso 9 , por ex.. De forma que mesmo dando zero na entrevista pra beneficiar ou prejudicar algum candidato, quem entraria sempre seria o que tivesse a melhor nota.
Nao sei se isso colou e se esta funcionado, pois sai de lá há mais de dez anos.
Bjs;))

Sara disse...

Que profissão fascinante essa da Lorena e da Livia, deve ser muito empolgante trabalhar nessa área.
Adoro ver filmes ou documentários sobre esse assunto.
E levei muitas vezes minhas filhas para visitar um museu de Zoologia que fica aqui no bairro do Ipiranga em São Paulo, pena que o museu das últimas vezes que visitei estava um pouco abandonado, muitas peças principalmente na parte de entomologia estavam danificadas.
Seria tão bom que houvessem mais investimentos pra preservar um lugar como aquele, agora me parece que esta fechado, espero que seja para uma reforma, mas que tudo o que tem ali seja resguardado e cuidado porque era um passeio muito interessante e instrutivo para se fazer.

Orlando disse...

Olá, lembro de como uma coleguinha na primeira infância gostava muito mais de matemática do que eu, que sempre fui mais chegado às letras. Acho que os estereótipos são mais alimentados pelos grupos que se formam nos colégios na pré-adolescência. Os gostos se fazem muito parecidos e todos seguem os grupos dos quais querem fazer parte, com gostos e anseios semelhantes.

Ana disse...

@Luisandromendes
"A natureza humana existe sim, e mulheres e homens possuem sim interesses diferentes. Não nego que a mídia, a cultura, a pressão da família e amigos exerçam grande influência na escolha das carreiras, mas isso não explica, por ex., porque homens professores não gostam de trabalhar com crianças, poucos gostam."

Uma coisa é ter interesses diferentes. Outra coisa é ouvir que "até um pedreiro sabe mais que um engenheirA".

Numa sociedade em que uma mulher com exatamente a mesma graduação que um homem tem que ouvir esse tipo de coisa SÓ POR SER MULHER, me dizer que baixa procura por exatas é simplesmente falta de interesse natural é muita inocência.

Sobre poucos homens trabalharem com criança, não é mistério pra ninguém que essa função ainda é delegada às mulheres. Senso comum: mulher tem jeito com criança, mais que homem. Senso comum: a mãe cuida dos filhos, mais que o pai.

Acho que uma evidência disso é que quem brinca de boneca são as meninas. Vejam, não tem absolutamente nada de biológico nisso: Não é a criança que escolhe do que vai brincar, os papéis são definidos previamente. Tanto é assim que, não importa o quanto um menino deseje brincar de casinha, se faz de um tudo pra evitar. Ter intimidade com criança é uma coisa considerada feminina. É fortemente incentivada com as mulheres desde a infância, e ao mesmo tempo, incentivar um garoto a cuidar de bebês é visto como algo perigoso, mesmo que de brincadeira. Não é 'másculo'. Não é algo que ele pode fazer, nem se quiser muito, porque não é pra ele. É coisa de mulher.

Pai nenhum quer deixar o filho encostar numa boneca, porque isso é tão repudiado que as chances de ele sofrer bullying são enormes. E quem diz isso nem sou eu, são os pais que volta e meia passam aqui pra discutir o assunto.

Não há expressão natural nenhuma, não há oportunidade de escolha, só há seguir o modelo, e o modelo diz: cuidar de criança é pra meninAs. Essa crença é tão forte que monitoramos as crianças e fazemos um senhor esforço pra que não se interessem pelas coisas 'erradas'. Quem pisar fora da linha é agredido.

Não me admira que poucos caras queiram dar aula a crianças. No pé em que as coisas estão, com o sistema sexista que temos, não é de se esperar que muitos homens desenvolvam esse lado. Não quando até carregar uma boneca quando criança é visto como algo errado.

Vai ter cara pulando no meu pescoço, “eu não brinquei de boneca e sou um pai presente!", “não brinquei de boneca e tenho jeito com criança!”, etc. Mas isso não é visto como algo ligado diretamente ao fato de que vocês são homens, como acontece com as mulheres. Aos olhos da sociedade, o “interesse natural” de homem não involve crianças; então se você carinha tem jeito com os pequenos, você vai na contra mão. Ninguém te incentivou, não se esperava isso, você é uma exceção. Uma mulher, por outro lado, deve ser boa com crianças justamente porque é mulher e esse é seu interesse natural. É exatamente o que se espera e o que se incentiva a vida toda.

Mulher boa com crianças é visto como normal, homem bom com crianças é visto com algo diferente. Porque que quando ele chega a esse ponto, a gente sabe que não foi por incentivo. É gritante que ele fugiu ao esperado. É algo que destoa.

Talvez no dia em que essa palhaçada cessar possamos ver se realmente há diferença biológica de interesses. Nesse dia talvez esse argumento me convença. Porque hoje, o que existe é sexismo dos mais cretinos. Começa cedo, é feroz desde o início, tenta de todas as formas manter meninos e meninas longe do que se julga ‘não natural’ pra eles. No dia em que brincar de boneca não seja coisa de gay e uma mulher não seja tachada de ruim em matemática automaticamente, aí eu volto pra conversar. Até lá, diferenças de escolha entre os sexos pra mim tem muito pouco de natural ou biológico.

/Rant.

Zé Costa disse...

aiaiai

Sim, é o que eu sempre digo, nada de bom pode vir do machismo. Ele é prejudicial pra todos só imbecis muito retrógados e tapados não conseguem perceber isso.

Zé Costa disse...

Eu sempre gostei de ler muito, mas muito mesmo. Desde criança sempre pedia livros de presente ao invés dos brinquedos "normais" que todo mundo pedia. Uma vez meus pais esconderam todos os meus livros para que eu parasse de ler um pouco (e olha que nem era por desculpa de sociabilidade porque eu sempre me socializei muito fácilmente). Sei lá eles achavam anormal uma menino que lia tanto assim.

Eu comecei então a emprestar livros na biblioteca comunitária da cidade (nasci e cresci numa cidadezinha de 5000 habitantes) e uma dia, para minha surpresa, a moça disse que não podia me emprestar mais livros porque meu avô (que era prefeito na época) tinha pedido pra ela (claro que foi minha mãe que o fez fazer isso). Fiquei super chocado ne época e até hoje me lembro da minha cara de desconsolado por não poder ler e, pior, sem ter a menor ideia do porque daquilo tudo.

Hoje sei que era justamente o machismo pulsando na veia que fez isso. Leitura era coisa de menina, não de moleque, na mentalidade de muita gente daquela cidade e aí começaram a encher a cabeça dos mus pais com burburinhos toscos sobre minha sexualidade e eles se deixaram levar.

Allice disse...

Sorte a sua ser ao menos sociável.

Eu fui muito forçada ao convívio social na vida sem querer em muitas ocasiões, se meus pias não me discriminaram por meu gênero, me criticaram muito por eu ser extremamente fechada na vida real e colocavam a culpa disso justamente nos livrinhos e quebra-cabeça.

Ana disse...

@José
Meldels, é serio que não queriam que você lesse por causa de boatos? OMG.

Sobre leitura, eu me interessei por muitos assuntos, entre ele física quantica, graças à coleção de revistas do meu tio. Quando me mudei pra casa dos meus avós, herdei o quarto dele, e tinha uma caixa no guarda roupas, coberta de pó. Um dia eu abri, era uma coleção de Superinteressantes. Foi meu primeiro contato com quarks e afins. Eu devia estar na 4ª, 5ª série. Minha mãe me achou uma tarde nadando em revistas, kkkkk. Felizmente, todo mundo super me apoiou.

Sobre masculinidade e boatos imbecis... Me lembrei da velha lenda dos pelotenses, que todo mundo adora encher a boca pra chamar de gays. Me disse minha mãe que isso começou na época em que Pelotas prosperava, e os filhos das famílias ricas iam pra fora estudar. Eles voltavam com uma ótima educação, 'letrados' e tal, e seguindo essas regras de etiqueta complicadíssimas de gente rica. Essa diferença de comportamento gerou os boatos de que 'pelotense é tudo fruta'. Os caras tinham a melhor educação disponível, mas a única coisa que isso trazia era o rumor de que eles eram homossexuais.

Não dá pra se decidir entre rir e chorar.

Zé Costa disse...

Pois é Allice eu nem sei porque eu era tão sociável assim (digo era porque não sou mais tão sociável quanto era na minha infância e adolescência, não por timidez mas por impaciência. Antes eu tolerava muito mais coisas, agora acabo preferindo não me socializar).

O engraçado é que teoricamente eu me socializava com as pessoas erradas. Eu não tinha conversa com os brutamontes jogadores de futebol, mas sim com meninas. Meninos também, mas que eram mais parecidos comigo e acho que isso causava um certo desconforto na família também (mesmo porque ela é super tradicional). Me lembro até hoje que uma das primeiras palavras do meu pai quando eu "saí do armário" foi "também tudo o que sabe fazer é ler". Tentei explicar mil vezes que as relações de causa e efeito dentro da cabeça dele estavam distorcidas mas ele nunca nem quis ouvir muito. Até hoje ele acha que se tivesse escondido os livros de mim mais cedo eu seria hétero.

O pior de tudo nessa história é que calhou de realmente eu ser gay, isso fez com que os estereótipos fossem reforçados. :/

Zé Costa disse...

Ana

Isso acontece até hoje naquela cidade (meus pai ainda vive lá). Quando eu vim pra Europa fazer meu mestrado milhões de outros boatos surgiram. A inveja domina fortemente nessas cidadezinhas e é difícil pra muita gente acreditar que você consegue uma bolsa pra vir estudar fora.

Mas sim, eu passei por um alguns tempos difíceis devido ao fato da familia ser muito "tradicional" e etc..Mas sim, e fiquei um bom tempo longe dos meus livros por causa de boatos. E me lembro que antes de decidir estudar física eu estava pensando em filosofia e quando comentei isso em casa riram de mim. Não só pela filosofia, mas pela física também porque isso são "sub-profissões" profissões de verdade são engenharia, direito e medicina (eles ainda pensam assim).

Anônimo disse...

José

Essa associação de leitura com homossexualidade é com certeza a mais bizarra. Não fazia nem ideia que a ignorância das pessoas chegasse a esse ponto.
Imagino um cara agora dizendo: "sou muito macho porque nunca li nenhum livro na vida, meu negócio é mulher!"
Agora dá para entender melhor a mente fraquinha de que apoia o orgulho hétero.

Ana disse...

@José e Allice

Sobre ser sociável... Eu sempre tive amigos na escola. Mas tive inimigos também, sofri bullying desde muito cedo, e lá pela oitava série a coisa quase descambou pra violência.

Sempre fui de falar bem, os professores me adoravam, eu era líder nata, e os colegas meio que depositavam suas fichas em mim quando precisavam de alguma coisa. Eu era a que ajudava, fazia resumos, resolvia exercícios... Enfim, meu convívio com os outros sempre foi 90% acadêmico, mas existia.

Como adolescente meu círculo de amizades diminuiu bastante. A minha vida social não-acadêmia é zero. ZERO. Não saio pra lado nenhum, passo muito tempo sozinha no quarto, lendo ou desenhando ou estudando.

Minha mãe me perguntou uma vez se isso me incomodava. Quando eu disse que não, ela aceitou bem. Todo mundo vive dizendo que eu sou diferente, porque comparada às primas a diferença é gritante.

Mas qualquer que fosse o momento, até quando quase apanhei dos outros por 'saber demais', minha família nunca sequer cogitou por a culpa no meu gosto por estudar. Isso era meu, era de longe o que eu mais gostava de fazer, o pouco de lazer que eu tinha, e eles sabiam disso. Todos defenderam com unhas e dentes meu direito de saber o quanto eu quisesse sobre o que eu quisesse, e que se explodissem as outras pessoas.

Pensando agora, acho que sou muito sortuda.

Tive um ou outro atrito com a minha mãe... Na festa de 15 de uma prima, voltei cedo pra casa com meus avós. No dia seguinte ouvi dela que ela tinha vergonha de ser minha mãe e que as outras mulheres eram muito mais felizes porque suas filhas sabiam se divertir. Eu tinha dez anos. Foi bem ruim. Mas fora isso, não me lembro de ter sido forçada a convívio social... Exceto familiar. Nem um bicho do mato que nem eu escapa das nossas reuniões de família.

Allice disse...

Tenho um conhecido que também se socializa melhor com meninas, por vários traumas de infância e a péssima imagem que tem sobre os homens.
Imagine-se homem se achando péssimo por isso...o pai maltratava a mãe dele e foi embora largado-a com 5 filhos ainda crianças, o padrasto maltratava a mãe dele também, logo isso deve ter tido um peso enorme. Vê-se logo pela preocupação excessiva que ele tem com a namorada, se tá bem, se comeu, ele às vezes exagera, se sente culpado por tudo, quer ser claramente diferente dessas pessoas e tudo mais.

É sempre alvo de piadinhas idiotas dos "amigos"

Allice disse...

Ana,
eu era tão caladinha que fui mandada à psicóloga pela escola aos 6 anos de idade.
Simplesmente ignorava as outras pessoas, isso durou até a sétima série, mas sobre levar a frente do grupo, organizar coisas e etc também era comigo rs
No ensino fundamental mandavam coisas na agenda, dizendo que eu era triste, infeliz e coisas assim, ao contrário, eu tenho ótimas recordações da minha infância, mas eu era "toda pra dentro" rsrs extremamente tímida, passava até dor calada!
Tive uma séria inflamação de ouvido, meus pais demoraram tanto a descobrir que perdi 80% da audição (acho que já contei isso aqui antes) sorte que a custa de muito tratamento, mudança de hábitos e remédios ela (audição) voltou. Mas eu era uma criatura extremamente introspectiva. Ainda sou, mas melhorei bastante!
Era uma coisa bizarra, eu me escondia debaixo da mesa da cozinha e as visitas iam lá tentar me tirar! rs

Zé Costa disse...

Pois é carolinapaiva até hoje eu não entendi o tipo de lógica dentro da cabeça de alguém que associa leitura à sexualidade. Sei lá, tem muita gente ignorante que ainda associa qualquer tipo de amor ou predisposição pra arte como sendo coisa de menina ou de "viado".

Porque tenho uma irmã que sempre gostou muito de ler também e com ela nada nunca aconteceu, nunca teve que ouvir comentários tontos ou coisa assim.

Anônimo disse...

Ana

"Tive um ou outro atrito com a minha mãe... Na festa de 15 de uma prima, voltei cedo pra casa com meus avós. No dia seguinte ouvi dela que ela tinha vergonha de ser minha mãe e que as outras mulheres eram muito mais felizes porque suas filhas sabiam se divertir. Eu tinha dez anos. Foi bem ruim. Mas fora isso, não me lembro de ter sido forçada a convívio social... Exceto familiar. Nem um bicho do mato que nem eu escapa das nossas reuniões de família."

Lembrei de um fato parecido. Eu tinha 15 anos e minha mãe uma vez bateu em mim (foi uma das únicas vezes que ela me bateu, e a mais sem sentido) porque eu era "nerd demais". Vivia em casa, não saia, não ficava com os guris. Ela disse até que preferia que eu fosse p*ta (porque, né, mulher que sai na rua e se diverte por aí só pode ser p*ta, rs). Oi? O que uma coisa tem a ver com a outra? Enfim, a briga mais sem sentido que tivemos. E tudo isso porque eu não queria ir nas festas do colégio, já que nenhuma das minhas amigas iam.

Zé Costa disse...

Eu me lembro da minha alegria quando descobri na casa da minha avó a coleção inteira da enciclopédia "Mirador". Nossa passava horas fuçando naqueles livros imensos e empoeirado que atacavam minha bronquite...hehehe ainda assim não conseguia parar de ler, ver figuras e ficar fuçando. Um assunto puxando outro. Não entendo como alguém pode achar que isso é um problema.

Ana disse...

@carolinapaiva
"Imagino um cara agora dizendo: "sou muito macho porque nunca li nenhum livro na vida, meu negócio é mulher!"
Agora dá para entender melhor a mente fraquinha de que apoia o orgulho hétero."

Kkkkkkk acho que isso explica muita coisa, né? Vide alguns (oi pessoas, eu disse ALGUNS) comentaristas que aparecem aqui e não conseguem dizer coisa com coisa. Masculinidade demais e leitura de menos!

@José

Meldels cara, física e filosofia são duas coisas fantásticas! Quando eu for uma dessas velhas aposentadas com PhD vou fazer filosofia, kkkk. Tem que ser um baita crânio!

Meu prof. de física de cursinho contou como foi quando ele optou pela profissão:

- Mãe, me decidi, vou fazer vestibular pra física.
- Que bom meu filho, você sempre foi tão bom no Vôlei!

True story. São campos muito subestimados.

E é, eu tenho família em Pelotas também. Sei como é.

Não chegou ao meu conhecimento nenhum comentário da minha família sobre minha sexualidade, mas né, ninguém tem muita idéia de que eu sou feminista. No dia em que descobrirem... Vai ser a lógica: 18 anos, nenhum namorado, feminista, não vaidosa, no campo de exatas... Eu não me surpreenderia se me chamassem de lésbica. Preconceito idiota.

Deve ser realmente muito difícil pra ti explicar que a tua sexualidade é uma coisa, e o resto é outra coisa. Na cabeça deles, deves ser confirmação viva de tudo o que eles pensam.

Zé Costa disse...

@Ana

No final eu me rendi a física e estou pra defender meu mestrado agora e começar meu doutorado em setembro. Quanto à filosofia, não desisti também não, sou um filósofo amador...hehehe Durante a minha graduação eu frequentava aulas como ouvinte nos instituto de filosofia e participava de grupos de discussões também.

Acho que todo físico deveria fazer isso e vice-versa porque no final das contas, pra mim, essas duas áreas têm exatamente o mesmo propósito com abordagens distintas. :)

Quanto à história do volei, eu perdi as contas de quantas vezes disse pras pessoas que fazia física e elas diziam "educação física?" Eu sempre respondia "não física sem educação mesmo." :p

Allice disse...

Eu já levei muito esporro por levar livrinhos em festas de família.

Em casa tudo bem, mas quando eu saía de casa assim era um festival de pancadaria verbal, do tipo até "tenho vergonha de ter uma filha que esnobe tanto as outras pessoas."
"que falta de educação estar todo mundo conversando e vc com esse livro na cara"

"Você deve ser algum tipo de psicopata porque só sabe ficar isolada"

"Se acha melhor que os outros"

Já meu pai dizia "parece comigo, gosta de ficar no canto dela sem atrapalhar ninguém."

As únicas brigas que meu pai tinha comigo era sobre eu esconder minhas dores até não poder mais e aí quando descobriam só tinha solução na emergência, curiosamente com meu namorado é a mesma coisa. Não sei de onde vem isso, mas sempre acho que dá pra aguentar mais um pouco ou que vai passar. Desde sempre.
E o pior é que isso me faz recordar muitas dores e achar sempre que vou passar muito mal ao mínimo sinalzinho de qualquer coisa.

Ana disse...

@José

Ahahahahah eu tenho rinite, ler as revistas do meu tio era um verdadeiro desafio de persistência, só querendo muito! Mas bah, eram tardes inteiras lendo, de física quântica à astronomia, passando por história e às vezes por biologia.

@carolinapaiva

Óbvio que não fico feliz de isso ter acontecido contigo, mas me sinto sim aliviada de ver como não foi uma coisa que aconteceu só comigo. Contigo foi bem pior, eu não apanhei e talz, mas realmente, os motivos são sem pé nem cabeça. Eu morri chorando naquele dia, acordei pra dizer 'bom dia' e a resposta foi 'eu me envergonho de você'. Acho que só perde pra outra vez, quando ela jogou na minha cara que eu 'não era nada melhor que meu pai'. Urgh, me enjoa só pensar.

@Allice
A minha prima é assim! Diz minha mãe que é herança do meu tio, que 'só virou gente' quando começou a namorar minha tia, com quem está até hoje. Parece que até encontrá-la, ele não conseguia dizer 'oi' pras pessoas! E a filha dele hoje é assim, pra você ter idéia ela só fala com os pais, a irmã ou a avó, e sempre cochichando. Também não cumprimenta ninguém. Tímida era eu, ela é 'toda pra dentro', bem como você disse.

Zé Costa disse...

@carolinapaiva

eu imagino a barra que tenha sido escutar isso. Eu nunca cheguei a ouvir isso mas o que sempre acontecia em casa eram comparações: "fulano faz isso e aquilo e você aí metido nos livros" e etc. Doía bastante ouvir isso também.

Até hoje tem um pouco disso em casa, quando falei do doutrado e etc escuto comentários do tipo: mas gosta de estuda hein, trabalhar que é bom nada." Como se isso não fosse trabalhar.

Mas enfim, como a gente pode ver aqui pelos comentários isso não é muito exclusivo muita gente passou e ainda passa por isso.

Admin disse...

Verdade gente, essa coisa de pré disposição para profissões é algo totalmente cultural, construido!

Eu quando era pequeno preferia brincar de "coisas de menina" com a minha prima, e quando entrei na adolescencia fiz magistério, não segui no magistério por causa do preconceito! (compreensivel, eu acho pelo cuidado dos pais, principalmente da parte das mães, há toda uma cultura que diz que homem que gosta de criança é automaticamente um pedófilo, o que claro é mentira).

O machismo afeta muito a vida dos homens no ambito profissional tb!

Mas segui em frente, e hoje sou um ilustrado, um tiquinho frustado mas feliz no geral rsrsrs

Ana disse...

@Allice
"que falta de educação estar todo mundo conversando e vc com esse livro na cara"

Oi, bate aqui colega. Eu não consigo ler com muita conversa na volta, mas eu tenho sérios problemas em ficar parada quando não tenho nada no que me concentrar - começo a balançar a perna, estralar os dedos, batucar na mesa, tudo ('baixou o santo do teu pai!', diz a mãe).

Então eu criei esse hábito de passar 90% do tempo desenhando, o que diminui muito minha ansiedade (eu sou muito ansiosa, muito. No auge no nervosismo, vou roer as unhas até sangrar sem piscar, tranquilo).

Desenho até em aula, aliás, principalmente em aula. Paradoxalmente, eu presto 2 vezes mais atenção numa aula chata se estiver desenhando junto. Meus livros, todos, sem exceção, tem desenhos.

Então é, em reuniões de família eu sempre levo porque que 'as pessoas falando com você, e você desenhando!'.

A parte mais legal é que, oi, NUNCA falam comigo. Eu tenho um, UM primo meu (justo de Pelotas!) que realmente conversa comigo e me conhece. O resto da família me ignora. Então a moral é, eu tenho que ficar lá sentada, quieta, prestando atenção em gente que está falando, mas nunca comigo.

Tenho sérios problemas com essa realidade...

Allice disse...

Sim, a família me ignora também.
Acho é bom =)

Anônimo disse...

Ana

São coisas que marcam muito a gente. Uma coisa é ouvir porcarias de terceiros, outra é ouvir dos nossos próprios pais. Tem um peso muito maior. Marca mesmo.
Essas comparações com outros parentes (principalmente o pai) me enfurecem sobremaneira. Meus pais são separados e não souberam lidar com isso de uma forma madura, viviam jogando coisas na minha cara.
Eu era muito parecida com meu pai quando pequena, e minha mãe, nos momentos de raiva, apontava essa semelhança como um defeito. Uma vez ela disse que queria que eu saísse de perto, porque ela estava com nojo de me ver e lembrar do meu pai. Nossa, eu tinha 6 anos! Depois ela percebeu o absurdo que tinha falado e me pediu desculpas.
O pior é que o meu pai fazia coisas parecidas quando eu passava as férias com ele. Dizia que iria "consertar" minha educação, porque eu era muito parecida com minha mãe, etc.
Falta de maturidade e de bom senso, a gente vê por aqui.
O bom de compartilhar essas histórias é ver que não estamos sozinhos, que outros passaram pelas mesmas coisas.
Inclusive, me considero super privilegiada por só ter passado por esses conflitos e não outros mais graves, como violência e abuso.

Anônimo disse...

Claro que mulher na ciencia não É interessante para o status quo!

O melhor negócio é trabalhar duro na lavagem cerebral de gênero, desde criancinhas para que elas ''desistam'' da ciencia...
È porque, vai que ela se torne cientista e vá mexer fundo nessa patifaria chamada psico evo... e comece a derrubar alguns mitos... desfazer algumas mentiras.... aí fica complicado mesmo!

Zé Costa disse...

O mais engraçado disso tudo é que tanto na minha graduação em física quanto no mestrado os melhores alunos são mulheres.

Ana disse...

@José
"fulano faz isso e aquilo e você aí metido nos livros"

Eu vou ter que apontar um coisa, na minha casa acontece bem o inverso.

Minha prima, a da timidez, é ótima com números, mas tem dificuldades pra ler. Não gosta muito de estudar, não é muito disciplinada, essas coisas. Isso deu bastante problema porque meus avós passaram muito tempo dizendo, 'a Ana fazia isso, isso e isso e tirava nota alta em tudo, você devia se esforçar mais'.

Chegamos a ter problemas porque até meu tio queria que ela fosse que nem eu, e vamos encarar a realidade, ninguém tem obrigação nenhuma de ter todas as médias acima de 9 só pra se provar. Minha prima é muito inteligente sim, só que ela não é eu. E essa pressão que colocaram em cima dela só a prejudicou.

Não importa quem você é, nunca estão satisfeitos. Ou você é inteligente demais e tem vida social de menos, ou você não é inteligente o bastante... etc etc etc.

Eu e a prima ainda temos o problema do físico, eu sempre fui acima do peso, dá-lhe me olhar torto por isso. Ela é bem magrinha, adivinhem? Brigam com ela também. Nunca é o suficiente.

@Rubens
Puxa, sério?

Eu estava esperando gente pra me tacar pedras pela comment que fiz sobre as escolhas profissionais, e aí me aparece você. Glória!

Espero que não seja ironia XD

Allice disse...

Eu juro que vou parar de flodar a página alguma hora, não é por maldade, mas...
Ana, uma dúvida:

Sua prima ficava passando mal caladona também?

(eu nunca vi isso além de mim e a filhinha de 4 anos da minha amiga e seria ótimo se soubesse de alguém que também faz isso rs =s)


"Não importa quem você é, nunca estão satisfeitos. Ou você é inteligente demais e tem vida social de menos, ou você não é inteligente o bastante... etc etc etc. "
FATO

Blanca Aleks disse...

Entrando no papo de repente, eu sempre gostei muito de ler (ok, sempre é bobagem. Desde os 10, 11 anos. E eu falava/falo pra cacete. Eu nunca entendia meus colegas de festinha lendo, eu amava ler também, mas bater papo era mais meu forte hauaha

até hoje adoro falar. Alguém citou que lia em festas e diziam ser falta de educação. Não sei se falta de educação é, mas acho indelicado. Pelo menos se fosse festa minha e alguém fizesse isso hoje em dia, acharia chato. Não quer participar, vai pra casa, poxa.

--

Daniel braga: tive até medo. credo D:

Alice: já pensei nisso, sabe, mas acho muuuito vago. Não acredito nisso de "quem mais se esforça mais se dá bem".

Beatriz: não entendo como isso acontece. Como eles chegaram a te dar aula? Pode concorrer a professor de mestrado tendo feito curso qualquer + mestrado em outra área, assim, fácil? ._.

Allice disse...

Blanca, não é só quem se esforça mais, é quem INOVA. rs

Anônimo disse...

José

Sim, mania de ficarem comparando com os outros é um pé no saco.
Espero não fazer isso com meus sobrinhos e filhos (se tiver).
Espero que as coisas tenham melhorado para você agora. Aguentar esses preconceitos, ainda mais sendo homossexual, deve ter sido bem difícil.

Admin disse...

Ana

Não é ironia não! É sério mesmo, acredito muito nesse lance de que o machismo poda nossas escolhas, com essa caretice de "papéis" para tudo, eu senti isso na pele! Mesmo sendo homem, estando em posição de privilégio! Claro que não nego que para as mulheres a coisa é pior, bem pior.

Nossas escolhas, infelizmente são restringidas pelas exclusões que a sociedade nos impõe!

Blanca Aleks disse...

Meus pais são meio estranhos nessas mensagens "vc só lê e não sai" ou "vc só sai e não lê". Nunca me incentivaram a preferir ler a sair, mas quando saio demais em uma semana, é um negócio. "Você só sai e não estuda", meu pai repete. Chega a ser engraçado. Eles adoram esse meu jeito "social", meus pais vivem falando como todo mundo me adora e blá, mas quando vou sair dão esse show. Vai entender.

Ana disse...

@carolinapaiva
Minha família é toda branca dos olhos claros. Meu pai era do norte, daí eu sou morena, pele escura, olho e cabelo escuro. Puxei tanto ele na aparência que quando minha mãe me apresenta sempre tem um que pergunta, 'ah, ela é adotada?'

A personalidade não fica pra trás. Os tiques, o batucar na mesa e balançar a perna. O temperamento difícil, de se irritar com as coisas e se calar de súbito. A paixão pelo rock. E nada tem explicação na convivência, porque nunca tive isso dele. PQP, até ser destra como ele eu sou, sendo que a mãe é canhota. A facilidade com humanas, que ninguém mais tem? Ele era tão caído pras letras que escrevia poesia.

Eu sou muito, muito parecida com meu pai, que foi uma criatura que não valia nada. Depois que a minha mãe me disse aquilo, o espelho nunca mais foi o mesmo. Vindo dos pais sempre dois o dobro.

Mas é, a gente vai levando. Bom saber que não foi só comigo.

Blanca Aleks disse...

Alice

eu entendi xP só que não tem muito o que inovar nas áreas que eu quero. Posso inovar dentro da universidade se eu for professora de letras, mas já vou estar por lá mesmo. :P

É que eu não tenho muito sonho de "se vc for diferente vc vence, se vc se esforçar vc vence". Não vejo a vida assim. vejo gente super esforçada que faz o que gosta e o caminho quase nunca é como eles querem. Dá um medo...

Zé Costa disse...

@carolinapaiva

As coisas melhoraram muito desde quando eu saí da cidadezinha onde nasci pra fazer o ensino médio e um curso técnico em outra cidade. Não que as pessoas tenham mudado, elas continuam iguais, mas eu aprendi a ligar o botão de indiferença e realmente não dou a mínima pro que falam agora.

Quando alguém da minha família vem dizer que alguém está falando algo sobre mim eu digo que isso é problema deles que estão se incomodando com idiotices e não meu. Aprendi a ignorar muita coisa e isso me fez muito bem.

Agora já faz dois anos que estou morando ne Europa e desde que vim pra cá muita coisa mudou em casa também, ma tratam com mais respeito ,acho que pela coragem de ter largado tudo e vindo pra cá, e também pelo mérito de ter conseguido uma bolsa da união europeia.

O fato de ser gay acho que eles nunca vão superar, mas pelo menos nunca me desrespeitaram. Tenho sobrinhos (7 pas ser mais preciso) e meu relacionamento com eles é fantástico, alguns me têm como modelo a ser seguido o que me deixa cheio de orgulho e cada vez que alguma das minhas irmãs ou irmãos tenta repassar esse discursinho machista vazio pra ele eu entro no meio e compro a briga. Acho que se calar na frente disso é o mesmo que dizer que eles estão certos.

Fábio disse...

o instituto butantan( eu moro do lado rsrs), em parceria com a fiocruz, desenvolvel este ano a primeira vacina contra esquistossomose ( barriga d`agua) no mundo,chefiados pela pesquisadora "Miriam Tendler" nossos bravos pesquisadores, que tiram leite de pedra( jo que os governos lixos populistas não investem em pesquisa) nos encheram de orgulho, parabens doutora Miriam Tendler e toda sua equipe.
A esquistossomose é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a segunda doença parasitária mais devastadora, atrás apenas da malária. “É uma doença dos países pobres, associada à miséria”, resume Miriam Tendler, chefe do Laboratório Esquistossomose Experimental em entrevista à Agencia Brasil. Ela calcula que no prazo máximo de cinco anos, seja possível imunizar a população dos locais onde ocorre a endemia,Segundo a pesquisadora, além de eficiente, “é uma vacina segura”. Para ela, essa segurança é o maior atributo de uma vacina. Só a partir da confirmação da segurança e que se pode fazer testes em mais larga escala, explicou. Os testes em larga escala serão feitos no Brasil e na africa.

Blanca Aleks disse...

José

só por curiosidade, não sei se vc já citou na conversa, se sim,desculpa. Onde da europa vc mora? \o

Allice disse...

Blanca...
entendo, a época de escolher o que a gente quer pra sempre sem nem ter vivido direito ainda é cruel rsrs
Mas que bom que você já tem um recorte pra possíveis áreas, na minha "época" foi um caos e de vez em quando ainda é. Mas é normal rs são fases da vida.
Boníssima sorte!

Zé Costa disse...

@Blanca Aleks

Eu fiz um mestrado "cooperativo" aqui. Morei um ano na França, seis meses na Suécia e agora estou na Espanha, mas fico aqui só até julho quando defendo. A partir de então me estabeleço na França pra fazer o doutorado. Aqui estou morando em Madri.

Blanca Aleks disse...

Achei uma matéria que fala sobre o assunto do post. Nada que não tenhamos lido antes, mas... http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL583157-5603,00-SOCIEDADE+MACHISTA+PODE+FAZER+MENINAS+IREM+MAL+EM+MATEMATICA.html achei interessante essa comparação com a linda Suécia.

Obrigada, Allice! :D

Ana disse...

*sempre dói o dobro

fui falar da dificuldade de digitação do troll, ó o castigo divino aí! kkkkkk

@Allice
Olha, eu não sei, pode ser que seja. Eu sei que, com coisas psicológicas, ela é muito quieta. Se algo acontece na escola, ela aguenta as pontas quietinha até chegar em casa. Aí quando ela chega em casa e passa do portão, cai no berreiro.

Não ajuda muito ela ser sensível. Ela tem um medo irracional de ficar sozinha, as coisas mais aleatórias e insignificantes pra nós despertam pânico nela (ex: o maior pesadelo dela até hoje não foi com monstros, foi sonhar que o pai não podia pegá-la na escola. Ela acordou tendo um verdadeiro ataque).

Eu sei que, com quedas e afins, ela é bem chorona. "EU QUERO MEU PAAAAIIII", a qualquer gota de sangue. Coisa que comigo não acontecia. Eu chorava pra kct na hora, mas com o passar do tempo me acostumei tanto que nem dor sentia mais, kkkkk Me esfolava TODA e nem tava.

Fico te devendo essa resposta XD

@Rubens
Ufa.

E é bem o que você falou, 'homem com criança é sinal de pedofilia'. Eu ia dizer isso antes, mas achei que podiam me acusar de exagero :x Mas tem disso sim, e é horrível. É fruto da visão de que um homem normal não tem jeito com crianças, se tem, então algo está errado.

@Blanca
Eu falo bastante, mas só escrevendo XD Pra falar mesmo é um suplício, eu falo com tranquilidade só em ambientes onde me sinto bem a vontade. Agora, com teclado, viro uma tagarela (acho que dá pra perceber pela quantidade de comments meus XD)

Blanca Aleks disse...

José:

GENTE. Que sonho! Meu sonho é fazer mestrado fora. Só tenho medo do meu inglês não ser suficiente. Boa sorte na defesa e no doutorado, viu?

Allice disse...

Ana
Pra mim sempre foi humilhante chorar em público. Então sou diferente na sua prima nesse ponto rs


Meu pai tinha que ficar "adivinhando" se tinha machucado alguma coisa que não sangrasse porque eu era "ruim" rs negava até as últimas.
De qualquer forma muito obrigada pela resposta.

Zé Costa disse...

@Blanca Aleks


Vai fundo que existem mais oportunidades do que você imagina, a gente acha que é super difícil vir pra cá porque não conhece muito bem os caminhos, hehehe. Eu descobri o programa para o qual consegui a bolsa buscando oportunidades aleatoriamente no Google.

Bom, eles vão exigir mesmo o inglês, disso não tem como escapar, mas com força de vontade você dá conta sim. :D

Muito obrigado, estou nervoso com a defesa mas acho que iss é normal, todo mundo deve ficar nervoso antes.

Admin disse...

Eu acho incrivel uma coisa do ser humano, quanto mais tentam nos podar de um lado, mais desenvolvemos interesses de outro, as vezes as pessoas podem tentar tirar nosso interesse pela leitura por exemplo.

(Nossa, super me identifiquei com os comentários alheios que o povo fazem com vc's)

Eu pelo menos me tornei muito mais imaginativo depois que comecei a enfrentar essa resistência pela leitura, justamente pq as pessoas tentavam tirar a minha atenção eu me focava mais! Passava a ver mais nitidamente cenários e personagens, essas coisas todas.

A gente sempre dá uma forma de se adequar, de se reinventar de algum jeito!

Blanca Aleks disse...

José:

Cê fez prova de inglês antes, certo? Tipo um exame de admissão? E só por curiosidade, vc fala espanhol também?

Vou parar por aqui com o assunto mestrado. É que depois que decidi por Letras me preocupo MUITO com a minha carreira, chega a me dar enjoo. hauaha

Zé Costa disse...

@Blanca Aleks

Eu não fiz exame de admissão mas tive que enviar toda uma papelada antes e um dos papeis exigidos era o TOEFL. A nota mínima exigida por eles era 94 (o TOEFL vai de 0 a 120). Eu falo espanhol sim mas pro mestrado isso não era obrigatório, como a gente tem que passar por vários países os cursos todos eram ministrados em inglês.

Allice disse...

ó céus, esse post de hoje está me deixando tão mais positiva por causa dos comentários. rsrs

Valéria Fernandes disse...

Eu sou professora de Ensino Fundamental e Médio (*entre outras coisas*) e pude observar alguns grupos de alun@s em três momentos de sua vida, na 7ª aérie (*hoje, 8º ano*), no 1º e no 3º ano. Sou professora no Colégio Militar e, aqui, em Brasília, eles dão todo o incentivo para que alunos e alunas participem das olimpíadas de conhecimento de Matemática, Física, Astronomia, Biologia, Língua Portuguesa, etc. (*as de História do Brasil, não, mas isso não vem ao caso*) O que eu percebi com esses grupos que passaram por mim duas ou três vezes é que na 7ª série era bem parelho o desempenho de meninos e meninas nas Exatas. Na verdade, havia mais meninas com notas top em Matemática do que meninos. Daí, o tempo passa... Chegamos ao Ensino Médio, as carreiras começam a se definir e mesmo as meninas que continuam sendo top de notas nas Exatas, meninas que eu imaginaria tentando o ITA e passando, optam por Direito, Relações Internacionais (*é fetiche de muita gente fazer cursinho preparatório para o Instituto Rio Branco em 4 ou 5 anos*) ou Medicina. São as três carreiras principais. Em alguns casos, é Direito para fazer concurso para isso ou aquilo e, não, pela carreira. Eu, que sou professora de História e Feminista, fico muito frustrada com isso.

A maioria dos professores de Física, Matemática e Química são homens. Não sei qual a interação deles com as alunas, mas desconfio que possa acontecer ainda como nos meus tempos de escola. E os protagonistas normalmente eram os melhores professores que tínhamos. Tive um professor de Matemática que dizia “Longos cabelos, idéias curtas”, para ilustrar como nós, as alunas, erámos menos capazes. Brincadeirinha, alguns diziam, mas ouça isso sendo repetido anos e anos a fio, a depender de qual meio você vem, o efeito pode ser dos piores. Outro professor de Química dizia que as mulheres eram preguiçosas e incompetentes para as exatas, os casos de destaque eram exceção. Curiosamente, esse tipo de coisa nunca era tomada como ofensa, era tratada como ou fato consumado, ou piadinha inofensiva. No entanto, posso contar as minhas alunas que seguiram carreira em áreas científicas (*biológica e exatas*) de ponta. Colegas de escola, então nem se fala!

Mas aí caímos no problema que é meu, também, já que sou historiadora. Você não valoriza o papel das mulheres na ciência. Não há a preocupação em fazer nem aquelas bobagens tipo “fatos & fotos” com as grandes cientistas nos livros de Física, Matemática, Biologia, etc. Só muito recentemente eu descobri que a tradução padrão das principais obras de Newton para o francês até nossos dias foi feita por uma mulher cientista no século XVIII, Émilie du Châtelet. Talvez, alguns a conheçam por ter sido a amante mais famosa de Voltaire e, não, por ter sido cientista contra todas as probabilidades. “Um grande homem cuja única falta foi ter nascido mulher”, segundo o próprio Voltaire. Quando passo o filme de Hyphatia para meus alunos e alunas seja no colégio, ou na faculdade, a pergunta mais comum é “essa mulher existiu mesmo?”. Porque mulher cientista, nos séculos IV-V deve ser invenção do cinema. Acredito que é de máxima importância dar visibilidade a essas mulheres. Falar delas. Mostrar para meninos e meninas que elas existem. E evitar que as meninas se sintam invisíveis. E que ninguém se espante. Uma vez, uma aluna se assustou quando eu falei “homens e mulheres das cavernas”, porque ela achava que nas cavernas só deveria haver homens, dominando o fogo, aperfeiçoando instrumentos, descobrindo a agricultura, etc.

Maicon Vieira disse...

Não tenho muita certeza do que estou falando, mas já que estão falando em incentivo a estudar tal disciplina, eu queria tirar uma duvida sobre incentivo a estudar. Veja, em todas as turmas em que eu estudei sempre tinha mais meninas interessadas do que meninos interessados. Via com facilidade várias meninas que tiravam boas notas, mas apenas poucos meninos que tiravam uma nota boa. Talvez a pergunta seja tola, mas gostaria de saber se há mais incentivo para que meninas estudem e um desestímulo para os meninos?

Bruno S disse...

Maria Valéria,

acho que essa parte dos homens terem resultados piores em muitas turmas é um dos pontos que o machismo joga contra os homens.

O cara que estuda mais, que se preocupa é visto como menos "machão". Homem não pode deixar de sair para beber, de jogar futebol, de ir atrás de mulher para estudar.

E ao mesmo tempo o cara tem que ser malandro para dar um jeito de passar. Nem que seja colando ou passando no limite.

Bruno S disse...

Li Maria Valéria, mas era Maicon Vieira.

Não dá certo tentar ler 160 comentários seguidos.

Bruno S disse...

Acho que alguém falou bem mais cedo que as mulheres são desestimuladas das áreas de exatas por serem as profissões em que há melhor remuneração.

A divisão não é bem entre exatas e outras. Eu sempre fico com a impressão de que a divisão é entre ocupações que cuidam de gente e que cuidam de patrimônio.

As que cuidam de gente, sempre pagam menos.

Mesmo dentro das especialidades de medicina podemos ver essa diferença. Comparemos pediatria e cirurgia plástica por exemplo.

Allice disse...

Bruno S
Também penso nisso de patrimônio e cuidado...
Acho que o foco é justamente esse "convencimento" desde cedo de que a mulher é cuidadora, cuida de suas bonecas, de sua casinha, que deve se doar aos outros.
Enquanto menino domina o carrinho, domina o videogame sempre 'domina' e aí dá pra pensar nas exatas: dominar, exercer poder sobre a máquina, por exemplo.

Mas essa é uma visão bem rasa, mas influencia e muito sim...

Anônimo disse...

Ok, Bruno S, de boa...... Eu li seu comentário dirigido a mim, e nao estava entendendo o que seu post tinha a ver com o meu....kkkkkkkkkk faz parte


:pp

Bj

Lala disse...

Eu costumava brincar que a matemática gostava de mim, mas eu não queria saber dela; eu gostava de química, mas ela não me dava bola; e a falta de amor era mútua em física (se bem que cheguei a flertar com ela no começo)! rs

Passei boa parte da minha vida em cidades de pequeno/médio porte. Na cidade pequena era pouco o interesse na área de exatas, já na de médio porte isso ficava mais com os meninos, no entanto, tive uma professora de Química (que era casada com o professor de Geografia, e eu achava legal essa "troca").
Fiz meu 3º ano em Brasília e tive somente 2 professoras: uma de biologia (acho que ela tb dava parte de química orgânica) e outra de literatura. (isso que eram 3 professores de física, 3 de química e 3 de matemática!). Ainda assim, conheci algumas meninas muito boas na área de exatas, uma inclusive ia tentar o ITA. Os professores em geral incentivavam a escolha do aluno, independente do gênero.
Qnd entrei no curso de História tinha uma piadinha bem machista recorrente (ainda deve circular), algo mais ou menos assim: “a mulher que escolhe esse curso tem que escolher antes: ou ser bonita ou cursar história”.
Maaass... como a universidade está cada vez mais uma extensão da escola e parecida com um shopping center talvez essa piada morra (afinal, só os “sobreviventes” d- quem chega a concluir -o curso se importam em realmente estudar e não ligam mt pra essas coisas).

Valéria Fernandes disse...

Ah, sim, e se vocês pegarem a galeria (http://www.cmb.ensino.eb.br/index.php?option=com_content&task=blogcategory&id=20&Itemid=37 - duas fotos de meninos estão fora da ordem) dos coronéis alunos do colégio Militar de Brasília, desde a primeira turma de meninas a se formar (1995), até agora, 2011, nós só tivemos 3 meninos coronéis alunos. Ou seja, foram meninas que tiveram os melhores desempenhos em todas as disciplinas ao longo de toda a sua permanência da instituição. Este ano, 2012, teremos outra coronel aluna. Não é assim em todos os colégios militares, parece que no do Rio a proporção é inversa, mas aqui em Brasília é a nossa realidade.

A última coronel aluna, aliás, está nos Estados Unidos, estudando Química. Pode ser uma futura cientista. Outra que foi aluna nossa, Monique (*uma das melhores alunas que tive*), recebeu uma das bolsas do programa do Governo Federal e está no exterior. Ela tinha saído de Brasília para a USP para estudar Microbiologia ou algo do gênero. Curiosamente, ela era uma das meninas que eu imaginava seguindo carreira em Humanas.

Anônimo disse...

Ah, Bruno S, eu falei sobre as especialidades em medicina um pouco acima.
Nao acho que a pediatria paga menos porque " cuida mais" do que uma cirurgia plástica.
O lance e que cirurgias SEMPRE sao caras.vc tem que pagar, além do trabalho do cirurgião: material usado na operação, sala cirúrgica, instrumentador, aparelhagem,etc.( fora do anestesista)e vai sair muito caro se vc quiser ser operado com material de qualidade.
Toda especialidade medica que envolva" procedimentos" acaba custando mais caro do que uma especialidade clinica.
Mas. Vc já parou pra pensar porque tem pouquíssimas mulheres na área de cirurgia??
A procura das mulheresor área cirúrgica sempre foi pequena, mas alguém já parou pra pensar o porque disso??!...
( to te falando isso porque sou medica )
:p
Bjs

Bruno S disse...

Maria Valéria,

talvez eu tenha feito uma simplificação grosseira, mas não falando do custo do procedimento em si, mas dá remuneração e valorização do profissional.

Acabo ficando com a impressão de que profissionais que lidam mais diretamente com o paciente como especialidades clínicas acabam sendo menos valorizadas.

Valéria Fernandes disse...

Lala, no meu Ensino Médio eu conto nos dedos de uma mão as minhas professoras:

1º Ano - Português (Vírginia), História (Miriam), Programa de Saúde (Rosita).
2º Ano - Português e Literatura. Pior é que o nome da professora me fugiu totalmente...
3º Ano - Nenhuma.

O grupo de professores do 3º Ano do CMB é bem mais equilibrado, mesmo nas Exatas.

Allice disse...

Shoujofan

No meu terceiro ano eu tinha UMA professora. rs

Bruno S disse...

Lembro que uma piada muito contada pelos colegas de faculdade da minha mãe (formados em medicina há 35 anos) era assim:

"Como vc faz prá esconder uma nota de 100 dólares de um ortopedista?
Põe dentro de um livro.

Como esconder a nota de um cirurgião?
Põe no prontuário do paciente.

E de um cirurgião plástico?
Ah... Não adianta que ele acha!

Como esconder de um clínico?
Não precisa esconder, ele não sabe o que é... "

Valéria Fernandes disse...

Pois é, Allice, até para que as meninas se espelhem em professores fica complicado. Quanto mais alto se vai, menos professoras. A depender da área, a coisa pode ser mais ou menos excludente.

E, claro, há uma maioria de mulheres trabalhando com classes iniciais. Enfatiza-se a necessidade de "afetividade", mas também que elas são menos capazes, porque, afinal, trabalhar com crianças é "menos importante".

Coisa que volta e meia converso com o meu marido é a necessidade de valorização do ensino básico, não somente pagando melhor, mas colocando professores e professoras melhores, que despertem o interesse científico, que questionem os papéis de gênero. Mas eu já dei aula em Escola Normal e foi minha experiência mais traumatizante em ambiente escolar até hoje...

E isso daria um post inteiro e só passei seis meses lá... Aliás, acho que se tivesse sido aluna em Escola Normal minha vida teria sido outra e não estou pensando em nada de bom, não...

Allice disse...

Tive um professor na quarta série, mas não foi aqui então nem posso comentar muito, rs
Mas posso assegurar que foi um dos melhores professores que tive na vida, sem diferença das tias do jardim e ele tinha esposa e dois filhos lindos.

É verdade, quanto mais a gente vai subindo menos professoras a gente vê, ou então as que vemos (na minha faculdade) eram no mínimo classe média alta antes rs

Anônimo disse...

bruno s,

Vc ta certo
Existe mesmo isso que vc falou, inclusive entre os próprios médicos.
Do tipo: cirurgião " se acha mais que clinico". Etc, entre outras coisas,,tipo especialista " se achar mais" que um clinico geral... Qdo nao devia ser assim,, o certo seria todos trabalharem em conjunto em beneficio do paciente, sem richinhas desncessarias... Etc.
Qto as
Piadas escutadas por sua mae, eu também escutei....kkk bj.

Carol NLG disse...

Eu sei que a Lola não é fã de militares como um todo, mas vou contar minha historinha.


O sistema colégio militar é muito mais voltado a exatas que humanas. Durante meu ensino médio, o meu CM fez uma iniciativa meio pioneira de incluir alunAs num segundo ano especial, que preparava os meninos para concursos militares. Com isso, eu acabei tendo cálculo 1 e 2 ainda no EM. Quem é da área de exatas sabe como é cabuloso.

Participei e fui finalista (medalhista de prata e ouro, respectivamente) das olimpíadas nacionais de matemática e física.

E nunca tive a menor dúvida que queria cursar direito na faculdade. Alguns professores ficaram até bravos comigo, chamaram meus pais pra conversar. Como que desperdiça um talento desses?

Sou MUITO feliz na minha área, e ainda gosto de exatas. Meu marido é cientista da computação, e a gente de vez em quando programa juntos.

Acho que tem muito a ver com minha infância. Sempre tive microscópios, kits de química. Brincava com eletricidade ainda criança (minha mãe só podia ser doida de deixar!). Meu pai me ensinou a usar um telescópio e ver mapas celestes ainda novinha, e fazíamos isso juntos.

Então, eu tive estímulo pra gostar do que quisesse- de exatas a humanas. Nunca me faltaram livros, mas nunca me faltaram experiências.

Ah, só pra não dizer que eles foram perfeitos, minha irmã mais velha sempre teve todo o jeito do mundo pra ser professora de educação infantil. E sempre quis isso. Mas como isso não dá dinheiro, ela "teve que" fazer outro curso na faculdade. Acabou não se dando bem e, anos depois de formada, voltou pra pedagogia. Hoje em dia, ela é realizada.

Anônimo disse...

Mas. Vc já parou pra pensar porque tem pouquíssimas mulheres na área de cirurgia?? A procura das mulheresor área cirúrgica sempre foi pequena, mas alguém já parou pra pensar o porque disso??!...
(to te falando isso porque sou medica)--Maria Valéria 22:32

>>>tem a ver com a mulher naun conseguir ficar tantas horas em pé, como o homem consegue? e tb tem a ver que em X horas... digamos 6 horas a mulher precisa fazer xixi mais vezes do que o homem? e tb a menstruaçao poderia ser um obstáculo para uma cirurgia de várias horas? --num comentário seu anterior, entendi que o que citei saun obstáculos que precludem mulheres médicas de optarem pela área cirúrgica, é isso mesmo?

Lala disse...

Tive mais professoras que professores no 1º e 2º ano, talvez pelo porte da cidade (acho que qnt menor a cidade mais se tem a idéia de que dar aulas é "coisa de mulher"). Ainda assim, a área de exatas era mais "masculina". Meu primeiro professOr foi na 7ª série, de física.
Já na faculdade, o número entre um e outro gênero era bem equilibrado.

Falando em Escola Normal, minha avó era doida pra fazer! O sonho dela era ser professora. =)

Lorena disse...

Ainda não terminei de ler a discussão, mas vendo o pessoal falar de vício em leitura... Eu passei o final da Copa de 94 fechada num quarto, lendo gibis da Turma da Mônica. Tooodo mundo na varanda vendo futebol, e eu lendo. Só desci na hora dos pênaltis, foi só pra ver o Roberto Baggio mandando a bola pra lua. :P

Eu era viciada em leitura, também. Aprendi a ler com 4 anos, acho que por causa da quantidade de livros que tinha em casa e eu era apaixonada por eles. Lia tudo que caísse nas minhas mãos e livros sempre foram meu presente favorito. O máximo de estresse que isso rendeu em casa foi ouvir da minha mãe que eu tinha que ter "prioridade" na hora de gastar meu dinheiro, que minhas prioridades eram invertidas... isso pq eu sempre preferi gastar com livros do que com roupas ou sapatos, e por isso nunca tinha roupa nova e nem da moda, pra ir a canto nenhum. Continuo não tendo, hahahaha! Em compensação, eu e minha companheira temos uma estante de dar inveja, e nos presenteamos com livros sempre. :)
Questão de prioridades, ué!

Carlos disse...

Rubens
tem um documentario bom da NRK( canal da noruega)que trata disso diferença de genero na escolha de trabalho.pegaram opniões de varias areas de sociologos a biologos. è bem neutro.
http://www.youtube.com/watch?v=p5LRdW8xw70

lola aronovich disse...

Estou adorando todo o bate-papo super positivo, toda essa troca de experiências. Essa foi uma das caixas de comentários mais amistosas dos últimos tempos. Adorei também como vcs ignoraram TOTALMENTE os trolls que apareceram. Não deram bola, fingiram que o troll nem existia. E quando eu vim e vi eu apaguei numa boa, sem que aquele comentário tenha ofendido ninguém, porque foi solenemente ignorado.
Gente, é assim que se faz! Peço que vcs façam isso sempre. Claro, há mascutrolls que até querem debater sem grandes ofensas, e eles até tentam fazer isso no começo, só que, devido às evidentes limitações intelectuais que os perseguem, não conseguem ir muito longe e passam a repetir as mesmas porcarias sem parar. E admiro muito algumas de vcs que têm a paciência de tentar dialogar com eles (pelo menos no início. Depois eu me canso e passo a deletar os comentários deles, porque eles só se repetem). Mas há trolls que são apenas carentes, que PRECISAM ser o centro das atenções. E não ficam felizes até tumultuarem os comentários. Querem mesmo semear a discórdia. Na falta de argumentação, na falta de amigos, na falta de alguma coisa que lembre uma vida, o que lhes resta é tentar espalhar o ódio em espaços que lutam por mudanças. No fundo o que os trolls querem é se enturmar. Obrigada por não permitirem.

Anônimo disse...

Entao, Lisanahh, tem horas que acho que essas diferenças fisiológicas entre homem e mulher influenciam na escolha de área cirúrgica sim.mulher menstrua,precisa trocar absorvente de tantas em tantas horas.faz mais xixi, uma cirurgia pode durar1, 2, 6 ou ate 8 horas.
Mas ando pensando sobre isso.na área de GO tem muita mulher. E área de GO também e cirúrgica.!!! Na área de anestesia também tem bastante mulher, e o (a) anestesista também tem que ficar trancado na sala, sem comer, se, fazer xixi, sem tomar agua e sem trocar absorvente enquanto durar a cirurugia..
Na GO, talvez role muita mulher pela empatia com o mundo feminino, sexualidade, maternidade, etc.
Entao, talvez essa questão de menstruar, fazer xixi mais vezes como coloquei antes nao seja importante... Talvez haja outros fatores, incluíndo o próprio machismo, que fazem a mulher nao querer procurar área cirúrgica ( exceto GO ). Interessante, o assunto, daria uma tese de mestrado, se e que alguém já nao pensou nisso e já nao fez.rs. Bjsssss!!!

Carlos disse...

Maria Valéria
olha segundo o Warren Farrell(espero que não chamem ele de mascu hehe) em areas de atuação onde há homens e mulheres atuando na média os homens procuram as especialidades com mais risco e remuneração.

Anônimo disse...

Nao recomendo a suspensão da menstruação por ir contra a natureza e a fisiologia normal da mulher.
Além de nao ser GO, portanto estaria fora da minha área de atuação recomendar tal procedimento,
Na minha opinião, suspender a menstruação só em casos de o santamente ser excessivo , a ponto de causar anemia,
Interferir no processo fisiológico natural do ser humano nao e uma boa escolha, especialmente porque pode levar a consequências ruins no futuro, inclusive favorecer o aparecimento de tumores....mas nao vou discorrer mais sobre isso aqui, porque daria um post inteiro só pra falar sobre isso, e porque um GO explicaria isso melhor do que eu.;)) bj

Anônimo disse...

Obs: santamente= sangramento.esse corretor automático ortográfico as vezes da pane :p

Anônimo disse...

Interessante mesmo, Maria Valéria. Eu e meu marido sempre tivemos o mesmo médico clínico geral. E há 11 anos é uma médica. Meu marido naun se importa um pingo se o médico, o cirurgiao, o dentista, enfim qq profissional da saúde seja homem ou mulher. Pra ele dá no mesmo. Mas vou puxar esse assunto com ele sobre o porquê de haver menos, bem menos, mulheres na área de cirurgia... geralmente ele tem bons argumentos. Qdo li aqui no blog sobre o seriado MAD MEN fui perguntar se ele sabe do seriado... me disse que sim... que viu 2 ou 3 vezes... naun gostou. Perguntei o motivo me disse assim: "É uma agência de propaganda da década de 60 que traz assunto da atualidade e a coisa naun bate." Como quem comentou aqui disse que geralmente os três primeiros capítulos naun foram animadores, talvez tenha sido o ocorrido... mas vou ver se assisto algum capítulo... é que naun tenho paciência com seriado e nem com novela... depois de umas 3 ou 4 semanas, isso vendo uma vez por semana, já me canso... ah! "Fim de Caso"... lindíssimo! livro e filme.

Anônimo disse...

Sim, queen, vc esta certa, e só nao interromper o uso da pílula.

Mas acho isso perigoso e arriscado... Entre o risco ( a longo prazo) de aparecerem tumores e outros prolemas(( cardiovascular, hepático, etc), existe o risco de mascarar uma gravidez no caso de falha da pílula.
O primeiro sinal de gravidez e a falta de menstruação.se vc, por uma infelicidade, falhar a pílula, e engravidar tomando sem pausa, nao vai perceber de cara que esta gravida, e provavelmente só vai descobrir isso depois do terceiro ou quarto mês,( antes só se tiver sintomas, como enjôo,etc), retardar o diagnostico de uma gravidez e o inicio de um pre Natal nao e legal.
Ou entao vc toma a pílula sem pausa e vai fazer teste de gravidez todo mês pra se garantir???
Mas como disse nao sou GO, sou clinica, e talvez nao seja a melhor pessoa pra falar sobre o assunto.
Bj.

Anônimo disse...

Queen of Sorts vc veio cheio de graça com sua observaçao de mau gosto, Maria Valéria deu-he uma resposta séria, profissional, esclarecedora e vc continua com comentando com mau gosto. OK. your dear mother, ela fica grávida todos os ano seguidamente?

Anônimo disse...

Na minha opiniao muito melhor do que a pílula é o DIU qdo a mulher poder usá-lo... nem toda mulher segura o DIU no útero particularmente no caso de útero cicatrizado.

Anônimo disse...

Lisanahh, vou alugar o filme sim;)) obrigada pela participação e pelo pitaco no meu blog;))

Quanto a profissional de um determinado sexo, meu medico de SP que me segue desde os 11anos e homem e me sinto super a vontade com ele pra falar de tudo( ele tratou da minha depressão e sempre me da um help quando tenho recaídas- e nao quero outro, quero só ele!!) se nao o conhecesse há tantos anos, talvez me sentisse inibida e preferisse uma mulher,
GO, sempre fui em mulher, mas em emergência há precisei de homem e fui super bem atendida e examinada.
Enfim, há muitos mitos, questão de vergonha, preconceito.... Poderia te dizer que os homens por ex, quando se trata de doenças genitais ou toque retal preferem que um homem faca, do que uma mulher....
Já tive paciente homem com queixa de lesão na área genital que nao mediquei, pois o mesmo se recusou a ser examinado por mim,por eu ser mulher e ficar constrangido,
Mas, sem examinar, nao há comi se medicar.... Complicado... Esses tabus deveriam ser mais combatidos!!! Bj

Loja Moeggall disse...

Dra Valeria, o risco está no consumo da pílula em si, não da não interrupção. Gravidez durante administração de pílula ocorre por falha humana (não tomar direito) ou marca e dose mal indicadas. Se tiver dúvida, um teste comprado na farmácia resolve. Abs.

Loja Moeggall disse...

Lisana, o DIU não suprime o inconveniente da menstruação durante cirurgias longas, apontado pela Dra. Valéria. Abs

Anônimo disse...

Lisanahh,,,
Acho DIU um excelente método, nao altera seus hormônios, sua fisiologia, e tem a vantagem de vc nao ter que " lembrar" de usar,- ele já esta lá dentro de vc,
Mas eu só usaria se estivesse dentro de uma relacao estável, com parceiro fixo.
Com parceiro eventual, mesmo que seja um só, aumenta o risco de infecções, de dst's... A nao ser que vc use camisinha junto!!!
Com parceiros múltiplos, DIU nem pensar, pois o risco de infecção pélvica e maior ainda!!!!
Eu sempre usei a mesma pílula, por mais de dez anos, ( parava quando estava sozinha)e sem problemas.sempre fui disciplinada e chata pra lembrar de tomar, e em dez anos só esqueci de tomar duas vezes...rs
Hoje estou solteira e sem necessidade de método, ...kkk
Mas, se daqui uns 2 anos tiver um namorado serio, vou pensar no DIU,pois após os 40 anos aumenta o risco de problema cardiovascular com a pílula,( mesmo eu nao sendo fumante!!)
Bj

Carlos disse...

Queen Of Sorts disse...

Se não consegue segurar e tem que ficar fazendo algo até acabar é so usar fraldas todos os astronautas usam sabia

Fábio disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Aqui em casa somos bem aa vontade com profissionais da saúde... tive GO homem e mulher... tive clínico geral homem negro, homem indiano, tive clínico geral mulher homossexual, enfim quero é saber se o profissional é bom... atualmente minha GO é uma mulher pq eu queria mulher e que tivesse o mesmo que eu estava passando entao tinha sim de ser mulher... naa nos convence de que homem e mulher naun tenham o mesmo potencial e a mesma capacidade como médicos e dentistas e qq outra área da saúde física e mental.

Anônimo disse...

Sim, Lisanahh. Concordo que ambos os sexos tem a mesma capacidade,

O ponto que toquei nao foi a questão da competência, e sim a inibição de tratar de problemas intimos( sexualidade, depressão, exames da área genital) com um profissional do sexo oposto.
O " medo" aí reside na vergonha, no constrangimento, no tabu em dividir seus problemas com alguém do sexo oposto, e nao na duvida da competência profissional do colega;))
Bjao

Anônimo disse...

tyler durden, vc corre sério risco de ser bombardeado... com palavras, óbvio... rs... seu comentário é realmente um modo de puxar encrenca aqui. naun tomo em conta seriamente essas coisas como as que vc diz apenas fico pensando que lástima se um dia vc for pai tanto de menino qto de menina. vasectomia JÁ !!! bonne chance !

Anônimo disse...

Ahhh falando nisso, pasme: já ouvi de duas colegas MEDICAS: " nao vou a ginecologista solteira."
" nem eu, deus me livre"
Como se o fato de ser solteira ou casada signifique que seja realizada ou frustrada sexualmente, e portanto apta ou inapta a abordar sexualidade, maternidade, doenças femininas,
E coloquei o " medicas" em letra maiúscula mesmo,fiz questão, porque de gente sem instrução ate entendo aparecer um comentário desses, mas de duas medicas que " supostamente" sao esclarecidas e instruídas e muito mais vergonhoso ouvir isso.
Preconceitos desse tipo existem ate na própria classe medica, isso que e triste!!! :(((((((

Anônimo disse...

ah sim, MV, entendi seu ponto... eu apenas quis ilustrar como é aqui em casa... rs... me lembro qdo meu irmao disse algo como que "onde já se viu deixar a mulher dirigir um Mercedez..." e agora ele anda a pé... rs... e o cara tinha realmente Mercedez...

Anônimo disse...

rs... olha, se eu fosse me submeter a uma cirurgia plástica, mesmo se eu escolhesse um homem cirurgiao eu ainda gostaria de passar por uma médica que tivesse se submetido aa mesma cirurgia que eu fosse... claro que há médica que se submeteram a alguma cirurgia plástica,pois se até os homens médicos na área entram no bisturi... talvez naun todos... sei lá... mas um grande número dos cirurgioes plásticos se submetem sim a alguma cirurgia plástica tb... e que ótimo a gente saber quem foi o cirurgiao deles !!! rs... eu sempre quero saber quem é o dentista do meu dentita... rs...

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