quarta-feira, 12 de setembro de 2018

AINDA O PADRÃO DUPLO PARA CUIDAR DE BEBÊ

A Kasturba, uma das comentaristas mais queridas aqui do blog, me mandou este email:

Oi Lola, tudo bem?
Amo seu blog, e leio quase diariamente, apesar de ultimamente não ter tido muito tempo para comentar. Sou também uma grande fã sua!
Bem, há alguns meses eu contei nos comentários do blog que estou grávida. Agora já estou na reta final da gravidez (na verdade o bebê pode nascer a qualquer momento a partir de agora), e estou escrevendo para contar três fatos que ocorreram recentemente e que tem a ver com essa fase que estou passando. Não é nada muito grave, e também não é nenhuma novidade (nada que todas nós, feministas, não saibamos há muito tempo), mas de toda forma achei interessante destacar.
Como eu também já contei algumas vezes no seu blog, eu e meu marido somos ambos militares. Estávamos achando que a licença paternidade fosse de 20 dias, mas descobrimos recentemente que para as Forças Armadas ainda são apenas 5 (parece que já passou pela Câmara e agora está no Senado para ser aprovada a alteração de 5 para 20 dias, mas com a iminência do meu parto, não vamos chegar a gozar esses 15 dias a mais). Quando meu marido foi se informar sobre isso em seu quartel, acabou iniciando uma conversa com alguns colegas sobre o assunto. Durante essa conversa, ocorreram dois dos fatos que eu queria te contar.
Primeiro fato: Um dos colegas disse que era contra esse aumento de 5 para 20 dias na licença, pois 20 dias são quase um período inteiro de férias, e não existe motivo nenhum pra um homem "ganhar" férias de presente porque nasceu um filho, já que ele não vai poder fazer nada mesmo, e ficaria em casa à toa... Ou seja, o cara realmente não consegue imaginar que um homem seja capaz de trocar fralda, dar banho, colocar pra arrotar, fazer dormir, segurar no colo, ou qualquer umas das mil atividades que cuidar de um bebê exige e que pode ser realizada por qualquer adulto (XX ou XY) com as faculdades mentais normais -- lembrando que a única atividade que é exclusiva da mãe é a amamentação. 
Ou, ainda que o cara tenha algum tipo de transtorno, bloqueio ou fobia e não consiga se aproximar de um bebê, também não passa pela cabeça do colega que o pai pode ser útil fazendo as demais tarefas domésticas que não sejam relacionadas ao bebê (como cozinhar, lavar roupa, lavar louça, limpar a casa, etc) para que sua esposa tenha tempo suficiente para se dedicar aos cuidados que um recém-nascido exige.
Segundo fato: Um outro colega disse que preferiria que não acontecesse essa alteração, já que ele prefere ir para o quartel do que ficar em casa "ajudando" a cuidar do bebê, pois recém-nascido dá trabalho demais, e o expediente no quartel é mais tranquilo.  Embora esse não seja tapado como o primeiro, e consiga pelo menos admitir que existe, sim, trabalho com o bebê que pode ser executado pelo pai (e muito), em contrapartida é preguiçoso, egoísta e cara de pau o suficiente para admitir que não deseja executar tais trabalhos, e, obviamente, prefere deixar que a esposa recém-parida assuma toda a carga sozinha.
Não consigo decidir quais dos dois casos é pior: se o primeiro, idiota a ponto de não vislumbrar uma maneira de dividir as tarefas com a esposa sobrecarregada com a chegada de um recém-nascido, ou se o segundo, egoísta a ponto de preferir se ausentar e deixar toda a carga sobre os ombros da companheira.
De toda forma, não preciso nem conhecê-los para ter convicção que ambos são daqueles homens que adoram arrotar que "mulheres tem privilégios, como licença maternidade de 6 meses, enquanto os pobres coitados dos homens só têm 5 dias" ou "mulher tem que ganhar menos mesmo, pois se engravida fica 6 meses em casa sem fazer nada e o pobre coitado do empregador pagando". Adoram distorcer os fatos, dizendo que somos as "privilegiadas" e só queremos direitos, quando, na realidade, somos nós que ficamos sobrecarregadas tendo que assumir praticamente sozinhas os cuidados que um bebê traz, e eles nem sequer se mexem (e nem desejam se mexer) para mudar essa realidade e participar mais dos cuidados com os próprios filhos.
E o terceiro fato foi algo relacionado diretamente com meu marido, que me surpreendeu negativamente, embora não tenha sido uma surpresa tão grande assim. 
Antes de contar o que houve, queria dizer que meu marido é um companheiro muito bom pra mim (muito melhor do que a grande maioria dos trastes que vemos por aí). Em casa, dividimos as tarefas de verdade: louças são responsabilidade dele (eu apenas uso e deixo suja na pia) e roupas são minha responsabilidade (ele apenas usa e deixa suja no cesto). 
Nem eu preciso cobrá-lo de lavar a louça, nem ele precisa me cobrar de lavar a roupa.
Temos faxineira semanalmente para fazer o resto da limpeza, mas as tarefas eventuais (sujeiras espontâneas que aparecem frequentemente porque temos cachorro, ou outra coisa assim) são realizadas prontamente por quem primeiro verificou a necessidade de realizá-la. 
Outras tarefas como levar cachorro pra passear ou ir ao mercado, normalmente fazemos juntos, mas se um dos dois está muito cansado, o outro faz sozinho sem nenhum problema. Resumindo: somos dois adultos morando juntos, ambos temos consciência da nossa responsabilidade na manutenção da limpeza e conforto da casa, e nenhum explora o outro. Uma convivência normal e baseada no bom senso, que deveria ser o padrão, mas que infelizmente ainda é um tipo de exceção, pois em geral homens não estão dispostos a se comportarem como adultos (e homens como o meu marido são considerados "maridos exemplares" e semi-deuses).
Falei tudo isso só pra dar uma ideia de como é meu marido e nossa relação, antes de contar o que houve.
Bem, o fato que quero relatar é o seguinte: Estávamos conversando sobre o que faríamos após a minha licença maternidade acabar. Como nosso horário no quartel é diferente do que a maioria dos outros locais de trabalhos (nosso expediente tanto da manhã quanto da tarde começa mais cedo que a maioria dos lugares), ainda não consegui achar nenhuma creche para crianças menores de 2 anos em que possamos deixar o bebê e chegarmos a tempo no trabalho. 
Eu tenho um certo receio de deixar um bebê sozinho com babá (temo desde maus tratos, até que ela não siga as nossas "orientações" de maneira correta, no que diz respeito a assistir televisão, tipo de alimentação, etc), além de que contratar uma babá com todos os direitos a que ela faz jus assegurados, estaria um pouco fora do nosso orçamento. 
No meio da conversa, uma das opções que surgiu foi eu pedir uma licença sem remuneração pelo período de 1 ou 2 anos. Essa seria, na realidade, a situação ideal para mim, pois acredito que é melhor para a criança estar segura com os pais nessa primeira infância do que em uma creche ou com uma babá. Até aí estávamos totalmente de acordo um com o outro. Até que eu disse que talvez fosse melhor que ele pedisse a licença sem remuneração em vez de mim, pois eu já peguei um período de licença para acompanhá-lo por um ano (ele estava em serviço no exterior), então há uma chance maior da licença ser negada para mim do que para ele. 
Além disso, ainda tem o fato que eu já atrasei minha aposentadoria (nesse ano de licença), e que seria mais justo então que agora ele fizesse o mesmo ao invés de eu atrasar a minha mais ainda. 
Nesse momento, ele começou a dizer que não dava, porque ele tem que pagar pensão pras filhas do primeiro casamento, que ele precisa ter dinheiro para caso ocorra uma emergência com os pais dele, idosos, e alguns outros motivos. Eu refutei todos (claro que a pensão das filhas seria descontada do meu salário -- que seria então nossa renda familiar -- e também me comprometeria a arcar com qualquer emergência relacionada aos pais dele). 
Depois de algum tempo de nervosismo e para evitar que a conversa se transformasse em uma briga, ambos concordamos que essa seria a última alternativa, caso não conseguíssemos de forma alguma encontrar uma creche com horário alternativo, ou negociarmos com nossos chefes uma possível mudança de horário, ou encontrarmos uma babá com preço acessível. 
E desde então quase todos os dias ele tem chegado em casa com uma indicação de creche ou babá que ele pegou com algum colega do trabalho. Ele realmente se tornou super empenhado em arranjar uma "solução" diferente de ele ter que cuidar do filho. A opção do bebê ficar em casa com a mãe durante 1 ou 2 anos, que ambos concordamos que seria a melhor (para a segurança, bem-estar e desenvolvimento do próprio bebê), passou a ser a pior quando substituímos "mãe" por "pai".
Me chocou um pouco perceber o nervosismo dele quanto ao assunto. Mesmo meu marido, que eu considero um homem muito esclarecido (claro que não imagino que ele seja perfeito -- todos temos nossa cota de machismo arraigado ao longo de anos) e longe dos estereótipos, se mostrou realmente fechado à ideia de ser o principal cuidador do próprio filho durante um período pequeno de tempo. 
Não vou dizer que fiquei decepcionada com ele, pois, como falei, não sou iludida a ponto de achar que ele seja O-feministo-descontruidão-super-foda. Fiquei um pouco chateada em ver que a importância que eu dou pro tema (desenvolvimento do bebê nos primeiros anos) não é a mesma que ele dá (pois eu estaria e estou disposta a me afastar do trabalho pelo período que for necessário, e ele não está tão disposto assim). 
Mas, no mais, estamos bem. Cada um tem suas prioridades e seus limites, e em um relacionamento saudável temos que saber respeitar as diferenças. 
Mas foi um grande "choque de realidade" para mim perceber como a maternidade é muito mais pesada que a paternidade, ainda que o pai seja um homem "diferenciado" como é o meu marido.
Um beijão, Lola!

Meus comentários: Que o bebê chegue logo, Kasturbinha querida! Parabéns!
É, deve ser bem decepcionante isso. Meu marido lava a roupa, vai ao supermercado (ele adora), cozinhamos em conjunto, alternamos lavar a louça, limpamos a casa juntos (não temos empregada, e felizmente nenhum dos dois é fanático por limpeza, ao contrário da minha mãe, que é, então a parte de baixo da casa, que é onde ela vive, está sempre mais limpa que a nossa). Este ano, com a idade (mês que vem ele faz 18 anos), nosso lindo gatinho Calvin está exigindo mais cuidados (ele tomou mais banhos este ano que em toda a sua vida), e o maridão está indo bem nisso.
Silvinho cortando cebola em
Joinville, uns 12 anos atrás
Mas antes eu me zangava porque ele raramente tomava a iniciativa de fazer alguma coisa pro Calvin. Por exemplo, eu estava trabalhando e o Calvin queria brincar, então eu pedia pro maridão brincar com o Calvin, e ele respondia "Já vou". E não ia. Pô, o gato quer brincar agora! Eu ficava pensando: se a gente tivesse filho, acho que nosso relacionamento não seria tão harmonioso como é na nossa condição child-free.
Os homens ainda precisam aprender que cuidar da casa e das crias é tanto obrigação deles quanto é nossa. 

77 comentários:

Anônimo disse...

"Os homens ainda precisam aprender que cuidar da casa e das crias é tanto obrigação deles quanto é nossa." Assim como nós, mulheres, precisamos aprender que a responsabilidade de sustentar financeiramente representar socialmente o lar também é nossa, tanto por suas dívidas quanto por sua defesa, bem como arcar com a metade de todos os gastos dos filhos ( escola, saúde, vestuário, alimentação, etc... ); e SEMPRE devemos pagara metade das contas de lazer ( jantares, hoteis em viagens, passagens aéreas, combustível ), incluindo também a despesa do motel. Quando nós dividirmos TUDO, teremos moral pra cobrar a ajuda dos lixomens com o cuidado dos bebês.

Anônimo disse...

Sinceramente, ela ainda deu sorte viu?A maioria não quer fazer praticamente nada, mesmo quando os dois trabalham fora.
Hoje em dia sou completamente contra casamento e filhos, o pior negócio que pode acontecer pra mulher, mas a gente sempre acha , não comigo vai ser diferente.Nunca é diferente, e em alguns anos de casamento e filhos todas estão mergulhadas na desilusão.
Ou ficam se iludindo de que o "amor" dele é mais importante que tudo, enquanto isso os maridos chifram as dedicadas sem a menor consideração.
Meninas aprendam, casamento foi uma instituição criadas pelos e para o benefício dos homens, graças a Deus hoje muitas mulheres jovens percebem a armação e estão rejeitando os dois, casamento e filhos.

Anônimo disse...

Lola, também tenho um felino chamado Calvin :)

Em casa temos 3 gatos e eu que cuido deles (minha esposa que insistiu para ficarmos com os gatos, mas ela e alérgica). Também sou eu quem prepara as refeições e lava a louça. Ela contratou uma diarista para lavar e passar a roupa e limpar a casa uma vez por semana (e ambos mantemos a limpeza no meio tempo). Nosso filho de 2 anos ainda mama e é mais apegado à mãe. Mas uma coisa que talvez influencie nisso é que minha esposa costumava dizer que ela já amava o bebê bem antes dele nascer. Eu até poderia dizer o mesmo, mas seria mentira. Só passei a amar meu filho após conhecê-lo. Agora, após 2 anos, não faz diferença alguma. Mas nos primeiros meses minha esposa sempre reclamava que eu estava tratando o bebê com se fosse um bebê qualquer (e não uma parte de mim, como ela achava que deveria ser).

Anônimo disse...

PS: eu sou o anon do gato Calvin.. esqueci de mencionar que dividimos tarefas como trocar fraldas, dar papinha, ajudar a arrotar, dar banho e colocar para dormir. Mas minha esposa sempre fica um pouquinho mais com o bebê, levanta mais vezes a noite para ver se está tudo bem, etc. E ela tem uma carga horária maior que a minha (devido a diferenças de área). Por isso decidimos que ela maximize o tempo em casa com o nosso filho (e eu não ligo de fazer as outras coisas da casa e ficar um pouco menos com ele).

Enfim, não é nenhum fim do mundo. E ela fica muito feliz .

Anônimo disse...

A sensação de ler o texto foi a seguinte: Já parou pra pensar que a reação do cara pode ter sido por ele ter ficado nervoso e com medo de não ser capaz de assumir uma responsabilidade tão diferente assim de repente? Ás vezes o homem teme que pode ocorrer de atrasar-se profissionalmente, prejudicar o sustento da casa, prejudicar a criança com algum erro.
Mas já pensam coisa ruim, como machismo, preguiça e etc.
Cuidar de uma vida é totalmente diferente de cuidar de um serviço. Nem todo homem se sente preparado pra isso, o que não significa que não vá aceitar. Não se pode culpar o cara por não imaginar que vá ter de pegar tal tarefa. Só pode-se censurá-lo se as justificativas forem sem sentido e claramente forem só um jeito de se livrar por se livrar.

BLH

Elen disse...

Casamento é um inferno para a maioria das mulheres. Q absurdo n queret cuidar do próprio filho. Esse é mais uma prova de q homem acha q se der grana já está fazendo muito e o resto (tudo) q fique nas costas das mulheres.

Anônimo disse...

Homens estupram bebês, deixem os bebês (e as crianças maiorzinhas e as mulheres também) protegidos, bem longe desses monstros...

Anônimo disse...

Nossa gente... Quanto Xororô, como aguentam???

Anônimo disse...

Errado. Limpar casa é obrigação de TODOS os que moram nela independente de que se tenha renda. Cuidar do bebê é obrigação de ambos os pais. Mulheres que trabalham costumam compartilhar as contas com seus maridos. Não conheço nenhuma que não faça isso. Se você é uma das que não fazem isso pare de pensar que as outras mulheres são como você. Se bem que provavelmente vc é apenas um mascu nojento que nem sequer tem dinheiro pra tomar um sorvete com alguma mulher. Quanto mais dividir contas de uma casa.

avasconsil disse...

É de lascar a falta de empatia dos colegas do marido da Kasturba, e de que como eles acham que o umbigo deles é o centro do mundo. Porque os 20 dias de licença não seriam bons pra eles, cada um por suas toscas razões, eles acham que também não seriam bons pra mais nenhum homem militar das forças armadas... Essa falta de empatia e egoísmo são típicos dos eleitores a gente sabe de quem, né? É uma gente bem "pimenta no feofó dos outros é refresco". Sobre a licença não remunerada, cada um não poderia tirar por metade do tempo pretendido? Ou fazer um sorteio pra ver quem tira ou não? Assista com ele KramerxKramer, aquele filme ótimo do Dustin Hoffman com a Maryl Streep em que ela some por um tempo e, depois que se reorganiza emocionalmente, volta pra pedir a guarda do menino, depois de o pai ter cortado o maior dobrado pra aprender a cuidar do filho. E de ter estabelecido com ele um vínculo de afeto que não teria se tornado tão forte se não tivesse sido o período que antes ele chegou a ver como um grande dissabor. Sou espírita simpatizante do budismo (adoro a Monja Coen) e por isso acho que haverá desafios a vencer em tudo. Até no relacionamento mais maravilhoso haverá dificuldades a superar, pra o crescimento de cada componente do casal e do casal como uma entidade à parte de seus indivíduos .Eu e meu namorado pretendemos nos casar um dia, se a ascensão da direita permitir . Somos gays e, se Bolsonaro vencer, é provável que haja retrocessos nos direitos civis dos homossexuais, mesmo que não definitivos ou eternos. Nos damos muito bem mas meu salário é 07 vezes o dele. Só de imposto de renda eu pago mais do que o que ele ganha. Eu adoraria poder dividir nossas despesas atuais e as futuras na base do fifity/fifity, mas seria impossível. Além de impossível seria injusto, pois deixariam as coisas muito mais leves pra mim que pra ele . Às vezes acho essa situação ruim, e vejo que aceita-la é o meu desafio dentro do relacionamento .De vez em quando reclamo comigo mesmo, mas nunca externalizei meu descontentamento .Felizmente o amor que sinto por ele facilita aceitar a situação. E graças a Deus, aleluia, salve, salve, somos gays, e nenhum de nós faz questão de ser pai, a não ser de cachorro, no caso dele, e de gatos, no meu caso. Nossos filhos serão nossos pets, o que me deixa bem mais tranquilo sobre nossas despesas futuras e como paga-las .Vamos dividi-las proporcionalmente aos nossos salários. Será mais justo assim. E que nosso amor prevaleça. E o de Kasturba e o marido também . Nossa, como o tempo passa rápido . Calvin já tem 18 anos. Conheci o blog da Lola em 2009, que me foi apresentado pelo namorado daquela época . Já faz 09 anos. No final de julho fez 05 anos que aquele relacionamento acabou. Foi-se o namoro mas ficou o blog :) . Naquele tempo Calvin tinha metade da idade. O tempo voa...

Marina disse...

Kasturba eu sofri um baque parecido em uma conversa com meu marido! Ele tbm é "super desconstruidão", faz sua parte nas tarefas domésticas e temos poucos atritos nesse quesito. Nem temos filhos ainda, mas temos 'planos de' e, em uma conversa sobre isso, ele ficou em choque quando falei que ele vai ter q faltar no trabalho pra levar no médico, ir em reunião de escola e etc. Acho q ele nunca tinha parado pra pensar realmente nisso e quando afirmei que tbm o justo seria ser 50/50, a reação dele foi realmente de choque. Ele realmente ficou estressado com a possibilidade de ter que faltar no trabalho por conta de filho. Não quis prolongar o assunto no momento pq são planos ainda distantes, mas com ctz terei que voltar nisso e talvez esse assunto seja um foco de atritos!Veremos!

Marina disse...

12:30, vc com ctz é Homem!hahahahaha
Toscão!

Anônimo disse...

Legal, mas pra quem fica a conta desse mês que o cara não vai pro trabalho?

O certo seria dimunuir a licensa da mulher pra 5 meses então para compensar.

Cão do Mato disse...

Parece-me que atrasar a licença dele não seria uma boa opção para ele, apesar da sua ter sido atrasada em um ano. Afinal, não custa lembrar que nós, homens, precisamos trabalhar 5 anos a mais para nos aposentarmos e vivemos em média 8 anos a menos. Ou seja, mesmo atrasando sua aposentadoria em 1 ano, você ainda tá com 12 anos de vantagem em relação ao seu marido.

Anônimo disse...

Eu sou funcionário público e poderia pedir licença não remunerada de 2 anos para tratar de assuntos particulares. Com a crise, alguns colegas meus fizeram isso e foram para o exterior. Minha esposa recebeu proposta para trabalhar na Europa, e eu sugeri para ela iremo juntos por dois anos, usando minha licença. Eu poderia ficar em casa e cuidar das crianças. Mas ela não quis. Na casa dela a mãe que sustentava a família e o pai ficava em casa. Não sei se tem relação ou não, mas o casal acabou se separando e acho que minha esposa ainda associa as duas coisas.

Minha sogra costumava falar que eles não sabiam muito vem como lidar com a situação. Por exemplo, mesmo sendo ela a provedora, ainda achava que tinha de deixar o marido decidir os gastos, e ele mesmo não sendo o provedor ainda achava que tinha de entender de dinheiro (não entendia)..

Anônimo disse...

A conta fica para a sociedade, paga através do Estado. E acho que está certo. É do interesse de todos (e não só da família) que essas crianças se tornem adultos decentes e capazes.

A pegunta certa seria "como fazer para que possamos pagar o necessário para que o que consideramos ideal para ser aplicado?" (isso inclui licenças maternidade e paternidade, que saem do caixa do governo através de desconto no imposto pago pela empresa)

Essa semana saiu uma análise da OCDE que compara o investimento em educação nos países (entre outros diversos fatores relacionando a educação). Constata-se que, apesar do Brasil investir acima da média da OCDE em relação ao percentual do PIB, o valor "por aluno" é ainda muito baixo. O problema nesse caso é que temos um PIB muito pequeno em relação ao tamanho da população. Ou seja, apesar do brasileiro trabalhar muito, faz trabalhos que geram pouca riqueza. Segundo entrevistas com representantes de industriais, a massa do trabalhador brasileiro carece de capacidades cognitivas básicas. Coisa que se desenvolve na primeira infância. Cada vez mais, descobre-se que é importante investir cada vez mais cedo nas crianças, para que possam se tornar adultos capazes e completos. Isso é imprescindível para que se tornem adultos aptos a entender e atuar em um mundo em mudanças cada vez mais rápidas e alcancem o nível de produtividade dos países que já fizeram isso.

Anônimo disse...

12:30 - as mulheres já fazem isso tudo babaca, temos moral suficiente pra cobrar o q for de homens cretinos e idiotas feito vc

Anônimo disse...

mascu do mato, se vcs omens tivessem vergonha na cara e não deixassem as mulheres com dupla jornada, vcs tb teriam 5 anos a menos pra se aposentar, retardado

quanto a morrer mais cedo, deixem de ser trouxas e cuidem da própria saúde, tb deixem de serem uns animais e parem de matar uns aos outros

só uma dica

Anônimo disse...

Encare esses 12 anos de "vantagem" como uma compensação ao fato de que a mulher - na grande maioria das famílias, pode não ser o caso da autora do guest ou da lola - ainda são as maiores responsáveis pelo funcionamento de uma casa. E não me venha com "mulheres não dividem as despesas igualmente" porque isso deixou e tem deixado cada vez mais de ser verdade.

Mesmo assim, ainda são as mulheres que tem a maior carga de trabalho doméstico e da criação dos filhos. E as raras sortudas que se casam com "desconstruidões", ainda sim são elas quem tem que pensar em como dividir as tarefas domésticas, sao elas quem tem que pensar em toda logística pra casa funcionar, sao elas quem tem que lembrar de mil coisas. Sao elas que tem que pedir ou lembrar o rei que ele precisa lavar a louça. Eh a famosa carga mental.

Alicia

Anônimo disse...

Meu anjo, a licença é pela criança. A oms recomenda aleitamento materno exclusivo ate o sexto mês, como a mae vai seguir isso se tem que retornar ao trabalho antes?
Isso nao tem qualquer implicacao ao fato do pai ter uma licença maior.

Alicia

Denise disse...

Longe de mim querer defender homem, e não sei se seria o caso do seu marido, mas vc já pensou na possibilidade dele simplesmente não querer ficar sem trabalhar e cuidando integralmente do filho, independente do fato dele ser homem? Digo isso porque eu sou mãe de 2, trabalho 3x por semana e sinceramente não consigo me imaginar como outras amigas que pararam de trabalhar pra se dedicar aos filhos. É um trabalho insano! Os 2 dias que fico em casa sozinha com as crianças me consomem demais, física e emocionalmente. Eu adoro e não penso em aumentar meus dias de trabalho justamente porque quero aproveitar eles na primeira infância, mas 2 dias são mais do que suficientes e o máximo que eu posso aguentar. Nunca, em tempo algum que eu seria feliz ficando sem trabalhar. Já meu marido já disse que faria isso tranquilamente (ficar em casa com as crianças), e só não rolou porque nossa vida no exterior sem rede familiar não nos permite abrir mão da renda de um dos dois.

Quanto ao resto do post, realmente a mentalidade da maioria dos homens qd se trata de criação de filhos ainda é de expectador. Eu felizmente tenho um marido que é pai com P maiúsculo, não só divide as tarefas de casa meio a meio, como também divide o cuidado com as crianças. Mesmo eu amamentando ainda a bb, meu marido divide as noites durante a semana para dormir com ela e só me traz para amamentar, assim nas outras (mil) vezes que ela acorda ele é que acalenta e coloca pra dormir, me dando algumas poucas horas a mais de sono. Ele também reconhece que eu sou a quem tenho a rotina mais pesada porque fico em casa 2x por semana sozinha com as crianças e amamento, então no fim de semana ou a noite a prioridade é sempre minha para descansar e ele assume as crias. Mas sei que ele é minoria das minorias, pois a imensa maioria dos nossos amigos/conhecidos os homens fazem o mínimo e acham que estão fazendo muito.

Cão do Mato disse...

Esse papo de que "homem vive menos porque não vai ao médico" (dããããã) já está caindo por terra. Está provado cientificamente que as mulheres são protegidas pelos hormônios até os 50 anos. Ou seja, a mulher é biologicamente programada para viver mais. A maior prova disso é que a expectativa de vida da população como um todo aumenta, mas a desigualdade entre homens e mulheres permanece.

Cão do Mato disse...

Se há uma compensação, então não há motivo para (tanta) reclamação...

Anônimo disse...

o ideal seria fazer como os homens fazem

largar a criança pro pai babaca cuidar sozinho

Anônimo disse...

e vc 20:54? já pensou na possibilidade da mulher simplesmente não querer ficar sem trabalhar e cuidando integralmente do filho, assim como o pai?

Anônimo disse...

Apesar de ser bem comum crianças criadas apenas pela mãe, isso está longe de ser o ideal para a criança.

Acho que seu post foi sarcástico, mas um pai babaca nunca criaria sozinho uma criança. Tenho dois amigos que criam sozinhos as filhas e com certeza não são babacas.

Anônimo disse...

Nesse caso, ambos tem o mesmo interesse de não abrir mão do trabalho para cuidar da criança e defendem esse interesse. O marido talvez esteja sendo egoísta, mas não necessariamente isso por si só seria padrão duplo.

Anônimo disse...

Olha isso. Vejam essa notícia, a que ponto se chega:

https://www-metrojornal-com-br.cdn.ampproject.org/v/s/www.metrojornal.com.br/metroamp/foco/2018/09/12/homem-inventa-sequestro-para-nao-ter-que-cuidar-mais-de-bebe.html?amp_js_v=0.1&amp_lite#webview=1&cap=swipe

Homem inventou sequestro para não ter que ficar cuidando do filho

Anônimo disse...

Kasturba, você com certeza pode discutir isso com seu marido melhor do que nós especulando aqui. Mas a meu ver não necessariamente isso é padrão duplo. Durante anos, meu marido me levava para o trabalho e depois ia para o trabalho dele. Isso porque eu detesto dirigir, me estresso demais. Uma vez ele veio com a ideia de trocar e eu levar ele para o trabalho e depois ficar com o carro. Obviamente eu não aceitei. Claro que uma ideia que era excelente de um lado ficou horrível invertida, eu odeio dirigir. Se ele aceitou dirigir todos esses anos, não significa que eu vou fazer o mesmo. Ele acabou arrumando um emprego mais perto, que quase não precisa dirigir e eu graças a Deus arrumei uma carona e quando preciso que ele me leve é menos freqüente então ele não reclama rss

Enfim, essas coisas tem também característica de cada um. Pode ser que seja preconceito sim! Aliás, como os colegas do seu marido tem muitos, a maioria eu arriscaria dizer. Mas... Tem também o caso igual a Denise comentou. Não tenho filhos nem terei, mas imagino que teríamos a mesma discussão.

Anônimo disse...

21:29, todo o comentário dela foi sobre isso - como ela não quer ficar "sem trabalhar" para cuidar integralmente dos filhos.

Falta de empatia até pra ler comentário...

Anônimo disse...

Creio que a idade para aposentadoria tende a ser igualada nas reformas da previdência (na próxima ou alguma vindoura). E não será por motivos biológicos ou sociais. Será por motivos econômicos, já que o governo usou o caixa da Previdência quando está era superavitária e agora finge que não tem nada a ver com isso.

Anônimo disse...

Na minha casa é tudo "ao contrário". Não lavo um garfo, não passo roupa, não faço serviço doméstico algum, meu negócio é trabalhar e ganhar dinheiro. Sou assim desde criança na verdade, tive uma educação meio "macho". Meu marido é designer e trabalha em casa então ficou combinado entre a gente que essa parte doméstica seria toda dele e assim o é, não temos empregada/faxineira etc. por questões éticas então quem esquenta o umbigo no fogão é ele, que por sinal faz tudo direitinho. Quando chego, tá tudo arrumadinho e cheiroso e não vou mentir, adoro ter quem faça isso por mim.

Nunca tive muita vontade de ser mãe mas com uns anos de casada, surgiu o assunto entre a gente. Falei que tudo bem mas que seria a mesma coisa, eu trabalhando e ele cuidando, que não abro mão do meu trabalho de forma alguma. E aí surgiu a conversinha de "mãe tem que". Falei que "mãe tem que" nada, que criança precisa de um adulto tomando conta e tanto faz quem, inclusive nem precisa ser pai ou mãe, tá cheio de criança aí criada por tios e avós. Por fim ele tentou o argumento da amamentação e eu disse que minha mãe, porque naquele tempo não tinha licença-maternidade, não teve como me amamentar e fui criada na fórmula e com introdução de papa a partir dos 4 meses, como se fazia antigamente e deu tudo certo aqui. Aí finalmente ele desistiu da ideia.

Então reparem, sou casada com um cara super bacana que faz todo o serviço de casa, fora o trampo de design dele, que lida totalmente bem com o fato de eu ser uma mulher-macho que só quer saber de trabalhar. Mas na hora de botar filho na história, aí vem os papinhos. Porque não adianta, o homem pode ser o desconstruidão que for, o filho sempre vai ser mais da mãe do que do pai na hora de fazer o serviço sujo (ou seja, 99% do que representa a maternagem).

Anônimo disse...

Alicia, tem exceção para tudo. Em casa dividimos até o planejamento. Minha esposa simplesmente ignora qualquer assunto referente a manutenção da casa (não apenas consertos, mas cuidados com o jardim, limpeza da área externa, manutenção de caixa d'água, pragas,etc) e também dos carros, dela inclusive (eu que lembro sempre de trocar óleo, calibrar pneus, revisão, etc). Ela nem sequer reclama dessas coisas, pq feliz ou infelizmente eu me incomodo mais que ela. Ela por outro lado faz a gerência da faxineira. O que eu prefiro, pois a faxineira parece mais tranquila ao falar com minha esposa de qualquer modo. E a faxineira cuida de praticamente todo o resto. Aí quando não achamos alguma coisa minha esposa liga para ela.

Anônimo disse...

Errado, mula do mato

Nao é "hormônio q protege mulher até os 50", sua anta, "provado cientificamente" o seu cu

A razão biológica q faz as mulheres viverem mais é CROMOSSOMICA, seu jegue - e nao tem limite de idade, jumento

E fora isso - a negligência masculina em relação a própria saúde, bem como o odio mortal q nutrem uns pelos outros, são sim outras razões pelas quais homens vivem menos

Mas se preferir, não vá ao médico nao, viva até os 40, escroto

E afinal, pq as mulheres deveriam ser prejudicadas por um problema dos homens? seu bosta

Anônimo disse...

Eu não disse q seria ideal mães cuidarem dos filhos sozinhas

Eu disse q o ideal seria, repetindo, as mulheres fazerem o q os homens fazem - afinal, pq so homens tem "direito" ao abandono?

Homens nunca vão deixar de serem esses babacas q abandonam se não sentirem na pele, está mais do q na hora de dar o troco e ensina-los a deixarem de ser babacas

Anônimo disse...

É duplo padrão sim

Os dois têm o mesmo interesse, agora advinha quem terá q abrir mão dele

Claro q há duplo padrão machista

Anônimo disse...

Recebi o convite do Grupo Mulheres Unidas contra Bolsonaro. Estou nas nuvens!❤💟

Marina disse...

Ô anônimo das 14:05, vc jah parou pra pensar que as mulheres tbm sentem exatamente esse mesmo medo? No entanto, mesmo com medo, tem que enfrentar a mudança toda, enfrentar os julgamentos no trabalho e etc, etc Pq o bebê tah aí meu amigo e não adianta não agir pq tah com medinho.
Isso me lembra a história de uma amiga minha..Ela e o hoje marido engravidaram precocemente, o que não estava nos planos. Ela morou sozinha com a bebê e fez td sozinha por mais de um ano pq ele estava se recompondo do choque e ainda não estava pronto pra sair da casa da mamãe. E ele acha q ela tava?Tava nada, mas né, como dizia o poeta "A vida cobra sério e realmente não dá pra fugir". Pelo menos pras mulheres, não dá pra fugir msm, já pros homens.....

Cão do Mato disse...

Cromossômica ou hormonal, não importa. O fato é que cada vez mais cai por terra o argumento simplório de que homens vivem menos porque "não vão no médico" (dãããã, de novo).E quem tá falando que as mulheres devem ser prejudicadas por isso é você, amor...eu defendo um tempo menor de aposentadoria para ambos. (Antes que eu esqueça: manere a boca suja. Ta parecendo bolsominion...kkkkk...)

titia disse...

"Cromossômica ou hormonal, não importa. O fato é que cada vez mais cai por terra o argumento simplório de que homens vivem menos porque "não vão no médico"

E eu acabei de ver na TV uma propaganda pra que homens fossem ao médico e fizessem testes de doenças silenciosas, especialmente DSTs. Coincidência interessante, né? É, realmente, os homens tão se cuidando maravilhosamente, eles não tão deixando de morrer cedo porque não cuidam da própria saúde não, é porque eles são coitadinhos oprimidos por essa natureza bucetista mesmo (ironia).

Meu irmão de 27 anos e já precisou consultar cardiologista, fez até teste ergométrico. O sujeito tem colesterol alto, gordura abdominal, úlcera gástrica e outros probleminhas do tipo mas adora comida gordurosa e fritura; não deixa de comer torresmo, picanha gorda nem couro de galinha no churrasco. TODO fim de semana se junta com a namorada, faz linguiça, batata ou calabresa frita pra comer tomando cerveja e fica o dia inteiro sentado no sofá assistindo jogo, comendo essas porcarias e bebendo. Faz exercício, mas pouco, e não faz a dieta recomendada pelo nutricionista. Nosso pai já teve problemas cardíacos e tem um estêncil, meu irmão sabe muito bem os riscos que corre, mas nem o pão comum ele quer trocar pelo integral. E aí? Ele tá deixando de se cuidar? Ou só está sendo vítima da natureza bucetista malvadona?

E olhe que eu nem abordei condutas de risco, ou melhor, idiotices do tipo fazer racha, beber e depois dirigir, transar sem camisinha porque 'chupar bala com papel não tem graça', trabalhar sem equipamento de segurança e todo tipo de imbecilidade ridícula que os desmiolados fazem pra provar a própria "macheza". Tá aí o Darwin Awards que não me deixa mentir.

Seja com a própria saúde ou com filho, é só isso que a maioria dos homens faz: fugir da própria responsabilidade. Fazem birra, choram, batem pé, saem pelas beiradas e é todo mundo passando a mão na cabeça e deixando o macho escapar. Depois quando são largados num asilo ou estão inválidos no leito do hospital, precisando de algum aparato médico até pra cagar, querem de algum jeito culpar o outro (ou outra) pela desgraça que eles causaram pra si mesmos. Bom, aqui ninguém é trouxa nem vai ter peninha de vocês. Querem filhos? Se virem e cuidem. Querem viver mais? Parem de chorar nas saias das mulheres e vão cuidar da própria vida e saúde. Mulher não é obrigada a cuidar criança de bigode. Cresçam.

Anônimo disse...

Não tem jeito, não deveria ser assim mas os filhos são da mãe mesmo...

Anônimo disse...

Muita saúde para o bebê da Kasturba!
Uma boa hora e uma linda lua de leite!

Cão do Mato disse...

Titia, ninguém tá dizendo que não cuidar da saúde não influencia a expectativa de vida. O que estou dizendo é que isso já não é considerado o principal fator, como se apregoava antes. Aliás,vem bem a calhar os exemplos do seu pai e do seu irmão. A proteção hormonal que as mulheres têm preserva justamente o sistema cardiovascular. Que coincidência, não?

Cão do Mato disse...

E daí? Isso é um caso isolado. Da mesma forma como tem mãe que joga o filho recém nascido na caçamba de entulho...

Anônimo disse...

Errado mascu

Os filhos são do pai

Tinúviel disse...

Kasturba, antes de mais nada, parabéns pelo bebê que está por vir ♥

Escrevo pra contar que eu e meu esposo planejamos nosso primeiro bebê para o segundo semestre de 2020/primeiro semestre de 2021 e já tivemos essa conversa também, chegando a um desfecho diverso do teu (que, em verdade, ficou em aberto até agora, certo?).

Preciso primeiro dizer em primeiro lugar que, assim como no teu caso, meu marido é um cara descontruído/em desconstrução e que lá em casa também há divisão de tarefas - sem nenhum tipo de ajuda externa, inclusive, e pendendo muito mais pro lado dele do que pro meu, porque ele é muito mais perfeccionista e tem toc com limpeza, então eu acabei ficando com a parte da comida e das roupas e ele com todo o resto -, o que deveria ser o normal, mas faz com que a maioria das minhas amigas me olhe com aquela cara de quem acaba de encontrar a única ganhadora da mega acumulada.

Importante também referir que sonhamos com nossos filhos desde muito, que eles já têm nomes, histórias, aventuras, divaneios, sua própria poupança, são uma parte muito importante da nossa vida, e tema de conversas muito recorrentes e importantes, e uma delas teria de ser, obrigatoriamente, como seriam os primeiros anos da vida deles. E com primeiros anos, eu ao menos quero dizer até a idade da pré-escola, pois nunca achei adequado terceirizar os filhos enviando-os para instituições de ensino - por melhores que fossem - em idade tão tenra quanto a que precede a pré-escolar. Mas claro, estaria aberta à opinião dele caso fosse diversa.

Felizmente conseguimos nos alinhar e decidimos que eu permanecerei trabalhando em tempo integral e ele cuidará dos nossos filhos - o plano é termos dois, pertinho um do outro - em tempo integral, e nada nos fará mais felizes e realizados do que isso. Eu sou servidora pública e muito absurdamente realizada na minha profissão e confesso que jamais cogitei abandoná-la ainda que por curto período (salvo durante a licença-maternidade, por óbvio) para exercer a maternagem, por mais que a deseje desde que eu me lembro, enquanto meu esposo é autônomo e nunca se encontrou tão verdadeiramente na profissão. Somado a isso o fato da minha renda ser muito maior que a dele, como disse o @avascon ali em cima, só meu imposto de renda é pelo menos o dobro do que ele ganha, então a solução ficou muito boa pra nós quatro ♥

Torço muito pra que vocês encontrem uma solução que fique ao menos confortável pra todo mundo também.










Anônimo disse...

Kasturba, não é fácil. na verdade é assustadoramente difícil e solitária a maternidade. Por aqui, não abri mão da minha carreira, mas perdi muitos clientes e contratos pois minha disponibilidade de viajar e ficar além do horário diminuiu muito (fora as faltas - se o bebe fica doente, se a babá não vem, etc). Decidimos, eu e meu marido, que ele iria tocar a carreira dele para não termos uma queda na nossa renda em um momento de gastos maiores. Por isso ele viaja muito e nesses dias, todas as obrigações com nossa filha ficam comigo.
Às vezes é frustrante, sim, mas penso que é por um período. Jamais pensei em abrir mão da minha vida profissional e penso que haverá muito tempo ainda para eu atingir outros objetivos.
Nunca deixei de questionar os papeis de gênero ou mesmo as razões desta decisão ter sido tomada por nós dessa forma (prejuízo da minha carreira não dele), mas agora além de feminista eu sou mãe e esses dois papéis coexistem para que minha filha tenha o melhor de mim (e do pai, naturalmente).
Sinceramente? Deixem para pensar nisso: creche, babá, licença, etc, depois que o bebê nascer. Se deem o tempo necessário, uma coisa por vez. E se você ficou chateada com o seu marido porque ele não se mostrou disponível, espere o puerpério! Achei que meu casamento iria acabar: ele todo lindo indo trabalhar e eu fedendo a leite, descabelada, barriga horrenda! A natureza é cruel e a sociedade é injusta com a mulher parida, a amamentação é difícil, os hormônios, a privação do sono... Isso que eu tive uma super rede de apoio, mas tem coisas que são indelegáveis no processo de exterogestação. Mas isso passa. Aproveite e faça um bom vínculo com o seu bebê, dê bastante colo, bastante mamá, encha ele de beijos. Isso passa também.
Fabi.

Anônimo disse...

Não fazem não! Se fizessem, não estaríamos falando.

Anônimo disse...

" Mulheres que trabalham costumam compartilhar as contas com seus maridos..." Pagar a academia e a bolacha no supermercado não vale, viu? Quando dizemos DIVIDIR, é dividir mesmo: 50% DE TUDO a mulher tem que pagar. Essa história de " ajudar um pouquinho " dá o direito aos homens de " ajudar um pouquinho " com os filhos também. Ou seja: nada!

Tinúviel disse...

Fabi, eu acho o conselho de esperar pra decidir sobre creche, babá, licença e tudo o mais depois de o bebê nascer o pior de todos. Tudo isso deveria ser decidido muito antes de o bebê nascer, se possível antes mesmo da gestação, faz parte do planejamento familiar.

titia disse...

Mal aê, mascu do mato, mas essa proteção hormonal da qual as mulheres gozam acabam assim que elas entram na menopausa - ou seja, dos 45 ou 50 anos pra frente, não tem essa de proteção hormonal não. Passou dos 50 acabou o "privilégio" e mesmo assim as mulheres vivem mais do que os homens, repetindo, sem a proteção hormonal. Então acho melhor vocês começarem a arranjar outra desculpa.

Leitura para você 12:51 - https://escrevalolaescreva.blogspot.com/2017/06/mulheres-sao-consumistashtml. Recomendo também o SMM, até porque essa postura aí de pagar uma academia e uma comprinha no supermercado são muito mais masculinas que femininas... pra variar, macho lixo projetando nas mulheres os próprios defeitos e falhas...

Anônimo disse...

Olha que divertido, vamos ler assim:

"A sensação de ler o texto foi a seguinte: Já parou pra pensar que a reação DA MULHER pode ter sido por ela ter ficado nervosa e com medo de não ser capaz de assumir uma responsabilidade tão diferente assim de repente? Ás vezes a MULHER teme que pode ocorrer de atrasar-se profissionalmente, prejudicar o sustento da casa, prejudicar a criança com algum erro.
Mas já pensam coisa ruim, como machismo (MÃE RELAPSA, PRA QUE FOI TER FILHO SE NÃO QUER CUIDAR), preguiça e etc.
Cuidar de uma vida é totalmente diferente de cuidar de um serviço. Nem todo MULHER se sente preparada pra isso, o que não significa que não vá aceitar. Não se pode culpar A MULHER por não imaginar que vá ter de pegar tal tarefa. Só pode-se censurá-la se as justificativas forem sem sentido e claramente forem só um jeito de se livrar por se livrar."


E aí, deu pra enxergar o machismo na pseudo-justificativa agora?
Ou vai vir aqui argumentar que pra mulher nada se aplica...

Anônimo disse...

mula do mato

qual parte do: "a negligência masculina em relação a própria saúde, bem como o odio mortal q nutrem uns pelos outros, são sim outras razões pelas quais homens vivem menos" - vc não entendeu?

Se vc não sabe a diferença entre hormônio e cromossomo é pq o q vc diz não tem nada de "fato"

E antes de querer se aposentar mais cedo, como as mulheres, deixe de ser babaca e vá cuidar dos seus filhos, tenha dupla ou tripla jornada como elas

E não sou quem devo moderar minha "boca", é vc quem deve moderar a sua burrice

Anônimo disse...

ô mascu idiota, as mulheres pagam até mais do q 50% das contas, sua anta

Anônimo disse...

Eu já fiz minha cabeça. Sou nova e concursada, não caso nem a pau.
Não vou ser escrava sexual e nem doméstica pra macho brasileiro mimado enquanto eu tiver nova e bonita NUNKA.
Eu nem namoro, só transo, ta bom demais.
Quando eu tiver velha, se eu quiser, caso com outro velho que não seja brasileiro (de algum país onde eles tenham a mentalidade mais avançada) e me mando daqui.

Beijos de luz.

Anônimo disse...

Cão do Mato "E daí? Isso é um caso isolado. Da mesma forma como tem mãe que joga o filho recém nascido na caçamba de entulho"

E daí pergunto eu. O fato de mães jogarem bebês em caçambas de lixo é deplorável mas não invalida a matéria em questão sobre o cara que inventou sequestro para não ter responsabilidade com o filho. O Anon inseriu o link da noticia porque o tema desse post é a responsabilidade do pai na criação dos filhos, então está perfeitamente dentro do contexto. Um crime cometido por alguem não se justifica ou se desculpa por crimes cometidos por terceiros. Tanto um quanto o outro são crimes.
E será mesmo fato isolado? E os casos de abandono paterno, e outros casos escabrosos que nem chegam à mídia? Volto a dizer que mães jogando bebês em caçambas de lixo é deplorável, é triste, é criminoso, injustificável, óbvio, mas isso vira notícia, gera comoção, choque, alarde mas (para fins de comparação apenas) quando atos do tipo são cometidos pelo pai ninguém parece se importar, muitas vezes as pessoas nem tomam conhecimento ou até já ficou naturalizado mesmo.

Cão do Mato disse...

Acaba na menopausa mas seus efeitos se estendem para além dela. Muito diferente dos homens, que chegam nessa idade já com problemas cardiovasculares por conta dessa não-proteção.

Anônimo disse...

Kasturba disse que ela pagaria a pensão das filhas do marido e ela assumiria possíveis despesas com os pais do marido dela, mas será que o marido dela está disposto a isso? Eu JAMAIS confiaria à minha esposa a pensão dos filhos do meu primeiro casamento nem os cuidados com meus pais. Deixar para a esposa atual a responsabilidade de pagar a pensão dos filhos que nem são dela?
Além do mais, Kasturba não faz jornada dupla porque o marido divide as tarefas domésticas, mas mesmo assim ele ainda aposenta 5 anos mais tarde que ela! Nada mais justo que Kasturba tirar a licença e demorar apenas mais um ano para aposentar permitindo que o marido aposente antes de morrer.

Anônimo disse...

Claro q fazem, cretino

Marina disse...

Pessoal, a Kasturba e o marido são militares. Parem de comparar com aposentadoria INSS comum porfa!
E outra Cão do Mato, NINGUÉM conseguiu bater o martelo nas causas de problemas cardiovasculares e outros, quer sejam problemas de mulheres ou homens. Ae vem vc, do alto da sua sabedoria não-sei-diferenciar-cromossomo-de-hormônio dizer q os homens "chegam nessa idade já com problemas cardiovasculares por conta dessa não-proteção" dos hormônios. Parabéns! Agora escreva sua tese de doutorado sobre isso e ilumine o mundo científico!Problemas cardiovasculares não estão relacionados com estilo de vida, tabagismo, dieta desregulada, sedentarismo, predisposição genética, e diversos outros fatores. Ocorre por conta de HOR-MÔ-NI-OS, o Cão do Mato que disse!

Anônimo disse...

Onde? Alice no País das maravilhas é?

Tinúviel disse...

Anônimo das 03h40min, meu esposo também tem uma filha gerada na juventude e, caso nossos babies venham a nascer antes de ela completar a idade de deixar de receber a pensão/se formar na faculdade, vou ser eu que vou pagar esse valor a ela sim, por que não?

titia disse...

Kasturba, meio atrasado, desculpa, mas muitas felicidades pra você e seu bebê! E um pouco mais de simancol pro seu marido, afinal ele também fez, né? Portanto também tem que acordar de madrugada, trocar fralda, alimentar e fazer arrotar. Quem fez Mateus junto com a mãe que tenha vergonha e embale.

18:51 o mascu do mato sempre teve essa mania de querer que as mulheres argumentem como "damas". Pra ele pode até ser feminista desde que nunca xingue, não responda com assertividade demais, não seja agressiva nem se o babaca já repetiu dez vezes a mesma bosta só pra encher o saco, que no final termine concordando com ele, enfim: desde que use algum tipo de cabresto. Ele morre de medo de 'mulher xucra', só consegue debater com as que usam cabresto, as que se recusam fazem as bolinhas dele encolherem.

'permitindo que o marido aposente antes de morrer'. Nem em tragédia grega já vi tanto drama assim e esses são os caras que se dizem "sexo forte".

Eu disse desculpa nova, mascu do mato, não insistir na que já foi derrubada. Vamos lá, pense um pouquinho que você consegue tirar alguma desculpa da bunda.

Anônimo disse...

No mundo real mesmo, babaca

Anônimo disse...

Mas vc nao eh o marido dela, idiota, foda-se a sua opiniao

E ter dupla jornada nao eh so fazer tatefas domesticas, cretino

Cão do Mato disse...

Não é a MINHA sabedoria, anta...São declarações de médicos especialistas...MÉDICOS.

Marina disse...

"MÉDICO, MEÉÉDICOOOO, MÉÉÉEÉÉÉÉÉDICOOOOO" disse o Cão do Maro tomado pela raiva (a doença mesmo).

Aninha disse...

Esses dias tava num café e ouvi a conversa de três caras sentados perto de mim. Um deles acabou de virar pai (a criança tinha 4 meses) e o assunto da mesa era fralda, amamentação, arroto... apesar de muita coisa para mudar ainda, fiquei com a sensação de que já caminhamos bastante.

Unknown disse...

Kasturba parabéns pelo bebê! Sim, acho que você leu certinho: seu parceiro está com um problema de machismo introjetado. Para mim, a questão é essa: ainda não educamos homens para verem a paternidade responsável como uma conquista de vida. Enquanto ser mãe é medida positiva, esperada e, infelizmente, muitas vezes impostas para qualquer mulher, raramente temos discursos sociais louvando o pai que abdica do trabalho remunerado para cuidar dos filhos.

Para os valores do seu marido, se ele deixar de ganhar o salário, ele perde a função social de provedor, aquela coisa mais importante que os homens 'devem' enquanto pai. Então essa não é uma desconstrução simples, por que contrariar anos de socialização requer uma força tremenda. Eu iria introduzindo o assunto aos poucos, por que acho que essa é uma conversa que deve ser tratada. Inclusive, começa com uma sessão de filmes. Kramerv.Kramer, Peixe grande e suas histórias maravilhosas (esse é bem agridoce sobre o que significa ser o pai que trabalha, e é distante),o sol é para todos (pai viúvo), procurando nemo... Parece estranho, mas diferente de nós, mulheres, que ouvimos a vida toda que mãe é essencial para o bebê, homens raramente são celebrados como essenciais para criação dos filhotes.

Beijos, Marcia.

Julia disse...

homens são aquela coisa, né? pura decepção

Julia disse...

Surpresa em ver que o cão vira lata ainda fuça por aqui..
Kasturba não comentava no meu tempo.

Titia arrasando como sempre.


Beijos, Lolinha!

titia disse...

Obrigada, Julia :)

Anônimo disse...

Se não que ajudar em nada com os filhos então faz um favor a humanidade: não bota filho no mundo, seu monte de bosta imundo. Nem pra cuidar de filho vc não serve. Seus genes horriveis devem ser extintos.

Juliana disse...

Olha, Kasturba, pode ser (talvez sim, talvez não) que não seja machismo, mas falta de vontade mesmo de ficar em casa com o bebê. Sou mãe, fiquei 7 meses em casa com meu bebê (que eu amo muito), mas a rotina era chatíssima pra mim, eu sentia falta do trabalho e me entediava demais de passar tanto tempo sozinha com meu baby. Quando voltei a trabalhar (e meu filho foi pra creche) tudo melhorou. Fico felizona com ele de noite porque chego feliz do trabalhho, essas distância faz bem pra nós dois. É uma característica minha, uma coisa pessoal. Sou mulher e aconteceu assim comigo, pode ser o caso do seu marido. ou não. Mas considere essa hipótese. Beijos e boa sorte!!!

Sara Marinho disse...

Minha mãe ganha mais que o dobro que meu pai já faz uns 20 anos, ou seja, é quem paga a maioria das despesas, e sempre foi a principal responsável pelo cuidado casa e dos filhos (quando ainda eramos crianças e adolescentes). A diferença é devido ao machismo mesmo, não a renda e pagamento de contas. E é culpa do proprio machismo essa cobrança para o homem bancar a casa.
Nos tempos contemporâneos o que mais vejo é essa situações: quem ganha dinheiro? A mulher. Quem limpa a casa? A mukher. Quem cuida dos filhos? A mulher. Quem tem responsabilidade financeira? A mulher. Muitas relações em que quem põem absolutamente todas as coisas boas é a mulherada.

Sara Marinho disse...

Acredita a que a lei estendendo a licença paternidade de militar das forcas armadas para 20 dias foi publicada ontem?

Se a Kasturba não ver fala com ela Lola. Talvez o bebê já tenha nascido, mas mesmo se tiver talvez o marido dela consiga prorrogação da licença depois dessa lei, já que entrou em vigor ontem mesmo.

Felipe Lobo disse...

Uma coisa que nunca é lembrada é que quase todas as mulheres (mães) não permitem ou desestimulam que os pais ajudem a cuidar dos filhos, já vi casos em que o pai dava banho e comida quando voltava do trabalho e outras mulheres diziam que 'isso é coisa de mulher' e se 'ele é mariquinha'.