segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

GUEST POST: HEROÍNAS DE AÇÃO, VIDEOGAMES E FEMINISMO

Uma das coisas que mais me fazem ver que pertenço a uma outra geração é que hoje em dia tant@s jovens jogam games, enquanto eu parei no Atari. Sei que muita, muita gente que lê o blog é fã de videogames, e quando vocês comentam sobre o tema, eu me sinto uma analfabeta. E é incrível como boa parte das garotas que se assumem feministas costumam ser gamers. Portanto, fico muito feliz em publicar guest posts de quem entende do assunto (e gostaria de publicar mais).
Apresentando Ana Bourg: ela tem 22 anos e acabou de se formar em História pela USP. Em suas palavras: "me considero uma grande nerd, que é esse termo importado para gente que gosta de ficção cientifica, videogames, Role Playing Games e outras coisas desse tipo. Também me considero feminista, socialista e ateia, então devo dizer que gosto muito do que você fala em seu blog". Eu só não falo de games, Ana!

Oi Lola, obrigada por ter deixado que eu escrevesse sobre heroínas de ação, videogames e feminismo. Acredito que esse tema seja importante, pois jogos eletrônicos estão se tornando mais populares a cada nova geração e, nos últimos anos, deixando de ser um brinquedo exclusivo de garotos. Com isso, acredito que a representação das mulheres como personagens dos jogos -- e em séries e filmes de ação que exercem um papel complementar com os games -- permita discussões sobre tópicos de estudos de gênero, tais como male gaze, papéis comportamentais, empowerment (termo em inglês que significa o aumento da força política, econômica, espiritual, social, etc de um indivíduo ou grupo) e padrões estéticos.
Não vou discutir aqui se jogos são bons ou ruins; acredito que isso seja um julgamento de valor e, pessoalmente, me identifico como "gamer" e "nerd", então o post acabaria por se tornar um texto de uma fã de jogos defendendo seu hábito. Não acho que jogos incentivem comportamento violento mais do que a programação normal dos telejornais.
Sobre minha experiência pessoal, comecei a me interessar por jogos em torno dos sete/oito anos de idade quando fui na casa de uma amiga da minha mãe cuja filha (sim, uma garota!) tinha um Super Nintendo. Nessa época, lembro bastante de dois jogos: um sobre sapos lutadores e o Super Mario World, no qual o encanador herói tinha que salvar a princesa que sempre estava em outro castelo. Nessa época, também comecei a assistir desenhos japoneses e lembro que não gostava muito de alguns dos favoritos do meu irmão -- Cavaleiros do Zodiáco e Street Fighter -- pela quase total ausência de garotas nesses desenhos, ou de sua utilidade apenas como donzelas em perigo. Em outros desenhos que haviam garotas -- Power Rangers, por exemplo -- elas faziam parte de um time, eram minoria e coadjuvantes. Lembro de duas coisas marcantes sobre isso: havia apenas três garotas na minha turma da primeira série e tivemos uma briga porque, como havia só duas power rangers mulheres, uma de nós teria que fazer o papel de vilã.
A outra lembrança é de um episódio do desenho Mortal Kombat em que a lutadora Sonya Blade reclamava que ela e a ninja Kitana eram as únicas mulheres da equipe de protagonistas. Dei razão para a queixa da personagem.
Numa das primeira
s vezes que fui a um fliperama, achei demais que em jogos como Metal Slug e Tekken 3 era possível escolher uma personagem mulher, e que elas eram tão boas quanto os personagens homens. Minha primeira "ídola" foi a Nina Willians (Tekken 3): ela era forte e bonita, usando suas pernas longas para desferir golpes mortais. Ainda assim, não era a protagonista do jogo, até porque esses jogos de luta têm enredos muito rasos, mais decorativos e, em geral, o protagonista é o lutador principal, geralmente um judoca asiático. Nesse ponto, acho importante falar que não era um problema que Nina possuísse uma aparência dentro do padrão estético, justamente por ela não ser real. A função dos jogos é possibilitar que o jogador faça coisas impossíveis na vida real, como voar ou pilotar naves espaciais e manusear armas laser. Da mesma forma que as mulheres eram representadas com pernas muito longas e grandes seios, os lutadores homens tinham uma musculatura que seria impossível de se obter, mesmo com uma dieta diária de anabolizantes. Eles eram realmente representações imaginárias, um "faz-de-conta" em minha percepção quando criança. Acredito ser importante dizer que o físico desses personagens é tão absurdo quanto suas habilidades em artes-marciais (pelo menos até hoje não vi alguém conseguindo soltar um Haduken). Para mim, era um alívio visual ver uma representação de um corpo feminino realizando saltos e golpes, pois eu não precisava me imaginar apenas como uma princesa em perigo.
Pouco tempo depois, comecei a assistir o seriado Xena: A Princesa Guerreira. Diria que Xena foi minha segunda "ídola". E mais: ela era protagonista de uma história! Ela e sua amiga, Gabrielle (aliás, só fui saber depois de muito tempo que havia um romance implícito entre as duas), eram viajantes e independentes. Xena era capaz de defender-se em um cenário hostil e resolver problemas sozinha, sem precisar chamar um homem para abrir o pote de azeitonas ou matar uma hidra gigante! Ao assumir papéis considerados masculinos, acredito que essa personagem passava uma mensagem de que uma mulher não precisa confinar-se em estereótipos de feminilidade e pode sim ser forte e uma heroína.
Nessa mesma época, comecei a notar em capas de caderno e cartazes de lojas de informática -- embora computadores ainda fossem um sonho de consumo distante para a renda da minha família -- a presença de uma personagem de videogames: morena, roupas militarizadas e empunhando armas. Pensei: "Quem é essa mulher? Ela parece ser fodona!" Logo, mesmo sem nunca ter jogado Tomb Raider (o primeiro game da série foi lançado em 1996. Quando conheci o jogo, em 99, estavam lançando o quarto título), virei fã da Lara Croft. Ela era uma arqueóloga -- quase uma versão feminina do Indiana Jones -- e era a única protagonista da série, ou seja, os garotos teriam que jogar com uma personagem mulher, o inverso do que acontecia na maioria dos jogos! Lembro que gostei muito do filme e de ter torcido pela personagem no cinema. Esse trecho de um artigo acadêmico sobre a personagem resume minha visão sobre a Lara:
"Não há dúvidas que Tomb Raider marcou uma quebra significante do papel das mulheres dentro de jogos de computador populares. Apesar de inúmeros jogos de luta oferecerem a opção de personagems mulheres, o herói é tradicionalmente um homem, com mulheres atuando majoritariamente em papéis coadjuvantes. A esse respeito, Lara foi uma novidade bem vinda para jogadoras experientes. 'Havia um alívio no ato de olhar para a tela e ver a mim mesma como uma mulher. Ainda que estivesse realizando tarefas que eram pouco realistas... Eu sentia, Ei, essa é uma representação de mim, como eu mesma, uma mulher. Em um jogo. Por quanto tempo nós esperamos por isso?'" (Nikki Douglas in Cassell and Jenkins 1999).
Sabemos que o male gaze -- olhar masculino -- obriga que as mulheres vejam filmes, interajam com jogos, leiam livros etc sob uma perspectiva "masculina". Isso quer dizer que mesmo ao buscar entretenimento, as pessoas são confinadas à perspectiva de um homem, em geral branco e heterossexual. Somos forçad@s a nos identificar com uma determinada representação de uma construção social que não permite que pessoas fora desses atributos tenham um papel ativo, sejam heróis ou sequer mereçam a empatia do público. A presença de um indivíduo de um grupo discriminado -- mulheres, negros, homessexuais, entre outros -- em um papel principal obriga o público a observar o mundo por outro ponto de vista que não o dominante. Acredito que Lara possa ser vista como um ícone da representação feminina em jogos porque ela realiza atividades fora dos papéis de gênero e é uma fuga ao male gaze, ao propor que um jogador homem experimente ver a si mesmo representado como uma mulher. Mais um trecho do artigo de Kennedy sobre a importância desse tipo de representação:
"Thelma e Louise, e outras heroínas de ação tais como a Trinity no filme Matrix, podem ser chamadas do que Mary Russo descreve como 'corpos de impacto': figuras femininas que, através da performance de habilidades extraordinárias, contestam os entendimentos convencionais do corpo feminino. Thelma e Louise, Trinity e Lara tomam o espaço em cenários particularmente masculinizados -- o deserto, paisagens urbanas escuras, cavernas e tumbas -- e, ao fazer isso, oferecem uma imagem poderosa da absoluta alteridade da feminidade dentro desses espaços. O gênero de ação é tipicamente masculino, então esse tipo de caracterização é celebrada por ao menos oferecer alguma compensação pela ubiquidade das representações opressivas de mulhers e a preponderância de corpos masculinos musculosos."
Vale acrescentar que, em relação a jogos de videogame, Lara não foi a única personagem mulher a ter o próprio jogo. É possível citar alguns jogos com protagonistas mulheres (pode até servir de sugestão para as moças que nunca jogaram e estão interessadas!): Beyond Good And Evil, Portal (esses dois primeiros merecem menção honrosa porque as protagonistas não são sexualizadas. E, no caso do primeiro Portal, é como se todas as personagens fossem mulheres, pois temos a personagem Chell e a inteligência artificial GLAdOS), BloodRayne, Mirror's Edge, Venetica, Parasite Eve, American McGee's Alice, Metroid (Metroid é particularmente interessante porque a protagonista Samus Aran usa uma armadura pesada e muita gente só percebeu que se tratava de uma mulher no fim do jogo. Eu conheci essa personagem pelo jogo Smash Bros 64 em que ela aparece como um dos lutadores disponíveis, e só fui descobrir que ela era uma garota anos depois, em uma conversa com meu namorado). Acho que a lista é tão pequena quanto é pequena a lista de filmes premiados com protagonistas mulheres. Da mesma forma que diretores e roteiristas homens dominam a produção cinematográfica, o setor de desenvolvimento de jogos é quase que totalmente composto por homens. Dessa forma, acredito ser uma pauta feminista a falta de representação de personagens mulheres nas produções artísticas e de entretenimento relacionada à própria necessidade de inclusão de mulheres profissionais nesses setores.
Algumas vozes críticas reclamam que os jogos falham por representarem mulheres "masculinizadas". Questiono: por que saber lutar, atirar ou pilotar naves tem que ser algo considerado masculino? Uma menina não pode sonhar ser uma astronauta ou uma policial? Será que é algo tão fantasioso assim -- mulheres exercerem atividades consideradas masculinas e tornarem-se pioneiras, abrindo caminho para outras?
Vou responder essa última pergunta finalizando o texto com uma lista de "heroínas de ação" da vida real:
- Joana D'arc (1412–1431) - considerada uma heroína nacional da França, liderou o exército francês em diversas campanhas vitoriosas durante a Guerra dos Cem Anos.
- Anne Bonney (1702-1782) e Mary Read (?-1721) - piratas atuantes no Caribe, ficaram conhecidas por serem as únicas mulheres condenadas por pirataria no século XVIII.
- Anita Garibaldi (1821–1849) - Líder na Revolução Farroupilha e na unificação italiana.
- Hélène Dutrieu (1877–1961) - Campeã de ciclismo, motociclista, piloto de automobilismo, aviadora, piloto de ambulâncias durante as guerras mundiais e diretora de um hospital militar.
- Amelia Mary Earhart (1897-desaparecida em 1937) - Primeira piloto a cruzar o Oceano Atlântico, entre outros feitos de aviação. Segundo sua biografia, após visitar um campo de aviação com o pai em 1920 Amelia "soube que tinha que voar".
- Lyudmila Mykhailivna Pavlichenko (1916–1974) - Lutou no front soviético durante a II Guerra Mundial, considerada a atiradora de elite mais bem sucedida, com 309 mortes catalogadas.
- Valentina Tereshkova (1937 - ainda viva) - Paraquedista profissional e primeira mulher a viajar no espaço, pilotou a nave Vostok 6.
- Keiko Fukuda (1913 - ainda viva) - Primeira mulher judoca a ser promovida ao 6º dan (rank de judô, no qual há uma restrição de gênero) e única mulher a ter recebido o 10º dan.
Acho que por enquanto tá bom.

[Notas da Lolinha! Enquanto o incrível guest post da Ana estava sendo editado e aguardando publicação, apareceram dois complementos que preciso mencionar: o vídeo-manifesto das garotas gamers e este ótimo artigo sobre privilégio masculino no mundo geek. Ambos em inglês, sorry.]

63 comentários:

Lucas disse...

Apesar de tantas representações bacanas de mulheres nos games (embora não suficientes), a marca da sexualização continua muito marcante, como os modelitos da Lara Croft deixam claro.
Pelo que me lembro, a maioria dos garotos curtia a personagem pelo lado do fetiche do que pelo lado de suas habilidades ou façanhas no jogo.

Mas existem jogos muito bacanas, tá aí Portal 1 e 2 pra provar, que colocam personagens femininas fortes em situações pra além do gênero.

Carol The Foderator disse...

Eu não me importo muito com esse clichê de mulher só ser salva, não... Por muito tempo, isso foi a realidade (não por incompetência das mulheres, mas sim pelas restrições dos homens). Só acho que está bom se começar a mudar aos poucos... Eu também gosto bastante de como as mulheres costumam simbolizar inteligência e generosidade, só me pergunto porque os homens são quase sempre grossos e estúpidos (dentro da realidade do jogo). Por exemplo, "Legend of Zelda: Twilight Princess". A princesa Zelda não foi capturada porque é uma idiota ou porque não saiba lutar, ela se rendeu para evitar que seu povo sofresse. O Link ir salvar é uma força do "destino", ele sempre vai salvá-la, independente de qualquer outra coisa. Por isso, acho que mesmo dentro de um padrão, os jogos ainda podem ter um caráter muito mais profundo...

letícia disse...

Gostei de tudo que foi dito. Muitos jogos são lotados de personagens/protagonistas homens. Mulher só a que tem que ser salva, ou quando mto, ajudando de fundo.

Muitos filmes são assim também.

Eu adoro America McGee Alice e Lara Croft!

E quadrinhos? Tem algum que a autora do guest post recomenda? :)

♪Sueli Alves♪ disse...

Apesar de reconhecer que longe de ser um desenho feminista, eu não vejo os cavaleiros do zodíaco como um desenho em que a mulher sempre esteja em situalão de perigo. Ok que a série no original se chame Sant Seiya, por causa da sua personagem principal (O cavaleiro de ouro Seiya), que as amazonas usem máscaras pq não podem mostrar os seus rostos, pois se algum homem fizer isso ou morrerá ou terá que amar a amazona. E que o uniforme delas seja sexy, isso é uma característica dos desenhos japoneses. Quem sabe um dia isso mude)Mas a pessoa que ensinou o Seiya a lutar foi uma mulher. Muitas vezes eles apanham
e feio das mulheres.
E a Saori (deusa Atena, já que o CDZ tem como base a mitologia grega), apesar de sempre ser a donzela em perigo, mas pq só ela tem o poder de salvar a humanidade de algum mal que lhe acontece. Talvez o que falta à personagem é colocar a mão na massa, ser uma heroína mais ativa, mas ela não chega a ser uma donzela em perigo 100% passiva.
Talvez minha argumentação seja de uma fã da série, mas é isso.

Gabriele disse...

A minha ídola de Tekken era a Xiaoyu hehe Ela era mais do estilo "menininha infatil", então achava legal tb ela ter aparência de frágil e na verdade ser forte e ágil
De games, sou fã de Final Fantasy, e os jogos da série sempre tem personagens femininas bem interessantes, e tem muito "trabalho em equipe".
Mas protagonistas realmente são raras. Games que dão a oportunidade do jogador de representar um persoanagem homem ou mulher tb não são tão frequentes. Me lembrei de um videozinho da Feminist Frequency: "Too many dicks" ("Pintos demais") http://www.youtube.com/watch?v=4PJ0JPLg_-8

Lord Anderson disse...

Como fã de games, FC, etc, e como alguem que convive com muitas mulheres tb o são, gostei muito desse post.

Fico feliz do intretenimento considerado nerd ter se popularizado e palavra não ter mais carga pesorativa como antes.

Bruno S disse...

Eu gosto muito de video game, mas admito que hoje em dia só jogo jogos de futebol.

Já joguei muito jogos de corrida também. Jogos de luta como street fighter eram divertidos para jogar contra alguém. Sozinho não tem graça.

Nunca tive muita paciência para jogos em primeira pessoa. Ganhei o Tomb Raider e achei um jogo chato com uma moça de shortinho(virou um filme ruim com Angelina Jolie - especialidade da atriz).

Dado toda essa introdução de que não entendo nada do tema, acho que a subrepresentação feminina na área de games apenas reproduz o que vimos em outras representações da socidedade. Talvez seja ainda mais forte porque games são vendidos como coisa de meninos.

EdFurtado disse...

Gostei do artigo, só podia corrigir aquela parte dos judocas para karatecas,o Ryu e o Jin Kazama não lutam judô. Vale lembrar que a Lara Croft foi criada por um homem, Toby Gard.

Tutosdedesenho disse...

Só digo uma coisa: CARALHO!
Não, preciso repetir: CARALHO! OMFG! WOW!

Sério, esse post me deixou felicíssima para cacete! Não consigo encontrar definição melhor para expressar meu sentimento do que isso.

Ana, sua linda, parabéns pelo post. Sinto uma puta falta de textos sobre feminismo nos jogos, e você fez um excelente trabalho nesse guest post. Parabéns mesmo! Já tinha um tempo que estava esboçando um post com o mesmo tema, e o seu texto será muito útil.

Sara disse...

Lola ja fui viciada em video game, e morria de vergonha disso kkkk, com muita determinação abandonei o vicio, eu estourava todos os jogos, e lia publicações a respeito, e como pessoas da minha idade não costumavam fazer isso ja fui motivo de curiosidade, os moleques que me conheceram não conseguiam acreditar, mas na verdade eu conseguia estourar os jogos pq tenho cordenação motora muito boa, mas quem era meu cerebro pra descobrir as "warp zones" era minha filha mais velha, ela é muito inteligente e me acompanhava nos jogos dando as dicas.
Hoje ja n me interesso por jogos. Gostei que a Xena foi lembrada, pq sou fã dela, pra mim é o melhor seriado de ação, minhas filhas tb adoram a Xena, e quando vamos juntas na balada e tem muita mulher, ficamos lembrando da balada das Amazonas que aparecem no seriado kkkk.
Acho que ja ha bastante heroinas, não conheço bem as mais novas que apareceram principalmente desses desenhos japoneses, mas desde a Mulher Maravilha que eu me lembre acho q foi a primeira heroina em quadrinhos.
Acho bacana q tenham varias personagens femininas entre os herois, mas ja não acho tão legal quando a heroina se confunde com os outros herois, porque geralmente a agressividade é um traço marcante no homem mas não na mulher e acho legal mostrar que as mulheres tem um jeito diferente de resolver as questões.

Hel disse...

Lembrei de mais alguns jogos com protagonista mulher:
Heavenly Sword, do xbox 360 e PS3, que é uma espécie de God of War, com bastante hack n slash, só que a protagonista é uma mulher normal, nada de características exageradas.

Em alguns jogos de RPG, como o Legend of Mana, Diablos e os Elder Scrolls, dá pra escolher mulher. Valkyrie Profile você obrigatoriamente joga com mulher.

Tem Bayonetta, que a protagonista também é mulher... o jogo é hipersexualizado, mas mesmo assim é legal.

Quanto ao comprimentos das roupas, principalmente nos jogos de ação, vale lembrar que os homens também são fortões, e muitos andam por aí sem camisa. Sei que a sexualização dos homens e das mulheres tem uma conotação diferente, mas mesmo assim... isso não ME incomoda tanto.

Daniela M. disse...

Lola, comecei a ler teu blog o ano passado e virou um vício!

É a primeira vez que comento aqui e infelizmente estou correndo, portanto, lerei o post mais tarde (sorry Ana Bourg!)

Mas, depois de receber a notícia sobre a obrigatoriedade do uso de saias por boxeadoras, tive de vir ver o que vocês, Lola e comentador@s sérios, estão pensando sobre isso. O link para o abaixo-assinado contra essa medida sexista nojenta segue aqui:

http://www.change.org/petitions/tell-aiba-play-fair-dont-ask-female-boxers-to-wear-skirts

Obrigada pelo espaço, quando conseguir volto para ler o post.

Beatriz disse...

Adorei, amo videogame! Samus é minha preferida pra sempre.
Acho curioso comentar que a principal fã de games de terror em minha casa é minha mãe. Ela naturalmente não jogava qdo jovem, mas começou incentivada pela gente e sempre fecha tudo que apresentamos para ela. E não é nada anormal: ela gosta de filmes de suspense, e portanto joga sempre para descobrir o q vem a seguir na história. Games são produtos de entretenimento e ficção como qlqr outros e é bem despropositado que sejam vistos como coisas "de menino".

nikky disse...

Sem contar que a maioria dos jogos de survival horror (terror) tem mulheres como protagonistas, assim como filmes: Silent Hill 3, série Fatal Frame, Hauting Ground, Clock Tower 3, Rule of Rose, Resident Evil 3... Maioria no estilo "donzelas em perigo" (principalmente Haunting Ground e Clock Tower 3, Rule of Rose vai por aí mas ela tem como inimigos "crianças", então né), mas há também as badass. Tanto que a minha "ídola" é a Heather, personagem principal de Silent Hill - uma simples guria, totalmente normal, de 17 anos. (durante o jogo descobrimos que ela não é tão normal, mas convenhamos)

Há os rpgs em que tu pode escolher o sexo do personagem, mas alguns mesmo com a escolha, fazem com que o "principal" (para propagandas, por exemplo) seja sempre o masculino, como o Sheppard de Mass Effect. O meu jogo preferido, de todos os tempos, é Persona 3; depois de lançarem duas versões de Persona3, fizeram uma edição portátil para o PSP em que tu pode escolher o sexo do personagem, mas mesmo assim ainda o sexo masculino é visto como principal - aqui dá até pra relevar, porque essa escolha de sexo só foi feita depois, pra mostrar um outro lado da história. Mas é bom pra dizer o como a garota não tem nada de sexista: assim como minha ídola Heather, é uma garota normal de 16 anos.

Enfim, uma coisa nesse mundo de "gamer girl" que eu não aprovo: ser uma garota e jogar video games não faz de você nada especial. Não tô dizendo isso pra autora do post (que foi ótimo aliás, mencionou a minha grande heroína, Anita Garibaldi), mas sim com base no vídeo que a Lola deu o link ali, e também por todos os sites de games que eu leio. A quantidade de meninas que acha que é um "pequeno bloco de neve" de tão especial por apenas jogar... jogos, é incrível. Sofremos preconceitos? Claro que sim, mas isso não te faz melhor que nenhuma outra pessoa.

Gabriele disse...

Isso tudo me lembra os anos 90, quando eu não tinha game em casa e frequentava aquelas "locadoras", as mães das lan houses, no fim de semana, lotadas de meninos. Aliás, eu nunca cruzei com outra menina naquela locadora. E na escola minhas colegas ficavam super chocadas de saber que eu frequentava um "lugar desses", e nunca aceitaram convite pra ir junto. Eu tava na 5ª série. E já tinha uma coisa meio que frequentar um lugar "cheio de meninos" não era coisa de garota "de família" hauhauahuahau E isso que eu ia com meu pai e com meu irmão junto!

Tutosdedesenho disse...

Nikky,

"Enfim, uma coisa nesse mundo de "gamer girl" que eu não aprovo: ser uma garota e jogar video games não faz de você nada especial"

Acho que a mensagem passada no vídeo era exatamente isso. Não era essa a questão criticada pelas garotas, sobre os critérios usados para julgá-las por ser mulheres, e não pelas suas habilidades? O vídeo é bem direto nesse aspecto. Ao menos, pela maneira que pude interpretá-lo.

Gabriele,
"Isso tudo me lembra os anos 90, quando eu não tinha game em casa e frequentava aquelas "locadoras""

Não sei você, mas tenho uma saudade enorme dessa época (que pra mim, provavelmente foi depois dos anos 2000), ainda mais por não ter console =/

Ximena disse...

Lendo o comentário da Gabriele, também me lembrei de quando ia nas locadoras jogar. Eu nunca tinha dinheiro pra ir, mas quando juntava umas moedinhas pra ficar 1, 2 horas, era a maior alegria do mundo. E como essas horas voavam rsrs Também nunca encontrei nenhuma menina nessas locadoras, mas hoje percebo que as meninas tem jogado mais!

Edson disse...

Atualmente não tenho videogame, mas quando tinha uns 7 até aos 11 anos, costumava ir num local onde alugava jogos (preciso dizer que praticamente só tinha meninos?)e lembro que a maioria dos jogos que jogava, a maioria dos personagens eram masculinos. Uma personagem feminina marcante que eu gostava era a Sindel de Mortal Kombat (uma personagem acima dos 30 anos pela imagem que tinha) e gostava tbm da Jean Grey de X-Men pelo poder da mente que ela possui.

Romulo Pereira disse...

A indústria dos games é marcadamente masculina, daí os modelos masculinos e femininos serem representações do ideal masculino. As mulheres de corpos explodindo sexualidade e os homens como amontoados de músculos e testosterona são só um reflexo disso.

Entretanto, eu vejo uma mudança nesse paradigma em curso. Ao menos no que se diz respeito às produtoras ocidentais. Com games surgindo com personagens femininas mais verossímeis em vez das usuais aventuras de "modelos de comercial de cerveja com peitos que desafiam a gravidade e usando biquini".

O problema é que o público tem reclamado. Nunca imaginei que diria isso, mas a industria dos games tem dado demonstrações de ser bem mais progressista do que o seu público. Um exemplo que eu acho bem emblemático disso é a personagem Faith, protagonista do jogo Mirror's Edge de 2008. O jogo em si é muito diferente do comum. É um jogo de Parkour e a ausência de tiros fez muita gente torcer o nariz para o jogo (que é conhecido por ter uma qualidade técnica e visual excelente e ter sido um retumbante fracasso nas vendas. O mundo dos games também tem dessas injustiças). Mas, o ponto que queria chegar é a protagonista. Faith é uma jovem de traços orientais e com um corpo adequado às atividades que executa no game. É uma mulher magra e esguia como uma ginasta, sem grandes exageros. E foi isso justamente que incomodou boa parte dos jogadores.

Olhem essa imagem dela: http://omelete.uol.com.br/images/galerias/mirrors_edge/comparacao.jpg

Na esquerda vcs veem o design original e na direita uma fotomontagem feita por um fã com o intuito de "melhorar" a personagem. O que era uma mulher magra com um olhar grave virou uma peituda com cara de princesinha indefesa (que é tudo que a personagem não é). Há outras imagens desse antes e depois, mas infelizmente não pude localizar. Vale lembrar que esse "melhoramento" foi bastante elogiado pelos gamers em geral.

Um belo dia, Essas imagens chegaram até o chefe do desenvolvimento do jogo, Tom Farrer. Ele deu a seguinte declaração:

"Eu achei isso meio triste", disse o executivo. "Nós levamos bastante tempo desenvolvendo Faith. Era muito importante para nós que ela parecesse humana, que fosse real. Quisemos nos afastar dessa caracterização típica das mulheres nos jogos, onde elas se restringem a peitões e um bundão com biquini de aço. Quisemos dar a ela um visual atlético e forte, mas apenas o suficiente para que ela pudesse fazer as coisas que faz. Quisemos que ela fosse atraente, mas não uma supermodelo. Nossa intenção foi torná-la real. É deprimente que alguém acredite que Faith ficaria melhor se fosse um moleque de 12 anos siliconado. É isso o que essa imagem me pareceu"

Sinceramente, achei esse comentário fantástico. Pra mim ele mostra que a preocupação com a estética feminina pode ser diferente do padrão. Ok, seria melhor se a heroína não tivesse esse dever de ser atraente (e ainda dentro de um padrão questionável do que é atraente, mas ao menos um que é mais plausível), já que ela é perfeitamente auto suficiente no jogo e eles poderiam libertá-la dessa obrigação, mas vamos com calma. Um passo de cada vez.

No fim, é bom e é triste ver parte da indústria do entretenimento (conhecida por ser bastante conservadora) dar um passo à frente e isso ser rebatido pelo público. Será q a indústria vai continuar nessa direção mesmo com as reclamações de sua audiência? Gosto de acreditar que sim mas não sei se isso se sustenta.

Em tempo: essa transformação está acontecendo no ocidente. No Japão as personagens femininas continuam sendo menininhas com peitões usando biquinis de aço. Infelizmente.

Edson disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Edson disse...

PS: Algumas vezes minha prima jogava comigo na locadora e era a única menina presente.

Serge Renine disse...

Eu não entendo uma coisa do feminismo. Por que uma mulher iria querer ser igual a um homem?

As vezes eu acho um milagre que um ser tão maravilhoso como a mulher se case com um homem, um ser absolutamente, arrogante, prepotente, grosso, violento,etc. salvo poucas exceções, é claro.

Um amigo meu dizia: “eu sou a favor de homossexualismo feminino, porque são duas mulheres que fizeram a escolha certa, uma mulher como companheira. Ou, seja escolheram coisa boa.”

A mulher é como musica instrumental. Ela se basta. Não precisa de nenhuma característica masculina.

PS. No passado a mulher poderia invejar no homem a maior força física, pois se precisava dessa força física do homem para o trabalho, que era muito pesado, mas hoje, na era digital, nem isso.

Romulo Pereira disse...

Serge Renine disse...
No passado a mulher poderia invejar no homem a maior força física, pois se precisava dessa força física do homem para o trabalho, que era muito pesado, mas hoje, na era digital, nem isso.


O que as feministas invejam nos homens hoje são os direitos que nós temos e elas não. Simples assim.

Fora a parte de que o sexismo tem o seu caráter opressor sobre os homens também. Sou um homem heterossexual e garanto a você que boa parte dessas características que vc elencou como sendo masculinas não fazem parte de mim. Aliás, é justamente essa cobrança de que homens devem ter determinadas características e mulheres outras que é contestado pelo feminismo.

É por isso que vejo o feminismo não como uma causa das mulheres, mas de toda a humanidade.

Dani Cavalheiro disse...

@Romulo Pereira

Eu vi esse caso da Faith, e achei deprimente. A declaração da softhouse foi perfeita, mas a mentalidade de muitos gamers ainda é, infelizmente, sexista.
Como gamer e feminista, digo que é um universo muito estranho, onde vc é cultuada por ter peitos, mas suas habilidades são ignoradas, e tem sempre um escrotossauro (como diria Lola) pra ser "gentil" e se oferecer pra upar pra vc, ou pra passar por aquele boss...

Eu curto jogos de tiro (estou jogando Star Wars Battlefront, o primeiro e o segundo). Gosto da estratégia, de tomar posições, das perícias que esse tipo de jogo envolve. Mas o quanto eu já não ouvi que eu deveria jogar aqueles joguinhos cor de rosa, tipo Kirby...

O clichezão da princesa que precisa ser salva não é uma coisa totalmente ruim, na minha perspectiva, se for contextualizada. O Link salvando a princesa, por exemplo, tem lógica, pois é um ambiente medieval onde mulheres não possuíam direitos, isso sem falar nas histórias medievais que conhecemos de princesas resgatdas. Não to dizendo aqui que concordo com esse ideal, só digo que acho que ainda é melhor que as peitudas com biquini de aço.

Jane Doe disse...

Post FANTÁSTICO! =D
Também gosto muito de games! Hoje em dia jogo bem menos do que na minha adolescência quando passava hooooras jogando nintendo/PS 1/computador, mais ainda curto bastante, principalmnete os clássicos.
Um dos meus favoritos é o Diablo. No primeiro havia apenas uma personagem feminina - a arqueira "Rogue" (que na minha singela opiniao era a melhor). Na segunda versao, Diablo II já temos a Feiticeira e a Amazona e a extensao tem a imbatível Assassina. Na última versao (que infelizmente ainda nao sobrou dinheiro pra comprar) para todas as classes de guerreiros (bárbaros, magos entre outros) você pode escolher se quer um guerreirO ou guerreirA - achei a idéia fantástica!
Outras personagens femininas dos games sao Jill Valentine e Claire Redfield - Resident Evil - também um dos meus prediletos.
Bom a lista deve ser bem maior, mas essas sao minhas heroínas favoritas dos jogps! ;)

Guimn disse...

Não consegui ler o (gigante) texto inteiro, mas tenho um comentário. Você jogava Battle Toads, um dos maiores clássicos da Nintendo e um dos jogos que gerou a expressão Nintendo Hard.

Isadora C. disse...

Lindo lindo esse post, ahaha Ela falou exatamente o que sempre pensei sobre jogar com uma personagem mulher.. Na verdade, desde que comecei a jogar, minhas lutadoras sempre que possíveis eram mulheres.

Arlequina disse...

Lógico que esse post tinha que sair enquanto eu tô viajando e não dá pra comentar direito =(

http://geekfeminism.org/2011/11/03/quick-hit-sexism-in-games-bingo/

Mas ó, tava atrás da autora do guest post pra passar esse bingo sobre sexismo nos jogos!

♪Sueli Alves♪ disse...

Esses dias eu vi uma imagem (cujo não estou encontrando agora) que representa bem esse machismo em especial nos desenhos orientais: Um mictório com personagens femininas de animes. Essa coisa do traço extremamente sensualizado com rosto infantil me incomoda profundamente.

Anônimo disse...

uma vez... faz tempo isso...heheh
eu entrei num fliper para jogar street fighter... os caras que ficam
rodeando.. me olhavam com cara de
ah... vai morrer na primeira fase e cair fora...
as fases passavam e eu ganhando..
ai um virou e falou> ah ela é viciaada! kkkkkkk
tinha que rir mesmo.

Anônimo disse...

''Eu não entendo uma coisa do feminismo.
Por que uma mulher iria querer ser igual a um homem?''


Oh my jesus crhist!!!!

o velho papo clichesão de que mulher quer imitar o homem?
500 anos aqui no blog da lola ainda com essa
conversa? pelo menos vc le o que ela escreve ?

''homem, um ser absolutamente, arrogante, prepotente,
grosso, violento,etc. salvo poucas exceções, é claro.''

seu conceito de homem também é bem deturpado...
homem para ser homem tem que ser o que vc descreveu...? credo!
isso é um aninal de teta, não homem.

Anônimo disse...

Oi Lola, também sou fã de games. Cresci numa época em que os video games existiam em casa por que eu tinha irmãos homens e sempre via aqueles jogos que não eram 'bons para meninas'. Vejo que isso hoje mudou muito, existem jogos específicos para meninas que vão desde um bomber man feminino até histórias completamente novas feitas para atender as moças.
É bem legal ver que as coisas mudaram, mas o melhor é ver que meninas que cresceram no mundo dos games jogam 'jogos de meninos' tão bem quanto os rapazes.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Em relação a representação de mulheres guerreiras, lembrei que, realmente, nas poucas vezes na minha infância em que gostei de algum jogo de luta, eu escolhia alguma das poucas personagens mulheres. Mas lembrei mais ainda de Senhor dos Anéis, que é uma trilogia com heróis predominantemente masculinos, nunca li os livros, um plano para quando eu tiver tempo (é, eu sei, tempo é um mito, mas eu vou postergando, algum dia eu leio), mas a cena dos filmes que mais me marcou, foi a em que a Éowin mata o rei feiticeiro, foi uma cena linda, eu devia ter no máximo uns 13 anos quando vi "O Senhor dos Anéis e o Retorno do Rei", no momento em que ele fala algo como "Nenhum homem vivo pode me matar" e ela tira o elmo, mostrando o rosto, e responde "Eu não sou um homem!" e mata ele, eu grudei no banco do cinema, prendi a respiração e virei fã eterna dessa personagem.

Lord Anderson disse...

Eu tb era mega fã da Xena.

Tinha momentos tensos, ternos, e muito humor rasgado, rs.

E para quem gostava eu recomendo uma serie chamada Lost Girl.

Tb tem uma dupla de protagonistas femininas e muitas criaturas sobrenaturais.

Não é espetacular ,mas é bom para quem procura um divertimento descompromissado.

Fefa disse...

Lola, excelente!!! Mas posso deixar um destaque para uma heroína de filme que eu considero uma quebra de padrão?

Subtenente Ripley, de Allien, o oitavo passageiro. A Sigourney Weaver, durante muito tempo, resumiu tudo que eu queria ser, uma destemida! rs

bjs

Gabi Ribeiro disse...

Também sou uma mulher apaixonada por jogos e coisas nerds. Gostei muito do texto, mas senti falta de você falar mais sobre a sexualização excessiva das mulheres nos jogos. Existem vários jogos que você não tem a opção de "não ser sexy", que todas as roupas ficam curtas ou muito coladas. Eu mesma várias vezes quis jogar com uma personagem mais sóbria e não consegui. Na minha perspectiva essa falta de opção se configura como machista também. Me soa algo como "uma mulher só pode participar se for sexy". Sou jogadora de MMORPGS, já joguei mais de 7 diferentes, e de todos esses conto 1 ou 2 que tinham a opção de fazer uma personagem não-sexy.

Amanda Gonçalves disse...

Isso me lembrou muito a minha infância. Eu costumava passar quase todos os domingos na casa da minha vó e brincava com meus primos, um pouco mais novos que eu. Entre as brincadeiras "de menino" estava o video game. Sempre que jogávamos esses jogos de luta, eu escolhia mulheres e eles ficavam irritados comigo dizendo "por que você só escolhe mulher? as mulheres do jogo são muito ruins" e me irritava e dizia "eu sou menina, e vou jogar com mulher". Quando eu ganhava eles diziam "aaah, eu deixei você ganhar". Sempre que penso nisso eu vejo que eu sou feminista desde que me conheço por gente!

Daniela M. disse...

Parabéns, Ana! O universo dos games ainda conserva muitos preconceitos sexistas, mas as coisas irão melhorar. Acredito que hoje existam mais meninas gamers e mais mulheres decididas a adentrar no mundo da ciência da computação e áreas afins.

Há quinze anos, ganhei de presente de natal meu primeiro videogame e foi o melhor presente de todos! Jogar em casa com as/os amigas/os era tranquilo, mas sentia falta de gurias nas locadoras, em que meu primo e eu íamos jogar videogames que não tínhamos.

Adorava a Chun-Li do Street Fighter II, não perdia um capítulo de Cavaleiros do Zodíaco (gostava da Shaina de Cobra) e também adorava assistir ao seriado Xena no SBT, hehe.

Hoje, o tempo pra jogar está curto, mas vou dar uma olhada nas sugestões.

Danilo disse...

Ótimo post. Tenho uma preferência por personagens femininas em jogos, apesar de não haver muitas.
Não tem como falar desse assunto sem falar da Lara, e não vejo problema em ela ser gostosa, fica claro que é pra atrair o público masculino, mas no final o que chama atenção na personagem não é isso. E estou bastante ansioso pelo próximo jogo da série, que pelo jeito ela não vai ter nenhum apelo sexual.
Gosto da Alice (não joguei o Mcgee's, mas o Madness Returns eu achei maravilhoso). Mirror's Edge é bem legal, mas o fato de ser em primeira pessoa, as vezes me fazia esquecer o sexo da personagem.
Uma personagem que me decepcionou um pouco foi a Catwoman em Batman Arkham City (sensasional, btw). Achei ela um pouco forçada (Muita coisa nela envolvia sexo)a participação dela foi meio curta, sem contar os poucos gadgets. Mas foi bem legal ela [spoiler] ter salvo o Batman em um momento do jogo e ela luta tão bem quanto o Batman, na verdade achei bem melhor.
Uma outra coisa que acho legal, é que nos últimos jogos de Super Smash Bros, a princesa Peach é uma personagem jogável, e ela chuta bundas pra valer! É divertido ver uma personagem que sempre foi vista como frágil em ação.
Vou pesquisar suas dicas, pra ver se algum jogo me interessa, pelo fato de terem protagonistas mulheres, já interessou, agora quero ver como gamer. hihi

Letícia disse...

eu gostei muito do guest post, mas minha empatia com o tema "games" é quase nula... como eu não vejo graça na ação, velocidade e violência que estão sempre presentes nesses jogos de "heróis", tb não consigo achar muita vantagem em ver um corpo feminino desempenhando esses papeis, pq a personagem está agindo conforme o estereótipo de "comportamento masculino", que não me atrai nem um pouco. claro que não tiro o mérito das "heroínas" e imagino que elas devam representar coisa boa pras mulheres (e homens) que se identificam com esse "padrão"...

sabe o que ia ser mais legal ainda? personagens masculinos nos jogos tipicamente "femininos"! seria um puta matador de preconceito poder maquiar um menino, em vez de uma menina. :)

Letícia disse...

ah, esse site (http://eschergirls.tumblr.com/) denuncia as deformações feitas no corpo de personagens femininas de desenhos pra fazê-las parecerem mais "sexy".

nikky disse...

Taís,
"Acho que a mensagem passada no vídeo era exatamente isso. Não era essa a questão criticada pelas garotas, sobre os critérios usados para julgá-las por ser mulheres, e não pelas suas habilidades? O vídeo é bem direto nesse aspecto. Ao menos, pela maneira que pude interpretá-lo."

Olha, eu acredito que o video seja sobre isso também, mas eu não concordo com a forma que elas fazem, sabe? Meio "olha, eu sou garota e jogo video game, olhem para mim!" um jeito que mais quer chamar a atenção do que se auto-afirmar como um outro game player qualquer. Pode não ser o caso dessas gurias, mas já vi muitas (muitas muitas) garotas que se intitulam "gamer girl" mas no máximo dos máximos só jogam pokémon, e olhe lá. Então, pra que falar algo que não é? Só pra chamar atenção de garotos? Ok, mudei um pouco de assunto, mas acho que deu pra entender né haha desculpa se te ofendi ou qualquer coisa assim :(

E tinha me esquecido da Faith de Mirror's Edge... Deve ser porque tu joga com um ponto de vista em primeira pessoa.

Mas falando sobre as mulheres "coadjuvantes" nas historias, eu acho que o sexismo tá mudando... aos poucos, ao menos. Por exemplo, Uncharted: Elena é magra, loira dos olhos claros, mas ainda assim não é peituda nem nada - é meio tábua até. E não é uma donzela em perigo. Ela ajuda o Nathan (personagem principal), e muitas vezes é melhor que ele. Em Uncharted 2 aparece a Chloe e eles tem meio que um retrocesso (ela é a donzela em perigo, e tem um corpo com um quadril absurdo na minha opiniao), mas ainda acho válido a "tentativa" deles no primeiro jogo.

Outro jogo com mulher como protragonista: Resident Evil 2 e Resident Evil: code Veronica. Ok ok, tu pode jogar como o Leon no RE2 também, mas sinceramente, nunca joguei como ele. E diferente da Jill em RE3, a Claire não usa nada "apelativo" em ambos os jogos, não que eu me lembre ao menos.

Gabriele,
"Isso tudo me lembra os anos 90, quando eu não tinha game em casa e frequentava aquelas "locadoras""

Eu frequentava as locadoras quando tinha um nintendo 64 (que eu vendi logo depois por um preço extremamente barato, porque era pobre até pra alugar jogos, meus pais não sabiam de video game na época, e eu muito menos ainda), lembro que juntava meus centavos e ia lá só pra pegar um jogo: Super Mario 64.

Os anos passaram e eu parei de frequentar as locadoras, comprei um PS2 e a pirataria rolou solta.

Ana Cristina Moter Pereira disse...

Falou em Lara Croft, e cá estou! Minha Idola! Ótimo guestpost!!

Talita Figueiredo disse...

Alguém mencionou a Ripley de Alien e eu pensei: ISSO!
Nossa! Ela é o máximo!
Ela tinha uma certa sensualidade, reparem que há vários momentos na trilogia em que ela fica de blusinha regata sem sutiã. Mas é uma sensualidade bem sutil, e que celebra uma heroína fora do padrão "Peitão, cinturinha, quadrilzão".
Ripley tem cabelos curtos, seios pequenos, ombros largos, é maternal, inteligente, ética, sexy e forte.
Um ótimo exemplo de uma boa representação feminina num universo de filmes de ação. Pena que há tão poucos exemplos como o dela.

Beatriz disse...

Amo demais a Ripley e a Sarah Connor

Lucas disse...

Só reafirmando:

Ripley rulez!

Tutosdedesenho disse...

nikky,
"Pode não ser o caso dessas gurias, mas já vi muitas (muitas muitas) garotas que se intitulam "gamer girl" mas no máximo dos máximos só jogam pokémon, e olhe lá. Então, pra que falar algo que não é? Só pra chamar atenção de garotos? Ok, mudei um pouco de assunto, mas acho que deu pra entender né haha desculpa se te ofendi ou qualquer coisa assim :("

Olha, esse ponto que você tocou eu tenho meus questionamentos. Quero dizer, que pré-requisitos uma pessoa precisa ter pra ser chamada de "gamer"? jogar coisas hardcore? casuais? no PC? console? Pokémon é muito apreciado (ao menos, as versões mais antigas, segundo depoimentos de amigos) e jogado até mesmo quem gosta de coisas mais "hardcore" (definição bastante vaga pra um jogo), então qual o problema de uma guria curtir só pokémon? Não gosto muito das exigências típicas dos que se auto definem de gamer hardcore e tento encontrar um ponto de equilíbrio que torne a questão justa, mas ainda não consegui e sempre fico em dúvida quanto a isso.

E também, eu não sei quantas garotas que não gostem de videogame fingiriam gostar só pra se sentirem apreciadas pelos nerds (e ainda mais se for levar em conta o estereótipo de gordo tetudo ou magérrimo e vesgo). Se tem muitas ou não, eu realmente não sei. Nunca vi uma garota assim por experiência própria.

E calma, você não ofendeu ninguém, eu só quis expor meu ponto, desculpe se pareci rude =P juro que não era intenção ser agressiva ok?

Laulau disse...

Jogo video-game desde os 3 anos de idade(tenho 23).Passava horas e horas jogando,e sempre quando podia escolhia personagens femininos para que me representassem.
Porém hoje em dia não jogo mais,não porque enjoei e sim porque os consoles e os jogos são muito caros e no momento não tenho condições de comprar.
Entretanto passei a jogar pelo computador baixando jogos.Estou sempre jogando os mesmo,mas gostaria de ter mais pra me divertir.Porque sempre encontro 2 problemas que me impeçam de jogar mais: ou o jogo não é compatível com as configurações do computador ou só acho jogos escuros,com cenários feios,fechados e violentos,ou seja,feitos para o público masculino.
Isso me frusta bastante e acabo muitas vezes jogando o The Sims em que tenho total liberdade de criar mulheres da maneira que eu quero,sem a necessidade de serem frágeis ou erotizadas. É melhor do que nada.

Só uma observação: Alguém aí comentou sobre o CDZ a qual eu também sou fã,e mesmo que seja um desenho feito para meninos sempre achei curioso o fato de muitas meninas serem fãs. A coisa é tão forte que CDZ é um dos maiores(se não é o maior)desenhos japoneses representantes do estilo yaoi.
Pra quem não sabe,yaoi é "um gênero de publicação que tem o foco em relações homossexuais entre dois homens e tem geralmente o público feminino como alvo."(Wikipédia).
Não que o criador do desenho tenha feito casais homossexuais(até onde eu sei),mas por ter vários personagens masculinos,musculosos,fortes e cheios de honra(a lá idade média),CDZ acabou caindo nas graças da mulherada.E muitas fãs começaram a criar casaizinhos baseados no enredo da história.Mas isso não explica tudo.
Então descobri que quando resolveram transformar o mangá de CZ em desenho animado(no Japão a coisa funciona assim: se um mangá ou game faz muito sucesso,vira desenho animado,chamados de animes),tiverem a ideia de contratar não só desenhistas homens mas mulheres também,para que desenhassem os personagens com traços de "homens bonitos" por assim dizer,para atrair não só o publico masculino,mas o feminino também.

Nina Caetano disse...

amei esse guest post, lola e quero dar meus parabéns à ana! tenho um menino que ama jogos e, sendo feminista, busco torná-lo crítico em relação às representações da mulher em nossa sociedade machista. o post veio bem a calhar. ele, inclusive, já tinha visto o vídeo que você linkou e comentado comigo.

Anônimo disse...

acho que vão gostar desse blog aqui
http://blogs.pop.com.br
nerd and geek...

Fabrício Soares disse...

Games por muito tempo tiveram mulheres em segundo plano, sempre seguindo padrões estranhíssimos. A série clássica do Mega Man tinha a Roll, sempre representada como uma doméstica e muitas vezes segurando uma vassoura (WTF) como arma! http://static.gamesradar.com/images/mb/GamesRadar/us/Games/T/Tatsunoko%20vs%20Capcom%20Ultimate%20All%20Stars/Everything%20Else/Character%20Bios/Update/rollnew--article_image.jpg

E tem também a Leena do Chrono Cross, que lutava utilizando utensílios domésticos, como panelas! http://chrono.lunar-net.com/cc/cross/characters/leena/model2.jpg

E alguns jogos como Resident Evil sempre tiravam a capacidade das personagens femininas de acessar determinados lugares, manusear certas armas e sobreviver a certos puzzles (como se o homem fosse mais inteligente nesses momentos!). Quem não lembra da sala em que você remove a arma e ao sair, o teto começa a descer; com a Jill, nessa parte, ela fica nervosa e precisa que o Barry venha ajudá-la. Mas se você jogar a mesma parte com o Chris, conseguirá voltar e colocar a arma no lugar e parar a armadilha. Vale lembrar que a Jill também é muito mais frágil que o Chris, morrendo facilmente em certas partes.

Tenho que concordar com muitos que explicam o preconceito pela maioria dos games serem japoneses, tradicionalmente machistas. É o que soa mais plausível para mim.

Fica aqui a dica de um excelente podcast sobre o lado feminino do universo gamer. http://jogabilida.de/2010/11/round-89/

Abraços!

Anônimo disse...

Confesso que foi uma bela surpresa esse post pra mim.. Também sou nerd-gamer-feminista e também passei por todo esse trajeto de procurar jogos (dentre outros como filmes, etc) em que a mulher não era uma simples donzela de vestito rosa indefesa, mas confesso também que os jogos com mulheres como protagonistas não são meus favoritos - sempre faço mulheres em MMO'sRPG ("Massive multiplayer Online Role-Playing Game" - ou seja, jogos com um monte de gente fingindo ser herói) e RPGs de mesa, mas só.
Enfim, eu tenho aquela crítica de sempre, que as mulheres são vistas como obejtos sexuais nos jogos, usando poucas roupas e seus atributos avantajados pra angariar consumidores (de quadrinhos, jogos, séries, etc) e que, mesmo quando elas são poderosas, aidna são de alguma forma subservientes, vai aqui um link de um artigo que gostei muito:
http://revistacmc.espm.br/index.php/revistacmc/article/viewFile/131/127

Por outro lado, acho que este é um belo começo para sairmos do nosso velho lugarzinho, um incentivo à meninas começarem a gostar dessas nerdices (que acho fantásticas e bláblablá) e também para os homens começaram a nos ver como mais independentes e tal - embora a maioria esmagadora dos homens que conheço gostam de protagonistas por elas serem gostoas e só.. mas uma coisa de cada vez, né? (creio eu...)

Annah disse...

Nossa, quanta coisa no meu artigo! que emoção! :D

Lola querida, muito obrigada por ter postado meu artigo em seu blog, estou muito feliz mesmo!
Li todos os comentários, que legal! =D
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Falaram de Pokémon aí! Poxa, Pokémon é super legal! Clássico da nintendo! Quem não jogou ainda, tem que pegar um emulador de GBA e jogar a versão Red!
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Laulau: haha yaoi de CDZ é mara! *_* Tenho umas amigas que fazem artes lindas!
Bom, se você não gosta muito de jogos fechados, recomendo para você RPGs de PC como Vampire: The Masquerade (joguem bloodlines!) Fable 3 (a protagonista mulher é bem legal, das poucas de RPG que não é supersexualizada e o enredo do jogo é bem interessante) e Dragon Age: Origins (esse eu estou jogando agora, é muito, muito bom! - um dos temas é preconceito)
Eu gosto bastante de jogos de terror (joguem Amnesia: The Dark Descent - não conheço uma pessoa que não tenha ficado com medo verdadeiro desse jogo - você nunca mais verá o escuro da mesma maneira!) e FPS, mas entendo que tem gente que prefere outros estilos.
-x-
leticia: eu gosto muito de tudo que o Neil Gaiman escreve. Tem o arco "casa de bonecas" (se não me engano) de Sandman, que achei bem feminista. E tem as minisséries com a Morte, que é uma personagem muito legal e carismática. :)
-x-
nikki: interessante vc falar dos jogos de survival. Citei aqui o Amnesia:TDD e o protagonista é um jovem arqueólogo no século XIX. Algo interessante sobre a reação dos jogadores é que muitos homens reclamaram que o personagem não é fortão, não usa armas, não tem como vencer as criaturas que assombram o jogo, etc. - basicamente houve uma reação negativa quanto ao fato de terem feito um personagem sem capacidades sobre-humanas, que só usa raciocínio (tem vários quebra cabeças ao longo do jogo) para sobreviver.
Concordo que tem muita gente que faz muito "big deal" do fato de existirem garotas que jogam. Acredito que a questão seja que as pessoas parassem de ver isso como algo diferente, apenas que jogos são um tipo de entretenimento que qualquer pessoa pode jogar e, por isso, não deviam focar em apenas um único público!
-x-
Sei que tem muitos RPGs que tem a opção de escolher ser homem ou mulher (e sou uma nerd terminal que tem a necessidade de jogar rpgs de computador - joguem Fallout, o antigo, aliás! Melhor jogo EVER), mas preferi focar em jogos em que as protagonistas sejam mulheres.
No caso de jogos em que há opção, diria que o problema, como muita gente falou, é que o protagonista homem é considerado "o padrão".
-x-
Nébs Kaori: é, em geral os mmos dão bastante opção. eu costumava jogar prinston tale e flyff, mas parei porque era muita moenda e pouca história! - acho que esses jogos são legais pela interação com várias pessoas. É bacana sair caçando com um grupo de amigos. :)
Se quer algo diferente, tenta Terraria. Dá pra jogar com seus amigos por via de IP. Você sai explorando o mundo e caçando, recolhendo itens para construir sua própria cidade e abrigar os npcs. É tipo um minecraft com mais itens.
-x-
Ah sim! desculpem-me se deixei de citar algum jogo ou de falar algo! percebi que o artigo ficou bem longo para o padrão de blog - e olha que eu tive que selecionar muita coisa, porque percebi que realmente a representação de mulheres nas mídias de entretenimento é um assunto para páginas e páginas!
-x-
E acabei quase fazendo um segundo post aqui. ^^
Obrigada a tod@s!

Rafael Levi disse...

Post muito bom. Se bem que tenho ouvido mais desagrados do que felicitações por terem mais mulheres nos games, porque elas ainda não puros fantoches sexualizados sem significado nenhum na maioria das tramas. Mas concordo com alguns casos de que elas são exemplos de mulheres ganhando território no mundo dos games.

Muito triste o que aconteceu com a faith T.T Ela tava mais daora antes. Se bem que eu sou suspeito para falar, eu acho muito bonito peitos pequenos...

Concordo com o ponto de vista de que os exageros nas mulheres nos games contra-balanceiam com os exageros dos homens, poucos posts sobre o assunto levam isso em conta. Mas a sexualização de todas personagens femininas é que é zuado.

Gabriel Nantes de Abreu disse...

Sobre a comparação de que Homens e mulheres são igualmente tratados como modelos de físico eu sou obrigado a discordar 100%.

Na maioria dos casos a personagem feminina independente de protagonizar ou ser coadjuvante do jogo/comic tem que ter um corpo incrivelmente sexy, como tudo a que o fanboy tem direito.

No caso dos homens a lógica é bem diferente, a idealização fica por conta do poder.

Basicamente: Eu sou um super-heroi. Enfrento super-ameaças, super-vilões, nada mais lógico do que eu acabar desenvolvendo super-musculos.

Eu sou uma super-heroina. Enfrento super-ameaças, super-vilões...e tenho super-seios,super-bunda,e super-carinha de anjo...?

Sem comparação né gente...=/

Annah disse...

Gabriel Abreu: concordo plenamente. Também acho que a sexualização das mulheres em jogos é exagerada, cruel e, sem dúvidas, desnecessária, mas estava comentando da minha perspectiva de quando jovem.
Eu pensei em entrar no assunto da sexualização no guest-post, mas já tinham discutido esse tema nos comentários de outros posts da Lola e como é um assunto que rende bastante, resolvi falar principalmente da presença feminina, tanto como personagens, quando como jogadoras e desenvolvedoras. E como as "heroínas de ação" representam expectativas feminas quanto ao própio papel perante a sociedade: se um menino pode sonhar em ser um astronauta, não é justo que uma menina não possa ter o mesmo sonho. Não é justo que, em um cenário de jogo, as mulheres e meninas sejam obrigadas a verem-se sempre como princesinhas.

Claro que é lamentável que, com frequência, a única maneira de por uma personagem lutando em um jogo, é vestindo ela com uma langerie. Creio que isso tenha a ver com os times de marketing e desenvolvimento do jogo fabricarem em uma lógica de "lucro fácil", focando-se no público masculinos supostamente majoritário e fiel. E, de fato, será que não haveriam mais mulheres consumindo jogos se houvessem heroínas para elas, ao invés de heroínas para alimentar as fantasias de fanboys?

Obrigada pelo comentário, você tem razão. :)

LuckNyu disse...

Olá..., bom creio que o mercado de games hoje em dia esta dando um grande espaço pra mulheres. Pra ter ideia a primeira mulher em games foi a "Samus" de Metroid e só erá revelado que erá uma mulher no final do game.
Acho que os primeiros jogos que apareceram as mulheres em roupas femininos mesmo foi StreetFighter a conhecida Chun-Li, Bare Knucles a linda e cobiçada Blaze.
Hoje em dia temos vastos titulos em que a personagem principal é mulher, como você citou e que eu amo de coração "BloodRayne", P.N.03, Silent Hill, Resident Evil e nooussa como resident tem personagens femininas ^^ exemplo a minha heroína JILL.
O Mercado de games antes lhe dava a opção de escolha de 1 mulher, hoje ah games que tem mais mulher do que homem, e na boa des de criança, sempre preferi pegar a personagem feminina, nunca curti o masculino, sério nunca vi graça em jogar com homem mesmo eu sendo um
E as vezes brinco (Olha personagem homem foi feito pra menina jogar a personagem feminina é pros meninos jogarem) kakaka...

Renato Corrêa disse...

Metroid, cara, Metroid!

Na série Metroid, tem outra personagem "mulher": Mother Brain, a última chefona. Ops, tem mais uma: a Metroid Queen.

Mesmo que seja um jogo centrado em personagens femininas, os jogadores - por mais machistas que possam ser - nem ligam pra isso. O ambiente e a jogabilidade são excelentes.

Dizem por aí que o sonho de qualquer homem gamer é ter uma namorada gamer. E que ela jogue pra vencer e tenha um bom nível de habilidade nos jogos, pois tem muita falsa gamer que joga só pra ser popular entre os garotos e isso é muito chato.

Raíra disse...

Lola, sou feminista, ateia, e sua leitora. Faço ciências sociais, mas enfatizo as pesquisas em antropologia, e uma das recentes pesquisas que fiz foi no MMORPG World of Warcraft, no qual pesquisei interações, representações e gênero no jogo.

Tassiana disse...

Post antigo, mas acho que vale a pena mencionar outra personagem do mundo nerd que ganhou a admiração dos machões, a Michonne dos quadrinhos The Walking dead. Mulher e negra, extremamente habilidosa e inteligente. Fiqueki surpresa (e feliz) por esse boom dela.

Marcus disse...

Só para lembrar que em CdZ a Saori pode até sempre ser a "protegida", mas é ela quem vence TODOS os 'chefões' da série, pelo menos no mangá (Saga de Gêmeos, Poseidon e Hades). Juro, pode procurar, o último golpe SEMPRE foi desferido por ela.

Anônimo disse...

Apesar de ser um post antigo, me lembrei de um jogo de 1999 que muito curti e joguei, em que a protagonista é uma mulher(não erotizada) e negra.

http://en.wikipedia.org/wiki/Urban_Chaos