sexta-feira, 22 de março de 2019

UMA VISITA À CASA DE ANÍSIO TEIXEIRA

Rozânia, eu e Fernando na Casa Anísio Teixeira

Sexta passada estive em Caetité para uma aula inaugural de mestrado na Universidade Estadual da Bahia. Foi tudo ótimo. 
Uma das coisas que mais gostei da minha viagem de dois dias ao sertão baiano foi a visita à Casa Anísio Teixeira. Aprendi muito não só sobre este grande educador, mas sobre a vida na primeira metade do século XX. Por exemplo, Caetité (que eu já falei que ficava no sertão?) era FRIO na época. O pessoal usava casaco dentro de casa. Mudou com o aquecimento global.
Outra coisa que aprendi é que o educador Anísio Teixeira, grande defensor da educação pública e gratuita, foi morto pela ditadura militar, em 1971, quando era reitor da UnB. Seu corpo apareceu no fosso de um elevador no prédio de Aurélio Buarque, seu amigo, no Rio. A Comissão da Verdade foi encerrada antes que se chegasse a um veredito definitivo.
A casa de Anísio Teixeira e família, embora tombada, estava abandonada, caindo aos pedaços. Tinha um bar no térreo e só. Foi um grupo de professoras aposentadas que batalharam para que a casa fosse transformada em patrimônio histórico e museu.
Aprendi tudo isso com Fernando (na foto acima, ilustrando o post), que trabalha lá na Casa há dezoito anos. Perguntei pra ele se ele começou a trabalhar lá com 3 anos, mas ele avisou que já está pra fazer 38. Está tão acostumado que se abaixa automaticamente ao passar pelos batentes e lustres. Anísio Teixeira media 1m60. Naquela época, não existiam pessoas do tamanho do Fernando.
Agradeço muitíssimo à professora da Uneb e agora mestranda Rozânia, que me levou pra conhecer a Casa. 
Lolinha fora da prisão
E também lá pertinho há um importante arquivo da cidade. Na construção ficava a ex-Câmara de Vereadores de Caetité e também uma prisão. Rozânia lembrou de elementos imprescindíveis no centro de uma cidade: uma praça central, uma igreja, uma Câmara de Vereadores, e uma prisão. Eu nunca tinha pensado por esse ângulo.
Portanto, pessoas lindas, quando forem a Caetité, ou mesmo quando estiverem mais ou menos próximas (tipo em Vitória da Conquista, terceira maior cidade da Bahia), não deixem de visitar a Casa Anísio Teixeira. E peçam um guia.
Lolinha dentro da prisão, onde há hoje um grande arquivo da cidade

9 comentários:

Luise Mior disse...

Que dicas interessantes querida Lola! Tentarei ir quando estiver na Bahia. Maravilhosa ♥️ Se cuida e bom fim de semana ;)

Lara disse...

Gente, vcs conhecem a série One Day a Time da Netflix? É uma série progressista, que acompanha uma família cubana que vive nos EUA, fala muito bem sobre machismo, preconceito contra imigrantes e LGBT de uma forma bem leve e didática. Estou falando nela por que fiquei confusa, em um episódio um personagem chamado Scheineder, que é canadense e rico por isso não entende nada de preconceito, aparece com uma camisa do Che Guevara na casa dos cubanos, eles se ofendem e dizem que isso é o mesmo que ir numa família judia com uma camiseta de Hitler. Isso é verdade? Os cubanos realmente pensam assim de Che Guevara?

Madre Sativa disse...

Claro que Não é verdade. Basta pensar que toda produção americana quando mão manipula descaramento, faz com ares de "liberal", ando bastante enojada com a Netflix. É só começar assistir filmes asiáticos que logo perberá quem é vilão. Agora essa sobre o Che foi demais ...

Madre Sativa disse...

Outra coisa, se a familia vive no EUA, é pq são capitalistas. Assim como os 120 médicos desertores do mais medicos, que trouxe para cá uns 8.000 médicos. Família cubana progessista no EUA? Isso parece a democracia hibrida da Tailandia, fala serio esses caras querem tudo mesmo. A progressista - imperialista indústria de filmes, eternos assaltantes de cultura, alienam o mundo como a redebosta aqui no Brasil. Acho estranho e bipolar, a familia detesta Che! E são caracterizados descaradamente capitalistas. E o riquinho, branco e canadense faz a piada, afinal nós latinos somos sempre a piada de mal gosto.

Unknown disse...

Lola por favor vem pra universidade estadual do sudoeste em Jequié Como tá sua agenda? Diz pra gente por favor.

Lola Aronovich disse...

Luanda, me manda um email, por favor: lolaescreva@gmail.com
Minha agenda está bem agitada, mas podemos conversar. Fico mais próxima da Bahia quando estou em Maceió. Aí fica mais fácil ir pra Jequié!

Felipe Roberto Martins disse...

Viva ao Anísio! Tão necessário nos atuais tempos.

Anônimo disse...

Lindo post, Lola! Obrigada pelas informações. Vontade de visitar a casa dele também!

Emerson Tadeu disse...

Você esteve tão pertinho e eu não fui te ver. Parabéns pela luta, Lola!